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P R O F .

P A U L O D A L T O

S E M I O LO G I A CA R D Í ACA
CARDIOLOGIA Prof. Paulo Dalto | Semiologia cardíaca 2

PROF. PAULO DALTO


Salve, salve, Estrategista! Este é o RESUMO ESTRATÉGICO
do seu livro "Semiologia Cardiovascular”. Ele foi elaborado de
maneira bem didática e direta, focado no assunto mais cobrado:
a ausculta cardíaca.
Aqui vai uma orientação: sugiro que você use este livro
como um guia de consulta rápida e não deixe de ler o livro
completo, pois lá você encontrará informações e questões que
ajudarão a sedimentar seu conhecimento.
Vamos começar o resumo? ;)

@profpaulodalto @estrategiamed

/estrategiamed Estratégia MED

@estrategiamed t.me/estrategiamed

Estratégia
MED
CARDIOLOGIA Semiologia cardíaca Estratégia
MED

SUMÁRIO

1.0 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR 4


1.1 AVALIAÇÃO DOS PULSOS ARTERIAIS 4

1.2 AVALIAÇÃO DO PULSO VENOSO 6

1.3 RUÍDOS CARDÍACOS BÁSICOS 8

1.3.1 PRIMEIRA BULHA CARDÍACA (B1) 8

1.3.2 SEGUNDA BULHA CARDÍACA (B2) 8

1.4 VARIAÇÕES DA AUSCULTA DA PRIMEIRA E SEGUNDA BULHAS CARDÍACAS 8

1.4.1 DESDOBRAMENTOS 8

1.5 BULHAS ACESSÓRIAS 9

1.5.1 TERCEIRA BULHA (B3) 9

1.5.2 QUARTA BULHA (B4) 10

1.6 SOPROS CARDÍACOS 10

1.6.1 SOPROS SISTÓLICOS 10

1.6.2 SOPROS DIASTÓLICOS 12


1.6.3 MANOBRAS SEMIOLÓGICAS PARA OS SOPROS CARDÍACOS 14

2.0 LISTA DE QUESTÕES 18


3.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 19
4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS 19

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CAPÍTULO

1.0 EXAME FÍSICO CARDIOVASCULAR

1.1 AVALIAÇÃO DOS PULSOS ARTERIAIS

A palpação dos pulsos arteriais permite avaliar o ritmo cardíaco, a frequência cardíaca e até mesmo sugerir a presença de cardiopatias
estruturais que alterem sua morfologia. As principais características que devem ser obtidas ao palpar os pulsos arteriais são a frequência e o
ritmo cardíacos, o estado da parede arterial, sua amplitude (ou magnitude) e os tipos de onda.
A amplitude é a sensação captada a cada pulsação e está diretamente relacionada ao enchimento da artéria durante a sístole e seu
esvaziamento na diástole.
Veja os exemplos dos principais tipos de pulsos arteriais e suas representações gráficas.

• Pulso normal: sua curva é suave e arredondada. Na porção descendente, observa-se uma incisura dicrótica, que marca o
início da diástole.

• Pulso filiforme: é um pulso de baixa amplitude e “fino”. Quase sempre associado ao colapso circulatório (choque
hemodinâmico).

• Pulso parvus et tardus: possui uma ascensão lenta (parvus) e duração prolongada (tardus). Está classicamente associado à
estenose aórtica importante.

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• Pulso célere (martelo d’água): também chamado de pulso de Corrigan. Possui amplitude aumentada, com subida e queda
rápidas. É clássico da insuficiência aórtica importante.

• Pulso dicrótico: esse pulso possui dois picos, um na sístole e outro na diástole. Pode ser observado em pacientes com choque
hipovolêmico, insuficiência cardíaca grave, tamponamento cardíaco e condições com baixo volume sistólico ejetado.

• Pulso bisferiens: assim como o pulso dicrótico, também possui dois picos, porém ambos ocorrem na sístole. Está relacionado
com a insuficiência aórtica crônica moderada ou importante, mas também pode ser visto na dupla lesão valvar aórtica (estenose
e insuficiência), com predomínio da insuficiência. Menos frequentemente é observado na cardiomiopatia hipertrófica.

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• Pulso paradoxal: é uma queda inspiratória da pressão arterial sistólica maior do que 10 mmHg. É classicamente descrito no
tamponamento cardíaco, mas pode estar presente na pericardite constritiva, embolia pulmonar, asma grave, obesidade
extrema e gravidez (as duas últimas pelo fato de obstruírem o fluxo da veia cava inferior).

