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SUMÁRIO
3.6 ANTITIARRÍTMICOS 41
3.6.1 Quinidina 42
3.6.2 Procaínamida 42
3.7 ANTIPLAQUETÁRIOS 42
3.7.1 AAS 42
3.7.2 Clopidogrel 42
3.8 VASODILATADORES 42
3.9 HIPOLIPEMIANTES 43
3.9.1 Estatina 43
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES DO ENVELHECIMENTO 44
4.1 ENVELHECIMENTO CARDIOVASCULAR FISIOLÓGICO 45
4.2 TRATAMENTO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES E SUAS
PARTICULARIDADES EM IDOSOS 47
4.2.1 Arritmias 47
4.2.2 Arritmias Supraventriculares 48
4.2.3 Extrassístoles Supraventriculares 48
4.2.4 Taquicardia Supraventricular 48
4.2.5 Arritmias Ventriculares 48
4.2.6 Extrassístoles Ventriculares 49
4.2.7 Taquicardia Ventricular Sustentada Monomórfica 49
4.2.8 Técnicas Invasivas 49
4.2.9 Fibrilação Atrial 49
4.3 TRATAMENTO 50
4.4 HIPERTENSÃO ARTERIAL EM IDOSOS 53
4.4.1 Tratamento 54
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA 56
5.1 DAC CRÔNICA 56
5.2 DIAGNÓSTICO 56
5.3 TRATAMENTO 57
SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS 59
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E DOENÇA ARTERIAL CAROTÍDEA 61
ATUALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM EM CARDIOLOGIA
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA 62
8.1 EPIDEMIOLOGIA 62
8.2 ALTERAÇÃO DA FUNÇÃO VENTRICULAR RELACIONADA COM A IDADE 62
8.3 DIAGNÓSTICO 62
8.4 TRATAMENTO 63
8.4.1 Tratamento Farmacológico 63
8.4.2 Diuréticos utilizados no Tratamento da Insuficiência Cardíaca 64
8.4.3 Medicamentos utilizados no Tratamento da Insuficiência Cardíaca 65
8.4.4 Outros Tratamentos 65
8.5 IC DIASTÓLICA 66
DOENÇAS VALVARES 67
9.1 FISIOPATOLOGIA 67
DOENÇA AÓRTICA 68
10.1 ESTENOSE AÓRTICA 68
10.2 DIAGNÓSTICO 68
10.3 TRATAMENTO 69
10.4 INSUFICIÊNCIA AÓRTICA 70
CALCIFICAÇÃO ANULAR MITRAL 71
11.1 ESTENOSE MITRAL 71
11.2 INSUFICIÊNCIA MITRAL 71
ENDOCARDITE BACTERIANA 73
12.1 TRATAMENTO PERCUTÂNEO 73
PROCESSO DE ENFERMAGEM NAS ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES 74
DEFINIÇÃO DE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM 75
DEFINIÇÃO DE PROCESSO DE ENFERMAGEM 76
APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM 78
16.1 PACIENTE COM ARRITIMIA 78
16.1.1 Histórico 78
16.1.2 Histórico Psicossocial – Importante!! 78
EXAME FÍSICO 80
ATUALIZAÇÃO EM ENFERMAGEM EM CARDIOLOGIA
01
ANATOMIA E FISIOLOGIA DO CORAÇÃO
O coração fica apoiado sobre o diafragma, perto da linha média da cavidade torácica, no
mediastino, a massa de tecido que se estende do esterno à coluna vertebral; e entre os
revestimentos (pleuras) dos pulmões. Cerca de 2/3 de massa cardíaca ficam a esquerda da linha
média do corpo.
A posição do coração, no mediastino, é mais facilmente apreciada pelo exame de suas
extremidades, superfícies e limites. A extremidade pontuda do coração é o ápice, dirigida para
frente, para baixo e para a esquerda. A porção mais larga do coração, oposta ao ápice, é a base,
dirigida para trás, para cima e para a direita.
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Epicárdio:
Camada externa do coração. É uma delgada lâmina de tecido seroso. O epicárdio é contínuo, a
partir da base do coração, com o revestimento interno do pericárdio, denominado camada
visceral do pericárdio seroso.
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Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
Miocárdio
É a camada média e a mais espessa do coração. É composto de músculo estriado cardíaco. É
esse tipo de músculo que permite que o coração se contraia e, portanto, impulsione sangue, ou
o force para o interior dos vasos sanguíneos.
Endocárdio:
É a camada mais interna do coração. É uma fina camada de tecido composto por epitélio
pavimentoso simples sobre uma camada de tecido conjuntivo. A superfície lisa e brilhante
permite que o sangue corra facilmente sobre ela. O endocárdio também reveste as valvas e é
contínuo com o revestimento dos vasos sanguíneos que entram e saem do coração.
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1.3.1 Faces
Face Anterior (Esternocostal) – Formada principalmente pelo ventrículo direito.
Face Diafragmática (Inferior) – Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e
parcialmente pelo ventrículo direito; ela está relacionada principalmente com o tendão central
do diafragma.
Face Pulmonar (Esquerda) – Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo; ela ocupa a
impressão cárdica do pulmão esquerdo.
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1.3.2 Margem
Margem Direita – Formada pelo átrio direito e estendendo-se entre as veias cavas superior e
inferior.
Margem Inferior – Formada principalmente pelo ventrículo direito e, ligeiramente, pelo
ventrículo esquerdo.
Margem Esquerda – Formada principalmente pelo ventrículo esquerdo e, ligeiramente, pela
aurícula esquerda.
Margem Superior – Formada pelos átrios e pelas aurículas direita e esquerda em uma vista
anterior; a parte ascendente da aorta e o tronco pulmonar emergem da margem superior, e a
veia cava superior entra no seu lado direito. Posterior à aorta e ao tronco pulmonar e anterior à
veia cava superior, a margem superior forma o limite inferior do seio transverso do pericárdio.
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A veia cava superior recolhe sangue da cabeça e parte superior do corpo, já a inferior recebe
sangue das partes mais inferiores do corpo (abdômen e membros inferiores) e o seio coronário
recebe o sangue que nutriu o miocárdio e leva o sangue ao átrio direito.
Enquanto a parede posterior do átrio direito é lisa, a parede anterior é rugosa, devido a presença
de cristas musculares, chamados músculos pectinados. O sangue passa do átrio direito para
ventrículo direito através de uma válvula chamada tricúspide (formada por três folhetos –
válvulas ou cúspides).
Na parede medial do átrio direito, que é constituída pelo septo interatrial, encontramos uma
depressão que é a fossa oval. Anteriormente, o átrio direito apresenta uma expansão piramidal
denominada aurícula direita, que serve para amortecer o impulso do sangue ao penetrar no átrio.
Os orifícios onde as veias cavas desembocam têm os nomes de óstios das veias cavas. O orifício
de desembocadura do seio coronário é chamado de óstio do seio coronário e encontramos
também uma lâmina que impede que o sangue retorne do átrio para o seio coronário que é
denominada de válvula do seio coronário.
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No centro da borda livre de cada uma das válvulas encontramos pequenos nódulos denominados
nódulos das válvulas semilunares (pulmonares).
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Um ciclo cardíaco único inclui todos os eventos associados a um batimento cardíaco. No ciclo
cardíaco normalmente os dois átrios se contraem, enquanto os dois ventrículos relaxam e vice-
versa. O termo sístole designa a fase de contração; a fase de relaxamento é designada como
diástole.
Quando o coração bate, os átrios contraem-se primeiramente (sístole atrial), forçando o sangue
para os ventrículos. Uma vez preenchidos, os dois ventrículos contraem-se (sístole ventricular)
e forçam o sangue para fora do coração.
