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Dicas super poderosas de Atualidades para o ENEM

Olá, eu sou a professora de Atualidades, me chamo Carla Kurz, sou doutora em História e Geogra-
fia. Trabalho em cursos preparatórios desde 2004 e sou professora do Focus Concursos. Tive trei-
namento didático nas principais redes de ensino do Brasil. Ainda, sou escritora de material didático,
podcaster e youtuber e louca por temas atuais que vão gerar polêmicas e questões de provas. Estou
aqui para te ajudar a responder com tranquilidade as questões com temas dos dias atuais!

Apesar de não estar na lista dos conteúdos cobradas no ENEM, as Atualidades estão presentes em
todas as disciplinas cobradoras na prova, de forma direta e indireta, formatando o caráter interdisci-
plinar na prova. Além disso, você precisará dos dados e informações para a argumentação da re-
dação.

Como sou sua heroína do ENEM, estou aqui para te ajudar a responder com tranquilidade as ques-
tões com temas dos dias atuais e de quebra te encher de informações para ter um excelente repertó-
rio para sua Redação!

Em um país como o nosso, cuja maioria da população, por deficiência da formação escolar, e pouco
hábito de leitura diária é, em regra, uma missão que requer muito treinamento. Para ter um bom de-
sempenho nesse tipo de prova é necessário estudar muitos assuntos e ficar ligado nas notícias rele-
vantes do Brasil e do mundo podem. E para você não ser pego de surpresa, organizei algumas dicas
de como estudar Atualidades para ficar super informado.

Nesse e-book você encontra:

- Os conceitos chaves para você desenvolver uma boa redação;


- Os principais temas de atualidades do Brasil e mundo de 2018 e 2019;
- Contextualização dos temas;
- Dicas de leitura em fontes distintas;
- Dicas de citações para os principais eixos temáticos;

- Bora estudar Atualidades?

1. Conceitos chave:

Estado: sociedade constituída por um grupo de indivíduos organizados, como: os grupos familia-
res, profissionais, educativos, políticos, religiosos, que buscam objetivos em comum. Além disso, o
Estado se apresenta como uma organização denominada sociedade política. Nessa sociedade, exis-
tem normas jurídicas escritas (Constituição Federal, Código Civil, Código Penal, Código de Defesa
do Consumidor, etc.). E também uma hierarquia entre os governantes e governados, todos sujeitos a
buscar o bem público, sendo exemplos a saúde, educação, justiça e defesa nacional. A formação de
um Estado consiste em três elementos: uma população, um território e um governo.

Povo: Diz respeito a todos que habitam o território, englobando todas as pessoas, mesmo que elas
estejam temporariamente no território ou que não tenham qualquer vínculo com o Estado. Mas há
uma diferença entre as referências de população, povo e cidadão. Para entender: a população refere-
se brasileiros e estrangeiros (em território nacional), a palavra povo se caracteriza pelos natos e na-
turalizados, e os cidadãos são os nacionais que possuem direitos políticos.

Território: É o lugar onde há aplicação do ordenamento jurídico, a base física em que está fixado o
elemento humano. É nele que o governo pode exercer a sua organização e validar suas normas jurí-
dicas. Constitui-se do solo, subsolo, águas territoriais, ilhas, rios, lagos, portos, mar e espaço aéreo.

Soberania: É uma autoridade superior que não pode ser limitada por nenhum outro poder. Com
isso em mente, sabemos que a soberania possui estas características:
• Una: é sempre um poder superior. Não podem existir duas soberanias dentro de um
mesmo Estado, por exemplo;
• Indivisível: aplica-se a todos os fatos ocorridos no Estado;
• Inalienável: quem a detém desaparece ao ficar sem ela, seja o povo, nação ou o Esta-
do;
• Imprescritível: não tem prazo de duração.

Monarquia: Essa forma de governo é bastante antiga. Nela, o chefe de Estado é um monarca, que é
chamado de rei/rainha, imperador/imperatriz, dentre outros títulos. Atualmente as monarquias cons-
titucionais são parlamentaristas, em que as funções de governo são repassadas a um primeiro-minis-
tro, junto com um gabinete e o povo escolhe seus representantes no parlamento. Apesar de não ter
mais grandes poderes políticos, os monarcas desse tipo de sistema continuam a gozar da hereditari-
edade do cargo.
Existem cerca de 40 monarquias restantes no mundo e cerca de metade delas é pertencente à Com-
monwealth, que é a comunidade de nações que foram colonizadas pelo Reino Unido. A maior parte
dos países da Commonwealth ainda reconhece a rainha britânica como sua chefe de Estado.
Mas ainda existem algumas monarquias absolutas no mundo: Arábia Saudita, Brunei, Omã, Suazi-
lândia possuem seus próprios monarcas.

