Você está na página 1de 16

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 2ª VARA DA SUBSEÇÃO

JUDICIÁRIA DE PELOTAS DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

Processo n°: 5002892-28.2023.10.28.0022

Autor: SINDICATO DE ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL

Réu: MOTEL PRAZERES INESQUECÍVEIS

________________________________________________________________________________

MOTEL PRAZERES INESQUECÍVEIS, pessoa jurídica de direito privado, com sede na


Rua Voluntários da Pátria, nº 1393, Bairro Centro, Cidade de Pelotas, Estado do Rio
Grande do Sul, sob CNPJ de nº 98.453.847/0001-26, endereço eletrônico
pimotel@gmail.com. Nesse ato representado por seu sócio-gerente ARTHUR DA
COSTA GOMES, solteiro, empresário, inscrito no CPF sob nº 400.289.220-11, portador
do RG 666382287, residente e domiciliado na Rua Marcílio Dias, 2888 - Centro, Pelotas
- RS, 96020-480, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, por meio de
seus procuradores infra-assinados, expor e requerer o que segue, nos autos da Ação
intentada pelo SINDICATO DE ENFERMAGEM DO RIO GRANDE DO SUL, já
qualificado nos autos, pelos seguintes fatos e fundamentos:

I – DOS FATOS:

O presente feito trata-se de uma ação civil pública, cujo réu teria utilizado um outdoor na
Avenida Ferreira Viana próximo ao shopping da cidade de Pelotas, querendo prejudicar a imagem
das profissionais de enfermagem. Ocorre que, diferentemente do que foi narrado na inicial, o réu
proprietário do motel utilizou o outdoor apenas como meio para atrair clientes ao estabelecimento,
não tendo intenção de difamar ou diminuir a imagem das profissionais.
II – PRELIMINARMENTE:

1. Inépcia da inicial

No art. 330 do código de processo civil há uma defesa de natureza processual peremptória,
na qual seu acatamento poderá ensejar o indeferimento da petição inicial. Sendo assim, a inépcia da
inicial possui como requisito:

“Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:

I – for inepta;

II – […]

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:

I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se


permite o pedido genérico;

III – da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão;

IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.”

Nesse viés, antes mesmo dos fatos serem abordados, já na qualificação da legitimidade
passiva, há conclusões ilógicas. Como relacionar a ENFERMEIRA presente na mensagem
publicitária a PRODUTOS deteriorados, alterados, adulterados, avariados, falsificados, corrompidos,
fraudados, nocivos à vida ou à saúde, presunção ocasionada por meio do artigo utilizado (que
corresponde a COISAS que não correspondem ao que fora divulgado):
Isto posto, a parte Autora traz conclusões ilógicas, pois a enfermeira presente na propaganda
não é um PRODUTO ofertado pelo estabelecimento. Então, não há ligação direta, isto é, a
enfermeira supostamente erotizada não está diretamente relacionada às atividades ou serviços
oferecidos pelo motel.

Além disso, questões como o Direito à igualdade e Direito do consumidor também são
levantadas sem decorrer de nenhuma conclusão lógica, as quais serão pormenorizadas abaixo.

III – DO MÉRITO

1 - Da Ausência de Ato Ilícito do Réu:

O Código Civil de 2002 normatiza a reparação de quaisquer danos, sejam morais, sejam
materiais, causados por ato ilícito, conforme trata o Artigo 186 do referido diploma, abaixo transcrito:

"Art. 186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato
ilícito".

No entanto, o Réu não praticou qualquer ato contra a parte autora, uma vez que não violou
nenhum direito materialmente expresso na legislação brasileira. Além disso, não houve nenhuma
prova concreta anexada à inicial de que a propaganda ocasionou dano à profissão de enfermeira,
ainda que exclusivamente moral.

