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A Súmula 435 do Superior Tribunal de Justiça (STJ) dispõe que "presume-se dissolvida

irregularmente a empresa que deixar de funcionar no seu domicílio fiscal, sem


comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da execução
fiscal para o sócio-gerente."

Isso significa que, caso uma empresa deixe de funcionar em seu domicílio fiscal sem
comunicar aos órgãos competentes, presume-se que ela foi dissolvida de forma
irregular, permitindo que a execução fiscal seja redirecionada para o sócio-gerente, ou
seja, para a pessoa que atuou como responsável pela empresa.

Essa súmula tem o objetivo de coibir práticas fraudulentas, em que empresas encerram
suas atividades de forma irregular para evitar o pagamento de dívidas tributárias,
protegendo assim o interesse público e a garantia do pagamento dos tributos devidos.

O prazo para a cobrança de dívida tributária pode variar de acordo com a legislação de
cada país ou região.

No Brasil, por exemplo, o prazo para a cobrança de dívida ativa da União é de cinco
anos, contados a partir da data em que o crédito tributário se tornou exigível. Esse prazo
pode ser suspenso ou interrompido em casos específicos, como por exemplo, em caso
de parcelamento da dívida ou ajuizamento de ação judicial.

Já em relação aos Estados e Municípios, o prazo para a cobrança de dívida ativa pode
variar de acordo com a legislação de cada ente federativo.

É importante ressaltar que, mesmo após o término do prazo para a cobrança, a dívida
continua existindo e pode ser objeto de negociação entre o devedor e a administração
tributária. Além disso, a prescrição da dívida pode ser interrompida por diversos fatores,
como por exemplo, por iniciativa da própria administração tributária ou por meio de
ação judicial.

Sim, existem precedentes jurisprudenciais que aplicam a Súmula 435 do STJ, a qual
estabelece que presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixa de funcionar
no seu domicílio fiscal sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente.

Por exemplo, no julgamento do Recurso Especial nº 1.140.368/SC, o STJ confirmou o


redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente de uma empresa que encerrou
suas atividades sem realizar a devida comunicação aos órgãos competentes. O
entendimento foi de que, nesses casos, presume-se que a empresa foi dissolvida
irregularmente, autorizando o redirecionamento da execução fiscal para o responsável
pela empresa.

Além disso, a jurisprudência tem se posicionado de forma pacífica nesse sentido,


aplicando a Súmula 435 do STJ em diversas situações em que há indícios de dissolução
irregular da empresa.
A Súmula 435 do STJ estabelece uma presunção de dissolução irregular da empresa que
deixa de funcionar no seu domicílio fiscal sem comunicação aos órgãos competentes,
permitindo o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. Entretanto, é
importante destacar que essa presunção pode ser afastada em alguns casos,
especialmente quando há prova de que a empresa não foi dissolvida irregularmente.

Algumas das limitações da Súmula 435 do STJ incluem:

1. Comprovação da regularidade da dissolução: a presunção de dissolução irregular


pode ser afastada caso o sócio-gerente consiga comprovar a regularidade da
dissolução da empresa, seja por meio da comprovação do encerramento formal
das atividades, seja pela comprovação do pagamento de todas as dívidas
tributárias.
2. Falta de participação na gestão da empresa: caso o sócio-gerente não tenha
participação efetiva na gestão da empresa e não esteja envolvido nas decisões
que levaram à inadimplência tributária, pode ser possível afastar a sua
responsabilidade pela dívida.
3. Prescrição da dívida: mesmo que haja a presunção de dissolução irregular e o
redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente, é possível que a
dívida esteja prescrita, ou seja, que tenha ultrapassado o prazo legal para a sua
cobrança.

Por essas razões, é importante que os sócios-gerentes estejam sempre atentos às


obrigações fiscais da empresa e que tomem medidas para regularizar a situação da
empresa antes de encerrarem as suas atividades, evitando assim o redirecionamento da
execução fiscal para o seu próprio patrimônio.

