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Matemática

6.º ano

6 ano
TÍTULO
Matemática 6.º ano

AUTORES
Maria de Lourdes Semedo
Nilda Linete T. Pina Vaz

CAPA & DESIGN GRÁFICO


Danilson Frederico Semedo
Edmilson Brito Rosa

ILUSTRAÇÃO
Maria de Lourdes Semedo

REVISÃO LINGUÍSTICA
Nelo Canuto Monteiro de Pina

COORDENAÇÃO GERAL
Margarida Santos
Diretora Nacional de Educação

COORDENAÇÃO TÉCNICA - PEDAGÓGICA


Lídia Évora
Coordenadora da Unidade de Avaliação e
Desenvolvimento Curricular

EDITOR
Ministério da Educação e Desporto

IMPRESSÃO E ACABAMENTO:
Tipografia Santos

EDIÇÃO: 2015
1ª IMPRESSÃO: 2015
2ª REIMPRESSÃO E REVISÃO: 2016
3ª REIMPRESSÃO: 2017

Este livro respeita as regras do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

© 2015.
Educação
e Desporto
Ministério da Educação e Desporto da República de Cabo Verde
Matemática

6
6.º ano
Apresentação
Aos alunos
Desejamos que os assuntos da matemática tratados neste manual lhe sejam úteis e lhes
permitam ser competentes na resolução de diversas situações do quotidiano. Divirtam-se
com a matemática.

Aos professores, pais e educadores


Um professor de matemática anseia que os seus alunos e alunas sejam competentes e
consigam compreender os conceitos de modo que em diversas situações mobilizem os
seus saberes para resolver problemas do dia a dia e fazer a ligação da matemática à vida
real e ainda ter uma atitude positiva em relação à matemática.
Por isso, ao longo do manual, propõe-se situações problemas ligadas à vida real que irão
contribuir para que os alunos e as alunas construam o seu próprio conhecimento.
Na abordagem por competência (APC),o processo do ensino/aprendizagem deve ter uma
perspetiva construtivista, daí que as atividades propostas devem envolver ativamente os
alunos e as alunas na sua realização.
Tendo em conta a faixa etária dos alunos e das alunas a quem o manual está destinado,
usou-se uma linguagem clara e simples no desenvolvimento das três unidades, sem per-
der o rigor científico. Procurou-se tornar este manual moderno, atrativo e agradável o seu
manuseamento.

Organização
O manual foi escrito baseando-se no novo programa do 6.º ano do 2.º ciclo do ensino
básico, segundo a abordagem por competência (APC) e os saberes organizados em três
grandes competências de base, em que a 1.ª competência tem três patamares, a 2.ª, um
único patamar e a 3.ª, dois patamares. Todas as propostas de atividades e de situações-
-problemas por resolver estão encaixadas dentro de cada um dos patamares das compe-
tências de base.
Competências
Os saberes a desenvolver seguem a sequência a seguir esquematizada

Quadro síntese do OTI e das competências de base

Competência terminal de integração (CTI)

CTI (competência terminal de integração) do 2.º Ciclo do Ensino Básico

No final do 2.º ciclo do Ensino Básico, o aluno ou a aluna deverá ser capaz de resolver uma
situação-problema, fazendo apelo a números inteiros e racionais positivos: operações e
propriedades, proporcionalidade direta, sentido espacial, figuras geométricas, construções
geométricas, perímetro de círculos e polígonos, áreas de retângulos, círculos e triângulos,
volumes de paralelepípedos e cilindros, cálculo de frequências, determinação da moda e
da média aritmética e interpretação do seu significado.

No 2.º ano do 2.º ciclo, o aluno ou a aluna deve


Patamar 3

ser capaz de resolver uma situação-problema,


envolvendo escalas, percentagens, juros e re-
No final do 2.º ciclo, o
presentações gráficas.
aluno ou a aluna deve
ser capaz de resolver
Competência de base 1

No 2.º ano do 2.º ciclo, o aluno ou a aluna deve


Patamar 2

uma situação-problema,
ser capaz de resolver uma situação-problema,
envolvendo conjunto de
envolvendo a proporcionalidade direta, razões e
números racionais posi-
proporções e representações gráficas.
tivos, diferentes formas
de representação dos
seus elementos, compa- No 2.º ano do 2.º ciclo, o aluno ou a aluna deve
ração e operações, bem ser capaz de resolver uma situação-problema,
Patamar 1

como a proporcionalida- envolvendo conjunto de números racionais po-


sitivos, diferentes formas de representação dos
de direta, percentagens,
seus elementos, comparação e operações, adi-
escalas e juros.
ção, subtração, multiplicação e divisão de núme-
ros racionais positivos.
Competências

No 2.º ano do 2.º ciclo, o aluno ou a aluna deve ser


No final do 2.º ano da 3.ª

Patamar 2
capaz de resolver uma situação-problema envol-
fase, o aluno ou a aluna
vendo conceitos de simetria e eixos de simetria,
deve ser capaz de resol-
bem como os conceitos de área e volume.
ver uma situação-pro-
Competência de base 2

blema, envolvendo a re-


colha e organização dos
dados agrupados em
tabelas de frequências
(absolutas e relativas)
e gráficos de barras, e No 2.º ano do 2.º ciclo, o aluno ou a aluna deve
Patamar 1

interpretar esses dados ser capaz de resolver uma situação-problema,


através de medidas de envolvendo a construção geométrica, retas pa-
tendência central. ralelas e concorrentes e quadriláteros.
Competência de base 3

No final do 2.º ano do 2.º ciclo, o aluno ou a aluna deve ser capaz de resolver uma
situação-problema, envolvendo a construção geométrica, retas paralelas e concor-
rentes, quadriláteros, bem como os conceitos de área e volume.
Índice
1. NÚMEROS RACIONAIS
• Situação - problema 1 ....................................................................................... 10
1.1. Números primos e números compostos ...................................................... 11
1.1.1. Crivo de Eratóstenes ......................................................................... 13
1.2. Números perfeitos, números deficientes e números abundantes ................ 15
1.3. Composição e decomposição de números numa soma de parcelas ........... 17
1.4. Decomposição de números num produto de fatores primos ........................ 21
1.5. Máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum ...................................... 24
1.6. Frações ....................................................................................................... 29
1.6.1. Fração decimal ................................................................................... 30
1.6.2. Frações equivalentes ......................................................................... 31
Unidade I

1.7. Números racionais: Sua definição ............................................................... 33


1.8. Representação gráfica de números racionais ............................................. 34
1.9. Comparação e ordenação de números racionais ........................................ 37
1.10. Adição de números racionais: suas propriedades ..................................... 42
1.11. Subtração de números racionais ............................................................... 44
1.12. Multiplicação de números racionais: suas propriedades ........................... 48
1.13. Potência de números racionais ................................................................. 53
1.14. Divisão de números racionais ................................................................... 54
1.15. Expressões numéricas .............................................................................. 55
• Situação - problema 2 ....................................................................................... 57
1.16. Proporcionalidade direta ........................................................................... 58
• Situação - problema 3 ....................................................................................... 70
1.17. Escala ....................................................................................................... 71
1.18. Percentagem ............................................................................................. 74
1.19. Juro ........................................................................................................... 83

Prova de integração 1 .............................................................................................................. 86


Índice
2. ESTATÍSTICA
Unidade II
• Situação - problema 3 ................................................................................... 88
1. Recolha e organização de dados agrupados ................................................. 89
2. Tabelas de frequências (absolutas e relativas) .............................................. 89
3. Histogramas .................................................................................................. 91
4. Medidas de tendência central para dados simples (média, moda e mediana) ................ 95
5. Medidas de tendência central para dados agrupados (média, moda e mediana) ............ 98

Prova de integração 2 ............................................................................................................ 102

3. GEOMETRIA E MEDIDAS
• Situação - problema 4 ..................................................................................... 104
1. Retas complanares e retas não complanares .............................................. 105
2. Retas concorrentes e retas paralelas ........................................................... 107
Unidade III

3. Quadriláteros: Classificação e construção ................................................... 111


• Situação - problema 5 ..................................................................................... 122
4. Simetria em relação a uma reta: Eixo de simetria ........................................ 123
5. Área (triângulo, paralelogramo e círculo) ..................................................... 126
6. Volumes de sólidos geométricos .................................................................. 133
6.1. Unidades de medidas de volumes ..................................................... 133
6.2. Volume do paralelepípedo retângulo ................................................. 135
6.3. Volume de cubo .................................................................................. 136
6.4. Volume de cilindro .............................................................................. 137

Prova de integração 3 ............................................................................................................ 141

Anexo ...................................................................................................................................... 142


1
Números Racionais
UNIDADE I Números Racionais

Situação - Problema 1

Despesas bem calculadas

Os pais da Sílvia e do Leandro têm o mesmo salário de 40 contos por mês.


O início das aulas estava chegando, teriam de fazer despesas extras. Por isso, os pais tive-
ram de fazer cálculos. As informações dos pais não foram diretas:
Do rendimento mensal dos pais, 1 é para pagar a renda de casa e 2 são para alimentação.
4 5

3
Vão destinar do
10
rendimento do mês de agosto
para materiais e uniformes.

Estudar é um direito que temos,


mas também temos deveres.

Enquanto o Leandro fazia cálculos, a Sílvia representava graficamente todas as partes, utili-
zando cores diferentes para as comparar.
Pretendiam saber:
1. Se sobraria dinheiro;

2. Que parte do rendimento mensal representa o total das despesas fixas (renda de casa e
alimentação).

3. Como fazer uma representação gráfica das partes referidas.


Ajuda-os nos cálculos na representação gráfica.

10
Números Racionais UNIDADE I

1.1. Números primos e números compostos

Neste tema é importante lembrar algumas noções relacionadas com a divisão e que
estudaste no 5.º ano.
Na divisão de 120 (dividendo) por 3 (divisor), o quociente é 40 e o resto zero. Verifica!
Como é uma divisão exata, são equivalentes as seguintes expressões:
“120 é divisível por 3”; “120 é múltiplo de 3”; “3 é divisor de 120”.

INVESTIGA:
Quociente aproximado usando calculadora

• Efetua, usando uma calculadora, a divisão 49 ÷13


• Obtiveste 3,7692307
• Será a divisão exata? Esse quociente pode ser um valor aproximado com sete casas
decimais, porque a tua calculadora só tem capacidade para sete casas.
• Podes verificar se é ou não exata. Lembra que, numa divisão exata,

Quociente x divisor = dividendo.

Então, multiplica o número obtido (o quociente) por 13 (o divisor). Se o resultado for 49,
então esse quociente é exato. Caso contrário, é um valor aproximado.

1. Como no exemplo anterior, com uma calculadora simples, verifica se são ou não exatos
os quocientes das seguintes divisões:

a) 17 ÷ 7 c) 125 ÷ 13 e) 5,6 ÷ 1,8

b) 124 ÷ 9 d) 48,7 ÷ 3 f) 468 ÷ 3

2. Utilizando o exemplo dado (49 ÷13 = 3,7692307), indica um valor aproximado do quociente:

a) às centésimas, por defeito. d) às unidades, por defeito.

b) às centésimas, por excesso. e) às décimas, por excesso.

c) às unidades, por excesso. f) às décimas, por defeito.

11
UNIDADE I Números Racionais

Na divisão de números inteiros, os critérios de divisibilidade auxiliam na determinação


dos números inteiros que são seus divisores ou múltiplos.

Critérios de divisibilidade por 2, por 3 e por 5

• Um número é divisível por 2 quando for um número par.


• Um número é divisível por 3 quando a soma dos seus algarismos for um múltiplo de 3.
• Um número é divisível por 5 quando o algarismo das unidades for 0 (zero) ou 5.

Existem números inteiros que têm apenas dois divisores diferentes: o número 1 e ele mesmo.

Exemplos

• 2 tem apenas os divisores 1 e 2


• 3 tem apenas os divisores 1 e 3
• 5 tem apenas os divisores 1 e 5
• 11 tem apenas os divisores 1 e 11

Existem números inteiros que têm mais de dois divisores

Exemplos

• 4 tem os divisores 1, 2 e 4
• 9 tem os divisores 1, 3 e 9
• 15 tem os divisores 1, 3, 5 e 15

Os números inteiros que têm apenas dois divisores diferentes: o número 1 e ele mesmo,
são chamados números primos.
Os números inteiros que têm mais de dois divisores são chamados números compostos.

Portanto:

• 2, 3, 5 e 11 São números primos. E 4, 9 e 15 não são números primos, são números com-
postos.

12
Números Racionais UNIDADE I

Observações:

• O número 1 não é primo nem composto porque ele tem apenas um divisor (ele mesmo).
• O número 2 é o único número primo que é par.
• Os primeiros números primos são: 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23, …
• O conjunto dos números primos é infinito.

Identificação de números primos

1.1.1. Crivo de Eratóstenes

O Crivo de Eratóstenes é um método simples e prático para encontrar todos os números


primos até um certo valor limite.

Para determinarmos, por exemplo, os números primos menores que 100:


• Eliminamos todos os números pares (excepto o 2): 4, 6, 8, 10, 12,…;
• Eliminamos todos os múltiplos de 3 (excepto o 3): 6, 9, 12, 15,…; todos os múltiplos de 5
(excepto o 5): 10, 15, 20, 25…;
• Eliminamos todos os múltiplos de 7 (excepto o 7): 14, 21, 28, 35, 42, 49…

2 3 4 5 6 7 8 9 10

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

21 22 23 24 25 26 27 28 29 30

31 32 33 34 35 36 37 38 39 40

41 42 43 44 45 46 47 48 49 50

51 52 53 54 55 56 57 58 59 60

61 62 63 64 65 66 67 68 69 70

71 72 73 74 75 76 77 78 79 80

81 82 83 84 85 86 87 88 89 90

91 92 93 94 95 96 97 98 99 100

13
UNIDADE I Números Racionais

Estão a azul, na tabela anterior, os números primos menores que 100.

Quando o número a estudar é grande, não é prático utilizar o crivo de Eratóstenes. Neste
caso, para verificar se um número inteiro é primo, dividimos esse número pelos números pri-
mos 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17… até que o quociente seja menor ou igual ao divisor.

• Se o resto dessa divisão for zero o número não é primo.


• Se o resto dessa divisão for diferente de zero então o número é primo.

Exemplos

O número 161:
• Não é par, portanto, não é divisível por 2;
• 1 + 6 + 1 = 8, portanto, não é divisível por 3;
• Não termina em 0 nem em 5, portanto, não é divisível por 5;
• Dividido por 7: 161/7 = 23, com, resto zero. Logo 161 é divisível por 7 e, portanto, não é um
número primo.

O número 113:
• Não é par, portanto, não é divisível por 2;
• 1 + 1 + 3 = 5, portanto, não é divisível por 3;
• Não termina em 0 nem em 5, portanto, não é divisível por 5;
• Dividido por 7: 113/7 = 16, com resto 1. O quociente (16) é maior que o divisor (7).
• Dividido por 11: 113/11 = 10, com resto 3. O quociente (10) é menor que o divisor (11).
Como o resto é diferente de zero e o quociente é menor que o divisor, concluímos que 113 é um
número primo.

Observação:
Nessas divisões não interessam os resultados decimais. Apenas os resultados que são
números inteiros.

14
Números Racionais UNIDADE I

1.2. Números perfeitos, números deficientes e números abundantes

Números perfeitos
Um número é perfeito se a soma de seus divisores, excluindo o próprio número, é igual ao
número em causa. Os números 6 e 28 são exemplos de números perfeitos:
• Os divisores de 6, excluindo ele próprio, são: 1, 2 e 3. Repara que 6 = 1 + 2 + 3
• Os divisores de 28, excluindo ele próprio, são: 1, 2, 4, 7 e 14. Somando-os, temos que
1 + 2 + 4 + 7 + 14 = 28.

Números deficientes

Um número é deficiente se a soma de seus divisores, sem contar com ele, é menor que o
próprio número. É o caso, por exemplo, do número 15.
• Os divisores de 15, tirando o 15, são 1, 3 e 5.
• Somando-os, obtemos 1 + 3 + 5 = 9 <15

Números abundantes
Um número é abundante se a soma de seus divisores, excluindo o próprio número, é maior
do que ele mesmo.
É o caso, por exemplo, do número 12.
• Os divisores de 12, excluindo ele próprio, são: 1, 2, 3, 4 e 6.
• Somando, 1 + 2 + 3 + 4 + 6 = 16 > 12

Exercícios e Problemas

1. Dentre os números 27, 36, 60, 120, 531 e 540 verifica quais são divisíveis:

a) Por 2? b) Por 3? c) Por 5?

15
UNIDADE I Números Racionais

2. Determina os divisores dos seguintes números e diz quais são números primos e quais
são números compostos:
12, 13, 14 , 15, 16, 17, 18 , 19 , 25, 30, 54, 90, 151 e 221
3. Qual é o menor número primo?
4. Quantos são os números primos?
5. Quais são os dez primeiros números primos?
6. Classifica cada uma das seguintes afirmações como verdadeira (V) ou falsa (F):
a) Todos os números primos são ímpares.
b) Existem números que são primos e compostos.
7. Verifica se é abundante, deficiente ou perfeito cada um dos números seguintes:
6, 10, 18 e 28.
8. Verifica se o número 186 é abundante, deficiente ou perfeito.
9. Pinta o caminho que o sapo deverá fazer para chegar à poça de água. Ele só coloca os
pés nas casas que contêm números primos.

16
Números Racionais UNIDADE I

1.3. Composição e decomposição de números inteiros em somas de parcelas

A peixeira queria vender os últimos 3 peixes. Ela disse à Dona Beatriz que os 3 peixes fica-
riam por 1299 escudos, mas esta só queria um. Por isso, ela está a fazer cálculo mental para
determinar o valor do preço de cada peixe.

Eu só quero comprar um peixe


1299 dividido por 3 ??
hum...
1200 por 3 é 400
90 por 3 é 30
9 por 3 é 3
vou pagar 433 escudos!