Valvas na Diástole Ventricular
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Para que o coração seja eficiente na sua ação de bombeamento, é necessário mais que a
contração rítmica de suas fibras musculares. A direção do fluxo sanguíneo deve ser orientada e
controlada, o que é obtido por quatro valvas já citadas anteriormente: duas localizadas entre o
átrio e o ventrículo – atrioventriculares (valva tricúspide e bicúspide); e duas localizadas entre
os ventrículos e as grandes artérias que transportam sangue para fora do coração – semilunares
(valva pulmonar e aórtica).
Complemento: As valvas e válvulas são para impedir este comportamento anormal do sangue,
para impedir que ocorra o refluxo elas fecham após a passagem do sangue.
1.5.1 Sístole
É a contração do músculo cardíaco, temos a sístole atrial que impulsiona sangue para os
ventrículos. Assim as valvas atrioventriculares estão abertas à passagem de sangue e a pulmonar
e a aórtica estão fechadas. Na sístole ventricular as valvas atrioventriculares estão fechadas e
as semilunares abertas a passagem de sangue.
1.5.2 Diástole
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1.6 VASCULARIZAÇÃO
A irrigação do coração é assegurada pelas artérias coronárias e pelo seio coronário. As artérias
coronárias são duas, uma direita e outra esquerda. Elas têm este nome porque ambas percorrem
o sulco coronário e são as duas originadas da artéria aortas.
A artéria, logo depois da sua origem, dirige-se para o sulco coronário percorrendo-o da direita
para a esquerda, até ir se anastomosar com o ramo circunflexo, que é o ramo terminal da artéria
coronária esquerda que faz continuação desta circundado o sulco coronário.
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1.6.3 Inervação
A inervação do músculo cardíaco é de duas formas: extrínseca que provém de nervos situados
fora do coração e outra intrínseca que constitui um sistema só encontrado no coração e que se
localiza no seu interior.
A inervação extrínseca deriva do sistema nervoso autônomo, isto é, simpático e parassimpático.
Do simpático, o coração recebe os nervos cardíacos simpáticos, sendo três cervicais e quatro
ou cinco torácicos. As fibras parassimpáticas que vão ter ao coração seguem pelo nervo vago
(X par craniano), do qual derivam nervos cardíacos parassimpáticos, sendo dois cervicais e um
torácico.
Fisiologicamente o simpático acelera e o parassimpático retarda os batimentos cardíacos. A
inervação intrínseca ou sistema de condução do coração é a razão dos batimentos contínuos do
coração. É uma atividade elétrica, intrínseca e rítmica, que se origina em uma rede de fibras
musculares cardíacas especializadas, chamadas células auto rítmicas (marca passo cardíaco),
por serem auto excitáveis.
A excitação cardíaca começa no nodo sinoatrial (SA), situado na parede atrial direita, inferior
a abertura da veia cava superior. Propagando-se ao longo das fibras musculares atriais, o
potencial de ação atinge o nodo atrioventricular (AV), situado no septo interatrial, anterior a
abertura do seio coronário. Do nodo AV, o potencial de ação chega ao feixe atrioventricular
(feixe de His), que é a única conexão elétrica entre os átrios e os ventrículos.
Após ser conduzido ao longo do feixe AV, o potencial de ação entra nos ramos direito e
esquerdo, que cruzam o septo interventricular, em direção ao ápice cardíaco. Finalmente, as
miofibras condutoras (fibras de Purkinge), conduzem rapidamente o potencial de ação, primeiro
para o ápice do ventrículo e após para o restante do miocárdio ventricular.
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Fonte: NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.
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02
DOENÇAS CARDIOVASCULARES
2.1 TIPOS
Existem diversos tipos de doenças cardiovasculares. Cada uma afeta o coração e o sistema
circulatório de uma forma.
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É a partir desses sintomas que são realizados exames como o raio-x do tórax, o ecocardiograma
e o cateterismo. Há situações em que a abertura é pequena, fazendo com que a cirurgia se torne
desnecessária.
2.2.2 Causas
Existem diversas razões para que surjam doenças cardiovasculares. Confira abaixo:
Genética
A cardiopatia congênita é uma doença cardiovascular de origem genética. Esse problema nas
estruturas do coração acontece já nas oito primeiras semanas de gestação e é muito comum em
pacientes com síndrome de Down, por exemplo.
Existem diversos fatores de risco associados entre si para doença cardiovascular, incluindo a
hipertensão arterial, tabagismo, má alimentação e falta de exercício.
Tabagismo
Uma das maiores causas de doenças cardiovasculares é o tabagismo. Segundo dados da União
Europeia, o consumo de tabaco pode estar relacionado a 50% das mortes evitáveis e sua prática
pode aumentar em até 40% o risco de doenças cardiovasculares.
Isso acontece porque o tabaco aumenta a frequência cardíaca, contrai as artérias, causando
irregularidade nos batimentos cardíacos, e eleva a pressão sanguínea, o que aumenta as chances
de AVC.
Além dos efeitos nocivos cumulativos, os riscos de fumantes sofrerem infarto, por exemplo, é
diretamente proporcional ao consumo de tabaco, ou seja, o risco aumenta de acordo com o
número de cigarros fumados por dia.
Sobrepeso e obesidade
O excesso de peso aumenta os riscos de um acidente vascular cerebral (AVC) ou o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Isso ocorre por causa dos níveis elevados de açúcar no sangue, que aumentam a pressão arterial
e podem dificultar o fluxo de sangue pelos vasos sanguíneos, causando doenças como doença
arterial coronária ou doença arterial periférica.
A doença ainda pode ser potencializada pelo diabetes, com a qual está intimamente relacionada.
Diabetes Mellitus
Muitas vezes aliada à obesidade, a diabetes pode potencializar os sintomas de doenças
cardiovasculares. Isso porque a doença causa hipertensão, o que aumenta as chances de doenças
cardiovasculares como o AVC.
Consumo excessivo de álcool
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Normalmente, pessoas com altos índices de triglicerídeos também apresentam baixos níveis de
HDL, o que pode ser bastante prejudicial, já que índices baixos de HDL também podem causar
doenças cardiovasculares.
Por isso, uma boa maneira de aumentar os valores de HDL é através da prática regular de
exercícios
Diabetes
A glicose elevada no sangue pode danificar as artérias. Por isso, pessoas com diabetes tipo 1 ou
2 têm mais risco de sofrerem de doenças cardiovasculares, já que a deficiência na produção de
insulina leva ao aumento dos níveis de açúcar no sangue.
Seja diabetes tipo 1, a congênita, ou tipo 2, adquirida, é muito importante que os profissionais
investiguem, em pacientes com esse tipo de problema, à saúde cardiovascular.
Má alimentação
Uma dieta rica em gordura pode acelerar a formação de depósitos de gordura dentro das artérias,
elevando os níveis de colesterol e pressão arterial.
Sedentarismo
Indivíduos que não se exercitam regularmente têm normalmente níveis mais elevados de
colesterol, pressão arterial e stress, sendo também mais propensas ao sobrepeso.
Sobrepeso ou obesidade
O sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de desenvolver diabetes e pressão arterial elevada.
Indivíduos nessas condições muitas vezes têm dietas pobres e não se exercitam com
regularidade.
Consumo excessivo de álcool
Além de causar patologias no fígado, como a cirrose, o álcool prejudica muito outros órgãos,
como o coração, cérebro e testículos, enfraquecendo as artérias e danificando as células.
Estresse
O stress pode aumentar a pressão arterial e, os hormônios associados ao estresse, também
podem aumentar os seus níveis de glicose no sangue.
Gengivite e outros problemas bucais
Periodontite, gengivite, cáries e outros problemas bucais podem desencadear problemas
cardíacos, pois os microrganismos alojados na mucosa oral podem aprofundar-se e atingir os
vasos sanguíneos, causando infecções nos tecidos do coração.
