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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO ALVORECER DA

JUVENTUDE (ISPAJ)

TEMA:

DOENÇAS DO PERICÁRDIO

GRUPO Nº

TURMA: B

SALA: 2D

PERIÓDO: MANHÃ

O DOCENTE

________________________

LUANDA AOS 2022/2023


DOENÇAS DO PERICÁRDIO

AUTORES

LUANDA AOS 2022/2023


RESUMO

O pericárdio ajuda a manter o coração em sua posição, ajuda a evitar que ele
se encha exageradamente de sangue e ajuda a protegê-lo de possíveis lesões
provocadas por infecções torácicas. No entanto, o pericárdio não é essencial
para vida. Se o pericárdio for removido, existe um pequeno efeito mensurável
sobre o desempenho do coração.

A doença mais comum do pericárdio é a inflamação (pericardite). A pericardite


pode ser:

 Aguda (inflamação que se manifesta logo após um evento


desencadeador)

 Subaguda (inflamação que se manifesta de poucas semanas a alguns


meses após uma doença desencadeadora)

 Crônica (inflamação que dura mais de seis meses)

Derrame pericárdico é o acúmulo de líquido no pericárdio.

O tamponamento cardíaco ocorre quando um grande derrame pericárdico


impede o coração de se encher adequadamente de sangue e,
consequentemente, impede-o de bombear sangue suficiente para o resto do
corpo.

A pericardite constritiva, que é rara, ocorre quando o líquido que se acumula


é espesso e fibroso e provoca a adesão das camadas do pericárdio. A
pericardite constritiva pode ser transitória, por exemplo, se for causada por uma
infecção, ou crônica se ocorrer após um distúrbio que provoque pericardite
aguda.

Palavras-chaves: Pericárdio, Pericardite, derrame pericárdico, tamponamento


ABSTRACT

The pericardium helps keep the heart in its position, helps keep it from overfilling
with blood, and helps protect it from possible damage from chest infections.
However, the pericardium is not essential for life. If the pericardium is removed,
there is little measurable effect on the heart's performance.
The most common disease of the pericardium is inflammation (pericarditis).
Pericarditis can be:
• Acute (inflammation that manifests shortly after a triggering event)
• Subacute (inflammation that manifests itself a few weeks to a few months after
a triggering illness)
• Chronic (inflammation lasting more than six months)

Pericardial effusion is the accumulation of fluid in the pericardium.


Cardiac tamponade occurs when a large pericardial effusion prevents the heart
from adequately filling with blood and, consequently, prevents it from pumping
enough blood to the rest of the body.
Constrictive pericarditis, which is rare, occurs when the fluid that accumulates is
thick and fibrous and causes the layers of the pericardium to stick together.
Constrictive pericarditis can be transient, for example, if caused by an infection,
or chronic if it occurs after a disorder that causes acute pericarditis.

Keywords: Pericardium, Pericarditis, pericardial effusion, tamponade


SUMÁRIO
INTRODUÇÃO

As doenças pericárdica são aquelas afetam o pericárdio, que é uma estrutura


sacular flexível de camada dupla que envolve o coração.
O pericárdio ajuda a manter o coração em sua posição, ajuda a evitar que ele
se encha exageradamente de sangue e ajuda a protegê-lo de possíveis lesões
provocadas por infecções torácicas. No entanto, o pericárdio não é essencial
para vida. Se o pericárdio for removido, existe um pequeno efeito mensurável
sobre o desempenho do coração.

Normalmente, o pericárdio contém apenas uma quantidade suficiente de


líquido lubrificante entre suas duas camadas que permite que elas deslizem
facilmente uma sobre a outra. O espaço existente entre as duas camadas é
muito pequeno. No entanto, em alguns casos, há um acúmulo de líquido
excessivo nesse espaço (denominado espaço pericárdico), que causa sua
expansão.

Raramente, o pericárdio pode estar ausente no nascimento ou apresentar


defeitos, como pontos fracos ou orifícios. Esses defeitos podem ser perigosos,
pois o coração ou um vaso sanguíneo grande podem formar uma protuberância
(hérnia) através de um orifício no pericárdio e ficar presos. Em tais casos, pode
ocorrer morte em minutos. Portanto, esses defeitos geralmente são reparados
cirurgicamente. Se não for possível repará-los, o pericárdio deve ser removido
totalmente. Outras doenças do pericárdio podem ocorrer devido a infecções,
feridas, medicamentos ou disseminação de câncer.
II FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 ANATOMIA DO PERICÁRDIO