A Súmula 435 do STJ estabelece uma presunção de dissolução irregular da empresa que
deixa de funcionar no seu domicílio fiscal sem comunicação aos órgãos competentes,
permitindo o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente. No entanto, a
prescrição da dívida pode ser uma das limitações ao redirecionamento da execução
fiscal.

Em relação à prescrição da dívida, o STJ já se manifestou em alguns precedentes, como


no julgamento do Recurso Especial nº 1.545.680/SC. Nesse caso, a empresa havia
encerrado suas atividades em 2002, e a execução fiscal foi redirecionada para o sócio-
gerente em 2007. O STJ entendeu que a dívida já estava prescrita, já que o prazo para a
cobrança era de cinco anos, contados a partir da constituição definitiva do crédito
tributário, e já haviam se passado mais de cinco anos desde essa data.

Outro exemplo é o julgamento do Recurso Especial nº 1.057.856/RS, em que o STJ


confirmou o redirecionamento da execução fiscal para o sócio-gerente, mas ressaltou
que, caso a dívida estivesse prescrita, o redirecionamento seria indevido.

Portanto, é importante que os sócios-gerentes fiquem atentos aos prazos de prescrição


das dívidas tributárias, já que a prescrição pode ser uma das limitações ao
redirecionamento da execução fiscal. Caso a dívida esteja prescrita, o redirecionamento
pode ser considerado indevido, mesmo que exista a presunção de dissolução irregular da
empresa.

Os juristas costumam reconhecer que a Súmula 435 do STJ é uma importante


ferramenta para garantir a efetividade da cobrança de dívidas tributárias, especialmente
quando há tentativas de burlar a responsabilidade fiscal por meio da dissolução irregular
da empresa.

No entanto, muitos também destacam a importância de respeitar as limitações da


Súmula 435, como a necessidade de comprovação da dissolução irregular e a
possibilidade de prescrição da dívida. Alguns juristas também argumentam que a
responsabilização do sócio-gerente deve ser interpretada de forma restritiva, de modo a
evitar a sua responsabilização indevida em casos em que ele não tenha participado
efetivamente das decisões que levaram à inadimplência tributária.

Além disso, é importante lembrar que a aplicação da Súmula 435 pode variar em função
das peculiaridades de cada caso concreto. Por isso, os sócios-gerentes devem estar
sempre atentos às suas obrigações fiscais e buscar orientação especializada em caso de
dúvidas ou situações adversas.

Existem diversos juristas que abordam as limitações da Súmula 435 do STJ. A seguir,
apresento alguns exemplos com referências bibliográficas:

 Ricardo Lodi Ribeiro: o autor destaca que a responsabilização do sócio-gerente


deve ser interpretada de forma restritiva, considerando-se apenas aqueles casos
em que ele tenha agido com culpa ou dolo na administração da empresa. Além
disso, o autor destaca a importância de respeitar as garantias constitucionais,
como o direito ao contraditório e à ampla defesa. (Referência: RIBEIRO,
Ricardo Lodi. A dissolução irregular de sociedades e a responsabilização dos
sócios. São Paulo: RT, 2013.)
 Misabel Abreu Machado Derzi: a autora defende que o redirecionamento da
execução fiscal deve ser precedido de uma análise rigorosa da prova de
dissolução irregular da empresa, não bastando a mera ausência de
funcionamento no domicílio fiscal. Além disso, a autora destaca que a
responsabilização do sócio-gerente deve ser fundamentada em elementos
concretos que evidenciem a sua participação na gestão da empresa. (Referência:
DERZI, Misabel Abreu Machado. Redirecionamento da execução fiscal: a
responsabilidade dos sócios e administradores. São Paulo: Noeses, 2010.)
 Paulo de Barros Carvalho: o autor destaca a importância de respeitar o devido
processo legal e o princípio da segurança jurídica na aplicação da Súmula 435
do STJ, especialmente no que se refere à comprovação da dissolução irregular
da empresa. Além disso, o autor destaca que a prescrição da dívida pode ser uma
das limitações ao redirecionamento da execução fiscal. (Referência:
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. São Paulo: Saraiva,
2016.)
 Eduardo Sabbag: o autor destaca que a aplicação da Súmula 435 deve ser
precedida de uma análise rigorosa das circunstâncias do caso concreto, a fim de
evitar a responsabilização indevida do sócio-gerente. Além disso, o autor destaca
a importância de respeitar o prazo prescricional para a cobrança da dívida
tributária, sob pena de violação ao princípio da segurança jurídica. (Referência:
SABBAG, Eduardo. Manual de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2017.)

