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COMUNICAÇÃO

“Treinar bem é o resultado de comunicações eficientes. Quando estabelecemos objetivos, ensinamos ou


aprendemos, fazêmo-lo através da comunicação; é por isso que é tão importante para o treinador, o
domínio das técnicas de comunicação”
Leith, 1992

Comunicar  Latim “ Communicare”, que significa “Partilhar algo, pôr em comum”

Comunicação é, frequentemente, definida como uma troca de informações entre um transmissor e um


recetor, e a perceção do significado entre os indivíduos envolvidos.
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO

Este processo só funciona quando a mensagem passa do emissor para o recetor. Podendo, durante o
mesmo, existir o RUIDO, que é tudo aquilo que impeça a mensagem de ser entendida por parte do
receptor, tal e qual como ela é.
PROCESSO DE COMUNICAÇÃO
Consiste em realizar um desenho, através da escuta de informações dadas por um emissor, que irá
observar e descrever esse desenho.

A descrição do desenho não pode conter o nome do mesmo, nem formas geométricas. Apenas deve
indicar linhas, traços, direções, espaços, etc.. de maneira a que o receptor se aproxime do desenho
elaborado
ASPETOS A TER EM CONTA PARA UMA
COMUNICAÇÃO EFICAZ

Emissor Recetor
•Ser objetivo, claro, positivo •Não se distrair – Escuta ativa
•Ter paciência. Falar devagar. •Escutar, refletir e expor o seu ponto
•Pensar no que vai dizer de vista

•Procurar adaptar a linguagem à •Anotar pontos básicos


pessoa em causa. •Evitar expressões de cansaço,
•Ter atenção à linguagem verbal e desinteresse e/ou falta de atenção
não verbal (gestos, expressões, •Respeitar as opiniões dos outros
etc.)
TIPOS DE COMUNICAÇÃO

• Capacidade de transmitir algum tipo de informação, podendo ser o recetor

Verbal (forma passiva) ou o emissor (forma ativa)


• Ex. comunicação oral, comunicação escrita, língua gestual

• Ocorre por meio de gestos, sinais, efeitos sonoros, expressões faciais ou

Não verbal corporais, imagens ou códigos representativos.


• Ex.: comunicação simbólica, expressões corporais , sinais de transito, mimicas.
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

APRENDIZAGEM – “aprender é reter o que é adquirido pela prática”

“Aprender não é apenas ser capaz de modificar comportamento mas, principalmente, de reter
a competência adquirida durante um tempo relativamente longo”
Aprendizagem
PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM Ensino

Educação

PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM


- Método, sistema de fazer alguma - Método de instruir constituído - Aquisição de conhecimentos,
coisa; pelo conjunto de conhecimentos, habilidades, valores e atitudes
- Seguimento princípios e ideias que se facultado através do estudo, do
ensinam/partilham com alguém. ensino ou da experiência

O processo de ensino-aprendizagem é a partilha e aquisição de conhecimentos, atitudes,


valores, princípios, de forma gradual, com interação de professores e alunos.
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

“O processo de ensino-aprendizagem é um processo complexo, interativo, intencional, com os


objetivos de:

 Promover a aprendizagem de habilidades especificas

 Desenvolver competências essenciais à integração da atividade física e exercício no


quotidiano das pessoas

 Fomentar atitudes positivas para com o estilo de vida ativo.

OBS.: Este processo mobiliza as capacidades, os pensamentos e a atuação dos TEEF e dos alunos/clientes.”
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Modelo heurístico da relação pedagógica (adaptado de Carreiro da costa, 1996)


MODELO DE ANÁLISE DA RELAÇÃO PEDAGÓGICA EM DESPORTO
MODELO DE ANÁLISE DA RELAÇÃO PEDAGÓGICA E EM DESPORTO
Variáveis de presságio – referem-se às características do professor/treinador que podem exercer influência no
processo de treino;

Variáveis de programa – referem-se às decisões que o professor/treinador vai tomar acerca dos objetivos e
conteúdos. Consequentemente, estas decisões vão influenciar o seu comportamento, assim como o dos diversos
intervenientes no decorrer do processo de treino;

Variáveis de contexto – Referem-se às condições em que o treino decorre (qual o envolvimento; quais os
equipamentos; quais instalações e características dos alunos);

Variáveis de processo – referem-se aos comportamentos (p.ex. treinador, pais, dirigentes, etc.) e interações (p.ex.
treinador/pais/colegas de equipa) suscetíveis de ocorrerem durante o treino ou competições;

Variáveis de produto – referem-se ao resultado de todo o processo pedagógico.