República: o cargo do executivo é exercido por uma pessoa escolhida diretamente pelo povo, ge-
ralmente chamado de presidente ( às vezes também de primeiro-ministro, no caso de repúblicas par-
lamentaristas). Normalmente, o presidente é, ao mesmo tempo, o chefe de Estado e o chefe de go-
verno, exceto nas repúblicas parlamentaristas. O seu tempo no poder costuma ser curto e muito bem
definido.

Constituição: A Constituição Federal, também chamada Carta Magna, é o instrumento legal máxi-
mo de um país, estabelecendo os limites materiais e formais a todas as suas leis. O Brasil, por
exemplo, já teve oito Constituições em vigor, incluindo a atual.
Uma Constituição pode ser originada e outorgada de forma autoritária, como ocorreu com a primei-
ra Constituição Brasileira, em 1824, ou pode derivar da vontade popular, por meio de representantes
eleitos para uma Assembleia Nacional Constituinte, como é o caso de nossa Constituição atual.

Assembleia Constituinte: É o órgão responsável pela elaboração da Constituição de um país, dan-


do início a um novo ordenamento jurídico.
Cidadão: como um membro do Estado que usufrui de direitos civis e políticos, e que desempenha
deveres que lhe são atribuídos pela sociedade a qual pertence. Nesse caso, a ideia de “membro do
Estado” não se limita àqueles que nasceram no território nacional. No Brasil, por exemplo, um es-
trangeiro pode obter a cidadania brasileira.
Direitos políticos: dizem respeito à atuação do cidadão na vida pública de determinado país – ou
seja, eles garantem a sua participação no processo político.

Sistema de governo: É a forma como o poder político de um país é dividido e exercido. Basica-
mente, esses sistemas variam de acordo com a distribuição de funções entre os poderes Executivo e
Legislativo.

Formas de Estado: (unitário, federado);

Formas de governo: (monarquia, república, etc);

Repúblicas: Geralmente são democracias e possuem a clássica separação de poderes entre Executi-
vo, Legislativo e Judiciário. Isso não quer dizer que em toda república você verá um presidente
como o principal líder, pois algumas repúblicas podem adotar o parlamentarismo ;

Presidencialismo: Nesse sistema a distinção entre chefe de Estado e chefe de governo não existe
claramente. Tanto funções de chefe de Estado, quanto de chefe de governo ficam acumuladas
para uma pessoa: o presidente. Ele é responsável por coordenar a execução das políticas públicas, a
escolha dos ministros que trabalharão com ele, exercer poder de veto em projetos de lei vindos do
Legislativo, entre outras coisas. Ele não tem um papel decorativo, como acontece em muitas repú-
blicas parlamentaristas.

Globalização: A globalização é um processo de expansão econômica, política e cultural a nível


mundial. Sua origem remete ao período das Grandes Navegações no século XVI, momento em que
as trocas comerciais se ampliaram para outras nações.
No último século, o processo de globalização se acelerou bastante devido à Terceira Revolução In-
dustrial (ou Revolução Técnico-Científico-Informacional). Ela promoveu a evolução das tecnologi-
as de transporte e comunicação, de modo que a distância e as fronteiras geográficas se tornam cada
vez menores. Isso contribuiu diretamente para o aumento das trocas comerciais entre os países, so-
bretudo para a velocidade em que essas trocas acontecem

Mercado financeiro: é constituído por bancos e bolsas de valores, que são instituições que negoci-
am as ações das empresas. Assim, faz a ligação entre empresas e pessoas com capital sobrando e as
sem capital. Através das bolsas de valores, é atraído o capital especulativo, também denominado
“capital volátil”, isto é, um dinheiro que pode entrar ou sair com facilidade naquele mercado.

Transnacionais: São empresas que transpõem as fronteiras originais em que foram criadas. Assim,
possuem fábricas em diferentes países e são consumidas no mundo todo.

Blocos econômicos: Normalmente se iniciam através de acordos que estabelecem zonas de livre
comércio (ZEEs), lugares onde não são cobradas tarifas alfandegárias, como o NAFTA (Tratado de
Livre Comércio das Américas).
Os blocos econômicos podem adicionar também ao seu acordo uma união Aduaneira, ou seja, o es-
tabelecimento de uma tarifa externa comum. Isso significa que todos os países que compõem o blo-
co irão aplicar a mesma taxação em relação à importação de bens de países fora do bloco. Um
exemplo de união aduaneira é o Mercosul.
Hoje, um dos maiores e mais complexos blocos econômicos é a União Europeia. Além de se confi-
gurar como uma zona de livre comércio e possuir uma união aduaneira, ela também se estabelece
como um mercado comum, isto é, permite a livre circulação de pessoas, capital e trabalho entre os
países pertencentes ao bloco. Além disso, ele também padroniza as legislações econômica, traba-
lhista, fiscal e ambiental.
Por fim, a União Europeia também possui uma política monetária unificada. Em 1998, o bloco ini-
ciou o processo de adoção de uma moeda única (euro), fato que exigiu a convergência das políticas
econômicas entre os países pertencentes à união.

