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FICHA DE JURISPRUDÊNCIA III

DIREITO PROCESSUAL CIVIL


3. Da ação. Da exceção.

Honorários contratuais quota litis e quantia efetivamente recebida pelo cliente


Os honorários advocatícios contratuais que adotarem a quota litis devem ser calculados
com base na quantia efetivamente recebida pelo cliente, em razão da cessão de seu
crédito a terceiro, e não pelo valor apurado na liquidação da sentença.
STJ. REsp 1.354.338-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Rel. Acd. Min. Raul Araújo,
Quarta Turma, por maioria, julgado em 19/03/2019, DJe 24/05/2019

Diretório Nacional de Partido Político e legitimidade ativa para ajuizamento de


demanda indenizatória por alegada ofensa lançada contra candidato a cargo político
O Diretório Nacional de Partido Político tem legitimidade ativa para ajuizamento de
demanda indenizatória por alegada ofensa lançada contra candidato a cargo político.
STJ. REsp 1.484.422-DF, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 28/05/2019, DJe 05/08/2019

Citação da pessoa jurídica estrangeira e seu entreposto no Brasil


É regular a citação da pessoa jurídica estrangeira por meio de seu entreposto no Brasil,
ainda que não seja formalmente aquela mesma pessoa jurídica ou agência ou filial.
STJ. HDE 410-EX, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Corte Especial, por unanimidade,
julgado em 20/11/2019, DJe 26/11/2019

Servidor público. Quantia disponibilizada pelo ente público após o falecimento de


servidor. Enriquecimento sem causa de herdeiros. Ação de ressarcimento. Espólio.
Ilegitimidade ad causam.
O espólio não possui legitimidade passiva ad causam na ação de ressarcimento de
remuneração indevidamente paga após a morte de ex-servidor e recebida por seus
herdeiros.
STJ. REsp 1.805.473-DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 03/03/2020, DJe 09/03/2020

Exceção de suspeição. Hipóteses legais previstas no art. 145 do CPC/2015. Rol


taxativo. Interpretação restritiva. Alegações que não se amoldam às hipóteses legais.
A falha procedimental consubstanciada na publicação antecipada de resultado de
julgamento que havia sido adiado não gera suspeição do relator.
STJ. AgInt na ExSusp 198-PE, julgado em 17/03/2020, DJe 20/03/2020

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Internet. Dever de guarda de registros de aplicação. Acesso a perfil em rede social.
Números de IPs e dados cadastrais de usuários. Fornecimento. Possibilidade jurídica
do pedido.
É juridicamente possível obrigar os provedores de aplicação ao fornecimento de IPs e
de dados cadastrais de usuários que acessaram perfil de rede social em um determinado
período de tempo.
STJ. REsp 1.738.651-MS, julgado em 25/08/2020, DJe 28/08/2020

Honorários advocatícios. Direito do advogado. Natureza alimentar. Crédito


privilegiado. Preferência em relação aos crédito titularizado pelo cliente. Concurso
singular de credores. Inexistência.
O crédito decorrente de honorários advocatícios sucumbenciais titularizado pelo
advogado não é capaz de estabelecer relação de preferência ou de exclusão em relação
ao crédito principal titularizado por seu cliente.
STJ. REsp 1.890.615-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 17/08/2021, DJe 19/08/2021.

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DIREITO CIVIL
3. Da Parte Geral do Código Civil de 2002 - Da pessoa jurídica. Da desconsideração da
personalidade jurídica. Dos bens. Do bem de família.

Desconsideração e patrimônio pessoal dos membros do Conselho Fiscal


A desconsideração da personalidade jurídica, ainda que com fundamento na Teoria
Menor, não pode atingir o patrimônio pessoal de membros do Conselho Fiscal sem que
haja a mínima presença de indícios de que estes contribuíram, ao menos culposamente,
e com desvio de função, para a prática de atos de administração.
STJ. REsp 1.766.093-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, Terceira Turma, por maioria, julgado em 12/11/2019, DJe 28/11/2019

Decretação da falência com base no Decreto-Lei n. 7.661/1945 e extinção da


personalidade jurídica da sociedade
A decretação da falência com base no Decreto-Lei n. 7.661/1945 não importa, por si, na
extinção da personalidade jurídica da sociedade.
STJ. AgRg no REsp 1.265.548-SC, julgado em 25/06/2019, DJe 05/08/2019

Crédito oriundo de contrato de empreitada de construção de imóvel residencial e


impenhorabilidade do bem de família
O crédito oriundo de contrato de empreitada para a construção, ainda que parcial, de
imóvel residencial, encontra-se nas exceções legais à impenhorabilidade do bem de
família.
STJ. REsp 1.221.372-RS, Rel. Min. Marco Buzzi, Quarta Turma, por unanimidade,
julgado em 15/10/2019, DJe 21/10/2019

Partilha, FATES e associado excluído ou que se retira do quadro social da


cooperativa
Não se partilha a verba do Fundo de Reserva e Assistência Técnica Educacional e
Social - FATES - com o associado excluído ou que se retira do quadro social da
cooperativa.
STJ. REsp 1.562.184-RS, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 12/11/2019, DJe 22/11/2019

Contrato de mútuo com cláusula de alienação fiduciária. Imóvel indicado como


garantia. Proteção do bem de família. Descabimento.
A proteção conferida ao bem de família pela Lei 8.009/90 não importa em sua
inalienabilidade, revelando-se possível a disposição do imóvel pelo proprietário,
inclusive no âmbito de alienação fiduciária. STJ. REsp 1.595.832-SC, Rel. Min. Luis

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Felipe Salomão, Quarta Turma, por unanimidade, julgado em 29/10/2019, DJe
04/02/2020

Exceção à impenhorabilidade do bem de família e débito de natureza tributária


Para a aplicação da exceção à impenhorabilidade do bem de família prevista no art. 3º,
IV, da Lei n. 8.009/1990 é preciso que o débito de natureza tributária seja proveniente
do próprio imóvel que se pretende penhorar.
STJ. REsp 1.332.071-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 18/02/2020, DJe 20/02/2020

Incidente de desconsideração da personalidade jurídica. Condenação em honorários


advocatícios. Descabimento. Art. 85, caput e § 1º, do CPC/2015.
Não há condenação em honorários advocatícios em incidente de desconsideração da
personalidade jurídica.
STJ. Esp 1.845.536-SC, Terceira Turma, por maioria, julgado em 26/05/2020, DJe
09/06/2020

Bem de família. Exceção à regra da impenhorabilidade. Sentença penal condenatória


transitada em julgado. Imprescindibilidade. Art. 3º, VI, da Lei n. 8.009/1990.
Interpretação restritiva.
Para a incidência da exceção à impenhorabilidade do bem de família, prevista no art. 3º,
VI, da Lei n. 8.009/1990, é imprescindível a sentença penal condenatória transitada em
julgado.
STJ. REsp 1.823.159-SP, julgado em 13/10/2020, DJe 19/10/2020

Imóvel bem de família. Caução imobiliária. Contrato de locação. Penhora.