Observa que, para dividir 1299 por 3, Dona Beatriz decompôs 1299 na soma 1200 + 90 + 9.
A seguir dividiu cada parcela da soma por 3;
• 1200 : 3 = 400; 90 : 3 = 30; 9 : 3 = 3.
Depois, somou os quocientes obtidos:
400 + 30 + 3 = 433.
Convivemos com a composição e a decomposição de números em várias situações do
quotidiano, principalmente quando se usa cálculo mental.
As “rabidantes” são um exemplo. Fazem decomposições como esta, com bastante naturalidade,
pois calculam mentalmente.
Muitos problemas da matemática sob a forma de jogos e quebra-cabeças resolvem-se
utilizando a decomposição de números inteiros.

Um número inteiro pode ser decomposto por classes ou por ordens.

17
UNIDADE I Números Racionais

Exemplo

Decompor o número 6 543 721


Decomposição por classes:

6 543 721 = 6 milhões + 543 milhares + 721 unidades


= 6 x 1 000 000 + 543 x 1000 + 721
= 6 000 000 + 543 000 + 721

Decomposição por ordens:

6 543 721 = 6 x 1 000 000 + 5 x 100 000 + 4 x 10 000 + 3 x 1000 + 7 x 100 + 2 x 10 + 1


= 6 000 000 + 500 000 + 40 000 + 3 000 + 700 + 20 + 1

Exercícios e Problemas

1. Decompõe 153 724 por classes e por ordens.


2. Compõe o número que corresponde à decomposição:

a) 7 x 1000 + 5 × 100 + 2 × 10 + 8 = d) 1 × 1000 + 5 × 100 + 8 =

b) 6 x 100 + 4 × 10 + 5 = e) 4 × 1000 + 2 × 100 + 5 × 10 =

c) 9 × 1000 + 3 × 10 + 6 = f) 3 × 100 + 7 =

3. Decompõe como no exemplo seguinte:

a) 55 326 = 50 000 + 5 000 + 300 + 20 + 6 e) 5 057 =

b) 32 156 = f) 1234 =

c) 8902 = g) 853 =

d) 2481 =

18
Números Racionais UNIDADE I

4. Decompõe como nos exemplos seguintes:

a) O número 126 é formado por: 1 centena + 2 dezenas + 6 unidades.


b) O número 52 341 é formado por: 5 dezenas de milhares + 2 unidades de milhar + 3
centenas + 4 dezenas + 1 unidade.
c) O número 562 é formado por…
d) O número 28 é formado por…
e) O número 1256 é formado por…
f) O número 789 é formado por…
g) O número 621 é formado por…

Observação:

O hábito de resolver problemas sob a forma de jogos ou de quebra-cabeças poderá ajudar-te


a desenvolver o raciocínio de um modo interessante e até divertido.
1. Coloca números de 1 a 9 nos seis triângulos equiláteros que formam o hexágono, sem
repetir, de modo a obteres a soma mágica 25.

Para achar as soluções, deves decompor o número 25 numa soma de seis parcelas, todas
diferentes.

19
UNIDADE I Números Racionais

Exemplos

25 = 1 + 2 + 3 + 4 + 6 + 9 25 = 1 + 2 + 3 + 4 + 7 + 8

1 1
9 6 8 2
3 4 7 4
2 3

Encontra mais duas soluções do problema.

2. Quadrado mágico
Um quadrado de nove casas (3 X 3) com os números de 1 a 9, como o abaixo, é dito má-
gico porque a soma dos números em qualquer linha e em qualquer coluna tem o mesmo
valor. Se somarmos também os números das duas diagonais, teremos esse mesmo valor.
Neste quadrado mágico a soma é 15.

2 9 4

7 5 3

6 1 8

Tenta achar a solução para os dois quadrados mágicos seguintes cujas somas são 27 e 18,
respetivamente.
Coloca números de 1 a 9 em cada uma das nove casas que formam o quadrado, sem repetir,
de modo que em cada horizontal, vertical ou diagonal a soma tenha sempre o mesmo valor.

9 6

3. João tinha 20 berlindes. Ele queria ficar com alguns e ainda oferecer os restantes a 3 amigos
de modo que cada um dos quatro ficasse com um número par de berlindes e nenhum deles
ficasse com o mesmo número que o outro. Com quantos berlindes ficou cada um?
Sugestão: decompõe 20 em quatro parcelas, todas pares e diferentes.

20
Números Racionais UNIDADE I

1.4. Decomposição de números num produto de fatores primos

Todo número inteiro maior que 1 pode ser decomposto num produto de dois ou mais fatores.

Exemplo

Decomposição do número 24 num produto:


24 = 4 x 6 24 = 2 x 2 x 6 24 = 2 x 2 x 2 x 3

No produto 2 x 2 x 2 x 3, todos os fatores são primos.

Estudaste no 5.º ano que um produto de fatores iguais é uma potência em que a base é o fator
que se repete e o expoente é o número de vezes que o fator se repete.

Sendo assim: 24 = 23 x 3
Chamamos de fatorização de 24 à decomposição de 24 num produto de fatores primos.
Então, a fatorização de 24 é 23 x 3.

De um modo geral, chamamos de fatorização de um número inteiro, maior que 1,


à sua decomposição num produto de fatores primos.

Regra prática para a fatorização


• Separar os quocientes dos divisores por uma barra vertical de modo que à esquerda dessa
barra teremos os quocientes e à direita os divisores primos.
• Efetuar a divisão dos sucessivos quocientes por divisores primos até que o quociente final
fique igual a 1.

Decomposição do número 360 num produto de fatores primos:


• Como 360 é um número par, o primeiro número primo que é divisor de 360 é o número 2:

Exemplos

360 2
180

21
UNIDADE I Números Racionais

• O número primo 2 é divisor de 180. Isto significa que o quociente 180 é divisível por 2:

360 2
180 2
90

• 90 continua sendo divisível por 2:

360 2
180 2
90 2
45

• 45 não é divisível por 2. Devemos testar o próximo número primo. O número 3 é divisor
de 45 (recordas-te dos critérios de divisibilidade?):

360 2
180 2
90 2
45 3
15

• 15 também é divisível por 3:

360 2
180 2
90 2
45 3
15 3
5

22
Números Racionais UNIDADE I

• 5 é um número primo. Portanto, só é divisível pelo próprio número 5:


360 2
180 2
90 2
45 3
15 3
5 5
1

Neste momento, chegamos finalmente ao quociente 1. Temos, então, que o número 360 pode
ser decomposto nos seguintes fatores primos:

2, 2, 2, 3, 3 e 5.
Então, a fatorização de 360 é:

360 = 23 x 32 x 5

Exercícios e Problemas

1. Decompõe em fatores primos os seguintes números:

a) 28; b) 30; c) 32; d) 36; e) 40; f) 45;

g) 60; h) 80; i) 12 j) 125; k) 135; l) 250;

m) 180; n) 220; o) 320; p) 308

2. Determina o número cuja fatorização é:

a) 22 x 3 x 5 x 7 d) 23 x 52 x 11

b) 32 x 52 x 7 e) 52 x 11 x 13

c) 2 x 3 x 53 f) 24 x 32 x 5

23
UNIDADE I Números Racionais

1.5. Máximo divisor comum e mínimo múltiplo comum

O MMC (mínimo múltiplo comum) de dois ou mais números é o menor múltiplo comum entre eles.
O MDC (máximo divisor comum) de dois ou mais números é o maior divisor comum entre eles.

Exemplo 1

Determina o mínimo múltiplo comum entre 30, 48 e 120.


Em linguagem simbólica:
MMC (30, 48, 120) ou mmc (30, 48, 120)
Para encontrar o MMC, vamos utilizar um método que usa a decomposição em fatores primos
desses números e a seguinte regra:
O MMC entre dois ou mais números é igual ao produto de todos os fatores primos,
comuns e não comuns, elevados aos maiores expoentes.

O mínimo múltiplo comum entre dois ou mais números é igual ao produto de todos os
fatores primos comuns e não comuns, elevados ao maior expoente.

Decomposição em fatores primos

30 2 48 2 120 2
15 3 24 2 60 2
5 5 12 2 30 2
1 6 2 15 3
3 3 5 5
1 1

24
Números Racionais UNIDADE I

Fatorização

30 = 2 x 3 x 5 48 = 24 x 3 120 = 23 x 3 x 5

Fatores comuns: 2 e 3. Consideramos os de maiores expoentes, logo 24 e 3.


Fatores não comuns: o 5.
Portanto, o MMC (30, 48, 120) = 24 x 3 x 5 = 240.

Observação:

Temos três fatores 3 e dois fatores 5, mas para o cálculo do MMC basta considerar somente
um de cada.

Exemplo 2

Determina o máximo divisor comum entre 96, 108 e 132


Em linguagem simbólica:
MDC (96, 108,132) ou mdc (96, 108, 132)
Para encontrar o MDC, vamos também utilizar a decomposição dos números em fatores
primos, mas aplicando a regra seguinte:

O máximo Divisor Comum entre dois ou mais números é igual ao produto dos fatores
primos comuns, elevados aos menores expoentes.

Decomposição em fatores primos

96 2 108 2 132 2
48 2 54 2 66 2
24 2 27 3 33 3
12 2 9 3 11 11
6 2 3 3 1
3 3 1
1

25
UNIDADE I Números Racionais

Fatorização

96 = 25 x 3 108 = 22 x 33 132 = 22 x 3 x 11

Apenas os fatores primos comuns: 2 e 3.


Dos fatores primos comuns os de menores expoentes são 22 e 3.
Portanto, MDC (96, 108, 132) = 22 x 3 = 4 x 3 = 12.

O MMC e o MDC possuem inúmeras aplicações em situações do quotidiano.

Exemplo 3

Um médico, ao prescrever uma receita, determinou que três medicamentos fossem ingeridos
pelo paciente da seguinte forma: remédio A, de 2 em 2 horas, remédio B, de 3 em 3 horas e
remédio C, de 6 em 6 horas. O paciente utilizou os três remédios às 8 horas da manhã. A que
horas voltará o paciente a tomar os três medicamentos?

Resolução:

Devemos encontrar o MMC entre 2, 3 e 6.


Decomposição em fatores primos
Como 2 e 3 são números primos não se fatorizam.
6=2x3

Aplicando a regra:

Fatores comuns e não comuns: 2 e 3


Com maiores expoentes: 2 e 3. Neste exemplo, os fatores não aparecem com expoentes
(o expoente é 1).

26
Números Racionais UNIDADE I

Escreve-se desta forma


MMC (2, 3, 6) = 2 x 3 = 6
O mínimo múltiplo comum dos números 2, 3, 6 é igual a 6.

De 6 em 6 horas os três remédios serão ingeridos juntos. Portanto, será às 14 horas.

Exemplo 4

Dona Francisca compra tecidos para confecionar sacos de pão para vender, usando neles
retalhos do mesmo comprimento. Uma vez, verificou que duas peças restantes de tecido
tinham 156 centímetros e 234 centímetros. Ela então resolveu cortar os tecidos em retalhos
iguais e de maior comprimento possível. Com que comprimento ficou cada retalho?

Resolução:

Devemos encontrar o MDC entre 156 e 234. Esse valor corresponderá à medida do compri-
mento desejado.
Decomposição em fatores primos

156 2 234 2
78 2 117 3
39 3 39 3
13 13 13 13
1

Fatorização
156 = 2 x 2 x 3 x 13 = 22 x 3 x 13
234 = 2 x 3 x 3 x 13 = 2 x 32 x 13

Aplicando a regra:

Fatores comuns: 2, 3 e 13
Com menores expoentes: 2, 3 e 13
MDC (156, 234) = 2 x 3 x 13 = 78
Resposta: Cada retalho ficou com 78 cm de comprimento.

27
UNIDADE I Números Racionais

Exercícios e Problemas

1. Determina:

a) mmc (30, 75) d) mdc (18, 60) g) mdc (28, 36)

b) mdc (30, 75) e) mmc (66, 102) h) mdc (25, 45)

c) mmc (18, 60) f) mmc (36, 54, 90) i) mdc (148, 248)

2. A avó da Rita foi viajar numa excursão. Quantas pessoas fizeram a excursão, se podemos
contar de 8 em 8 ou de 10 em 10 e é o menor possível?

3. Em um certo país, a eleição presidencial ocorre de 6 em 6 anos e as legislativas de 4 em 4


anos. Em 2004, essas eleições coincidiram. Quando essas eleições voltarão a coincidir novamente?

4. Numa árvore de Natal, um grupo de lâmpadas acende de 10 em 10 segundos e um outro gru-


po acende de 12 em 12 segundos. À meia-noite, acenderam-se os dois grupos de lâmpadas.
Quantos segundos depois voltam a acender-se simultaneamente os dois grupos de lâmpadas?

5. Três netos visitam sua avó, respetivamente em intervalos de 5 dias, de 7 dias e de 9 dias. A
última vez que os três se encontraram na casa da avó foi no mês de maio. Em que mês eles
voltarão a se encontrar?

6. Três escolas, A, B e C, participaram num campo de férias com 30 alunos, 48 alunos e 36


alunos, respetivamente. No campo, formaram-se equipas com o mesmo número de alunos e
com o maior número possível. Determina quantos alunos participaram em cada equipa?

28
Números Racionais UNIDADE I

1.6. Frações

A Sónia convidou alguns amigos para estudarem em casa dela. Na hora do lanche, ela encontrou na co-
zinha 3 maçãs, mas, estando 4 pessoas, como poderá ela repartir igualmente as 3 maçãs por 4?

Pretende-se determinar o quociente exato de 3 por 4. Este quociente pode ser representado na
forma 3 , isto é, na forma de uma fração.
4
Na fração 3 , 3 e 4 são os termos da fração. 3 é o numerador e 4 é o denominador.
4

Numa fração, o denominador corresponde ao número de partes que o todo (o inteiro) será
dividido e o numerador corresponde ao número de partes que serão consideradas.
3
Assim, no caso das maçãs da Sónia, cada um deverá ficar com 3 ÷ 4 = (lê-se: três-quartos)
4
de uma maçã. Ou seja, a Sónia deverá dividir cada maçã em 4 partes e distribuir 3 dessas par-
tes para cada um. Observa a representação seguinte e verifica!

Como se lê uma fração:

As frações recebem nomes especiais quando os denominadores são 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e


também quando os denominadores são 10, 100, 1000...

29
UNIDADE I Números Racionais

1 2
um meio dois quintos
2 5
1 4
um terço quatro sétimos
3 7
1 7
um quarto sete oitavos
4 8
1 15
um quinto quinze nonos
5 9
1 1
um sexto um décimo
6 10
1 1
um sétimo um centésimo
7 100
1 1
um oitavo um milésimo
8 1000
1 8
9
um nono oito milésimos
1000

Para denominadores a partir de 10, lê-se o numerador, o denominador e acrescenta-se “avos”.

Exemplo
1
lê-se: um doze avos; 2 lê-se: dois vinte avos; 3 lê-se: três setenta e quatro avos.
12 20 74

1.6.1. Frações decimais

São frações decimais, todas as frações cujo denominador se representa por uma potência de
10. isto é, 10, 100, 1000, …

Exemplos

A fração 1/2 pode ser representada pelo número decimal 0,5 ou pela fração 5 .
10

3 75 1
= 0,75 = = 0,2 = 2
4 100 5 10

3 6 1 25
= 0,06 = = 0,025 =
50 100 40 1000

30
Números Racionais UNIDADE I

1.6.2. Frações equivalentes

Frações equivalentes são frações que representam partes iguais, portanto, o mesmo número.

Observa a figura seguinte:

Um 1 2 3 4 5
Inteiro
2 4 6 8 10

Para obter frações equivalentes a uma dada fração, devemos multiplicar ou dividir o nume-
rador e o denominador desta fração por um mesmo número inteiro, diferente de zero.

Exemplo obter frações equivalentes à fração 1


2
1x2 2 1x3 3 1x4 4 1x5 5
= = = =
2x2 4 2x3 6 2x4 8 2x5 10

1
Portanto, as frações 2 , 3 , 4 e 5 são algumas das frações equivalentes a .
4 6 8 10 2

Como pudeste observar na figura anterior, representam a mesma parte da unidade.


Simbolicamente: 1 = 2 = 3 = 4 = 5
2 4 6 8 10

Para obter frações equivalentes com igual denominador devemos:

1º Determinar o mínimo múltiplo comum dos denominadores;


2º Procurar os números pelos quais se devem multiplicar cada um dos denominadores para
obter esse múltiplo;
3º Escrever as frações equivalentes.

31
UNIDADE I Números Racionais

Exemplo

3 1 5
Obter frações equivalentes às frações ; e com o mesmo denominador.
4 6 3
Resolução:

4 = 22 6=2x3 3 é primo

MMC (4, 6, 3) = 22 x 3 = 12

3
A primeira fração ficará com o valor 12 no denominador se multiplicarmos o numerador e o
4
denominador por 3:
3x3 9
=
4x3 12
1
A segunda fração ficará com o valor 12 no denominador se multiplicarmos o numerador e
6
denominador por 2:

1x2 2
=
6x2 12
5
Na terceira fração multiplicar o numerador e denominador por 4:
3
5x4 20
=
3x4 12
3 9
Dizemos que a fração é uma fração simplificada de .
4 12
A fração
3 não pode ser simplificada, por isso é chamada de fração irredutível.
4
3
A fração não pode ser simplificada porque 3 e 4 não possuem nenhum fator comum.
4

Para simplificarmos totalmente uma fração, dividimos o numerador e o denominador da


fração pelo seu máximo divisor comum.

Há uma infinidade de frações que representam o mesmo número. A mais simplificada de


todas diz-se fração irredutível.