Xenofobia: Segundo a definição utilizada pelo Alto Comissariado das Nações Unidas para os Re-
fugiados (ACNUR), que considera a xenofobia como: “Atitudes, preconceitos e comportamentos
que rejeitam, excluem e frequentemente difamam pessoas, com base na percepção de que eles são
estranhos ou estrangeiros à comunidade, sociedade ou identidade nacional”.
Ao adotar esse enfoque, considera-se que qualquer forma de violência baseada nas diferenças de
origens geográfica, linguística ou étnica de uma pessoa pode ser considerada como xenófoba. Em
resumo, a xenofobia é o medo ou ódio por estrangeiros ou estranhos, e está vinculada a atitudes e
comportamentos discriminatórios e frequentemente culmina em atos de violência, como diferentes
tipos de abuso e exibições de ódio.

Refugiados: Trata-se de um grupo específico de imigrantes que recebem essa denominação por
conta de uma convenção feita em 1951 que trouxe regulamentação aos diferentes tipos de imigran-
tes. Refugiado é uma pessoa que sai de seu país por conta de “fundados temores de perseguição por
motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas”, em situações nas quais
“não possa ou não queira regressar”.

Feminicídio: é uma palavra nova para uma prática antiga, uma vez que mulheres morrem de for-
mas trágicas todos os dias no Brasil: são espancadas, estranguladas, agredidas brutalmente até o
momento em que perdem a vida. Feminicídio é uma palavra que define o homicídio de mulheres
como crime hediondo quando envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher e vio-
lência doméstica e familiar. A lei define feminicídio como “o assassinato de uma mulher cometido
por razões da condição de sexo feminino” e a pena prevista para o homicídio qualificado é de reclu-
são de 12 a 30 anos.

Terrorismo: O termo terrorismo pode ser extremamente vago e servir meramente para fins retóri-
cos. É bem possível que você já tenha ouvido falar em terrorismo eleitoral, terrorismo midiático,
terrorismo econômico, entre outros usos incomuns dessa palavra. De todo modo, existem algumas
tentativas de elaborar uma definição precisa do que “terrorismo” de fato significa. A Organização
das Nações Unidas, por exemplo, define terrorismo da seguinte forma:
“Atos criminosos pretendidos ou calculados para provocar um estado de terror no público em geral
[…]“ — Declaração sobre Medidas para Eliminar o Terrorismo Internacional
(Resolução 49/60 da Assembleia Geral, para. 3)

Direitos humanos: Consistem em direitos naturais garantidos a todo e qualquer indivíduo, e que
devem ser universais, isto é, se estender a pessoas de todos os povos e nações, independentemente
de sua classe social, etnia, gênero, nacionalidade ou posicionamento político.
Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), os direitos humanos são “garantias jurídicas
universais que protegem indivíduos e grupos contra ações ou omissões dos governos que atentem
contra a dignidade humana”. São exemplos de direitos humanos o direito à vida, direito à integrida-
de física, direito à dignidade, entre outros.
Quando os direitos humanos são firmados em determinado ordenamento jurídico, como nas Consti-
tuições, eles passam a ser chamados de direitos fundamentais.

Previdência Social: É um seguro social em que o trabalhador participa através de contribuições


mensais. O benefício dessa contribuição é garantir ao trabalhador segurado uma renda na hora em
que ele não puder mais trabalhar – ou seja, se aposentar. Em outras palavras, a previdência social é
o sistema público que garante as aposentadorias dos trabalhadores brasileiros.

2. Principais temas, eixos de estudo e citações:

2.1. Educação: “O ser humano é aquilo que a educação faz dele.”Immanuel Kant

O QUE É E QUAL O OBJETIVO DA EDUCAÇÃO SEXUAL?