Impossibilidade.
Imóvel bem de família oferecido como caução imobiliária em contrato de locação não
pode ser objeto de penhora.
STJ. REsp 1.873.203-SP, julgado em 24/11/2020, DJe 01/12/2020

Danos morais. Pessoa Jurídica de Direito Público. Credibilidade institucional


agredida. Dano reflexo sobre os demais jurisdicionados. Lesões extrapatrimoniais.
Condenação. Possibilidade jurídica.
Pessoa Jurídica de Direito Público tem direito à indenização por danos morais
relacionados à violação da honra ou da imagem, quando a credibilidade institucional for
fortemente agredida e o dano reflexo sobre os demais jurisdicionados em geral for
evidente.
STJ. REsp 1.722.423-RJ, julgado em 24/11/2020, DJe 18/12/2020

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Liberdade de associação e “loteamentos fechados” - RE 695911/SP (Tema 492 RG)
TESE FIXADA:
“É inconstitucional a cobrança por parte de associação de taxa de manutenção e
conservação de loteamento imobiliário urbano de proprietário não associado até o
advento da Lei nº 13.465/17, ou de anterior lei municipal que discipline a questão, a
partir da qual se torna possível a cotização dos proprietários de imóveis, titulares de
direitos ou moradores em loteamentos de acesso controlado, que i) já possuindo lote,
adiram ao ato constitutivo das entidades equiparadas a administradoras de imóveis ou
(ii) sendo novos adquirentes de lotes, o ato constitutivo da obrigação esteja registrado
no competente Registro de Imóveis.”
STF. RE 695911/SP, relator Min. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em
15.12.2020

Pequena propriedade rural e impenhorabilidade - ARE 1038507/PR (Tema 961 RG)


TESE FIXADA:
“É impenhorável a pequena propriedade rural familiar constituída de mais de 01 (um)
terreno, desde que contínuos e com área total inferior a 04 (quatro) módulos fiscais do
município de localização”.
STF. ARE 1038507/PR, julgamento virtual finalizado em 18.12.2020

Pequena propriedade rural. Impenhorabilidade. Art. 833, VIII, do CPC/2015. Bem


explorado pela família. Ônus da prova do executado. Única propriedade.
Desnecessidade. Garantia hipotecária. Não afastamento da proteção.
Para a proteção da impenhorabilidade da pequena propriedade rural é ônus do executado
comprovar que o imóvel é explorado pela família, prevalecendo a proteção mesmo que
tenha sido dado em garantia hipotecária ou não se tratando de único bem do devedor.
STJ. REsp 1.913.236-MT, por unanimidade, julgado em 16/03/2021

Bem de família. Protesto contra alienação. Cabimento. Requisitos. Legítimo interesse.


Não prejudicialidade efetiva da medida.
É cabível a averbação de protesto contra alienação em matrícula de imóvel considerado
bem de família.
STJ. REsp 1.236.057-SP, por unanimidade, julgado em 06/04/2021

Bem de família. Financiamento da construção ou aquisição. Exceção à


impenhorabilidade. Art. 3º, II, da Lei n. 8.009/1990. Recursos oriundos da venda
desse bem. Aquisição de novo imóvel. Penhorabilidade. Possibilidade.
A exceção à impenhorabilidade do bem de família, prevista para o crédito decorrente do
financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, estende-se ao imóvel
adquirido com os recursos oriundos da venda daquele bem. STJ. REsp 1.935.842-PR,

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Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 22/06/2021,
DJe 25/06/2021.

Loteamento urbano. Taxas de manutenção. Associação de moradores. Aquisição de


imóvel. Contrato-padrão registrado. Responsabilidade dos adquirentes. Débitos
anteriores. Inocorrência. Ausência de previsão expressa na Lei n. 6.766/1979.
A taxa de manutenção de loteamento urbano cobrada por associação de moradores,
prevista no contrato-padrão registrado no Cartório de Imóveis, vincula os adquirentes
somente à obrigação de pagar as taxas a partir da aquisição, não abrangendo os débitos
do anterior proprietário.
STJ. REsp 1.941.005-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado 22/06/2021

Operadora de plano de saúde. Cooperativa de trabalho médico. Ingresso de novo


associado. Processo seletivo público. Previsão no estatuto social. Possibilidade.
Princípio da porta aberta. Relativização.
É lícita a previsão, em estatuto social de cooperativa de trabalho médico, de processo
seletivo público como requisito de admissão de profissionais médicos para compor os
quadros da entidade, devendo o princípio da porta aberta ser compatibilizado com a
possibilidade técnica de prestação de serviços e a viabilidade estrutural econômico-
financeira da sociedade cooperativa.
STJ. REsp 1.901.911-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 24/08/2021.

Desconsideração da personalidade jurídica. Decisão publicada sob a égide do


CPC/1973. Intimação após a vigência do CPC/2015. Direito intertemporal. Tempus
regit actum. Contraditório prévio. Desnecessidade.
Ainda que intimada após a vigência do CPC/2015, é possível o decreto de
desconsideração da personalidade jurídica, sem o prévio contraditório, quando a decisão
foi publicada na vigência do CPC/1973.
SJT. REsp 1.954.015-PE, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 26/10/2021, DJe 03/11/2021.

Bem de família dado em garantia de contrato diverso do que ensejou a execução.


Impenhorabilidade Afastada. Impossibilidade. Interpretação restritiva das exceções
previstas no art. 3° da Lei n. 8.009/1990
Não incide a regra excepcional do artigo 3°, V, da Lei n° 8.009/90 sobre bem de família
dado em garantia hipotecária em favor de instituição financeira diversa para garantia de
contrato representado pela emissão de uma cédula de crédito bancário. STJ. EDcl no

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AgInt nos EDcl no REsp 1.604.422-MG, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino,
Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 24/08/2021, DJe 27/08/2021

Bem de família. Lei n. 8.009/1990. Imóvel adquirido no curso da execução.


Obrigações preexistentes à aquisição do bem. Impenhorabilidade.
Para o bem de família instituído nos moldes da Lei n. 8.009/1990, a proteção conferida
pelo instituto alcançará todas as obrigações do devedor, indistintamente, ainda que o
imóvel tenha sido adquirido no curso de uma demanda executiva.
STJ. REsp 1.792.265-SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, por
unanimidade, julgado em 14/12/2021.

Construção de imóvel. Débito originado de contrato de empreitada global. Bem de


família. Penhora. Possibilidade.
Admite-se a penhora do bem de família para saldar o débito originado de contrato de
empreitada global celebrado para promover a construção do próprio imóvel.
STJ. REsp 1.976.743-SC, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 08/03/2022, DJe 11/03/2022.

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DIREITO CONSTITUCIONAL
3. Classificações das normas constitucionais. Conflito entre normais constitucionais.
Normais constitucionais no tempo. Hermenêutica constitucional (I): princípios de
interpretação da constituição.

