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FACULDADE DE INHUMAS – FACMAIS

ODONTOLOGIA

GABRIELA PEDROSO GOMES

OS TIPOS DE ESTRESSE E A RELAÇÃO COM O ENVELHECIMENTO CELULAR.

INHUMAS
2024
FACULDADE DE INHUMAS – FACMAIS

ODONTOLOGIA

GABRIELA PEDROSO GOMES

OS TIPOS DE ESTRESSE, SUAS CONSEQUÊNCIAS NO ENVELHECIMENTO


CELULAR.

Artigo científico com o objetivo de


apresentar os tipos de estresse e a
sua relação com o envelhecimento
celular.

Docente: Kaique Vinicius Ferreira Trindade

INHUMAS

2024
RESUMO

O presente artigo visa contribuir com as discussões existentes a respeito dos tipos
de estresse - como o oxidativo, emocional e ambiental - e o envelhecimento
celular,são discutidas os motivos do envelhecimento celular induzido pelo estresse
para a saúde e o desenvolvimento de doenças relacionadas à idade, estratégias de
prevenção e intervenção - como mudança no estilos de vidas, hábitos cotidianos e
intervenções farmacológicas - para promover um envelhecimento saudável.

Palavras chaves: Envelhecimento celular. Estresse oxidativo. Tipos de estresse.

ABSTRACT

This article aims to contribute to the existing discussions regarding the types of
stress - such as oxidative, emotional and environmental - and cellular aging. The
reasons for stress-induced cellular aging for health and the development of
age-related diseases are discussed. , prevention and intervention strategies - such
as changing lifestyles, daily habits and pharmacological interventions - to promote
healthy aging.

Keywords:Cellular aging. Oxidative stress. Types of stress.


INTRODUÇÃO

1. O que é estresse e quais são os tipos e sua relação com o envelhecimento


celular.

O estresse é uma resposta do organismo a demandas físicas, emocionais ou


ambientais que podem desencadear uma série de reações no corpo. Existem
diferentes tipos de estresse, sendo o estresse agudo uma resposta imediata a um
evento específico, enquanto o estresse crônico é uma exposição prolongada a
situações estressantes (OpenAI, 2023).

No envelhecimento celular, os telômeros desempenham um papel crucial.


Telômeros são estruturas localizadas nas extremidades dos cromossomos, e sua
função principal é proteger a integridade do DNA durante a replicação celular. Com
o passar do tempo e a exposição a estresses ambientais, os telômeros se encurtam,
o que pode levar a instabilidade genômica e envelhecimento celular.

O estresse crônico, seja ele físico, emocional ou ambiental, pode acelerar o


encurtamento dos telômeros e contribuir para o processo de envelhecimento celular.
Isso ocorre devido à ativação de mecanismos de resposta ao estresse, como o
aumento da produção de radicais livres e a inflamação crônica, que podem danificar
as células e acelerar o envelhecimento.

O envelhecimento é um processo natural ao longo da vida e que leva a diversas


alterações moleculares, celulares e estruturais. Várias teorias já foram criadas para
explicar os mecanismos e fatores que estão relacionados a esse fenômeno. No
geral, essas teorias são divididas em intrínsecas ou extrínsecas. A teoria intrínseca
compreende as mudanças que estão geneticamente programadas, já as teorias
extrínsecas propõem que o processo que leva ao envelhecimento resulta de um
acúmulo de eventos aleatórios ou danos ambientais. Dessa forma, tanto as
influências genéticas quanto ambientais contribuem e desempenham um papel na
expressão do envelhecimento (PORTH; MATFIN, 2010).

Existem várias teorias de senescência celular que estão sendo estudadas, algumas
incluem o encurtamento dos telômeros, outras os danos aleatórios que ocorrem em
moléculas e células vitais e a teoria mais significativa, que se baseia nos efeitos
prejudiciais causados pelos radicais livres. A teoria dos radicais livres considera
essas espécies químicas, produzidas pelo metabolismo mitocondrial, como as
responsáveis pelo envelhecimento devido às lesões nas estruturas celulares e ao
DNA, causadas pelo estresse oxidativo, isto é, um resultado nocivo do excesso de
radicais livres no corpo (GUILLAUMET et al., 2017).