Educação sexual é um termo utilizado para se referir ao processo que busca proporcionar
conhecimento e esclarecer dúvidas sobre temas relacionados à sexualidade. Por sexualidade enten-
de-se o conjunto de comportamentos relacionados ao desejo sexual.
Este processo de educação sobre sexualidade tem sua importância relacionada à prevenção de di-
versas situações indesejadas, como doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), gravidez na ado-
lescência e experiências sexuais traumáticas.
Educação sobre sexualidade como um programa de ensino nas escolas é, muitas vezes, chamado de
orientação sexual – o que pode causar confusão com a ideia de preferência sexual de cada indiví-
duo. Em função disso, neste post utilizaremos o termo educação sexual para tratar, especificamente,
do programa adotado em escolas.
A Organização das Nações Unidas (ONU) considera que a educação sexual está relacionada
à promoção de direitos humanos – direitos das crianças e jovens e o direito que toda pessoa tem à
saúde, educação, informação e não discriminação. Por essa razão, a ONU é favorável a implemen-
tação de um currículo para educação sexual nas escolas:

“Educação sexual é um programa de ensino sobre os aspectos cognitivos, emocionais, físicos e so-
ciais da sexualidade. Seu objetivo é equipar crianças e jovens com o conhecimento, habilidades,
atitudes e valores que os empoderem para: vivenciar sua saúde, bem estar e dignidade; desenvolver
relacionamentos sociais e sexuais respeitosos; considerar como suas escolhas afetam o bem estar
próprio e dos outros; entender e garantir a proteção de seus direitos ao longo da vida.” (UNAIDS,
Guia técnico para educação sexual).

Os argumentos dos favoráveis à educação sexual

Os defensores da aplicação de programas de educação sexual nas escolas entendem que


educadores e instituições de ensino não só devem falar sobre o assunto como também estão inevita-
velmente ligados ao tema.

Eles argumentam que a escola deve tratar do assunto por que:


• A criação de hábitos saudáveis e noções de cuidado com a saúde devem ser incenti-
vadas desde a infância. Por isso a importância da educação sexual nas escolas, pois ela está relacio-
nada a questões que afetam a saúde reprodutiva, sexual ou mental de jovens (gravidez, aborto, HIV/
AIDS, casamento infantil, violência sexual).
• A conversa sobre educação sexual nem sempre acontece em casa. Muitos jovens não
recebem instruções importantes para prevenção de DSTs e gravidez. Por isso a escola deveria ofe-
recer as informações necessárias.
• Sexualidade é parte da vida humana. A defesa da abordagem da educação sexual nas
escolas também parte do entendimento de que a sexualidade é parte natural da vida humana e de
nossa vivência social. Logo, não haveria razão para a exclusão do tema dos ambientes de ensino.
Além disso, a educação para a sexualidade ajuda jovens a compreender e lidar melhor com experi-
ências naturais como puberdade, menstruação e virgindade.
• Há uma necessidade de direcionar o assunto. Desde gestos de conotação sexual e
brincadeiras entre si até o início de relacionamentos afetivos, são situações frequentemente obser-
vadas no ambiente escolar. É por isso que especialistas da saúde e da educação entendem que a es-
cola deve direcionar o assunto, com uma abordagem educativa.
A visão de quem se opõe
Por outro lado, há quem defenda que educação sexual não é um assunto apropriado para o ambiente
escolar. Essas pessoas acreditam que:
• Sexualidade é assunto da família. A escola não deve tratar de temas relacionados à
sexualidade por não haver um consenso com relação ao assunto. A forma como a sexualidade é en-
xergada e tratada diverge entre pessoas de diferentes culturas, vivências e crenças. Por isso, cabe à
família, e não à escola, educar a criança sobre o assunto da forma que julgar mais adequada. O pró-
prio Presidente da República, Jair Bolsonaro, é adepto dessa linha de pensamento, conforme afir-
mou em entrevista.
• A escola exerce influência sobre a sexualidade do jovem. Os educadores podem
transmitir para os alunos seus próprios valores, crenças ou preferência sexual. Isso pode, inclusive,
afetar a orientação sexual de crianças e jovens ou incentivá-los a ter relações sexuais.
• Erotização infantil. De acordo com Damares Alves, Ministra da Mulher, Família e
Direitos Humanos, essa é a maior preocupação do governo. A Ministra, bem como o atual presiden-
te, acreditam que crianças não devem ser expostas a imagens de genitálias e outras consideradas
eróticas.