32
Números Racionais UNIDADE I

1.7. Números racionais: sua definição

Vimos que o quociente exato entre dois números inteiros pode ser representado por uma fração.
5
•5÷5= = 1 ------- 1 é o quociente exato de 5 por 5.
5
5
é um número inteiro.
5
3
•3÷4= = 0,75 ------ 0,75 é o quociente exato de 3 por 4.
4
0,75 é um número fracionário decimal.

1
•1÷3= = 0, 333… ------ 0, 333… não é o quociente exato de 1 por 3.
3
A única forma de representar o quociente exato de 1 por 3 é na forma de fração.

1
um número fracionário não decimal.
3
Números racionais são todos os números que se podem representar na forma de fração
(números inteiros ou números fracionários).
Mais exemplos de Números Racionais

2 4 15
Números Inteiros 2= = =5
1 2 3

Números fracionários decimais (exatos)

3 75 2 6 2314
= 0,75 = = 0,2 = 0,06 = 2,314
4 100 10 100 1000

Números fracionários não decimais (não exatos)

1 41 5
= 0,333...; = 0,414141...; = 0,83333...;
3 99 6

Observação:

Já deves ter reparado que os números fracionários são aqueles mesmos números que no
5.º ano chamamos de números decimais.

33
UNIDADE I Números Racionais

1.8. Representação gráfica de números racionais

Os números racionais, quer estejam na forma decimal quer estejam na forma de fração
podem ser representados numa semirrecta.
Como no 5.º ano, deves escolher a unidade de modo a facilitar a marcação dos pontos que se
pretende, como ilustra a figura seguinte:

0 0,5 0,625 0,75 1

0,6 0,7 0,8 0,9


1 5 3
2 8 4

Os números racionais na forma de fração podem ser representados como partes de uma
unidade que pode ser um círculo, uma barra, um retângulo, um quadrado, etc., desde que
essas unidades estejam divididas em porções iguais.

Exemplo 1 Tomando o círculo como unidade ou 1

1 1 1
2 3

1
1 1
6
4 5

1 1 1
7 8 9

1
1 1
10
11 12

34
Números Racionais UNIDADE I

Exemplo 2

Tomando como unidade ou 1 uma tira de cartolina, uma régua, uma faixa, etc.

= 1

1
= 2
1
= 3
1
= 4
1
= 5
1
= 6
1
= 7
1
= 8
1
= 9
1
= 10

Exemplo 3 Tomando o retângulo como unidade ou 1

5
12
Cinco doze avos

Quatro sextos
4
6

35
UNIDADE I Números Racionais

Exemplo 3 Tomando o retângulo como unidade ou 1


22
48
Vinte e dois quarenta e oito avos

Dezoito vinte e quatro avos


18
24
Frações em que o numerador é maior do que o denominador:
Quando o numerador é maior que o denominador, a fração representa uma quantidade maior
que uma ou várias unidades.

Exemplo 1

7
4

Repara que 7 = 1 unidade + 3


Exemplo 2
4 4

10
4

10 = 2 unidades + 2
4 4

36
Números Racionais UNIDADE I

1.9. Comparação e ordenação de números racionais

Toda a fração é uma divisão, portanto, podemos reduzir as frações a dízimas e comparar
números decimais.

No entanto, existem também regras práticas para comparar frações, como as que se seguem:

Frações com igual denominador


5
8
3
8
1
8

Uma representação gráfica não deixa dúvida. 5 > 3 > 1 . Então, a regra é:
8 8 8

Em frações com igual denominador é maior a fração com maior numerador

Outro processo:
5 3 1
= 0,625 ; = 0,375 ; = 0,125 ;
8 8 8

Portanto, 5 > 3 > 1


8 8 8
Frações com igual numerador

1
6

1
4
1
3
1
2

Em frações com igual numerador é maior a fração com menor denominador

37
UNIDADE I Números Racionais

Frações que não têm mesmo numerador nem mesmo denominador

Qual fração é maior: 2 ou 1 ?


3 2

Para comparar frações que não tem o mesmo numerador nem o mesmo denominador, utiliza-
-se um dos seguintes processos:
1º processo:
Reduz-se a dízima cada uma das frações e comparam-se os números resultantes, como se
viu no primeiro caso.
2º processo:
Substitui-se cada uma das frações por uma fração equivalente com igual denominador e comparam-se.
Exemplo
Como o 2 e 3 são números primos, MMC (3,2) = 2 x 3 = 6,

Comparar
2 e 1 é o mesmo que comparar 4 e 3
3 2 6 6
x2 x3
2
Como 4 > 3 , concluímos que > 1 , como é evidente na representação gráfica.
6 6 3 2

Exercícios e Problemas

1. Cada um dos quadrados seguintes está dividido em partes iguais.

A B C D E
a) Indica uma fração que represente a parte colorida de cada um deles.

b) Escreve a leitura de cada fração.

38
Números Racionais UNIDADE I

2. Observa a figura seguinte:

a) Representa a parte colorida por uma única fração.

b) Esta fração é maior, menor ou igual a um inteiro?

3. Escreve os números decimais sob a forma de fração

a) 0,1 = d) 0,05 = g) 13,06 =

b) 8 = e) 0,003 = h) 0,023 =

c) 8,5 = f) 3,27 =

4. Escreve as frações seguintes sob a forma de número decimal

a) 1 = b) 1 = c) 1 = d) 7 =
2 4 10 100

e) 15 = f) 25 = g) 234 = h) 1632 =
1000 10 100 1000

39
UNIDADE I Números Racionais

5. Constrói no teu caderno, uma tabela idêntica à que apresentamos a seguir.

1 2 3 4 5

1
1 = 0,5
2
2 2
2 =1
2 3

4
4 =2
2

Preenche cada casa, escrevendo o quociente na forma de fração e no sistema decimal quando
possível (ver exemplos).

a) Contorna a azul as frações que representam números inteiros.


b) Contorna a vermelho as frações que representam números fracionários decimais.
c) Contorna a verde as frações que representam números fracionários não decimais.
d) Indica as frações que representam o mesmo número.

6. Escreve três frações equivalentes a cada uma das seguintes:


1 2 6
a) b) c)
2 3 8

7. Mostra, utilizando figuras, que:


3 e 6 são equivalentes
a)
5 10

3 e 7 não são equivalentes


b)
5 10

40
Números Racionais UNIDADE I

8. Qual das faixas em azul, na tabela, representa a fração 5/10?

a)

b)

c)

9. Completa, utilizando um dos símbolos “< , > ou =“


a) 3 ........... 5 d) 25 ........... 25 g) 3 ........... 2
4 4 100 10 8 8

b) 1 ........... 1 e) 2 ........... 2 h) 3 ........... 6


4 2 7 3 4 8

c) 5 ........... 1 f) 2 ........... 8 i) 4 ........... 10


10 2 10 10 4 10

10. Dispõe as frações por ordem decrescente:

4 ; 1 ; 3 ; 1 ; 1 ; 1 ; 1 ; 1 ;
4 2 2 8 10 3 4 6

….... > ….... > ….... > ....… > ….... > ....… > ….... > …....
3
11. Marta e Dora fazem exercícios de um livro. Marta conseguiu fazer dos exercícios e
3 8
Dora, dos exercícios. Quem conseguiu fazer maior número de exercícios? Justifica a tua
5
resposta.

12. Ao ponto A da semirreta corresponde o número 1 .


4
A G B C E F D

0 1 2

Quais são os números que correspondem aos pontos B, E, F e G?

41
UNIDADE I Números Racionais

1.10. Adição de números racionais: suas propriedades


Como todo o número racional é uma fração ou pode ser escrito na forma de uma fração, podemos
definir as operações com os números racionais como sendo operações com frações.

1.10.1. Adição de frações com denominadores iguais

Ariana já começou a resolver a sua ficha de exercícios de matemática. Ontem, ela


2
resolveu da ficha e, hoje, mais 1 . Que fração da ficha Ariana já resolveu?
5 5
A adição de números racionais envolvendo frações requer que todas as parcelas estejam na
forma de fração com o mesmo denominador.

2 + 1 = 2 +1 = 3
5 5 5 5

Para adicionar frações com o mesmo denominador, somam-se todos os numeradores


e mantêm-se o denominador comum.

Graficamente:
2
5
1
5
2 + 1 = 3
5 5 5

1.10.2. Adição de frações com denominadores diferentes

1 + 2
3 5
Neste caso, devemos começar por converter todas as parcelas a frações equivalentes às
fracções dadas, com o mesmo denominador e só depois somar os numeradores, mantendo
o denominador.
MMC ( 3 , 5) = 3 x 5 = 15

1 + 2 = 5 + 6 = 11
3 5 15 15 15
x5 x3

42
Números Racionais UNIDADE I

1.10.3. Propriedades da adição de números racionais

A adição de números racionais tem as mesmas propriedades da adição de números inteiros e


decimais estudadas no 5.º ano. Portanto:

Propriedade Comutativa
2 + 1 = 1 + 2 = 3
5 5 5 5 5
Então:

Numa adição a ordem das parcelas não altera a soma.

Propriedade Associativa

(1 + 1
)+ 2 1
= 1+( +
2
)
3 3 3 3

(1 + 1
)+ 2
=(
3 + 1 )+ 2 = 4 + 2 = 6 =3
3 3 3 3 3 3 3 3

1+( 1 + 2 ) =1+( 1 + 2 )= 3 + 3 = 6 =3
3 3 3 3 3 3 3

Para efetuar esta adição, podemos associar as duas primeiras parcelas e em seguida adicionar
com a terceira parcela, mas também, podemos associar, primeiro, as duas últimas parcelas
e, depois, somar com a primeira parcela, então

Numa adição de três ou mais parcelas, podemos associar as parcelas de formas


diferentes, que os resultados serão iguais.

Elemento Neutro
2 + 0=0+ 2 = 2
3 3 3
Isto significa que quando uma das parcelas é zero a soma é igual a outra parcela.

O zero é o elemento neutro da adição.

43
UNIDADE I Números Racionais

1.11. Subtração de números racionais

A subtração de frações faz-se de maneira análoga à adição.

1.11.1. Subtração de frações com um denominador comum


5 - 3
7 7
5 - 3 = 5-3 = 2 diferença
7 7 7 7
Graficamente:
5
7
3
7

5 - 3 = 2
7 7 7

Para subtrair frações com o mesmo denominador, subtraem-se os numeradores e mantêm-se o


denominador comum.

1.11.2. Subtração de frações com denominadores diferentes

2 - 5 = 2 - 5
3 1 3

MMC ( 1 , 3 ) = 3 x 1 = 3

Logo 2 - 5 = 2 - 5
3 1 3
2x3 5 6
- = - 5
1x 3 3 3 3

6- 5 1
= =
3 3

44
Números Racionais UNIDADE I

Exercícios e Problemas

1. Claudete fez um bolo. O irmão Mauro comeu 1 do bolo e sua amiga Graça, 1 . Que fração
6 12
irredutível representa o total que os dois comeram?

1 + 1 + 1 , na sua forma irredutível.


2. Determina a soma
2 3 4

1
3. O Senhor João Gastou do seu salário com alimentação e 2 com as demais despesas.
7 5
Qual é a fração (irredutível) total que gastou?

4. Representa por uma fração:

a) Metade de 7 d) Cinco décimos


b) Quatro oitavos e) Dez doze avos
c) Quinta parte de 24 f) Três nonos

5. Escreve com algarismos


a) Trinta e quatro unidades e sete centésimos
b) Quatrocentos e sessenta e dois milésimos
c) Oitenta e nove centésimos
d) Vinte e quatro unidades e oito décimos

6. Escreve por extenso os seguintes números:

a) 51,2 b) 8,02 c) 0,821 d) 0,004 e) 0,512

7. Escreve cada um dos números a seguir na forma de fração decimal:

a) 14,3 b) 0,016 c) 0,276 d) 2,203 e) 1,405

45
UNIDADE I Números Racionais

8. A figura seguinte representa uma horta onde estão plantadas vários tipos de plantas:

Cenouras Couves Bananas

Que fração da horta ocupam:

a) As couves;
b) As cenouras;
c) As bananas;
d) As três plantas juntas (apresenta os cálculos usando as frações);
e) Que parte da horta continua em branco? (Escreve-a na forma decimal e na forma fracionária).

9. Determina e apresenta na forma irredutível:

1 + 1
a) d) 3,2 + 4 + 1 g) 1 + 5 - 1
5 2 10 5 2 3 6
1 + 1 + 1 8 - 1
b) e) h) 0,6 - 3
6 3 4 6 3 10

c) 1 + 0,25 f) 10 - 2 i) 4,2 - 3
10 2 3 5

46
Números Racionais UNIDADE I

10. Bruno e Carlos precisam de 1 litro de tinta laranja para pintar num andor no desfile de
Carnaval. Bruno tem 2/5 de um litro de tinta vermelha e Carlos tem 1/2 litro de tinta amarela.
Se misturarem as tintas, eles vão obter a quantidade que precisam (1 litro de tinta laranja)?

11. Numa fruteira estão pêssegos, laranjas e bananas. Se 2/5 das frutas são pêssegos e 1/2
são laranjas, que fração as bananas representarão?

12. Numa pesquisa realizada com 200 alunos de uma escola, sobre como passam o seu tem-
po livre, obteve-se o seguinte resultado registado no gráfico circular:

a) Que fração dos alunos passam o seu tempo livre lendo?


b) Quantos alunos preferem ver TV?

Lendo

1 Passeando
?
1 4
Jogando
10
1
2

Vendo tv

47
UNIDADE I Números Racionais

1.12. Multiplicação de números racionais: suas propriedades

1.12.1. Multiplicação de um número inteiro por uma fração

“ Faz e aprende”

João e Maria estão resolvendo uma lista com 60


problemas. Sabem que precisam de fazer muitos exer-
cícios e problemas para poderem ficar bons alunos a
matemática. Até ao momento, eles resolveram 2/5 da
lista. Quantos problemas eles já resolveram?

No ano passado, utilizaste nas expressões os operadores multiplicativos:

dobro de (2 x …), triplo de (3 x …), quádruplo de (4 x …), quíntuplo de (5 x …),…

Neste tema, vais utilizar, além desses, outros operadores como :


Metade (ou um meio) de; terça parte (ou um terço) de; quarta parte (ou um quarto) de; quinta
parte (ou um quinto) de; etc.

1
• Metade de ( x)
2

1
• Terça parte de ( x)
3

1
• Quarta parte de ( x)
4

48
Números Racionais UNIDADE I

1
• Quinta parte de ( x)
5

• sexta parte de ( 1 x )
6
2
• Dois quintos de ( x)
5

Assim, para resolver o problema do exemplo, vais calcular 2 de 60. Escreve-se 2 x 60 .


5 5
Escreve-se: 2 x 60 = 2 x 60
5 5
= 120 = 24
5
Resposta: Já resolveram 24 problemas

Para multiplicar um número inteiro por uma fração, basta que o multipliquemos
pelo numerador da fração dada, mantendo o seu denominador.

Exercícios e Problemas

1. Calcula a metade, a terça parte, a quarta parte e a sexta parte de:

a) 60 Kg; c) 300 escudos;

b) 180 litros; d) 540 metros.

2. A Joana está a ler um livro que tem 132 páginas. Ela já leu 7/11 desse livro. Quantas
páginas ela já leu desse livro?

3. Uma turma tem 36 alunos. Desses, 5/9 são do sexo feminino. Quantas alunas há nessa turma?

4. João já comeu 3/4 do pacote que continha 24 bolachas. Quantas bolachas, ele já comeu?

5. O pai da Emília tem 30 anos. Emília tem 2/5 da sua idade. Quantos anos tem a Emília?

6. Uma prova de matemática contém 20 questões. Um aluno acertou 7/10 das questões.
Quantas questões ele errou?

49
UNIDADE I Números Racionais

1.12.2. Multiplicação de uma fração por outra fração

Em muitas situações, temos necessidade de calcular a fração de uma outra fração.

Exemplo 1 “Desporto é vida”

O desporto faz bem à saúde e diverte. Por isso, para incentivar a prática de desporto, um
desportista pediu aos alunos de uma escola que respondessem a um inquérito.

5 4
dos alunos responderam ao inquérito. Desses alunos, apenas praticavam desporto.
8 15
Qual é a fração dos alunos que responderam ao inquérito e praticam desporto?
Resolução:
4 x 5 = 4x5
15 8
multiplica-se numerador com numerador e denominador com denominador.
15 x 8

= 20 = 1 produto na forma irredutível (dividiu-se ambos os termos por 20)


120 6

Portanto, 1 dos alunos que representam ao inquérito praticam desporto.


6

Para multiplicar uma fração por outra fração, multiplica-se numerador com nume-
rador e denominador com denominador.

Exemplo 2

Numa biblioteca com 900 livros, um terço é de matemática. Desses livros de matemática, um
quinto pertence ao 6.º ano. Quantos livros de matemática do 6.º ano há nessa biblioteca?

Pode ser resolvido por partes, assim:


1 de 900 = 1 x 900 = 900 ÷ 3 = 300
3 3
1 de 300 = 1 x 300 = 300 ÷ 5 = 60
5 5
As duas expressões acima podem ser escritas numa única expressão numérica onde aparece
o produto de duas frações.

50
Números Racionais UNIDADE I

1 de 1 de 900 1 x 1 x 900 = 1 x 900 = 60


( )=
5 3 5 3 15
São 60 livros de matemática do 6.º ano.

Exemplo 3

1 x 1 ( metade de um quarto)
Resolução gráfica de
2 4
metade de 1
1 4
4 1 x 1
e
2 4
1
1.12.3. Propriedades da Multiplicação 8

A multiplicação de números racionais são as mesmas que estudaste no 5.º ano para números
inteiros e decimais

Propriedade Comutativa
1 x 1 = 1 x 1 = 1
2 3 3 2 6

A ordem dos fatores não altera o produto, logo, a multiplicação é comutativa.

Propriedade Associativa

1 x( 1 x 4 )=( 1 x 1 )x 4
2 3 5 2 3 5

Numa multiplicação de três ou mais fatores, podemos associar os fatores de for-


mas diferentes. O resultado não se altera.