Figura 1. Representação do pulso paradoxal.

• Pulso alternante: ocorre uma alternância na palpação de um pulso amplo seguido por outro com menor amplitude. Essa
variação é observada, batimento a batimento, em pacientes com ritmo cardíaco regular e independe do ciclo respiratório.
Geralmente é vista na insuficiência cardíaca esquerda grave.

1.2 AVALIAÇÃO DO PULSO VENOSO

O pulso venoso jugular é formado pelas pulsações observadas na base do pescoço e reflete a dinâmica do
retorno venoso ao coração direito. Suas ondas representam as mudanças de volume, que ocorrem no átrio direito
a cada momento do ciclo cardíaco.

Antes de identificar se o pulso venoso jugular está alterado, é preciso saber seu estado normal e o significado de cada onda. Então,
vamos às definições.

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Pulso venoso jugular

Representa o aumento da pressão do AD na sístole atrial. Ocorre imediatamente antes da B1


Onda A
e da sístole ventricular (pulso carotídeo).

Interrompe a queda da onda A e corresponde ao aumento da pressão devido à protrusão


Onda C retrógada da valva tricúspide resultante do aumento da pressão ventricular no início da
sístole. Ocorre logo após a B1.

Ocorre devido à queda da pressão atrial causada pela movimentação da valva tricúspide para
Descenso X
baixo na sístole do VD.

É a segunda ascensão. Representa o aumento da pressão do AD durante seu enchimento com


Onda V
a valva tricúspide fechada. Ocorre antes da B2.

Corresponde à queda da pressão dentro do AD devido à abertura da valva tricúspide e saída


Descenso Y
de sangue do átrio para o ventrículo.

Para facilitar a compreensão, veja a representação abaixo, que mostra a diferença entre os pulsos venosos e arteriais, além de suas
relações com as bulhas cardíacas e o eletrocardiograma.
Agora, você verá como se comportam as ondas do pulso
venoso diante das doenças do coração.

• Onda A proeminente: presente em condições que aumentam


a resistência à contração do átrio direito. Exemplos: estenose
tricúspide, mixoma do AD, trombo no AD, atresia da valva
tricúspide, hipertrofia do VD.
• Onda A “em canhão”: são ondas A que surgem de forma
repentina e proeminente, esporadicamente, como se fosse
um “tiro de canhão”. Esse fenômeno pode ser observado em
casos de dissociação atrioventricular (bloqueio atrioventricular
total, taquicardia ventricular, taquicardia juncional) ou em
uma extrassístole atrial ou ventricular.
• Ausência da onda A: ocorre na fibrilação atrial, onde não há
contração atrial.

• Onda V gigante: presente na insuficiência tricúspide importante, em que o refluxo através da valva incompetente causa uma
grande onda junto à sístole ventricular.
• Descenso Y proeminente (sinal da raiz quadrada): também chamado de pulso venoso em W, ocorre na pericardite constritiva,
nas miocardiopatias restritivas com acometimento do VD e no infarto de VD. O descenso Y termina de forma repentina devido
ao súbito aumento das pressões de enchimento do VD, típico de ventrículos com pouca complacência.
• Descenso Y ausente ou atenuado: pode ser observado no tamponamento cardíaco. A elevada pressão intrapericárdica
restringe o enchimento ventricular na diástole, atenuando o descenso Y.

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1.3 RUÍDOS CARDÍACOS BÁSICOS

1.3.1 PRIMEIRA BULHA CARDÍACA (B1)

O principal componente da B1 é o fechamento das valvas mitral e tricúspide, sendo identificado com um som “TUM”.