O pericárdio tem 2 camadas. O pericárdio visceral é uma camada única de


células mesoteliais que se liga ao miocárdio, dobra-se (reflete-se) sobre si
mesmo, sobre a origem dos grandes vasos, e une-se à camada fibrosa e
resistente para envolver o coração como pericárdio parietal. O saco criado por
essas camadas contém pequena quantidade de líquido (< 25 a 50 mL),
composto principalmente, de um ultrafiltrado de plasma. O pericárdio limita a
distensão das câmaras cardíacas e aumenta a eficiência do coração.
O pericárdio tem uma rica inervação com aferentes simpáticos e somáticos.
Mecanorreceptores sensíveis à distensão detectam alterações de tensão e
volume cardíacos e podem ser responsáveis pela transmissão da dor
pericárdica. Os nervos frênicos estão incrustados no pericárdio parietal, sendo
vulneráveis à lesão durante cirurgia do pericárdio.
2.2 DOENÇAS DO PERICARDIO

2.2.1 PERICARDITE

Pericardite é a inflamação do pericárdio, geralmente com acúmulo de líquido no


espaço pericárdico. Pode ser causada por muitos distúrbios (p. ex., infecção,
infarto do miocárdio, trauma, tumores e distúrbios metabólicos), mas com
frequência é idiopática. Os sintomas incluem dor ou compressão torácica
exacerbada muitas vezes por respiração profunda. O débito cardíaco pode ser
significativamente reduzido se houver tamponamento cardíaco ou pericardite
constritiva. O diagnóstico baseia-se em sintomas, atrito, alterações no ECG e
evidências de acúmulo de líquido pericárdico em radiografia ou ecocardiograma.
A identificação da causa requer avaliação mais profunda. O tratamento depende
da causa, mas as medidas gerais incluem analgésicos, anti-inflamatórios,
colchicina e, raramente, cirurgia.

A pericardite é o distúrbio pericárdico mais comum. Os distúrbios pericárdicos


congênitos são raros.
A pericardite pode ser:

 Aguda
 Subaguda
 Crônica
2.2.2 Fisiopatologia da pericardite
A pericardite aguda se desenvolve rapidamente, causando reação inflamatória
do saco pericárdico e muitas vezes derrame pericárdico. A inflamação pode se
estender para o miocárdio epicárdico (miopericardite). Efeitos hemodinâmicos
adversos e alterações do ritmo são raros, embora exista a possibilidade de
tamponamento cardíaco.

A doença aguda pode desaparecer completamente, desaparecer e recidivar (até


30% dos casos agudos) ou tornar-se subaguda ou crônica. Essas formas se
desenvolvem lentamente; sua característica marcante é o derrame.

A pericardite subaguda ocorre em semanas a meses após um evento


desencadeador.
A pericardite crônica é definida como pericardite persistente> 6 meses.
Pericardite aguda

A pericardite aguda tende a causar dor torácica, febre, e atrito pericárdico, às


vezes com dispneia. A primeira evidência pode ser tamponamento, com
hipotensão, choque ou edema pulmonar.
Como a inervação do pericárdio e do miocárdio é a mesma, a dor torácica da
pericardite é, às vezes, semelhante à da inflamação ou isquemia miocárdica: a
dor precordial ou subesternal, vaga ou lancinante, pode irradiar-se para pescoço,
linha do trapézio (especialmente à esquerda) ou ombros. A dor varia de leve a
grave. Ao contrário da dor torácica isquêmica, a dor decorrente da pericardite é,
geralmente, agravada por movimentação torácica, tosse, respiração ou ao
engolir a comida, podendo ser aliviada ao sentar-se e inclinar-se para frente.

Pode haver taquipneia e tosse improdutiva, sendo comum febre, calafrios e


fraqueza. Em 15 a 25% dos pacientes com pericardite idiopática, a recorrência
dos sintomas é intermitente por meses ou anos (pericardite recorrente).

O sinal físico mais importante é o atrito pericárdico sistólico e o diastólico ou


trifásico; porém, com frequência, o atrito é intermitente e evanescente. Pode
existir somente durante a sístole ou, menos frequentemente, apenas durante a
diástole. Se o atrito não for auscultado com o paciente sentado e inclinado para
frente, a ausculta deve ser tentada com o diafragma do estetoscópio e com o
paciente apoiado nos quatro membros. Às vezes, um componente pulmonar do
atrito é notado à respiração devido inflamação da pleura adjacente ao pericárdio.

2.2.3 Etiologia da pericardite

A pericardite aguda pode resultar de infecção, doença autoimune ou inflamatória,


uremia, trauma, infarto agudo do miocárdio, câncer, radioterapia e certos
fármacos.

A pericardite infecciosa é, com mais frequência, de origem viral ou idiopática. A


pericardite bacteriana purulenta é incomum, mas pode suceder endocardite
infecciosa, pneumonia, sepse, trauma penetrante ou cirurgia cardíaca. Com
frequência, a causa não pode ser identificada (denominada pericardite
inespecífica ou idiopática), mas muitos desses casos são provavelmente virais.