PAPEL ATIVO DO PROFESSOR

 Definir objetivos
Conhecer as características enquanto professor
(estilos de aprendizagem e de pensamento e
padrões de raciocínio) - autoconhecimento

Selecionar estratégias e técnicas de


aprendizagem e de ensino

 Criar atividades motivadoras/diferenciadas


PADRÕES DE ATUAÇÃO PEDAGÓGICA DO PROFESSOR (MÉTODOS)
Método de Exposição
•Transmissão Oral de conteúdos/objetivos
•Aquisição de conhecimentos/despertar interesse

Método de Discussão
•Partilha de opiniões/ideias
•Maior interação e cooperação

Método de instrução Direta


•Realização de demonstrações/fornecimento de
feedbacks
•Fomentar a prática guiada
NÃO HÁ ENSINO SEM OBJETIVOS
A educação desportiva e o treino desportivo regem-se por objetivos.

Os objetivos irão permitir:

 Que o professor tenha uma organização cuidada do seu trabalho

 Que o aluno perceba o que está a aprender e controle o que está a adquirir/fazer. Maior
motivação.
FATORES INFLUENCIADORES DO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Relação professor-aluno Problemas pessoais, sociais, etc

Falta de confiança professor vs. alunos Stress

Falta/falha de comunicação Baixa autoestima


Falta de Experiência e falta de conhecimento
Método de ensino
Falta de planeamento
Cooperação (falta de interesse, empenho)

Falta de motivação Falta de objetivos


Falta de determinação, foco
Falta de Feedbacks
Sensação, perceção, Resultados tardios (ou ausência deles)
memorização, atenção,
motivação Fatores ambientais, sociais, psicologicos
FATORES INFLUENCIADORES DO PROCESSO DE ENSINO-
APRENDIZAGEM
Durante /
Prévios Posteriores
Simultâneo
• Instrução • Prática motora • Feedback

• Demonstração • Fadiga
• Motivação (processo e realismos)

• Antecipação (mudanças)

• Emoção e ansiedade

• Características da
tarefa/exercício

• Fatores sociais e culturais


DOMÍNIOS DA APRENDIZAGEM

Estes domínios estão e estarão SEMPRE presentes


na nossa vida, enquanto seres humanos. São os que
Cognitivo Psicomotor
(saber (saber determinam as nossas competências ao longo da
saber) fazer) vida. Estão em constante evolução.

Afetivo (saber
estar/ser “Nascemos a aprender e morremos sem saber”
DOMÍNIOS DA APRENDIZAGEM

PSICOMOTOR (SABER FAZER)

Psicomotor Domínio das atividades motoras (movimento do


Cognitivo
(saber
(saber
fazer) corpo) ou manipulativas (capacidade de manipular
saber)
fisicamente objetos).

Afetivo (saber
estar/ser
Desenvolvimento e aplicação das atividades
motoras ou manipulativas
DOMÍNIOS DA APRENDIZAGEM

COGNITIVO (SABER SABER)

Cognitivo
Psicomotor  Domínio da atividade mental ou intelectual.
(saber
(saber
saber)
fazer)
 Aquisição de informações

Desenvolvimento de capacidades e estratégias


Afetivo (saber
estar/ser cognitivas

 Capacidade de as aplicar em situações novas


DOMÍNIOS DA APRENDIZAGEM

AFETIVO (SABER ESTAR/SER)

Cognitivo Psicomotor  Domínio dos fenómenos da sensibilidade.


(saber (saber
saber) fazer)
 Aprendizagens realizadas no domínio social e
afetivo que envolve interesses, atitudes, valores,
capacidade de adaptação, de novas relações, de
Afetivo (saber
estar/ser enfrentar desafios

Observação: Asoma destes três domínios resulta no desenvolvimento integral da pessoa.


ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM ( SEGUNDO FITTS E POSNER)

Cognitivo Associativo Autónomo


(inicial) (intermédio) (final)

 Os estágios da aprendizagem estão relacionados com a capacidade motora e cognitiva do cliente.

 É o que nos difere enquanto seres humanos no mundo do fitness.

