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Sobre a hierarquia das leis no direito brasileiro.


Sobre a hierarquia das leis no direito brasileiro.

Gisele Leite

Publicado em 06/2020. Elaborado em 09/2019.

Entender a formação do ordenamento jurídico brasileiro é


importante para entender o funcionamento das leis e da justiça
no Brasil. O presente texto tenta didaticamente explicar a teia
complexa existente e resistente até hoje.

Palavras-chaves. Direito Constitucional. Constituição Federal brasileira de 1988.


Lei Complementar. Lei Ordinária.

É importante conhecer e compreender corretamente a relação hierárquica


existente entre as diferentes espécies normativas que integram nosso
ordenamento jurídico.

Cumpre primeiramente esclarecer que a noção de hierarquia ou subordinação


existente entre as normas é relevante principalmente para o controle de
constitucionalidade das leis, bem como para resolver eventual conflito
intertemporal.

Ressalte-se que por vezes, como há normas sucessivas no tempo, haja vista que a
norma só pode ser revogada por outra norma de igual ou superior hierarquia.

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A norma revogadora quando cuida de certa matéria só revogará a norma anterior,


se possuir igual ou superior hierarquia daquela.

Cumpre primeiramente elucidar que não existe uma hierarquia entre normas
constitucionais originárias. De sorte, que todas as normas elaboradas pelo Poder
Constituinte originário, independentemente de seu conteúdo, posicionando-se no
mesmo nível hierárquico.

Portanto, tanto as normas que consagram os direitos fundamentais como as


cláusulas pétreas[1] (#_ftn1) , bem como as normas de conteúdo formalmente
constitucional e até mesmo as normas integrantes do Ato das Disposições
Transitórias (ADCT) pois todas essas normas se situam no mesmo patamar
hierárquico.

Mas para o doutrinador Otto Bachof[2] (#_ftn2) , vislumbra-se duas grandezas de


normas originárias, a saber: as normas consagradas como cláusulas pétreas
seriam hierarquicamente superiores às demais normas constitucionais originárias.

Ipso facto, seria possível a declaração de inconstitucionalidade de normas


constitucionais originárias que ofendessem as cláusulas pétreas.

Vale lembrar ainda que a tese do doutrinador alemão Oto Bachof não é admitida
no Brasil.

Identificam-se duas correntes doutrinárias que informam a tese da


inconstitucionalidade de normas constitucionais:

a) corrente que admite a inconstitucionalidade de normas constitucionais


originárias; e

b) corrente que admite a inconstitucionalidade de normas oriundas de


processo de revisão ou de emenda, sugerindo apenas contradição aparente entre
as normas constitucionais originárias.

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O ordenamento jurídico brasileiro acata a segunda corrente que sustenta que a

iado pa
inconstitucionalidade de normas constitucionais decorre do processo de reforma
da Constituição pelo constituinte derivado, sempre que haja afronta às chamadas
cláusulas pétreas[3] (#_ftn3) (limitação de ordem material) ou ao próprio processo

ra - Wa
de reforma (limitação de ordem formal).

nderso
O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Ferreira Mendes registra
que, após o advento da Constituição de 1988, o Supremo Tribunal Federal

n - 044
deparou-se com casos daquela natureza, todos consubstanciados nos seguintes
julgados: ADI 3.367/DF, Relator Cezar Peluso, DJ 17.3.2006; ADI 3685/DF,

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Relatora Ellen Gracie, DJ 10.8.2006; ADI 3.128/DF Relator p/ acórdão Cezar
Peluso, DJ 18.2.2005; ADI 3.105/DF, Relator Cezar Peluso, DJ 18.2.2005; MS
24.642/DF, Relator Carlos Velloso, DJ 18.06.2004; ADI 1.946/DF, Relator

03 - Pr
Sydney Sanches, DJ 16.5.2003; ADI-MC 1.946/DF, Relator Sydney Sanches, DJ
14.9.2001; ADI-MC 1.805/DF, Relator Néri da Silveira, DJ 14.11.2003; ADI-MC

otegido
1.497/DF, Relator Marco Aurélio, DJ 13.12.2002; ADI-MC 1.420/DF, Relator Néri
da Silveira, DJ 19.12.1997; ADI 997/RS, Relator Moreira Alves, DJ 30.8.1996;
ADI 815/DF, Relator Moreira Alves, DJ 10.5.1996; ADI 939/DF, Relator Sydney por Ed
Sanches, DJ 18.3.1994; ADI-MC 926/DF, Relator Sydney Sanches, DJ 6.5.1994;
ADI 830/DF, Relator Moreira Alves, DJ 16.9.1994; ADI 466/DF, Celso De Mello,
DJ10.5.1991.
uzz.co
m

As cláusulas pétreas[4] (#_ftn4) não se situam em patamar superior


hierarquicamente ao das normas constitucionais originárias.

Lembremos que as cláusulas pétreas[5] (#_ftn5) correspondem às limitações do


Poder Constituinte derivado reformador, na modificação ulterior do texto
constitucional, pois estas não constituem limites impostos à atuação do poder
constituinte originário, na feitura das normas constitucionais originárias.

Segundo a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é inviável o controle de


constitucionalidade de norma constitucional originária em face da outra norma
constitucional originária de hierarquia inferior.

Normas constitucionais derivadas são as resultantes de emendas à Constituição,


por labor do poder constituinte derivado reformador. E, distinguem-se das
normas constitucionais originárias que são aquelas inseridas pelo poder

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constituinte originário na Constituição no momento de sua elaboração.

Tais normas constitucionais derivadas ingressam no ordenamento jurídico no


mesmo nível hierárquico das originárias, portanto, entre essas normas não existe
hierarquia.

Há, entretanto, relevante distinção entre essas, pois enquanto as normas


constitucionais originárias não se submetem ao controle de constitucionalidade,
as normas derivadas poderão ser declaradas inconstitucionais em caso de
violações aos limites estabelecidos pela Constituição Federal[6] (#_ftn6) (art. 60).

Analisando as normas federais, estaduais e municipais e distritais convém


ressaltar que também não existe hierarquia entre as normas oriundas de
diferentes entes da federação brasileira.

Portanto, descabe afirmar a superioridade da lei federal em face da lei estadual ou


municipal. Afinal, o exercício de suas competências legislativas constitucionais,
cada ente federado é dotado de autonomia política, inexistindo subordinação entre
estes.

A prevalência em caso de conflito de normas federais, estaduais e municipais, não


ocorre por critério hierárquico, mas ocorre através de regras de competência
fixadas pelo texto constitucional.

No eventual conflito, a lei que prevalecerá será aquela oriunda do ente federado
competente para o tratamento da matéria, conforme a repartição de competências
estabelecida na CF/1988.

Deve-se ressalvar que existe relação hierárquica entre a Constituição Federal e as


constituições estaduais e Leis Orgânicas municipais. Pois nesse caso, a Carta
Magna situa-se em plano superior em relação a todas as demais. Por sua vez, a
Constituição Estadual está situada de forma superior à Lei Orgânica do Município.
A Lei Orgânica do Distrito Federal é equiparada à Constituição Estadual.

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As espécies normativas primárias são as que integram o processo legislativo


constitucional, ou seja, as emendas constitucionais, leis[7] (#_ftn7)
complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias[8] (#_ftn8) ,
decretos legislativos e resoluções.

As normas primárias porque derivam diretamente da Constituição Federal, vale


dizer, porque retiram o seu fundamento de validade diretamente da Constituição
Federal.

Com exceção das emendas à Constituição (que, propriamente, constituem normas


constitucionais0 todas as demais espécies normativas primárias que integram o
processo legislativo situam-se no mesmo plano hierárquico.

Desta forma, ratifico que não há hierarquia entre lei complementar, lei ordinária,
lei delegada, medida provisória, decreto legislativo e resolução.

A referida distinção entre tais espécies normativas é fixada pela Constituição


Federal, mediante a reserva de matérias a cada uma das espécies.

Trata-se de mera reserva constitucional de competências e, não de relação


hierárquica. Todas as normas que integram o processo legislativo situam-se no
mesmo plano hierárquico.