A pericardite subaguda é um prolongamento da pericardite aguda e, portanto,


tem as mesmas causas. Alguns pacientes têm constrição transitória que ocorre
dias ou semanas após a recuperação de pericardite aguda.
A pericardite crônica com derrame pericárdico ou pericardite constritiva
crônica pode ocorrer após uma pericardite aguda de quase qualquer etiologia.
Além disso, alguns casos ocorrem sem pericardite aguda prévia.

A pericardite crônica com efusão extensa (serosa, serossanguinolenta ou com


sangue) é mais comumente causada por tumores metastáticos, mais
frequentemente por carcinoma de pulmão, carcinoma de mama,
sarcoma, melanoma, leucemia ou linfoma.
O hipotireoidismo pode causar derrame pericárdico e pericardite por colesterol.
A pericardite por colesterol é uma doença rara que pode estar associada a
mixedema, na qual uma efusão pericárdica crônica tem nível elevado de
colesterol desencadeando inflamação e pericardite.
Às vezes, nenhuma causa da pericardite crônica é identificada.

Fibrose do pericárdio, às vezes levando à pericardite constritiva crônica, pode


ocorrer após pericardite purulenta ou acompanhar uma doença do tecido
conjuntivo. Em pacientes mais velhos, as causas mais comuns são tumores
malignos, IM e tuberculose. O hemopericárdio (acúmulo de sangue dentro do
pericárdio) pode levar à pericardite ou fibrose pericárdica; as causas comuns
incluem trauma torácico, lesão iatrogênica (p. ex., oriunda de cateterismo
cardíaco, inserção de marca-passo ou colocação de acesso venoso central) e
ruptura de aneurisma da aorta torácica.

O infarto do miocárdio é responsável por 10 a 15% dos casos de pericardite


aguda. A síndrome pós-infarto do miocárdio (síndrome de Dressler) é uma causa
menos comum atualmente e ocorre quando a reperfusão com PTCA ou o uso de
fármacos trombolíticos não são efetivos. Ocorre pericardite após pericardiotomia
(denominada síndrome pós-pericardiotomia) em 5 a 30% das cirurgias
cardíacas. A síndrome pós-pericardiotomia, síndrome pós-IM e pericardite
traumática abrangem a síndrome de lesão pós-cardíaca.
2.2.4 Manifestação clínica da pericardite

Alguns pacientes se apresentam para atenção médica com sinais e sintomas de


inflamação (pericardite aguda) e outros desenvolvem os de acúmulo de líquido
(derrame pericárdico) ou constrição. Os sinais e sintomas variam dependendo
da gravidade da inflamação assim como da quantidade e velocidade de acúmulo
de líquido. Mesmo uma grande quantidade de derrame pericárdico pode ser
assintomática se desenvolvida lentamente (no decorrer de meses).
2.2.5 Diagnósticos da pericardite

 Eletrocardiografia (ECG) e radiografia de tórax

 Ecocardiografia

 Exames para identificar a causa (p. ex., aspiração do líquido pericárdico,


biópsia pericárdica)

ECG e radiografias de tórax são feitos. Realiza-se ecocardiografia à procura de


derrame, anormalidades do enchimento cardíaco que podem sugerir
tamponamento cardíaco e anormalidades do movimento da parede
características do envolvimento miocárdico. Hemogramas podem detectar
leucocitose e marcadores elevados de inflamação.
Pericardite aguda
O diagnóstico baseia-se na existência dos seguintes sinais clínicos
característicos e de alterações no ECG, que nem sempre estão presentes em
todos os casos.
 Dor torácica característica

 Atrito pericárdico

 Alterações no ECG

 Derrame pericárdico

Podem ser necessários ECG seriados para revelar essas alterações. O ECG
na pericardite aguda pode revelar anormalidades confinadas aos segmentos
ST e PR e ondas T, geralmente na maioria das derivações. (Alterações do ECG
na derivação aVR geralmente ocorrem na direção oposta das outras
derivações.) Ao contrário do IM, a pericardite aguda não desencadeia
infradesníveis recíprocos dos segmentos ST (exceto nas derivações aVR e V1),
e não existem ondas Q patológicas. Podem ocorrer alterações no ECG na
pericardite em 4 estágios, embora nem todos os estágios estejam presentes
em todos os casos.

A ecocardiografia na pericardite aguda normalmente mostra derrame, o que


ajuda a confirmar o diagnóstico, exceto em pacientes com pericardite aguda
puramente fibrinosa nos quais a ecocardiografia muitas vezes é normal.
Resultados indicando envolvimento miocárdico incluem nova disfunção
ventricular esquerda focal ou difusa.