 Uns são mais coordenados, outros têm mais força, uns com mais dificuldades do que outras a
nível motor
ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM ( SEGUNDO FITTS E POSNER)

Associativo Autónomo

COGNITIVO (Inicial) – Depende fundamentalmente da compreensão do objetivo de


determinada tarefa motora, assim como das suas componentes
criticas requeridas para a sua execução, e caracteriza-se por:
 Realização lenta e descoordenada
 Grande número de erros e desempenho variado
 Dificuldade em identificar o erro e de o corrigir
 Grande sobrecarga a nível cognitivo
 Margem de aprendizagem superior
ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM ( SEGUNDO FITTS E POSNER)

Cognitivo Autónomo

ASSOCIATIVO (Intermédio)

 Menos erros, mais consistência de movimentos


 processo cognitivo e capacidade motora melhora
 Capacidade de detetar alguns erros
 Foco em aprimorar o movimento
 Foco no controlo do corpo

Obs.: centrado no aperfeiçoamento e refinamento da execução. Mais longo que o anterior.


ESTÁGIOS DA APRENDIZAGEM ( SEGUNDO FITTS E POSNER)

Cognitivo Associativo

AUTÓNOMO (Final)

 Realiza o movimento consistente e automático

 Pouco ou nenhum esforço consciente

 Capacidade de detetar e corrigir os seus erros

 Melhoria de desempenho são mais difíceis


INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DO TEEF
EM FUNÇÃO DOS ESTÁGIOS DE APRENDIZAGEM

COGNITIVO ASSOCIATIVO AUTÓNOMO


• Canal informal misto (verbal e visual) • Melhorias rápidas (exige ajustes mais • Manter e aprimorar desempenho
Demonstração + informação verbal Frequentes e mais detalhados) • Realização à exigência real
• Tempo para praticar • Maior complexidade e • Aumento substancial na complexidade
imprevisibilidade dos exercícios (variar
• Instrução e feedback breves e e na variabilidade dos exercícios
condições de execução)
criteriosos • Feedback intrínseco
• Maior uso de feedback quinestésico e
• Exercícios simples e focados em Intrínseco + feedback mais especifico • Motivação extrínseca, facilitador e
conceitos fundamentais suporte sempre que necessário
• Realização próxima da exigência real
• Feedbacks constantes e (introduzir elementos de competição) • FB para otimizar e refinar movimento
positivos
INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA DO TEEF
EM FUNÇÃO DOS ESTÁGIOS DE APRENDIZAGEM

IMPORTANTE:

Adoptar diferentes abordagens, ajustando a forma de ensinar às necessidades especificas de cada


individuo

CONSIDERAR:

Preferências individuais

Estilos de aprendizagem

Objetivos pessoais
PLANEAMENTO

Um processo que analisa, define e sistematiza as diferentes ações necessárias para o


desenvolvimento do desempenho de um atleta/aluno.

Trata-se, portanto, de organizar as diferentes operações ou procedimentos a realizar em


função das finalidades, objetivos e previsões (a curto, médio, longo prazo), tornando, deste
modo, possível a escolha das decisões que visem a máxima eficácia e funcionalidade dos
processos.
VANTAGENS DO PLANEAMENTO
Adequação ao objetivo e à pessoa (cuidados especiais, individuais);

 Criar novos e constantes objetivos intrínsecos no cliente;

 Controlo do tempo de treino;

 Controlo adequado das cargas e qualidade do treino;

 Variações das opções do treino;

 Aumentar confiança no trabalho por parte do cliente;

 Benefícios na prevenção do overtraining;

 Probabilidade de mais resultados – medir evolução.


ETAPAS PARA A REALIZAÇÃO DE UM PLANO

1. Avaliação inicial (anamnese do aluno + avaliação física inicial)

 Informações sobre características individuais, sociais, clinicas e desportivas, e objetivos de treino

2. Definição de objetivos (curto, médio e longo prazo, tendo de ser realistas e desafiantes (SMART))

3. PERIODIZAÇÃO (datar/periodizar; distribuir conteúdos; Estabelecer dinâmica cargas)

4. Execução do treino (ação do plano de treino, onde o professor tem um maior controlo efectivo do
que planeou)

5. Reavaliação (reavaliar o cliente e objetivos)


ETAPAS PLANEAMENTO
1ª ETAPA – AVALIAÇÃO INICIAL
ANAMNESE E AVALIAÇÃO FÍSICA

 Caraterização dos alunos (Nome, idade, contacto, etc)

 características individuais (antropométricas, tipo de corpo, postura, etc)

