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Camila Martins1
Elsimei Santos Lucena2
Charles Alexandre Souza Armada3
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo abordar os limites quanto ao poder Soberano
de um Estado quando esse é conflitado com a proteção do meio ambiente, mais
precisamente quanto às questões referentes à Amazônia Legal, abordando
primeiramente os conceitos de Soberania, chegando ao questionamento se a
Amazônia é um patrimônio comum da humanidade e sobre o direito que os Estados
possuem de intervir no território de outrem quando o que está em jogo é a proteção
de uma floresta de forte importância mundial. Ao final é posto em análise que
nenhuma soberania é capaz de estar à frente da proteção da “vida” e que os
Estados têm o poder/dever de intervirem nos demais.
Introdução
1
Acadêmica do 6º período do curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI -
Campus Balneário Camboriú, e-mail: <camimartttins@gmail.com>.
2
Acadêmico do 4º período do curso de Direito da Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI -
Campus Balneário Camboriú, e-mail: <elsimeilucena@gmail.com>.
³ Doutor em Ciência Jurídica pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, e em Derecho Ambiental
y de la Sostenibilidad pela Universidade de Alicante, na Espanha, e-mail:
<charlesarmada@hotmail.com>.
1
1. O ESTADO E A SOBERANIA
4
KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direito e do Estado. 3. Ed. São Paulo: Martins Fontes, 1998.p 268.
5
COLOMBO, Silvana. Da noção de soberania dos Estados à noção de ingerência ecológica. Revista
de Direitos Fundamentais & Democracia. Curitiba, v. 1, n.1, jan/jun. 2007. P. 209.
2
6
Pacto internacional sobre direitos econômicos, sociais e culturais, 1992.
7
Idem. Colombo, 2007.p. 222.
3
8
Morin, Edgar; KERN, Anne Brigitte. Terra-Pátria. Porto Alegre: Sulina, 2003. p.65.
9
Organização das Nações Unidas.
10
Conferências de meio ambiente e desenvolvimento sustentável: um miniguia da ONU.
11
Em 1992 ocorreu no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (Rio 92).
12
Em 1992 ocorreu no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o
Desenvolvimento (Rio 92). O relatório final, que inclui todos os discursos entregues por escrito à
ONU. Dez anos depois, em 2002, ocorreu em Joanesburgo, na África do Sul, a Rio+10 e em 2012,
novamente no Rio de Janeiro, ocorreu a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20. Por fim, em setembro de 2015, ocorreu em Nova York, na sede da ONU, a
Cúpula de Desenvolvimento Sustentável. Nesse encontro, todos os países da ONU definiram os
novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) como parte de uma nova agenda de
desenvolvimento sustentável que deve finalizar o trabalho dos ODM (os Objetivos do Milênio) e não
deixar ninguém para trás.
13
Declaração de Estocolmo sobre os Direitos Humanos.
4
Nesse sentido podemos dizer que o direito ambiental está diretamente ligado
ao direito do homem.
14
Uma nova maneira de pensar, agora com uma preocupação maior referente às questões
ambientais.
15
Constituição Federal do Brasil.
5
16
Idem. MORIN, Edgar; KERN, Anne Brigitte. p.69.
6
realizada dentro de seu próprio território, ficando clara, então, a importância dada às
questões ambientais que deve prevalecer sobre qualquer direito soberano.
5. DIREITO À INGERÊNCIA
17
SOARES, Guido Fernando Silva. A proteção internacional do meio ambiente. Barueri-SP: Manole,
2003, p. 173.
7
18
BACHELET, Michel. Op. cit., 1993, p. 272.
19
SOARES, Guido Fernando Silva. A proteção internacional do meio ambiente. Barueri-SP: Manole,
2003, p. 173.
8
20
Stephen Martin Walt é um professor americano de assuntos internacionais na Escola de Governo
John F. Kennedy da Universidade de Harvard. Ele pertence à escola realista das relações
internacionais. Ele fez contribuições importantes para a teoria do neorrealismo defensivo e é autor do
equilíbrio da teoria da ameaça.
21
Estados Unidos da América.
22
Thomas Lovejoy é um ambientalista e biólogo norte-americano especializado em conservação,
ecologia e biologia tropical. Fez estudos superiores na Universidade de Yale, desde 1965 trabalha
principalmente no Brasil, e em sua distinta carreira ocupou e ocupa posições de destaque.