Elemento Neutro

Quando um dos fatores é 1, o produto é igual ao outro fator.

1 x 7 = 7 x 1= 7
3 3 3

O número 1 é o elemento neutro da multiplicação.

51
UNIDADE I Números Racionais

Elemento Absorvente
Se um dos fatores é zero, o produto é igual a zero.

0 x 1 = 1 x 0= 0
3 3
O número zero é o elemento absorvente da multiplicação.

Propriedade distributiva da multiplicação relativamente à adição

3 x( 7 + 4 )=( 3 x 7
) +( 3 x 4 )
2 9 5 2 9 2 5

A multiplicação também é distributiva em relação à subtração.

Elemento inverso
O produto de um número racional pelo seu inverso é sempre 1.
3 x 2 = 6 = 1 Qualquer número racional diferente de zero tem inverso.
2 3 6
• Para representar o inverso de um número na forma de fração, escreve-se uma fração com
os termos trocados.
3 2
Exemplo: tem inverso
2 3
• Qualquer número racional diferente de zero tem inverso.

Exemplo: 5 tem inverso 1


5
Exercícios e Problemas

1. Procura a melhor forma de calcular as multiplicações a seguir:

8 x 6
a) 2 x 7 c) e) 3 x 2 x 4 g) 6 x 1 x 7 x4 i) 3 x ( 2 + 1)
5 3 5 7 5 3 7 1 6 7

1 x 5
b) d) 0,2 x 1 x 1 f) 2,3 x 4 x 1 h) 1 x 0,5 x 5 j) 4 x ( 4 + 1 )
4 10 2 3 10 5 3 6

2. Numa pastelaria chegaram pães e bolos quentes. Dos produtos que chegaram, 1/5 eram
bolos, dos quais 3/4 eram bolos de fruta.
Do total dos bolos, que fração corresponde aos bolos de fruta?

52
Números Racionais UNIDADE I

1.13. Potência de números racionais

Já calculaste potências de números racionais quando no 5.º ano trabalhaste com potências de
números inteiros e decimais.
Quer a base seja inteira, decimal ou fração, a potenciação é uma operação matemática que
substitui a multiplicação de fatores iguais.

já sabes que:
• 54 = 5 x 5 x 5 x 5 = 625
54, que se lê 5 elevado a 4, ou 5 elevado à quarta potência é igual ao produto de quatro
fatores todos eles iguais a cinco.

• (3,2)3 = 3,2 x 3,2 x 3,2 = 32, 768

Analogamente:

2 2x2x2x2
( 2 ) 4= x 2 x 2 x 2 = 16 ou ( 2 )4 = =
16
5 5 5 5 5 625 5 5x5x5x5 625
Qualquer número elevado a 1 é igual ao próprio número:

8- 6 1 2 1 2
) =( )
) =
3 3 3

Exercícios e Problemas

1. Calcula o valor de cada potência:

a) ( 3 )2 c) ( 4 )3 e) ( 1 )4 g) (2,5)
2

5 7 10

3
b) ( 5 )2 d) ( 2 )2 f) (0,3) 4 h) (0,1)
3 9

53
UNIDADE I Números Racionais

1.14. Divisão de números racionais

1
A mãe do Rui tem de um bolo e quer dividi-lo em 3 fatias iguais. Que fração do bolo
4
representará cada fatia?

Resolução:
Exemplo 1

Dividir 1 por 3. 1
3=
1 x 1 = 1 quociente
4 4 4 3 12

1/4
Multiplica-se a 1.ª fração pelo inverso da segunda
1
Portanto, cada fatia representa .
12
Para dividirmos uma fração por outra fração, multiplicamos a primeira fração pelo inverso da
segunda. (convertemos a divisão numa multiplicação)

Exemplo 2
Para dividir
1 4 7 x4 28
1 7 =7x = = = 28
7 4 1 1 1
4

Exemplo 3

3 9
=
3 x 10 = 3 x 10 = 30 = 2
5 10 5 9 5x 9 45 3
quociente, na forma irredutível (dividiu-se os termos por 15).

Exercícios e Problemas

1. Efetua as divisões
2 7 1 5 8 6 d) 0,2 1 e) 3 2 f) 2,3 1
a) b) c)
5 3 4 10 5 7 2 5 10

2. Uma vasilha contém 3 litros de suco de laranja. Quantos copos com capacidade 1/4 de litro
podem ser enchidos com o suco?

54
Números Racionais UNIDADE I

1.15. Expressões numéricas

Neste grupo, encontrarás expressões numéricas que envolvem as cinco operações e o uso de
parênteses.
Por isso, é bom lembrar as regras de prioridade das operações:

1.15.1. Prioridades das operações

Se a expressão numérica tiver parêntese, o cálculo dentro do parêntese


deve ser efetuado em primeiro lugar.

Numa expressão numérica, primeiro, calculamos as potências, pela


ordem em que aparecem.

Depois, as multiplicações e as divisões, pela ordem em que apare-


cem.

Finalmente, as adições e subtrações, pela ordem que aparecem.

55
UNIDADE I Números Racionais

Exercícios e Problemas

1. Escreve as expressões numéricas que traduzem as seguintes frases:

a) o dobro da soma de cinco quartos com três quintos;


b) A sexta parte da diferença entre doze e um quarto;
c) A soma do produto de três décimas por oito com um meio;
d) A soma do quadrado de um terço com vinte e cinco centésimas.

2. Calcula o valor de cada uma das expressões:

1 - 3
a) 3 + 1 x 5 - 3 e) ( 3 )2
2 2 4 4 4 2 8

3 + 1
b) 2 - 1 x 1 - 3 f) ( )X( 5 - 3 )
2 4 8 2 2 4 4

3 + 1 x 5 - 2 2 1
c)
10 2 4 10
g) (1 - ) X (1 - )
5 3

1
d) (0,3) 4 + 4,2
2

3. Gastei 2/7 do que tinha e ainda fiquei com 135 escudos. Quanto eu tinha?
4. Numa fruteira estão papaias, mangas e 14 bananas. Se 2/5 das frutas são papaias e 1/4
são mangas, quantas frutas estão nessa fruteira?
5. Do dinheiro que eu tinha, gastei 2/5 em vestuário. Com 1/3 do resto comprei um par de
ténis. Que fração do dinheiro inicial representa o gasto em ténis?
6. Um atleta percorreu 3/4 de uma pista de corrida. Desse percurso, 3/5 ele fez correndo e
o restante andando. Sabendo que a pista possui 10 000 metros, calcula quantos metros ele
correu e quantos metros ele caminhou.

56
Números Racionais UNIDADE I

Situação - Problema 2

“Sabor nacional”
Sr. Domingos cultiva videiras e costumava fabricar
Compre o nosso suco de uvas a preço
vinhos. Devido à concorrência dos vinhos importados de lançamento: 140$00 o litro
ele está com dificuldades em vender vinho. Este ano, Apoiar a produção nacional é
houve uma grande produção de uvas, por isso, preten- um ato de cidadania!

de fabricar e vender suco de uva,s visto que é um pro-


duto apreciado e raro no mercado nacional.
Neste momento, tem 120,75 litros de suco num barril e
quer distribui-los em embalagens de 3/4 litro.
Ajuda o Sr. Domingos a descobrir:

1. Quantas garrafas irá precisar?

2. Por quanto ficará o preço de cada embalagem de 3/4 de litro?

3. Quanto vai render o suco contido no barril?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

57
UNIDADE I Números Racionais

1.16. Proporcionalidade direta

1.16.1. Razão

“ Receita de bolo”
Para fazer um bolo, Diogo usa 3 copos de farinha, 2 ovos, 2
copos de leite e 4 colheres de açúcar.
Quantos copos de farinha são necessárias para meia receita?

Resposta:

Metade de 3 copos, isto é, 1 x 3 = 3 = 1,5


2 2
Quantos ovos, ele gastaria para duplicar a receita? E quantos copos de farinha?

Receita inicial Receita duplicada Meia receita


3
3 copos de farinha 6 copos de farinha (1,5) copos de farinha
2

2 ovos 4 ovos 1 ovo

2 copos de leite 4 copos de leite 1 copo de leite

2 copos de leite 8 colheres de açúcar 2 colheres de açúcar

3 = 6 = 3 /1
2 4 2

A quantidade dos ingredientes duplica ou reduz-se à metade, mas a relação (a razão) entre si
mantém a mesma, ou seja, por cada 3 copos de farinha junta-se 2 ovos. Para 6 copos de farinha
junta-se 4 ovos. Para 1 copo e meio de farinha junta-se 1 ovo.

3 copos de farinha 6 copos de farinha 1 copo e meio de farinha


= =
2 ovos 4 ovos 2 ovos

58
Números Racionais UNIDADE I

Ao dividir uma grandeza por outra, estamos a comparar a primeira com a segunda.
Já comparaste grandezas usando os símbolos < ou > ou =, mas, o quociente entre duas
grandezas é outra forma de as comparar.

O quociente entre duas grandezas, chama-se razão.


3 ou
Na receita do exemplo, a razão é 1,5
2
Lê-se: “Na receita, há 1 copo e meio de farinha por cada ovo”

E se o Diogo quisesse triplicar a receita, que quantidade de de ingredientes necessitaria?

Exemplo 1

Numa turma há 15 raparigas e 20 rapazes. Então, a razão entre o número de raparigas e de


15 3
rapazes é ou (forma irredutível)
20 4

Lê-se: na turma “há 3 raparigas por cada 4 rapazes” ou “o número de raparigas é igual a 3 do
4
número de rapazes”.

1.16.2. Proporcionalidade direta

Com 10 anos, meço 1,5


metros.
Com 20 anos, vou medir 3
metros?

59
UNIDADE I Números Racionais

3 6
Ao escrevermos = , temos uma proporção. E as duas grandezas relacionadas dizem-se
2 4
grandezas proporcionais.

Na receita, a quantidade de farinha e o número de ovos são duas grandezas proporcionais.


Caso contrário, a receita perde a qualidade inicial (sabor, consistência, etc.).

Uma proporção é uma igualdade entre duas razões.


Os números que formam a proporção são os termos da proporção.
Os termos distinguem-se por extremos e meios, conforme a posição que ocupam na pro-
porção.
3 6
A proporção = pode ser expressa na forma: 3 : 2 = 6 : 4
2 4

Lê-se: 3 está para 2, assim como 6 está para 4.


A vermelho estão os extremos e em azul os meios.
Os números 3, 2, 6 e 4 são os termos da proporção, sendo:
2 e 6 os meios da proporção ; 3 e 4 os extremos da proporção.

1.16.3. Propriedade fundamental das proporções

Em qualquer proporção em que os termos são números a, b, c e d tem-se sempre a igualdade:

a x d = b x c (o produto dos extremos é igual ao produto dos meios).

Meios
a:b=c:d
a c
ou =
Meios b d

Extremos
Extremos

Numa proporção, o produto dos extremos é igual ao produto dos meios.


Esta igualdade chama-se propriedade fundamental das proporções.

60
Números Racionais UNIDADE I

Exercícios e Problemas

1. Escreve cada uma das razões na forma simplificada, depois de exprimires os termos na
mesma unidade.

a) 45 minutos para 1 hora.

b) 20 escudos para 5 contos.

c) 5 meses para 1 ano.

d) 400 centímetros para 25 metros.

2. Determina a razão entre a parte colorida e a parte não colorida na figura.

3. Num concurso, participaram 3000 pessoas e foram aprovadas 1800. Determina a razão
entre o número de candidatos aprovados e o total de candidatos participantes do concurso.
4. A idade de Paulo é 30 anos e a idade de Guida é 45 anos. Qual é a razão entre as idades
de Paulo e Guida?
5. Uma caixa de chocolate possui 250g de peso líquido e 300g de peso bruto. Qual é a razão
do peso líquido para o peso bruto?
6. Uma equipa de futebol obteve, durante um ano, 26 vitórias, 15 empates e 11 derrotas. Qual
é a razão do número de vitórias para o número total de partidas disputadas?
7. Numa prova de 50 questões, acertei 35, deixei cinco em branco e errei as demais. Qual é
a razão do número de questões certas para o número de questões erradas?
8. Paula resolveu 20 problemas de matemática e acertou 18. Roberta resolveu 30 e acertou 24.
Quem apresentou melhor desempenho?
9. Para fazer uma limonada, misturamos suco de limão com água na razão de 2 para 5. Quantos
litros de limão e quantos litros de água serão necessários para fazer 8 litros de limonada?
10. Utiliza a propriedade fundamental das proporções para verificar se cada par de razões
forma uma proporção.

61
UNIDADE I Números Racionais

15 20 e 2
a) e 2 b) c) 15 e 2 d)
18 e 6
18 3 30 5 18 3 15 5

11. Completa de modo a obteres proporções:

a) 10 = 30 b)
14 = 7 c)
6 = ? d)
? = 2
3 ? 20 ? 15 5 15 5

12. Constrói uma proporção com números 5, 8, 20 e 32.

13. Completa cada uma das proporções, utilizando números inteiros ou decimais:

0,25 = ? 1
a) b)
10 = ? c) = ? d)
1,2 = ?
? 4 ? 15 ? 4 ? 5

1.16.4. Proporcionalidade direta e constante de proporcionalidade

Exemplo 1 “ Lápis em promoção”

Uma papelaria está a vender lápis em embalagens de 3, de 6 e de 9.

A tabela seguinte indica o preço dessas embalagens:

Quantidade de lápis Preço (escudos)


3 18
6 36
9 54

Se três lápis custam 18 escudos, o preço de seis lápis será 36 escudos. Se duplicarmos o
número de lápis, também duplicamos o preço. Se multiplicarmos o número de lápis por 1,5,
também multiplicamos o preço por esse mesmo número

Nota que: 6 = 3 × 2 e 36 = 18 × 2

9 = 6 × 1,5 e 54 = 36 × 1,5

62
Números Racionais UNIDADE I

Diz-se que:

O preço dos lápis é diretamente proporcional à quantidade de lápis ou que o preço dos lápis e
a quantidade de lápis são grandezas diretamente proporcionais.
Em grandezas diretamente proporcionais, a variação de uma provoca a variação da outra numa
mesma razão. Se uma dobra a outra dobra, se uma triplica a outra triplica, se uma é divida em
duas partes iguais a outra também é divida à metade, etc.
Observa que quando dividimos o preço pela quantidade de lápis, obtemos sempre o mesmo valor.
18 = 36 = 54 = 6
3 6 9
Duas grandezas são diretamente proporcionais quando é constante a razão (o quociente)
entre cada valor de uma grandeza e o correspondente valor da outra grandeza.

Ao quociente constante dá-se o nome de constante de proporcionalidade.

Exemplo 2
A tabela seguinte mostra a relação entre a área de um quadrado e o comprimento do seu lado.
Área (cm2) Comprimento do lado (cm)
4 cm2 2 cm
9 cm2 3 cm
25 cm2 5 cm

a) Qual é a área do quadrado de lado 4 cm?


A área do quadrado é dada por A = lado x lado, logo, se o lado mede 4 cm:
A = 4cm x 4cm
A = 16 cm2
b) A área e o comprimento do lado de um quadrado são proporcionais?
Para isso, vamos dividir a área do quadrado pela medida do seu lado para verificar se esse
valor é constante:
4/2 = 2
9/3 = 3
25/5 = 5
Bastam dois dos quocientes serem diferentes para concluirmos que as duas grandezas não
são diretamente proporcionais!

63
UNIDADE I Números Racionais

Exemplo 3

O perímetro de um quadrado e o comprimento do seu lado serão diretamente proporcionais?


Completa a tabela seguinte e verifica:
Qual é o perímetro do quadrado de lado 2 cm?
O perímetro do quadrado é dado por P = lado + lado+ lado + lado ou 4 x lado, logo, se o lado mede 2 cm:
P = 4 x 2 cm
P = 8 cm

Perímetro (cm) Comprimento do lado (cm)


8 cm 2 cm
3 cm
5 cm

Exercícios e Problemas

1. Considera as seguintes tabelas:

a) b) c)

A 4,2 6,3 9,1 A 3 5 7 A 15 22 38

B 6 9 13 B 4,8 8 11,2 B 12 17,6 30,6

Quais as que não representam situações de proporcionalidade direta entre as grandezas A e B?

2. Verifica se as grandezas representadas nas tabelas seguintes são ou não diretamente


proporcionais.

a)

Idade (em anos) 1 2 3 4

Altura (em cm) 74 86 95 102

64
Números Racionais UNIDADE I

b)

Lados de um triângulo equilátero (em cm) 2 3 4 5

Perímetro do triângulo equilátero (em cm) 6 9 12 15

c)

Tempo (em horas) 1 2 3 4

Distância percorrida por um automóvel


60 120 180 240
à mesma velocidade (em Km)

d)

Quantidade de tinta (em Kg) 1 2 3 5

Área a ser pintada (em cm2) 4 8 12 20

3. Considera as seguintes tabelas de proporcionalidade direta. Em cada caso, determina a constante


de proporcionalidade direta e completa a tabela.

1 3 5 10 2 3,2 ? 12
a) b)
? ? 15 ? 2,5 ? 7,5 ?

? 5 7 ? 2 5 ? ?
c) d)
2 10 ? 20 ? 7,5 9 12

4. A tabela seguinte representa uma situação de proporcionalidade direta. Determina a cons-


tante de proporcionalidade direta e indica os valores de a e de b.

Volume de sumo (em litros) 4,5 7,5 b

Número de garrafas 3 a 8

65
UNIDADE I Números Racionais

5. Num supermercado o preço das cebolas esta representado na tabela seguinte:

Peso (em Kg) 1 2 3 4

Preço (em escudos) 80 160 240 320

O preço pago pelo cliente é diretamente proporcional ao número de quilos de cebolas que
compra? Justifica a tua resposta.