Pericardite aguda: ECG, estágio 1


Segmentos ST, exceto no aVR e V1, demonstram elevação côncava. As ondas
T são essencialmente segmentos PR, exceto aVR e V1, que estão deprimidos.

.2.2.6 Tratamento da pericardite


 Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), colchicina e, algumas vezes,
corticoides para a dor e a inflamação.

 Pericardiocentese para tamponamento e alguns derrames pericárdicos


importantes

 Algumas vezes, fármacos intrapericárdicos (p. ex., triancinolona)

 Algumas vezes, ressecção pericárdica para pericardite constritiva,


sobretudo quando houver sintomas

 Tratamento da causa subjacente (p. ex., câncer)

Justifica-se a hospitalização para alguns pacientes com episódio inicial de


pericardite aguda, particularmente aqueles com derrames moderados ou
extensos ou com características de alto risco, como temperatura elevada, início
subagudo, imunossupressão, trauma recente, terapia anticoagulante oral, falta
de resposta a um curso inicial de aspirina ou AINEs e miopericardite. A
hospitalização é necessária para determinar a etiologia e observar o
desenvolvimento de tamponamento cardíaco. Acompanhamento precoce e
atento é importante em pacientes que não estão internados. Possíveis
fármacos causadores (p. ex., anticoagulantes, procainamida e fenitoína) são
interrompidas. Em caso de tamponamento cardíaco, fazer pericardiocentese
imediata; a remoção mesmo de um pequeno volume de líquido pode salvar a
vida do paciente.

2.2.6.1 Paricardiocentese

Exceto em situações de emergência (p. ex., tamponamento cardíaco), a


pericardiocentese, um procedimento potencialmente letal, deve ser realizada sob
orientação ecocardiográfica em um laboratório de cateterização cardíaca e deve
ser supervisionada por um cardiologista ou cirurgião torácico se possível.

Sob condições assépticas, a pele e os tecidos subcutâneos são infiltrados com


lidocaína.

Uma agulha curta chanfrada de 75 mm, calibre 16, é conectada via uma válvula
reguladora de fluxo de 3 vias a uma seringa de 30 ou 50 mL. Pode-se entrar no
pericárdio através do ângulo xifocostal direito ou esquerdo ou da ponta do
processo xifoide com a agulha direcionada para dentro, para cima e perto da
parede torácica. A agulha é inserida com sucção constante aplicada à seringa.

A ecocardiografia pode ser utilizada para orientar a agulha à medida que o soro
fisiológico agitada é injetada nela. A ecocardiografia também é cada vez mais
utilizada para identificar o local da punção ideal e a trajetória da agulha. Depois
que está no local correto, a agulha deve ser fixada ao lado da pele para evitar
que avance mais do que o necessário e possivelmente perfure ou lesione o
coração ou um vaso coronário. O monitoramento do ECG é essencial para
detectar as arritmias produzidas quando o miocárdio é tocado ou puncionado.
Em geral, a pressão sistólica atrial direita e a pressão de oclusão da artéria
pulmonar (pressão em cunha do capilar pulmonar) são monitoradas.

O líquido é retirado até que a pressão intrapericárdica caia abaixo da pressão


atrial direita, normalmente a níveis subatmosféricos. Se for necessária drenagem
contínua, um catéter pode ser inserido através da agulha no pericárdio e a agulha
é retirada. O catéter pode ser deixado no local por 2 a 4 dias.

Embora a maioria dos casos leves de pericardite idiopática e viral respondam


bem em uma semana, a duração ideal do tratamento não está clara.
Tipicamente, os pacientes devem ser tratados pelo menos até que qualquer
derrame e evidências de inflamação (p. ex., velocidade de hemossedimentação
ou níveis de proteína C-reativa) tenham desaparecidos.

Anticoagulantes são geralmente contraindicados na pericardite aguda porque


podem causar sangramento intrapericárdico e mesmo tamponamento fatal; mas
podem ser administrados na pericardite precoce que agrava o infarto agudo do
miocárdio. Ocasionalmente (p. ex., com pericardite constritiva crônica),
ressecção periocárdica é necessária.

As infecções são tratadas com fármacos antimicrobianas específicas.


Geralmente, é necessária drenagem completa.

Para a pericardite decorrente de febre reumática, outra doença do tecido


conjuntivo ou tumor, a terapêutica é direcionada ao processo de base.
Para o derrame pericárdico decorrente de trauma, às vezes é necessária cirurgia
para reparar a lesão e remover o sangue do pericárdio.
A pericardite decorrente de uremia pode responder ao aumento da frequência
de hemodiálise, aspiração ou corticoides intrapericárdicos ou sistêmicos. A
triancinolona intrapericárdica pode ser útil.