1.3.2 SEGUNDA BULHA CARDÍACA (B2)


A origem da B2 deve-se ao fechamento das valvas aórtica e pulmonar. Como o ventrículo esquerdo se esvazia mais rápido que o direito,
o componente aórtico ocorre antes do pulmonar. Normalmente, o timbre da B2 é mais agudo e soa de maneira mais seca, sendo designado
como um “TÁ”.
O esquema a seguir mostra a relação entre o ciclo cardíaco (sístole/diástole) e as principais bulhas cardíacas:
CICLO CARDÍACO E SUA RELAÇÃO COM AS BULHAS CARDÍACAS

CICLO CARDÍACO E SUA RELAÇÃO COM AS BULHAS CARDÍACAS


B1 B2 B1 B2

B1 B2 B1 B2
Sístole Diástole Sístole Diástole

Sístole Diástole Sístole Diástole


Fechamento Fechamento Fechamento Fechamento
das valvas mitral das valvas das valvas mitral das valvas
e tricúspide aórtica e e tricúspide aórtica e
pulmonar pulmonar
Fechamento Fechamento Fechamento Fechamento
das valvas mitral das valvas das valvas mitral das valvas
e tricúspide aórtica e
Figura 2. Relação do ciclo cardíaco com o fechamento das valvas cardíacas.
e tricúspide aórtica e
pulmonar pulmonar

1.4 VARIAÇÕES DA AUSCULTA DA PRIMEIRA E SEGUNDA BULHAS CARDÍACAS

1.4.1 DESDOBRAMENTOS
Os desdobramentos são divididos didaticamente em três segunda bulha está desdobrada, seu ruído corresponde à
tipos: (1) fisiológico, (2) amplo e (3) paradoxal. Vamos estudar cada expressão “TRÁ”.
um deles: • Desdobramento amplo da B2: ocorre em situações que
• Desdobramento fisiológico da B2: em cerca de 65 a 75% sobrecarregam o ventrículo direito. Qualquer doença
dos indivíduos normais, especialmente os mais jovens, que atrase o fechamento da valva pulmonar ou adiante o
pode ser observado o desdobramento da segunda bulha. fechamento da valva aórtica pode causar desdobramento
Durante a inspiração, o retorno venoso para o ventrículo amplo. As principais causas são bloqueio de ramo direito
direito aumenta. Com isso, o ventrículo direito fica mais (que irá atrasar a contração do ventrículo direito, atrasando
cheio e seu esvaziamento demora mais para acontecer, o fechamento da valva pulmonar), estenose pulmonar,
o que resulta no afastamento do componente pulmonar embolia pulmonar e insuficiência do ventrículo direito.
(fechamento mais tardio da valva pulmonar). Quando a

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• Desdobramento paradoxal da B2: ocorre em situações que sobrecarregam o ventrículo esquerdo, como estenose aórtica,
hipertensão arterial e bloqueio de ramo esquerdo. Em outras palavras, qualquer situação que antecipa o fechamento da valva
pulmonar ou atrase o fechamento da valva aórtica pode causar desdobramento paradoxal.

A2 A2
P2 P2

Desdobramento
fisiológico
B1 B2 B1 B2

EXPIRAÇÃO INSPIRAÇÃO
A2 A2

Desdobramento
P2 P2

amplo
B1 B2 B1 B2

A2 A2

P2 P2
Desdobramento
paradoxal
B1 B2 B1 B2

Figura 3. Tipos de desdobramento de B2.

1.5 BULHAS ACESSÓRIAS

1.5.1 TERCEIRA BULHA (B3)

Som originado das vibrações da parede ventricular que foi subitamente distendida pelo sangue durante a fase de enchimento rápido
do ventrículo. Pode ser normal em crianças e adolescentes. Quando patológica, é denominada galope (ritmo de galope).
São três as principais situações em que a B3 patológica está presente: sobrecarga de volume crônica (ex.: insuficiência mitral ou aórtica
crônicas, comunicação interatrial e interventricular), diminuição da complacência ventricular (ex.: cardiomiopatias dilatadas, restritivas e
hipertrófica) e na insuficiência cardíaca descompensada com fração de ejeção reduzida (< 40%).

Dica de prova
Quando a banca fala que o paciente possui B3, ela quer dizer que há uma combinação de aumento
de volume do ventrículo esquerdo com complacência reduzida e aumento das pressões no átrio
esquerdo. Frequentemente há disfunção sistólica associada.
Quais são as causas? Infarto agudo do miocárdio, insuficiência cardíaca descompensada, insuficiência
mitral crônica descompensada.

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1.5.2 QUARTA BULHA (B4)

É uma bulha pré-sistólica (ocorre um pouco antes da B1). Sua origem está na vibração da parede do ventrículo (pouco complacente)
devido ao sangue que chega após uma contração vigorosa do átrio. Situações em que a B4 está presente: hipertrofia do ventrículo esquerdo
concêntrica, isquemia do miocárdio e cardiomiopatias dilatadas e restritivas.

