TRABALHOR FINAL DA DISCIPLINA: ANÁLISE CRÍTICA DE UM LIVRO COM
BASE NOS CONTEÚDOS ABORDADOS NO CURSO
LIVRO “O ULTUMO VOO DOFLAMINGO” DE MIA COUTO - (2000)
A obra de Mia Couto, “O Ultimo Voo do Flamingo”, retrata uma a história do
desaparecimento de agentes da ONU e outra pessoas na vila fictícia de “Tizanga”, que é assolada pelas explosões de minas terrestres supostamente deixadas pela Guerra de havia acabado a pouco tempo em Moçambique. Um fato intrigante era que quando as minas “explodiam” os homens, as evidencias que restavam eram apenas os capacetes azuis e o órgão genital da vítima. É devido a esses acontecimentos que Massimo Rise, Italiano e Investigador da ONU, é mandado para descobrir o que de fato está acontecendo nesse lugar. Massimo tem como companhia o seu tradutor que é indicado pelo chefe da vila, tradutor esse, que é o narrador da história. A temática investigativa, com a mistura de elementos místicos da cultura local para justificar os acontecimentos estranhos, que culmina na descoberta de um esquema corrupto e exploratório das autoridades com seu próprio povo, aborda temas como o respeito as diferenças culturais e a formação de uma identidade de um povo, que como cita o próprio auto, “perversa fabricação de ausência – a falta de uma terra toda inteira, um imenso rapto de esperança praticado pela ganância dos poderosos”. Apesar de se tratar de uma ficção e ter seus momentos de fantasia, o senário no qual a narrativa se passa ainda se configura como um espelho da realidade. Hoje é possível sim, encontrar governos como o Tizanga, onde os poderosos se sustentam de nações fragilizadas por guerras e pela divisão dos seus povos. Isso resulta na formação de sociedades em condição de pobreza e da falta de identidade por parte da população refém das políticas autoritária e extrativistas. No livro de Darom Acemoglu e James Robinson, “Porque as Nações Fracassão”, é abordada justamente essa questão de como os governos extrativistas se sustenta e contribuem para o não desenvolvimento de uma nação, que assim como o chefe da vila, se aproveitam da fragilidade de seus povos para se alto beneficiarem, sem tem a mínima preocupação com o seu próprio povo, e até mesmo contribuindo para a permanência do estado de miséria da população. Dessa forma, fazendo-se uma comparação do livro com os conteúdos abordados na disciplina, percebe-se que a identidade de um povo pode se suprimida e bastante abalada pelo seu ambiente e principalmente pelos seus líderes, que podem exercer um autoritarismo exagerado e mascarar suas ações criminosas e manipuladoras. Outro aspecto interessante é o choque de diferentes culturas, como o Italiano se confunde ao se deparar em um senário totalmente novo e diferente do que ele imaginava, por exemplo. Além disso, o preconceito interno do povo com sua cultura, principalmente por parte dos governantes que não respeitavam a identidade cultural da sua região, e tentavam mascarar isso. Assim a leitura do livro serviu não apenas como uma nova perspectiva da realidade de na qual outros povos estão inseridos, como também perceber como essa questão de governos manipuladores, como lideres que só se importam com seu próprio sustento está tão presente no mundo subdesenvolvido. Não que não existam chefes assim nas nações com mais desenvolvimento, mas que pelo histórico de formação das identidades, percebemos que um povo pode ter maior sucesso em erguer um liderança eficiente e eficaz, do que um povo que vem de um histórico de autoritarismos e de falta de participação popular nas tomadas de decisões importantes para a nação.