A melhor abordagem aos derrames crônicos é pelo tratamento da causa, se


conhecida. Os derrames sintomáticos recorrentes ou persistentes podem ser
tratados com pericardiotomia com balão ou janela pericárdica cirúrgica. Os
derrames assintomáticos e de causa desconhecida podem exigir somente
observação.

Os pacientes com pericardite sintomática constritiva (p. ex., com dispneia, ganho
de peso inexplicado, derrame pleural novo ou aumentado, ou ascite) e aqueles
com marcadores de constrição crônica (p. ex., caquexia, fibrilação atrial,
disfunção hepática, calcificação pericárdica) geralmente requerem ressecção
pericárdica. Mas os pacientes com sintomas leves (pois se beneficiam pouco),
calcificação intensa ou lesão miocárdica extensa podem ser maus candidatos à
cirurgia.
Pacientes com pericardite constritiva recém-diagnosticada que estão
hemodinamicamente estáveis e sem evidências de constrição crônica podem
receber fármacos anti-inflamatórios por 3 meses em vez de pericardiectomia.
Pacientes com inflamação pericárdica na RM também podem se beneficiar de
um teste terapêutico inicial, em vez da pericardiectomia.

2.2.3 DERRAME PERICARDICO

O espaço entre as duas camadas de pericárdio (visceral e parietal) contém, em


condições normais, entre 10 e 50 ml de líquido pericárdico. A presença de maior
quantidade de líquido é definida como derrame pericárdico.
O derrame pericárdico pode ser secundário ao aumento de sua produção no
contexto de processo inflamatório (exsudato), ou à diminuição de sua reabsorção
devido ao aumento da pressão venosa sistêmica (transudato).

O derrame pericárdico é classificado de acordo com diferentes critérios sua


evolução temporal (aguda, subaguda entre 4-6 semanas ou crônica se durar
mais de 3 meses), sua localização (circunferencial ou localizada), sua gravidade
em papel da quantificação ecocardiográfica (ligeiramente menos 10 mm,
moderado 10-20 mm ou grave mais de 20 mm) e a repercussão hemodinâmica
que causa (nenhuma, tamponamento cardíaco ou efusivo-constritivo).
etiopatogenia

Nas últimas duas décadas várias séries de casos, em que as principais etiologias
da derrame pericárdico em países ocidentais: idiopático, infeccioso, neoplásico,
iatrogênico (após radiação ou cirurgia) ou associada a distúrbios do tecido
conjuntivo. No entanto, em países em desenvolvimento, a principal causa de
derrame pericárdico continua sendo a tuberculose.
2.2.3.1 Fisiopatologia

A existência de líquido ao nível do grande espaço pericárdicodo que o habitual


leva a um aumento da pressão intrapericárdica. No entanto, a magnitude dessa
elevação Da pressão depende não só da quantidade total de líquido, mas
também a velocidade de seu acúmulo e as propriedades físicas do pericárdio.
Se houver um rápido acúmulo de líquido, como pode acontecer após um piercing
parada cardíaca durante um procedimento invasivo, a evolução pode ser fatal,
com desenvolvimento de tamponamento cardíaco em minutos. Ao contrário,
quando o acúmulo é lentamente progressivo, pode ser silencioso, sem aumento
significativo da pressão intrapericárdica armazenando líquido por dias ou
semanas antes do aparecimento de sinais ou sintomas secundários ao aumento
da pressão.

2.2.3.2 Manifestações clínicas

Uma alta proporção de pacientes que sofrem um AVC pericárdio permanecem


assintomáticos, sendo, portanto, um achado acidental após a realização de
testes diagnósticos por outras razões.
Os sintomas de derrame pericárdico podem ser secundários à compressão
mecânica de estruturas adjacentes ao pericárdio, como disfagia devido à
compressão esofágica fago, tosse devido a envolvimento brônquico ou traqueal,
dispneia devido a compressão do parênquima pulmonar, rouquidão se o nervo
laríngeo recorrente for comprimido ou soluços no caso do nervo frênico. Outros
sintomas associados são dispneia aos esforços, dor no peito ou sensação de
plenitude. Além disso, podem aparecer sintomas inespecíficos como fraqueza,
febre, anorexia. Ou palpitações por taquicardia sinusal inapropriada

O exame físico geralmente é normal em pacientes sem deterioração


hemodinâmica secundária a derrame pericárdico. No entanto, uma vez ocorrido
o tamponamento cardíaco, aparecem os sinais típicos de tamponamento. A
ausculta de atrito pericárdico não é frequente, exceto naqueles pacientes com
pericardite concomitante.
Apresentações atípicas e em situações especiais

Ocasionalmente, após intervenção cardíaca (revascularização percutânea,


implante de dispositivo tipo marca-passo, etc.)

