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Questão 01)
Não posso dizer o que a alma é com expressões materiais, e posso afirmar que não tem qualquer tipo de
dimensão, não é longa ou larga, ou dotada de força física, e não tem coisa alguma que entre na
composição dos corpos, como medida e tamanho. Se lhe parece que a alma poderia ser um nada, porque
não apresenta dimensões do corpo, entenderá que justamente por isso ela deve ser tida em maior
consideração, pois é superior às coisas materiais exatamente por isso, porque não é matéria. É certo que
uma árvore é menos significativa que a noção de justiça. Diria que a justiça não é coisa real, mas um
nada? Por conseguinte, se a justiça não tem dimensões materiais, nem por isso dizemos que é nada. E a
alma ainda parece ser nada por não ter extensão material?
(Santo Agostinho. Sobre a potencialidade da alma. 2015. Adaptado.)
Questão 02)
O Iluminismo, como movimento intelectual, reuniu pensadores que abordaram a política, a organização
social e a natureza de formas distintas. Podemos, no entanto, encontrar um conjunto de princípios
comuns que dão identidade ao pensamento iluminista europeu do século XVIII. Sobre esse movimento,
analise as afirmativas a seguir:
I. As ideias iluministas estão associadas às críticas ao Antigo Regime, em particular ao direito divino
dos reis e aos privilégios hereditários, entendidos como contrários ao direito natural do homem.
II. Os iluministas defendiam que as sociedades humanas tendiam para um estágio inevitável de
progresso material e espiritual que levaria à regeneração do homem e que seria guiado por Deus.
III. A defesa da razão como principal recurso humano para conhecer e explicar os fenômenos
sociais e naturais estava no centro da atitude intelectual dos filósofos iluministas.
IV. A igualdade e a liberdade são, para os pensadores do século XVIII, valores fundamentais e
naturais, que constituem a base política do nascente Estado absolutista.
São corretas apenas as afirmativas:
(A) I e II.
(B) (D) I e III.
(C) II e III.
(D) III e IV.
(E) I e IV.
Questão 03)
Sobre o Iluminismo, é correto afirmar que:
(A) defendia a doutrina de que a soberania do Estado absolutista garantiria os direitos individuais e
eliminaria os resquícios feudais ainda existentes.
(B) propunha a criação de monopólios estatais e a manutenção da prática econômica mercantilista para
assegurar o direito de propriedade.
(C) acreditava na prática do entesouramento como meio adequado para eliminar as desigualdades sociais
e garantir as liberdades individuais.
(D) criticava o mercantilismo, a limitação ao direito à propriedade privada, o absolutismo e a
desigualdade de direitos e deveres entre os indivíduos.
(E) consistia na defesa da igualdade de direitos e liberdades individuais, proporcionada pela influência da
Igreja Católica sobre a sociedade, por meio da educação.
QUESTÃO 04)
Entre as consequências sociais forjadas pela Revolução Industrial, pode-se mencionar:
A) a melhoria das condições de habitação e sobrevivência para o operariado, proporcionada pelo surto
de desenvolvimento econômico.
B) a ascensão social dos artesãos, que reuniram seus capitais e suas ferramentas em oficinas ou
domicílios rurais dispersos, aumentando os núcleos domésticos de produção.
C) a criação do Banco da Inglaterra, com o objetivo de financiar a monarquia e ser também uma
instituição geradora de empregos.
D) o desenvolvimento de indústrias petroquímicas, favorecendo a organização do mercado de trabalho,
de maneira a assegurar emprego a todos os assalariados.
E) o desenvolvimento de uma camada social de trabalhadores que, destituídos dos meios de produção,
passaram a sobreviver apenas da venda de sua força de trabalho.
Questão 05)
O novo processo de produção introduzido com a Revolução Industrial, no século XVIII,
caracterizou-se pela:
a) implantação da indústria doméstica rural em substituição às oficinas.
b) mecanização da produção agrícola e consequente fixação do homem à terra.
c) facilidade na compra de máquinas pelos artesãos, que conseguiam financiamento para isso.
d) preocupação em aumentar a produção, respeitando-se o limite da força física do trabalhador.
e) realização da produção em grandes unidades fabris e intensa divisão do trabalho.