Lei n. 12.855/2013 e norma de eficácia condicionada à prévia regulamentação


A Lei n. 12.855/2013, que instituiu a Indenização por Trabalho em Localidade
Estratégica, é norma de eficácia condicionada à prévia regulamentação, para definição
das localidades consideradas estratégicas, para fins de pagamento da referida vantagem.
STJ. REsp 1.617.086-PR, Rel. Min. Assusete Magalhães, Primeira Seção, por maioria,
julgado em 28/11/2018, DJe 01/02/2019 (Tema 974)

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DIREITO ADMINISTRATIVO
3. Autarquias. Agências reguladoras. Empresas estatais.

Assistência à saúde, pessoa jurídica de direito público de natureza autárquica e lei º.


9.656 de 1998
Aplica-se a Lei n. 9.656/1998 à pessoa jurídica de direito público de natureza autárquica
que presta serviço de assistência à saúde de caráter suplementar aos servidores
municipais.
STJ. REsp 1.766.181-PR, Rel. Min. Nancy Andrighi, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, Terceira Turma, por maioria, julgado em 03/12/2019, DJe 13/12/2019

Técnico em contabilidade. Conclusão do curso após a Lei n. 12.249/2010. Exame


de suficiência. Desnecessidade. Direito ao registro no Conselho Regional de
Contabilidade. Data limite 1º/6/2015. Art. 12, § 2º, do Decreto-Lei n. 9.295/1946.
Regra de transição. Revisão do entendimento jurisprudencial.
Ao técnico em contabilidade que tenha concluído o curso após a edição da Lei n.
12.249/2010 é assegurado o direito de se registrar no Conselho de Classe até 1º de junho
de 2015, sem que lhe seja exigido o Exame de Suficiência, sendo-lhe, dessa data em
diante, vedado o registro.
STJ. REsp 1.659.767-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira Turma, por maioria,
julgado em 18/08/2020, DJe 24/08/2020

Treinador ou instrutor de tênis. Conselho Regional de Educação Física. Inscrição.


Desnecessidade.
O exercício da atividade de treinador ou de instrutor de tênis não exige o registro no
Conselho Regional de Educação Física.
STJ. AgInt no REsp 1.767.702-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 29/06/2020, DJe 21/08/2020

Ministro da Educação e nomeação “pro tempore” de dirigente de instituição de


ensino federal - ADI 6543/DF
A previsão de nomeação “pro tempore”, pelo Ministro da Educação, de dirigentes de
instituições de ensino federais viola os princípios da isonomia, da impessoalidade, da
proporcionalidade, da autonomia e da gestão democrática do ensino público. A
nomeação desses dirigentes é atribuição do Ministro da Educação. Porém, essa
competência é vinculada, sendo exercida a partir de indicação pela comunidade escolar,
com base em processo eleitoral do qual participam os corpos docente e discente e os
servidores, em atenção aos princípios do pluralismo, da gestão democrática do ensino e
da autonomia das entidades autárquicas (CF, art. 206, III, V e VI). STF. ADI 6543/DF,

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relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em 26.3.2021 (sexta-feira),
às 23:59

Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Dever-poder de normatização e


de fiscalização. Informação. Valores nutricionais. Variação de 20%. Advertência em
rótulo de produtos alimentícios.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA deve exigir, na rotulagem dos
produtos alimentícios, a advertência da variação de 20% nos valores nutricionais.
STJ. REsp 1.537.571-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, Segunda Turma, por
unanimidade, julgado em 27/09/2016, DJe 20/08/2020

Legalidade da terceirização de serviços jurídicos pela Caixa Econômica Federal.


Não é ilegal a terceirização de serviços jurídicos pela Caixa Econômica Federal.
STJ. REsp 1.318.740-PR, Rel. Min. Herman Benjamin, Rel. Acd. Min. Og Fernandes,
Segunda Turma, por maioria, julgado em 16/10/2018, DJe 05/11/2019

Intimação da ECT na pessoa do advogado cadastrado no sistema PJe


É valida a intimação da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos - ECT realizada na
pessoa do advogado cadastrado no sistema PJe.
STJ. REsp 1.574.008-SE, Rel. Min. Nancy Andrighi, por unanimidade, julgado em
12/03/2019, DJe 15/03/2019

Venda de empresa estatal e autorização legislativa


Em conclusão de julgamento, o Plenário, em voto médio, referendou parcialmente
medida cautelar anteriormente concedida em ação direta de inconstitucionalidade, para
conferir ao art. 29, caput, XVIII, da Lei 13.303/2016 interpretação conforme à
Constituição Federal (CF), nos seguintes termos: i) a alienação do controle acionário de
empresas públicas e sociedades de economia mista exige autorização legislativa e
licitação; e ii) a exigência de autorização legislativa, todavia, não se aplica à alienação
do controle de suas subsidiárias e controladas. Nesse caso, a operação pode ser realizada
sem a necessidade de licitação, desde que siga procedimentos que observem os
princípios da administração pública inscritos no art. 37 da CF, respeitada, sempre, a
exigência de necessária competitividade (Informativo 942).
STF. ADI 5624 MC-Ref/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 5 e
6.6.2019. (ADI-5624)

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Registro profissional. Conselho Regional de Contabilidade. Conclusão do curso antes
da alteração promovida pela Lei n. 12.249/2010. Direito adquirido. Exame de
suficiência. Dispensa.
É dispensável a submissão ao exame de suficiência pelos técnicos em contabilidade
formados anteriormente à promulgação da Lei n. 12.249/2010 ou dentro do prazo por
ela previsto.
STJ. AgInt no REsp 1.830.687-RS, Rel. Min. Sérgio Kukina, Primeira Turma, por
unanimidade, julgado em 30/03/2020, DJe 02/04/2020

Sistema Financeiro da Habitação (SFH). Contratos celebrados em que o instrumento


estiver vinculado ao Fundo de Compensação de Variação Salarial (FCVS) – Apólices
públicas, ramo 66. Interesse jurídico da Caixa Econômica Federal (CEF) na
condição de administradora do FCVS
RECURSO EXTRAORDINÁRIO 827.996
RELATOR: MIN. GILMAR MENDES

