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DISCIPLINA PSICOLOGIA APLICADA

CURSO TÉCNICO EM RADIOLOGIA


AULA 01
• INTRODUÇÃO À DISCIPLINA

• APRESENTAÇÃO DA EMENTA

• HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
• Psicologia – durante 2 mil anos – considerada
amorfa e indiferenciada, fundida à Filosofia, e
tinha por preocupação embrionária o homem
enquanto um ser possuidor de “algo” além de
seu corpo material e sensorial;
• Definição - estudo da alma;
• Origem - deriva da mitologia grega (Psyché =
alma).
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
• Posteriormente, Sócrates e Platão elegem o
próprio homem como a verdadeira matéria
realmente digna de estudo, numa perspectiva
moral.

• Platão divide o homem em corpo e alma, o


caráter da imortalidade da alma independe
da durabilidade do corpo.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
• Na Idade Média - o cristianismo passa a ver a
alma do ponto de vista da vitória sobre o pecado
e consequente redenção;

• Com o Renascimento – Descartes - desenvolve


teoria: apesar de alma e corpo serem
considerados diferentes a relação corpo/mente,
é uma relação de interação mútua.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
• Idade Moderna – Locke: “mente é um papel em branco,
desprovido de todos os caracteres, sem quaisquer
idéias que será provida pela experiência”;
• Empirismo - nascimento da Psicologia;
• Oposição a Locke: Leibniz - “o homem não é uma
coleção de atos, nem o local dos atos; a pessoa é a
fonte de atos… para conhecer o que uma pessoa é,
torna-se necessário sempre consultar o que ela pode
ser no futuro, pois todo estado da pessoa é apontado
na direção de possibilidades futuras”.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA

• Século XIX - Psicologia como ciência:


a Psicologia Behaviorista, a Humanista,
a Cognitiva, a corrente sócio-histórica da
Psicologia, Gestalt, a Psicanálise, que embora
não tenha nascido no seio da Psicologia,
caminham junto com ela na sua preocupação
com o homem interior.
HISTÓRIA DA PSICOLOGIA
• São diferentes vertentes da Psicologia, que
pretendem observar, compreender e
trabalhar o homem, no que diz respeito a
seus processos psíquicos, à construção de sua
inteligência e afetos, a suas formas de ser,
atuar e se relacionar no mundo, quer nas suas
expressões normais ou patológicas, quer na
educação, na clínica, na empresa.
AULA 02
• A PSICOLOGIA

• ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA

• SENSO COMUM E CIÊNCIA


EM QUE CONSISTE A PSICOLOGIA?
• É derivada de palavras gregas que significam
"estudo da mente ou da alma“;
• Ciência que estuda o comportamento humano;
• Assuntos estudados pelos Psicólogos:
desenvolvimento, bases fisiológicas do
comportamento, aprendizagem, percepção,
consciência, memória, pensamento, linguagem,
motivação, emoção, inteligência, personalidade,
ajustamento, comportamento anormal, tratamento
do comportamento anormal, influências sociais,
comportamento social, etc.
ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA

• Aplicada a: indústria, educação, engenharia, saúde,


assuntos de consumo e outras áreas;

• Profissional da saúde - lidará com pessoas e irá


interagir com elas;

• Deve sentir-se bem consigo mesmo se pretende


fazer alguém sentir-se bem;
PSICOLOGIA NA SAÚDE
• Não ser um robô, nem tampouco o são as pessoas
com quem trabalham: pacientes, médicos,
enfermeiras, técnicos e familiares dos pacientes;
• Cada um é um ser humano, semelhante e ao mesmo
tempo diferente dos demais seres humanos.
• Para ingressar na área da saúde precisa conhecer as
pessoas e antes de tudo, a si próprio.
• Não está você ingressando nesta carreira porque se
interessa pelas pessoas e deseja auxiliá-las quando
estão doentes?
PSICOLOGIA NO BRASIL
• Período Colonial - já havia preocupações com
o fenômeno psicológico;
• A psicologia vai se desenvolvendo como
idéias e posteriormente como ciência;
• Massimi (1990) – História das idéias
psicológicas;
• Antunes (2004) - reconhecimento da
Psicologia como área específica de saber.
SENSO COMUM E CIÊNCIA
• Psicologia ingênua ou naive - "é um sistema
de convicções culturamente transmitidas a
respeito do comportamento e das
experiências pessoais humanas e suas
causas“;