É curial para compreender o Direito Constitucional, estudar a hierarquia de


normas, pelo que a doutrina denomina pirâmide de Kelsen[9] (#_ftn9) . Tal
pirâmide fora concebida pelo jurista austríaco para fundamentar a sua teoria
baseada na ideia de que as normas jurídicas inferiores (normas fundadas) retiram
seu fundamento de validade das normas jurídicas superiores (normas fundantes).

A referida pirâmide de Kelsen tem a Constituição como seu vértice, por ser esta o
fundamento de validade de todas as demais normas do sistema jurídico. Assim,
nenhuma norma do ordenamento jurídico pode se opor à Constituição: esta é
superior a todas as demais normas jurídicas, as quais são, por isso mesmo,
denominadas infraconstitucionais.

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Dentro da Constituição, existem normas constitucionais originárias e normas


constitucionais derivadas. As originárias são fruto do Poder Constituinte
Originário[10] (#_ftn10) (o poder que elabora a nova Constituição); elas integram o
texto constitucional desde que ele foi promulgado, em 1988.

Enquanto que as normas derivadas são aquelas que resultam da manifestação do


Poder Constituinte Derivado (poder que altera a Constituição), são as chamadas
emendas constitucionais que também se situam no topo da pirâmide de Kelsen.

Cumpre destacar que não existe hierarquia entre as normas constitucionais


originárias; não existe hierarquia entre normas constitucionais originárias e
normas constitucionais derivadas.

Apesar de inexistente hierarquia, há uma importante diferença entre estas: as


normas constitucionais originárias não podem ser declaradas inconstitucionais.

Assim, as normas constitucionais originárias não podem ser objeto de controle de


constitucionalidade. Já as emendas constitucionais, as derivadas, poderão,
efetivamente, ser alvo de controle de constitucionalidade.

Com a promulgação da Emenda Constitucional 45/2004 abriu-se uma nova e


importante possibilidade no ordenamento jurídico brasileiro. Pois os tratados e
convenções internacionais de direitos humanos aprovados em cada Casa do
Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), em dois turnos,
por três quintos dos votos dos respectivos membros, passaram a ser equivalentes
às emendas constitucionais. Situam-se, portanto, no ápice da pirâmide de
Kelsen[11] (#_ftn11) , tendo status de emenda constitucional.

Diz-se que os tratados de direitos humanos, ao serem aprovados por esse rito
especial que ingressaram no chamado bloco de constitucionalidade. Em virtude da
matéria de que tratam (direitos humanos), esses tratados estão gravados por
cláusula pétrea, e, estando, portanto, imunes à denúncia pelo Estado brasileiro.

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O primeiro tratado de direitos humanos a receber o status de emenda


constitucional foi a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com
Deficiência e seu Protocolo Facultativo”.

Os demais tratados internacionais sobre direitos humanos, aprovados pelo rito


ordinário, têm, segundo o STF, “status” supralegal. Isso significa que se situam
logo abaixo da Constituição e acima das demais normas do ordenamento jurídico

A EC nº 45/2004 trouxe ao Brasil, portanto, segundo o Prof. Valério Mazzuoli, um


novo tipo de controle da produção normativa doméstica: o controle de
convencionalidade das leis.

Assim, as leis internas estariam sujeitas a um duplo processo de compatibilização


vertical, devendo obedecer aos comandos previstos na Carta Constitucional e,
ainda, aos previstos em tratados internacionais de direitos humanos regularmente
incorporados ao ordenamento jurídico brasileiro.

As normas imediatamente abaixo da Constituição (infraconstitucionais) e dos


tratados internacionais sobre direitos humanos são as leis (complementares,
ordinárias e delegadas), as medidas provisórias, os decretos legislativos, as
resoluções legislativas, os tratados internacionais em geral incorporados ao
ordenamento jurídico e os decretos autônomos.

Neste momento, é importante perceber quais são as normas infraconstitucionais e


que elas não possuem hierarquia entre si, segundo doutrina majoritária.

Essas normas são primárias, sendo capazes de gerar direitos e criar obrigações,
desde que não contrariem a Constituição.

As normas federais, estaduais, distritais e municipais possuem o mesmo grau


hierárquico. Assim, um eventual conflito entre normas federais e estaduais ou
entre normas estaduais e municipais não será resolvido por um critério
hierárquico; a solução dependerá da repartição constitucional de competências.

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Deve-se perguntar o seguinte: de qual ente federativo (União, Estados ou


Municípios) é a competência para tratar do tema objeto da norma? Nessa ótica, é
plenamente possível que, num caso concreto, uma lei municipal prevaleça diante
de uma lei federal.

Questiona-se, afinal: Existe hierarquia entre a Constituição Federal, as


Constituições Estaduais e as Leis Orgânicas dos Municípios? Sim, a Constituição
Federal está num patamar superior ao das Constituições Estaduais que, por sua
vez, são hierarquicamente superiores às Leis Orgânicas.

As leis complementares[12] (#_ftn12) , apesar de serem aprovadas por um


procedimento mais dificultoso, têm o mesmo nível hierárquico das leis ordinárias.

O que as diferencia é o conteúdo: ambas têm campos de atuação diversos, ou seja,


a matéria (conteúdo) é diferente. Como exemplo, citamos o fato de que a CF/88
exige que normas gerais sobre direito tributário sejam estabelecidas por lei
complementar.

As leis complementares podem tratar de tema reservado às leis ordinárias. Esse


entendimento deriva da ótica do quem pode mais, pode menos”.

Ora, se a CF/88 exige lei ordinária (cuja aprovação é mais simples!) para tratar de
determinado assunto, não há óbice a que uma lei complementar regule o tema.

No entanto, caso isso ocorra, a lei complementar será considerada materialmente


ordinária; essa lei complementar poderá, então, ser revogada ou modificada por
simples lei ordinária.

Diz-se que, nesse caso, a lei complementar irá subsumir-se ao regime


constitucional da lei ordinária.

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As leis ordinárias não podem tratar de tema reservado às leis complementares.

iado pa
Caso isso ocorra, estaremos diante de um caso de inconstitucionalidade[13]
(#_ftn13) formal (nomodinâmica).

ra - Wa
Os regimentos dos tribunais do Poder Judiciário são considerados normas

nderso
primárias, equiparados hierarquicamente às leis ordinárias. Na mesma situação,
encontram-se as resoluções do CNMP (Conselho Nacional do Ministério público) e
do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).

n - 044
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Os regimentos das Casas Legislativas (Senado[14] (#_ftn14) e Câmara dos
Deputados), por constituírem resoluções legislativas, também são considerados

03 - Pr
normas primárias, equiparados hierarquicamente. às leis ordinárias.

Finalmente, abaixo das leis encontram-se as normas infralegais. Elas são normas
otegido
secundárias, não tendo poder de gerar direitos, nem, tampouco, de impor por Ed
obrigações.
uzz.co

Não podem contrariar as normas primárias, sob pena de invalidade. É o caso dos
decretos regulamentares, portarias, das instruções normativas, dentre outras. É
m

preciso ter cuidado para não confundir os decretos autônomos (normas primárias,
equiparadas às leis) com os decretos regulamentares (normas secundárias,
infralegais).

Considerando as mais recentes decisões do STF[15] (#_ftn15) , verifica-se realmente


uma nova configuração na pirâmide de Kelsen. No topo da pirâmide que
hierarquiza o ordenamento jurídico brasileiro está a Constituição Federal, as
Emendas Constitucionais e os Tratados Internacionais que tratam de Direitos
Humanos que passaram pelo procedimento de emendas constitucionais.

No segundo patamar estão situados os tratos internacionais de direitos humanos


que não passaram pelo procedimento de emenda constitucional, pois, segundo o
STF, atualmente, os mesmos, possuem status de norma supralegal, portanto,
estão acima das leis, mas abaixo da Constituição Federal.

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No terceiro patamar situam-se as Leis Ordinárias, Leis Complementares, Leis


Delegadas, Resoluções, Decretos Legislativos, Tratados Internacionais que não
tratem de direitos humanos e, por fim, medidas provisórias. Na base da pirâmide
constam ainda os Decretos, Portarias e demais atos infralegais.

A Reforma Trabalhista introduzida pela Lei 13.467/2017[16] (#_ftn16) e nos chama


atenção pelo acréscimo do segundo parágrafo do artigo 8º da CLT, que dispõe:
"Súmulas e outros enunciados de jurisprudência editados pelo Tribunal Superior
do Trabalho e pelos Tribunais Regionais do Trabalho não poderão restringir
direitos legalmente previstos nem criar obrigações que não estejam previstas em
lei.".