Nestes casos, é indicado para realizar um exame de imagem urgentemente, e


drenagem pericárdica controlada de uma quantidade pequena, mas suficiente,
do hemopericárdio deve ser recomendada para permitir a estabilização
hemodinâmica do paciente.
2.2.3.3 Diagnósticos
Eletrocardiograma
O derrame pericárdico pode causar anormalidades eletrocardiográficas
inespecíficas, como redução da pressão arterial do complexo QRS
(microvoltagem, definida como a soma de Ondas R e S nas derivações I, II e III
menores que 15 mm) e um achatamento difuso da onda T. Na presença de
derrame pericárdico grave e/ou tamponamento cardíaco pode observaram o
fenômeno da "alternância elétrica" (mudanças da morfologia e voltagem do
complexo QRS em batimentos alternados) produzida pela oscilação do coração
ou oscilação do coração que o aproxima ou afasta da parede torácica.

 Raio-x do tórax.
 Tomografia computadorizada.
 Ressonância magnética

O aumento do tamanho da silhueta cardíaca na radiografia geralmente aparece


quando mais de 250 ml de líquido no espaço pericárdico. Portanto, uma
radiografia de tórax normal não exclui a presença de derrame pericárdico. Em
casos graves, a silhueta cardíaca toma uma forma globular como em "tenda",
apagando o contorno ao longo da borda esquerda do coração.

Tanto a tomografia computadorizada quanto a ressonância magnética cardíaca


são técnicas úteis para detectar presença de derrame pericárdico e sua
distribuição e, em algumas ocasiões, até permitem caracterizar sua natureza (por
exemplo, no caso de hemopericárdio). Além disso, o uso de técnicas avançadas
de imagem são úteis para a identificação de massas pericárdicas, fazer o
diagnóstico diferencial com gordura epicárdica e quantificar a espessura do
pericárdio.
Ecocardiografia transtorácica
A ecocardiografia bidimensional é a técnica de imagem escolha para o
diagnóstico, quantificação e monitorização do derrame pericárdico. O
diagnóstico de derrame pericárdico requer que a separação entre o epicárdio
(pericárdio visceral) e o pericárdio parietal é observado em todo o ciclo cardíaco.
Diagnóstico diferencial

O diagnóstico diferencial de derrame pericárdico deve ser feito,


fundamentalmente, com derrame pleural e gordura.

Também é necessário diferenciá-lo das massas tumores cardíacos e


pericárdicos.

Difere do derrame pleural pela posição da aorta torácica descendente em relação


ao derrame e à distribuição que o derrame adquire. Derrame pericárdico em o
saco posterior separa a aorta torácica descendente da parede posterior do
coração, interposta entre ambos; inversamente, o derrame pleural está
localizado atrás da aorta que, neste caso, fica em contato com o coração (fig. 3).
2.2.3.4. Tratamento
O tratamento do derrame pericárdico depende de sua etiologia.

Na maioria dos pacientes existe uma doenças e tratamentos associados ao AVC,


portanto, deve ser direcionado para a doença subjacente. No caso de derrame
associado à pericardite, o tratamento deve ser tão característica da pericardite.
Quando um derrame se torna sintomático sem evidência de inflamação ou é
refratário a anti-inflamatórios, drenagem do mesmo estudando o líquido obtido.

Nos casos com derrame isolado e ausência de inflamação, não existem


tratamentos médicos eficazes para sua redução.

A pericardiocentese isolada pode ser necessária para resolução de grandes


derramamentos. No entanto. Nas recorrências frequentes, a janela pericárdica
ou mesmo a pericardiectomia devem ser consideradas. Da mesma forma, em
caso de derrame loculado ou se houver necessidade de biópsia do pericárdio, o
tratamento deve ser cirúrgico.
2.2.4 PERICARDITE CONSTRUTIVA

A pericardite constritiva é resultado de um espessamento fibroso do pericárdio,


secundária à inflamação crônica que pode ser causada por uma variedade de
doenças. Nesse processo inflamatório, o coração acaba sendo envolvido por
um pericárdio rígido, prejudicando o relaxamento ventricular e aumentando as
pressões intracavitárias, sendo sua marca a equalização da pressão diastólica
final nas quatro câmaras cardíacas. Com o aumento das pressões pulmonar e
sistêmica, progressivamente ocorrerão sinais e sintomas de falência cardíaca
direita e esquerda.