Idade e sexo
Dois fatores de risco não modificáveis, isto é, que não dependem do paciente, são a idade e o
sexo. Ser do sexo masculino é um fator de risco para o desenvolvimento de doenças
cardiovasculares, o que se agrava conforme o aumento da idade.
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As mulheres, até o momento da menopausa, estão mais protegidas dessa doença, pois os
hormônios femininos atuam defendendo-as desse tipo de problema.
Entretanto, é necessário investigar a saúde do sistema circulatório, atentando-se aos níveis de
colesterol e outros fatores de risco cardiovascular.
2.3 SINTOMAS
Abaixo, tem-se uma lista com os principais sintomas que indicam algum problema cardíaco.
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O aumento de fluxo do sangue através da contração dos vasos sanguíneos aumenta a pressão
arterial, deixando o paciente mais suscetível à problemas cardiovasculares.
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Este é um exame de ultrassom, ou seja, se utiliza de ondas sonoras para criar uma imagem em
tempo real do coração.
Em alguns casos, são colocados eletrodos no peito do paciente para que o exame seja realizado
em associação ao eletrocardiograma. Também pode ser usado um oxímetro para medir a
oxigenação do sangue durante o procedimento.
Cateterismo cardíaco e angiografia coronária
Estes são métodos semi-invasivos que permitem estudar o coração e os vasos sanguíneos que
irrigam o órgão (artérias coronárias) sem que seja necessário realizar uma cirurgia.
Geralmente são feitos quando:
Os exames não invasivos fornecem informações insuficientes ou quando sugerem que há um
problema no coração ou nos vasos sanguíneos;
O paciente apresenta sintomas que tornam muito provável a presença de algum problema no
coração ou na artéria coronária.
Cateterismo cardíaco
Neste exame, um cateter fino (um tubo de plástico pequeno, flexível e oco) é inserido em uma
artéria ou veia do pescoço, braço ou virilha por uma punção feita por uma agulha. É dada
anestesia local na área de inserção e, em seguida, o cateter é direcionado através dos vasos
sanguíneos principais até o interior das câmaras do coração.
Através desse tubo, diversos instrumentos podem ser guiados até o coração. Eles incluem
dispositivos para medir a pressão em cada câmara do coração e nos vasos sanguíneos ligados
ao órgão, visualizar ou registrar imagens de ultrassom do interior dos vasos sanguíneos, coletar
amostras de sangue de diferentes partes do coração ou remover uma amostra de tecido de dentro
do coração para exame microscópico.
É a única maneira de medir diretamente a pressão do sangue em cada câmara do coração e nos
principais vasos sanguíneos que se ramificam do coração para os pulmões.
Angiografia coronária
A angiografia coronária é bastante similar ao cateterismo, sendo feito quase sempre
simultaneamente. Nele, depois de se injetar um anestésico local, o médico introduz um cateter
fino em uma artéria através de uma incisão no braço ou na virilha. Este cateter vai ser
direcionado até o coração e, em seguida, até as artérias coronárias.
Depois que a ponta do cateter foi inserida no local determinado, um agente de contraste
(corante) radiopaco, ou seja, que pode ser visto em radiografias, é injetado através do cateter
nas artérias coronárias e o contorno das mesmas pode ser visualizado em uma tela.
Essas imagens podem detectar bloqueios ou espasmos nas artérias coronárias. É o exame que
fornece informações sobre as artérias coronárias que irrigam o coração com sangue rico em
oxigênio.
Radiografia do tórax
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A radiografia do tórax é chamada comumente de raio-X de tórax. Esse exame é utilizado para
diagnosticar doenças que afetam o tórax e suas estruturas próximas. Através dele, é possível
observar o tamanho e formato dos pulmões, do coração e dos principais vasos sanguíneos.
É utilizado muito raramente para o diagnóstico de doenças cardíacas, pois não fornece
informações tão precisas quanto um ecocardiograma, por exemplo.
Tomografia computadorizada por feixe de elétrons (EBCT)
Este teste é rápido e sensível para detectar o acúmulo de cálcio nas artérias do coração. A
quantidade de cálcio nas artérias dá a possibilidade de diagnosticar a aterosclerose
(endurecimento das artérias).
Ressonância magnética
A ressonância magnética permite a visualização dos órgãos do interior do corpo humano e das
estruturas superficiais musculares, ligamentares e tendinosas.
Nele, o paciente é exposto a um campo magnético que realinha as moléculas de água dentro do
corpo para gerar uma imagem em tempo real do órgão a ser analisado.
Mudanças de comportamento
Mudanças de comportamento são uma maneira não só de prevenir a doença, mas também de
evitar que os sintomas causados por ela se intensifiquem. Por isso, deve-se orientar:
Dieta com gordura e sal reduzidos;
Prática de exercício físico moderado;
Parar de fumar;
Diminuir o consumo de álcool.
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Uso de medicamentos
Mudanças de hábito por si só não são suficientes para melhorar a qualidade de vida de uma
pessoa diagnosticada com alguma doença cardíaca.
Alguns medicamentos são prescritos como medida de controle. Desta forma, o enfermeiro deve
deter conhecimentos acerca dos mais utilizados. O tipo de medicação vai depender do tipo de
alteração no sistema cardiovascular.
Os medicamentos serão estudados no capítulo seguinte!!!
Cirurgia
Em algumas situações faz-se necessário a realização de alguns procedimentos, como o
cateterismo cardíaco, ou então cirurgias.
O tipo de procedimento a ser utilizado vai depender da doença que afeta o paciente e do tamanho
do dano causado ao coração. Dentre os principais procedimentos, se encontram:
Cirurgia de revascularização cardíaca
Esta cirurgia é realizada quando as artérias não conseguem mais fornecer sangue suficiente para
o coração.
O procedimento, então, tem como objetivo restaurar o fluxo sanguíneo do coração.
Angioplastia com balão
Trata-se de um método minimamente invasivo que tem como objetivo alargar as artérias
estreitas. O profissional capacitado insere um balão pequeno dentro da artéria do paciente e a
infla no local onde é necessário para tratar dos problemas.
Reparação e substituição da válvula cardíaca
Este procedimento corrige a válvula cardíaca que apresenta mau funcionamento. É um
procedimento minimamente invasivo em que o profissional vai promover mudanças nas
estruturas das válvulas do coração.
Transplante do coração
Trata-se da substituição de um coração por outro, vindo de um indivíduo que esteja em morte
cerebral e que seja compatível com o do paciente que tem alterações cardiovasculares.
Medicamentos
Medicamentos utilizados para prevenir doenças cardiovasculares podem incluir:
Anti-hipertensivos, tais como enzimas de conversão da angiotensina (ECA)
Estatinas: usadas para diminuir os níveis de colesterol no sangue;
Dose baixa de Aspirina: utilizado para prevenir coágulos sanguíneos.
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2.6 CONSEQUÊNCIAS
Quando não tratadas da maneira correta, as doenças cardiovasculares podem trazer uma série
de consequências graves. Entenda:
Falência cardíaca
Uma das complicações mais comuns quando falamos de doenças cardiovasculares é a falência
cardíaca. Ela acontece quando o coração não consegue bombear sangue o suficiente para suprir
as necessidades do corpo.
A falência cardíaca é resultado de uma grande de complicações de doenças cardiovasculares,
incluindo defeitos congênitos e infecções.
Infarto
O infarto acontece quando o coração deixa de receber uma quantidade suficiente de sangue
oxigenado. Esse problema ocorre por conta de uma obstrução na veia coronária, que pode
acontecer por diversos motivos, que variam desde um coágulo sanguíneo na região até a
formação de placas de gordura.