É essencial para entender a aplicabilidade das normas constitucionais que ocorra a


escorreita interpretação da Constituição Federal. Daí se pode deduzir seu alcance e
realizabilidade dos diversos dispositivos da Constituição. Lembrando que todas as
normas constitucionais apresentam juridicidade. Portanto, são imperativas e
cogentes, pois surtem seus efeitos, o que varia é o grau de eficácia.

A doutrina norte-americana(clássica) distingue duas espécies de normas


constitucionais quanto à aplicabilidade: normas autoexecutáveis (self executing) e
as normas não-autoexecutáveis.

As normas autoexecutáveis[17] (#_ftn17) são as que podem ser aplicadas sem a


necessidade de qualquer complementação, assim são normas completas, bastantes
em si mesmas. Enquanto que as não-executáveis são dependentes de
complementação legislativa antes de serem aplicadas.

Trata-se de normas incompletas ou programáticas (pois definem diretrizes para as


políticas públicas) e as normas de estruturação (que instituem órgãos, mas deixam
para a lei a tarefa de organizar o seu funcionamento).

Apesar da doutrina norte-americana seja bastante didática, a classificação de


normas com relação à sua aplicabilidade mais aceita no brasil foi a proposta pelo
Professo José Afonso da Silva.

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Assim, a partir da aplicabilidade das normas constitucionais o referido

iado pa
doutrinador classifica as normas constitucionais, em três grupos, a saber: 1.
normas de eficácia plena; 2. normas de eficácia contida; 3. normas de eficácia
limitada.

ra - Wa
nderso
Normas constitucionais de eficácia limitada[18] (#_ftn18) são aquelas que
dependem de regulamentação futura para produzirem todos os seus efeitos.

n - 044
É um exemplo, o artigo 37, inciso VII, da CF/1988 que trata do direito de greve

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dos servidores públicos (o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica).

03 - Pr
otegido
As normas constitucionais de eficácia limitada possuem as seguintes
características: a) são não-autoaplicáveis, ou seja, dependem de complementação
legislativa para que possam produzir os seus efeitos. b) possuem aplicabilidade por Ed
indireta (dependem de norma regulamentadora para produzir seus efeitos)
mediata (a promulgação do texto constitucional não é suficiente para que possam
produzir todos os seus efeitos) e reduzida (possuem um grau de eficácia restrito
uzz.co

quando da promulgação da Constituição.


m

As normas de eficácia contida estão aptas a produzir todos os seus efeitos desde o
momento em que a Constituição é promulgada. A lei posterior, caso editada, irá
restringir a sua aplicação. As normas de eficácia limitada não estão aptas a
produzirem todos os seus efeitos com a promulgação da Constituição; elas
dependem, para isso, de uma lei posterior, que irá ampliar o seu alcance.

José Afonso da Silva subdivide as normas de eficácia limitada em dois grupos, a


saber: normas declaratórias de princípios institutivos ou organizativos: são
aquelas que dependem de lei para estruturar e organizar as atribuições de
instituições, pessoas e órgãos previstos na Constituição. É o caso, por exemplo, do
artigo 88 da CF/1988, segundo o qual a lei disporá sobre a criação e extinção de
Ministérios e órgãos da administração pública.

As normas definidoras de princípios institutivos[19] (#_ftn19) ou organizativos


podem ser impositivas (quando impõem ao legislador uma obrigação de elaborar a
lei regulamentadora) ou facultativas (quando estabelecem mera faculdade ao

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legislador).

iado pa
ra - Wa
O artigo 88, da CF/1988, é exemplo de norma impositiva, como exemplo de
norma facultativa, o artigo 125, terceiro parágrafo, da CF/1988 que dispõe que a
lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça

nderso
Militar estadual.

n - 044
As normas constitucionais de eficácia plena são aquelas, desde a entrada em vigor
da Constituição, produzem, ou têm possibilidade de produzir, todos os efeitos que

588245
o legislador constituinte quis regular. É o caso de artigo 2º da CF/1988, que diz:
são Poderes da União, independentes e harmônios entre si, o Legislativo, o

03 - Pr
Executivo e o Judiciário.

As normas de eficácia plena possuem as seguintes características, a saber: são


otegido
autoaplicáveis, independem de lei posterior regulamentadora que lhes complete o por Ed
alcance e o sentido.
uzz.co

Isso não significa que não possa existir a lei regulamentadora versando sobre a
norma de eficácia plena. Apesar disto, a norma em questão já produz todos seus
m

efeitos de imediato, independentemente de qualquer tipo de regulamentação.

São não-restringíveis, ou seja, caso existe uma lei tratando de uma norma de plena
eficácia, esta não poderá limitar sua aplicação. Possuem aplicabilidade direta,
imediata e integral (sem sofrer limitações ou restrições).

Já as normas constitucionais de eficácia contida[20] (#_ftn20) ou prospectiva, são


normas que estão aptas produzir todos os seus efeitos desde o momento da
promulgação da Constituição, mas que podem ser restringidas por parte do Poder
Público.

Cabe destacar que a atuação do legislador, no caso das normas de eficácia contida,
é discricionária: ele não precisa editar a lei, mas poderá fazê-lo;

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Um exemplo clássico é o artigo 5º, inciso III da CF/1988, segundo o qual é livre o
exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações
profissionais que a lei estabelecer.

Em razão desse dispositivo, é assegurada a liberdade profissional, desde a


promulgação da Constituição, todos já podem exercer qualquer trabalho. Mas, a
lei poderá estabelecer restrições ao exercício de algumas profissões. É o caso de
aprovação no exame da OAB como pré-requisito no exercício da advocacia.

As normas de eficácia contida possuem as seguintes características, a saber: são


autoaplicáveis, estão aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente da
lei regulamentadora. Mas, depois da regulamentação poderá existir restrições ao
exercício do direito.

São restringíveis, portanto, sujeitas às limitações ou restrições impostas por lei, ou


por outra norma constitucional, artigo 139, da CF/1988 prevê a possibilidade que
sejam impostas restrições a certos direitos e garantias fundamentais durante o
estado de sítio.

Conceitos ético-jurídicos indeterminados[21] (#_ftn21) , é quando se estabelece o


iminente perigo público, que poderá limitar o direito de propriedade.

Possuem aplicabilidade direta, não depende de norma regulamentadora para


produzir seus efeitos, imediata, e possivelmente não-integral.

Normas constitucionais[22] (#_ftn22) de eficácia limitada são aquelas que


dependem de regulamentação futura para produzirem todos os seus efeitos.

É um exemplo, o artigo 37, inciso VII, da CF/1988 que trata do direito de greve
dos servidores públicos (o direito de greve será exercido nos termos e nos limites
definidos em lei específica).

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As normas constitucionais de eficácia limitada possuem as seguintes

iado pa
características:

a) são não-autoaplicáveis, ou seja, dependem de complementação legislativa para

ra - Wa
que possam produzir os seus efeitos;

nderso
b) possuem aplicabilidade indireta (dependem de norma regulamentadora para
produzir seus efeitos) mediata (a promulgação do texto constitucional não é

n - 044
suficiente para que possam produzir todos os seus efeitos) e reduzida (possuem
um grau de eficácia restrito quando da promulgação da Constituição.

588245
As normas de eficácia contida estão aptas a produzir todos os seus efeitos desde o

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momento em que a Constituição é promulgada. A lei posterior, caso editada, irá
restringir a sua aplicação.

otegido
As normas de eficácia limitada não estão aptas a produzirem todos os seus efeitos
por Ed

com a promulgação da Constituição; elas dependem, para isso, de uma lei


posterior, que irá ampliar o seu alcance.
uzz.co
m

José Afonso da Silva subdivide as normas[23] (#_ftn23) de eficácia limitada em dois


grupos, a saber: normas declaratórias de princípios institutivos ou organizativos:
são aquelas que dependem de lei para estruturar e organizar as atribuições de
instituições, pessoas e órgãos previstos na Constituição.

É o caso, por exemplo, do artigo 88 da CF/1988, segundo o qual a lei disporá sobre
a criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração pública.