Várias pesquisas têm relacionado o estresse crônico com uma diminuição das
defesas do organismo, levando ao desenvolvimento de doenças (câncer e outras) e
de reações alérgicas e ao aumento da susceptibilidade a infecções como herpes,
gripe e resfriado. Pesquisas do psicólogo norte-americano Sheldon Cohen, da
Universidade Carnegie Mellon, empregando voluntários que receberam uma dose
padrão do vírus do resfriado, comprovaram que pessoas expostas ao estresse
simultaneamente à infecção tinham mais partículas virais na circulação e secretam
mais muco que os indivíduos não estressados. Foi também investigado pelo
imunologista Ronald Glaser, da Universidade de Ohio (Estados Unidos) que
estudantes de medicina vacinados contra o vírus da hepatite durante seus exames
finais não desenvolveram uma proteção completa contra essa doença. Tais achados
têm importantes implicações para as campanhas de imunização, já que pessoas
vacinadas durante períodos de estresse podem não desenvolver uma proteção de
anticorpos completa (ALR Munhoz, HS Luna).
DESENVOLVIMENTO

1.O que é envelhecimento celular.

De acordo com o trabalho de Silva (2007), o processo de envelhecimento


é extremamente complexo e multifatorial e, pela sua natureza multidisciplinar, o
estudo das bases moleculares desse fenômeno tem gerado um grande número de
teorias e uma vasta literatura, destacando-se as teorias “estocásticas”, baseadas
no acúmulo aleatório de moléculas com alterações estruturais e/ou funcionais,
e as teorias “não estocásticas”, relacionadas com mecanismos programados no
genoma de cada organismo (LUKIW, 2007; LEE etal., 2006). Dentre as teorias
estocásticas se incluem a dos radicais livres (RL), lesão mitocondrial, alteração do
colágeno, lesão de membrana, mutação genética e “erro catastrófico” na
síntese de proteínas, e as teorias neuroendócrina e imunológica (LETIEMBRE et al.,
2007). Com relação às teorias não estocásticas podemos mencionar a teoria da
senescência programada, proposta por Hayflic (1968), que se baseia na
deterioração do programa genético que regula o desenvolvimento celular.
O envelhecimento dos tecidos é resultado das mudanças das células renováveis
para não renováveis, com uma diminuição marcada da capacidade de
regeneração celular (MCARDLE; KATCH; KATCH,
1998).

2.Os tipos de estresse e a sua relação no envelhecimento celular.

O envelhecimento celular pode ser influenciado por uma variedade de fatores


estressantes, muitos dos quais podem ser categorizados em diferentes tipos de
estresse. Aqui estão alguns exemplos:

● Estresse Oxidativo: Este é um dos principais contribuintes para o


envelhecimento celular. Ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção
de radicais livres e a capacidade do corpo de neutralizá-los com
antioxidantes. Radicais livres podem danificar as células, incluindo o DNA,
levando ao envelhecimento prematuro (Sies, H. 2015).
● Estresse Crônico: O estresse prolongado e crônico pode desencadear uma
série de respostas fisiológicas adversas no corpo, incluindo a liberação de
hormônios do estresse como o cortisol. Esses processos podem ter um
impacto negativo no envelhecimento celular ao longo do tempo (Epel, E. S.,
Blackburn, E. H., Lin, J., Dhabhar, F. S., Adler, N. E., Morrow, J. D., & Cawthon, R. M. 2004).
● Estresse Genotóxico: Este tipo de estresse pode ser causado por exposição
a agentes genotóxicos, como radiações ionizantes, produtos químicos
carcinogênicos, ou até mesmo alguns tipos de medicamentos. Esses agentes
podem danificar o DNA das células, levando a danos cumulativos ao longo do
tempo (Hoeijmakers, J. H. ;2009).
● Estresse Metabólico: O metabolismo celular produz subprodutos que podem
causar estresse oxidativo e danificar as células. Por exemplo, o acúmulo de
produtos finais de glicação avançada (AGEs) pode contribuir para o
envelhecimento celular (Rabbani, N., & Thornalley, P. J. 2012).
● Estresse Inflamatório: A inflamação crônica de baixo grau pode resultar de
vários fatores, como dieta inadequada, estilo de vida sedentário, obesidade,
estresse crônico, entre outros. A inflamação crônica pode acelerar o
envelhecimento celular através de diversos mecanismos, incluindo o aumento
da produção de radicais livres (Franceschi, C., & Campisi, J. ;2014).
● Estresse Telomérico: Os telômeros são estruturas repetitivas localizadas nas
extremidades dos cromossomos, que protegem o DNA de danos. O estresse
crônico pode levar ao encurtamento dos telômeros, o que está associado ao
envelhecimento celular e ao aumento do risco de doenças relacionadas à
idade (Blackburn, E. H., & Epel, E. S. ;2012).

