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4, Paul Dewald
Psicoterapia – Uma Abordagem Dinâmica
Resumo por Flávio Pereira
O Conflito
Tanto o conflito intrapsíquico como o conflito entre o organismo e o meio ambiente varia de
pessoa para pessoa, de situação para situação.
A psicopatologia está relacionada, não apenas com a presença dos conflitos, mas com o modo
que o indivíduo reage e se adapta aos conflitos enfrentados. A psicopatologia estuda os estados
psíquicos relacionados ao sofrimento mental com enfoque clínico. Ela fornece a explicação para
as alterações do comportamento e da personalidade de um indivíduo, que se desviam da norma
ou ocasionam sofrimento e podem ser tidas como doenças mentais. A solução ou não de um
conflito passará pelo:
(*) Processo secundário: modo de pensar adquirido pela aprendizagem, experiências, ensaio-e-erro, educação,
lógica, razão, causa e efeito, sequência.
O conflito pode ser temporário ou permanentemente insolúvel. Nesse último caso a pessoa
normal vai aceitar seu conflito, aprenderá a lidar com ele sem que se forme um sintoma neurótico,
ainda que possa se sentir infeliz.
Fixação Neurótica
1
Sintomas Neuróticos
São distúrbios da função mental que não estão relacionados com o princípio da realidade e com
o processo secundário.
O sintoma neurótico (ou a neurose) revela uma mistura de impulsos inconscientes do ID, de um
lado, as proibições do superego, do outro lado, e as defesas do ego, como uma terceira força,
contra os impulsos do ID e superego. O conflito e a ansiedade surgem porque o indivíduo sofre
com a impotência, a inibição, o desconforto, a culpa, o estresse, o medo, e sofre com a tentativa
de restabelecer o equilíbrio dinâmico mental, para evitar o perigo causado pelo conflito e reduzir
os sentimentos desagradáveis.
Assim, o ego estabelece uma formação de compromisso, que é uma combinação entre a
satisfação parcial dos impulsos do ID por meio de um ato ou fantasia, com gratificações parciais
das exigências do ego e do superego. Tudo isso com o objetivo de manter o equilíbrio e o não
sofrimento. Um novo equilíbrio é estabelecido, reduzindo a ansiedade, a tudo isso se dá o nome
de neurose ou sintoma neurótico.
Uma minuciosa análise de um sintoma neurótico mostrará o impacto das diferentes forças
psíquicas (ID, Ego, Superego). O sintoma neurótico manifesta-se pela tentativa de estabelecer
um equilíbrio dinâmico frente a um conflito inconsciente não resolvido.
Resumindo: conflito entre ID, ego, superego + tentativa de estabelecer o equilíbrio + gratificações
dos impulsos do ID, ego e superego = sintoma neurótico é formado. Em palavras simples: a
neurose (doença) surge quando tentamos evitar o perigo causado pelas força do ID, ego e
superego.
A Regressão
É um importante mecanismo de defesa do ego para tentar resolver o conflito inconsciente que fez
romper o equilíbrio dinâmico da mente. A pessoa regride, volta ao passado, é inconscientemente
levada outra vez a procurar a satisfação de desejos infantis e restabelecer as primitivas relações
de objeto (com os pais).
Na regressão normal a reversibilidade dela (volta ao presente), é fácil, pela vontade consciente
do indivíduo, em benefício do processo secundário (lógica, razão) e do princípio da realidade.
Hierarquia de Conflitos
2
Exemplo da crescente complexidade da neurose: a impotência sexual psíquica de um indivíduo
(1), resultante de conflitos heterossexuais (2), torna a relação sexual impossível (3), sendo uma
tentativa de evitar os tais conflitos, provoca sentimentos de vergonha (4), além do medo de
relacionamento com mulheres (5), o que aumenta o isolamento e intensifica os temores de
homossexualidade (6), que afasta o indivíduo tanto de mulheres (7) quanto de homens (8).
Causando um extremo isolamento social (9).
Nos sintomas neuróticos é comum essa crescente e profunda complexidade patológica, uma
coisa levando a outra, fazendo o indivíduo procurar o psicanalista/psicoterapeuta por estar
sofrendo com diversos problemas interligados.
Um sintoma neurótico pode servir simultaneamente como tentativas para a solução de mais de
um conflito inconsciente.
Padrões de defesa
A coexistência de uma variedade de conflitos inconscientes, aumenta a complexidade dos
mecanismos de defesa e integração do ego, necessários para manter o equilíbrio psíquico.
Quando a formação de compromisso é bem sucedida no restabelecimento do equilíbrio dinâmico,
há um padrão estável do sintoma neurótico, com um mínimo de ansiedade. Quando a formação
não é bem sucedida, a ansiedade tenderá a persistir e aumentar, assim como o padrão de
integração e a formação do sintoma será instável.
As tentativas de estabelecer o equilíbrio com variadas formas de manter as defesas inconscientes
revela o sintoma neurótico e o traço de personalidade (tipo 1, 2...9, do Eneagrama).