As normas definidoras de princípios institutivos ou organizativos podem ser


impositivas (quando impõem ao legislador uma obrigação de elaborar a lei
regulamentadora) ou facultativas (quando estabelecem mera faculdade ao
legislador).

O artigo 88, da CF/1988, é exemplo de norma impositiva, como exemplo de


norma facultativa, o artigo 125, terceiro parágrafo, da CF/1988 que dispõe que a
lei estadual poderá criar, mediante proposta do Tribunal de Justiça, a Justiça

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Militar estadual. normas declaratórias de princípios programáticos: são aquelas

iado pa
que estabelecem programas a serem desenvolvidos pelo legislador
infraconstitucional.

ra - Wa
Um exemplo é o art. 196 da Carta Magna (a saúde é direito de todos e dever do

nderso
Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação”).

n - 044
588245
Cabe destacar que a presença de normas programáticas[24] (#_ftn24) na
Constituição Federal é que nos permite classificá-la como uma Constituição-

03 - Pr
dirigente

É importante destacar que as normas de eficácia limitada, embora tenham


otegido
aplicabilidade reduzida e não produzam todos os seus efeitos desde a promulgação por Ed
da Constituição, possuem eficácia jurídica.
uzz.co

Frise-se que a eficácia dessas normas é limitada, porém existente! Diz-se que as
normas de eficácia limitada possuem eficácia mínima. Diante dessa afirmação,
m

cabe-nos fazer a seguinte pergunta: quais são os efeitos jurídicos produzidos pelas
normas de eficácia limitada?

As normas de eficácia limitada produzem imediatamente, desde a promulgação da


Constituição, dois tipos de efeitos: i) efeito negativo; e ii) efeito vinculativo.

O efeito negativo consiste na revogação de disposições anteriores em sentido


contrário e na proibição de leis posteriores que se oponham a seus comandos.
Sobre esse último ponto, vale destacar que as normas de eficácia limitada servem
de parâmetro para o controle de constitucionalidade das leis.

O efeito vinculativo, por sua vez, se manifesta na obrigação de que o legislador


ordinário edite leis regulamentadoras, sob pena de haver omissão
inconstitucional, que pode ser combatida por meio de mandado de injunção ou
Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADO)[25] (#_ftn25) .

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Ressalte-se que o efeito vinculativo também se manifesta na obrigação de que o


Poder Público concretize as normas programáticas previstas no texto
constitucional.

A Constituição não pode ser uma mera “folha de papel”; as normas constitucionais
devem refletir a realidade político-social do Estado e as políticas públicas devem
seguir as diretrizes[26] (#_ftn26) traçadas pelo Poder Constituinte Originário.

As leis ordinárias são aprovadas por maioria[27] (#_ftn27) simples de votos


conforme prevê o artigo 47 da CF/1988, ao passo que as leis complementares
exigem a maioria absoluta de votos, conforme prevê o artigo 69 da CF/1988.

E, a partir dessa distinção o texto constitucional vigente adota a seguinte regra


para a reserva de matéria. Assim, quando se menciona in litteris: “A lei disporá ou
“nos termos da lei”, e, etc, trata-se de lei ordinária.

E quando a Constituição quer reservar certa matéria à lei complementar, está o faz
expressamente, “cabe a lei complementar”, “nos termos da lei complementar”.

Em face do referido tratamento constitucional brasileiro, a relação entre lei


ordinária e lei complementar sempre foi alvo de discussão doutrinária desde a
promulgação da CF/1988.

A lei ordinária não pode disciplinar matéria reservada constitucionalmente para


lei complementar, sob pena de incorrer em inconstitucionalidade formal.

A lei complementar, por sua vez, não pode disciplinar matéria reservada para a lei
ordinária, sem incorrer no vício de inconstitucionalidade formal. Mas, in casu, a
lei complementar perderá seu status de norma complementar e poderá ser depois
revogada, por norma ordinária (trata-se de excepcional hipótese de revogação de
lei complementar por lei ordinária).

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Frise-se novamente que não existe hierarquia entre leis ordinárias e lei
complementares. E, o eventual conflito se resolve pela distinção de matéria entre
essas normas e conforme exista ou não, reserva constitucional específica.

Quanto aos tratados internacionais, compete ao Presidente da República, na


condição do Chefe de Estado, em nome da República Federativa do Brasil,
celebrar tratados internacionais (art. 84, VIII da CF/1988).

Depois de celebrado, caberá ao Congresso nacional aprová-lo, com a expedição de


um decreto legislativo (art. 49, I da CF/1988). Para obter eficácia obrigatória, o
tratado internacional precisa ser promulgado pelo Presidente da República, por
decreto.

Os tratados internacionais[28] (#_ftn28) sobre os direitos humanos (TTDH) são


incorporados por rito especial do terceiro parágrafo do artigo 5º da CF/1988 e,
serão equivalentes às emendas constitucionais brasileiros.

Os mesmos referidos tratados são incorporados pelo rito ordinário e, serão


dotados do status supralegal (norma acima das leis, porém abaixo da
Constituição).

Quanto aos tratados internacionais em geral, que não versem sobre os direitos
humanos têm hierarquia de lei ordinária federal. Quanto aos decretos do
Presidente da República que são expedidos para fiel execução das leis (art.84, IV
da CF/1988).

Compete ainda ao Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre


organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar em
majoração de despesas e nem criação ou extinção de órgãos públicos, e ainda,
extinção de funções de órgãos públicos, quando vagos (art. 84, IV da CF/1988).

Os Regimentos Internos[29] (#_ftn29) dos Tribunais do Poder Judiciário, de acordo


com a competência prevista no artigo 96, I, a da CF/1988 e, são, pois, normas
primárias sendo equiparadas hierarquicamente às leis.

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Também são normas primárias aquelas resoluções do Conselho nacional de


Justiça (CNJ), do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e do Tribunal
de Contas da União (TCU) no âmbito de suas competências constitucionais.

E, também os atos expedidos pelas Agências Reguladoras dentro do âmbito de


suas competências técnicas[30] (#_ftn30) .

O status do direito pré-constitucional, editado na vigência das Constituições


pretéritas, é determinado pela nova Constituição, de acordo com o tratamento por
esta, determinado para cada matéria.

Desta forma, a Constituição federal brasileira de 1988 passou a exigir a lei


complementar para disciplinar certa matéria que na vigência da Constituição
pretérita, a de 1969, era disciplinável por lei ordinária.

A lei ordinária pré-constitucional, se houver compatibilidade material com a


CF/1988, será recepcionada por uma lei com status de lei complementar.

A título didático e, em síntese,


visualizemos a pirâmide abaixo, para melhor compreensão da hierarquia presente
no ordenamento jurídico.

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De qualquer forma, é importante ressaltar que no direito constitucional moderno


e mesmo no contemporâneo não existem direitos fundamentais e nem garantias
fundamentais de natureza absoluta.

Até mesmo o direito à vida poderá ser legitimamente afastado, por exemplo, na
hipótese de guerra declarada, vide o artigo 5º, XLVII da vigente Constituição
federal brasileira.

A necessidade de haver de convivência harmonia[31] (#_ftn31) entre os direitos e


garantias constitucionais impede a existência de valores absolutos principalmente
porque um direito fundamental deverá respeitar os demais que sejam igualmente
protegidos constitucionalmente.

Ensina a boa doutrina que diante de eventual conflito de direitos fundamentais,


deverá o aplicador do direito realizar, a saber: a) afastar a tese da existência da
hierarquia ou subordinação entre os direitos fundamentais conflitantes (isto é, não
deverá o intérprete, nunca partir da premissa de que um dos direitos
fundamentais, abstratamente considerado, é superior ao outro e, que, portanto,
deverá sempre prevalecer.

Ainda diante de colisão de direitos fundamentais no caso concreto, os dois direitos


conflitantes continuarão a viger no ordenamento jurídico. Com a aplicação do
princípio da harmonização ou de concordância prática, é possível emitir juízo da
ponderação entre direitos fundamentais conflitantes, de forma que, partindo de
características do caso concreto, possa decidir pela prevalência de um ou do outro
direito fundamental, sem, contudo, aniquilar qualquer deles.