O mecanismo geral de resposta ao estresse consiste em duas sequências


bioquímicas separadas: uma rápida mediada pelos hormônios noradrenalina e
adrenalina, e outra lenta mediada pelo hormônio cortisol. A adrenalina atua no
metabolismo da glicose, disponibilizando os estoques de nutrientes dos músculos a
fim de fornecer a energia necessária ao organismo quando este se encontra diante
de uma situação estressora. Juntamente com a noradrenalina, a adrenalina também
causa um aumento no débito cardíaco assim como na pressão arterial. Sendo esta
uma das razões pela qual o estresse é incluído como fator de risco à saúde, uma
vez que, a longo prazo, esse aumento da pressão arterial contribui para o
desenvolvimento de doenças cardiovasculares. Já o cortisol, hormônio secretado
pelo córtex da adrenal, exerce efeitos sobre o metabolismo da glicose quebrando as
proteínas e convertendo-as em glicose, contribui para transformar a gordura em
energia e para o aumento do fluxo sanguíneo. Além disso, o cortisol também
paralisa as funções reprodutivas e inibe o sistema imune (Carlson, 2002).

Seyle, em seu trabalho The Stress of Life, de 1956, foi o primeiro pesquisador que,
por meio de experimentos com animais de laboratório, desenvolveu o conceito de
Síndrome de Adaptação Geral (SAG) e deu origem à idéia de que situações que
geram estresse podem provocar doenças diversas, inclusive mentais. Na literatura
epidemiológica, os chamados Eventos de Vida Estressantes (EVE) têm sido
estudados em associação a uma ampla gama de doenças, como esquizofrenia,
depressão, infarto do miocárdio e apendicite aguda (Cooke,1986). As pesquisas
sobre EVE foram muito numerosas na década de 1970, sendo as mesmas
interpretadas como fontes geradoras de desconforto físico e psicológico. Na década
seguinte, Lazarus e Folkman deram contribuição significativa ao campo,
demonstrando que não são os eventos de vida em si e por si que levam ao estresse
patológico: a avaliação que o indivíduo faz das situações por que passa e as
diferenças ambientais, orgânicas e psicológicas têm um importante papel mediador
(Lazarus e Folkman, 1984). Tal descoberta alterou o rumo das pesquisas nesse
campo, e as fontes de estresse passaram a serem categorizadas em internas -
como é caso de agentes nocivos, sentimentos ou pensamentos - ou externas, isto é,
como definido por Lipp (1996), são eventos que:

"(...) independem, muitas vezes, do mundo interno da


pessoa. Tradicionalmente, esses eventos são definidos
como causadores de estresse, por promoverem
mudanças relativamente rápidas no meio ambiente
(geralmente social), cuja magnitude requer um grau de
adaptação social e/ou psicológica por parte dos
indivíduos. Muitos desses eventos estão associados a
ritos de passagem como casamento, divórcio, início de
um novo emprego, perda do emprego, também a
mudança de chefia, mudanças políticas no país,
acidentes e qualquer outra situação que ocorra fora do
corpo e da mente da pessoa."
Assim, podemos dizer que, por essa definição, os estressores externos sugerem
que a mudança, por si só, é capaz de produzir estresse. Outra forma de classificar
as fontes de estresse levou a distingui-las conforme sua intensidade e permanência
no tempo como crônicas, traumáticas ou menores. Kanner e colaboradores (1981)
definem as dificuldades envolvidas no estresse como: "(...) demandas irritantes,
frustrantes e desestressantes que em algum grau caracterizam as transações
diárias com o meio".

3.O estresse na infância e os impactos no envelhecimento celular.

Os maus-tratos contra crianças constituem um fenômeno que é relatado desde o


começo do registro histórico da humanidade, como casos de infanticídio, abandono,
exposição e falta de atenção em diferentes sociedades antigas (Ten Bensel,
Rheinberger, & Radbill, 1997).

Toda a criança tem direito à saúde e a uma vida livre de violência. Neste sentindo,
entende-se por maus-tratos na infância qualquer ato de omissão ou comissão contra
a integridade física ou emocional da criança. Estes atos referem-se ao abuso 10
físico, emocional, sexual e negligência emocional e física, bem como diversas
formas de exploração em um contexto de um relacionamento de responsabilidade,
confiança ou poder (De Bellis, 2001).

Desde os primeiros estudos investigando trauma na infância e desfecho patológico


na vida adulta, uma quantidade substancial de pesquisas foram realizadas para
explorar as consequências de adversidades na infância na saúde do indivíduo 12
(Tyrka et al., 2013). De acordo com a vulnerabilidade biológica do cérebro em
desenvolvimento, o estresse no início da vida sob a forma de negligência ou abuso
aumenta o risco de transtornos mentais (De Bellis, 2001). Os maus-tratos infantis
foram associados à vulnerabilidade para o desenvolvimento de uma série de
transtornos mentais, tais como depressão, uso de substâncias e estresse
pós-traumático (Teicher & Samson, 2013).