Ante ao exposto, resta claro que o Réu não cometeu qualquer ato ilícito em relação à parte
autora, muito menos ato que pudesse ensejar sua responsabilidade civil nos termos pleiteados na
exordial.

Ademais, é de reconhecimento notório a jurisprudência do Acórdão 1417257, que a


propaganda de motel com fotos sensuais por sí só não gera dano moral, conforme abaixo:

Propaganda de motel com fotos sensuais de artista – inexistência de dano


transindividual. A utilização do nome artístico e da imagem de modelo, com
roupa íntima e em poses sensuais, em outdoor instalado em via com intenso
tráfego de automóveis, como forma de divulgar um motel, não viola o Estatuto
da Criança e do Adolescente, por não caracterizar pornografia ou obscenidade.
O Ministério Público ofereceu representação contra renomado motel de Brasília, em
razão de publicidade em que a artista conhecida como “MC Bandida” estampou
outdoor em via de grande fluxo de carros, vestida com roupas íntimas, e com apelo
sensual. A demanda foi julgada procedente em primeira instância, o que culminou em
aplicação da multa prevista no art. 257 do Estatuto da Criança e do Adolescente –
ECA. Ao analisar o recurso interposto pelo representado, o Colegiado lembrou que
cabe à família, à sociedade e ao Estado, com absoluta prioridade, zelar pelos direitos
fundamentais das crianças, dos adolescentes e dos jovens, de forma a resguardá-los
de negligência, discriminação, opressão e crueldade (art. 227 da Constituição
Federal). Na linha do texto constitucional, o ECA adotou a doutrina da proteção
integral, a qual estabelece indiscutível primazia na realização dos direitos básicos das
pessoas em desenvolvimento, além de valorizar o contexto familiar (arts. 1º e 4º do
ECA ). Os Magistrados explicaram que a ação teve como fundamento suposta
inadequação do uso da imagem feminina, de forma provocativa, em local de fácil
visualização para menores, em hipotético prejuízo ao crescimento deles.
Esclareceram, todavia, que não se pode confundir erotismo e sensualidade com
pornografia e obscenidade, especialmente porque os elementos componentes do
cartaz – como a pouca roupa e a pose voluptuosa – fazem parte da identidade visual
da modelo. Rememoraram que a cantora concorreu a cargo eletivo com o nome
artístico de MC e, na campanha eleitoral, utilizou imagem análoga à do anúncio, tudo
com autorização do Tribunal Superior Eleitoral. Dessa forma, consideraram que seria
contradição liberar a propaganda política e vedar a publicação para fins comerciais. Os
Julgadores afirmaram, ademais, que a frase utilizada no anúncio (“Fantasie de forma
gostosa”) não causa danos transindividuais, visto que o sentido sexual da
expressão depende do nível de compreensão e de maturidade do leitor, e, ainda
assim, no caso de menores, demandaria a explicação do contexto por um adulto.
Dessa forma, asseveraram que o reclame não pode ser considerado impróprio
por ser de um motel, mormente quando imagens semelhantes são usadas para a
venda de roupas íntimas ou até em situações de entretenimento, sem restrição
para crianças e adolescentes. Os Julgadores destacaram que a proteção da infância
e da juventude não deve ser dissociada da realidade social, tampouco ignorar o
padrão moral médio da população, evitando-se, assim, o moralismo particular, em
manifesta ofensa à isonomia e à impessoalidade. Por fim, deram provimento à
apelação.

Acórdão 1417257, 07025309020218070013, Relatora: Desª. FÁTIMA RAFAEL,


Terceira Turma Cível, data de julgamento: 20/4/2022, publicado no PJe: 11/5/2022.