• Conjunto de teorias que cada pessoa tem a


respeito de como o ser humano funciona.
SENSO COMUM E CIÊNCIA

• Psicologia científica se desenvolve sobre o


pano de fundo da psicologia do senso comum
e deve tê-la sempre em conta. No entanto a
relação entre as duas não é sempre pacífica.
SENSO COMUM E CIÊNCIA

• É tarefa da psicologia científica - desenvolver


e sistematizar a psicologia do senso comum -
afinal a do senso comum contém um
conhecimento sobre o ser humano que
permite às pessoas que se compreendam
mutuamente, o que, de maneira geral,
funciona.
SENSO COMUM E CIÊNCIA

• A psicologia do senso comum pode ser um


dos grandes obstáculos da psicologia
científica, pois a influência daquela acaba por
dificultar ou até mesmo impedir esta de
desenvolver novas idéias e conceitos.
SENSO COMUM E CIÊNCIA

• Existe, pois uma tensão entre as duas que


permeia toda a atividade da psicologia
científica, exigindo do pesquisador uma
redobrada atenção.
AULA 03
• PSICOLOGIA – PROFISSIONAL DA SAÚDE

• COMUNICAÇÃO E RELAÇÃO INTERPESSOAIS


PSICOLOGIA - PROFISSIONAL DA SAÚDE

• Saber lidar com o paciente dentro de uma situação de


doença porque o ser humano está fragilizado e
precisa ser compreendido;

• Como os aspectos físicos, psíquicos, sociais e


espirituais estão internamente interligados, ocorre a
“somatização”;
PSICOLOGIA - PROFISSIONAL DA SAÚDE

• O profissional de saúde - faz muito em ouvir as


pessoas, tentar induzir alguns a exporem seus
sentimentos;

• É importante que o paciente expresse a sua dor, até


então indizível (já que o silêncio emocional que está
muitas vezes, na origem do adoecer).
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS

• Percepções nas relações humanas

• Trabalho em equipe
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
• Alves e Sá (2008) – Etimologicamente, a palavra
comunicar tem origem no latim “communicare” e
significa “por em comum”;

• Silva (2002) - É através da comunicação que


emitimos, transmitimos e capturamos mensagens
denominadas também como informações.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
• Aristóteles - desejo do
homem de se expressar e
deixar de alguma forma
registrada as suas vivências;
• Recursos utilizados:
inscrições rupestres (homens
da caverna), os hieróglifos
(egípcios), tambores (povos
africanos) e os sinais de
fumaça (índios americanos).
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
• 900 a.C.: invenção do alfabeto surge
finalmente a linguagem escrita, tornando-se
possível a partir dela o compartilhamento de
idéias e informações para os diferentes povos
da terra;
• Escrita: o homem agora podia escrever suas
histórias, vivências e idéias, como as descritas
neste texto, para os seus descendentes.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
• O processo de comunicar não se reduz somente ao
fenômeno da linguagem, a comunicação ocorre
também por meio dos movimentos do corpo e do
silêncio. Tendo como pressuposto a perspectiva de
que a comunicação é algo intrínseco aos seres
humanos é que podemos acompanhar a evolução
das formas de comunicação concomitantemente á
evolução sócio-histórica do homem.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
• Com o desenvolvimento do saber o homem –
aprimoramento dos modos de comunicação:
correios (2.400 A.C.), imprensa (1452), telégrafo
(1791), rádio (1900), televisão (1926), celular (1947),
internet (1960), entre outros.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS

