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PRINCÍPIOS DE
DIREITO DO
AMBIENTE
Lei de Bases do Ambiente - Lei n.º
19/2014, de 14 de Abril
(LBA)
Momentos referenciais:
A tendência actual é uma vertente impositiva: cada cidadão tem deveres (diferenciados
por actividade) em razão do seu impacto no ambiente – lógica da Charte Constitutionelle de
l’Environnement (2005).
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Visão antropocêntrica e ecocêntrica
LBA de 2014.
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3. Em 2014 surge a segunda LBA – Lei n.º
19/2014, de 14 de abril (hoje em vigor)
4. Em 2021 (último dia) surge a Lei de Bases do Clima – Lei
n.º 98/21, de 31/12
Carlos Abreu Amorim 2022 - 2023
A legislação portuguesa de ambiente foi-se construindo sob o guarda-chuva da LBA e, sobretudo, à custa
dos contributos do direito europeu e dos Tratados, Convenções e Declarações internacionais que Portugal
subscreveu ou foi parte.
Outros países, europeus ou não, tiveram o mesmo problema: desarticulação entre as bases constitucionais e
uma nova área do direito, transversal e disruptiva, que se ia construindo a uma velocidade vertiginosa.
Artigo 3.º
Princípios materiais de ambiente
(críticas)
Carla Amado Gomes (Introdução ao direito do ambiente, 4.ª ed.,
Lisboa 2018) faz uma crítica severa a esta seleção:
1. Porque o princípio primordial deveria ser o da Prevenção;
2. Porque o P. do Desenvolvimento Sustentável é difuso e seria
uma mera “equação de ponderação circunstanciada e
conjuntural do interesse de preservação ambiental (…)
destituída de condições de operacionalização real”;
3. Porque o momento presente exige um novo princípio, o da
Sustentabilidade (ambiental e dos recursos, dividido em
sustentabilidade ecológica e social), uma evolução daquele;
4. Porque o P. da Responsabilidade intra e intergeracional está a
ser posto em causa - “impossibilidade conceptual”.
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(Heloísa Oliveira,
Tratado
… coord. Carla Amado Gomes)
Artigo 3.º
Princípios materiais de ambiente
Prevenção / Precaução
c) Da prevenção e da precaução, que obrigam à adoção de
medidas antecipatórias com o objetivo de obviar ou minorar,
prioritariamente na fonte, os impactes adversos no ambiente,
com origem natural ou humana, tanto em face de perigos
imediatos e concretos como em face de riscos futuros e
incertos, da mesma maneira como podem estabelecer, em caso
de incerteza científica, que o ónus da prova recaia sobre a parte
que alegue a ausência de
Artigo 3.º
Prevenção / Precaução
‘Prevention’ e ‘precaution’ têm significados distintos em inglês mas não tanto assim nas línguas latinas.
Artigo 3.º
Prevenção / Precaução
P. da Precaução- (construção alemã anos 80) alguma doutrina entende-o como o sentido
restrito do P. da Prevenção mas permite e prevê instrumentos muito fortes - ver art.
191.º, nº 2, TL (ex-art. 174.º, nº)2, TUE
P. da Precaução
na lei portuguesa é visto como
análise
uma e gestão de risco,
apriorística mas dinâmica
com recurso às melhores tecnologias possíveis (MDT). Efeitos
práticos:
Obriga à atuação dos entes públicos Apesar da nossa LBA não ter
A lei não define graus de risco nem
(sobretudo) e privados, ou seja, não enveredado por uma separação
análise de custo-benefício nas
permite sobrestar ou não decidir conceitual as duas lógicas dos
medidas preventivas
(problema da decisão tácita da
) DIA princípios são distintas
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d) Do poluidor-pagador, que obriga o responsável pela
poluição a assumir os custos tanto da
atividade poluente como da introdução de medidas
internas de prevenção e controle necessárias para
combater as ameaças e agressões ao ambiente;
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Artigo 3.º
Utilizador-
Pagador
cidadãos;
Em bom rigor, a sua área de incidência pode confundir-se porque ambos vinculam o
Estado que tem o poder de conformar os privados às suas preocupações essenciais.
Artigo 4.º
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Princípios das políticas públicas ambientais Elenco:
Educação ambiental
“d) Da educação ambiental, que obriga a políticas pedagógicas viradas para a
tomada de consciência ambiental, apostando na educação para o
desenvolvimento sustentável e dotando os cidadãos de competências ambientais
num processo contínuo, que promove a cidadania participativa e apela à
responsabilização, designadamente através do voluntariado e do mecenato
ambiental, tendo em vista a proteção e a melhoria do ambiente em toda a sua
dimensão humana;”
Princípio que decorre da Dec. de Estocolmo, bem como da CRP art. 66.º, n.º 2,
alínea g)
Provavelmente, aquele que melhor foi implementado nas últimas décadas e que
está na raiz da prioridade do ambiente na consciência coletiva.
Informação e participação
“e) Da, queinformação e da participação obrigam ao
envolvimento dos cidadãos nas políticas ambientais, privilegiando a
divulgação e a partilha de dados e estudos, a adoção de ações de
monitorização das políticas, o fomento de uma cultura de transparência e de
responsabilidade, na busca de um elevado grau de respeito dos valores
ambientais pela comunidade, ao mesmo tempo que assegura aos cidadãos o
direito pleno de intervir na elaboração e no acompanhamento da aplicação
das políticas ambientais”
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Artigo 4.º
Princípios das políticas públicas ambientais