2.2.4.1 Manifestação clinas


A pericardite constritiva pode se manifestar de diferentes formas de acordo
com o tempo de evolução (aguda, subaguda e cronica) grau de espessamento
pericárdico (localizado, difuso, calcificado) ou a presença de derrame
pericárdico
A pericardite constritiva deve ser considerada em pacientes com insuficiência
cardíaca (IC) de predomínio à direita e função sistólica biventricular
preservada. Turgência, ascite e edema de membros inferiores são comuns, e
podem ser agravados pela enteropatia perdedora de proteínas e cirrose
cardiaca. Dois achados sugestivos ao exame físico são o sinal de Kussmaul
(aumento de turgência jugular com a inspiração) e o knock pericárdico (som
rude, protodiastólico, que ocorre devido a vibração da parede ventricular na
fase de enchimento rápido).

2.2.4.2 Etiologia

 Tuberculose (mais comum em países em desenvolvimento).


 Cirurgia cardíaca
 Pericardites virais/idiopáticas

2.2.4.3 Fisiopatologia

Inicialmente acontece a disfunção diastólica do ventrículo esquerdo (VE) devido


à pressão diastólica final aumentada pelo déficit de relaxamento, evoluindo com
aumento de átrio esquerdo e posterior disfunção sistólica do VE, não havendo
relatos na literatura do tempo de evolução para a perda de função ventricular.
Ao eletrocardiograma não existem sinais específicos de PC, sendo as alterações
de segmento ST e onda T comuns em sua apresentação; também pode haver
fibrilação atrial em estágio mais avançado devido ao aumento do átrio esquerdo.

2.2.4.4 Diagnóstico
Radiografia do tórax
A calcificação pericárdica pode ser evidente à radiografia de tórax, o que leva à
forte suspeita do diagnóstico e está associada à maior duração do processo que
levou ao quadro constritivo, diferentemente da sua forma subaguda que pode
ser transitória com resolução do quadro no decorrer do tempo, conforme a causa.
Também se observa que a visualização da calcificação à radiografia de tórax
não é comum, sendo sua incidência variável conforme a revisão clínica.

Ecocardiograma transtorácico

O ecocardiograma transtorácico que pode mostrar o espessamento pericárdico


(sensibilidade aumenta com o ecocardiograma transesofágico), contudo a PC
pode ocorrer sem modificação na espessura do pericárdio; outros parâmetros
ecocardiográficos são: movimento anormal do septo ventricular, ausência ou
diminuição do colapso da veia cava inferior (VCI) e veias hepáticas, padrão
restritivo das velocidades de influxo mitral e tricúspide tipicamente variando com
a respiração, e a velocidade no anel mitral4.
Tomografia e ressonância
Também são úteis a tomografia e a ressonância cardíacas para avaliação do
espessamento e calcificação pericárdicos e dilatação da VCI, sendo que a não
visualização dessas alterações não descarta o diagnóstico.
2.2.4.6 Tratamento
Tratamento clínico

Em pacientes com quadro clínico sugestivo de pericardite constritiva sem


calcificação pericárdica importante e com sinais de actividade inflamatória
pericárdica e sistémica, o tratamento clínico pode ser considerado antes da
indicação da cirurgia de paricardiectomia. Neste caso o tratamento etiológico
(por exemplo, nos casos de tuberculose e colagenoses) ou com anti-
inflamatórios (nos casos idiopáticos) pode levar á completa reversão dos sinais
de insuficiência cardíaca.
Tratamento cirúrgico
A pericardiectomia permanece como o tratamento padrão ouro para pacientes
com pericardite constritiva cronica sintomática, entretanto, o procedimento
apresenta alta mortalidade e uma parcela significativa dos pacientes não
apresentam melhora dos sinais e sintomas de insuficiência cardíaca. Além disso,
o impacto da pericardirectomia na capacidade cardiopulmonar de pacientes com
pericardite constritiva ainda é pouco estudado.

2.2.5 TAMPONAMENTO CARDÍACO

O tamponamento cardíaco é uma emergência médica, constituindo a


complicação mais grave de derrame pericárdico, comprometendo a função
cardíaca, podendo culminar em choque.

Tamponamento cardíaco, corre quando o volume acumulado limita o enchimento


ventricular, provocando um aumento de pressão intrapericárdica, diminuição do
débito cardíaco e aumento da pressão venosa central com engurgitamento
jugular, hepatomegalia e dispneia. A suspeição clínica baseia-se na tríade de
Beck (presente em 30-40% dos casos): distensão venosa jugular, hipotensão e
sons cardíacos hipofonéticos, sendo a ecocardiografia o exame de diagnóstico
definitivo.
2.2.5.1 Etiologia

As principais causas do tamponamento cardíaco são:

 Pancadas no tórax por acidentes de carro;


 Histórico de câncer, especialmente dos pulmões ou coração;
 Hipotireoidismo;
 Pericardite, que é a inflamação do coração por infecções bacterianas ou
virais;
 História de insuficiência renal;
 Infarto recente;
 Lúpus eritematoso sistêmico;
 Tratamento de radioterapia;
 Uremia, que corresponde à elevação de ureia no sangue;
 Cirurgia recente ao coração que causem lesões no pericárdio.
 As causas do tamponamento devem ser identificadas e tratadas
rapidamente para que complicações cardíacas sejam evitadas.