• Até que ponto a tecnologia presente nos meios de


comunicação atual viabiliza a construção das
relações harmônicas de comunicação social, na
saúde, se discute até que ponto a tecnologia tem
sido um obstáculo no estabelecimento de relações e
vínculos para a promoção da saúde.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
• Toralles-Pereira e outros, 2004 - é perceptível que
com o progresso tecnológico ocorre o
empobrecimento do vínculo entre profissionais e
pacientes;
• A anamnese e o exame físico têm sido em parte,
substituídos por aparelhos que fornecem
informações diagnósticas, diminuindo a participação
do doente neste processo de levantamento de suas
condições de saúde.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
• A atenção dirige-se para a doença e não para o
indivíduo doente;

• A qualidade do serviço do profissional de saúde


também está intimamente ligada às relações
estabelecidas pela equipe com o usuário, derivadas
das “éticas interativas e comunicacionais”.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS

• Silva, 2002 - uso consciente que o profissional deve


fazer de sua comunicação com o indivíduo, o que
facilita o alcance dos objetivos da assistência;

• a comunicação interpessoal está intimamente


relacionada ao tipo de serviço oferecido pelos
profissionais de saúde aos pacientes no contexto da
assistência em saúde.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS

• O trabalho dos profissionais de saúde está baseado


nas relações humanas que estabelece, o processo
comunicativo está, portanto, inserido em todas as
atividades de seu cotidiano;

• É pela comunicação que são estabelecidas as


relações entre as pessoas, assim, são trocadas
informações, códigos e sinais, podendo se tratar da
comunicação verbal e não verbal.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS

• A comunicação interpessoal é um método que


promove a troca de informações entre duas ou mais
pessoas;
• Cada pessoa, que passamos a considerar como,
interlocutor, troca informações baseadas em seu
repertório cultural, sua formação educacional,
vivências, emoções, toda a "bagagem" que traz
consigo.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS
• O importante na comunicação interpessoal é o
cuidado e a preocupação dos interlocutores na
transmissão dos dados ou das informações em
questão para que se obtenha o sucesso no processo
desejado;
• O sucesso na comunicação não depende só da
forma como a mensagem é transmitida, a
compreensão dela é fator fundamental, lembre-se
que vivemos em sociedade de cultura diversificada,
e o que às vezes parece obvio para você para seu
interlocutor não é.
COMUNICAÇÃO E RELAÇÕES
INTERPESSOAIS

• Devemos sempre ser objetivos e claros na nossa


comunicação, nunca presumindo que "ele já sabe, e
não preciso ficar explicando, porque isso é obvio.“

• A comunicação depois de transmitida de forma


correta ao seu interlocutor, deve ter um
acompanhamento para ele saber se está agindo de
forma correta, ou se precisa corrigir ou melhorar,
esse processo chamamos de feedback.
AULA 04
• IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

• Cardoso, 2004 - a equipe de saúde pode ser


entendida como um campo de forças, em que umas
contribuem para seu crescimento, enquanto outras
para o retrocesso ou manutenção de seu status quo;

• A comunicação ocupa um papel primordial em


qualquer equipe interdisciplinar;
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

• Através da comunicação - o grupo deixará de ser um


pequeno aglomerado de profissionais trabalhando
com pouco ou quase nenhum vínculo, numa postura
fragmentária diante da pessoa do paciente, e se
tornará um grupo de trabalho, integrado, formando
um sistema de parceria e complementaridade, em
que a troca de conhecimentos e experiências
possibilitará uma atuação mais rica e pertinente com
a complexidade característica do ser humano.
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

• Exercitar a comunicação não significa a busca de um


discurso único nem desconsiderar as especificidades
de cada profissão;

• Antes, representa a valorização das perspectivas


distintas como ingredientes para o enriquecimento
do trabalho.
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO

• Souza, 1999 - Deve-se ter em vista que um mesmo


problema pode ser compreendido quando abordado
por formas complementares de informações e
conhecimentos: um objeto e múltiplas facetas –
biológicas, culturais, nutricionais, políticas e outras;
• É na interseção destas faces que está situada a
interdisciplinaridade, se contrapondo às formas
fragmentadas/especializadas do conhecimento em
saúde.
IMPORTÂNCIA DA COMUNICAÇÃO
• Deve-se privilegiar:
• Colaboração entre os profissionais da saúde, visando
integrar esforços;
• Estimular a reflexão e a troca de informações sobre
a população atendida, de modo a facilitar sua
avaliação e evolução clínica;
• Aperfeiçoar as propostas para os problemas da
comunidade por parte de todos os profissionais da
equipe de saúde.
AULA 05
• PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