Por conta da falta de oxigenação nessa região, o músculo do coração entra em processo de
necrose, o que pode levar à morte do paciente.
Acidente vascular cerebral (AVC)
O acidente vascular cerebral (encefálico), ou AVC, é uma condição médica séria que ocorre
quando o suprimento de sangue para o cérebro é perturbado.
Como todos os órgãos, o cérebro precisa de um fornecimento constante de oxigênio e de
nutrientes para funcionar corretamente. Tais nutrientes e o oxigênio são fornecidos pelo sangue,
por isso, se o seu fluxo sanguíneo é restrito ou interrompido, as células cerebrais começam a
morrer. Isto pode levar a danos cerebrais irreversíveis e, à morte.
Portanto, um acidente vascular cerebral trata-se de uma emergência e o tratamento imediato é
essencial, é vital.
Aneurisma
Trata-se de uma dilatação na parede interior das artérias. Se um aneurisma rompe, é possível
que o paciente enfrente uma hemorragia interna complicada e com alto risco de morte.
Parada cardíaca
Normalmente, a parada cardíaca é resultado de um distúrbio elétrico no coração.
Trata-se de uma parada súbita e inesperada da função do coração, da respiração e perda da
consciência. Ela é muitas vezes causada por conta de arritmia cardíaca e também é considerada
uma emergência.
2.7 PREVENÇÃO
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A maioria das mortes causadas por doenças cardiovasculares são prematuras e podem ser
facilmente evitadas com algumas mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável e
balanceada e cessação do fumo.
Estima-se que as DCV sejam responsáveis por cerca de 1 em cada 3 mortes prematuras em
homens e 1 em cada 5 mortes prematuras em mulheres.
A maioria dos fatores de risco para doença cardiovascular (DCV) estão “conectados”, o que
significa que se o paciente apresenta um fator de risco, ele possivelmente terá outros.
Por exemplo, indivíduos que consomem muito álcool geralmente têm dietas pobres em
nutrientes e são mais propensos a fumar. Além disso, as pessoas obesas são mais propensas a
ter diabetes, colesterol alto e pressão arterial elevada.
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03
MEDICAMENTOS UTILIZADOS EM CARDIOLOGIA
3.2 DIURÉTICOS
Aliviam os sintomas na insuficiência cardíaca.
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3.2.2 Tiazídicos
Hidroclorotiazida e clortalidona, agindo no co-transportador Na+- Cl- no túbulo contorcido
distal, possuem limitada ação como monoterapia nos pacientes com ICC avançada e exibem
sinergia com os diuréticos de alça para pacientes com resistências aos diuréticos de alça.
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3.6 ANTITIARRÍTMICOS
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3.6.1 Quinidina
Indicação para flutter atrial, fibrilação atrial, taquicardia atrial. Sua utilização principal é o
bloqueio do canal de sódio, reduzindo a frequência cardíaca, prolongamento na condução nodal
AV.
Os efeitos colaterais mais comuns são os digestivos, como náuseas, vômitos, anorexia e diarreia
3.6.2 Procaínamida
Eficaz para tratamento de taquicardia e fibrilação atrial e taquicardia ventricular. Ela é capaz
de suprimir tanto a condução anterógrada quanto retrograda sobre tratos anômalos AV.
sintomas gastrintestinais são muito comuns como efeitos adversos, além da síndrome “lúpus-
like.
3.7 ANTIPLAQUETÁRIOS
3.7.1 AAS
AAS Anti-inflamatório não esteroide inibidor da COX-2 com indicações para redução de risco
de mortalidade em suspeita ou antecedentes de IAM, redução do risco do primeiro infarto do
miocárdio em pacientes com fatores de risco cardiovasculares, redução do risco de
morbimortalidade em pacientes com angina estável ou instável.
Os efeitos colaterais correspondem a distúrbios TGI, hemorragias GI e insuficiência renal. É
contraindicado no último trimestre da gravidez, asma induzida por salicilatos,
hipersensibilidade, etc.
3.7.2 Clopidogrel
Importante na redução de eventos ateroscleróticos, como AVC ou IAM. É contraindicado se
gestante ou lactante e possui algumas reações adversas, como: prurido, dor, náusea e
sangramento TGI, cefaleia, sincope e tontura.
3.8 VASODILATADORES
Correspondem ao nitroprussiato de sódio (ação mista), nitroglicerina (venodilatador) e
hidralazina (arteriodilatador). Sua indicação é para hipertensão pré-operatória, controle da ICC,
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3.9 HIPOLIPEMIANTES
3.9.1 Estatina
As estatinas são uma classe de agentes hipolipemiantes que inibem a enzima que catalisa um
passo limitante da velocidade na produção de colesterol. O tratamento com estatinas leva a
redução nos níveis séricos de colesterol total, LDL-C, e triglicerídeos, sendo, pois, importantes
na prevenção primária da doença cardiovascular aterosclerótica para adultos de 40 a 75 anos.
Essa classe de drogas tem várias atuações no sistema, dentre as quais, as principais são:
propriedades antiinflamatórios, ações imunomoduladoras, efeito antitrombogênico, melhora da
disfunção endotelial.
Podem ser lipofílicas (sinvastatina, atorvastatina para uso pediátrico) ou hidrofílicas
(pravastatina para uso pediátrico, rosuvastatina para escolha em HIV+, são mais
hepatosseletivas).
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04
ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES DO ENVELHECIMENTO
Diversos fatores são implicados nas modificações sofridas pelo coração senil, por exemplo:
dano celular oxidativo direto relacionado a radicais livres; erros no mecanismo de reparo
cromossômico e perda de informação genética em razão do encurtamento telomérico resultando
em acúmulo de mutações somáticas e alterações na síntese proteica; falhas na regulação
apoptótica resultando na substituição fibrosa dos miócitos e tecido de condução; hipertrofia dos
miócitos restantes; acúmulo de agressões ambientais resultando em déficit funcional
progressivo; aterosclerose e enrijecimento vascular global; substituição fibrosa e calcificação
valvar mais evidente em mitral e aórtica.
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4.2.1 Arritmias
Em idosos, o traçado eletrocardiográfico é de fundamental importância como método
complementar para a avaliação cardiovascular. Entretanto, algumas particularidades devem ser
consideradas para sua realização e interpretação eficazes. Fatores associados, como déficits
cognitivos e parkinsonismo, demandam implicações técnicas específicas e muita paciência na
execução do exame. Diferentemente do adulto jovem, muitas drogas podem alterar
significativamente o traçado eletrocardiográfico do indivíduo idoso.
Idosos saudáveis podem apresentar traçados eletrocardiográficos compatíveis com a
normalidade, mas a grande maioria apresenta alterações detectáveis relacionadas ao próprio
processo de presbicárdia ou relacionadas a processos patológicos subjacentes.
Alterações relacionadas ao processo senil dos tecidos de condução elétrica também podem
resultar em alterações detectáveis eletrocardiograficamente. Dentre tais alterações, citam-se
como mais comuns:
Bradiarritmias e atrasos na condução atrioventricular (bloqueios atrioventriculares) parciais ou
totais;
Hipertrofia ou sobrecarga ventricular esquerda;
Alterações de segmento ST e onda T;
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Fibrilação atrial;
Extrassístoles supra e/ou ventriculares.
O achado isolado de distúrbios de condução e arritmias em idosos não significa necessariamente
presença de doença de base concomitante.
A seguir, são feitas algumas considerações sobre as particuliaridades das assim chamadas
arritmias nos pacientes idosos.
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4.3 TRATAMENTO
O tratamento deve ser individualizado e visa à prevenção do tromboembolismo, ao controle da
frequência cardíaca e à prevenção das recorrências.
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Drogas antiarrítmicas
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Taquicardia ventricular,
Disopiramida extrassístoles ventriculares. Retenção urinária, síncope.