Decisão: O Tribunal, por maioria, apreciando o tema 1.011 da repercussão geral, deu
provimento ao recurso extraordinário para restabelecer o acórdão do TJPR, declarando a
competência da Justiça Federal para processar e julgar o feito em relação aos contratos
acobertados pelo FCVS, a qual deverá apreciar o aproveitamento dos atos praticados na
Justiça Estadual, na forma do § 4º do art. 1º-A da Lei 12.409/2011, devendo o Juízo da
5ª Vara Cível de Maringá ser comunicado deste julgamento para que remeta, in
continenti, os autos 0013152-34.2009.8.16.0017 à Subseção Judiciária de Maringá, nos
termos do voto do Relator, vencidos os Ministros Edson Fachin, Marco Aurélio, Rosa
Weber e Celso de Mello, que negavam provimento ao recurso. Foram fixadas as
seguintes teses: 1) "Considerando que, a partir da MP 513/2010 (que originou a Lei
12.409/2011 e suas alterações posteriores, MP 633/2013 e Lei 13.000/2014), a CEF
passou a ser administradora do FCVS, é aplicável o art. 1º da MP 513/2010 aos
processos em trâmite na data de sua entrada em vigor (26.11.2010): 1.1.) sem sentença
de mérito (na fase de conhecimento), devendo os autos ser remetidos à Justiça Federal
para análise do preenchimento dos requisitos legais acerca do interesse da CEF ou da
União, caso haja provocação nesse sentido de quaisquer das partes ou intervenientes e
respeitado o § 4º do art. 1º-A da Lei 12.409/2011; e 1.2) com sentença de mérito (na
fase de conhecimento), podendo a União e/ou a CEF intervir na causa na defesa do
FCVS, de forma espontânea ou provocada, no estágio em que se encontre, em qualquer
tempo e grau de jurisdição, nos termos do parágrafo único do art. 5º da Lei 9.469/1997,
devendo o feito continuar tramitando na Justiça Comum Estadual até o exaurimento do
cumprimento de sentença"; e 2) "Após 26.11.2010, é da Justiça Federal a competência
para o processamento e julgamento das causas em que se discute contrato de seguro
vinculado à apólice pública, na qual a CEF atue em defesa do FCVS, devendo haver o
deslocamento do feito para aquele ramo judiciário a partir do momento em que a

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referida empresa pública federal ou a União, de forma espontânea ou provocada,
indique o interesse em intervir na causa, observado o § 4º do art. 64 do CPC e/ou o § 4º
do art. 1º-A da Lei 12.409/2011".
Plenário, Sessão Virtual de 19.6.2020 a 26.6.2020.

Recurso extraordinário. Repercussão geral. 2. Sistema Financeiro da Habitação (SFH).


Contratos celebrados em que o instrumento estiver vinculado ao Fundo de
Compensação de Variação Salarial (FCVS) – Apólices públicas, ramo 66. 3. Interesse
jurídico da Caixa Econômica Federal (CEF) na condição de administradora do FCVS. 4.
Competência para processar e julgar demandas desse jaez após a MP 513/2010: em caso
de solicitação de participação da CEF (ou da União), por quaisquer das partes ou
intervenientes, após oitiva daquela indicando seu interesse, o feito deve ser remetido
para análise do foro competente: Justiça Federal (art. 45 c/c art. 64 do CPC), observado
o § 4º do art. 1º-A da Lei 12.409/2011. Jurisprudência pacífica. 5. Questão
intertemporal relativa aos processos em curso na entrada em vigor da MP 513/2010.
Marco jurígeno. Sentença de mérito. Precedente. 6. Deslocamento para a Justiça Federal
das demandas que não possuíam sentença de mérito prolatada na entrada em vigor da
MP 513/2010 e desde que houvesse pedido espontâneo ou provocado de intervenção da
CEF, nesta última situação após manifestação de seu interesse. 7. Manutenção da
competência da Justiça Estadual para as demandas que possuam sentença de mérito
proferida até a entrada em vigor da MP 513/2010. 8. Intervenção da União e/ou da CEF
(na defesa do FCVS) solicitada nessa última hipótese. Possibilidade, em qualquer tempo
e grau de jurisdição, acolhendo o feito no estágio em que se encontra, na forma do
parágrafo único do art. 5º da Lei 9.469/1997.

Petrobras: criação de subsidiárias e alienação de ativos


A específica autorização legislativa somente é obrigatória na hipótese de alienação do
controle acionário de sociedade de economia mista (empresa-mãe). Não há necessidade
dessa prévia e específica anuência para a criação e posterior alienação de ativos da
empresa subsidiária, dentro de um elaborado plano de gestão de desinvestimento,
voltado para garantir maiores investimentos e, consequentemente, maior eficiência e
eficácia da empresa-mãe. Isso porque a inexistência de expressa proibição ou limitação
de alienação societária em relação à autorização legislativa genérica para a criação de
subsidiárias corresponde à concessão, pelo Congresso Nacional ao Poder Executivo, de
um importante instrumento de gestão empresarial, para garantir a eficiência e a eficácia
da sociedade de economia mista no cumprimento de suas finalidades societárias.
Portanto, na criação ou extinção de subsidiárias, o preceito maior de gestão empresarial
que deve ser seguido é garantir a melhor atuação, eficiência e eficácia da empresa-mãe.
STF. Rcl 42576 MC/DF, rel. orig. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de
Moraes, julgamento em 30.9 e 1º.10.2020. (Rcl-42576)

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Empresa estatal e participação nos lucros ou resultados
É constitucional a determinação de que a participação de trabalhadores nos lucros ou
resultados de empresas estatais deve observar diretrizes específicas fixadas pelo Poder
Executivo ao qual as entidades estejam sujeitas.
STF. ADI 5417/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em
4.12.2020. (ADI-5417)

Plano de desestatização e necessidade de lei específica


É desnecessária, em regra, lei específica para inclusão de sociedade de economia mista
ou de empresa pública em programa de desestatização.
STF. ADI 6241/DF, relatora Min. Cármen Lúcia, julgamento virtual finalizado em
6.2.2021

Petrobras: inaplicabilidade da Lei 8.666/1993 – RE 441280/RS


O regime de licitação e contratação previsto na Lei 8.666/1993 é inaplicável às
sociedades de economia mista que explorem atividade econômica própria das empresas
privadas, concorrendo, portanto, no mercado. Com efeito, não é possível conciliar o
regime previsto na Lei 8.666/1993 com a agilidade própria desse tipo de mercado que é
movido por intensa concorrência entre as empresas que nele atuam.
STF. RE 441280/RS, relator Min. Dias Tofolli, julgamento virtual finalizado em
6.3.2021

Bloqueio judicial de verbas públicas e empresa prestadora de serviço público


essencial prestado em regime não concorrencial - ADPF 588/PB
TESE FIXADA:
“Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço
público essencial, em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário não
podem ser bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pagamento de verbas
trabalhistas, em virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios da
legalidade orçamentária (art. 167, VI, da CF), da separação dos poderes (arts. 2º, 60, §
4º, III, da CF) e da eficiência da administração pública (art. 37, ‘caput’, da CF)”.
STF. ADPF 588/PB, relator Min. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em
26.4.2021 (segunda-feira), às 23:59

Atos de constrição de patrimônio de estatais prestadoras de serviço público essencial


sem fins lucrativos - ADPF 789/MA
Os recursos públicos vinculados ao orçamento de estatais prestadoras de serviço público
essencial, em regime não concorrencial e sem intuito lucrativo primário, não podem ser
bloqueados ou sequestrados por decisão judicial para pagamento de suas dívidas, em
virtude do disposto no art. 100 da CF/1988, e dos princípios da legalidade orçamentária

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(art. 167, VI, da CF/1988), da separação dos poderes (arts. 2º, 60, § 4º, III, da CF/1988)
e da eficiência da administração pública (art. 37, caput, da CF/1988).
STF. ADPF 789/MA, relator Min. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em
20.8.2021