Fonte: https://www.politize.com.br/educacao-sexual-o-que-e-e-como-funciona-em-outros-paises/

2. 2. Sociedade e comportamento: “O homem está condenado a ser livre, pois, uma vez lançado
ao mundo, ele é responsável por tudo o que faz.” Jean Paul Sartre

O QUE FAZER PARA MELHORAR A SEGURANÇA NA INTERNET

Pesquisador identificou em fórum uma pasta contendo 773 milhões de endereços de e-mails
e 21 milhões de senhas, no que já é considerado um dos maiores vazamentos de dados da história.
Em janeiro de 2019, a revista Wired divulgou que quase 773 milhões de e-mails e mais de 21 mi-
lhões de senhas foram disponibilizados na internet. O material foi publicado num fórum de hackers.
Quem descobriu a falha foi o pesquisador australiano Troy Hunt, que mantém uma ferramenta para
as pessoas conferirem se foram afetadas. Desenvolvedor de segurança da Microsoft, ele diz que
chegou a uma pasta chamada Collection #1, após encontrar uma discussão sobre ela no grupo de
hackers.
O material estava armazenado na nuvem e abrigava mais de 12 mil arquivos, e mais de
2.000 bancos de dados, com senhas e e-mails. Não se sabe ainda a dimensão do vazamento, mas ele
pode ser ainda maior. O jornalista independente Brian Krebs, que investiga cibercrimes, publicou
no Twitter que esteve em contato com um hacker que lhe ofereceu por apenas US$ 45 (R$ 168) um
pacote dez vezes maior do que o encontrado inicialmente.
A pasta Collection #1 constava na oferta, além de outros quatro similares. Desconfia-se que
os arquivos sejam compilados de vazamentos de dados antigos. Para melhorar a segurança dos
usuários na internet, esta lista aberta traz algumas medidas que podem ser tomadas.

Dicas de segurança

• USE UM GERENCIADOR DE SENHAS Utilize uma senha única para cada conta, principal-
mente as que possuem informações valiosas, como e-mails e bancos. Alguns aplicativos podem
ajudá-lo a administrá-las, como o 1Password ou o LastPass.
• CRIE SENHAS FORTES Use, no mínimo, seis dígitos. Senhas grandes com números, letras e
símbolos são mais seguras. Sempre configure seus aparelhos para que exijam códigos ao serem
acessados.
• USE A AUTENTICAÇÃO DE DOIS FATORES Com essa ferramenta, sempre que um usuário
for iniciar uma sessão pela primeira vez em algum novo aparelho, será obrigado a fornecer um
código enviado para outro dispositivo confiável. Exemplo: ao acessar o Facebook pela primeira
vez num computador, a pessoa recebe no celular um código que deverá ser informado na hora
de se logar. O uso do número do celular, porém, não é aconselhado, pois hackers podem invadi-
lo e, assim, acessar as senhas. Prefira aplicativos de geração de códigos.
• HABILITE A PROTEÇÃO COM O CÓDIGO PIN O código PIN é informado na compra dos
chips das operadoras telefônicas, mas é geralmente ignorado. Alguns hackers conseguem inva-
dir o celular. Nesse caso, se o usuário usa a autenticação de dois fatores com o número de celu-
lar, o hacker poderá alterar todas as senhas. Quando a proteção com o PIN está ativada, ele é
exigido sempre que o dispositivo for ligado.
• USE A CRIPTOGRAFIA Caso o aparelho seja roubado, será muito mais difícil alguém acessar
as informações se a criptografia, que embaralha os dados, tiver sido habilitada anteriormente.
Alguns sistemas já vêm com a criptografia incluída automaticamente.
• CUBRA A CÂMERA Em 2016, o então diretor do FBI (a polícia federal dos Estados Unidos),
James Comey, afirmou que usava um pedaço de fita encobrindo a câmera de seu computador
“porque viu uma pessoa mais esperta do que ele” fazendo o mesmo. No mesmo ano, o fundador
do Facebook, revelou sem querer, nesta foto, que também tampava a câmera de seu computador.
Há indícios de que elas podem ser invadidas.
• REVEJA PERMISSÕES Ao utilizar aplicativos, eles costumam pedir permissão para acessar
fotos, câmera, localização e microfones. Tenha certeza de que as permissões foram dadas para
aplicativos confiáveis.
• REVEJA A GEOLOCALIZAÇÃO Fotos e vídeos produzidos no aparelho podem já vir com a
geolocalização. Qualquer um que acessar essas mídias no Instagram ou Twitter, por exemplo,
pode saber exatamente onde foram feitas. É possível desabilitar a função em alguns aparelhos. A
• PRIVACIDADE NAS REDES SOCIAIS Empresas como Facebook recolhem informações dos
usuários, como interesses pessoais, locais frequentados, contatos e compras realizadas, entre
outros dados. É preciso rever as permissões dadas, se abandonar as redes sociais não for uma
opção.
• DESCONFIE SEMPRE A estratégia do phishing (fraude na internet) é se passar por uma pes-
soa ou empresa, geralmente por e-mail, para convencer alguém a clicar num link que direciona
o usuário para uma página falsa de login. As informações fornecidas ali vão diretamente para o
criminoso. Nunca responda mensagens solicitando dados pessoais e financeiros.
• MANTENHA OS DISPOSITIVOS ATUALIZADOS Atualize os dispositivos assim que uma
nova versão do sistema estiver disponível, porque elas trazem melhorias de segurança. Roubos
de dados ocorrem com mais frequência em aparelhos desatualizados.