I-B
II – Betabloqueadores
Taquicardia reentrante sinusal, Depressão mental, bradicardia,
Propranolol, atenolol e taquicardia sinusal, broncoespasmo, tonturas,
metoprolol taquicardia atrial multifocal. confusão mental.
III – Bloqueadores de canais de potássio
Fibrilação atrial, flutter atrial, Bradicardia, tremores, ataxia,
taquicardia funcional, neurotoxicidade, hipo ou
Amiodarona taquicardia ventricular. hipertireoidismo.
Taquicardia ventricular,
fibrilação atrial, taquicardia Dispneia, tonturas, bradicardia,
Sotalol atrial. hipotensão.
IV – Bloqueadores de canais de cálcio
Controle de resposta
ventricular em FA e flutter,
taquicardia atrial, taquicardia
Diltiazem ventricular. Tonturas, hipotensão.
Taquicardia por reentrada
Verapamil nodal AV Edema, bradicardia, hipotensão.
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4.4.1 Tratamento
A decisão de se iniciar o tratamento anti-hipertensivo em pacientes idosos deve levar em
consideração não somente os níveis pressóricos, mas também a presença de outros fatores de
risco cardiovascular e a presença ou não de lesões em órgãos-alvo. A idade acima de 60 anos,
sem distinção entre os sexos, por si só já é considerada um fator de risco. Outros fatores de risco
que devem ser considerados são: tabagismo, diabetes, dislipidemia e história familiar de doença
cardiovascular.
Como lesões em órgãos-alvo, consideram-se hipertrofia ventricular esquerda, angina ou infarto
do miocárdio prévio, revascularização miocárdica prévia, insuficiência cardíaca, nefropatia,
doença vascular arterial periférica, episódio isquêmico ou acidente vascular encefálico e
retinopatia hipertensiva.
As medidas dietéticas com a redução na ingesta de sal e as mudanças de hábitos de vida devem
sempre ser estimuladas em qualquer faixa etária. Tais medidas, em alguns indivíduos, podem
ser a única estratégia terapêutica com bons resultados.
As indicações medicamentosas são as mesmas dos indivíduos adultos jovens, cabendo ressaltar
a necessidade de titulação cuidadosa de doses para se evitar eventos hipotensivos com
consequências graves, como quedas. Atenção especial deve ser dispensada à utilização de
múltiplas medicações, potencializando o risco de interações medicamentosas em indivíduos
idosos.
Os pacientes devem receber orientações quanto aos efeitos colaterais e interações
medicamentosas dos anti-hipertensivos. Também é preciso dar atenção à utilização de
medicações ou alimentos potencialmente hipertensores, destacando-se anti-inflamatórios não
esteroidais, anti-histamínicos e descongestionantes, antidepressivos tricíclicos, corticoides,
hormônios tireoidianos, antiácidos ricos em sódio e cafeína.
Uma abordagem multiprofissional e a participação ativa da família aumentam as taxas de
adesão e eficácia do tratamento. O alvo terapêutico deve ser atingido de forma gradual,
observando-se a resposta individual e a manutenção da qualidade de vida.
Mesmo em idades avançadas, o tratamento da hipertensão arterial sistólica isolada deve ser
considerado necessário. Todas as classes de medicamentos anti-hipertensivos, com exceção dos
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05
DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA
5.2 DIAGNÓSTICO
Nos idosos, há maior probabilidade de isquemia silenciosa e de sintomas atípicos em relação
aos mais jovens. Os sintomas isquêmicos no idoso podem ser dispneia, dor nas costas ou no
ombro, fraqueza, fadiga ou desconforto epigástrico. Por sua maior restrição física e alta
incidência de diabete melito, podem apresentar sintomas isquêmicos pouco associados ao
esforço, podendo apresentá-los em repouso ou associados ao estresse emocional. Alterações no
sensório podem limitar a precisão da história clínica.
A ausência de sintomas durante evidência de isquemia miocárdica em eletrocardiografia,
caracterizando episódios de isquemia silenciosa, foi relatada em 20 a 50% de pacientes com 65
anos ou mais.
A eletrocardiografia de esforço em idosos apresenta menor especificidade para insuficiência
coronariana em razão da maior frequência de anormalidades no segmento ST-T em repouso.
Além disso, muitos idosos são incapazes de se exercitar sobre a esteira, o que dificulta sua
indicação para esse grupo de pacientes. Estima-se sensibilidade de 84% e especificidade de
70% para detecção de insuficiência coronariana em pacientes acima de 75 anos pelo teste
ergométrico.
Outros métodos que utilizam estresse farmacológico, como a cintilografia miocárdica com tálio
antes e após uso de adenosina ou dipiridamol e o ecocardiograma sob estresse com dobutamina,
podem ser utilizados para investigação diagnóstica ou avaliação prognóstica em pacientes
impossibilitados de se exercitar sobre a esteira.
A incidência elevada de calcificação coronariana sem obstrução significativa ao fluxo é um
fator que pode atrapalhar a interpretação da angiotomografia coronariana em idosos.
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5.3 TRATAMENTO
Os objetivos do tratamento dos pacientes idosos com DAC crônica não diferem dos pacientes
mais jovens. Tais objetivos, em última análise, são melhorar a sobrevida (preservando a função
ventricular esquerda), reduzir riscos (diminuindo a chance de IAM e outros eventos) e aliviar
sintomas anginosos.
Não há restrição de idade para o tratamento da doença arterial coronariana, a menos que a
expectativa de vida seja inferior a 2 anos. Contudo, procedimentos invasivos devem ser
avaliados com cautela, devendo-se pesar os riscos e os benefícios das intervenções, como a
angioplastia percutânea e, sobretudo, a cirurgia de revascularização do miocárdio.
Em relação ao tratamento clínico da doença arterial coronariana, há poucos estudos que incluem
pacientes com mais de 75 anos. Um desses estudos foi o Heart Protection Study, que observou
os efeitos da sinvastatina em pacientes com doença arterial coronariana de 40 a 80 anos de
idade. Demonstrou mortalidade total reduzida em vários subgrupos de pacientes, inclusive
naqueles com mais de 75 anos de idade. Em relação a estudos de prevenção primária, não há
dados publicados sobre essa população.
Há maior frequência de efeitos colaterais com o uso de medicamentos para o tratamento de
idosos com DAC. A idade aumenta a incidência de miopatia induzida por estatina e esta pode
ser de difícil reconhecimento nos idosos. Deve-se usar a menor dose eficaz de estatina, e sinais
e sintomas devem ser monitorados, devendo haver baixo limiar para coleta de testes
laboratoriais.
Alguns nitratos podem provocar hipotensão postural em idosos, sendo preferidos os
mononitratos ou aqueles de formulação transdérmica. Os betabloqueadores não aumentam a
incidência de depressão em estudos randomizados, porém sabe-se que os não lipofílicos
(atenolol, nadolol) podem produzir menos efeitos no sistema nervoso central. Bloqueadores de
canais de cálcio, especialmente os di-hidropiridínicos, podem causar edema de membros
inferiores com maior frequência nos idosos. Formulações de ação curta devem ser evitadas,
pois podem causar hipotensão postural. O verapamil pode exacerbar a constipação.
Betabloqueadores e bloqueadores de canais de cálcio devem ser evitados em pacientes com
doença do nó sinusal.
As formas de tratamento de revascularização miocárdica, tanto cirúrgica quanto percutânea,
têm sido realizadas com frequência cada vez maior em pacientes idosos, sendo que atualmente
metade dos pacientes submetidos a tais procedimentos têm mais de 65 anos. As indicações são
as mesmas para os mais jovens: lesão grave de tronco de coronária esquerda, DAC triarterial
principalmente se houver disfunção ventricular, biarteriais com DA envolvida + disfunção
ventricular ou ICo demonstrada por teste não invasivo, teste não invasivo de alto risco (p.ex.,
extensa área de miocárdio isquêmico), sobreviventes de PCR ou TVS ou insucesso no
tratamento clínico.