Autonomia do Banco Central do Brasil (Bacen): constitucionalidade da LC 179/2021


- ADI 6696/DF
É constitucional a Lei Complementar nº 179/2021, que define os objetivos do Banco
Central e dispõe sobre sua autonomia e sobre a nomeação e a exoneração de seu
presidente e de seus diretores.
STF. ADI 6696/DF, relator Min. Ricardo Lewandowski, redator do acórdão Min.
Roberto Barroso, julgamento em 26.8.2021

Sindicato e associação trabalhista ou patronal e cargo de direção em agência


reguladora - ADI 6276/DF
É constitucional dispositivo legal que veda a indicação de pessoa que exerça cargo em
organização sindical ou que seja membro de conselho ou diretoria de associação
patronal ou trabalhista para a alta direção das agências reguladoras.
STF. ADI 6276/DF, relator Min. Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em
17.9.2021

Escolha de membros da diretoria de sociedade empresária estatal e extensão do


sufrágio aos inativos - ADI 2296/RS
RESUMO:
É inconstitucional, formal e materialmente, norma estadual que permite a participação
de trabalhadores inativos no sufrágio para a escolha de membros da diretoria de
empresa pública.
STF. ADI 2296/RS, relator Min. Dias Toffoli, julgamento virtual finalizado em
1º.10.2021 (sexta-feira), às 23:59

Reajuste de tarifas telefônicas: cláusula contratual, inflação e revisão judicial - RE


1059819/PE (Tema 991 RG)
TESE FIXADA:
“Afronta o princípio da separação dos Poderes a anulação judicial de cláusula de
contrato de concessão firmado por Agência Reguladora e prestadora de serviço de
telefonia que, em observância aos marcos regulatórios estabelecidos pelo Legislador,
autoriza a incidência de reajuste de alguns itens tarifários em percentual superior ao do
índice inflacionário fixado, quando este não é superado pela média ponderada de todos
os itens.”.
RESUMO:

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Em regra, não cabe ao Poder Judiciário anular cláusula de contrato de concessão de
serviço público que autoriza o reajuste de tarifa telefônica em percentual superior ao
índice inflacionário.
STF. RE 1059819/PE, relator Min. Marco Aurélio, redator do acórdão Min. Alexandre
de Moraes, julgamento virtual finalizado em 18.2.2022 (sexta-feira), às 23:59

Processo administrativo e princípio da publicidade - ADI 5371/DF


TESE FIXADA:
“Os processos administrativos sancionadores instaurados por agências reguladoras
contra concessionárias de serviço público devem obedecer ao princípio da publicidade
durante toda a sua tramitação, ressalvados eventuais atos que se enquadrem nas
hipóteses de sigilo previstas em lei e na Constituição”.
RESUMO:
Em regra, a imposição de sigilo a processos administrativos sancionadores, instaurados
por agências reguladoras contra concessionárias de serviço público, é incompatível com
a Constituição.
STF. ADI 5371/DF, relator Min. Roberto Barroso, julgamento virtual finalizado em
25.2.2022 (sexta-feira), às 23:59

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DIREITO ELEITORAL
3. Dos sistemas eleitorais e suas espécies.

Sistema de representação proporcional e distribuição das vagas remanescentes


O Plenário, por maioria, julgou parcialmente procedente pedido formulado em ação
direta, para declarar a inconstitucionalidade da expressão “número de lugares definido
para o partido pelo cálculo do quociente partidário do art. 107”, constante do inciso I do
art. 109 do Código Eleitoral (CE) (1), com redação dada pela Lei 13.165/2015, o qual
estabelece nova sistemática de distribuição das chamadas “sobras eleitorais”. Manteve,
nesta parte, o critério de cálculo vigente antes da edição do referido diploma legal. O
colegiado entendeu que o novo regramento desconsidera a distribuição eleitoral de
cadeiras baseada na proporcionalidade, prevista no art. 45 da Constituição Federal (CF)
(2), que é intrínseca ao sistema proporcional, em que as vagas são distribuídas aos
partidos políticos de forma a refletir o pluralismo político-ideológico presente na
sociedade. Esclareceu que um dado fixo é utilizado para os seguidos cálculos de
atribuição das vagas remanescentes, desprezando-se a aquisição de vagas nas operações
anteriores. Dessa forma, o partido político ou coligação que primeiro atingir a maior
média e, consequentemente, receber a primeira vaga remanescente, acabará por obter
todas as vagas seguintes enquanto possuir candidato que atenda à exigência de votação
nominal mínima (pelo menos 10% do quociente eleitoral). Isso ocasionará uma
tendência à concentração, em uma única sigla ou coligação, das vagas remanescentes.
STF. ADI 5420/DF, rel. Min. Dias Toffoli, julgamento em 4.3.2020. (ADI-5420)

Dispensa da exigência de votação mínima e distribuição das vagas remanescentes


O Plenário julgou improcedente pedido formulado em ação direta de
inconstitucionalidade ajuizada contra o art. 3º da Lei 13.488/2017, que, ao dar nova
redação do art. 109, § 2º, do Código Eleitoral (CE), estabelece que todos os partidos e
coligações que participaram do pleito podem concorrer às denominadas “sobras
eleitorais”. O colegiado entendeu que o dispositivo impugnado, ao flexibilizar a
exigência de votação mínima para que os partidos possam concorrer à obtenção de
assentos no Legislativo a partir das “sobras eleitorais”, optou por uma entre as várias
fórmulas possíveis para disciplinar a distribuição das cadeiras não preenchidas após a
aplicação dos divisores previstos na legislação de regência, sem discrepar do cerne do
sistema de representação proporcional, especialmente porque pretendeu-se reforçar o
principal traço distintivo desta fórmula eleitoral, ou seja, a efetiva participação das
minorias na arena político-institucional. Asseverou que, se é possível, de um lado,
argumentar não ser a flexibilização dos critérios alusivos à distribuição das cadeiras
correspondentes às denominadas “sobras eleitorais” a opção mais coerente ante o
recente esforço legislativo no sentido de reduzir o número de partidos políticos, não é
menos acertado, de outro, afirmar que eventual discordância com relação à pertinência
da regra voltada a prestigiar a representação congressual das minorias é insuficiente a

16
fundamentar a censura, pelo Tribunal, do dispositivo atacado – a versar quadro fático
residual cuja regulamentação mostra-se incapaz, por si só, de subverter o modelo de
representação parlamentar imposto pelo estatuto jurídico-constitucional. Concluiu ser
eminentemente política a decisão por meio da qual aprovada, em ambas as Casas
legislativas, a norma em questão. Portanto, ausente ofensa direta ao complexo
normativo previsto nos artigos 17, 27, § 1º, 32, § 3º, e 45 da Constituição Federal (CF),
preservado o núcleo essencial do sistema representativo e proporcional, não cabe ao
Supremo Tribunal Federal (STF) atuar como fonte de direito, observados os limites
impostos pela CF, sob pena de indevida ingerência em legítima opção político-
normativa do Parlamento.
STF. ADI 5947/DF, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 4.3.2020. (ADI-5947)

Cláusula de desempenho individual e constitucionalidade


O Plenário julgou improcedente pedido formulado em ação direta de
inconstitucionalidade ajuizada contra o art. 4º da Lei 13.165/2015, no trecho em que deu
nova redação ao art. 108 do Código Eleitoral (CE), para estabelecer o limite mínimo de
votação individual de 10% do quociente eleitoral para preenchimento das vagas em
disputa nas eleições submetidas ao sistema proporcional.”
STF. ADI 5920/DF, rel. Min. Luiz Fux, julgamento em 4.3.2020. (ADI-5920)

17
DIREITO EMPRESARIAL
3. Das regras gerais do direito de empresa no CC/02 (II) – Registro do empresário.
Escrituração do empresário. Nome empresarial.