Fonte: Texto de Estêvão Bertoni


Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/01/21/O-que-fazer-para-melhorar-
a-seguran%C3%A7a-na-internet

2. 3. Violência: “Devemos promover a coragem onde há medo, promover o acordo onde existe
conflito, e inspirar esperança onde há desespero.” Nelson Mandela

FEMINICÍDIO

Feminicídio é uma palavra que define o homicídio de mulheres como crime hediondo quan-
do envolve menosprezo ou discriminação à condição de mulher e violência doméstica e familiar. A
lei define feminicídio como “o assassinato de uma mulher cometido por razões da condição de sexo
feminino” e a pena prevista para o homicídio qualificado é de reclusão de 12 a 30 anos.

Por que a palavra feminicídio é importante?

“Trata-se de um crime de ódio. O conceito surgiu na década de 1970 com o fim de reconhecer e
dar visibilidade à discriminação, opressão, desigualdade e violência sistemática contra as mulhe-
res, que, em sua forma mais aguda, culmina na morte. Essa forma de assassinato não constitui um
evento isolado e nem repentino ou inesperado; ao contrário, faz parte de um processo contínuo de
violências, cujas raízes misóginas caracterizam o uso de violência extrema. Inclui uma vasta gama
de abusos, desde verbais, físicos e sexuais, como o estupro, e diversas formas de mutilação e de
barbárie.” Eleonora Menicucci, ministra-chefe da Secretaria de Políticas para as Mulheres da
Presidência (Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República)

Um terço dos homicídios de mulheres no mundo – 35% – são cometidos por seus compa-
nheiros, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, enquanto 5% dos assassinatos de homens
são cometidos por suas parceiras. A projeção da Organização das Nações Unidas é que 70% de to-
das as mulheres no mundo já sofreram ou irão sofrer algum tipo de violência em algum momento de
suas vidas. Em 2016, um terço das mulheres no Brasil – 29% – relataram ter sofrido algum tipo de
violência. Delas, apenas 11% procuraram uma delegacia da mulher e em 43% dos casos a agressão
mais grave foi no domicílio.
Esses são alguns dados de muitos outros – sobre os quais falaremos adiante – e que ilustram
pontos-chave para entendermos a diferença entre feminicídio e homicídio de mulheres.
O principal motivo para o uso da palavra feminicídio é de que o crime é diferente por si só,
por ser um crime de discriminação, cometido contra uma mulher pelo fato de ela ser mulher. Essa
discriminação provém no machismo e do patriarcado, que são maneiras culturais de a sociedade co-
locar a mulher num lugar de inferioridade, submissão e subserviência; de acordo com essa lente, a
autoridade máxima é exercida pelo homem e automaticamente a mulher se torna um ser desimpor-
tante, que deve dedicar sua vida à servir (principalmente os homens).
Por vezes, mulheres sofrem diversos tipos de violência de gênero – sexual, psicológica, mo-
ral, física, doméstica – até que lhe seja tirada a vida. Esse foi o caso de Eloá Cristina Pimentel, de
15 anos, assassinada em 2008 após ser mantida refém por mais de 100 horas pelo ex-namorado
Lindemberg Fernandes Alves.
A existência dessas formas de violência na vida de tantas mulheres chama a nossa atenção
para o fato de que o feminicídio pode ser evitado, por muitas vezes ser o ápice de um processo de
violência contínua e que muitas vezes está dentro de casa.
A tipificação do feminicídio como crime de gênero se faz necessária por estar diretamente
ligado à violência de gênero e por ser um crime passível de ser evitado – principalmente às vítimas
de violência doméstica, que podem ter suporte e seus agressores punidos conforme prevê a lei. De
acordo com o Atlas da Violência e outros relatórios, “os dados apresentados [sobre violência contra
a mulher e feminicídio] revelam um quadro grave, e indicam também que muitas dessas mortes po-
deriam ter sido evitadas.
Em inúmeros casos, até chegar a ser vítima de uma violência fatal, essa mulher é vítima de
uma série de outras violências de gênero, como bem especifica a Lei Maria da Penha (Lei
11.340/06). A violência psicológica, patrimonial, física ou sexual, em um movimento de agrava-
mento crescente, muitas vezes, antecede o desfecho fatal.”