Apesar de presentes em número limitado de estudos, esse grupo de pacientes tem apresentado
bons resultados com tais estratégias. O estudo BARI (Bypass Angioplasty Revascularization
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Investigation) é um dos maiores registros envolvendo pacientes com mais de 75 anos de idade.
Pacientes com 65 a 80 anos com doença arterial coronariana multiarterial foram randomizados
para revascularização miocárdica cirúrgica (RM) ou angioplastia percutânea (ATC). Pacientes
submetidos à RM apresentaram morbimortalidade maior e mais precoce e AVC, porém
apresentaram maior alívio de angina e menor reintervenções. Contudo, após período de 5 anos,
apresentaram taxa de sobrevida semelhante ao grupo ATC (86% para RM vs. 81,4% para ATC).
Precocemente, o grupo ATC apresentou mais insuficiência cardíaca e edema pulmonar.
Dados de registro sugerem mortalidade intra hospitalar para ATC menor que 1% em pacientes
com menos de 60 anos, aumentando para 4% naqueles acima de 75 anos. Em relação à RM, a
mortalidade intra hospitalar é de menos de 2% em pacientes com menos de 60 anos e entre 6 e
8% nos pacientes com mais de 75 anos. Acima de 80 anos de idade, a mortalidade intra
hospitalar é de quase 10%. Mulheres com mais idade são o subgrupo de maior risco.
Complicações não fatais também são mais frequentes após procedimentos em idosos. AVC
ocorre em pouco menos de 1% após ATC e em 3 a 6% após RM em pacientes acima de 75
anos. Além disso, são mais frequentes nos idosos: ventilação mecânica mais prolongada, maior
necessidade de suporte inotrópico e balão intra aórtico, maior incidência de sangramentos,
delirium, insuficiência renal, infarto perioperatório e infecções. Além disso, a duração da
incapacidade e a reabilitação são mais prolongadas nesses pacientes.
O estudo TIME (Trial of Invasive versus Medical Therapy in Elderly Patients) comparou
tratamento invasivo (ATC ou RM) com terapia clínica otimizada em pacientes com doença
arterial coronariana com mais de 75 anos de idade apresentando angina refratária à terapia
padrão. Embora tenha mostrado uma vantagem para RM em 6 meses, a vantagem não estava
mais presente após 1 ano. A RM apresentou maior risco precoce de morte e complicações,
enquanto que a terapia clínica demonstrou maior chance de eventos posteriores (hospitalização
e revascularização), sem uma vantagem entre as duas estratégias.
Tendo em vista procedimentos de revascularização do miocárdio, a idade por si só não deve ser
utilizada como critério isolado para a escolha da opção de tratamento. Fatores clínicos e status
funcional também devem ser levados em consideração, assim como o desejo do paciente e as
expectativas da família.
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06
SÍNDROMES CORONARIANAS AGUDAS
Cerca de 60% dos pacientes admitidos em um hospital por IAM apresentam mais de 65 anos
de idade. Com o aumento da idade, a proporção entre homens e mulheres se equipara entre as
idades de 75 a 84 anos, e, acima desta idade, há maior prevalência de mulheres com síndromes
coronarianas agudas.
Após os 65 anos de idade, há maior incidência de pacientes com limitações funcionais,
insuficiência cardíaca, doença arterial coronariana prévia e insuficiência renal. Após os 85 anos,
há menor proporção de pacientes que se apresentam com dor torácica ou elevação do segmento
ST nas primeiras horas dos sintomas.
A mortalidade é 3 vezes maior em pacientes com mais de 85 anos de idade em relação a
pacientes com menos de 65 anos. Dor ou desconforto torácico são os sintomas mais frequentes,
porém pacientes idosos podem apresentar outras queixas decorrentes de isquemia coronariana
aguda, como dispneia, edema pulmonar, mal-estar ou sintomas neurológicos como síncope,
AVC ou confusão mental. A interpretação inicial do ECG também pode ser dificultada por
alterações decorrentes de hipertrofia ventricular, alterações de condução intraventricular ou
distúrbios do ritmo cardíaco.
Quanto ao tratamento das síndromes coronarianas agudas, há algumas particularidades nos
idosos:
Há poucos estudos em pacientes com mais de 75 anos de idade;
Até 75 anos, há redução da mortalidade com a terapia fibrinolítica em síndromes coronarianas
agudas com supra desnivelamento do segmento ST, como ocorre em pacientes mais jovens;
Acima de 75 anos, há maior risco de sangramentos, sendo o principal a hemorragia
intracraniana. Também há maior risco de ruptura cardíaca;
Aspirina reduz a mortalidade em pacientes acima de 70 anos, porém é menos utilizada nesse
grupo de pacientes;
Clopidogrel associado a aspirina reduz eventos em pacientes com menos e mais de 65 anos de
idade; não há dados significativos em pacientes com mais de 75 anos;
Os inibidores de GP IIb/IIIa parecem eficazes em pacientes com mais de 70 anos de idade,
embora possam aumentar o risco de sangramentos graves, sendo a hemorragia intracraniana o
local mais comum;
Pacientes idosos com síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento de ST
beneficiam-se de angioplastia primária quando comparados ao tratamento fibrinolítico, apesar
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07
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL E DOENÇA ARTERIAL CAROTÍDEA
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08
INSUFICIÊNCIA CARDÍACA
8.1 EPIDEMIOLOGIA
A prevalência e a incidência de insuficiência cardíaca (IC) na população acima de 65 anos de
idade vêm aumentando. Estima-se que, em pacientes acima de 80 anos, a incidência possa
chegar a 42 casos/1.000 idosos/ano. É mais comum em homens do que em mulheres, porém,
pela maior longevidade delas, a descompensação é mais comum no sexo feminino e, menos
frequentemente, têm etiologia isquêmica.
A variável idade é fator independente de pior prognóstico na insuficiência cardíaca, assim como
a disfunção ventricular. Os pacientes com comprometimento sistólico têm pior prognóstico
quando comparados com os portadores de disfunção diastólica (DD).
8.3 DIAGNÓSTICO
Os pacientes idosos, quando comparados com pacientes mais jovens, apresentam maior
frequência de sedentarismo e, por isso, demoram a apresentar sintomas de insuficiência
cardíaca.
Dispneia, fadiga e intolerância ao exercício são as manifestações mais comuns. Entretanto, não
se deve esquecer dos diagnósticos diferenciais, que são:
Anemia;
Hipotireoidismo;
Depressão
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Tromboembolismo pulmonar;
Doenças pulmonares.
Vale lembrar também que alguns sintomas são altamente sugestivos de insuficiência cardíaca,
como dispneia paroxística noturna. O edema de membros inferiores pode decorrer de causas
secundárias, como insuficiência venosa periférica, e é frequente em pacientes acamados.
Turgência jugular e ritmos de galope com B3 (IC sistólica) e B4 (IC diastólica) podem estar
presentes.
Nos pacientes com insuficiência cardíaca, o aparecimento de fibrilação atrial pode levar à
descompensação, pois a perda da contração atrial diminui o enchimento ventricular e o débito
cardíaco. A fibrilação atrial é muito frequente na população idosa e com IC diastólica.
Radiografia de tórax demonstra cardiomegalia na IC sistólica e coração de tamanho normal nos
pacientes com IC e fração de ejeção normal. Na fase de descompensação, observa-se
cefalização da trama vascular, derrame pleural e linhas de Kerley.