 Hábitos de vida (alimentação, estilo de vida,

 Historial desportivo

 Objetivos do individuo

 perfil motivacional (auto-estima e motivação)

 Capacidade física (Vo2max, RM, mobilidade, estabilidade)

 Tempo disponivel

Nota: Ter SEMPRE em atenção, condições de treino (instalações, material, horários)


ETAPAS PLANEAMENTO
2ª ETAPA – DEFINIÇÃO DE OBJETIVOS

Objetivos da definição de objetivos:

-Justificar a ação e consequentemente criar interesse e motivação

- Ter sempre em conta o balanço equilibrado entre aquilo que o individuo deseja e o que
realmente precisa (educar o cliente)

Estes objetivos podem ser de curto, médio ou longo prazo, e devem ser realistas mas
desafiantes e sempre no sentido de progressão em todas as vertentes do treino.
OBJETIVOS

Objetivos Gerais => grandes metas que refletem onde se quer chegar a longo prazo

Objetivos específicos => objetivos mais concretos, detalhados e observáveis a médio prazo

Objetivos operacionais => objetivos com maior nível de concretização e detalhe – especificam
comportamento desejado, condições de realização e critérios de êxito. Devem ser quantificáveis e
alcançáveis a curto prazo, numa sessão ou semana.
UM OBJETIVO REAL DEVE SER:

O que se Deve ser Deve ser Perceber Definir datas


verdadeira dor
pretende quantificável. desafiante, mas reais
da pessoa. Dar
alcançar. Como, Medir progresso possível de importância ao Inicio - fim
quando e onde alcançar. que está a
(Kg’s, Rep, min,
fazer. Avaliar
fazer cm’s, %, etc) constante
OBJETIVO OPERACIONAL
Objetivo operacional indica-nos, através de comportamentos observáveis ou mensuráveis:

 o que o aluno deverá fazer no final do treino

 em que condições

 e qual o critério a ser avaliado

Regras de construção de um Objetivo operacional:

 o sujeito é sempre o aluno

 O verbo deve ser um verbo de ação no tempo indicativo, que expresse um comportamento observável
(ex.: o aluno deve ser capaz de fazer…)

 Sempre que necessário podem ser indicadas as condições de realização e/ou os critérios de êxito
OBJETIVO OPERACIONAL

Exemplo:
No final da aula, o aluno deverá ser capaz de:

Agachar a 75º (COMPORTAMENTO OBSERVÁVEL)

Com barra (CONDIÇÕES)

Atinge a velocidade de 2” na fase descendente e 2” na fase ascendente;

(CRITÉRIOS)
PRINCÍPIOS DE TREINO

A preparação física deve ser aconselhada a todos, pessoas saudáveis e com múltiplos fatores de
risco, desde que sejam capazes de participar num programa de exercício físico. Assim, a
atividade física promove adaptações fisiológicas favoráveis, resultando numa melhoria da
qualidade de vida.

A prescrição de exercício físico tem como objetivo obter algum efeito fisiológico do treino, seja
ele a elevação da condição física ou a prevenção e tratamento de doenças, e neste sentido
deve-se ter em consideração quatro princípios básicos, como enunciado de seguida:

PRINCIPIOS QUE VALEM OURO!!!


PRINCIPIO DA SOBRECARGA

 Indica que para haver uma resposta fisiológica ao treino físico é necessário que esse seja realizado
numa sobrecarga maior do que a que se está habituado, a qual pode ser controlada pela
intensidade, duração e frequência do exercício.

 Para que haja adaptação, o estimulo deve ser forte o suficiente para provocar a alteração fisiológica.
Intensidade de forma progressiva
PRINCIPIO DA ESPECIFICIDADE

 Caracteriza-se pelo facto de exercícios específicos


desencadeiam adaptações específicas que promovem
respostas fisiológicas específicas.

 Os estímulos devem ter um caracter dirigido para


objetivos concretos e específicos das atividades a
realizar.
PRINCIPIO DA INDIVIDUALIDADE

 Os efeitos benéficos do treino serão otimizados quando os


programas forem concebidos para satisfazerem as
necessidades individuais e as capacidades dos participantes.