Em vista disso, não se pode confundir erotismo e sensualidade com pornografia e


obscenidade, especialmente porque os elementos componentes da FANTASIA presente no cartaz –
como a pouca roupa – está presente em fantasias de TODAS as profissões, sendo estas utilizadas
por diversas pessoas, sobretudo no halloween e no carnaval, sem restrição para crianças e
adolescentes.
Além disso, a imagem utilizada pelo Motel não difamou diretamente a profissão de
enfermagem, isto é, não houve declarações difamatórias ou acusações falsas contra enfermeiros
como um grupo. A enfermeira erotizada não está diretamente relacionada às atividades ou serviços
oferecidos pelo motel, isso significa que a imagem da enfermeira não descredita ou prejudica a
profissão de enfermagem. Sendo assim, a interpretação de conteúdo publicitário deve levar em
consideração que no contexto de uma campanha publicitária, a enfermeira erotizada pode ser vista
como uma representação artística, uma FANTASIA, e não como uma afirmação sobre enfermeiros
reais.

1.1 – Da Ausência de Responsabilidade Civil do Réu:

Não obstante o Artigo 186 do Código Civil Brasileiro traga a delineação do que seja o ato
ilícito, nota-se que este não aventa em seu conteúdo acerca da normatização do dever de indenizar,
ou seja, não trata da responsabilidade civil, entretanto tal matéria encontra-se disciplinada pelo
Artigo 927 do mesmo Código, que assim determina:

"Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo."

Dessa forma resta explícito que, em casos como o em tela, onde inexistente a ocorrência de
Atos Ilícitos nos moldes do Artigo 186, ou abusivos nos moldes do Artigo 187, inexiste a obrigação
de reparação, conforme inteligência do dispositivo cível acima posto, ao contrário do que intenta
fazer crer a exordial dos presentes autos.

À vista disso, é possível relacionar o tema à Teoria Pura do Direito do austríaco Hans Kelsen,
a qual afirma-se livre de quaisquer considerações ideológicas, sem emitir juízo de valor ou debate
moral sobre qualquer sistema jurídico, ou seja, a análise da “norma jurídica” não é afetada por
nenhuma concepção da natureza do direito justo. Logo, ainda que a parte Autora tenha trazido à
exordial um debate moral válido nos tempos atuais ─ o qual, também, não foi transgredido pelo réu e
será pormenorizado abaixo ─ em nada o converte em um ato ilícito, isto é, não gera vinculação
jurídica entre uma norma e um ato de vontade objetivo, pois não há um fundamento anterior e
superior que assim o autorize.

Mediante todo o exposto, fica nítido que, no atual processo, o Réu não tem legitimidade para
responder pelo pedido de ressarcimento atinente ao dano moral alegado, pois além de não ter
cometido ato ilícito não há provas concretas dos supostos danos morais causados à profissão de
enfermagem, ou seja, sem evidências substanciais.
2 - Do Direito do Consumidor

Toda a publicidade que procura promover o consumo de produtos e serviços possui apelos à
imaginação e às emoções do consumidor, visto que não se limita apenas a informar, e sim a
convencer por meio do interior do indivíduo.

Com isso, ao contrário do que alega a parte Autora, nesse caso inexiste publicidade
enganosa ou abusiva, pois os serviços prestados condizem com a propaganda do estabelecimento.

Ademais, não há fator de discriminação, ou qualquer forma de tratamento diferenciado a algum


grupo de pessoas, tampouco incitação à violência, pois se trata de uma simples representação
fantasiosa, não se relacionando com a profissão em si ou com os profissionais da área.

Apesar de não estarem diretamente centrados em questões de gênero, ainda é possível relacionar
os estudos de Luis Rosenfield acerca do ensino jurídico e da democracia com o tema. O autor
exemplifica como podem ser nocivas as situações onde é perpetuada uma censura com base em
convicções pessoais de “certo” e “errado”. Há um julgamento moral realizado pelos próprios
indivíduos, e embora sempre aconteçam e façam parte da dialética democrática, acabam por
dificultar a análise como um todo. O enfraquecimento da liberdade de expressão, acarretado por
determinados preceitos éticos e morais individuais, culminam no abandono ao debate e à reflexão.