23
Jair Messias Bolsonaro, atual presidente do Brasil.
24
Christopher Sabatini é Lecurer em Disciplina na Escola de Relações Públicas e Internacionais
(SIPA) da Columbia University, o fundador e diretor executivo da nova pesquisa sem fins lucrativos, a
Global Americans e o editor de seu site de notícias e
opiniões www.LatinAmericaGoesGlobal.org . Com o apoio da National Endowment for Democracy e
da Ford Foundation, a Global Americans realiza pesquisas sobre inclusão social e política externa e
democracia e direitos humanos.
9
25
SILVA, José Afonso da. Direito ambiental constitucional, 3ª ed., cit., p. 67.
26
COLOMBO, Silvana. O Direito de Ingerência Ecológica dos Estados. Cit. p. 108.
10
O direito, seja ele qual for, dirige-se sempre aos homens. O homem é
a finalidade última do Direito. Este somente existe para regulamentar
a vida entre os homens. Ele é produto do homem. Ora, não poderia o
DI negar ao indivíduo a subjetividade internacional. Negá-la seria
desumanizar o DI e transformá-lo em um conjunto de normas ocas
sem qualquer aspecto social. Seria fugir ao fenômeno de
socialização que se manifesta em todos os ramos do Direito27.
27
MELLO, Celso de Albuquerque. Curso de direito internacional público. 4. ed. rev. e aum. Rio de
Janeiro: Freitas Bastos, 1976. v. 1, p. 416.
28
Comissão Inter Americana de Direitos Humanos.
11
Entende Fernando Luiz Ximenes Rocha quanto aos direitos humanos que “o
indivíduo possui direitos anteriores e superiores aos do Estado, e este deve respeitá-
los, porquanto o Estado existe em função do homem, com o fim de realizar suas
necessidades, proteger seus direitos sem jamais usurpá-los. Deste modo, os direitos
da pessoa humana não podem deixar de ser reconhecidos e respeitados pelo
Estado” 30·.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
KELSEN, Hans. Teoria Geral do Direito e do Estado. 3. Ed. São Paulo: Martins
Fontes, 1998.
COLOMBO, Silvana. Da noção de soberania dos Estados à noção de ingerência
ecológica. Revista de Direitos Fundamentais & Democracia. Curitiba, v. 1, n.1,
jan/jun. 2007. Disponível em: <
http://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/75> Acesso
em agosto de 2019.
MAZZUOLI , Valério de Oliveira. A proteção internacional dos direitos humanos
e o direito internacional do meio ambiente. Disponível em: <
http://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/1141> Acesso
em agosto de 2019.
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em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm> Acesso em
agosto de 2019.
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Ciência Política) – Departamento de Ciência Política da Faculdade de Filosofia e
Ciências Humanas, Universidade de São Paulo. São Paulo, p. 233. 2007. Disponível
em: <https://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/militares-
amazonia/txt_AdrianaMarques.pdf> Acesso em agosto de 2019.
MELLO, Celso de Albuquerque. Curso de direito internacional público. 4. ed. rev.
e aum. Rio de Janeiro: Freitas Bastos, 1976. v. 1.
SOARES, Guido Fernando Silva. A proteção internacional do meio ambiente.
Barueri-SP: Manole, 2003.
PASSOS, Priscilla Nogueira Calmon de. A conferência de Estocolmo como ponto
de partida para a proteção internacional do meio ambiente. Disponível em:
<http://revistaeletronicardfd.unibrasil.com.br/index.php/rdfd/article/view/18> Acesso
em agosto de 2019.
LOPES, Alexandre Marcel., GALVÃO, Silvano Macedo.; COSTA E SILVA, Tatiana
Monteiro. Soberania Ambiental. Anais do XV Congresso Nacional CONPEDI/UEA.
Manaus, 15, 16, 17, 18 nov.2006. Disponível em
<http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=cf464bd17a01821f> Acesso em
agosto de 2019.
15
Diário Centro do Mundo. Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia?
Disponível em: < https://www.diariodocentrodomundo.com.br/quem-vai-invadir-o-
brasil-para-salvar-a-amazonia-questiona-professor-de-harvard/> Acesso em: agosto
de 2019.