Não há julgados relevantes sobre o tema.

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
3. Da família substituta: disposições gerais. Da guarda.

Guarda de menor e destituição do poder-dever familiar de representá-lo em juízo.


A concessão de guarda do menor não implica automática destituição do poder-dever
familiar dos pais para representá-lo em juízo.
STJ. REsp 1.761.274-DF, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 04/02/2020, DJe 06/02/2020

Adoção. Destituição do poder familiar. Guarda provisória. Nome afetivo. Uso


administrativo. Informação adicional. Instituições escolares, de saúde, cultura e
lazer. Identidade. Perigo de dano. Probabilidade do direito. Trâmites regulares.
Tutela antecipada. Cabimento.
Presentes os requisitos autorizadores da tutela antecipada, é cabível a inclusão de
informações adicionais, para uso administrativo em instituições escolares, de saúde,
cultura e lazer, relativas ao nome afetivo do adotando que se encontra sob guarda
provisória.
STJ. REsp 1.878.298/MG, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, Terceira Turma, por
unanimidade, julgado em 02/03/2021.

Guarda compartilhada. Genitores domiciliados em cidades distintas. Possibilidade.


O fato de os genitores possuírem domicílio em cidades distintas não representa óbice à
fixação da guarda compartilhada.
STJ. REsp 1.878.041-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, Terceira Turma, por unanimidade,
julgado em 25/05/2021, DJe 31/05/2021.

Princípio da máxima eficácia e proteção integral a crianças e adolescentes - ADI


4878/DF e ADI 5083/DF
A interpretação conforme a ser conferida ao art. 16, § 2º, da Lei 8213/1991 deve
contemplar os “menores sob guarda” na categoria de dependentes do Regime Geral de
Previdência Social, em consonância com o princípio da proteção integral e da prioridade
absoluta, desde que comprovada a dependência econômica, nos termos da legislação
previdenciária.
STF. ADI 4878/DF, relator Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Edson
Fachin, julgamento virtual finalizado em 7.6.2021 (segunda-feira), às 23:59 ADI
5083/DF, relator Min. Gilmar Mendes, redator do acórdão Min. Edson Fachin,
julgamento virtual finalizado em 7.6.2021 (segunda-feira), às 23:59

19
DIREITO TRIBUTÁRIO
3. Sistema tributário nacional: conceito de tributo, competência tributária e capacidade
tributária ativa.

Não há julgados relevantes sobre o tema.

20
DIREITO AMBIENTAL
3. Dos princípios do direito ambiental.

SUSPENSÃO DO PERÍODO DE DEFESO DA PESCA POR ATO DO EXECUTIVO


E PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO
ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 389
RELATOR: MIN. ROBERTO BARROSO
Sessão Virtual de 15.5.2020 a 21.5.2020.

Ementa: DIREITO AMBIENTAL. ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE


PRECEITO FUNDAMENTAL. SUSPENSÃO DO PERÍODO DE DEFESO DA
PESCA POR ATO DO EXECUTIVO. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA
PRECAUÇÃO. AMEAÇA À FAUNA BRASILEIRA, À SEGURANÇA ALIMENTAR
E À PESCA ARTESANAL. 1.Ação que tem por objeto a Portaria Interministerial nº
192, de 05 de outubro de 2015, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
e do Ministério do Meio Ambiente, que suspendeu, por 120 dias, com possibilidade de
prorrogação, os períodos de defeso estabelecidos em dez atos normativos. 2.Ausência de
estudos técnicos que comprovem a desnecessidade do defeso nas hipóteses em que foi
suspenso pela Portaria. Não apresentação de indícios mínimos da alegada ocorrência de
fraude, em proporção que justifique a interrupção do pagamento de seguro-defeso.
3.Inobservância do princípio ambiental da precaução. Risco ao meio ambiente
equilibrado, à fauna brasileira, à segurança alimentar da população e à preservação de
grupos vulneráveis, que se dedicam à pesca artesanal. Nesse sentido: ADPF 101, Rel.
Min. Cármen Lúcia; RE 835.559, Rel. Min. Luiz Fux; RE 627.189, Rel. Min. Dias
Toffoli; AI 781.547, Rel. Min. Luiz Fux. 4.Modulação de efeitos da decisão para
preservar os atos praticados entre 7/1/2016 e 11/3/2016, período em que o defeso esteve
suspenso com respaldo em cautelar deferida pelo Supremo Tribunal Federal e
posteriormente revogada (art. 27 da Lei 9.868/1999). 5.Ação julgada procedente.

21
DIFUSOS E COLETIVOS / CONSUMIDOR
3. Ação Civil Pública (Teoria Geral do Processo Coletivo II): Das condições da ação (II):
Do interesse de agir e da possibilidade jurídica do pedido. Dos elementos da ação. Da
competência.

Ação civil pública. Afastamento da cobrança de multa por resolução do contrato por
motivo de força maior ou caso fortuito, especialmente roubo e furto do telefone
celular. Relação jurídica litigiosa. Direito do consumidor. Competência das Turmas
da 2ª Seção.
Compete às Turmas da Segunda Seção julgar recurso especial interposto em face de
concessionárias do serviço de telefonia com o objetivo de afastar a cobrança de multa
em caso de resolução do contrato por motivo de roubo ou furto do aparelho celular.
STJ. CC 165.221/DF, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Corte Especial, por
unanimidade, julgado em 03/03/2021

Ação civil pública. Normas trabalhistas. Concessão de Selo de Responsabilidade


Social. Art. 114, I e VII da CF. Competência da Justiça do Trabalho.
Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar a ação civil pública fundamentada na
não concessão pela União de Selo de Responsabilidade Social a empresa pela falta de
verificação adequada do cumprimento de normas que regem as condições de trabalho.
STJ. AgInt no CC 155.994-SP, Rel. Min. Benedito Gonçalves, Primeira Seção, julgado
em 12/05/2021.

Conflito negativo de competência. Primeira e Quarta Turmas do STJ. Ação Civil


Pública ajuizada pelo MPF. Prestação de serviços médicos. Cláusula de exclusividade
prevista em estatuto social de cooperativa operadora de Plano de Saúde. Presença na
lide da União e da ANS. Debate sobre direito à livre concorrência, direito à saúde e
intervenção do Estado na economia. Relação jurídica litigiosa prevalente de direito
público. Competência das turmas que compõem a Primeira Seção.
Compete à Primeira Seção do STJ julgar Ação Civil Pública ajuizada pelo MPF, em
face da UNIMED, a fim de anular cláusula indutora de exclusividade de prestação de
serviços médicos, constante do Estatuto Social da Cooperativa Médica operadora de
Plano de Saúde, segundo a qual podem ser penalizados ou premiados os médicos
cooperados que adiram, ou não, à referida cláusula.
STJ. CC 180.127-DF, Rel. Min. Raul Araújo, Corte Especial, por unanimidade, julgado
em 18/08/2021, DJe 23/08/2021.