Exmo. Sr. Juiz de Direito da ____ Vara da Fazenda Pública

(Processo nº XX)

FULANO DE TAL, brasileiro, casado, empresário, inscrito no CNPJ sob o nº


XXXXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXX, nº XX, na cidade de XXXX/XX,
por intermédio de seu advogado abaixo-assinado, vem, respeitosamente, perante V.
Exa., apresentar sua manifestação quanto ao pedido de redirecionamento da execução
fiscal, pelos seguintes fundamentos:

1. Primeiramente, o requerente ressalta que não há prova nos autos de que tenha
agido com culpa ou dolo na administração da empresa, requisitos necessários
para a aplicação da Súmula 435 do STJ.
2. Ademais, cabe destacar que a inclusão do requerente no polo passivo da
demanda viola o princípio da separação patrimonial entre a pessoa jurídica e
seus sócios, garantido pelo ordenamento jurídico brasileiro.
3. Além disso, ressalta-se que a prescrição da dívida tributária pode ser uma das
limitações ao redirecionamento da execução fiscal, conforme já reconhecido por
diversos precedentes jurisprudenciais.
4. Por fim, destaca-se que a inclusão indevida do requerente no polo passivo da
demanda pode acarretar prejuízos irreparáveis ao seu patrimônio, sendo
necessário observar rigorosamente os princípios constitucionais do devido
processo legal, do contraditório e da ampla defesa.

Diante do exposto, requer-se a V. Exa. o indeferimento do pedido de redirecionamento


da execução fiscal em desfavor do requerente, por ausência de prova de sua
responsabilidade na gestão da empresa.

Termos em que,

Pede deferimento.

(Local e data)

(Nome do advogado)

(OAB/UF nº XX)
Exmo. Sr. Juiz de Direito da ____ Vara da Fazenda Pública

(Processo nº XX)

FULANO DE TAL, brasileiro, casado, empresário, inscrito no CNPJ sob o nº


XXXXXXXX, residente e domiciliado na Rua XXX, nº XX, na cidade de XXXX/XX,
por intermédio de seu advogado abaixo-assinado, vem, respeitosamente, perante V.
Exa., apresentar sua manifestação quanto ao pedido de redirecionamento da execução
fiscal, pelos seguintes fundamentos:

1. Primeiramente, o requerente ressalta que não há prova nos autos de que tenha
agido com culpa ou dolo na administração da empresa, requisitos necessários
para a aplicação da Súmula 435 do STJ. Nesse sentido, vale citar a decisão do
STJ no REsp 1.270.320/RS, que entendeu que a responsabilidade tributária do
sócio deve estar fundamentada em prova de que agiu com excesso de poderes,
infração à lei ou contrato social ou ainda por inadimplemento de obrigações
tributárias.
2. Ademais, cabe destacar que a inclusão do requerente no polo passivo da
demanda viola o princípio da separação patrimonial entre a pessoa jurídica e
seus sócios, garantido pelo ordenamento jurídico brasileiro. Nesse sentido, a
doutrina de Hugo de Brito Machado (Curso de Direito Tributário, 2018) sustenta
que "a mera inadimplência da sociedade não pode ser suficiente para
responsabilizar os sócios por débitos fiscais, sem que se demonstre a ocorrência
de excesso de poderes ou infração à lei ou contrato social".
3. Além disso, ressalta-se que a prescrição da dívida tributária pode ser uma das
limitações ao redirecionamento da execução fiscal, conforme já reconhecido por
diversos precedentes jurisprudenciais. Nesse sentido, vale citar a decisão do STJ
no REsp 1.636.156/MG, que entendeu que "o redirecionamento da execução
fiscal contra o sócio-gerente ou o administrador da empresa depende da
comprovação de sua responsabilidade, sendo irrelevante a condição de sócio ou
de administrador para caracterizar a responsabilidade tributária. Ademais, a
prescrição da pretensão de cobrança do crédito tributário é causa extintiva da
ação de execução fiscal".
4. Por fim, destaca-se que a inclusão indevida do requerente no polo passivo da
demanda pode acarretar prejuízos irreparáveis ao seu patrimônio, sendo
necessário observar rigorosamente os princípios constitucionais do devido
processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Nesse sentido, a doutrina de
Sacha Calmon Navarro Coelho (Curso de Direito Tributário