O uso de BNP tipo B e pro-BNP pode auxiliar no diagnóstico desses pacientes, sobretudo
naqueles que se apresentam em investigação de quadro com dispneia. É importante frisar que
idade avançada, sexo feminino e disfunção renal estão associados, independentemente com
elevação do BNP.
8.4 TRATAMENTO
IC sistólica
Tratamento não farmacológico
Restrição de sódio, atividade física moderada e cessação de tabagismo.
intoxicação que ocorre principalmente em pacientes com disfunção renal. A dose recomendada
é meio comprimido/dia, entretanto, recomenda-se a monitoração da dose sérica. Níveis entre
0,5 e 0,9 ng/mL demonstraram um possível benefício na mortalidade na subanálise do estudo
DIG.
Diuréticos de alça
Furosemida 20 mg 240 mg
Bumetanida 0,5 a 2 mg 10 mg
Tiazídicos
Hidroclorotiazida 25 mg 100 mg
Metolazona 2,5 mg 10 mg
Indapamida 2,5 mg 5 mg
Poupadores de potássio
Espironolactona 25 mg 50 mg
Amilorida 2,5 mg 20 mg
Triantereno 25 mg 100 mg
As medicações que alteram a mortalidade são inibidores da ECA (iECA), antagonistas da
aldosterona, inibidores do receptor AT1 da angiotensina II, betabloqueadores e a associação de
hidralazina e monocordil. Essas medicações devem estar sempre na dose máxima tolerada pelo
paciente sem que apareçam os efeitos colaterais da medicação. Para atingir essa dose máxima,
a cada retorno ambulatorial a dose deve ser aumentada progressivamente, em especial os
betabloqueadores.
Os iECA estão indicados na fase inicial da doença, têm efeitos pré e pós-carga e no
remodelamento miocárdico. As limitações para seu uso são insuficiência renal aguda,
hipercalemia e alergia aos componentes do fármaco.
Os betabloqueadores são drogas que, da mesma forma, atuam no remodelamento miocárdico
levando ao aumento da expressão dos receptores beta-adrenérgicos e melhorando a atividade
contrátil a longo prazo. As medicações dessa classe aprovadas para o uso são bisoprolol,
succinato de metoprolol e carvedilol. As contraindicações para seu uso são broncoespasmo,
bloqueios atrioventriculares e choque cardiogênico. Na fase aguda de descompensação, o
usuário crônico de betabloqueadores pode ter sua medicação suspensa ou reduzida em 50% da
dose, a depender da gravidade na apresentação e a resposta a terapia instituída.
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Os inibidores do receptor AT1 da angiotensina II têm sua principal indicação nos intolerantes
a iECA (principalmente por tosse); sua vantagem é a facilidade na adesão medicamentosa, pois
a maioria é administrada 1 vez/dia. Em algumas situações, como insuficiência renal crônica e
IC sintomático em uso de medicações, pode ser usada a associação com iECA, apesar das
poucas evidências. As contraindicações são as mesmas do uso de iECA.
Os antagonistas da aldosterona são medicações que alteram a morbimortalidade do paciente
atuando no remodelamento cardíaco. Devem ser iniciados nos pacientes com classe III e IV. As
contraindicações são insuficiência renal (Cr > 2,0 em mulheres e Cr > 2,5 em homens) e
hipercalemia (K > 5,5).
A associação de hidralazina e monocordil atua na pré e na pós-carga, sendo sua principal
indicação nos pacientes com insuficiência renal aguda.
I-ECA
Ramipril 2,5/10 mg 1 vez/dia
Captopril 6,25/50 mg 3 vezes/dia
Lisinopril 2,5 a 5/40 mg 1 vez/dia
conseguiram mostrar evidências suficientes para seu uso na população idosa acima de 75 anos.
Como regra geral, o uso do marca-passo multissítio está indicado em pacientes com IC sistólica
em uso de medicações em doses máximas toleráveis que possuam QRS acima de 150 mm, ou
QRS entre 120 e 150 mm na presença de dissincronia intraventricular e interventricular em
exames complementares.
O cardio desfibrilador implantável está indicado em todos os pacientes com morte súbita
abortada e bem documentada no âmbito da IC sistólica, excluindo-se causas justificáveis para
o evento, entretanto, o paciente precisa ter uma sobrevida maior que 1 ano.
8.5 IC DIASTÓLICA
A terapia na IC diatólica é baseada em 4 pilares:
Controle da hipertensão sistólica e diastólica;
Controle da frequência cardíaca em pacientes com fibrilação atrial;
Controle da congestão pulmonar e do edema de membros inferiores;
Revascularização miocárdica em pacientes com isquemia.
Durante a terapia, é preciso estar atento para reduções na pré-carga, pois o paciente com IC
diastólica tem baixa complacência ventricular e necessita de alta pré-carga para bons
enchimento ventricular e débito cardíaco.
As medicações utilizadas são betabloqueadores, inibidores da angiotensina II, antagonistas da
aldosterona, iECA, diuréticos e antagonistas de cálcio. Essas medicações não alteraram de
forma significativa o desfecho clínico significativo em nenhum dos estudos (p.ex., CHARM-
Preserved e I-PRESERVE); os benefícios foram encontrados apenas com desfechos
ecocardiográficos.
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09
DOENÇAS VALVARES
9.1 FISIOPATOLOGIA
O coração sofre alterações estruturais com a idade, incluindo a degeneração mixomatosa e a
esclerose (deposição de colágeno). Esta predomina na valva aórtica e pode estar presente em
30% dos idosos, aumentando sua prevalência a partir dos 65 anos de idade. Além das alterações
supracitadas, a calcificação valvar e de suas cúspides pode ajudar na progressão da doença e
levar a estenoses valvares com gradientes importantes e causar limitação funcional nos
pacientes idosos. A doença esclerótica valvar ocorre em paralelo com a doença aterosclerótica,
e, por isso, os pacientes estão mais predispostos a síndromes coronarianas. Os fatores de risco
para a doença e sua progressão são:
Hipertensão;
Dislipidemia;
Tabagismo;
Insuficiência renal crônica;
Valva bicúspide;
Diabetes melito;
Baixa estatura;
Sexo feminino.
Fibrose e calcificação são as causas mais de comum de estenose aórtica no idoso. As lesões
regurgitativas são secundárias à miocardiopatia hipertensiva e ocorrem pós-evento isquêmico.
No lado direito, doenças pulmonares e IC são responsáveis pelo acometimento das valvas
pulmonares e tricúspide. No nosso país, não se pode esquecer da doença reumática, que
certamente está entre as principais etiologias das lesões valvares.
As lesões valvares são fatores predisonentes para endocardite infecciosa e também podem levar
à destruição do aparato valvar com lesões regurgitativas.
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10
DOENÇA AÓRTICA
10.2 DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é dependente do exame físico, visto que a sintomatologia é tardia e só ocorre nos
casos de doença avançada. Ao exame, o achado mais comum é o sopro sistólico em borda
esternal alta direita com irradiação para o pescoço; já os sinais e sintomas que indicam a
gravidade da lesão valvar são:
Sopro sistólico tardio;
Fenômeno de Gallavardin (simula insuficiência mitral);
Hipofonese de segunda bulha (componente aórtico);
Pulso parvus et tardus;
Pressão convergente com sinais de hipoperfusão.
Nenhum achado no exame físico pode predizer, de forma concreta, o aparecimento de sintomas,
pois este depende da capacidade adaptativa ao novo estado hemodinâmico. Pela limitação
funcional da população idosa, o aparecimento de sintomas pode ser muito tardio e esse é o
principal responsável pela indicação cirúrgica
O paciente pode evoluir com IC (mais comum), síncope e angina. Em alguns pacientes, a
estenose aórtica é diagnosticada após episódio de hemorragia digestiva baixa por
angiodisplasias colônicas. Essa associação é conhecida como síndrome de Heyde e, com
correção da lesão valvar, há regressão do quadro intestinal.