COMO É O PANORAMA DE FEMINICÍDIO NO BRASIL?

“A violência contra mulheres é uma construção social, resultado da desigualdade de força


nas relações de poder entre homens e mulheres. É criada nas relações sociais e reproduzida pela
sociedade”. Nadine Gasman, porta-voz da ONU mulheres no Brasil
O panorama de feminicídio no Brasil é grave: a cada dia, 13 mulheres são assassinadas no
Brasil. Há diversas pesquisas, relatórios e estudos que mostram esse comportamento sistêmico não
só no Brasil, mas no mundo.
O Brasil tem a quinta maior taxa de feminicídios no mundo: 4,8 homicídios para cada 100
mil mulheres – de acordo com a Organização Mundial da Saúde. O Mapa da Violência de 2015 que
trata sobre o homicídio de mulheres mostra que 106.093 mulheres foram assassinadas entre 1980 e
2013, sendo 4.762 só em 2013. Em 2015 o número diminuiu, mas pouco: 4.621 mulheres foram
assassinadas no Brasil, contabilizando 4,5 mortes para cada 100 mil mulheres, de acordo com o
Atlas da Violência de 2017.

Como surgiu a Lei do Feminicídio?


“O feminicídio é a instância última de controle da mulher pelo homem: o controle da vida e
da morte. Ele se expressa como afirmação irrestrita de posse, igualando a mulher a um objeto,
quando cometido por parceiro ou ex-parceiro; como subjugação da intimidade e da sexualidade da
mulher, por meio da violência sexual associada ao assassinato; como destruição da identidade da
mulher, pela mutilação ou desfiguração de seu corpo; como aviltamento da dignidade da mulher,
submetendo-a a tortura ou a tratamento cruel ou degradante.” Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito sobre Violência contra a Mulher (Relatório Final, CPMI-VCM, 2013)
Essas foram as diretrizes que resultaram na formulação da Lei do Feminicídio, lei nº 13.104,
que entrou em vigor em 2015. Uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito foi formada para tra-
tar da violência contra a mulher no país, investigar qual era a situação nos estados brasileiros e to-
mar providências sobre. O processo durou de março de 2012 a julho de 2013, quando foram perce-
bidas as relações diretas entre crime de gênero e feminicídio.

Fonte: https://www.politize.com.br/feminicidio/
2. 4. Juventude: “Temos de nos tornar a mudança que queremos ver.”Mahatma Gandhi

AS MARCAS DE UM MASSACRE. E O SENTIDO DE COMUNIDADE

Para Bernardo Tanis, atentados como o de Suzano podem abalar a confiança no coletivo e
abrir uma brecha explorada por extremistas, provocando mais atos de violência.
Ataques em massa como o ocorrido em duas mesquitas na cidade de Christchurch, na Nova
Zelândia, no dia 15 de março, ou como o ocorrido na escola estadual Raul Brasil, na cidade de Su-
zano, na região metropolitana de São Paulo, no dia 13 de março, deixam marcas nos sobreviventes,
nas famílias e, também, em toda a comunidade. “Além da tristeza, também sinto muita raiva porque
a comunidade tem de lidar não apenas com as consequências de curto prazo, mas de longo prazo”,
disse a americana Heather Martin ao portal UOL, referindo-se a Suzano.
Ela é sobrevivente do massacre de Columbine, nos EUA, em 1999. “Esta [tragédia] gera
uma marca indelével que essas pessoas vão carregar consigo a vida toda”, afirmou o psicólogo e
psicanalista Bernardo Tanis, nesta entrevista ao Nexo. Na análise de Tanis, as comunidades têm um
longo caminho de reconstrução após atentados desse tipo, o que envolve acompanhamento psicoló-
gico e análise crítica dos acontecimentos. “Mais trabalho de pensamento, menos cultura do espetá-
culo e da catástrofe que prima pelo impacto da imagem”, define.
Autor de “Circuitos da solidão. Entre a clínica e a cultura” e atual presidente da Sociedade
Brasileira de Psicanálise de São Paulo, Tanis considera que esses ataques podem provocar traumas
para a sociedade como um todo. “O luto deve ser uma ação coletiva: a sociedade precisa digerir o
que aconteceu, elaborar alternativas e se reerguer coletivamente, por exemplo, com o trabalho de
psicólogos e educadores conversando com estudantes, as famílias e os amigos de Suzano - e nas
escolas do país inteiro. Isto diz respeito ao Brasil: precisamos reconstruir o mínimo de confiança no
coletivo.
A ausência desse elo é muitas vezes explorada por extremistas”, analisa nesta entrevista ao
Nexo. Nos EUA, estima-se que 28% de testemunhas de massacres sofrem de transtorno de estresse
pós-traumático. No Brasil, psiquiatras e psicólogos estão a caminho de Suzano (SP), para atender
sobreviventes, familiares e amigos das vítimas do atentado desta semana.

