Você está na página 1de 2

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA

INTRODUÇÃO A SOCIOLOGIA – E (Teórica – T02)


Professor: João Rodrigo Araujo Santana

Aluno: Matheus Silva de Azevêdo

TRABALHOR FINAL DA DISCIPLINA: ANÁLISE CRÍTICA DE UM LIVRO COM


BASE NOS CONTEÚDOS ABORDADOS NO CURSO

LIVRO “O ULTUMO VOO DOFLAMINGO” DE MIA COUTO - (2000)

A obra de Mia Couto, “O Ultimo Voo do Flamingo”, retrata uma a história do


desaparecimento de agentes da ONU e outra pessoas na vila fictícia de “Tizanga”, que é
assolada pelas explosões de minas terrestres supostamente deixadas pela Guerra de havia
acabado a pouco tempo em Moçambique. Um fato intrigante era que quando as minas
“explodiam” os homens, as evidencias que restavam eram apenas os capacetes azuis e o
órgão genital da vítima. É devido a esses acontecimentos que Massimo Rise, Italiano e
Investigador da ONU, é mandado para descobrir o que de fato está acontecendo nesse
lugar. Massimo tem como companhia o seu tradutor que é indicado pelo chefe da vila,
tradutor esse, que é o narrador da história. A temática investigativa, com a mistura de
elementos místicos da cultura local para justificar os acontecimentos estranhos, que
culmina na descoberta de um esquema corrupto e exploratório das autoridades com seu
próprio povo, aborda temas como o respeito as diferenças culturais e a formação de uma
identidade de um povo, que como cita o próprio auto, “perversa fabricação de ausência
– a falta de uma terra toda inteira, um imenso rapto de esperança praticado pela
ganância dos poderosos”.
Apesar de se tratar de uma ficção e ter seus momentos de fantasia, o senário no
qual a narrativa se passa ainda se configura como um espelho da realidade. Hoje é
possível sim, encontrar governos como o Tizanga, onde os poderosos se sustentam de
nações fragilizadas por guerras e pela divisão dos seus povos. Isso resulta na formação de
sociedades em condição de pobreza e da falta de identidade por parte da população refém
das políticas autoritária e extrativistas. No livro de Darom Acemoglu e James Robinson,
“Porque as Nações Fracassão”, é abordada justamente essa questão de como os governos
extrativistas se sustenta e contribuem para o não desenvolvimento de uma nação, que
assim como o chefe da vila, se aproveitam da fragilidade de seus povos para se alto
beneficiarem, sem tem a mínima preocupação com o seu próprio povo, e até mesmo
contribuindo para a permanência do estado de miséria da população.
Dessa forma, fazendo-se uma comparação do livro com os conteúdos abordados
na disciplina, percebe-se que a identidade de um povo pode se suprimida e bastante
abalada pelo seu ambiente e principalmente pelos seus líderes, que podem exercer um
autoritarismo exagerado e mascarar suas ações criminosas e manipuladoras. Outro
aspecto interessante é o choque de diferentes culturas, como o Italiano se confunde ao se
deparar em um senário totalmente novo e diferente do que ele imaginava, por exemplo.
Além disso, o preconceito interno do povo com sua cultura, principalmente por parte dos
governantes que não respeitavam a identidade cultural da sua região, e tentavam mascarar
isso.
Assim a leitura do livro serviu não apenas como uma nova perspectiva da
realidade de na qual outros povos estão inseridos, como também perceber como essa
questão de governos manipuladores, como lideres que só se importam com seu próprio
sustento está tão presente no mundo subdesenvolvido. Não que não existam chefes assim
nas nações com mais desenvolvimento, mas que pelo histórico de formação das
identidades, percebemos que um povo pode ter maior sucesso em erguer um liderança
eficiente e eficaz, do que um povo que vem de um histórico de autoritarismos e de falta
de participação popular nas tomadas de decisões importantes para a nação.

Você também pode gostar