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Com o princípio da harmonização afasta-se a noção de hierarquia, o caso concreto


mediante a imposição de limites recíprocos aos valores conflitantes, de forma, a
conseguir a concordância prática entre os direitos fundamentais em conflito.

Referências:

ALEXY, Robert. Teoría de los derechos fundamentales. 3ª ed. Madrid: Centro de


Estudios Politicos y Constitucionales, 2002.

BACHOF, Otto. ¿Normas Constitucionales inconstitucionales? Trad. Leonardo


Álvarez Álvarez. Lima: Palestra Editores, 2010.

BACHOF, Otto. Juezes y Constitución. Madrid: Civitas, 1985.

BARROSO, Luís Roberto. Interpretação e Aplicação da Constituição. São Paulo:


Saraiva, 1996.

BONAVIDES, Paulo. Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Malheiros, 2009.

CARVALHO NETTO, Menelick. A Hermenêutica Constitucional sob o paradigma


do Estado Democrático de Direito. In: CATTONI, Marcelo (Org). Jurisdição e
Hermenêutica constitucional no Estado Democrático de Direito. Belo Horizonte:
Mandamentos, 2004.

DE PÁDUA, Thiago. Bachof ensina que, para evitar politização da Justiça,


ministros devem ter mandato. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-
jan-14/thiago-padua-otto-bachof-ensina-ministros-mandato
(https://www.conjur.com.br/2018-jan-14/thiago-padua-otto-bachof-ensina-ministros-mandato)
Acesso em 17.04.2018.

ENGISCH, Karl. Introdução ao pensamento jurídico. 7.ed. Lisboa: Calouste


Gulbenkian 1996.

GRAU, Eros Roberto. Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito.


São Paulo: Malheiros, 2005.

PERELMAN, Chaim. Ética e Direito. São Paulo: Martins Fontes, 1996.

MOREIRA, Mauro Sérgio de Souza. As agências reguladoras do direito brasileiro e


o problema da competência normativa abstrata: possibilidade extensão e limites.
Disponível em: http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?

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n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8205

iado pa
(http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8205)
Acesso em 18.4.2018)

ra - Wa
nderso
n - 044
588245
[1] (#_ftnref1) Tais cláusulas protegeriam o núcleo da Constituição Federal brasileira
contra quaisquer movimentos surgidos em momentos de forte apelo popular,
quando a razão cede o espaço para a emoção. Dessa forma, não haveria a

03 - Pr
possibilidade do nazismo retornar ao poder através de vias legais e legítimas,
restando-lhe, apenas a hipótese de golpe. Geraldo Ataliba reforça a noção mesmo

otegido
que diante do silêncio de uma Constituição, alguns de seus aspectos podem ser
vistos como impossíveis de ser alterados. E, no caso brasileiro, mesmo antes de
1988, defendia-se que tanto a República como a Federação constituíam princípios por Ed
rígidos, eis que protegidos absolutamente mesmo contra eventuais emendas
votadas pela maioria do Congresso Nacional. Nossa Constituição cidadã teve forte
inspiração no constitucionalismo alemão do pós-guerra, dispondo em seu artigo
uzz.co

60,§4º prevê in litteris: "não será objeto de deliberação de proposta de emenda


tendente a abolir: a forma federativa de Estado (I); o voto direito, secreto
m

universal e periódico (II); a separação de poderes (III) ou os direitos e garantias


individuais (IV)".

[2] (#_ftnref2) Otto Bachof (1914-2006) foi jurista alemão que, além de professor de
Direito Público, exerceu a função de juiz do Tribunal Estadual de Baden-
Wüttemberg. É considerado um dos três principais doutrinadores do Direito
Administrativo alemão, bem ao lado de Otto Mayer e Hartmut Maurer. São
imortais dois textos de Otto Bachof, que precisam ser lidos conjuntamente, e de
maneira contextualizada: “Normas Constitucionais Inconstitucionais”
(Verfassungswidrige Verfassungsnormen? – de 1951) e “Juízes e Constituição”
(Grundgesetz und Richtermacht – de 1959), sobretudo num momento jurídico-
político como o que vivenciamos no Brasil, cerca de 30 anos após a promulgação
da Constituição de 1988, pois nosso constitucionalismo brasileiro ainda não fez a
dupla travessia de que fala Giorgio Pino, com base em Giovani Tarello: ainda não
atravessamos a ideia de mudança da constituição como “manifesto político” para a
constituição como “norma”, e nem superamos a ideia de Constituição como
“limite”, para a necessária ideia da Constituição como “fundamento”. Por isso, é
importante, antes de mais nada, contextualizar seu autor, a partir de Francisco

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Sosa Wagner, aquele que escreveu a monumental obra “Maestros alemanes del

iado pa
Derecho publico”, para a qual Bachof representou importante contribuição com
suas memórias sobre épocas, pessoas e episódios.

ra - Wa
[3] (#_ftnref3) Há breve crítica à expressão "cláusulas pétreas", vez que fornece a
ideia de que tais cláusulas estariam "petrificadas" e, portanto, protegidas contra
qualquer espécie de alteração. Ora, conforme ensinou Gilmar Ferreira Mendes no

nderso
Parecer 77, de 1994, referente à revisão da Constituição Federal, as "cláusulas
pétreas" podem ser alteradas desde que a reforma não as suprima nem inicie um

n - 044
processo de erosão da ordem constitucional.

[4] (#_ftnref4) As cláusulas pétreas, na visão de Bachof, seriam superiores às demais

588245
normas constitucionais originárias e, portanto, serviriam de parâmetro para o
controle de constitucionalidade destas. Assim, o jurista alemão considerava
legítimo o controle de constitucionalidade de normas constitucionais originárias.

03 - Pr
No entanto, bastante cuidado: no Brasil, a tese de Bachof não é admitida. As
cláusulas pétreas se encontram no mesmo patamar hierárquico das demais

otegido
normas constitucionais originárias.

[5] (#_ftnref5) Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta: ...§ por Ed
4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: I - a
forma federativa de Estado; II - o voto direto, secreto, universal e periódico; III - a
separação dos Poderes; IV - os direitos e garantias individuais. "
uzz.co

[6] (#_ftnref6) A Constituição além do ato legislativo prevê o costume - fato


consuetudinário - como criador de Direito. Paulo Nader nos dá a definição de
m

costume como sendo: "Um conjunto de normas de conduta social, criadas


espontaneamente pelo povo, através do uso reiterado, uniforme e que gera a
certeza de obrigatoriedade. [...]” neste caso, o indivíduo pertencente à comunidade
entende o costume com o sentido de um dever ser, ou seja, sentido de que se deve
conduzir de acordo com o costume. Sendo assim, os indivíduos praticam os atos
costumeiros na convicção de que tais devam ser praticados.

Portanto entendemos que o próprio indivíduo cria em seu inconsciente uma


espécie de ordem, na qual acredita que a forma como age - consuetudinariamente
- é a obrigatória. Deste modo, o costume produz direito tal como a legislação. Para
que o Direito Consuetudinário seja aplicado devem os órgãos aplicadores ter
competência para tal. E ainda, as normas consuetudinárias só se tornarão normas
jurídicas quando essas forem reconhecidas pelos tribunais. Para que isso ocorra, o
tribunal devera saber se a norma costumeira contém todos os requisitos para se
validar o costume.

[7] (#_ftnref7) Kelsen ainda faz a diferenciação entre lei e decreto. Ele os considera
como subdivisões do escalão da produção de normas gerais. Em regra, as leis são
produzidas por um parlamento, porem a Constituição permite que em certos casos
excepcionais o governo ou determinado órgão administrativo editem normas

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gerais. Estas normas que não são oriundas do parlamento são denominadas de
decretos, que ainda podem ser regulamentares ou decretos-leis. Juntamente com
as leis, os costumes e os decretos, as jurisprudências compõem o patamar das
normas gerais da pirâmide kelseniana. Assim reza a doutrina de Paulo Nader:
"Jurisprudência em sentido estrito: [...] conjunto de decisões uniformes,
prolatadas pelos órgãos do Poder Judiciário, sobre uma determinada questão
jurídica".

Por fim, na base da pirâmide Kelseniana temos as normas individualizadoras.