22
DIREITO PROCESSUAL PENAL
3. Da comunicação dos atos processuais: citações e intimações. Do inquérito policial (I):
características, polícia judiciária e persecução penal, instauração, diligências,
identificação criminal, reprodução simulada e prazos de conclusão.

IMPORTANTE. Conflito de atribuições envolvendo MPE e MPF:


A solução de conflitos de atribuições entre ramos diversos dos Ministérios Públicos
pelo CNMP, nos termos do artigo 130-A, § 2º, e incisos I e II, da Constituição Federal e
no exercício do controle da atuação administrativa do Parquet, é a mais adequada, pois
reforça o mandamento constitucional que lhe atribuiu o controle da legalidade das ações
administrativas dos membros e órgãos dos diversos ramos ministeriais, sem ingressar ou
ferir a independência funcional.
Plenário, Sessão Virtual de 5.6.2020 a 15.6.2020.
PETIÇÃO 4.891. RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO
ACO 843

Quem decide o conflito de atribuições entre membros do Ministério Público?


MPE do Estado 1 x MPE do Estado 1 Procurador-Geral de Justiça do Estado 1
MPF x MPF CCR, com recurso ao PGR
MPU (ramo A) x MPU (ramo B) Procurador-Geral da República
MPE do Estado 1 x MPE do Estado 2 CNMP
MPE x MPF CNMP

Defesa técnica, oitivas e inquérito policial


Em conclusão de julgamento, a Segunda Turma negou provimento ao agravo regimental
em que se discutia a necessidade de intimação prévia da defesa técnica do investigado
para a tomada de depoimentos orais na fase de inquérito policial, sob pena de nulidade
dos atos processuais (Informativo 916). O agravante alegava ser impositiva a
participação do advogado na colheita de depoimentos no curso de inquérito policial, de
acordo com a recente alteração do art. 7º, XXI (1), da Lei 8.906/1994 (Estatuto da
Ordem dos Advogados do Brasil), promovida pela Lei 13.245/2016. A Turma entendeu
que, por se tratar de procedimento informativo de natureza inquisitorial destinado
precipuamente à formação do opinio delicti, o inquérito comporta a regular mitigação
das garantias do acusatório e da ampla defesa. Esse entendimento justifica-se pelo fato
de os elementos indiciários não se prestarem, por si sós, ao juízo penal condenatório. As
alterações legislativas implicaram reforço das prerrogativas da defesa técnica, sem,
contudo, conferir ao advogado o direito subjetivo de intimação prévia e tempestiva do
calendário de inquirições a ser definido pela autoridade judicial.
STF. Pet 7612/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 12.03.2019. (Pet-7612)

23
Investigação criminal e matéria jornalística
É possível a deflagração de investigação criminal com base em matéria jornalística. (...)
Inicialmente, para a configuração de justa causa, seguindo o escólio da doutrina, "torna-
se necessário [...] a demonstração, prima facie, de que a acusação não (seja) temerária
ou leviana, por isso que lastreada em um mínimo de prova. Este suporte probatório
mínimo se relaciona com os indícios da autoria, existência material de uma conduta
típica e alguma prova de sua antijuridicidade e culpabilidade. Somente diante de todo
este conjunto probatório é que, a nosso ver, se coloca o princípio da obrigatoriedade da
ação penal pública". Nesse sentido, consigne-se que é possível que a investigação
criminal seja perscrutada pautando-se pelas atividades diuturnas da autoridade
policial, verbi gratia, o conhecimento da prática de determinada conduta delitiva a partir
de veículo midiático, no caso, a imprensa, como de fato ocorreu.
STF. RHC 98.056-CE, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, Sexta Turma, por
unanimidade, julgado em 04/06/2019, DJe 21/06/2019

Inquérito policial: declinação da competência para a Justiça estadual e condução


pela Polícia Federal
A Primeira Turma indeferiu habeas corpus em que se buscava, dentre outras
providências, o reconhecimento da nulidade de todos os atos judiciais decorrentes de
investigações conduzidas pela Polícia Federal relativas a supostas infrações atribuídas
ao paciente. A defesa afirmava não configurada hipótese de atribuição da autoridade da
Polícia Federal que conduziu os inquéritos. Para tanto, reportou-se à Lei 10.446/2002,
que versa sobre a atuação desse órgão na repressão de crimes com repercussão
interestadual ou internacional. Diziam configurado abuso na atuação da referida
autoridade e aludiam ao posterior afastamento do delegado federal responsável pelas
investigações. O colegiado observou que o procedimento foi inicialmente instaurado
pela Polícia Federal e decorreu de requisição do Parquet correspondente, sendo
destinado a investigar suposta prática de crimes, em tese, afetos à competência da
Justiça Federal. O declínio da competência para a Justiça estadual, ante indícios da
prática de delitos a ela sujeitos, a resultar na definição do juízo criminal de determinada
comarca, revela ter-se observado o figurino legal. O inquérito policial constitui
procedimento administrativo, de caráter meramente informativo e não obrigatório à
regular instauração do processo-crime. Visa subsidiar eventual denúncia a ser
apresentada, razão pela qual irregularidades ocorridas não implicam, de regra, nulidade
de processo-crime. Uma vez supervisionados pelo juízo competente e por membro do
Ministério Público revestido de atribuição, pouco importa que os procedimentos
investigatórios atinentes à operação desencadeada tenham sido presididos por
autoridade de Polícia Federal. O art. 5º, LIII, da Constituição da República, ao dispor
que ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade competente,
contempla o princípio do juiz natural, não se estende às autoridades policiais, porquanto
não investidas de competência para julgar. Surge inadequado pretender-se a anulação de

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provas ou de processos em tramitação com base na ausência de atribuição da Polícia
Federal para conduzir os inquéritos. A desconformidade da atuação da Polícia Federal
com as disposições da Lei 10.446/2002 e eventuais abusos cometidos por autoridade
policial podem implicar responsabilidade no âmbito administrativo ou criminal dos
agentes. No caso, por não apresentarem qualquer repercussão no tocante à validade
jurídica das provas obtidas, não se mostram passíveis de caracterizar nulidade.
STF. HC 169348/RS, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 17.12.2019. (HC-
169348)

Inquérito para investigar “Fake News” e ameaças contra o STF: constitucionalidade