Pode-se verificar que o impacto dos maus-tratos não é específico e a trajetória


psicopatológica particular pode depender do tipo de estresse dos maus-tratos (Carr,
Martins, Stingel, Lemgruber, & Juruena, 2013), da janela de desenvolvimento em que o
estresse foi experienciado (Andersen & Teicher, 2008), bem como risco genético,
epigenético e fatores de proteção (Palma-Gudiel & Fananas, 2017). Sendo assim, os
maus-tratos na infância não devem apresentar uma associação direta com
diagnósticos específicos mas, sim, o estresse crônico no início da vida altera
aspectos centrais da função afetiva e cognitiva que é compartilhada por uma série
de desfechos psiquiátricos (Lupien, Maheu, Tu, Fiocco, & Schramek, 2007).

Alterações no eixo HPA e no sistema imunológico resultante da exposição crônica


ou precoce ao estresse pode levar a um encurtamento de telômeros, um marcador
celular do envelhecimento que tem sido associado à morbidade e mortalidade em
doenças cardiovasculares, diabetes e câncer, além de doenças psiquiátricas (Elissa
S. Epel, 2009; Hoen et al., 2011; Price, Kao, Burgers, Carpenter, & Tyrka, 2013). Assim, uma das
hipóteses atuais é que os maus-tratos na infância provocam mudanças
epigenéticas, como metilação de receptores de glicocorticóides, causando alteração
na atividade do HPA e finalmente acelerando o envelhecimento celular, aumentando
a chance para diversas doenças. Os telômeros consistem em sequências de
repetições de nucleotídeos e proteínas de ligação ao DNA, que protegem as
extremidades dos cromossomos, sendo essenciais para a manutenção da
estabilidade cromossômica e genética. Os telômeros encurtam em cada ciclo de
replicação do DNA, sendo assim, um interessante biomarcador de envelhecimento
biológico (Bernadotte, Mikhelson, & Spivak, 2016; Blackburn, 2010). Embora este processo
seja natural, o comprimento de telômero (CT) pode também ser influenciado pelo
estresse crônico (E. S. Epel et al., 2004; Tyrka et al., 2015).

4.Mudança de vida e intervenções farmacológicas.

Os hábitos saudáveis são grandes aliados para diminuir o estresse, e


consequentemente o envelhecimento celular não acontecer de forma precoce, são
exemplos desses hábitos, de intervenções farmacológicas e cuidados médicos:

● Alimentação saudável: Uma dieta rica em antioxidantes, vitaminas e minerais


pode ajudar a proteger as células contra danos oxidativos e inflamação,
ambos associados ao envelhecimento celular. Incluir uma variedade de
frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas magras e gorduras saudáveis na
dieta pode ser benéfico.
● Exercício físico regular: A atividade física regular tem sido associada a uma
variedade de benefícios para a saúde, incluindo a redução do estresse
oxidativo, melhoria da função mitocondrial e regulação da inflamação, todos
os quais podem influenciar positivamente o envelhecimento celular.
● Redução do estresse: O estresse crônico pode desencadear respostas
inflamatórias e aumentar a produção de radicais livres, contribuindo para o
envelhecimento celular. Práticas como meditação, ioga e técnicas de
relaxamento podem ajudar a reduzir o estresse e promover o bem-estar
geral.
● Sono adequado: A qualidade e a duração do sono adequado são importantes
para a saúde celular. Durante o sono, ocorrem processos de reparo celular e
eliminação de resíduos metabólicos. A falta de sono adequado tem sido
associada a um aumento do estresse oxidativo e inflamação.
● Suplementos: Alguns suplementos, como antioxidantes (por exemplo,
vitamina C, vitamina E, selênio), coenzima Q10, resveratrol e ácido
alfa-lipóico, têm sido estudados por seus potenciais efeitos na saúde celular e
no envelhecimento. No entanto, é importante consultar um profissional de
saúde antes de iniciar qualquer suplementação, pois nem todos os
suplementos são adequados para todas as pessoas e podem interagir com
medicamentos.
● Terapia hormonal: A reposição hormonal em pessoas mais velhas,
especialmente em mulheres na menopausa e homens com baixa
testosterona, pode ajudar a reduzir alguns dos efeitos negativos do
envelhecimento celular, como perda de massa muscular e densidade óssea.
● Medicamentos anti-envelhecimento: Pesquisas estão em andamento para
identificar e desenvolver medicamentos que possam retardar ou reverter o
processo de envelhecimento celular. Alguns compostos, como rapamicina e
metformina, têm mostrado potencial em estudos pré-clínicos e clínicos para
prolongar a vida útil e promover a saúde em modelos animais e humanos.