6. Nas lojas A e B estão afixadas as seguintes tabelas:

Loja A: Loja B:

Quantidade de salsichas 6 8 10 Quantidade de salsichas 6 8 10

Preço da lata (em escudos) 54 72 90 Preço da lata (em escudos) 54 70 95

a) Se as salsichas forem da mesma qualidade nas duas lojas, qual delas vende a lata de
10 mais barata?

b) Em qual destas lojas existe proporcionalidade direta entre o preço da lata e o número de
salsichas que contém? Justifica a tua resposta.

7. Considera a seguinte tabela que relaciona as grandezas “número de litros de óleo compra-
dos” e “preço a pagar”, por quem compra.

Número de litros de óleo 1 4 2 5 7 3

Preço (em escudos) 120 480 240 600 840 360

a) Quanto se pagaria se se comprassem 2 garrafas de 5 litros de óleo e 3 garrafas de 1


litro de óleo?

b) Uma despesa de 720 escudos corresponde a quantos litros de óleo?

66
Números Racionais UNIDADE I

1.16.5. Representação gráfica de proporcionalidade direta

O João come dois pães por dia. Quantos pães, comerá em 2, 3, 4 ou 5 dias?
A tabela representa o número de pães que João comerá.

Número de dias 1 2 3 4 5

Número de pães 2 4 6 8 10

Como se pode verificar, estamos perante uma situação de proporcionalidade direta em que a
constante de proporcionalidade direta é igual a 2.
Para construirmos um gráfico de proporcionalidade direta, seguimos os seguintes passos:

1º: Traçam-se duas retas (os eixos) perpendiculares com a mesma origem:
No eixo horizontal, marcamos os valores da primeira grandeza da tabela; no eixo vertical, os
valores da segunda grandeza da tabela.
2º: Escolhe-se uma unidade para graduar cada reta, tomando como origem o ponto de interse-
ção (o ponto comum) das duas retas.
3º: A cada par de valores corresponde um ponto. Cada ponto obtém-se pela interseção de
uma reta vertical e uma horizontal como mostra a figura abaixo:
No exemplo, marcam-se os pontos A (1,2); B (2,4);
C (3,6); D (5,10).
Número
10
de pães

1 2 3 5 Número
de dias

Observando atentamente o gráfico, podemos reparar que todos os pontos encontram-se


sobre uma linha reta que contém a origem, ou seja, os pontos estão alinhados com a origem.

67
UNIDADE I Números Racionais

À origem corresponde o ponto que se representa pelo par. (0, 0)

Para reconhecer, num dado gráfico, uma


situação de proporcionalidade direta, basta Número 10
de pães
verificar se todos os pontos estão alinhados
com a origem. Se os pontos estiverem uni-
6
dos por uma reta, o gráfico é uma linha reta
que contém a origem. 4

2
Hum! Agora já sei que
nem todas as grandezas
são proporcionais!
1 2 3 5 Número
de dias

Exercícios e Problemas

1. Qual dos gráficos seguintes representa uma situação de proporcionalidade direta?


A B C D E F

2. Dois sacos de ração alimentam 6 galinhas por semana.


a) Completa a tabela seguinte, sabendo que se trata de uma situação de proporcionalidade
direta.
Número de sacos 2 3 7

Número de galinhas 6 15 33

b) Com os dados da tabela constrói um gráfico.


c) Qual é o valor da constante de proporcionalidade e o que representa?
d) Quantos sacos de ração são necessários para alimentar 45 galinhas?

68
Números Racionais UNIDADE I

3. As grandezas seguintes são diretamente proporcionais (número de quilogramas de batatas


e o respetivo custo, em escudos).

Número de Kg 2 3 5

Custo em escudos 160 320

a) Completa a tabela.
b) Qual dos seguintes gráficos representa a situação? Justifica a tua resposta.

Custo Custo Custo


em escudos em escudos em escudos

Nº de kg Nº de kg Nº de kg
(a) (b) (c)

4. Uma caixa de água está furada no fundo. Por isso, ela perde 2 litros de água a cada hora.

a) Quantos litros de água vazaram da caixa em duas horas?


b) E em 3 horas?
c) E em 5 horas?
d) E em meia hora?
e) Constrói uma tabela e mostra que o tempo e a quantidade de água perdida são grandezas
diretamente proporcionais.
f) Constrói um gráfico da proporcionalidade direta.

69
UNIDADE I Números Racionais

Situação - Problema 3
“Economiza a água! Evita o seu desperdício!”

O Lúcio tem água em casa durante o dia num reservatório de água.


Habitualmente, pagam, por mês, 620 escudos pela água, mas no
mês passado pagaram 1000 escudos.
Os pais ficaram preocupados com o aumento da despesa.
O Lúcio lembrou-lhes que havia uma torneira a pingar. Ele sabe que
a água é um recurso natural precioso e que deve ser economizado.
Ele quer falar do assunto na aula, por isso, pesquisou e descobriu que uma torneira estraga-
da pode desperdiçar muita água.
Registou numa tabela as informações recolhidas:

Dias 1 30 90

Quantidade de água 20 600 1800


(litros)

O Lúcio quer mostrar que:

1. O tempo (em dias) e a quantidade de água (em litros) são grandezas diretamente proporcionais;
2. A quantidade de água desperdiçada em um ano (365 dias), se os pais não consertarem
a torneira, é um valor superior a 7 milhares de litros.
3. Sabe escrever a razão entre a despesa habitual de água e a despesa de água do mês
passado, sob a forma de percentagem (fração com denominador 100).
Coloca-te no lugar do Lúcio e faz essas tarefas.

70
Números Racionais UNIDADE I

1.17. Escala

A Dúnia mora na povoação do Morro e desloca-se, todos os dias, à cidade do Porto Inglês,
onde fica a sua escola. No mapa, essa distância é aproximadamente 2,5 cm.
No mapa seguinte, 1 cm corresponde a 2 Km na realidade.
Este é o significado de:
Escala: 1/200 000
Quantos Km, faz a Dúnia de Morro à cidade do Porto Inglês?

1 1
Escala: Escala:
200 000 400 000

Observa o segundo mapa. As duas localidades parecem muito mais próximas, cerca de 1,25 cm.
Sabes porquê? É que mudou-se a escala. Este mapa é uma redução do mapa anterior.
Neste mapa, 1 cm corresponde a 4 Km na realidade.
Este é o significado de:

Escala: 1/400 000


• Escala de um mapa (de um desenho ou de uma planta) é a razão entre as dimensões no
mapa (desenho ou planta) e as correspondentes dimensões na realidade.
1
Portanto, 1/200 000 ou significa que 1 cm no mapa corresponde na realidade 200 000
200 000
cm ou 2 Km.
distância no mapa
Escala=
distância real
Se essa razão for maior que 1, representa uma ampliação.
Se essa razão for menor que 1, representa uma redução.
Para determinar distâncias ou calcular escalas, aplica-se a proporcionalidade direta.
Muitas vezes, utiliza-se a propriedade fundamental das proporções.

71
UNIDADE I Números Racionais

Cálculo da distância real:


Exemplo 1
Num mapa com escala de 1: 3 000 000, duas cidades estão separadas por um segmento de
reta de 6 cm. Calcula a distância real.

Distância no mapa: 6 cm
Distância real (x)?
Escala = 1 : 3 000 000

distância no mapa 1 6 cm
= =
distância real 3 000 000 x

Utilizando a propriedade fundamental das proporções,


1 × x = 3 000 000 × 6
x = 18 000 000 cm
Portanto, a distância real é de 18 000 000 cm = 180 Km.
R: A distância real é de 180 km

Cálculo da escala:
A distância real entre duas cidades é de 23 km. No mapa, a distância, em linha reta, entre
estas duas cidades é de 5 cm. Qual é a escala?
Distância no mapa: 5 cm
Distância real: 23 Km = 2 300 000 cm
Escala: ?
distância no mapa 1 5 cm
= =
distância real x 2300000 cm
1 5
=
x 2300 000
Simplificando a segunda fração (dividiu-se os termos por 5 para se obter numerador 1), obtemos:
1 = 1
x 460 000

Portanto, a escala do mapa é: 1


460 000

72
Números Racionais UNIDADE I

Exercícios e Problemas

1. Sabendo que a distância real e a distância no mapa são diretamente proporcionais, com-
pleta a tabela:
Distância real (Km) 8 10

Distância no mapa (cm) 20 23,4

2. Qual é a maior escala: 1/40 000 ou 1/20 000?


3. Escreve por ordem crescente: 1/500; 1/200; 1/30; 1/20; 1/50
……….. <………. <………. <……….<……….
4. Um casal pretende construir uma casa que ainda está em projeto (na figura). A escala
desse projeto é de 1/100 .

Calcula:
a) O comprimento da casa quando for construída;
b) As dimensões reais do quarto;
c) A área real do quarto;
d) A medida real da área total do apartamento;
e) O perímetro real da casa de banho.
5. Num mapa, a distância entre duas cidades é de 2 cm. Sabendo que a escala do mapa é
de 1 , calcula a distância entre as duas cidades.
2 500 000
6. Num mapa, a distância entre duas localidades é de 3,5 cm. Sabendo que a distância real
entre essas localidades é de 56 km, indica a escala do mapa.
7. Num mapa, uma rua mede 72 cm. Calcula o comprimento real da rua, sabendo que o
mapa foi desenhado na escala de 1/250.
8. Um avião tem, de comprimento, 75 metros. A que escala o deves desenhar para que o
seu comprimento no desenho seja 7,5 cm?

73
UNIDADE I Números Racionais

1.18. Percentagem

Desconto
15%
Quando passava à frente de uma loja de decoração, Daniel viu o seguinte anúncio: “desconto 15%
(quinze por cento).”
O símbolo % é utilizado para representar percentagem.
Percentagem é uma razão que tem no denominador o número 100 (razão centesimal).
Sendo uma razão, ela representa uma comparação entre um número (parte) o número 100 (todo).
Podemos representar uma razão centesimal de outras formas:

Exemplos
3
= 0,03 = 3% Lê-se:”três por cento”
100

15
= 0,15 = 15% Lê-se:”quinze por cento”
100

40
= 0,40 = 40% Lê-se:”quarenta por cento”
100

Podemos usar a percentagem na forma de razão centesimal ou número decimal.

12 35% = 35 = 0,35; 50% = 50 = 0,50;


12% = = 0,12; 100 100
100

Na loja em que Daniel viu o anúncio, se comprarmos um artigo no valor de 2000$00, obte-
remos um desconto de 15%. Vimos que:

15% = 15 = 0,15;
100

74
Números Racionais UNIDADE I

Utilizando razão centesimal:

15 15
de 2 000 escudos= × 2 000 escudos= 30 000 escudos 300 escudos, que repre-
100 100 100
senta o desconto;

2 000 – 300 = 1700 escudos representa o valor a pagar.


Utilizando número decimal:

0,15 x 2000 = 300 (valor do desconto)


2000 – 300 = 1700 escudos (valor a pagar).
A percentagem é muito utilizada para representar partes de um inteiro, aumentos e descontos
dos preços de produtos, cobrança de juros, etc.

Alguns exemplos

1. A gasolina teve um aumento de 15%


Significa que por cada 100 escudos aumentou-se 15 escudos.
2. O cliente teve um desconto de 10% em todas as mercadorias.
Significa que por cada 100 escudos ele paga menos 10 escudos.
3. Dos alunos da escola, 90% são craques em matemática.
Significa que em cada 100 alunos da escola, 90 são craques em matemática.

Exercícios e Problemas

A. Alice ofereceu 20% das 10 figurinhas que ela tinha. Quantas figurinhas ela ofereceu?
20 200
x 10 = = 2 figurinhas
100 100

Portanto, Alice ofereceu 2 figurinhas.

75
UNIDADE I Números Racionais

B. Luís comprou um aparelho de rádio por 2500 escudos e meses depois vendeu-o por 3000
escudos. Qual foi a percentagem de ganho de Luís?
Preço de compra: 2500
Preço de venda: 3000
Ganho ou lucro: 3000 – 2500 = 500

500
% do Ganho = = 1 = 25 = 25 %
2000 4 100

Logo, Luís ganhou 25% .

C. Na compra de um micro-ondas a Dona Bia obteve um desconto de 15%. Como ela pagou
12 mil, setecentos e cinquenta escudos pelo micro-ondas, qual era seu o preço original?
Como ela obteve um desconto de 15%, pagou o equivalente a 100% - 15% = 85%
0,85 x preço original = 12 750
Aplicamos a operação inversa da multiplicação:
preço original = 12750/0,85 =15000 escudos

Percentagem e cálculo mental


Para facilitar o cálculo mental, usando percentagens, deves observar que é muito fácil
visualizar algumas mais comuns:

1 = 100% (o todo) 1 / 2 = 50% (a metade)

76
Números Racionais UNIDADE I

1/4 = 25% (a quarta parte) 3/4 = 75% (as três quartas partes)

1/5 = 20% (a quinta parte)

Exercícios e Problemas

1. Calcula mentalmente:
a) 25% de 400 laranjas d) 10% de 50 telhas
b) 50% de 48 alunos e) 20% de 200
c) 75% de 200 Kg

2. Pensa e responde:
a) O número 12 representa que percentagem de 24?
b) O número 8 representa que percentagem de 80?
c) O número 10 representa que percentagem de 40?
d) O número 5 representa que percentagem de 25?

77
UNIDADE I Números Racionais

3. Calcula:
a) 30% de 30% ; b) 10% de 15% ; c) 50% de 40% ;

4. Escreve a fração e a percentagem que representam a parte colorida de cada figura:


a) b)

c) d)

5. Escreve as seguintes percentagens em forma de fração:


a) 2%; b) 25%; c) 47%; d) 10%; e) 88%; f) 124%.
6. Escreve os seguintes números em forma de percentagem:
a) 0,07; b) 1 ; c) 4,05; d) 0,14; e) 2,7; f) 0,99.
7. A razão entre o número de professores e o número de alunos de uma escola é de 1:25.
Sabendo que nessa escola existem 18 professores, quantos são os alunos?
8. A quantia de 125 escudos representa que percentagem de 500 escudos?
9. Um liceu tem 25 professores, dos quais 24% são professores de matemática. Quantos são
os professores de matemática nesse liceu?
10. Numa caixa com 60 laranjas, 15% estragaram. Quantas foram as laranjas estragadas?
11. Numa fábrica trabalham 80 funcionários. Se 35% são mulheres, quantas mulheres trabalham
nessa fábrica?
12. De um total de 60 alunos, 20% tiraram notas abaixo da média numa prova. Quantos
alunos tiraram notas acima da média?

78
Números Racionais UNIDADE I

b) Gráficos de percentagens
Num estudo de intenção de votos numa campanha eleitoral para as autárquicas, o candidato A
teve a preferência do eleitorado com 40 % dos votos, o candidato B, com 36 % e o candidato C,
com 24 %.
Se esse prognóstico se mantiver inalterado até a eleição, quantos votos terá cada um dos can-
didatos, sabendo que esse município possui 12 000 eleitores?

Gráfico de barras
As diferentes percentagens podem ser representadas num gráfico de barras como o seguinte:

50%

Candidato A
40%
Candidato B

30%
Candidato C

20%

10%

Gráficos circulares
Uma escola fez uma pesquisa sobre a preferência dos seus alunos por modalidades des-
portivas. Todos os alunos da escola participaram.
Os dados foram distribuídos numa tabela:

Frequência relativa
Desporto
(em percentagem)
Futebol 40%
Voleibol 30%
Basquetebol 15%
Natação 10%
Outros 5%
Total 100%

No 5.º ano, aprendemos em estatística que para traçar o gráfico circular, precisamos de calcular os
ângulos que correspondem a cada uma das frequências relativas (agora em percentagens).

79
UNIDADE I Números Racionais

Facilita a marcação dos ângulos se lembrarmos que um círculo corresponde a um ângulo de


360° e representa 100% (o total).

100% = 360°
Então 1% = 3,6°

100% = 3600 50% = 1800 25% = 900 12,5% = 450 1% = 3,60

Assim podemos calcular os ângulos que correspondem às percentagens da seguinte forma:


1% = 1 x 3,6°
Futebol: 40% = 40 x 3,6° = 144°
Voleibol: 30% = 30 x 3,6° = 108°
Basquetebol: 15% = 15 x 3,6° = 54°
Natação: 10% = 10 x 3,6° = 36°
Outros: 5% = 5 x 3,6° = 18°
Desenhamos uma circunferência marcando um dos raios.
Com o auxílio do transferidor, traçamos um ângulo com vértice no centro da circunferência,
relativo à primeira percentagem. Neste exemplo, 144°.

raio

Feita a marcação dos ângulos, basta pintar os setores, fazer a anotação das percentagens e
construir uma legenda.

80
Números Racionais UNIDADE I

5%
10%

Futebol

Voleibol
15%
40%
Basquetebol

Natação

Outros

30%

Exercícios e Problemas

1. Maria foi ao mercado com 5000 escudos. No gráfico, estão representadas as percentagens
dos gastos destinados a cada mercadoria.

? 20%
%
Legumes
Fruta
Carnes
60% Produtos de limpeza

a) Em qual mercadoria gastou mais?


b) Que percentagem foi destinada a carnes?
c) Quanto gastou na compra de frutas?

81
UNIDADE I Números Racionais

2. Numa estante há 400 livros de diferentes disciplinas. No gráfico, estão representadas as percenta-
gens desses livros.
Livros
35%
30%
25%

20% Matemática
Português
15% Ciências
Ed. Fisica
10%
História
5%

0% Matemática Português Ciências Ed. Fisica História

a) Que livros estão em menor quantidade nessa estante? E em maior quantidade?


b) Quantos livros de Ciências há na estante?

3. No gráfico, estão as percentagens dos diferentes pássaros observados numa excursão.


Pássaros
21% 7%
Codornizes
Pardais
Passarinhas

72%

Foram observados, ao todo, 600 pássaros.


Quantos pardais, passarinhas e codornizes foram observados?