Encontramos neste patamar a figura dos negócios jurídicos e das decisões
judiciais. A respeito das decisões judiciais, Kelsen afirma que estas não possuem
apenas caráter declaratório, pois a sua função vai muito além de se descobrir e
declarar direitos. Possui a decisão judicial, então, para Hans Kelsen um caráter
constitutivo, pois o tribunal deverá primeiramente verificar a constitucionalidade
da norma a ser aplicada, e somente depois de se ter feito toda analise necessária é
que a norma tornar-se-á passível de aplicação ao caso concreto. Somente neste
momento, então, pode se dizer que a lei é vigente.

[8] (#_ftnref8) A medida provisória também é de competência do Presidente da


República, que a edita com o fito de sanar uma situação urgente. Tem seu prazo
por trinta dias, prorrogáveis por 60. Não se confunde com a lei, muito embora se
ache revestida dela. É uma exceção ao princípio constitucional da separação dos
poderes, haja vista que o Presidente legisla. Há de se apresentar o periculum in
mora o Presidente para propor a medida. Por se tratar de uma situação
extraordinária, a Constituição estabeleceu garantias formais, tentando, com isso,
evitar abusos.

[9] (#_ftnref9) A teoria da hierarquia das normas jurídicas é um sistema de


escalonamento das normas, que também é chamado de “Pirâmide de Kelsen” por
que foi proposto por Hans Kelsen, jurista austríaco nascido ao final do século XIX.
A existência da “Pirâmide” tem por fim demonstrar a validade das normas
jurídicas: Sendo de acordo com a norma que lhe é superior, uma norma é válida e,
portanto, tem potencial para surtir efeitos (ou seja, ser de cumprimento
obrigatório, por assim dizer) na sociedade a qual pertence.

[10] (#_ftnref10) O Poder Constituinte Originário é formado com esta tarefa:


Romper com a Ordem vigente e instaurar Novo Estado. Após o cumprimento
desta tarefa, o Poder Constituinte é dissolvido, até que haja motivos político-
sociais para nova reunião (Esses motivos são sempre romper com a Ordem
Jurídica existente e instaurar uma nova Ordem).

[11] (#_ftnref11) Kelsen também estabelece uma hierarquização das normas,


atribuindo a existência destas na dicotomia: Norma superior-fundante versus
Norma inferior-fundada, a primeira sempre direciona esta última. A norma
superior-fundante é quem regula e institui a criação e os métodos utilizados na
norma inferior-fundada. Entretanto, o autor, se depara com uma resistência: se

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há sempre uma superior-fundante, isto é, a Constituição emanando direções às


normas inferiores, como se ocorre a existência de uma norma superior que orienta
a própria constituição (norma superior-fundante)?

Surge nesse momento a norma "hipotética" fundamental, a qual se estabelece


como uma pressuposição, uma hipótese capaz de dar identidade e identificar as
normas da ordem jurídica. Em princípio, desempenha o papel de desvincular o
direito das deduções, dos pensamentos metafísicos, no entanto, Kelsen se vê
obrigado a utilizar da transcendentalidade para justificar sua teoria. Assim a
norma "hipotética" fundamental trata-se de um pensamento, uma pressuposição
situada em um plano superior e inacessível, estando além do ordenamento
jurídico, mas, é ela quem confere, segundo o autor, validade a todo o ordenamento
jurídico.

[12] (#_ftnref12) As diferenças traçadas na doutrina sobre a lei complementar e a lei


ordinária, atende aos seguintes critérios, a saber: a) quanto ao quórum de
aprovação: a lei complementar é aprovada por maioria absoluta (vide artigo 69
CF/1988); já a lei ordinária é somente aprovada por maioria simples (artigo 47 do
CF/1988); quanto a matéria. A lei complementar trata de matérias específicas da
Constituição federal brasileira, ao passo que, a lei ordinária é exigida apenas de
forma residual, nos casos em que não existir a expressa exigência de lei
complementar.

[13] (#_ftnref13) Medida Liminar em ADIN e ADC – Pode ser concedida no


periculum in mora, ou seja, se a inconstitucionalidade representar uma ameaça ao
direito imediato.
A medida liminar também faz repristinar a norma e o direito anterior, caso haja,
que teriam sido revogados pela norma arguida de inconstitucionalidade. Neste
meio tempo, nada impede o surgimento de nova lei, atendido todos os princípios
constitucionais de criação.

[14] (#_ftnref14) Senado Federal: não é obrigado a suspender uma lei declarada
inconstitucional pelo STF, no controle incidental, nem há previsão de prazo para
isto. O Senado também não pode estender ou restringir o julgado do STF, nem
revogar o seu ato de suspensão se já suspendeu a norma.

[15] (#_ftnref15) STF: pode restringir os efeitos da declaração de


inconstitucionalidade, em virtude de segurança jurídica, podendo fazer com que
ela não retroaja ex-tunc totalmente, ou que retroaja apenas de uma determinada
data, ou ainda, que venha a ter eficácia a partir do trânsito em julgado ou outro
momento fixado

[16] (#_ftnref16) Há pelo menos dez pontos principais de inconstitucionalidade na


referida reforma, a saber: enfraquecimento da Justiça do Trabalho; pois com a
aprovação do artigo 611-A foi retirada da Justiça do Trabalho a competência de
analisar o conteúdo material das normas coletivas (Convenções e Acordos

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Coletivos de Trabalho), restando a esta somente a função de examinar o aspecto


formal dos instrumentos); após a aplicação dessa reforma, a Justiça só poderá
acompanhar se a CCT ou o ACT for devidamente registrado em cartório, sem
poder questionar partes do texto que atentem contra os princípios trabalhistas,
conclusão que contraria os artigos 114 e 5º da CF/1988; A partir de novembro de
2017 a redução, prorrogação ou qualquer mudança na jornada de trabalho do
funcionário poderá ser regulada por acordo individual. O que contradiz o inciso
13, do artigo 7º da CF/1988 que prevê a regulamentação da jornada mediante
Convenção ou Acordo Coletivo.

Considerada uma inconstitucionalidade indireta por prever uma redução do


repasse do INSS e do FGTS, a reforma trabalhista deixa de julgar benefícios como
auxílios, prêmios, abonos parte da remuneração. A mudança além de afetar os
ganhos do trabalhador, também altera a arrecadação dos encargos sociais,
reduzindo o valor a ser recebido pelos trabalhos após sua aposentadoria ou na
ocasião do saque do FGTS. Com a reforma trabalhista se institucionalizou o prelo
da vida do ser humano ao vincular a possível indenização em casos de danos
morais com salário do trabalhador ofendido e vitimado. A norma que permite os
acordos e convenções estarem acima da legislação brasileira, independente se seus
textos aperfeiçoam ou pioram as condições sociais e econômicas do trabalhador.

Há um crasso desrespeito do artigo 7º da CF/1988 que garante a vigência de


determinados princípios básicos das leis trabalhistas que só podem ser alterados
quando aprimorarem as relações laborais. A jornada laboral poderá ser
monitorada através de qualquer método deliberado em acordos individuais, sem
necessariamente seguir os parâmetros ditados pelo Ministério do Trabalho. A
possibilidade da terceirização da atividade-fim vem colaborar com a precarização
do trabalho, de qualquer empreendimento. O que poderá gerar redução salarial e
extinguir vínculo empregatício por meio de carteira assinada. Previu ainda o fim
da obrigatoriedade da contribuição sindical.

A previsão de sindicatos fora das mesas de negociações é violação do artigo 8º da


CF/1988, a reforma prevê que é possível as empresas com mais de duzentos
funcionários podem eleger representantes não-sindicalizados. Por derradeiro, a
inconstitucionalidade da jornada de 12 horas por 36 horas em ambiente insalubre,
o que viola o artigo sétimo da CF/1988 sobre a redução dos riscos inerentes do
trabalho.

[17] (#_ftnref17) Normas constitucionais autoexecutáveis são aquelas que devem ser
aplicadas imediatamente, a partir da entrada em vigor da Constituição, sem a
necessidade de regra jurídica infraconstitucional posterior. As normas de eficácia
plena são normas consideradas autoaplicáveis ou autoexecutáveis, uma vez que
não dependem de legislação posterior para sua aplicabilidade integral, não
podendo sofrer restrições em suas regras e preceitos normativos.