Para não se esquecer


Como a B4 origina-se devido à contração atrial, ela desaparece nos pacientes com fibrilação atrial.
Qual é a origem da B4?
A contração do átrio, ou seja, B4átrio.

1.6 SOPROS CARDÍACOS

Os sopros cardíacos são produzidos por vibrações decorrentes do fluxo sanguíneo (turbulência).

1.6.1 SOPROS SISTÓLICOS


Os sopros sistólicos localizam-se entre B1 e B2 e podem ser de dois tipos: ejeção ou regurgitação (figura 4).

Foco aórtico, irradia para carótidas, B4, parvus


ESTENOSE AÓRTICA et tardus, reduz com handgrip, desdobramento
paradoxal de B2.

Foco pulmonar, aumenta com Rivero-Carvallo,


ESTENOSE PULMONAR desdobramento amplo de B2.

Valsalva e ortostase: ↑ o sopro


SOPRO EJETIVO CMPH Cócoras e handgrip: ↓ o sopro

Região interescapular, B2 hiperfonética, HAS


COARCTAÇÃO DA AORTA resistente.

SOPRO CIA Desdobramento fixo de B2.


SISTÓLICO

Foco mitral, irradia para dorso, aumenta


INSUFICIÊNCIA MITRAL com handgrip.

Foco tricúspide, aumenta com Rivero-Carvallo,


SOPRO REGURGITANTE INSUFICIÊNCIA TRICÚSPIDE sobrecarga de VD.

Irradia para BED


CIV ↑ Orifício ↓ Sopro

*HAS: hipertensão arterial sistêmica; VD: ventrículo direito; BED: borda esternal direita

*CMPH: cardiomiopatia hipertrófica; CIA: comunicação interatrial; CIV: comunicação interventricular; HAS: hipertensão arterial sistêmica; BED: borda
esternal direita; VD: ventrículo direito.
Figura 4: Tipos de sopros sistólico e suas principais características.

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• Características do sopro de ejeção: origina-se logo após a primeira bulha. É do tipo crescendo-decrescendo e termina antes
da segunda bulha. É descrito como sopro em diamante. Aparece na estenose aórtica, estenose pulmonar, na cardiomiopatia
hipertrófica obstrutiva, coarctação de aorta e nas situações de hiperfluxo na via de saída (comunicação interatrial,
insuficiência aórtica importante).
Entre os sopros sistólicos ejetivos, o mais importante é o da estenose aórtica. Vamos vê-lo?

O sopro da estenose aórtica é descrito da seguinte forma: sistólico, ejetivo, rude, começa crescendo e depois decresce
(formato de diamante - mesotelessistólico), com irradiação para as carótidas e para a fúrcula. É panprecordial, porém mais
audível em foco aórtico ou aórtico acessório. Quanto mais tardio for o pico do sopro, pior o prognóstico.

B1 SÍSTOLE B2

Imagem 5. Representação do sopro “em


diamante” da estenose aórtica.
Fonte: Shutterstock

Você sabe a diferença entre o sopro da estenose aórtica (EAo) discreta/moderada para a estenose importante?
Quando a EAo é discreta ou moderada, o sopro geralmente é suave e seu pico localiza-se no meio da sístole
(veja o esquema anterior).

B1 B2 B1

Na EAo importante, a saída do fluxo de sangue está mais limitada, fazendo com que o pico do sopro se desloque para o final da
B1
sístole, como na representação gráfica abaixo: B2 B1

B1 B2 B1

B1 B2 B1

B1 B2 B1

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B1 B2 B1
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B1 B2 B1
• Características do sopro de regurgitação: é audível desde o início da sístole, aparecendo junto com a primeira bulha,
podendo recobri-la e mascará-la. Ocupa toda a sístole (holossistólico), com intensidade parecida do começo ao fim, e termina
imediatamente antes da segunda bulha, podendo recobri-la. As principais causas são as insuficiências mitral e tricúspide e a
comunicação interventricular.
Entre os sopros sistólicos regurgitativos, o da insuficiência mitral é o principal: holossistólico ou em barra, melhor audível no foco mitral,
com irradiação para a axila (abaixo). B1 B2 B1

B1 B2 B1

1.6.2 SOPROS DIASTÓLICOS

Localizam-se entre B2 e B1 e são classificados


B1 conforme o momento
B2 da diástole em que
B1se situam.
Estão associados a anormalidades cardíacas e ocorrem em duas situações principais: estenose das valvas atrioventriculares e
regurgitação das valvas aórtica e pulmonar.