4. Um time de futebol ganhou 45% das partidas que jogou, empatou 35% e perdeu as
restantes partidas.

a) Qual é a percentagem das partidas que perdeu?


b) Representa esta situação por um gráfico circular.

5. Numa turma há 24 raparigas e 12 rapazes.


Representa esta situação por um gráfico circular.

82
Números Racionais UNIDADE I

1.19. Juro

Quando alguém pede dinheiro emprestado num banco, paga ao banco pelo serviço prestado.
Quando alguém guarda dinheiro no banco como poupança, o banco usa esse dinheiro e
paga um juro a essa pessoa.
Portanto, juro é uma espécie de compensação por usar o dinheiro de alguém.

Exemplo

Carlos fez um empréstimo no valor de 200 contos. A dívida deverá ser paga em 5 meses a
uma taxa (razão) de 2,5% por mês (juros simples).
a) Qual é o valor dos juros?
b) Quanto pagará Carlos ao fim desse tempo?

Com juro simples, os valores mensais dos juros são iguais. Devemos aplicar a taxa de 2,5%
sobre o valor do empréstimo:
2,5% de 200 contos = 0,025 x 200 contos = 5 contos.
O prazo para pagamento é de 5 meses, então:
Juro = 5 x 5 contos = 25 contos.

a) O valor do juro a ser pago por Carlos é de 25 contos.

b) O total da dívida após 5 meses será de 200 contos + 25 contos, portanto, 225 contos.

83
UNIDADE I Números Racionais

Exercícios e Problemas

1. Calcula o valor final de um capital (dinheiro) de 4 500 contos aplicado durante 10 meses
a uma taxa de 3% por mês?
2. Qual é o valor do juro correspondente a um empréstimo de 600 contos pelo prazo de 15
meses, com uma taxa de 3,5% por mês?
3. Nádia pediu 300 contos emprestados para pagar depois de 6 meses, à taxa de 1,4% por
mês. Quanto ela deverá pagar de juro ao fim desse período?
4. Felipe investiu um capital (valor) de 500 contos a uma taxa de juros mensais de 3% por
mês durante 12 meses.

a) Determina o valor dos juros produzidos.

b) O montante final do investimento.

84
Números Racionais UNIDADE I

____________________________________________________________________________
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____________________________________________________________________________

85
Prova deNúmeros
integração 1
Prova de Integração
UNIDADE I Racionais

“Um aluno aplicado”

A família do Bruno tinha a renda de casa acumulada e estava precisando de comprar


um novo fogão e um novo frigorífico.
O pai do Bruno fez um empréstimo num banco no valor de 120 contos. A dívida deverá
ser paga em 5 meses a uma taxa de 3% por mês (juros simples).
O Bruno que é um aluno aplicado, fez um gráfico circular para representar como se uti-
lizou o dinheiro:

Fogão

Renda Frigorífico
de casa 40% 50%

Ele quer mostrar aos pais que sabe utilizar as suas aprendizagens em matemática.
Agora ele vai calcular:

1) Quanto foi gasto na compra do fogão;


2) Quanto pagará o pai ao banco após 5 meses;
3) A razão entre a percentagem gasta na renda de casa e a percentagem
gasta na compra do frigorífico.

Fiz tudo bem Ainda tive Tive


com facilidade. algumas dúvidas. dificuldades.

86
2
Estatística UNIDADE II

Estatística

87
UNIDADE II Estatística

Situação - Problema 4

“Contos e contas”

“Sabiam que ler traz muitos benefícios? 1800


300
Através da leitura podemos enriquecer 1 a 10 páginas
10 a 20 páginas
nosso vocabulário, obter conhecimento, 20 a 30 páginas
30 a 40 páginas
desenvolver a auto-estima, estimular 600

a memória, etc. Por isso, esta semana


quero que todos leiam um livro de contos. 900

Depois faremos as contas.”_ Disse o


professor Luís na semana passada.

Os 36 alunos do professor Luís estão a ler o livro de contos que ele indicou. Após ter
perguntado aos alunos quantas páginas tinham lido, ele organizou e apresentou os dados
num gráfico circular: como indicado na figura ao lado.

Os números correspondem à amplitude dos ângulos dos setores.


Agora ele quer que os alunos:

1. Calculem a percentagem correspondente a cada uma


das frequências representadas por ângulos;
Amplitudes

2. Determinem quantos alunos leram menos de 20 páginas;


3. Representem os dados do gráfico circular num gráfico de
“barras”, utilizando um conjunto de eixos como o que está
representado ao lado.

1 10 20 30 40

Imagina que és aluno(a) desta turma e vais participar das tarefas

88
Estatística UNIDADE II

1. Recolha e organização de dados agrupados

Estatura de 40 Alunos da turma A (em centímetros)

166 160 161 150 162 160 165 167 164 160
162 161 168 163 156 173 160 155 164 168
155 152 163 160 155 155 169 151 170 164
154 161 156 172 153 157 156 158 158 161

Estes dados não estão organizados. Estão colocados pela ordem que foram recolhidos.
O primeiro passo para a organização dos dados é ordená-los por ordem crescente ou decrescente.

Estatura de 40 alunos da turma A (em centímetros) - dados organizados por ordem crescente.

150 154 155 157 160 161 162 164 166 169
151 155 156 158 160 161 162 164 167 170
152 155 156 158 160 161 163 164 168 172
153 155 156 160 160 161 163 165 168 173

2. Tabelas de frequência (absolutas e relativas)

A simples organização dos dados por ordem crescente já permite determinar:


O menor valor (150 cm), o maior valor (173 cm), o valor que mais ocorre (160 cm) e a amplitude
total da variável (o maior valor dos dados – o menor valor): 173 – 150 = 23
Quando trabalhamos com certas grandezas, como peso e comprimento ou quando os valores
da variável são em grande número, é mais comum efetuar o agrupamento desses valores em
várias classes.
Perde-se alguma informação, mas o objetivo da estatística é fazer o apanhado geral das
caraterísticas de um conjunto de dados.
• A amplitude das classes deve ser a mesma. A sua escolha depende da amplitude total
de cada exemplo.
Neste exemplo vamos tomar amplitude 4 porque a amplitude total é 23, perto de um múltiplo de 4.

89
UNIDADE II Estatística

• O primeiro elemento de cada classe faz parte dessa classe, mas o último não.
Por exemplo, a classe 150 a 154 vai desde 150 (inclusive) até 154 (exclusive). Portanto,
valores como 150; 151; 151, 8; 152; 153; 153, 5; 153, 99 estariam nesta classe, mas 154
não.
• A classe 150 a 154 pode ser representada simbolicamente por [150,154]
150 é o limite inferior desta classe; 154 é o seu limite superior.

Tem-se a seguinte tabela:

Estaturas Frequência Frequência Frequência


(cm) Absoluta Relativa Relativa em %

150 a 154 4 0,100 10%

154 a 158 9 0,225 22,5%

158 a 162 11 0,275 27,5%

162 a 166 8 0,200 20%

166 a 170 5 0,125 12,5%

170 a 174 3 0,075 7,5%

TOTAL 40 1 100%

Analisando a tabela acima, podemos facilmente verificar que a maioria dos alunos tem estaturas
entre 154 e 166 cm e que uma minoria é menor que 154 cm ou maior que 170.
• Recorda que, para calcular a frequência relativa divide-se cada frequência absoluta pelo
total das observações.
• Para calcular a frequência relativa em percentagem, basta multiplicar por 100 a frequência
relativa decimal.
A frequência absoluta representa a quantidade exata de vezes que uma observação ocorreu
numa pesquisa, mas não permite uma comparação.
A frequência relativa torna os dados mais significativos quando se deseja uma comparação.

Exemplos de análise:
10% dos alunos da turma tem estatura entre 150 a 154 cm.
22,5% possuem uma estatura entre 154 e 158 cm.
60% da turma tem estatura abaixo de 162 cm.

90
Estatística UNIDADE II

3. Histogramas

Quando os dados são apresentados em classes, o tipo de gráfico mais utilizado é o histograma.

Histograma é constituído por barras retangulares cujas bases são os intervalos de classe e
as alturas são as correspondentes frequências de classe.

Como as classes têm a mesma amplitude, esses retângulos têm bases com mesmo comprimento.
Assim, o histograma seguinte representa o exemplo anterior:

Frequência
Absoluta
11

10

5
4

1
0
150 154 158 162 166 170 174
Estrutura

Na situação problema 4, o gráfico de “barras” pedido é, afinal, um histograma, visto que os


dados foram apresentados em classes.

91
UNIDADE II Estatística

Exercícios e Problemas

1. Considera os seguintes resultados de uma prova de Matemática realizada por 120 alunos:

Nota 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
Frequência Absoluta 2 3 6 5 8 16 10 20 12 14 8 4 5 3 4

Representa os dados na forma de um histograma considerando as seguintes classes:


[5,7]; [7,9]; [9,11]; [11,13]; [13,15]; [15,17]; 17,19]; [19,21]

a) Qual é a amplitude de cada classe?


b) Qual é a amplitude da variável em estudo?
c) Qual é a classe de maior frequência?

2. Os valores seguintes representam os salários


(em contos) de 35 operários de uma empresa. 110 120 125 136 145 150 165
110 120 125 140 145 155 165
a) Constrói uma tabela de frequências (abso- 115 120 130 140 145 158 168
luta e relativa), agrupando os dados em clas- 115 120 130 140 147 158 168
ses de amplitude 10. 117 120 130 140 150 160 170
b) Representa graficamente os dados.

3. Perguntou-se a 100 alunos de uma escola o número de horas semanais que passavam em
frente à televisão. Estes são os dados recolhidos.

3 3 3 3 3 4 4 4 4 4
4 4 4 4 4 4 4 4 4 4
4 4 4 4 4 4 4 6 6 6
6 7 7 7 7 7 7 7 7 7
7 9 9 9 9 9 9 9 9 9
9 11 12 12 12 12 12 12 12 14
14 15 15 15 15 15 15 15 15 16
17 17 18 19 20 20 20 20 20 20
20 20 20 22 22 22 22 22 23 23
24 24 24 25 25 26 26 26 27 27

92
Estatística UNIDADE II

a) Agruparias em classes? Se sim, em quantas?


b) Constrói uma tabela de frequências absoluta e relativa.

4. Considera a seguinte tabela de frequências:

Frequência Frequência
Classes (%)
absoluta relativa

0 -- 2 2
2 -- 4 8
4 -- 6 5
6 -- 8 7
8 -- 10 2
10 -- 12 6
TOTAL

a) Completa os dados que faltam.


b) Constrói um histograma de frequência absoluta.

5. Mara fez um inquérito sobre quantas horas os colegas estudaram na véspera de um teste
de matemática. Construiu o histograma seguinte:
Frequência
Absoluta

1
0
0 2 4 6 8 10 Horas

a) Quantas classes formou a Mara?


b) Com que amplitude?

93
UNIDADE II Estatística

c) Quantos são os colegas da Mara?


d) Qual é a percentagem de alunos que estudaram 6 horas ou mais?
e) Constrói uma tabela de frequência absoluta desses dados.

6. Na tabela, estão os pesos de 25 jovens atletas que participaram num campeonato:

Pesos Frequência
(em kg) absoluta

45 a 55 6
55 a 65 4
65 a 75 12
75 a 85 3
TOTAL 25

Constrói um histograma desses dados.

7. O estudo do preço de uma fotocopiadora em 40 lojas foi registado na tabela seguinte:

Preço Frequência
(em contos) absoluta

200 a 220 5
220 a 240 8
240 a 260 9
260 a 280 6
280 a 300 12
TOTAL 40

a) Constrói um histograma de Frequência absoluta;

b) Qual é a percentagem das lojas que praticam um preço:


• Inferior a 220 contos?
• Inferior a 260 contos?
• Compreendido entre 260 e 300?

94
Estatística UNIDADE II

4. Medidas de tendência central (média, moda e mediana) de dados simples

Ouvimos muitas vezes frases como:

• A temperatura média, ontem, foi de 25°C em Cabo Verde”


• Agora a moda é o azul”
• A estatura mediana dos atletas de um clube é de 1,70 metros”

No primeiro exemplo, todo o conjunto de temperaturas do dia foi representado por um único
valor que, no caso, foi a média aritmética dessas temperaturas.
A média aritmética, a moda e a mediana são chamadas medidas de tendência central.
São medidas que, no conjunto dos dados, têm a tendência de estar na posição central.

Exemplo 1

Júlia já fez cinco testes este trimestre e obteve as seguintes notas:


13,5 valores; 16 valores; 12,8 valores; 16 valores; 16 valores.

Qual é a média das notas da Júlia?

• Média é o quociente entre a soma de todos os dados numéricos e o total das observações.
A média aritmética só pode ser obtida para valores quantitativos.

Média das notas da Júlia = (13,5 + 16 + 12,8 + 16 + 16) ÷ 5

Como são 5 testes (total), somam-se os valores dos cinco testes e divide-se o resultado por 5.
Média = 74,3 ÷ 5
Média = 14,86 valores.

• Moda é a variável que aparece mais vezes numa série de dados observados.
A moda pode ser um dado quantitativo (numérico) ou qualitativo (não numérico) como idade,
time preferido, cor, nacionalidade de um grupo de pessoas, etc.

No exemplo, temos um conjunto de dados simples em que 16 valores é a variável que


aparece mais vezes. É a moda deste conjunto de dados.

95
UNIDADE II Estatística

• Mediana é o dado numérico que fica no meio ou centro de um conjunto de dados ordenados.

Se organizarmos os valores das notas dos testes da Júlia por ordem crescente:
12,8; 13,5; 16; 16; 16
16 valores é a mediana desses cinco dados.
Nota:
Quando o número de observações é em número par, para achar a mediana temos de
somar os dois valores centrais e dividir a soma por 2.

Exemplo

Rui fez seis testes e obteve (as notas por ordem crescente): 12; 14; 15,6; 17; 18; 18,2.
neste caso a mediana é: 15,6 + 17 = 32,6 = 16,3
2 2
Exercícios e Problemas

1. O conjunto seguinte de dados representa os pesos (em Kg) de 16 alunos.

48 40 40 42 55 46 53 50
50 47 50 62 59 40 40 56

Determina:
a) A moda b) A média
c) A mediana
2. A quantidade de livros vendidos por uma livraria durante uma semana foi registada na tabela
seguinte:

2ª feira 3ª feira 4ª feira 5ª feira 6ª feira Sábado


15 23 22 27 22 25

Calcula, com aproximação às décimas, a média diária de vendas.

3. Pablo, Nuno e Rito são três avançados de uma equipa de futebol. Nesta época, o Pablo e
o Nuno já fizeram cinco jogos e o Rito quatro.
O número de remates à baliza do adversário nos jogos realizados foi o seguinte:

Pablo: 7, 8, 3, 10, 7 Nuno: 5, 5, 0, 4, 4 Rito: 9, 8, 10, 5

Qual deles fez a melhor média?

96
Estatística UNIDADE II

4. Num curso de Informática a distribuição das idades dos alunos é dada pelo gráfico seguinte:

4
número de alunos

3
a) Quantos alunos estão nesse curso?
2 b) Qual é a média das idades desses alunos?
1

0
16 17 18 19 20 21
Idade dos alunos

5. A pulsação de 7 estudantes após exercícios físicos foram as seguintes (em batimentos por
minuto): 80, 91, 84, 86, 80, 85 e 86
Determina a mediana.

6. Um grupo de biólogos recolheu as alturas, em metros, de 8 espécies de árvores raras. Os


dados por eles recolhidos são apresentados a seguir:

6,8; 7,2; 6,3; 5,9; 8,0; 6,4; 7,1 ; 6,9

Qual a altura mediana das árvores observadas pelos biólogos?

7. Determina a mediana do conjunto de pesos de oito alunos:

68; 61; 65; 59; 58; 59; 66; 68


a) Determina a média das idades.
8. As idades dos jogadores de uma equipa de futebol são: b) Indica a moda.
22, 24, 27, 27, 25, 25, 25, 23, 24, 32, 28 c) Indica a mediana.

9. Considera um grupo formado por cinco amigos com idade de 13, 13, 14, 14 e 15 anos. O
que acontece com a média de idade desse grupo, se um sexto amigo com 16 anos juntar-se
ao grupo?
Encontra a resposta correta:
a) Permanece a mesma.
b) Aumenta um ano.
c) Diminui um ano.
d) Aumenta menos de um ano.
97
UNIDADE II Estatística

5. Medidas de tendência central (média, moda e mediana) de dados agrupados

23 alunos de uma cidade vão participar em jogos escolares numa outra cidade.
A tabela seguinte representa a distribuição das idades em classes de amplitude 2.

Frequência Ponto médio Frequência × Ponto


Classes
absoluta (f) da classe (P) médio (f x P)

7a 9 5
8 5 × 8 = 40

9 a 11 9
10 9 × 10 = 90

11 a 13 5
12 5 × 12 = 60

13 a 15 3
14 3 × 14 = 42

15 a 17 1
16 1 × 16 = 16

TOTAL 23
248

• Para calcular a média em dados agrupados:

1º: Determinamos os valores médios de cada classe, somando os dois extremos e dividindo
a soma por dois (observa a 3.ª coluna).

8 = 7 + 9 ; 10 = 9 + 11; 12 = 11 + 13 ; 14 = 13 + 15 ; 16 = 15 + 17;
2 2 2 2 2

98
Estatística UNIDADE II

2º: Multiplicamos cada valor médio pela frequência absoluta da classe a que pertence e
somamos os seus produtos (observa a 4.ª coluna).
Total dos produtos f x p
3º: Média =
Total dos dados

No exemplo

Total dos produtos f x p 248


Média = = = 10,78
Total dos dados 23

• À classe 9 - 11 corresponde a maior frequência --- Classe modal

A moda é o ponto médio desta classe.