• Processo de interpretação do
comportamento das outras
pessoas; sendo entendida desta
forma, ela se dá em diferentes
etapas;

• Na 1ª etapa – o comportamento
do outro deve atingir nossos
sentidos.
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

• Na 2ª etapa - quando o comportamento do outro


já atingiu nossos sentidos, acontece a ação dos
nossos interesses, estes entendidos como nossos
“preconceitos, estereótipos, valores, atitudes e
ainda outros esquemas sociais”;
• Luza, 2008 - o entendimento do comportamento
do outro se dará então a partir do que nossos
sentidos captaram juntamente com o que
pensamos, formando assim a interpretação deste
comportamento.
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

• Rodrigues, 2007 - a percepção social é condição


para a interação humana;
• O processo perceptivo é permeado por variáveis
que se intercalaram entre “o momento da
estimulação sensorial e a tomada de consciência
daquilo que foi responsável pela estimulação”;
• Estas variáveis influenciam em como as pessoas
percebem determinado comportamento - Luza,
2008.
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

• Variável que influencia na percepção que teremos


de determinada pessoa - os estereótipos, que
podem ser positivos ou negativos, e consistem em
designar características às pessoas de determinado
grupo, ao qual inferimos características típicas;

• Destaca-se a variável preconceito, onde a


representação do grupo é negativa, e “influi
decididamente no processo perceptivo”.
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

• A partir da interpretação que fizemos do


comportamento do outro, tendemos a tentar
explicá-lo;

• Teoria da Atribuição de Causalidade - explica como


atribuímos causas, motivos, aos comportamentos
das pessoas.
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

• As causas atribuídas podem ser internas, “a pessoa


é assim mesmo”, logo, são causas estáveis, ou
externas, “a pessoa agiu desta forma porque o
outro fez algo que a irritou”, estas são causas
instáveis, pois, podem variar dependendo do
ambiente – Luza, 2008;

• Os julgamentos se dão a partir das características


que inferimos às pessoas;
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

• A percepção em si é um processo que segue uma


trajetória que parte de uma estimulação sensorial e
vai até a tomada de consciência. É algo
extremamente complexo, pois no caminho está
sujeito a uma série de importantes interferências
cognitivas que serão determinantes para o
resultado perceptivo final - Rodrigues, 1996.
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

• A percepção social se apresenta como uma espécie


de pré-condição do processo de interação social,
exatamente porque ela permite uma análise
recíproca e inicial dos sujeitos;

• Ela começa no instante que a estimulação sensorial


chega ao percebedor e tem seu fim em uma
tomada de consciência;
PERCEPÇÃO E INTERAÇÃO SOCIAL

• Os meandros desse caminho apresentam uma série


de variáveis e interferências cognitivas que vão
influenciar a finalização do processo – Rodrigues et
al., 2002.
AULA 06
• FATORES - PROCESSO PERCEPTIVO

• APLICAÇÕES PRÁTICAS DA PERCEPÇÃO SOCIAL


FATORES - PROCESSO PERCEPTIVO
• A) Seletividade perceptiva: apesar das pessoas
serem bombardeadas por uma grande quantidade
de estímulos, apenas uma parte é captada;

• B) Experiência prévia: familiaridade em relação a


um estímulo faz com que a pessoa tenha maior
disposição para responder a ele. Percebermos os
estímulos conhecidos em detrimento dos
desconhecidos.
FATORES - PROCESSO PERCEPTIVO
• C) Condicionamento: behaviorismo - reforçarmos
certas percepções colocando outras possíveis em 2º
plano – tendência de viciar os sujeitos em apenas
uma percepção.
• D) Fatores contemporâneos ao fenômeno
perceptivo: estado do percebedor frente ao
percebido, num momento, pode deixar marcas no
mesmo: cansaço, estresse, ira, ciúmes - podem
alterar a percepção do sujeito em uma direção
totalmente nova.
FATORES - PROCESSO PERCEPTIVO

• E) Defesa Perceptiva: bloqueio na conscientização


de estímulos emocionalmente perturbadores.

• Rodrigues, 1996- valores, atitudes, tendenciosidades,


interesses, estereótipos, preconceito e atribuições
de causalidade também são capazes de interferir e
distorcer o estímulo percebido inicialmente.
FATORES - PROCESSO PERCEPTIVO

• Sá, 2009 - Percepção social: todas as interferências


citadas são de extrema relevância, uma vez que
permitem compreender como um indivíduo coloca
significado nas ações de outras pessoas. A maneira
como a ação do outro é percebida, independente do
seu significado real e dependente das interferências
cognitivas, vai determinar o tipo de resposta que
será dada.
APLICAÇÕES PRÁTICAS DA PERCEPÇÃO SOCIAL

• a) Psicologia da propaganda - mensagem da


propaganda apresentada de forma tão clara que
torna difícil sua distorção pelos processos
psicológicos.

• b) Psicologia do boato - importância do assunto e a


ambiguidade do mesmo são as condições essenciais
para a propagação do boato.
APLICAÇÕES PRÁTICAS DA PERCEPÇÃO SOCIAL
• c) Psicologia das discussões - pessoas não gostam de
serem contraditas nas suas idéias, dores e exames, e
quando 2 posições entram em choque, se forma
discussão conduzida num clima muito emotivo.

• d) Psicologia do remorso e do sentimento de


realização – remorso, deixar de fazer algo que pode
fazer ou cometer algum ato que não deve cometer.
Realizar algo meritório por razões outras que não são
a intenção de fazê-lo, não há realização. A maneira
pela qual percebe os atos é que determina o
sentimento de remorso e o de realização.
APLICAÇÕES PRÁTICAS DA PERCEPÇÃO
SOCIAL

• e) Psicologia das relações internacionais - dirigentes


de um país vêem suas ações como sendo as
melhores, conducentes à paz mundial, à justiça e à
prosperidade; as ações do adversário são sempre as
piores, dominadoras e exploradoras. O grau do
temor expresso por uma nação em relação à outra
depende da percepção da capacidade do adversário
e de sua intenção de causar dano.
APLICAÇÕES PRÁTICAS DA PERCEPÇÃO SOCIAL

• f) Rotulação das pessoas e suas consequências - é


difícil para a pessoa rotulada mudar sua imagem. Há
tendência de perceber a pessoa à luz do rótulo que
lhe foi imputado. A rotulação é perigosa e leva a
injustiças e erros de julgamento.
APLICAÇÕES PRÁTICAS DA PERCEPÇÃO SOCIAL
• f) Rotulação das pessoas e suas consequências
.

• Consequências:
• 1)ações não se harmonizam com o rótulo imposto e
tendem a passar despercebidas ou são deturpadas
para adequar-se ao rótulo;
• 2) expectativas ditas pelo rótulo fazem com que
sejam salientados as ações com eles compatíveis e a
nossa própria ação frente à pessoa rotulada pode a
induzir a ações coerentes com os que antecipamos.
APLICAÇÕES PRÁTICAS DA PERCEPÇÃO SOCIAL
• g) Atribuição de causalidade e suas aplicações a
outros setores da psicologia - causas de sucesso ou
fracasso podem ser atribuídas a fatores internos
(habilidade, esforço) ou a externos (dificuldade da
tarefa, sorte, azar). Tais fatores podem ser estáveis
(habilidade, dificuldade) ou instáveis (esforço, sorte).
• Além destas 2 dimensões (interna/externa e estável/
instável), há o controle, pois determinados aspectos
estão fora do comando das pessoas.
AULA 07
• FEEDBACK
FEEDBACK
• palavra inglesa que significa
realimentar ou dar resposta a
uma determinado pedido ou
acontecimento. O termo é
utilizado em áreas como
Administração de Empresas,
Psicologia ou Engenharia
Elétrica.
FEEDBACK
• Pode significar resposta ou reação, neste caso, o
feedback pode ser positivo ou negativo;

• Em comunicação - emissor envia uma mensagem para


um receptor, através de um determinado canal; a
mensagem poderá ser alterada por algum tipo de
barreira (ruído), condicionando então a sua
interpretação por parte do receptor. Depois de
interpretada, o receptor termina o processo de
comunicação com o feedback - a resposta ou reação do
receptor à mensagem enviada.
FEEDBACK

• Em administração - quando é dado um parecer


sobre uma pessoa ou grupo de pessoas na
realização de um trabalho com o intuito de avaliar o
seu desempenho. É uma ação que revela os pontos
positivos e negativos do trabalho executado tendo
em vista a melhoria do mesmo.
FEEDBACK

• Em psicologia - retroação ou devolutiva, uma


vertente da comunicação interpessoal que pode
servir para minimizar conflitos entre indivíduos.

• É o resultado da compreensão do significado que as


palavras do emissor tiveram para o receptor, como
base para alguma correção se necessário for.
FEEDBACK

• A comunicação é o meio pelo qual as pessoas interagem


umas com as outras, compartilhando mensagens, sendo
efetivada pela compreensão entre o emissor e o
receptor.
• Ocorrendo entre profissional e paciente com o objetivo
de ajudá-lo a enfrentar seus problemas, relacionar-se
com os demais, ajustar o que não pode ser mudado e
enfrentar os bloqueios à autorrealização, é denominada
comunicação terapêutica.
ESTRATÉGIAS DE COMUNICAÇÃO
TERAPÊUTICA
• De expressão, de clarificação e de validação;
• Na prática há problemas de diálogo entre
profissionais e pacientes, que tem forte influência na
satisfação, adesão ao tratamento e resultados da
saúde, indicando melhor preparo técnico e humano
dos profissionais envolvidos;
• O diálogo adequado pressupõe a prática cotidiana
de estratégias, na qual profissionais envolvidos no
processo se apropriam do uso adequado do verbal e
do não verbal nas suas interações, de modo a
contribuir para um diálogo mais efetivo.
AULA 08
• EMPATIA

• CUIDAR EM SAÚDE
EMPATIA

• Capacidade de compreender o sentimento ou


reação da outra pessoa imaginando-se nas mesmas
circunstâncias, ou seja, se identificar com outra
pessoa ou faculdade de compreender
emocionalmente outra pessoa;
• É a compaixão pela dor psicológica do outro; Saber
ouvir sem julgar; Ter paciência, mesmo cansados;
Estar perto muitas vezes em silêncio, mas é
necessário sempre que seja de coração para coração.
EMPATIA

• Sair do egocentrismo de um mundo solitário e


entrar num mundo solidário, onde se exerce a
generosidade e a tolerância;
• Fator que bloqueia a empatia são os vícios que
levam a pessoa a se fixar apenas no objeto de
desejo, impedindo-a dessa forma de abrir-se para o
outro;
• A invisibilidade pública, em que se percebe o outro
de acordo com o status social de trabalho;
• A empatia simplesmente não existiria se já não
houvéssemos passado pela mesma dor ou dor
parecida.
A BIOÉTICA

• Defende que profissionais de saúde mudem o


enfoque básico do distanciamento para o interesse e
para a empatia;
• A comunicação com o paciente com eficiência e
empatia passa a ser fundamental na formação de
profissionais de saúde, facilitando o entendimento
das dificuldades do paciente;
• Psicologia - a empatia é o poder de entrar na
personalidade do outro e experimentar
imaginativamente suas experiências.
EMPATIA DO TÉCNICO EM RADIOLOGIA
• Demonstrar empatia por seu paciente, deixa-o
seguro e bem mais confortável;
• Então conseguirá realizar o exame de forma eficaz,
poupando tempo e esforços em exames
complementares, otimizando o atendimento;
• A habilidade de ser empático tem impactos positivos
nos aspectos fisiológicos, ou seja, ao construir um
diálogo empático ajudará bastante os pacientes a
seguirem os tratamentos e melhorarem mais rápido
por realmente confiarem no profissional à sua
disposição.
O CUIDAR EM SAÚDE