2.2.5.2 Manifestações clínicas


Os principais sintomas de tamponamento cardíacos são:

 Respiração mais rápida que o normal;


 Aumento do batimento cardíaco;
 Febre;
 Pulsação que desaparece ou diminui durante a inspiração;
 Dilatação das veias do pescoço;
 Dor forte no peito;
 Pés e mãos frios e roxos;
 Falta de apetite;
 Dificuldade para engolir:
 Tosse;
 Dificuldade para respirar;
 Diminuição da pressão arterial;
 Desmaio.

2.2.5.3 Diagnóstico

O diagnóstico do tamponamento cardíaco é feito pelo cardiologista através da


realização de raio-X de tórax, ressonância magnética, eletrocardiograma e
ecocardiograma transtorácico, que é um exame que permite verificar, em tempo
real, características do coração, como tamanho, espessura do músculo e
funcionamento.

É importante realçar que logo que surjam os sintomas de tamponamento


cardíaco, deve-se fazer um ecocardiograma o mais rápido possível, pois é o
exame de escolha para confirmar o diagnóstico nestes casos.

2.2.5.4 Tratamento

O tratamento para tamponamento cardíaco deve ser orientado pelo cardiologista


e deve ser iniciado o mais rápido possível por meio da reposição do volume de
sangue e repouso absoluto da cabeça, que deve estar ligeiramente levantada.

Além disso, pode ser necessário o uso de analgésicos, como a Morfina, e


diuréticos, como a Furosemida, por exemplo, para estabilizar o quadro do
paciente até que o líquido possa ser retirado por meio de cirurgia. É realizada
também administração de oxigênio com o objetivo de reduzir a carga sobre o
coração, diminuindo a necessidade de sangue pelos órgãos.

Em alguns casos, o médico pode também realizar um procedimento cirúrgico, a


pericardiocentese, para retirar o excesso de líquido do coração e, assim, aliviar
provisoriamente os sintomas. O tratamento definitivo recebe o nome de janela
pericárdica, em que é feita a drenagem do líquido pericárdico para a cavidade
pleural que envolve os pulmões.
CONCLUSAÕ

O pericárdio tem grande função pós ajuda a manter o coração em sua posição,
ajuda a evitar que ele se encha exageradamente de sangue e ajuda a protegê-
lo de possíveis lesões provocadas por infecções torácicas. No entanto, o
pericárdio não é essencial para vida. Se o pericárdio for removido, existe um
pequeno efeito mensurável sobre o desempenho do coração.

Ele pode ser acometido por várias doenças, dentre elas a pericardite sendo a
mais comum. Pericardite que é a inflamação do pericárdio, geralmente com
acúmulo de líquido no espaço pericárdico. Pode ser causada por muitos
distúrbios (p. ex., infecção, infarto do miocárdio, trauma, tumores e distúrbios
metabólicos), mas com frequência é idiopática.

O espaço entre as duas camadas de pericárdio (visceral e parietal) contém, em


condições normais, entre 10 e 50 ml de líquido pericárdico. A presença de maior
quantidade de líquido é definida como derrame pericárdico. Principais etiologias
do derrame pericárdico em países ocidentais: idiopático, infeccioso, neoplásico,
iatrogênico (após radiação ou cirurgia) ou associada a distúrbios do tecido
conjuntivo. No entanto, em países em desenvolvimento, a principal causa de
derrame pericárdico continua sendo a tuberculose.

A pericardite constritiva é resultado de um espessamento fibroso do pericárdio,


secundária à inflamação crônica que pode ser causada por uma variedade de
doenças. Com o aumento das pressões pulmonar e sistêmica,
progressivamente ocorrerão sinais e sintomas de falência cardíaca direita e
esquerda.
Tamponamento cardíaco, corre quando o volume acumulado limita o enchimento
ventricular, provocando um aumento de pressão intrapericárdica, diminuição do
débito cardíaco e aumento da pressão venosa central com engurgitamento
jugular, hepatomegalia e dispneia. A suspeição clínica baseia-se na tríade de
Beck

Dentre essas doenças abordadas vimos que seus diagnósticos incluem:


Eletrocardiograma, Raio x do Tórax, ressonância magnética, ecocardiografia
transtorácico.

Elas têm tratamento desde farmacológico até aos casos mais complexo que são
os cirúrgicos.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

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