Portanto, vale também ressaltar o Artigo 220 da Constituição Federal de 1988:

Art 220: A manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob


qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o
disposto nesta Constituição.

3 - Do Direito à igualdade:

Diferente do que foi exposto na inicial ao alegar uma violação ao princípio da igualdade
abordado pelo Art. 5º:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade

o Direito à Igualdade não foi violado no ato, pois em nenhum momento as profissionais
representadas no outdoor do motel foram tratadas de modo desigual.

Os responsáveis pelo motel usaram a imagem das profissionais para promover seus serviços
como ESTABELECIMENTO, mas não há nenhuma indicação de que a profissão usada no outdoor
foi tratada de forma diferente em relação às outras pessoas ou profissões que já tiveram sua
imagem usada em publicidade, não havendo também qualquer indicativo de que eles tenham sido
discriminados em função do seu sexo.

Portanto, não há motivo para dizer que o direito à igualdade foi violado. Em suma, embora a
imagem tenha sido questionável e suscetível a interpretações ambíguas, é preciso garantir que não
houve qualquer tipo de violação ao direito à igualdade, seja ela legal ou material.

Sendo assim, se pode relacionar com as ideias de Jean Paul Sartre que defende
veementemente a ideia de que as pessoas devem ter liberdade de agir de acordo com as suas
próprias preferências, mesmo que sejam consideradas imorais ou reprováveis pela sociedade. Ele
destaca a importância de permitir que as pessoas expressem suas próprias identidades e gostos
mesmo que elas não sejam socialmente aceitas. A autenticidade individual é fundamental e a
imposição de normas rígidas sobre o que é socialmente aceitável inibe a liberdade e autenticidade
pessoal, Sartre acreditava que cada indivíduo deve ser livre para definir seu próprio sentido de
valores e significados na vida independente das convenções sociais. Então usando as ideias de
Sartre, o motel poderia usar a enfermeira como propaganda no outdoor, já que não há nenhuma lei
ou norma que proíba isso.

4 - Inexistência de Dano Moral:

Alega o Autor, ainda que de forma absurda e infundada, estar sofrendo abalo moral,
requerendo, embora sem apresentar fundamentação ou prova, a condenação do Réu ao pagamento
de indenização a título de danos morais, supostamente amargados. NADA MAIS ABSURDO,
conforme se depreende de todo o alegado até o presente momento.

Inicialmente Excelência, o Autor não apresentou nenhuma prova concreta de que a


profissão de enfermagem teve seu trabalho prejudicado. E mais, sequer apresenta documentos
probatórios capazes de lhe assegurar o Direito que postula.

À vista disso, muito embora inexistam danos atinentes à esfera moral do Autor, e uma vez
que, conforme exaustivamente debatido na presente, inexiste, no caso em tela qualquer ato ilícito do
Réu, resta evidentemente explicitada a inexistência de nexo causal entre conduta do Réu e os danos
alegadamente amargados – e não comprovados - pelo autor, e dessa maneira, igualmente
inexistente o dever de indenizar.

Assim sendo, A LIDE EM TELA NÃO TEM REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA PLEITEAR
A INDENIZAÇÃO DE DANO MORAL, e tão pouco se trata de dano presumido, sendo necessário,
portanto, preencher os requisitos da Responsabilidade Civil, qual seja, o dano, o nexo de
causalidade e a culpa.

Desta forma, deve o Autor provar o devido dano moral SUPOSTAMENTE provocado pela
parte ré, inclusive quanto à conduta ilícita deste, não apenas alegá-lo de forma vaga e imprecisa. De
acordo com o art. 373, inc. I, do CPC, a incumbência de provar fato constitutivo do direito do autor
pertence a ele mesmo, da qual este não parece comprovar.

