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O papel do enfermeiro é de extrema importância no processo de classificação de risco e

na compreensão dos conceitos que esse procedimento envolve. O enfermeiro


desempenha um papel fundamental na triagem e avaliação dos pacientes, garantindo que
aqueles que necessitam de atenção imediata sejam identificados e tratados com a
máxima urgência. Além disso, ele também é responsável por aplicar os princípios da
classificação de risco, que incluem a avaliação da gravidade, da condição do paciente, a
identificação de fatores de risco e a determinação da prioridade do atendimento.

Dessa maneira, para a concretização da classificação de risco (CR) é necessário o uso de


protocolos que permitam triar e determinar a prioridade de atendimento nas portas das
unidades de urgência. Após experiências vivenciadas com protocolos adaptados pelos
serviços de urgência do estado de Minas Gerais, o Ministério da Saúde indicou o
Sistema de Triagem de Manchester (STM) como o protocolo a ser padronizado para a
CR. O STM baseia-se na determinação da prioridade clínica do paciente. Nessa
perspectiva, o enfermeiro tem sido o profissional mais recomendado, estando ele
respaldado legalmente para fazer a classificação de risco nas portas de entradas das
unidades de urgência e emergência, especialmente por conseguir explorar a queixa do
paciente sem a presunção diagnóstica médica. Esse protocolo apresenta como vantagens
o reconhecimento internacional, êxito na execução em diferentes sistemas de saúde, ser
auditável e oferecer um roteiro sistemático e lógico para a tomada de decisão do
profissional que o utiliza (Silva et al., 2019).

No entanto, é evidente que o tempo de espera para atendimento em unidades de


emergência representa um desafio global que tem sérias repercussões, especialmente
para pacientes de alto risco que requerem intervenções imediatas. Uma revisão
sistemática revelou que a superlotação nas salas de emergência é um fator que contribui
significativamente para a demora no atendimento, comprometendo a segurança do
paciente e a qualidade do cuidado prestado. Esta análise destacou uma correlação
positiva entre a superlotação e o aumento no tempo de espera, associado a um aumento
na mortalidade, além de identificar que muitos pacientes deixam o serviço de
emergência sem sequer serem avaliados por um profissional de saúde.

Nesse contexto, a abordagem do Acolhimento com Classificação de Risco (ACCR) visa


otimizar o tempo de espera com base na gravidade da condição clínica dos pacientes. O
Ministério da Saúde recomenda que a classificação de risco seja realizada seguindo um
protocolo específico e que esta seja uma responsabilidade exclusiva dos enfermeiros.
Internacionalmente, existem diversos protocolos de Classificação de Risco disponíveis,
incluindo o Emergency Severity Index (ESI), a Australasian Triage Scale (ATS), o
Canadian Triage and Acuity Scale (CTAS), o Manchester Triage System (MTS), o
Modelo Andorrano de Triagem e o Sistema Espanhol de Triagem (MAT-SET)
(Malfussi et al., 2018).

Assim, é possível estabelecer uma correlação entre os dois artigos apresentados e


discutidos no Quadro 2, destacando a importância da classificação de risco nos sistemas
de saúde e sua relação com a enfermagem. Isso demonstra como esses estudos se
relacionam e evidenciam a relevância desse tema na área da saúde.

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