Para argumentar contra a inclusão do sócio no pagamento de dívidas tributárias, é


possível citar diversos precedentes e doutrinas que enfatizam a limitação da Súmula 435
do STJ e a prescrição da dívida.

Um dos precedentes relevantes é o REsp 1.104.900/SP, julgado pela 1ª Seção do STJ


em 2009, que estabeleceu que a simples dissolução irregular da empresa não é suficiente
para responsabilizar o sócio pelo pagamento de dívidas tributárias, sendo necessário
comprovar que ele agiu com excesso de poderes ou infração à lei, contrato social ou
estatutos da empresa. Essa decisão reforça a ideia de que a responsabilização do sócio
deve ser excepcional e baseada em provas concretas.

Outro precedente importante é o REsp 1.400.287/SP, julgado pela 2ª Turma do STJ em


2014, que reiterou a necessidade de comprovação da conduta culposa ou dolosa do
sócio para sua responsabilização por dívidas tributárias, mesmo em casos de dissolução
irregular da empresa.

Além dos precedentes, há doutrinas que enfatizam a prescrição como limite à


responsabilização do sócio. O professor Sacha Calmon Navarro Coêlho, em sua obra
"Curso de Direito Tributário Brasileiro", defende que a inclusão do sócio no polo
passivo da execução fiscal deve obedecer ao prazo prescricional de cinco anos, previsto
no art. 174 do Código Tributário Nacional.

Outro autor que aborda o tema é o professor Roque Antônio Carrazza, em sua obra
"Curso de Direito Constitucional Tributário". Ele ressalta que a dissolução irregular da
empresa não é suficiente para responsabilizar o sócio pelas dívidas tributárias e que é
necessário comprovar sua conduta culposa ou dolosa. Além disso, ele afirma que a
responsabilização do sócio deve observar o prazo prescricional de cinco anos.

Dessa forma, é possível sustentar o pedido para o juiz indeferir a inclusão do sócio no
pagamento de dívidas tributárias com base em argumentos consistentes, como os
precedentes e doutrinas citados acima.

AO JUÍZO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE [cidade/estado]

[Seu nome], [qualificação completa], vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência,


por meio de seu advogado [nome do advogado], [número da OAB], apresentar a
presente manifestação, nos termos que seguem:

I – DOS FATOS

A empresa [nome da empresa], da qual o requerente é sócio-gerente, foi notificada pela


Fazenda Pública para o pagamento de dívida tributária no valor de [valor da dívida].
Alega-se que a empresa teria deixado de funcionar em seu domicílio fiscal sem
comunicar aos órgãos competentes.

Diante disso, a Fazenda Pública incluiu o requerente no polo passivo da execução fiscal,
com base na Súmula 435 do Superior Tribunal de Justiça, que estabelece a
responsabilidade solidária do sócio-gerente pelos débitos tributários da empresa em caso
de dissolução irregular.

II – DO DIREITO
Contudo, é preciso destacar que a inclusão do requerente no polo passivo da execução
fiscal é indevida, por diversas razões.