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10.3 TRATAMENTO
O tratamento proposto na fase inicial é o controle dos fatores de risco que interferem na
evolução da doença, porém, em um estudo randomizado duplo-cego, o uso de hipolipemiante
não demonstrou alteração na progressão da estenose aórtica. Quando o paciente não apresenta
comorbidades que justifiquem o uso de medicações, não existem evidências para uso de
quaisquer fármacos na doença valvar. Em pacientes sintomáticos e com remodelamento
ventricular excessivo, o racional para uso de inibidores de ECA e antagonistas de aldosterona
ainda não foi comprovado em ensaios clínicos e, por isso, seu uso não é recomendado de rotina.
Ao se medicar portadores de valvopatias, o médico clinico e o paciente devem estar preparados
para o procedimento cirúrgico no curto prazo, pois a farmacoterapia pode mascarar os sintomas
e fazer o clínico perca o momento exato da indicação cirúrgica, visto que a manifestação clínica
é o principal critério utilizado para indicar cirurgia.
Nos pacientes internados com estenose aórtica e insuficiência cardíaca descompensada, uma
opção seria uso de nitroprussiato de sódio associado a drogas inotrópicas e diuréticos. Já nos
casos graves, refratários e selecionados, o uso de valvuloplastia por cateter balão funciona como
ponte cirúrgica, mas nunca como tratamento definitivo, pois a mortalidade do procedimento
percutâneo é similar à dos pacientes sintomáticos não submetidos à cirurgia.
O tratamento de eleição é o cirúrgico, pois corrige o problema hemodinâmico e, em 1 semana,
já é possível visualizar a recuperação do miocárdio, processo conhecido como remodelamento
reverso. Existem inúmeros fatores que interferem na morbimortalidade do procedimento, como:
Grau de hipertrofia miocárdica;
Presença de insuficiência cardíaca;
Cirurgia de emergência;
Presença de insuficiência renal;
Concomitância de doença coronariana;
Cirurgia combinada.
Na decisão sobre a escolha da prótese, é preciso ter em mente os riscos e os benefícios do uso
da anticoagulação oral (ACO), pois sabe-se que tais medicações evitam fenômenos embólicos,
mas aumentam, de forma significativa, o risco de sangramento. As próteses metálicas
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necessitam obrigatoriamente de anticoagulação oral, por isso são preferidas nos pacientes que
já possuem indicação de anticoagulação oral, como portadores de fibrilação atrial crônica.
A prótese biológica é a de eleição, pois não há necessidade de anticoagulação oral contínua e a
duração da prótese em pacientes acima de 65 anos de idade é muito boa, podendo ultrapassar 8
anos.
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CALCIFICAÇÃO ANULAR MITRAL
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ENDOCARDITE BACTERIANA
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PROCESSO DE ENFERMAGEM NAS ALTERAÇÕES CARDIOVASCULARES
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DEFINIÇÃO DE SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM
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DEFINIÇÃO DE PROCESSO DE ENFERMAGEM
Coleta de
Diagnóstico de Planejamento
dados de
enfermagem de enfermagem
enfermagem
Implementação Avaliação de
enfermagem.
A inter-relação entre essas fases é importante pois elas se articulam e, o registro é fundamental
para que se possa dar continuidade ao cuidado e avaliar a qualidade da assistência de forma
sistematizada (TANNURE et al., 2015; LUIZ et al., 2010; COFEN, 2009).
Neste contexto, o desenvolvimento da Sistematização da Assistência de Enfermagem se torna
essencial para o processo de trabalho, pois contribuirá para a segurança do cuidado prestado
aos pacientes oportunizando avanços na qualidade da assistência, o que impulsiona sua adoção
nas instituições que prestam assistência à saúde (TRUPPEL et al., 2009).
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APLICAÇÃO DO PROCESSO DE ENFERMAGEM
16.1.1 Histórico
No histórico, o profissional deve investigar as causas da arritmia, quais os fatores contribuintes
para o desencadeamento desta. Pois esses fatores exercem influência na capacidade do coração
para bombear um volume sanguíneo adequado. E, consequentemente, pode haver diminuição
do débito cardíaco e do oxigênio que alcançar tecidos e órgãos.
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obtidos a partir da história do paciente e para observar os sinais de débito cardíaco diminuído
durante o evento arrítmico, principalmente as alterações no nível de consciência.
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EXAME FÍSICO
Avaliar a pele do paciente com arritmia, que pode estar fria e/ou pálida.
Podem ser observados sinais de retenção de líquido. Esses sinais podem ser observados por
meio da distensão das veias do pescoço e os estertores e sibilos auscultados nos pulmões.
Observar se há frequências e ritmo dos pulsos apical e periférico
Perceber batimentos cardíacos extras (BE e B4) e sopros cardíacos
Verificar pressão arterial
Após o histórico e exame físico, o profissional deverá fazer o julgamento clínico dos dados
colhidos e identificar os diagnósticos de enfermagem prioritários para cada situação clínica dos
indivíduos. Abaixo, listam-se alguns Diagnósticos, segundo a Taxonomia II da NANDA I,
comumente encontrados em pacientes que apresentam arritmias cardíacas.
Quando o plano de cuidados não é realizado de forma efetiva, o paciente pode apresentar
algumas complicações potenciais, como:
Parada cardíaca;
Insuficiência cardíaca;
Evento tromboembolítico, principalmente com a fibrilação atrial.
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A explicação dos efeitos, sinais e sintomas, que influenciam o controle e faz com que o
indivíduo se sinta mais preparados para possíveis eventos, também é atividade de enfermagem
primordial para o cuidado ao paciente e envolvimento da família.
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EVOLUÇÃO
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PACIENTE COM ANGINA DO PEITO
19.1 HISTÓRICO
O enfermeiro deve obter informações a respeito dos sintomas e atividades e atividades do
paciente, sobretudo aquelas que precedem e precipitam crises de angina.
UMA DICA!!
Posição/Localização,
Provocação,
Qualidade,
Quantidade,
Radiação,
Alívio,
Gravidade,
Sintomas e
Tempo
Segue as perguntas que condizem com o acrômio:
PERGUNTAS DE AVALIAÇÃO
Onde é a dor?
Você pode apontá-la?
O que estava fazendo quando a dor começou?
Como descreve a dor?
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DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM
A partir do momento que os dados são colhidos de forma efetivas, faz-se necessário o
julgamento clínico para identificação dos diagnósticos de enfermagem.
Dentre eles, destacam-se os DE abaixo para pacientes com Angina do peito:
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COMPLICAÇÕES POTENCIAIS
Como estudado anteriormente, caso o profissional não elabore o plano de cuidados de forma
resolutiva, o paciente com angina do peito pode apresentar algumas complicações potenciais,
como:
Edema pulmonar agudo
Insuficiência cardíaca
Choque cardiogênico
Arritmias e parada cardíaca
Infarto Agudo do Miocárdio
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PRESCRIÇÕES DE ENFERMAGEM
Como ação importante de enfermagem devemos orientar o paciente a parar todas as atividades
e sentar ou repousar no leito em posição de semi Fowler.
Checar os sinais vitais.
Se o paciente estiver hospitalizado, realizar ECG com 12 variações para examinar alterações
do segmento ST e da onda T
Administrar nitroglicerina por via sublingual.
Quando a dor torácica não se altera ou diminui mas ainda está presente, a
administração de nitroglicerina é repetida até 3x
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TRATANDO A ANGINA
23.4 EVOLUÇÃO
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Aceitação do diagnóstico.
Não exibe sinais e sintomas que indicam um alto nível de ansiedade
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