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[18] (#_ftnref18) Também chamadas de normas de aplicabilidade mediata ou


diferida) - não produzem efeitos imediatamente, porque dependem da edição de
uma lei infraconstitucional. José Afonso da Silva ressalta que a norma de
eficácia limitada produz desde logo, ao menos, o efeito de vincular o legislador
infraconstitucional às suas diretrizes, ou seja, condiciona a legislação futura e ao
mesmas normas de eficácia limitada (também chamadas de normas de
aplicabilidade mediata ou diferida) - não produzem efeitos imediatamente,
porque dependem da edição de uma lei infraconstitucional. José Afonso da Silva
ressalta que a norma de eficácia limitada produz desde logo, ao menos, o efeito de
vincular o legislador infraconstitucional às suas diretrizes, ou seja, condiciona a
legislação futura e ao mesmo tempo revoga a legislação precedente que com ela
conflita. (Ex.: art. 192, §3º = juros (já revogado) e arts. 37, XI; 39 § 4º e 48, XV
tempo revoga a legislação precedente que com ela conflita. (Ex.: art. 192, §3º =
juros (já revogado) e arts. 37, XI; 39 § 4º e 48, XV.

[19] (#_ftnref19) As normas de princípio institutivo, que também poderiam chamar-


se de princípio orgânico ou organizativo caracterizam-se por indicarem uma
legislação futura que lhes complete a eficácia e lhes dê efetiva aplicação. São
aquelas “através das quais o legislador constituinte traça esquemas gerais de
estruturação e atribuições de órgãos, entidades ou institutos, para que o legislador
ordinário os estruture em definitivo, mediante lei”. Podem ser impositivas,
quando determinam ao legislador, em termos peremptórios, a emissão de uma
legislação integrativa (Ex: arts. 20, §2º; 32, §4º; 33; 37, XI; 88; 90, §2º; 91, §2º,
107, parágrafo único.; 109,VI; 111, §3º, 113 e 128, §5º; 121; 146, 165, §9º, e 163,
etc.) e facultativas ou permissivas, quando não impõem uma obrigação, limitando-
se a dar ao legislador ordinário a possibilidade de instituir ou regular ou a situação
nelas delineada (Ex: arts. 22, parágrafo único.; 125, §3º,; 195, §4º; 25, §3º, etc.).

[20] (#_ftnref20) Para Chimenti, a norma constitucional de eficácia contida,


redutível, ou de integração restringível é aquela que prevê que legislação inferior
poderá compor o seu significado. A norma infraconstitucional (subalterna) pode
restringir o alcance da norma constitucional por meio de autorização da própria
Constituição.

[21] (#_ftnref21) Segundo Genaro Carrió, o conceito indeterminado não se confunde


com o ambíguo, pois enquanto este último tem mais de um significado, sendo
superada a dificuldade interpretativa quando o contexto em que a palavra é
utilizada é explicitado, o conceito indeterminado ou vago não se origina da falta de
informação acerca de seu objeto, mas no campo ou abrangência de sua aplicação.
Nos exemplos fornecidos pelo autor, enquanto rádio é palavra ambígua, pois tanto
pode significar aparelho elétrico utilizado para escutar música ou notícias ou
metal descoberto pelo casal Curie, sendo que o contexto em que o termo é
utilizado dissipa as eventuais dúvidas acerca do seu emprego, jovem é conceito
indeterminado, pois muito embora todos saibam o seu significado, não dá para
precisar com exatidão qual a idade em que o ser humano deixa de ser jovem.

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[22] (#_ftnref22) Eficácia Plena – São de aplicação direta e imediata e


independem de uma lei que venha mediar os seus efeitos. As normas de eficácia
plena também não admitem que uma lei posterior venha a restringir o seu alcance.

Eficácia Contida – Assim como a plena é de aplicação direta e imediata não


precisando de lei para mediar os seus efeitos, porém, poderá ver o seu alcance
limitado pela superveniência de uma lei infraconstitucional, por outras normas da
própria Constituição estabelece ou ainda por meio de preceitos ético-jurídicos
como a moral e os bons costumes.

Eficácia Limitada – São de aplicação indireta ou mediata, pois há a necessidade


da existência de uma lei para “mediar” a sua aplicação. Caso não haja
regulamentação por meio de lei, não são capazes de gerar os efeitos finalísticos
(apenas os efeitos jurídicos que toda norma constitucional possui).

Pode ser: a) Normas de princípio programático (normas-fim) - Direcionam a


atuação do Estado instituindo programas de governo; b) Normas de princípio
institutivo - Ordenam ao legislador a organização ou instituição de órgãos,
instituições ou regulamentos.

[23] (#_ftnref23) A criação de Philip Heck a paradigmática imagem da lâmpada de


leitura, em que entre o foco de luz e a escuridão, há uma zona cinzenta. Trata-se de
metáfora do núcleo e do halo conceitual de conceituo jurídico indeterminado.
Assim, utilizou-a Engisch, quando se tem uma noção clara do conteúdo e extensão
do conceito, está-se no domínio do núcleo conceitual (Begrggker); onde as
dúvidas começam, inicia-se o halo do conceito (Begriffhof). Desta forma, a
indeterminação do conceito se localiza entre a zona de certeza negativa e a zona de
certeza positiva.

[24] (#_ftnref24) Normas constitucionais definidoras de princípio programático.


São programáticas “aquelas normas constitucionais através das quais o
constituinte, em vez de regular, direta e imediatamente, determinados interesses,
limitou-se a travar-lhes os princípios para serem cumpridos pelos seus órgãos
(legislativos, executivos, jurisdicionais e administrativos), como programas das
respectivas atividades, visando a realização dos fins sociais do Estado”. Segundo
os sujeitos mais diretamente vinculados, as normas programáticas da Constituição
podem ser indicadas em três categorias:

I – Normas programáticas vinculadas ao princípio da legalidade: a) participação


nos lucros... (art.7º, XI);

b) proteção do mercado de trabalho da mulher (art. 7º,XX); c) proteção em face


da automação (art. 7º, XXVII); d) repressão ao abuso de poder econômico...
(art.173, §4º); e) incentivos para a produção e o conhecimento de bens culturais
(art. 216, §3º); f) estímulo às empresas que invistam em pesquisa e tecnologia
(art. 218, §4º).

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II – Normas programáticas referidas aos Poderes Públicos: a) à União – arts. 21,


IX (48, IV); 184; 211, §1º; b) aos Poderes Públicos em geral: arts.: 215; 215, §1º;
216, §1º; 217; 218, §3º; 226; 227, §1º. III – Normas programáticas dirigidas à
ordem econômico-social em geral: arts. 170; 193. As normas de princípio
programático têm as seguintes características:

“I – São normas que têm por objeto a disciplina dos interesses econômico-sociais,
tais como: realização da justiça social e existência digna; valorização do trabalho;
desenvolvimento econômico; assistência social, intervenção do Estado na ordem
econômica, amparo à família; combate à ignorância; estímulo à cultura, à ciência e
à tecnologia.

II – São normas que não tiveram força suficiente para se desenvolver


integralmente, sendo acolhidas, em princípio, como programa a ser realizado pelo
Estado, por meio de leis ordinárias ou de outras providências. III – São normas de
eficácia reduzida, não sendo operantes relativamente aos interesses que lhes
constituem objeto específico e essencial, mas produzem importantes efeitos
jurídicos...”.

[25] (#_ftnref25) Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão - ADO é a ação


pertinente para tornar efetiva norma constitucional em razão de omissão de
qualquer dos Poderes ou de órgão administrativo. Como a Constituição Federal
possui grande amplitude de temas, algumas normas constitucionais necessitam de
leis que a regulamentem.

A ausência de lei regulamentadora faz com que o dispositivo presente na


Constituição fique sem produzir efeitos. Desta forma, a ADO tem o objetivo de
provocar o Judiciário para que seja reconhecida a demora na produção da norma
regulamentadora. Caso a demora seja de algum dos Poderes, este será cientificado
de que a norma precisa ser elaborada. Se for atribuída a um órgão administrativo,
o Supremo Tribunal Federal determinará a elaboração da norma em até 30 dias. A
Constituição Federal de 1988 adotou a ação de inconstitucionalidade por omissão
em seu art. 103, § 2°. Espécies de omissão: A omissão poderá ser total ou parcial;
A omissão total, quando não houver o cumprimento constitucional do dever de
legislar; A omissão parcial, quando houver lei integrativa infraconstitucional,
porém, de forma insuficiente A inconstitucionalidade por omissão parcial poderá
ser parcial propriamente dita ou parcial relativa; Omissão parcial propriamente
dita – a lei existe, mas regula de forma deficiente o texto; Omissão parcial relativa
- surge quando a lei existe e outorga determinado benefício à certa categoria mas,
deixa de concedê-lo a outra, que deveria ter sido contemplada. Ressalte-se que o
Poder Judiciário não tem poder legislativo, portanto não pode aumentar
vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia (Súmula 339 do
STF).