Moda = 9 +11 = 10
2
• Para determinar a classe mediana:

1º: Determinamos a frequência acumulada, somando as frequências absolutas anteriores:

Frequência Frequência acumulada


Classes
absoluta (f) (F)
7a9 5 5
9 a 11 9 5 + 9 = 14
11 a 13 5 5 + 9 +5 = 19
13 a 15 3 5 + 9 + 5 + 3 = 22
15 a 17 1 5 + 9 + 5 + 3 + 1 = 23
TOTAL 23

2º: A classe mediana é aquela em que a frequência acumulada atinge metade das observações:

Portanto, calcula-se metade do total dos dados: no exemplo, 23/2 = 11,5.

99
UNIDADE II Estatística

Como não existe esta frequência acumulada, procura-se a primeira frequência acumulada
superior a esse valor, no exemplo, é a frequência acumulada 14 que corresponde à classe 9 a 11.
A classe mediana é a classe 9 a 11.

A mediana é um valor que também pertence à classe 9 a 11.

O cálculo do valor exato da mediana em dados agrupados faz-se utilizando a fórmula:

Total dos dados


- Fant
2
Md = L + xa
f
Em que:

l = limite inferior da classe mediana


Fant = frequência acumulada da classe anterior
f = frequência absoluta da classe mediana
a = amplitude da classe mediana

A média, a mediana e a moda são valores próximos do centro do conjunto dos dados.

Frequência 10 Moda
9
absoluta Mediana
8
Media
6 5 5
4 3
2 1

7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 Idade

100
Estatística UNIDADE II

Exercícios e Problemas

1. Considera a seguinte tabela de frequências:

Frequência
Classes
absoluta
[0, 2[ 2
[2, 4[ 8
[4, 6[ 5
[6, 8[ 7
[8,10[ 2
[10,12[ 6
Total 30

Completa-a para calcular a média

2. A tabela seguinte representa a distribuição de frequência dos salários (em contos) de um


grupo de 50 empregados de uma empresa.

Frequência
Salário
absoluta
20 a 30 12
30 a 40 18
4 0 a 50 9
50 a 60 3
60 a 70 8
TOTAL 50

a) Qual é a classe modal?


b) Completa a tabela e calcula o salário médio desses empregados.

3. Numa empresa, vinte operários têm salário de 40 contos mensais; dez operários têm
salário de 50 contos mensais e trinta têm salário de 60 contos mensais. Qual é o salário médio
desses operários?

101
UNIDADE II Prova de integração
Estatística 2

“O novo bairro ”

Um novo bairro nasceu na cidade.


Um grupo de alunos do 6.º ano fez um levantamento tendo em vista uma campanha de
sensibilização para o saneamento básico.
Eles sabem que o crescimento desordenado de bairros afeta o meio ambiente e a saúde
da população.

O bairro tem, atualmente, 200 habitantes.


A distribuição das idades dessa população foi representada na tabela seguinte:

Classes (idades em anos) Frequência absoluta

0 a 15 66

15 a 30 94

30 a 45 26

45 a 60 14

TOTAL 200

Para uma melhor apresentação dos dados, querem a tua colaboração para:

1. Construir um histograma de frequência absoluta;


2. Determinar a frequência de cada faixa etária (de idades) em percentagem;
3. Completar a tabela e determinar a idade média dessa população.

Fiz tudo bem Ainda tive Tive


com facilidade. algumas dúvidas. dificuldades.

102
3
Geometria e Medidas UNIDADE III

Geometria e
Medidas

103
UNIDADE III Geometria e Medidas

Situação - Problema 5
“O desafio da piscina”
A F B
No parque da cidade há uma área circular com 9 metros de raio.
Para melhorar esse espaço de lazer, a câmara quer
construir uma piscina.
O pai da Júlia, que é arquiteto, está a fazer o projeto
E O G
onde a piscina tem a forma de um losango.
A piscina fica dentro de uma zona retangular com mosai-
cos cor-de- rosa.
D H C
Quando a Júlia viu o desenho do pai onde o círculo tem
raio 4,5 centímetros, perguntou:

Júlia: Será um bem público, pai? Todos poderemos frequentar a piscina?


Pai: Claro, mas devemos valorizar os serviços prestados pelas instituições. Melhoram a nossa
qualidade de vida. Temos o dever de preservar os bens públicos.
Júlia: Mas...
Qual é o comprimento real de cada lado da piscina? Qual é a escala deste desenho?
Serei capaz de o reproduzir utilizando o material de desenho geométrico?
Pai: Desafio-te a descobrir as respostas, utilizando as propriedades das figuras.
Para ajudar a Júlia a encontrar as respostas:

1. Observa a figura e, sem fazer cálculos, Indica qual é o comprimento real de cada lado
da piscina. Porquê?
2. Determina a escala deste desenho.
3. Reproduz o desenho, utilizando o material de desenho geométrico.

104
Geometria e Medidas UNIDADE III

1. Retas complanares e retas não complanares

A Geometria baseia-se em três noções (ideias): Ponto, Reta e Plano.


Ponto

O ponto não possui dimensões, isto é, não tem comprimento nem largura, nem altura.
Temos ideia do que é, mas não podemos defini-lo. O sinal de pontuação que usamos quando
escrevemos, um pequeno furo feito por um alfinete no papel, são exemplos que nos dão ideia
de um ponto.

Reta

Não podemos definir uma reta, no entanto, temos noção do que seja. Por exemplo, uma linha
traçada com uma régua, numa folha de papel.

A RETA POSSUI APENAS UMA DIMENSÃO, MAS NÃO É POSSÍVEL MEDI-LA, POIS ELA É
INFINITA.

Viste, no 5.º ano, que um ponto representa-se por uma letra maiúscula do alfabeto latino:
A, B, C, D, E, etc. e que nomeamos uma reta por uma letra minúscula do alfabeto latino:
a, b, c, d, e, etc.

Também, podemos representar uma reta utilizando dois dos seus pontos. A s
Exemplo: reta AB (reta que contém os pontos A e B)

Uma reta é formada por infinitos pontos alinhados. B

Plano

Uma folha de papel, a tampa de uma mesa, um campo de futebol, a superfície de uma parede,
o chão, um quadro, são exemplos que sugerem planos.

Um plano é representado por um paralelogramo e é usualmente identificado por uma letra


minúscula do alfabeto grego: Alfa (α), beta (β), gama (γ), delta (∂), etc. ou por três pontos
distintos do plano.

105
UNIDADE III Geometria e Medidas

O PLANO POSSUI DUAS DIMENSÕES, MAS NÃO É POSSÍVEL MEDI-LO PORQUE


ESSAS DIMENSÕES SÃO INFINITAS.

Três pontos determinam um único plano.


Um plano contém infinitas retas.

RETAS COMPLANARES

Quando várias retas estão contidas num mesmo plano, elas são denominadas de retas
complanares.
r

As retas r, s e t são retas complanares. Estão contidas no mesmo plano (no plano α).

RETAS NÃO COMPLANARES


a

Não existe um plano que contenha as retas a e b. São retas não complanares.

106
Geometria e Medidas UNIDADE III

2. Retas concorrentes e retas paralelas

Observa a figura onde estão representadas as retas r, s e t.

r
s
Duas ou mais retas são concorrentes quando têm um
p
ponto comum.
Na figura, as retas r e s são concorrentes no ponto P.

Retas paralelas são duas ou mais retas que têm


uma distância constante entre si. Teoricamente, se
prolongarmos essas retas infinitamente, elas nunca
se cruzarão.
t

As retas s e t da figura anterior são paralelas. Simbolicamente, escreve-se: s//t e lê-se: “ s é


paralela a t”.

Duas retas concorrentes dizem-se perpendiculares se formam entre si quatro ângulos retos. Indica-
mos isso através do símbolo: e lê-se: “ r é perpendicular a s.

900
s

107
UNIDADE III Geometria e Medidas

Resumo

Retas paralelas Retas concorrentes

Duas retas r e s dizem-se paralelas se a dis-


tância de qualquer ponto da reta r à reta s for Retas que se intersetam num único ponto
constante
Estritamente
Coincidentes Perpendiculares Oblíquas
paralelas
Se a distância entre Se a distância entre Retas que dividem o Retas que dividem o
as duas for maior que as duas for nula (as plano em quatro regi- plano em quatro regi-
zero. retas tem todos os ões, dando origem a ões, dando origem a
r pontos em comum). quatro ângulos retos. dois ângulos agudos e
dois ângulos obtusos.
r m
b
s
p
r//s s r s m p a
a b

Para traçar retas paralelas:

1º: Coloca a régua e o esquadro como na figura.

2º: Mantendo a régua e o esquadro fixos, traça a primeira reta.

3º: Fixa a régua. Faz deslizar o esquadro encostado à régua e


traça outra reta.

Para traçar retas perpendiculares:


r
1º: Coloca a régua e o esquadro como na figura.

2º: Mantendo a régua e o esquadro fixos, traça as duas


retas perpendiculares.
s

108
Geometria e Medidas UNIDADE III

Exercícios e Problemas

A B
1. Considera o cubo da figura e indica:
C
a) Cinco retas que estejam contidas no plano determina- D
do pela face ABEF.
b) Cinco retas que intersetam o plano determinado pela
face ABCD.
c) Duas retas não complanares. E F

d) Duas retas paralelas.


e) Duas retas perpendiculares.
H
f) Duas retas concorrentes oblíquas. G

2. Considera a figura seguinte chamada de prisma reto de base triangular e os pontos, planos
e retas determinados por seus vértices, arestas e faces. C

a) Qual é a posição da reta AB em relação à reta BE?


b) Qual é a posição a reta AB em relação ao plano determi- A B

nado pela face ABC?


c) Qual é a posição da reta AB em relação à reta BC?
d) Indica, na figura, duas retas paralelas.
e) A reta DF está contida simultaneamente em dois planos.
F
Quais são os planos?

D E
3. A figura representa um trecho do mapa de uma cidade.

a) Que rua é paralela à rua T?


b) A rua Q é concorrente a que ruas?
c) Que ruas são perpendiculares à Rua P?

109
UNIDADE III Geometria e Medidas

4. Observa a figura e indica, usando a notação correta:

a) Um segmento de reta, uma semirreta.


C
b) Duas retas perpendiculares.
c) Duas retas paralelas. A B E
d) Duas retas oblíquas.
D

5. Traça uma reta paralela a r e que contém o ponto B.

r
6. Em cada situação, traça a reta que passa pelo ponto e é perpendicular à reta dada.

p
r

7. Desenha dois segmentos de reta paralelos, ambos com 6 cm de comprimento.


8. Desenha dois segmentos de reta perpendiculares, ambos com 5,5 cm de comprimento.

110
Geometria e Medidas UNIDADE III

3. Quadiláteros: Classificação e construção

Uma figura plana com 4 lados chama-se quadrilátero. Base menor

TRAPÉZIO A B
Trapézio é todo o quadrilátero que possui dois lados
Altura
paralelos.
Os lados [AB] e [CD] (AB // CD) são as bases do
D
trapézio. C
Base maior
Os segmentos [AC] e [BD] são as diagonais do tra-
pézio.

Observação:

Um trapézio é classificado em: Trapézio retângulo

• Retângulo quando possui dois ângulos retos.


• Isósceles se os lados oblíquos são iguais;
• Escaleno quando os lados oblíquos são diferentes. Trapézio isósceles

Trapézio escaleno
PARALELOGRAMO
Paralelogramo é todo o quadrilátero que possui lados opostos iguais e paralelos.

A B

M Altura

D C

Os segmentos [AB] e [CD] são as bases do paralelogramo.


Os segmentos [AC] e [BD] são as diagonais do paralelogramo.
No paralelogramo as diagonais são iguais e intersetam-se em seus respetivos pontos médios.

111
UNIDADE III Geometria e Medidas

RETÂNGULO
Retângulo é todo o paralelogramo que possui quatro ângulos retos.
A B

O retângulo é um caso particular de paralelogramo.


M
Os segmentos [AB] e [CD] são as bases do retângulo.
Os segmentos [AD] e [BC] são as alturas do retângulo.
Os segmentos [AC] e [BD] são as diagonais do retângulo.
D C

As diagonais do rectângulo são iguais e cortam-se em seus respetivos pontos médios.

LOSANGO

Losango é todo o paralelogramo que possui os quatro lados iguais.


A

As diagonais do losango são diferentes, perpendiculares, cortam-se nos


seus pontos médios e dividem ao meio os seus ângulos internos.
B • •
• • D
O Losango é um caso particular de paralelogramo.

QUADRADO C

Quadrado é todo quadrilátero que é paralelogramo, retângulo e losango ao mesmo tempo


(os lados opostos são paralelos, os quatro ângulos são retos e os quatro lados iguais).

As diagonais do quadrado são iguais, perpendiculares, A B


cortam-se nos seus pontos médios e dividem ao meio os seus
ângulos internos.

• •

O quadrado é um caso particular de paralelogramo de


retângulo e de losango.
D C

112
Geometria e Medidas UNIDADE III

Construção de triângulos e quadriláteros

Construção de triângulo
I - Dados os comprimentos dos três lados:

Exemplo

AB = 3 centímetros, AB = 1,5 centímetros e AC = 2 centímetros

1.º traça [AB], sendo, AB = 3 cm

3 cm

A B

2.º traça um arco de circunferência de centro A e raio 2 cm.

2 cm

A B

3.º Traça um arco de circunferência de centro B e raio 1,5 cm. E o ponto de interseção dos
dois arcos é o 3.º vértice.

Desenha o triângulo [ABC].

1,5 cm

A B

113
UNIDADE III Geometria e Medidas

II - Dados dois lados e o ângulo por eles formado:

Exemplo

AB = 3 centímetros, BC = 1,5 centímetros e ABC = 60°

1.º traça [AB], sendo, AB = 3cm

3 cm

A B

2.º Com vértice em B, marca um ângulo de 60º. Prolonga o lado extremidade do angulo.

1200
60 0

A
B

3.º Marca o ponto C sendo BC =1,5 centímetros e desenha o triângulo [ABC].

1,5 cm
600

A B

III - Um lado e os ângulos adjacentes a esse lado:

Exemplo

AB = 3 centímetros, ABC = 45° centimetros e BAC = 60°

1.º desenha [AB], sendo, AB = 3 cm

3 cm

A B

114
Geometria e Medidas UNIDADE III

2.º Com vértice em B, marca um ângulo de 45º e prolonga o lado extremidade do ângulo.

1350

450

A
B

3.º Com vértice em A, marca um ângulo de 60º e prolonga o lado extremidade do ângulo
para obter o ponto C no cruzamento dos dois prolongamentos.

C
120 0

600

B
A

Construção do quadrado e do retângulo com régua e esquadro

1. Com a medida dada, traça o primeiro lado, por exemplo, lado [AB].
Na extremidade A, traça uma perpendicular com o mesmo comprimento, no caso do qua-
drado.

A B

115
UNIDADE III Geometria e Medidas

Na extremidade B, traça outra perpendicular com o mesmo comprimento.

C D

A B

Ao unir os pontos C e D, obtemos o quadrado.

C
D

A B

Tratando-se do retângulo, procede de modo análogo, respeitando as dimensões pedidas.

C D

B
A

116
Geometria e Medidas UNIDADE III

Construção do paralelogramo com régua e esquadro

Para construir um paralelogramo, observa os passos:

•C •C •C D
• •C •D

• • • • • • • •
A B A B A B A B

Construção do losango com régua e esquadro

Para construir o losango a partir das suas diagonais:

A
•A A
• A
• A
• •

• • • • • • B• • D
M B M B M D

• • • • •
C C C C C

Exercícios e Problemas

1. Observa os quadriláteros representados na figura.

117
UNIDADE III Geometria e Medidas

Uma das propriedades indicadas a seguir é comum a todos eles. Assinala-a com X.

• Os quatro lados são geometricamente iguais;


• Os lados opostos são paralelos;
• As diagonais são perpendiculares;
• Os ângulos são todos retos.

2. Observa os quadriláteros da figura: • • • • • • • • • • • • • • •


• • • • • • • • • • • • • • •
Usando as letras que os identificam, • • • • • • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • • • • • • •
indica os que têm:
• • • • • • • • • • • • • • •
a) Apenas dois lados paralelos; Quadrilátero P Quadrilátero Q Quadrilátero R

b) Diagonais perpendiculares. • • • • • • • • • •
• • • • • • • • • •
• • • • • • • • • •
• • • • • • • • • •
• • • • • • • • • •
Quadrilátero S Quadrilátero T

3. Completa os ponteados, utilizando uma das palavras seguintes:

Quadrilátero
Losango Trapézio Paralelogramo Quadrado Retângulo
qualquer

a) Um quadrilátero que tem 4 ângulos retos é um ....…………….......…………………............


b) Um quadrilátero que tem 2 lados iguais é um ....…...…………………….............………...
c) Um quadrilátero que tem os lados opostos paralelos 2 a 2 é um ...............……………....
d) Um quadrilátero que tem 2 ângulos retos e 2 lados iguais é um ……..........................………
e) Um quadrilátero que tem 4 lados iguais é um .…....……………………...........………………
f) Um quadrilátero que tem 2 ângulos retos é um ........…………………............………………
g) Um quadrilátero que tem 2 lados opostos paralelos é um ..…..……....................…………
h) Um quadrilátero que tem 4 ângulos retos e 4 lados iguais é um .......……………………..
i) Um quadrilátero que tem 3 lados iguais e 2 lados opostos paralelos é um .......................

118
Geometria e Medidas UNIDADE III

4. Observa a figura ao lado:


A B C
4.1. A figura esconde:
a) Um retângulo. Como se chama?
D
b) Um losango. Qual é?
c) Dois trapézios. Identifica-os.
E F G
4.2. Como classificas o quadrilátero:
a) EGLI?
H
b) BDIC?
c) FGKJ?
I J K L
5. No retângulo seguinte, o ângulo BAC mede 250. Calcula a medida do ângulo CAD.