• Suave
INSUFICIÊNCIA AÓRTICA • Irradia para foco Ao acessório
• Aumenta com handgrip

SOPRO ASPIRATIVO Diafragma


• Suave
INSUFICIÊNCIA PULMONAR • Aumenta com inspiração
• Mais audível em foco pulmonar

SOPRO
DIASTÓLICO

• Hiperfonese de B1
• Estalido de abertura
ESTENOSE MITRAL • Reforço pré-sistólico
• P2 hiperfonética

SOPRO EM RUFLAR Campânula


• Semelhante à EMi
• Aumento com inspiração
ESTENOSE TRICÚSPIDE • Sem estalido de abertura e
hiperfonese de B2

*Ao: aórtico; EMi: estenose mitral


Figura 5: Tipos de sopros diastólicos e suas principais características.

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O sopro diastólico mais importante é o da estenose mitral: em ruflar, com pico na parte média da diástole, podendo ter um segundo
pico imediatamente antes da B1, no final da diástole. No início do sopro, há um estalido de abertura quando a valva é móvel.

EA

B1 B2 B1 B1

O outro grupo de sopros diastólicos é dos aspirativos, representados pelaEA


insuficiência aórtica e pulmonar. Suas principais características
são: início imediatamente após B2, podendo ficar restritos à primeira parte da diástole (protodiastólicos) ou também ocupar a meso ou a
B1 B2 B1 B1
telediástole.

B1 B2 B1 B1

B1 B2 B1 B1

Quanto mais longo o sopro diastólico, mais grave é a valvopatia.

Na estenose mitral, quanto maiores forem as pressões no interior do átrio esquerdo, mais rápido essa câmara
vencerá as pressões do ventrículo esquerdo. Isso faz com que o estalido de abertura (EA) se aproxime da segunda bulha,
deixando o sopro mais longo.

EA EA

B1 B2 B1 B1 B2 B1

A EMi da segunda representação é mais grave que a da primeira.

B1 B2 B1 B1 B2 B1

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1.6.3 MANOBRAS SEMIOLÓGICAS PARA OS SOPROS CARDÍACOS

Na avaliação dos sopros cardíacos, podemos utilizar diversas manobras que interferem na resistência
vascular sistêmica ou no retorno venoso para auxiliar na ausculta. Veja na tabela abaixo as alterações dos
sopros provocadas por essas manobras.

Manobras que aumentam o retorno venoso


Agachamento (cócoras)
↑ os volumes dos lados direito e esquerdo do coração.
Decúbito dorsal (deitado)
Inspiração profunda (Rivero-Carvallo) ↑ os volumes apenas para o lado direito do coração.
Manobras que reduzem o retorno venoso
Valsalva
↓ os volumes dos lado direito e esquerdo do coração.
Ficar em pé (posição ortostática)
Manobras que aumentam a resistência vascular sistêmica
Handgrip
Manobras que reduzem a resistência vascular sistêmica
Vasodilatador

De maneira geral, os sopros das câmaras direitas aumentam com a inspiração (devido ao aumento do retorno venoso para o coração),
e os das câmaras esquerdas ficam mais intensos na expiração.
Vamos ver o que acontece com os sopros após as principais manobras?
• Agachamento (posição de cócoras)

prolapso da valva mitral


(fica mais curto)
Reduzem o sopro de...

cardiomiopatia
hipertrófica

↑ Os outros sopros esquerdos

Fonte: Shutterstock
Figura 6. Agachamento e sua relação com os sopros cardíacos.

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• Manobra de Valsalva: é realizada quando o paciente tampa o nariz e a boca com a mão e faz um esforço expiratório.

MANOBRA DE VALSALVA Reduz a intensidade da


maioria dos sopros

Cardiomiopatia hipertrófica
- fica mais intenso
Apenas 2 sopros ficam
mais audíveis
Prolapso da valva
mitral - fica mais longo

Figura 7. Manobra de Valsalva e sua relação com os sopros cardíacos.

Entenda como diferenciar o sopro da estenose aórtica da cardiomiopatia hipertrófica!