Questão 06)
(Enem 2010) Em nosso paı́s queremos substituir o egoı́smo pela moral, a honra pela probidade, os usos
pelos princı́pios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo império da razão, o desprezo à
desgraça pelo desprezo ao vı́cio, a insolência pelo orgulho, a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao
dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pelas boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo
gênio, o brilho pela verdade, o tédio da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela
grandeza do homem.
HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. In: PERROT, M. (Org.) História da Vida Privada: da Revolução Francesa à
Primeira Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptad).
Questão 07)
(Enem PPL 2010) O movimento operário ofereceu uma nova resposta ao grito do homem miserável no
princípio do século XIX. A resposta foi a consciência de classe e a ambição de classe. Os pobres então se
organizavam em uma classe específica, a classe operária, diferente da classe dos patrões (ou capitalistas).
A Revolução Francesa lhes deu confiança; a Revolução Industrial trouxe a necessidadeda mobilização
permanente.
No texto, analisa-se o impacto das Revoluções Francesa e Industrial para a organização da classe
operária. Enquanto a “confiança” dada pela Revolução Francesa era originária do significado da
vitória revolucionária sobre as classes dominantes, a “necessidade da mobilização permanente”,
trazida pela Revolução Industrial, decorria da compreensão de que
a) A competitividade do trabalho industrial exigia um permanente esforço de qualificação para o
enfrentamento do desemprego.
b) A completa transformação da economia capitalista seria fundamental para a emancipação dos
operários.
c) A introdução das máquinas no processo produtivo diminuía as possibilidades de ganho material para
os operários.
d) O progresso tecnológico geraria a distribuição de riquezas para aqueles que estivessem adaptados aos
novos tempos industriais.
e) A melhoria das condições de vida dos operários seria conquistada com as manifestações coletivas em
favor dos direitos trabalhistas.
Questão 08)
(Enem PPL 2011) Atualmente, a noção de que o bandido não está protegido pela lei tende a ser aceita pelo
senso comum. Urge mobilizar todas as forças da sociedade para reverter essa noção letal para o Estado
Democrático de Direito, pois, como dizia o grande Rui Barbosa, “A lei que não protege o meu inimigo, não
me serve".
SAMPAIO, P. A. Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos.In.: Os Direitos Humanos desafiando o
século XXI. Brasília: OAB; Conselho Federal; Comissão Nacional de Direitos Humanos, 2010.
No texto, o autor estabelece uma relação entre democracia e direito que remete a um dos mais valiosos
princípios da Revolução Francesa: a lei deve ser igual para todos. A inobservância desse princípio é uma
ameaça à democracia, porque
a) Resulta em uma situação em que algumas pessoas possuem mais direitos do que outras.
b) Diminui o poder de contestação dos movimentos sociais organizados.
c) Favorece a impunidade e a corrupção por meio dos privilégios de nascimento.
d) Consagra a ideia de que as diferenças devem se basear na capacidade de cada um.
e) Restringe o direito de voto a apenas uma parcela da sociedade civil.
Questão 09)
(UFG-GO) O que, com efeito, ganha a adesão dos espíritos da Idade Média é o extraordinário, o
sobrenatural ou, pelo menos, o invulgar. A própria ciência toma para seu objeto o excepcional, os
prodígios.
LE GOFF, Jacques. A civilização do Ocidente medieval. Lisboa: Estampa, 1995, p. 91, v. 2. (Adaptado).
A citação destaca uma característica da cultura medieval, que pode ser identificada pela
a) explicação da natureza mediante a descoberta de leis gerais.
b) incorporação dos acontecimentos considerados milagrosos ao cotidiano.
c) negação dos prodígios com base na experiência empírica.
d) separação entre os princípios da autoridade e da investigação científica.
e) rejeição dos símbolos como forma de apreensão do oculto.
Questão 10)
(Enem) Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo
Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias,
como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema de
Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza.
AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado).