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VARA CRIMINAL DA
COMARCA DE MACAPÁ-AP
AUTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE N°: XXXX
1. DOS FATOS
Ao desembarcar no aeroporto da cidade de Macapá, no dia 12 de junho foi à esteira de bagagens
e retirou, por engano, uma mala de cor preta, idêntica à sua. Ao chegar no saguão do aeroporto,
foi surpreendido por agentes de segurança que ao confirmarem que a mala pertencia a outra
pessoa, prenderam-no em flagrante.
O delegado de polícia, após ouvir o requerente, lavrou auto de prisão em desfavor do mesmo.
Além disso, a autoridade policial negou-lhe o pedido de comunicação com os familiares.
Alegando que a delegacia não realiza liagções interurbanas, tendo em vista que João mora na
cidade de Goiânia.
Ressalta-se, ainda, que o requerente está preso há 48 (quarenta e oito) horas da data do ocorrido
e que o Juiz competente, o Ministério Público e a Defensoria Pública não foram avisados da
prisão.
2. DO DIREITO
Diante dos fatos acima narrados é inegável, portanto, que a prisão em flagrante é ilegal.
Dado que, considerando que acreditava estar pegando sua mala e não a de outra pessoa, o preso
recaiu em erro do tipo, conforme aduz o artigo 20 do Código Penal.
Para mais, a autoridade policial não comunicou o fato à família do preso, em violação ao artigo
306, caput, do Código de Processo Penal.
O juiz competente e o Ministério Público, sequer foram comunicados, como prevém o mesmo
dispositivo, e não houve encaminhamento de cópia do auto de prisão em flagrante à Defensoria
Pública, como determina o artigo 306. § 1º, do Código de Processo Penal.
Destaca-se, ainda, que o delegado de policia agiu em oposição ao artigo 306. §.1°, do Codigo de
Processo Penal ao não encaminhar o auto de prisão em flagrante ao juiz competente no prazo de
24 (vinte e quatro) horas.
Desta feita, tendo o requerente plena condição de responder o processo criminal em liberdade,
não oferecendo risco algum ao andamento das investigações, não há qualquer razão para mantê-
lo restrito de sua locomoção.
3. DO PEDIDO
Diante do exposto, requer que seja reconhecida a ilegalidade da prisão em flagrante e imposto o
seu relaxamento, com fulcro no artigo 5º, LXV, da Constituição da Républica Federativa e no
artigo 306 do Código Processual Penal, bem como, pede a expedição de alvará de soltura
conforme o artigo 310, I também do Código de Pocesso Penal.