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[26] (#_ftnref26) Os conceitos jurídicos indeterminados oferecem, dependendo do


caso concreto, maior dificuldade na atividade interpretativa. Todavia, enquanto
que em outras disciplinas jurídicas, o juiz é obrigado a solucionar os conflitos que
lhes são submetidos, tendo em vista que não pode abrir mão de sua atribuição de
decidir, mesmo diante de situações obscuras, na aplicação do Direito
Administrativo existe o pressuposto da discricionariedade em sua interpretação.

[27] (#_ftnref27) Maioria Absoluta - É a exceção – a CF dirá quando será


necessária a utilização da maioria absoluta. Esta é fixa, NÃO se altera. É o
primeiro número inteiro acima da metade dos membros da casa legislativa, mas
trata-se da metade dos membros, ou seja, mesmo quem não for, conta. Ex: a
Câmara dos Deputados Federais tem 513 membros. Sua maioria absoluta será
sempre de 257 votos, enquanto a maioria simples pode variar de acordo com os
presentes. Não há manifestação legislativa sem que ao menos a maioria absoluta
de votos se faça presente.

Maioria Simples - A maioria simples ou relativa é a regra, toda deliberação


legislativa em regra deve ser tomada pela maioria simples de voto. É o que se
extrai do Art. 47, da Constituição: “Salvo disposição constitucional em contrário,
as deliberações de cada Casa e de suas Comissões serão tomadas por maioria dos
votos, presente a maioria absoluta de seus membros.” É variável, depende do
número de parlamentares presentes naquela sessão. É qualquer maioria desde que
se faça presente ao menos a maioria absoluta de votos. É necessário para
aprovação de lei ordinária, decreto legislativo, resoluções.

A diferença entre as duas é a quantidade de pessoas que estarão presentes. Na


maioria absoluta não importa a quantidade de pessoas, pois a maioria absoluta
será sempre fixa. Por exemplo, se existem 100 deputados, mas comparecem 54, a
maioria absoluta de votos deve ser no mínimo 51 votos. Pegando o mesmo
exemplo, na maioria simples seria de 28 votos. Ainda de acordo com o art. 47,
CF/88, em ambos os casos, para que haja a sessão de deliberação, é necessária a
presença mínima da maioria absoluta de parlamentares.

Maioria Qualificada - É apenas utilizada para normas especiais. Ocorre


quando é necessária a aprovação por mais votos do que os da maioria simples.
Normalmente se estabelecem dois terços, ou de três quintos dos votos (a partir do
número total de componentes da casa) para a aprovação do que foi proposto. Um
exemplo é disso é o quórum para instauração de processo contra Presidente e o
Vice-Presidente da República e os Ministros de Estado, disposto no art. 51:
“Compete privativamente à Câmara dos Deputados: I – autorizar, por dois terços
de seus membros, a instauração de processo contra o Presidente e o Vice-
Presidente da República e os Ministros de Estado […]”.

[28] (#_ftnref28) STF: não aprecia constitucionalidade sobre normas originárias


(constitucionais ou do Poder Constituinte originário). Interpretação da CF:
utilizam-se vários elementos (políticos, econômicos, sociológicos, etc), não só as

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regras do Direito. Inconstitucionalidade superveniente: não existe no Brasil, só


revogação tácita.

Interpretação da CF: não pode contrariar a própria CF. Recepção de lei pela CF:
formal e material. Emenda: mesmo plano hierárquico da CF.

Inconstitucionalidade quanto à forma: total. Controle de Constitucionalidade:


juiz ou Tribunal no país. Lei Complementar / ordinária / delegada: não há
hierarquia. Tratados internacionais: nível de lei federal ordinária. Não podem
dispor sobre matéria de Lei complementar. Podem ser revogados por lei
ordinária.

[29] (#_ftnref29) Tanto a doutrina como a jurisprudência majoritária entende ser o


regimento interno de tribunal lei em sentido material, esclarecendo que apesar de
não haver obediência ao processo legislativo, por respeito aos princípios da
harmonia, autonomia e autogoverno dos Poderes, devem assim ser considerados.
Concluiu José Cretella Junior que o regimento interno, que é lei material dos
tribunais, estabelecerá o regime jurídico-administrativo, quanto às funções
processuais e as funções administrativas.

[30] (#_ftnref30) No tocante ao modelo adotado pelo Brasil as principais conclusões


a que chegamos foram as seguintes: Primeiro, que a despeito de sua natureza de
autarquia de regime especial, as agências possuem, ao lado de competências
específicas - indicadas tendo em vista o objetivo pelo qual foi criada, p.ex.
ANATEL, telecomunicações, ANVISA, saúde etc - são dotadas de competências
gerais de igual modo àquelas observadas nas demais autarquias; Segundo, dentre
as competências específicas ressuma relevante a existência da competência
normativa abstrata das agências; Terceiro, que essa competência abstrata não diz
respeito a criação de normas jurídicas em sentido estrito (que somente pode, em
regra, ser editada pelo Poder Legislativo), mas apenas à edição de regulamentos
administrativos; Quarto, os regulamentos administrativos editados pelas agências
devem sempre ser pautados no espírito da lei que o respalda, de modo que sendo
editado em confronto com a lei, nascerá eivado do vício de ilegalidade, estando
sujeito à anulação pela administração ou pelo Poder Judiciário; Quinto,
inexistindo previsão legal expressa acerca da situação objeto do regulamento, tal
não significa que o mesmo possa ser caracterizado como regulamento autônomo
(situação vedada pelo direito brasileiro), uma vez que seria inviável exigir do
legislador a previsão de todas as situações peculiares (e no caso das agências as
peculiaridades guardam continência com a situação técnica específica) à qual
cada agência está apta a regular; Sexto, que a solução contida na norma
administrativa deve sempre revelar a melhor aplicação da disciplina delineada
pela lei, significando exatamente o reconhecimento da garantia fundamental de
que ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em virtude de lei,
mas afastando a afirmação de que tudo aquilo que alguém está obrigado a fazer
ou deixar de fazer estaria previsto numa lei.

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Licenc
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(In: MOREIRA, Mauro Sérgio de Souza. As agências reguladoras do direito

iado pa
brasileiro e o problema da competência normativa abstrata: possibilidade
extensão e limites. Disponível em:
http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?

ra - Wa
n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8205 Acesso em 18.4.2018).

[31] (#_ftnref31) Conclui-se que vige a seguinte hierarquia das leis no ordenamento

nderso
jurídico pátrio, a saber:

1º Constituição Federal; 2º ADCT Atos das Disposições Constitucionais

n - 044
Transitórias; 3º Emenda Constitucional; 4º Lei Complementar; 5º Lei Ordinária;
6º Lei Delegada; 7º Medida Provisória; 8º Decreto Legislativo; 9º Resoluções. (In:

588245
DAS NEVES, Rafael F. Hierarquia das Leis. Disponível em:
https://rafaneves83.jusbrasil.com.br/artigos/237305942/hierarquia-das-leis
(https://rafaneves83.jusbrasil.com.br/artigos/237305942/hierarquia-das-leis) Acesso em

03 - Pr
18.4.2018).

otegido
por Ed
Autor
Gisele Leite
uzz.co

Professora universitária por mais de duas décadas. Mestre em


m

Direito, mestre em Filosofia. Doutora em Direito.


Pesquisadora-Chefe do Instituto Nacional de Pesquisas Jurídicas. Articulista
das revistas e sites jurídicos renomados. Consultora do IPAE.<br>

Informações sobre o texto

Este texto foi publicado diretamente pela autora. Sua divulgação não depende de
prévia aprovação pelo conselho editorial do site. Quando selecionados, os textos
são divulgados na Revista Jus Navigandi.

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