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Rio de
Janeiro: Jorge Zahar, 1991. (v. 1).
Introdução
Sentido original: conjunto de doze artigos, dos quais sete se perderam, que se
caracterizavam pela liberdade de elaboração e pelo afastamento de descrições
clínicas. Assim, na totalidade da obra de Freud, os chamados artigos
metapsicológicos se diferenciam, especialmente, das descrições clínicas e dos
escritos técnicos.
Estudo por meio do qual a psicologia projetada (ou seja, psicologia do mundo)
no delírio paranoico, na religião, nas crenças populares, é transformada em
psicologia sobre os fundamentos da metapsicologia. Modelos dentro da
casuística psicanalítica: as teorias sexuais infantis; o delírio de Schreber (em
comum, criatividade).
“...esses e muitos outros pormenores da estrutura delirante de Schreber soam
quase como percepções endo-psíquicas dos processos cuja existência presumi
nestas páginas, como base de nossa explicação da paranoia. Posso, não
obstante, invocar um amigo e colega especialista para testemunhar que
desenvolvi minha teoria da paranoia antes de me familiarizar com o conteúdo
do livro de Schreber. Compete ao futuro decidir se existe mais delírio em minha
teoria do que eu gostaria de admitir ou se há mais verdade no delírio de
Schreber do que outras pessoas estão, por enquanto, preparadas para
acreditar” (“O caso Schreber”, 1911, p. 85). Se é assim, qual seria a diferença
entre o texto de Schreber e o texto sobre o texto, o “metatexto”, escrito por
Freud?
O Eu e o Isso (1923)
Para uma concepção das afasias (1891)
Danos causados na área de Wernicke podem fazer com que uma pessoa que
escute perfeitamente e reconheça bem as palavras, seja incapaz de agrupá-las
para formar um pensamento coerente, caracterizando a doença conhecida
como Afasia de Wernicke.
Ínsula: do tamanho da uma ameixa seca, a ínsula está localizada numa das
áreas mais profundas do cérebro, na face interna do lobo temporal, um
dos sistemas envolvidos no processamento da memória, do pensamento e da
linguagem.
Perspectivas abertas pelo ponto de vista localizacionista: 1) a possibilidade de
se remeter fatos encontrados na clínica a lesões em determinadas áreas do
cérebro; 2) a possibilidade de descrever a linguagem enquanto um processo
fisiológico.
Efeitos de sujeito (p. 39): termo com que J. Nassif designa a subversão que o
discurso afásico tem sobre o “discurso bem formado”. Freud chama esses
desvios de parafasias. Importante: para ele, esses desvios (troca de uma
palavra por outra, junção de duas palavras, etc.) não se distinguem de
ocorrências semelhantes quando o sujeito está tomado por afetos intensos ou
simplesmente cançado; trata-se, portanto, de distúrbios funcionais, e não
necessariamente acarretados por lesão cerebral. São essas parafasias que se
incorporam ao sujeito como parte de seu caráter, como uma idiossincrasia; está
aqui, apontada, a necessidade de expansão do conceito de aparelho de
linguagem e aparelho psíquico.