É importante lembrar que embora essas intervenções possam ter benefícios


para a saúde celular e retardar o processo de envelhecimento, elas não são
uma fonte de juventude eterna, envelhecimento é um processo multifacetado
e complexo.
JUSTIFICATIVA

Um artigo sobre os tipos de estresse e o envelhecimento celular é importante,


pois na atualidade o estresse é comum no cotidiano das pessoas, por isso o artigo
destaca os diferentes tipos, como oxidativo, emocional e crônico, que podem afetar
diretamente o envelhecimento celular e, a saúde em geral. Além disso, oferece
estratégias de prevenção e intervenção para promover um envelhecimento saudável
e amenizar os efeitos do estresse sobre as células.

OBJETIVOS GERAIS

Pesquisar, investigar e analisar a relação entre os diferentes tipos de estresse e o


envelhecimento celular, explorando as reações celulares do ser humano, e suas
implicações para a saúde.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

● Identificar o que é o envelhecimento celular.


● Identificar e descrever os principais tipos de estresse, incluindo oxidativo,
crônico, metabólico e inflamatório.
● Analisar os efeitos de cada tipo de estresse sobre os processos de
envelhecimento celular.
● Explorar as consequências do envelhecimento celular induzido pelo estresse
para a saúde e o desenvolvimento de doenças relacionadas à idade.
● Analisar o estresse na infância, principalmente por agressão e abuso sexual,
e as consequências no envelhecimento celular.
● Expor estratégias de prevenção e intervenção para diminuir os efeitos
negativos do estresse sobre envelhecimento celular, incluindo mudanças no
estilo de vida e intervenções farmacológicas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A fundamentação teórica desse estudo sobre os tipos de estresse e o


envelhecimento celular incorpora contribuições valiosas de diversos autores, cujas
teorias desempenham um papel fundamental no embasamento da análise proposta.

O estresse crônico tem sido associado a diversos efeitos negativos sobre


organismo, incluindo o envelhecimento celular. Estudos sugerem que a exposição
prolongada ao estresse pode desencadear processos genotóxicos, como a
instabilidade do DNA e danos oxidativos, que contribuem para o envelhecimento
celular. Esses mecanismos podem envolver a ativação de vias de resposta ao
estresse celular, como o sistema de sinalização do cortisol e a produção aumentada
de radicais livres. Esses danos acumulados ao longo do tempo podem levar a
alterações no funcionamento celular, contribuindo assim para o envelhecimento
prematuro. Essas evidências são discutidas em diversos estudos, como os de
Blackburn et al. (2015) e Epel et al. (2018).

O estresse oxidativo ocorre quando há um desequilíbrio entre a produção de


espécies reativas de oxigênio (ROS) e a capacidade das células de neutralizá-las
com antioxidantes. Com o envelhecimento, ocorre um aumento na produção de
ROS devido a vários fatores, como metabolismo celular, radiação UV e estresse
ambiental. Isso pode levar a danos nas biomoléculas, incluindo proteínas, lipídios e
ácidos nucleicos, contribuindo para o envelhecimento celular, segundo López-Otín,
C., Blasco, M. A., Partridge, L., Serrano, M., & Kroemer, G. (2013). The hallmarks of
aging. Cell, 153(6), 1194-1217.

O envelhecimento está associado a um estado inflamatório crônico de baixo grau,


conhecido como "inflamação senescente" ou "inflamação do envelhecimento". Esse
estado inflamatório é mediado por vários fatores, incluindo citocinas
pró-inflamatórias, como interleucina-6 (IL-6) e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α),
e contribui para o acúmulo de danos celulares e teciduais ao longo do tempo, de
acordo com Franceschi, C., & Campisi, J. (2014).

Os telômeros são estruturas de proteção localizadas nas extremidades dos


cromossomos que encurtam a cada divisão celular. O estresse telomérico ocorre
quando os telômeros se tornam muito curtos para proteger adequadamente os
cromossomos, desencadeando uma resposta celular conhecida como senescência
replicativa. Isso limita o potencial proliferativo das células e está intimamente
associado ao envelhecimento celular segundo os estudos de Blackburn E. H., &
Epel, E. S. (2017).
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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