Primeiramente, grave o seguinte: tudo que diminui o volume do ventrículo esquerdo aumenta o sopro da
cardiomiopatia hipertrófica (CMH).
Agora, veja o porquê: o sopro da CMH ocorre quando o aparato subvalvar mitral “gruda” no septo interventricular
durante a sístole. Quanto menos sangue estiver dentro do ventrículo esquerdo, mais exacerbado ficará esse fenômeno.
Isso acontece, por exemplo, na manobra de Valsalva, quando o retorno venoso diminui e o ventrículo fica mais “seco”. Na
estenose aórtica, o mecanismo é o oposto: quanto mais “cheio” estiver o ventrículo esquerdo, mais sangue será ejetado
durante a sístole. Se mais sangue passar através de uma valva estenosada, mais intenso será o sopro.

Ventrículo esquerdo normal Hipertrofia do septo do ventrículo esquerdo

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Handgrip Reduz ambos

Nitrito de amila Aumento ambos


Estenose aórtica

x Agachamento
• Reduz CMH
• Aumenta EAo

Cardiomiopatia
Hipertrófica Valsalva • Aumentam CMH
e ortostatismo • Reduzem EAo

*CMH: cardiomiopatia hipertrófica; EAo: estenose aórtica


Figura 8. Respostas dos sopros da estenose aórtica e cardiomiopatia hipertrófica às principais manobras semiológicas.

Estenose aórtica Cardiomiopatia hipertrófica

Valsalva Diminui Aumenta

Ortostase Diminui Aumenta

Agachamento (cócoras) Aumenta Diminui

• Handgrip: também chamado de esforço isométrico. Acontece quando o paciente aperta alguma coisa com a mão ou fecha-a
com força.

Reduz a intensidade sopro da EAo e da CMH.

sopro da CIV a IMi - pois o


sangue terá maior dificuldade
de sair pelo VE e irá
deslocar-se pela CIV ou
para o átrio esquerdo.

sopro da IAo - pois, devido


à maior resistência vascular
Aumenta a intensidade do...
periférica, mais sangue voltará
para o VE na diástole.

sopro da EMi - pois


o esforço causa
aumento do débito cardíaco,
aumentando o fluxo
através da EMi.

*CMH: cardiomiopatia hipertrófica; EAo: estenose aórtica; CIV: comunicação interventricular; CIA: comunicação interatrial; IAo: insuficiência aórtica; VE: ventrículo
esquerdo; EMi: estenose mitral.
Figura 9. Manobra de handgrip e sua relação com sopros cardíacos.

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• Vasodilatador: o fármaco mais utilizado é o nitrato de amila.

sopro da CIV a IMi - pois, como


o sangue tem mais facilidade
de sair do VE, menos sangue
irá passar através da CIV
ou da valva mitral.
Reduz a intensidade

sopro da IAo - pois a menor


resistência vascular periférica
diminui o retorno de sangue
para o ventrículo esquerdo na
diástole

sopro da da EAo e CMH -


pois, como facilita a ejeção
de sangue do ventrículo
NITRATO DE AMILA esquerdo, maior será o fluxo
através da valva aórtica e
pela via de saída.
Aumenta a intensidade do...

sopro da EMi - pois causa


taquicardia reflexa,
aumentando o volume de
sangue que passa pela valva
estenosada.

* EAo: estenose aórtica; CIV: comunicação interventricular; IAo: insuficiência aórtica; VE: ventrículo esquerdo; IMi: insuficiência mitral, CMH: cardiomiopatia hipertrófica.
Figura 10. Nitrato de amila e outros vasodilatadores e sua relação com sopros cardíacos.

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CAPÍTULO

3.0. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1. PAOLA, Angelo Amato V.; MOREIRA, Maria da Consolação Vieira; MONTENEGRO, Sérgio Tavares (ed.). Livro-texto da Sociedade Brasileira
de Cardiologia. 2. ed. São Paulo: Ed. Manole, 2015.
2. MANN, Douglas et al. Braunwald Tratado de doenças cardiovasculares. 10. ed. Philadelphia: WB Saunders, 2018.
3. JAMESON, Larry et al. Harrison’s Manual of Medicine. 20. ed. McGraw-Hill Education, 2020.

CAPÍTULO

4.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Fim! Este resumo contém o que é mais cobrado de semiologia cardíaca em prova, mas o conteúdo completo você encontra no livro
digital. Espero que as dicas o ajudem a acertar as questões durante as provas. Não deixe de estudar todos esses assuntos.
Pode contar comigo quando tiver dúvidas! Um grande abraço.
Professor Paulo Dalto

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