O Plenário, por maioria, julgou improcedente pedido formulado em arguição de
descumprimento de preceito fundamental (ADPF), em que se discutia a
constitucionalidade da instauração de inquérito pelo Supremo Tribunal Federal (STF),
realizada com o intuito de apurar a existência de notícias fraudulentas (fake news),
denunciações caluniosas, ameaças e atos que podem configurar crimes contra a honra e
atingir a honorabilidade e a segurança do STF, de seus membros e familiares. Por
conseguinte, a Corte declarou a constitucionalidade da Portaria GP 69/2019, que
instaurou o referido inquérito, e a constitucionalidade do art. 43 do Regimento Interno
do STF (RISTF), que lhe serviu de fundamento legal (Informativo 981).
Preliminarmente, o Tribunal conheceu da ADPF e converteu o julgamento da medida
acauteladora em julgamento definitivo de mérito. Quanto ao mérito, assentou
condicionantes no sentido de que o procedimento investigatório: (a) seja acompanhado
pelo Ministério Público (MP); (b) seja integralmente observado o Enunciado 14 da
Súmula Vinculante; (c) limite o objeto do inquérito a manifestações que, denotando
risco efetivo à independência do Poder Judiciário (CF, art. 2º), pela via da ameaça aos
membros do STF e a seus familiares, atentam contra os Poderes instituídos, contra o
Estado de Direito e contra a democracia; e (d) observe a proteção da liberdade de
expressão e de imprensa nos termos da Constituição, excluindo do escopo do inquérito
matérias jornalísticas e postagens, compartilhamentos ou outras manifestações
(inclusive pessoais) na internet, feitas anonimamente ou não, desde que não integrem
esquemas de financiamento e divulgação em massa nas redes sociais.
STF. ADPF 572 MC/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento em 17 e 18.6.2020.
(ADPF-572)

Citação por edital (CPP, art. 366): suspensão do prazo prescricional e limitação ao
tempo da prescrição em abstrato (Tema 438 RG)
TESE FIXADA
Em caso de inatividade processual decorrente de citação por edital, ressalvados os
crimes previstos na Constituição Federal (CF) como imprescritíveis, é constitucional
limitar o período de suspensão do prazo prescricional ao tempo de prescrição da pena
máxima em abstrato cominada ao crime, a despeito de o processo permanecer suspenso.

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STF. RE 600851/DF, rel. Min. Edson Fachin, julgamento virtual finalizado em
4.12.2020. (RE-600851)

Inquérito Policial. Reconhecimento fotográfico de pessoa. Inobservância do


procedimento previsto no art. 226 do CPP. Prova inválida como fundamento para
condenação. Necessidade de evitar erros judiciários.
O reconhecimento de pessoa, presencialmente ou por fotografia, realizado na fase do
inquérito policial, apenas é apto, para identificar o réu e fixar a autoria delitiva, quando
observadas as formalidades previstas no art. 226 do Código de Processo Penal e quando
corroborado por outras provas colhidas na fase judicial, sob o crivo do contraditório e
da ampla defesa.
STJ. HC 598.886-SC, julgado em 27/10/2020, DJe 18/12/2020

Citação via WhatsApp. Princípio da necessidade. Inadequação formal e material. Pas


de nullité sans grief. Necessária aferição da autenticidade com a adoção das cautelas
necessárias.
É possível a utilização de WhatsApp para a citação de acusado, desde que sejam
adotadas medidas suficientes para atestar a autenticidade do número telefônico, bem
como a identidade do indivíduo destinatário do ato processual.
STJ. HC 641.877/DF, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade,
julgado em 09/03/2021.

Citação por carta Rogatória. Termo final da suspensão da prescrição. Data da efetiva
da citação. Retorno da contagem.
O termo final da suspensão do prazo prescricional pela expedição de carta rogatória
para citação do acusado no exterior é a data da efetivação da comunicação processual no
estrangeiro, ainda que haja demora para a juntada da carta rogatória cumprida aos autos.
STJ. REsp 1.882.330/SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade,
julgado em 06/04/2021

Citação por edital. Art. 366 do CPP. Suspensão do processo e do prazo prescricional.
Esgotamento do prazo máximo (Súmula 415/STJ). Retomada do curso processual
sem o comparecimento do réu. Impossibilidade. Inconstitucionalidade assentada pelo
STF. Regime de Repercussão Geral (Tema n. 438/STF). Revisão da jurisprudência do
STJ.
Citado o réu por edital, nos termos do art. 366 do CPP, o processo deve permanecer
suspenso enquanto perdurar a não localização do réu ou até que sobrevenha o transcurso
do prazo prescricional. STJ. RHC 135.970/RS, Rel. Min. Sebastião Reis Junior, Sexta
Turma, por unanimidade, julgado em 20/04/2021.

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DIREITO PENAL
3. Fato típico. Teoria da imputação objetiva. Erro de tipo. Iter criminis.
Antijuridicidade.

Qualificadora. Meio cruel. Dolo eventual. Compatibilidade.


A qualificadora do meio cruel é compatível com o dolo eventual.
STJ. REsp 1.829.601-PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Sexta Turma, por unanimidade,
julgado em 04/02/2020, DJe 12/02/2020

Causa de diminuição: pagamento do principal e arrependimento posterior


A Primeira Turma deferiu a ordem de habeas corpus e determinou ao juízo de origem
que proceda a nova dosimetria da pena, levando em conta a causa de diminuição
prevista no art. 16 do Código Penal (CP). No caso, a paciente foi condenada a 1 ano e 6
meses de reclusão, em regime inicial de cumprimento aberto, substituída por pena
restritiva de direito, e o pagamento de 25 dias-multa, ante a prática da infração versada
no art. 155, caput (furto), na forma do 71 (continuidade delitiva), do CP. Os impetrantes
pleiteavam a diminuição da pena por arrependimento posterior. Destacaram a
celebração de acordo entre a vítima e a paciente, no qual previsto o pagamento de R$
48.751,11, a caracterizar o valor atualizado da subtração (R$ 33.000,00). Sustentaram,
ainda, que o dano decorrente do delito foi integralmente reparado antes do recebimento
da denúncia, bem como que os valores pagos após esse fato são referentes aos juros e à
correção monetária e não integrariam a quantia a ser observada para fins de
caracterização do arrependimento. A Turma reconheceu a incidência da causa de
diminuição prevista no referido dispositivo do CP, uma vez que a parte principal do
dano foi reparada antes do recebimento da denúncia.
STF. HC 165312/SP, rel. Min. Marco Aurélio, julgamento em 14.4.2020. (HC-165312)

Roubo circunstanciado. Teoria objetivo-formal. Início da prática do núcleo do tipo.


Necessidade. Quebra de cadeado e fechadura da casa da vítima. Meros atos
preparatórios. Condenação por tentativa. Impossibilidade.
Adotando-se a teoria objetivo-formal, o rompimento de cadeado e destruição de
fechadura da porta da casa da vítima, com o intuito de, mediante uso de arma de fogo,
efetuar subtração patrimonial da residência, configuram meros atos preparatórios que
impedem a condenação por tentativa de roubo circunstanciado.
STJ. AREsp 974.254-TO, Rel. Min. Ribeiro Dantas, Quinta Turma, por unanimidade,
julgado em 21/09/2021, DJe 27/09/2021.

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