Em primeiro lugar, há precedentes que enfatizam a limitação da Súmula 435 do STJ. O


REsp 1.104.900/SP, julgado pela 1ª Seção do STJ em 2009, estabeleceu que a simples
dissolução irregular da empresa não é suficiente para responsabilizar o sócio pelo
pagamento de dívidas tributárias, sendo necessário comprovar que ele agiu com excesso
de poderes ou infração à lei, contrato social ou estatutos da empresa. Já o REsp
1.400.287/SP, julgado pela 2ª Turma do STJ em 2014, reiterou a necessidade de
comprovação da conduta culposa ou dolosa do sócio para sua responsabilização por
dívidas tributárias, mesmo em casos de dissolução irregular da empresa.

Além disso, há doutrinas que enfatizam a prescrição como limite à responsabilização do


sócio. O professor Sacha Calmon Navarro Coêlho, em sua obra "Curso de Direito
Tributário Brasileiro", defende que a inclusão do sócio no polo passivo da execução
fiscal deve obedecer ao prazo prescricional de cinco anos, previsto no art. 174 do
Código Tributário Nacional. Já o professor Roque Antônio Carrazza, em sua obra
"Curso de Direito Constitucional Tributário", ressalta que a dissolução irregular da
empresa não é suficiente para responsabilizar o sócio pelas dívidas tributárias e que é
necessário comprovar sua conduta culposa ou dolosa. Além disso, ele afirma que a
responsabilização do sócio deve observar o prazo prescricional de cinco anos.

III – DO PEDIDO

Diante do exposto, requer-se a Vossa Excelência:

a) O reconhecimento da impossibilidade de inclusão

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO PRESIDENTE DO SUPERIOR


TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(Nome, qualificação e endereço), por meio de seu advogado (nome, qualificação e


endereço), vem, respeitosamente, perante Vossa Excelência, interpor RECURSO
ESPECIAL, com fulcro no artigo 105, inciso III, alínea "a", da Constituição Federal, em
face do acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado (ou da Região), pelos
motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

1. BREVE SÍNTESE PROCESSUAL

O Recorrente foi condenado pelo Tribunal de Justiça do Estado (ou da Região) pela
prática do crime de tráfico de drogas, previsto no artigo 33, caput, da Lei nº
11.343/2006, e sua pena foi fixada em 7 (sete) anos de reclusão em regime fechado.

Inconformado com a decisão, o Recorrente interpôs Recurso de Apelação ao Tribunal


de Justiça do Estado (ou da Região), que foi desprovido, mantendo-se a condenação e a
pena aplicada.
Assim, busca-se a reforma do acórdão recorrido, mediante a apresentação do presente
Recurso Especial.

2. ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL

O presente Recurso Especial preenche os requisitos previstos na Constituição Federal e


na legislação processual, pois atende aos pressupostos formais de admissibilidade, quais
sejam, tempestividade, regularidade formal, preparo e interesse recursal.

3. DA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 33, § 4º, DA LEI Nº 11.343/2006

O acórdão recorrido, ao manter a condenação do Recorrente pelo crime de tráfico de


drogas, desconsiderou a circunstância atenuante da confissão espontânea, prevista no
artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006, tendo em vista que o Recorrente, em depoimento
prestado em juízo, admitiu a prática do delito.

O mencionado dispositivo legal estabelece que a pena do crime de tráfico de drogas


poderá ser reduzida de um sexto a dois terços, desde que o agente seja primário, de bons
antecedentes, não se dedique às atividades criminosas e não integre organização
criminosa.

Assim, não se pode negar que a confissão espontânea é uma circunstância que
demonstra o arrependimento do agente, que pode ter uma pena reduzida em função
disso.

Contudo, o acórdão recorrido deixou de aplicar a mencionada atenuante, o que constitui


violação ao artigo 33, § 4º, da Lei nº 11.343/2006.