D C

b d


A B
a

6. Desenha um paralelogramo [ABCD], sabendo que:

As bases AB = CD = 6 cm e AC = BD = 4 cm

7. Desenha um losango [ABCD], em que a diagonal maior mede 8 cm e a diagonal menor mede
6 cm.
8. Constrói um quadrado de lados 6 cm.
9. Desenha um retângulo, em que a base mede 7 cm e a altura mede 5 cm.

119
UNIDADE III Geometria e Medidas

Desenho de quadriláteros em papel quadriculado

Numa folha quadriculada ou ponteada, o traçado de paralelas e de perpendiculares fica facilita-


do. Só tens que respeitar as medidas dadas nos exercícios e as propriedades desses polígonos.

Exercícios e Problemas

1. Tomando como unidade o lado de uma quadrícula, desenha numa folha quadriculada:
a) Um quadrado cujas diagonais medem 8 unidades.
b) Um trapézio isósceles cujas bases medem 8 unidades e 6 unidades e a altura mede 3 unidades.
c) Um triângulo isósceles em que a base mede 6 unidades e a altura mede 5 unidades.
d) Um paralelogramo de altura 2 unidades e bases 7 unidades.

120
Geometria e Medidas UNIDADE III

2. Numa folha quadriculada, marca os pontos da figura seguinte, respeitando as suas posições.

S L
A
R T F G
B

a) Marca os pontos C e D de modo a que [ABCD] seja um quadrado.

b) Marca um ponto U de modo a que [RSTU] seja um losango.

c) Marca um ponto O de modo a que [LMNO] seja um paralelogramo.

d) Marca um ponto H de modo a que [EFGH] seja um trapézio.

e) Em algum dos casos encontraste mais de uma solução? Em qual?

121
UNIDADE III Geometria e Medidas

Situação - Problema 6

“As gémeas”

As irmãs gémeas Lídia e Aidil pretendem construir as suas casas em posições simétricas.
Assim como os nomes delas.

8m

2m

10m

10m 2m

Cada uma das casas possui um pátio com a forma de um trapézio isósceles e uma arrecadação
com a forma de triângulo retângulo.
Lídia que é arquiteta já fez o projeto.
Aidil, preocupada com o meio ambiente, quer pintar o chão da arrecadação com tinta não
poluente, amiga do ambiente. Ela comprou, numa promoção, uma quantidade dessa tinta que
cobre uma superfície de 12,5 metros quadrados.
Daniel, o afilhado que estuda o 6.º ano, ficou curioso quando viu o projeto e quer saber:

1. A distância de A a B.
2. Se a tinta que a Aidil possui chegará para pintar o chão da arrecadação.
3. A área do pátio de cada uma das casas.

Após o estudo dos temas 3.4. e 3.5., poderás ajudar o Daniel.

122
Geometria e Medidas UNIDADE III

4. Simetria em relação a uma reta: eixo de simetria;

Fotocopia as figuras seguintes:

N
E
AMA COCO

Utilizando a fotocópia, recorta as figuras e dobra-as ao longo da reta assinalada.


Se uma das partes da figura se sobrepuser à outra parte, diz-se que a figura é simétrica
relativamente a essa reta. A reta assinalada é o eixo de simetria.
Cola as figuras no teu caderno e traça os eixos de simetria a vermelho.

Eixo de simetria de uma figura é uma reta que divide a figura em duas partes iguais de tal
modo que, por dobragem, é possível fazê-las coincidir uma com a outra.

Uma figura pode não ter eixos de simetria, pode ter um só eixo de simetria, dois, três ou uma
infinidade de eixos de simetria.

123
UNIDADE III Geometria e Medidas

Exemplos

Triângulo equilátero Triângulo isósceles Triângulo retângulo


3 eixos de simetria 1 eixo de simetria Não tem eixos de simetria

Quadrado Retângulo Paralelogramo


4 eixos de simetria 2 eixos de simetria Sem eixos de simetria

Círculo Losango Trapézios isósceles


Infinitos eixos de simetria 2 eixos de simetria 1 eixo de simetria

Exercícios e Problemas

1. Para cada uma das figuras, diz se as retas desenhadas a vermelho são ou não eixos de simetria.

124
Geometria e Medidas UNIDADE III

2. Coloca papel transparente sobre as figuras e completa-as, de forma a que o eixo traçado seja
eixo de simetria.

3. Coloca papel transparente sobre as figuras e traça os eixos de simetria de cada uma delas.

4. Indica quais dos sinais de trânsito têm eixo de simetria.

Quantos eixos de simetria tem cada um dos sinais que indicaste?


5. Escreve as letras do alfabeto em maiúsculas e traça os eixos de simetria de cada uma delas,
se existir.

125
UNIDADE III Geometria e Medidas

5. Área (triângulo, paralelogramo e círculo)

Área do paralelogramo

Atividade 1:

• Numa folha de papel, desenha um paralelogramo [ABCD];


• Traça uma altura do paralelogramo, obtendo assim um triângulo retângulo;
• Recorta o triângulo obtido e tenta encaixá-lo do lado oposto, como sugere a figura;

O triângulo recortado do paralelogramo encaixa-se perfeitamente na composição do retângulo.


D C

altura altura

A B
base
Conclusão:

• É possível transformar um paralelogramo em um retângulo.


• Portanto, a área do paralelogramo é igual à área do retângulo.
Para calcular a área do paralelogramo:
1.º Multiplica-se a medida da base pela medida da altura (na mesma unidade);
2.º Indica-se a unidade de área de acordo com a unidade de comprimento escolhida.

Simbolicamente:
Exemplos

a)
b) A=b x h
4 cm
52 dm

6 cm 15 m

Medida da área: A = 6 x 4 = 24 Reduzir os comprimentos à mesma unidade: 52 dm = 5,2 m


A = 24 cm 2
Medida da área: A = 5,2 x 15 = 78
A = 78 m2

126
Geometria e Medidas UNIDADE III

Área do triângulo

Atividade 2:

• Desenha um paralelogramo [ABCD];

D C

A B

• Traça uma diagonal do paralelogramo, por exemplo, [BD];

D C

A B

• Recorta o paralelogramo por esta diagonal;

Obtém-se dois triângulos iguais.

Conclusão:

• A área de cada um dos triângulos é igual à metade da área do paralelogramo.

• Então, a área de um triângulo é a metade do produto da medida da base pela medida da


altura, ou seja:

127
UNIDADE III Geometria e Medidas

Para calcular a área do triângulo:

1.º Multiplica-se a medida da base pela medida da altura (na mesma unidade);
2.º Divide-se o produto obtido por 2;
3.º Indica-se a unidade de área de acordo com a unidade de comprimento escolhida.

Simbolicamente:

base x altura bxh


A= =
2 2

Exemplos

a) b)

6 cm
62 mm

12,5 cm
10 cm
62 mm = 6,2 cm
6 x 10
A= =30
2 12,5 x 6,2
A= = 38,75
A = 30 cm 2
2

A = 38,75 cm2
Observação:

Num triângulo, qualquer dos 3 lados pode ser tomado como base.
A altura correspondente é um segmento de reta perpendicular a esse lado ou ao seu prolonga-
mento, traçado pelo vértice oposto.

altura

base

128
Geometria e Medidas UNIDADE III

Área do círculo

o r A=
o
π x r²

Para calcularmos a área do círculo, utilizamos a expressão matemática que relaciona o raio e
a letra grega π (pi), que corresponde a 3,14 aproximadamente.

Para calcular a área do círculo:


1.º Calcula-se o quadrado da medida do raio;
2.º Multiplica-se o valor obtido por 3,14;
3.º Indica-se a unidade de área de acordo com a unidade de comprimento do raio.

Exemplo

Calcula a área do círculo, sabendo que o comprimento do diâmetro é de 10 cm.

A B
o

129
UNIDADE III Geometria e Medidas

Exercícios e Problemas

1. Paula tem um canteiro circular de raio 3 m onde costuma plantar flores. Ao redor desse canteiro,
ela pretende plantar ervas medicinais, formando uma coroa circular, como mostra a figura
seguinte.
Determina a área que será ocupada pelas ervas medicinais.

ervas

flores

2m 1m

2. Determina a área da parte colorida de cada uma das figuras seguintes:


a) b) 5m

5 cm 4m 5m

5 cm 5 cm
4m

c) d)

3m
8 cm

4m

8 cm

130
Geometria e Medidas UNIDADE III

3. Determina a quantidade de tecido necessária para fazer uma almofada circular de diâmetro
50 centímetros, tendo as duas faces o mesmo tecido.

4. Um terreno com a forma de um paralelogramo tem 150 m de base e 30 m de altura.

Calcula:
a) A área do terreno;
b) O preço do terreno se o metro quadrado custa 120 escudos.

Áreas por decomposição

Podemos calcular a área de polígonos sem precisar de decorar muitas fórmulas.

Exemplos

Para obtermos a área do trapézio isósceles, basta decompô-lo em um retângulo e dois triângulos
retângulos iguais.

O pentágono seguinte foi decomposto em três triângulos e um quadrado, mas poderia ter sido
decomposto em três triângulos, por exemplo, ou em qualquer outra forma que facilitasse o
cálculo.

131
UNIDADE III Geometria e Medidas

O losango seguinte foi decomposto em dois triângulos isósceles iguais.

Observa uma decomposição de uma região irregular:

Exercícios e Problemas

Determina, por decomposição das figuras, a respetiva área:

a) 4 cm b) 16 m

4 cm
8m

3 cm
6m
7 cm

c) d) e)
6m

6m
12 cm
10 m 20 m
3m

14 m
15 m
8 cm

132
Geometria e Medidas UNIDADE III

6. Volumes de sólidos geometricos (paralelepípedo, cubo e cilindro)

Os objetos que nos rodeiam, sendo eles geométricos ou não, ocupam um espaço. Têm volume.
Para medir a grandeza “volume”, devemos compará-la com uma unidade.
Observa: Sólidos e formas diferentes podem ocupar igual quantidade de espaço.
Têm o mesmo volume. Dizem-se sólidos equivalentes.

Os sólidos B, C e D são sólidos equivalentes.

Sólido I Sólido II

Os sólidos I e II são sólidos equivalentes.

6.1. Unidades de medida de volumes


O metro cúbico (m3) é a unidade principal das medidas de volume.
Um metro cúbico (1 m3) pode ser exemplificado com o volume de um cubo com arestas
medindo 1 metro.

metro
1m cúbico

1m m
1

133
UNIDADE III Geometria e Medidas

Outras unidades de medida de volume são:


Quilómetros cúbicos (km³), hectómetros cúbicos (hm³), decâmetros cúbicos (dam³), metros
cúbicos (m³), decímetros cúbicos (dm³), centímetros cúbicos (cm³), milímetros cúbicos (mm³).
Para converter uma unidade de volume numa outra, observa o esquema seguinte:

Cada unidade de volume é mil vezes maior que a unidade imediatamente inferior.

Descobre:

Quantos cubos com 1 dm3 de volume são necessários para encher a caixa com 1 m3 de volume?

1 dm³

1 dm

1 dm
1 dm

1m

1m

1m

134
Geometria e Medidas UNIDADE III

6.2. Volume do paralelepípedo retângulo

Os sólidos geométricos são objetos com três dimensões que ocupam lugar no espaço.
Por isso, eles possuem volume.

Atividade 1:

Observa os blocos em forma de paralelepípedos.


De quantos cubinhos eles são formados?

Sabendo que cada cubinho tem volume 1 cm3, completa:


• O volume do paralelepípedo P é igual a .................................
• O volume do paralelepípedo Q é igual a .................................
• O volume do paralelepípedo R é igual a .................................

Multiplica a quantidade de cubinhos que cabem no comprimento, na largura e na altura.

Conclusão:

Obtém-se os mesmos resultados que obtiveste contando cubinhos.

135
UNIDADE III Geometria e Medidas

Assim:
Sendo a, b e c as dimensões de um paralelepípedo retângulo e um dos retângulos de lados
a e b sua base, temos:

V = Ab x h = (a x b) x c
Ab - área da base; h - altura

Para calcular o volume de um paralelepípedo:


1.º Exprimem-se as três dimensões na mesma unidade;
2.º Calcula-se a medida da área da base e multiplica-se pela medida da altura;
3.º Indica-se a unidade de volume correspondente à unidade de comprimento escolhida.

Exemplo

V = Ab x h
1,5 m
med V = (8 x 5) x 1,5
V = 60 m3
5m
8m

6.3. Volume do cubo

Cubo é um paralelepípedo retângulo cujas seis faces são quadradas.


Assim sendo, um cubo de aresta a tem o volume:
Para calcular o volume de um cubo:
a V=a×a×a
1.º Eleva-se ao cubo medida da aresta;
V = a3
2.º Indica-se a unidade de volume correspondente
a
à unidade de comprimento escolhida.
a

Exemplo:
O volume de um cubo cuja aresta mede 3 m será:
Med V = (3)3
V = 27 m3

136
Geometria e Medidas UNIDADE III

6.4. Volume do cilindro


Dado um cilindro de raio da base r e altura h, para calcular o seu volume, utilizamos a mesma
fórmula: V = Ab x h
A diferença é que, neste caso, a base é um círculo. Como a área de um círculo de raio r é:

Portanto o volume do cilindro é:


V = Ab x h
V = (π×r2)×h

Para calcular o volume de um cilindro:


1.º Exprimem-se o raio e a altura na mesma unidade;
2.º Calcula-se a medida da área da base e multiplica-se pela medida da altura;
3.º Indica-se a unidade de volume correspondente à unidade de comprimento escolhida.

Exemplo

Um tanque de forma cilíndrica tem raio da base 4 me-


tros e altura igual a 120 centímetros. Determina o vo-
lume do tanque.

120 cm = 12,0 m = 12 m
med V = π x r² x h
= 3,14 x 42 x 12
= 3,14 x 16 x 12
V = 602,88 m³

137
UNIDADE III Geometria e Medidas

Exercícios e Problemas

1. Qual o volume de um paralelepípedo de 8 cm de comprimento, 3 cm de altura e 4 cm de largura?


2. As dimensões de um paralelepípedo são 3 cm; 0,04 m e 0,5 dm. Qual é o seu volume?
3. Calcula o volume de um paralelepípedo cuja base mede 18 cm² e altura 4 cm.
4. O aquário representado na figura tem a forma de um paralelepípedo retângulo. O nível da
água está 5 cm abaixo da borda.
Determina o volume de água do aquário.

5 cm
25 cm

30 cm

40 cm

5. Uma caixa sem tampa é feita de madeira de 0,5 cm de espessura. Depois de pronta, observa
que as medidas externas da caixa são 51 cm; 26 cm e 12,5 cm, conforme mostra a figura.

12,5 cm

26 cm

51 cm

Determina a capacidade (o volume interno) dessa caixa, em metros cúbicos.

138
Geometria e Medidas UNIDADE III

6. A figura representa uma panela, o seu modelo geométrico e as suas dimensões.

Calcula um valor aproximado do volume da panela.

7. A Sónia comprou uma caixa com 4 velas como mostra a figura.

Cada vela tem 5 cm de altura e 6 cm de diâmetro.


Determina o volume aproximado dessa caixa.

8. Para calcular o volume de uma pedra de formato irregular, Joana mergulhou essa pedra num
tanque cilíndrico com água.

45 cm Dado: π = 3,14
30 cm 30 cm

40 cm 40 cm

Tanque antes de Tanque depois de


colocar a pedra colocar a pedra

Qual é a medida do volume dessa pedra?

139
UNIDADE III Geometria e Medidas

9. Considera os cilindros da figura. Todas as medidas indicadas são em cm.

a) Qual dos cilindros te parece ter o dobro do volume do cilindro A?


b) Verifica, com cálculos, se a tua resposta está correta.
c) Haverá algum cilindro com o mesmo volume que o cilindro A? Qual?

____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________

140
Prova ede
Geometria integração
Medidas 3 UNIDADE III

“Matemática na escola e no campo”

O pai do José é agricultor e criador de animais. Depois das colheitas, ele faz a palhada
aproveitando restos de milho, de feijões e ervas para alimentar o seu gado de forma
saudável, pois terá consequências na alimentação humana.
Ele pretende armazenar parte da palhada para o período da seca. Para isso, ele está a
construir uma cerca de base retangular com 4 metros de altura, 7 metros de comprimen-
to e 6 metros de largura.

Para cercar o terreno, ele já utilizou 4 voltas de arame. Só falta colocar a 5.ª volta, na
parte superior.

A forma geométrica da cerca e as linhas paralelas que os arames sugerem chamou a


atenção do José. Ele fez este desenho, com régua e esquadro, e vai desafiar os colegas
da turma a:

1. Calcular quantos metros de arame o pai utilizará na construção da cerca;


2. Determinar a quantidade de palhada que encherá a cerca (sem ultrapassar a sua altura);
3. Desenhar as linhas paralelas que representam a última volta de arame, utilizando
o material de desenho geométrico.

Imagina que és colega do José e aplica os teus saberes.

Fiz tudo bem Ainda tive Tive


com facilidade. algumas dúvidas. dificuldades.

141
Anexo
PAPEL QUADRICULADO

142
Anexo
PAPEL PONTEADO

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143
Anexo
GEOPLANO QUADRANGULAR

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144
Anexo
GEOPLANO CIRCULAR

145
Anexo
PAPEL ISOMÉTRICO

146
Anexo
PAPEL PONTEADO ISOMÉTRICO

147
Símbolos de Cabo Verde
Bandeira Hino Nacional
Cântico da Liberdade

Canta, irmão
Canta, meu irmão
Que a liberdade é hino
E o homem a certeza

Com dignidade, enterra a semente


Brasão No pó da ilha nua;
No despenhadeiro da vida
A esperança é do tamanho do mar
Que nos abraça,
Sentinela de mares e ventos
Perseverantes
Entre estrelas e atlântico
Entoa o cântico da liberdade

Canta, irmão
Canta, meu irmão
Que a liberdade é hino
E o homem a certeza!

Mapa de Cabo Verde

Educação
e Desporto

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