 Deve-se respeitar a individualidade biológica de cada individuo


na prescrição de determinado exercício, pois a mesma
sobrecarga e modalidade irá provocar respostas diferentes.
PRINCIPIO DA REVERSIBILIDADE

 Os benefícios provocados pelo exercício de treino são


transitórios.

 As adaptações fisiológicas promovidas pela realização de


exercício físico retornam ao estado original quando o individuo
retorna ao seu estilo de vida sedentário.
ETAPAS PLANEAMENTO
3ª ETAPA – PERIODIZAÇÃO

Principal objetivo da Periodização:

- sequenciar e temporizar as atividades

“Definir limites temporais precisos que permitam os treinadores estruturar, de forma objetiva,
os conteúdos do treino em cada momento da preparação desportiva”
(Marques, A., 2005)
PERIODIZAÇÃO

 Desenvolvida para melhorar a performance dos atletas (Matveev,1975)

 Refere-se à organização do plano de treino (forma e conteúdos), para alcançar um objetivo

 Designada como a variação planeada e controlada das variáveis de um programa de treino.

 Evita processos de overtraining.

“É organizar e estruturar diferentes estímulos de treino num determinado intervalo de tempo

respeitando a ordem de adaptação fisiológica para o objetivo pré-definido.”


PERIODIZAÇÃO
OBJETIVOS

 Recuperação física para alguma modalidade especifica ou dia-a-dia

 Performance desportiva

 Otimizar adaptações de treino durante período curto de treino (semanas, meses) e/ou

longos períodos (anos, carreira)

 Atingir um pico de desempenho num momento especifico (competição, p.ex.)

 Evitar atingir platôs de treino


VARIÁVEIS DE TREINO

Volume Velocidade de ação muscular

Intensidade Tipo de ação muscular

Intervalo de repouso Seleção de exercícios

Frequência Ordem dos exercícios


VARIÁVEIS DE TREINO
Volume de treino: número de exercícios, séries e repetições que se vai efetuar

Intensidade de treino: “carga” que consideramos nos exercícios.

- Quanto maior a carga, maior a intensidade

- Quanto maior a intensidade, maior o tempo de descanso

- Quanto maior a intensidade, menos deverá ser o volume do mesmo e vice-versa

Frequência de treino: relacionado com a quantidade de vezes que treinamos de uma forma gera
VARIÁVEIS DE TREINO
Adaptado de NSCA (2015)
VARIÁVEIS DE TREINO

Adaptado de NSCA (2015)


INTER-RELAÇÃO VOLUME/INTENSIDADE
% 1RM Numero Intervalo Ritmo de Capacidade desenvolvida
repetições recuperação execução
Força pura, pouco ou nenhum volume
95% - 100% 1–3 3 – 5 min Lento
muscular

90% - 95% 4–6 2 – 3 min Lento Força e algum volume muscular

Força e volume muscular, possivelmente


80% - 90% 7 – 12 1,5 – 2 min Lento/moderado
valores semelhantes

70% - 80% 10-15 1 – 1,5 min Moderado Volume muscular com força

50% - 65% 16 – 25 45s – 1 min Moderado/rápido Algum volume muscular com pouca força

Resistência muscular com pouca força e


45% - 50% 26 – 35 30s – 45s Rápido
volume

- 45% +35 30s Rápido Resistência muscular e cardiorrespiratória


PERIODIZAÇÃO
DIVISÃO EM CICLOS

Esta divisão, em ciclos, facilita o controlo do treino e dos resultados, além de ser uma maneira

gradual e correta de promover o desenvolvimento das qualidades físicas.


CICLOS DO PLANEAMENTO
Macrociclo: período total de treino com o objetivo de competição ou performance do individuo e pode
corresponder a períodos de treino de 3, 6 meses ou 1 ano. (salvo exceção dos jogos olímpicos – 4
anos). Grande Ciclo onde pode existir ou não, períodos de transição intermediária, estando sempre
dependente dos características do atleta, do desporto, e principalmente das capacidades motoras
(base de treino variam entre volume e intensidade)

Mesociclo: depende do prazo estabelecido pelo aluno e pelo professor durante o macro ciclo. Corresponde,
geralmente, a 2 a 8 semanas. (1 a 2 meses)

Microciclos: correspondem normalmente a uma semana de treino.