Entretanto, conforme exaustivamente exposto e comprovado nos autos, nunca ocorreram


quaisquer atos que pudessem atingir a esfera moral do suposto ofendido, muito menos ocorreu
qualquer ato discriminatório. Nesse cenário, a caracterização da ocorrência dos danos morais pende
da prova do nexo de causalidade entre o fato gerador do dano e suas consequências lesivas à moral
do ofendido, o que não se verifica no caso em tela nos autos.
Nesse ensejo, dita a Doutrina como sendo indispensável, para a comprovação do dano,
provar minuciosamente as condições nas quais ocorreram às ofensas à moral, boa-fé ou dignidade
da vítima, as consequências do fato para sua vida pessoal, incluindo a repercussão do dano e todos
os demais problemas gerados reflexamente por este.

No caso dos autos, o Autor não logra êxito sequer em comprovar, as condições e
consequências do alegado abalo moral, assim como falha ao comprovar a existência de culpa do
Réu quanto ao fato gerador do dano, pelo que sequer poder-se-ia falar em nexo causal entre fato e
dano.

Completamente deserta a pretensão do Autor quanto a indenização por danos morais.


Assim, DEVE O AUTOR TER SEU PEDIDO DESACOLHIDO, tendo em vista a falta de provas
robustas que demonstrem a existência de seu direito, ônus este do qual não se desincumbiu.

Ante ao exposto, reitera-se expressamente pela improcedência dos pleitos indenizatórios


intentados pelo Réu nos Autos em epígrafe.

IV – DA IMPUGNAÇÃO DOS DOCUMENTOS

O conjunto probatório juntado pela parte autora aos autos é insuficiente para comprovar a
existência de seu direito. É sabido que à parte autora cabe provar todos os fatos constitutivos de seu
direito, alegados na inicial, conforme o art. 373, inc. I, do CPC, ônus este do qual não se
desincumbe.

No entanto, face ao princípio da Eventualidade, impugna-se desde já os documentos


juntados pelo autor, por não apresentarem elementos condizentes com os supostos danos
alegados.

Em verdade, o que pretende a parte autora é ver reconhecido um direito que não lhe
cabe, com base em provas fracas e insuficientes, produzidas de forma unilateral, utilizando-se
de meio pretensioso e que enseja má-fé. Além disso, é válido destacar que a própria “prova”
mencionada mostra que há uma notificação por E-MAIL, a qual NÃO ocorreu. No próprio documento
juntado há controvérsias, pois mostra um print da rede social WHATSAPP (e não e-mail como
mencionado), sem ao menos aparecer o nome da parte ré. Então, desde já, se impugna os
documentos, uma vez que esta sequer recebeu tais mensagens
Ademais, a parte Autora sequer colocou fotos dos danos ocasionados, o que fica impossível
saber se a profissão de enfermeira fora realmente prejudicada, atrapalhando assim a instrução da
lide em tela, aproveitando-se da oportunidade para prejudicar o réu.

Desta forma, merecem ser impugnados todos os documentos trazidos aos autos por força
da exordial, visto que produzidos de forma unilateral com o intuito totalmente pretensioso de
prejudicar o Réu na presente lide, além de não corresponderem à realidade fática, nos termos da
fundamentação acima exposta, reiterando-se ainda pela improcedência total da presente ação.

V – LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ

Conforme captura de tela anexada (lavrada em cartório), feita por Francisco Pereira Pinto -
um participante do grupo de whatsapp do Sindicato de Enfermagem - percebe-se a litigância de
má-fé da presidente Cláudia Ribeiro da Cunha Franco.

Dessa forma, requer-se que seja condenado o Autor nas penas de litigância de má-fé, nos
termos do art. 80 e 81 do CPC, os quais dispõem:

“Art. 80. Considera-se litigante de má-fé aquele que:

I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato incontroverso;

II - alterar a verdade dos fatos;

III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal;


IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo;

V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do processo;

VI - provocar incidente manifestamente infundado;

VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório.