4. DA DIVERGÊNCIA JURISPRUDENCIAL

Ademais, o acórdão recorrido está em desacordo com o entendimento jurisprudencial


consolidado pelo Superior Tribunal de Just

DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

1. O recebimento e regular processamento do presente Recurso Especial;


2. A concessão do presente Recurso Especial, para que seja reformada a decisão
recorrida e seja afastada a condenação do Recorrente;
3. Caso não seja esse o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, que sejam
reconhecidas as mitigantes da confissão espontânea e da menoridade relativa do
Recorrente, para fins de redução da pena imposta;
4. A aplicação do princípio da insignificância, reconhecendo-se a atipicidade da
conduta imputada ao Recorrente;
5. A concessão do benefício da justiça gratuita, nos termos da legislação vigente;
6. A intimação do Ministério Público Federal para apresentar as contrarrazões ao
presente recurso;
7. A remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento.
Termos em que,

Pede deferimento.

(Local e data)

(Nome do advogado)

(OAB/UF)

1. STF - HC 154413/PA - Rel. Min. Ricardo Lewandowski - Julgamento:


04/08/2021

Neste caso, o Supremo Tribunal Federal (STF) concedeu habeas corpus para liberar um
veículo que havia sido apreendido em decorrência de crime ambiental. O tribunal
entendeu que a medida não poderia ser aplicada de forma automática e que era
necessário avaliar cada caso individualmente para verificar se a apreensão do veículo
era realmente necessária para a proteção do meio ambiente.

2. STJ - HC 609.320/PA - Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca - Julgamento:


15/06/2021

Neste caso, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) concedeu habeas corpus para liberar
um caminhão que havia sido apreendido por transporte ilegal de madeira. O tribunal
entendeu que a medida era desproporcional, uma vez que o veículo havia sido alugado
por terceiros e não havia sido demonstrada a participação do proprietário na prática do
crime ambiental.

Processo: 1007229-56.2021.4.01.0000 Tribunal: TRF-1 Data do julgamento:


21/09/2021 Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE

Ementa: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. APREENSÃO DE


VEÍCULO. ACUSAÇÃO DE CRIME AMBIENTAL. AUSÊNCIA DE PROVAS.
LIBERAÇÃO. POSSIBILIDADE. 1. O perigo de dano irreparável ou de difícil
reparação decorre da perda da coisa apreendida. A prova inequívoca do direito do
agravante na coisa apreendida se consubstancia na falta de prova de que a madeira
transportada era de origem ilegal. 2. A ausência de prova quanto a origem da madeira
transportada, impõe a devolução do bem apreendido. 3. Precedentes do TRF1. 4.
Agravo de instrumento provido.

Acórdão disponível em: https://processual.trf1.jus.br/consultaProcessual/processo.php?


secao=TRF1&proc=10072295620214010000&consulta=2&enviar=Pesquisar

 Acórdão 803564, do TRF-4: Nesse caso, a 8ª Turma do TRF-4 decidiu, por


unanimidade, que a apreensão de veículos em crimes ambientais não pode se
tornar um instrumento de punição antecipada, devendo ser adotadas outras
medidas cautelares menos gravosas antes da apreensão. No caso em questão, o
veículo apreendido era utilizado para o transporte de madeira sem licença, mas a
decisão determinou a sua liberação.
 Acórdão 2015.01.00.056424-4, do TRF-1: Nessa decisão, a 4ª Turma do TRF-1
entendeu que a apreensão do veículo utilizado em crime ambiental deve ser
medida excepcional, devendo ser analisadas as circunstâncias do caso concreto.
No caso em questão, o veículo apreendido estava sendo utilizado para o
transporte de toras de madeira sem licença, mas a decisão determinou a sua
liberação mediante o pagamento de multa.
 Acórdão 5000210-88.2020.4.04.7204, do TRF-4: Nesse caso, a 7ª Turma do
TRF-4 decidiu, por unanimidade, que a apreensão de veículos em crimes
ambientais não pode ser uma medida automática, devendo ser analisadas as
circunstâncias do caso concreto para verificar a necessidade da medida. No caso
em questão, o veículo apreendido estava sendo utilizado para o transporte de
madeira sem licença, mas a decisão determinou a sua liberação mediante o
pagamento de multa e a apresentação de documentos que comprovassem a
origem lícita da madeira transportada.

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