• Deriva do latim cogitare que significa imaginar, pensar,


meditar, julgar, supor, tratar, aplicar a atenção, refletir,
prevenir e ter-se;
• Tem exigido cada vez mais a atuação de diferentes
profissionais, mulheres e homens, cujo ‘outro’
demandante, cada vez mais requererá atenção,
responsabilidade, zelo e desvelo com seus desejos, suas
aspirações e especificidades, de modo a incluí-lo na
tomada de decisão sobre sua vida, ou melhor dizendo,
sobre sua saúde.
DIREITO DE SER NA SAÚDE
• Não é apenas um nível de atenção do sistema de
saúde ou um procedimento técnico simplificado,
mas uma ação integral que tem significados e
sentidos voltados para compreensão de saúde como
o direito de ser;
• É ter cuidado com as diferenças dos sujeitos,
respeitando as relações de etnia, gênero e raça que
são portadores, não somente de deficiências ou
patologias, mas de necessidades específicas;
• É garantir acesso às práticas terapêuticas,
permitindo ao usuário participar ativamente da
decisão acerca da melhor tecnologia médica a ser
por ele utilizada.
O CUIDAR EM SAÚDE

• É uma atitude interativa que inclui a inclusão e


relacionamento entre as partes, como: escuta,
respeito pelo seu sofrimento e história de vida;

• Se, por um lado, o cuidar em saúde pode diminuir o


impacto do adoecimento, por outro, a falta dele, o
descaso e abandono pode agravar a dor dos
pacientes e aumentar o isolamento social;
O CUIDAR EM SAÚDE

• O modelo biomédico de se apoiar nos diagnósticos


para evidenciar doenças, afasta-se do ser humano
sofredor como totalidade viva e permite que o
diagnóstico substitua a atenção e o cuidado integral
à saúde;

• Entretanto, mais do que isso, o paciente deseja se


sentir cuidado e acolhido em suas necessidades.
AULA 09
• FINITUDE
• REFLEXÕES SOBRE A MORTE
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS -
PROXIMIDADE DA FINITUDE
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS -
PROXIMIDADE DA FINITUDE
Campos,1995 - indivíduos em nossa sociedade
aparentam não possuir suporte emocional para a
notícia referente a uma doença grave, pois a morte é
sinônimo de uma experiência desconhecida e muitos
não apresentam uma preparação para enfrentá-la.

A morte é encarada como o fim de tudo;

Há uma supervalorização da vida.


ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS -
PROXIMIDADE DA FINITUDE

• Kübler-Ross, 2005 - morte é vista como um


acontecimento trágico. As autoras identificaram 5
estágios quando da tomada de consciência por parte
do paciente, de seu estágio terminal, são eles:

• O 1º estágio é a negação - é uma defesa mental onde


há recusa de um fato que gera sofrimento emocional.
Nessa fase o paciente se defende da idéia da morte,
recusando-se a assumi-la como realidade.
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS -
PROXIMIDADE DA FINITUDE

• O 2º estágio é a raiva - momento no qual o paciente


coloca toda sua revolta diante da notícia de que seu
fim está próximo, surge quando o paciente não pode
mais negar sua doença. Nesta fase, o paciente fica
agressivo com as pessoas que o rodeiam, tomado
pelo ódio e tendo muitas vezes condutas violentas
que evidenciam seu inconformismo com a situação;
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS -
PROXIMIDADE DA FINITUDE

• O 3º estágio, a negociação - é um momento no qual


o paciente tenta ser bem comportado, na esperança
de que isso lhe traga a cura; aceita a realidade, mas
tenta realizar “acordos” para com Deus ou outros
seres sobrenaturais a fim de aproveitar melhor o
tempo que lhe resta.
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS -
PROXIMIDADE DA FINITUDE