Unidade de treino: corresponde à sessão de treino propriamente dita, com duração de horas e/ou minutos
DIVISÃO DO MACROCICLO

Matveev (1975) dividia o treino em fases preparatória/básica, competitiva/Específica e de transição.

Conforme o calendário se vai desenvolvendo, varia a dinâmica da carga

(% em relação ao máximo, nº de repetições, nº de séries, duração do intervalo).


DIVISÃO DO MACROCICLO
•Aumentar funcionalidade do organismo (técnicas, físicas e psicológicas)
•Subdivide-se em: GERAL – aprendizagem técnica, desenvolvimento capacidades
Fase de adaptação físicas, trabalho preventivo; ESPECIFICO – desenvolvimento das capacidades
especificas, controlo e manutenção de comportamentos, etc…
•Duração dependente do nível do aluno

•Aumenta a intensidade e diminui o volume, geralmente


•Treino mais forte, “mais pesado”. Alcance do pico de performance
Fase Específica •Mais especificidade
•Resultados mais palpáveis
•Duração depende do desenvolvimento do individuo e do objetivo

•Férias, menos intensidade, repouso ativo, preferencialmente


Fase de Transição •Período de recuperação física e mental, para arrancar com o próximo objetivo
• duração relativa e em função de objetivos
MODELOS DE PERIODIZAÇÃO

• Variação das cargas de treino


Modelo Linear • Divisão em períodos (Matveev)
• Intensidade e volume inversamente estruturadas

Modelo não linear ou • Variação constante da relação volume-intensidade


ondulatório • Geralmente usado dentro do microciclo

• Contrário do que acontece no modelo linear


Modelo linear inverso • Variação gradual da intensidade e volume, começando
pela intensidade alta.
EXEMPLOS
EXEMPLOS
EXEMPLOS
EXEMPLOS
EXEMPLOS

 Microciclo com variação entre


volume e intensidade
MODELOS DE PERIODIZAÇÃO

Evidências:

Igualdade entre modelos lineares e não lineares no desenvolvimento da hipertrofia


muscular

Superioridade de cada modelo face à inexistência de periodização, para ganhos de


força e massa muscular

Benefícios na prevenção do overtraining


EXEMPLOS
EXEMPLOS
EXEMPLOS
EXEMPLOS
ETAPAS PLANEAMENTO
4ª ETAPA – EXECUÇÃO DE TREINO

Momento de controlo do treino, onde demonstramos, corrigimos, avaliámos, alteramos se


necessário o planeamento.

Momento de execução do plano de treino em busca de resultados físicos e motivacionais.

5ª ETAPA – REAVALIAÇÃO

Realizar uma nova avaliação física para perceber se o objetivo foi cumprido ou não.

Reformular novo objetivo, novo plano


PLANO DE TREINO

“A aula constitui o verdadeiro ponto fulcral do pensamento e da ação do professor”


(Bento, 1998)

A elaboração das unidades de treino deve levar o professor a refletir sobre as treinos
anteriores, tendo sempre em conta o planeamento de médio (mesociclos) e longo prazo
(macrociclo), de forma a realizar as adaptações necessárias ao sucesso do processo de ensino-
aprendizagem e a “aumentar a qualidade e eficácia de cada aula”
(Bento, 1998)
PLANO DE TREINO

As aulas/treinos são, normalmente, estruturadas em três partes:

• Designada por aquecimento


Parte inicial
• Pré-ativação do organismo para a prática desportiva

• Centro do trabalho em função do objetivo


Parte fundamental
• Volume, intensidade aumentam

• Designada por retorno à calma


Parte final • Volume e intensidade diminui
• Geralmente é a fase dos alongamentos
EXEMPLOS
EXEMPLOS
PLANO DE TREINO

A sua construção deverá ter em conta diversos fatores, entre os quais:

 Que atividades propor? Avaliação das necessidades

 Como apresentar as atividades? Demonstração, vídeos, desenhos, fotos

 O que fazer para que as atividades correspondam ao nível e execução dos alunos? Variantes
de facilidade e dificuldade (progressão)

 Que estilos de ensino adotar? Ordens de comando, descoberta guiada

 Como definir os aspetos críticos da atividade? Instrução..

 Como controlar a eficácia do ensino? Avaliar…

 Que organizações e formações adotar para a prática? Observação total

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