Art. 81. De ofício ou a requerimento, o juiz condenará o litigante de má-fé a pagar


multa, que deverá ser superior a um por cento e inferior a dez por cento do valor
corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos prejuízos que esta sofreu e a
arcar com os honorários advocatícios e com todas as despesas que efetuou.”

Conforme já exposto, o Autor ingressou com a ação alterando a verdade dos fatos com o
objetivo de prejudicar o réu por motivos PESSOAIS, utilizando-se do poder de tutela de direitos
COLETIVOS, trazendo ao Judiciário fatos infundados e inverídicos.

No caso em tela, o Autor abusa do exercício de ação e de faculdades processuais, pois, sua
atuação não tem a finalidade de fazer prevalecer um direito que se acredita existente, nem se cuida
de construção de teses sobre assuntos em relação aos quais reina discórdia nos tribunais, a
exemplo de uma matéria de direito, de interpretação jurídica, complexa e de alta indagação.

Em verdade, o verdadeiro propósito da litigante é dissimulado, pois, sob aparência de


exercício regular de um direito, deseja um resultado ilícito ou reprovável moral e eticamente,
ajuizando demanda absurda e infundada, deduzindo pretensão ao arrepio da legalidade, e alterando
a verdade dos fatos, além de colaborar para o aumento da carga de trabalho dos órgãos judiciários e
consumindo recursos públicos com o ajuizamento de ação que jamais produzirá os efeitos
(supostamente lícitos) desejados pelo litigante assediador.

Aliás, para fins informativos, chega a ser impressionante a capacidade da parte autora de
criar um cenário caótico, utilizando-se de meios confusos para, assim, infortunadamente, prejudicar
o Réu. Como citar diversos artigos com argumentos que em nada condizem com o processo atual -
tratando-se de mais uma pretensão infundada de uma parte beligerante, emoção possivelmente
catalisada pelo fato da representante do sindicato ser inimiga declarada do réu.

Ante ao exposto, faz-se necessária a condenação do Autor nas penas de litigância de


má-fé, nos termos dispostos por meio dos artigos 80 e 81 do Código de Processo Civil, o que
desde já se requer.

IIII- DOS PEDIDOS


a) Primeiramente, requer-se o indeferimento da petição inicial nos termos do Art. 330 do código
de processo civil;
b) Subsidiariamente, O recebimento da presente contestação, para que sejam, ao final,
JULGADOS IMPROCEDENTES OS PEDIDOS FORMULADOS PELA PARTE AUTORA
NESTE FEITO, visto que não há respaldo fático-jurídico e jurisprudencial que dê lastro à
dimensão requerida;
c) A condenação da parte autora, em virtude da sucumbência, ao pagamento das custas e dos
honorários advocatícios ao patrono da ré, sendo fixados estes no patamar de 20% (vinte por
cento) sobre o valor da causa, nos termos do Artigo 82, §2º do Novo Código de Processo
Civil;
d) Requer-se que seja condenado o Autor nas penas de litigância de má-fé, nos termos do art.
80 e 81 do CPC;
e) Atendendo o disposto no artigo 319, VII do Código de Processo Civil, vem a parte ré informar
que NÃO tem interesse na audiência de conciliação;
f) a juntada da procuração e dos documentos em anexo;

Protesta pela produção de provas, e a juntada da prova documental que acompanha a


presente peça contestacional, bem como, as demais que se fizerem necessárias no decorrer da
instrução processual; todas em direito admitidas, sem a exclusão de nenhuma, especialmente pela
oitiva de testemunhas e juntada de documentos mesmo que a posteriori.

Nestes termos.

Pede e aguarda deferimento.

Pelotas, 13 de novembro de 2023.

LARA LEAL SOUTO

OAB 101.555

ANA CLÁUDIA PANTOJA ALVES MARIA EDUARDA COUTO JESUS

OAB 101.788 OAB 101.543

Você também pode gostar