• O 4º estágio é a depressão - fase na qual o paciente


se recolhe, vivenciando uma enorme sensação de
perda. É neste estágio que o indivíduo está também
elaborando lutos.
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS -
PROXIMIDADE DA FINITUDE
• O último estágio, que é o da aceitação - há
superação dos demais estágios. Não se deve, contudo,
confundir esse estágio com “felicidade”. É como se a
dor tivesse cessado e a luta se acabado. É o momento
também em que a família necessita de maior
compreensão e apoio, até mesmo mais do que o
próprio paciente, já que é um período muito
desgostoso para o familiar, pois é quando o paciente
se desprende do mundo e da família, preferindo,
muitas vezes, dormir, ficar em silêncio, evitar muitas
visitas, entre outros.
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS -
PROXIMIDADE DA FINITUDE
• O Paciente terminal não é algo simples de ser
estabelecido;

• O contato com o paciente terminal questiona valores


da essência humana, quando tudo passa a ser
questionado com outro olhar e verdades tidas como
absolutas passam a ser sem importância, sendo que
outras questões anteriormente tidas como pouco
significativas passam a fazer todo o sentido.
ALTERAÇÕES PSICOLÓGICAS -
PROXIMIDADE DA FINITUDE
• É importante admitir que no momento em que se
esgotaram os recursos para cura e que o paciente se
encaminha para a morte, isto não significa que não há
mais o que fazer. Ao contrário, abre-se uma ampla
gama de condutas que podem ser oferecidas ao
paciente e sua família, visando, neste momento, o
alívio da dor, a diminuição do desconforto e a
possibilidade de situar-se frente ao momento do fim
da vida, acompanhados por alguém que possa ouví-
los.
REFLEXÃO SOBRE A MORTE
• Processo que fatalmente participa da vida humana.
Cada pessoa apresenta diferentes reações nos
momentos em que ela se manifesta; os profissionais
da saúde que vivenciam a iminência e a experiência da
morte de pacientes sob seus cuidados, precisam
desenvolver modos de lidar com essa realidade;
• Trata-se de um momento que exige de nós uma
reação. Para os profissionais essa reação tem que ser
centrada na compreensão do processo para que ele
possa proteger o seu sistema psíquico e orientar
pacientes e familiares para lidar com esse momento.
PECULIARIDADES DO TRABALHO NA SAÚDE

• Labate e Cassorla, 1999 - o profissional de saúde


defronta-se no seu cotidiano com situações que
mobilizam o emocional, por vezes de uma forma
bastante intensa. Isso não só dificulta seu trabalho,
como o confunde diante dos aspectos técnicos,
acarretando-lhe um grau considerável de sofrimento
pessoal.
PECULIARIDADES DO TRABALHO NA SAÚDE
• Oliveira, 2002 - profissionais que lidam com pacientes
graves, ao perceberem que estão lidando com pessoas
como eles, parecem experimentar uma vivência de
extrema angústia.
• É difícil defrontar-se com adultos utilizando-se de fraldas,
imobilizados, conectados a aparelhos, chorando, às
vezes inconscientes, além de outras situações
constrangedoras.
• O profissional se vê diante da precariedade da existência
humana. Aproximar-se do paciente que está morrendo,
lembra-o de que ele também é mortal.
PECULIARIDADES DO TRABALHO NA SAÚDE
• Ferreira, 1996 - ao identificar as emoções presentes nos
técnicos que trabalham com pacientes oncológicos,
revela que no cotidiano destes profissionais também se
apresentam os sentimentos gratificantes como ver o
paciente recuperar-se, ter contato com ele, ajudá-lo a
conhecer a doença e orientá-lo;
• Contudo, há fatores difíceis como conviver com o
sofrimento do doente, suas inúmeras internações, a
impotência diante da doença, a revolta pela sua morte.
PECULIARIDADES DO TRABALHO NA SAÚDE
• Estando sempre diante da fragilidade humana,
profissionais que atuam com o paciente oncológico
estão expostos com mais intensidade diante de sua
própria fragilidade enquanto pessoas;
• É no contato com o outro que o “eu” se constrói, se
diferencia e se reconhece, e saber da dor do outro,
do final do outro é saber da própria finitude.
• O profissional se reconhece como um ser aberto a
dor porque também se reconhece vulnerável,
passível de todas as possibilidades que a vida
apresenta, sendo a morte a possibilidade mais certa.

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