Texto de Juliana Sayuri .Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/entrevista/2019/03/15/


As-marcas-de-um-massacre.-E-o-sentido-de-comunidade

AS REGRAS DA POSSE DE ARMA NO BRASIL

Em janeiro de 2019, o presidente Jair Bolsonaro assinou um decreto que flexibiliza a posse
de armas no país. O decreto n° 9.685 alterou regras previstas em um decreto anterior, de 2004, que
regulamentava o Estatuto do Desarmamento, de 2003. 619.604 armas estão oficialmente nas mãos
de civis no Brasil, segundo dados do Exército de 2017 e da Polícia Federal de 2018 33.031 é o nú-
mero de licenças concedidas para civis, em 2017, segundo a Polícia Federal. Em 2004, foram 3.029
A nova norma torna menos rígidos os critérios para alguém solicitar a posse de arma de fogo, ou
seja, para mantê-la em casa ou em estabelecimento comercial do qual seja proprietário.
O decreto altera o trecho relativo à comprovação de “efetiva necessidade” da posse. Agora,
há uma lista de situações que se enquadram como efetiva necessidade de possuir uma arma, como:
ter estabelecimento comercial, morar em área rural, morar em cidades de Unidades da Federação
com índice de homicídio superior a 10 por 100 mil habitantes (índice, atualmente, superado por to-
dos os estados). O prazo para renovar o registro de posse aumentou de 5 para 10 anos.
O limite de armas que uma pessoa pode ter passou para quatro no total (com possibilidade
de solicitar mais, se comprovada necessidade).
RESTRIÇÃO O cidadão que deseja ter uma arma em casa e convive com crianças, adoles-
centes e/ou pessoas com deficiência intelectual terá de apresentar uma declaração de que a residên-
cia tem cofre ou local seguro para guardar a arma. O texto do decreto não especifica como deve ser
feita essa declaração nem características necessárias para o armazenamento. O QUE FICOU
IGUAL Para solicitar a posse à Polícia Federal, continuam valendo exigências como: ter mais de 25
anos, ter residência fixa, não ter antecedentes criminais e comprovar capacidade técnica e psicoló-
gica. Os critérios para o porte (permissão para circular com uma arma) não sofreram alteração.
Os planos sobre as armas de fogo no Brasil Bolsonaro já sinalizou que outras mudanças re-
lativas ao Estatuto do Desarmamento estão previstas, as principais são: Porte de armas: ampliar o
direito de cidadãos circular armados nas ruas, o que exige mudança por meio de projeto de lei Re-
gularização de armas: o governo vai abrir prazo para recadastrar armas em situação irregular e ava-
lia reduzir o imposto ao comprador de armamento Essas duas medidas dependem de aprovação do
Congresso.
A flexibilização do porte ainda não foi detalhada. Atualmente, esse direito é restrito a agen-
tes de segurança pública e privada e há poucas exceções a cidadãos comuns, como determina a lei
nº10.826/2003. Sobre a regularização de armas, conforme Bolsonaro sinalizou na cerimônia de as-
sinatura do decreto em 15 de janeiro, será feita em breve por Medida Provisória – instrumento que
entra em vigor assim que assinado pelo presidente, mas que precisa ser aprovado pelos parlamenta-
res em até 120 dias.
As mortes por armas de fogo no Brasil No começo dos anos 1980, 40% dos homicídios re-
gistrados no Brasil eram causados por armas de fogo. Esse número subiu até 71,1%, índice registra-
do em 2003, segundo o Atlas da Violência, publicado anualmente pelo Ipea (Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada).
Com o Estatuto do Desarmamento, o índice registra uma leve queda nos primeiros anos,
para depois se manter estável. Na análise do levantamento de 2014, o número de homicídios no país
seria 41% maior entre 2003 até aquele ano, o equivalente a quase 80 mil mortes, caso a circulação
de armas de fogo ocorresse sem as restrições do estatuto. Segundo o Atlas da Violência, em 2010, o
Brasil tinha uma taxa de 19,3 homicídios por armas de fogo por 100 mil habitantes. Em compara-
ção, a taxa nos EUA, no mesmo ano, era de 3,6, segundo a Pew Research Center. Em 2016, alcan-
çou 21,6 no Brasil.
EUA vivem rotina de tiroteios em massa O EUA registraram, em 2015, uma média de um
massacre por dia, de acordo com o Mass Shooting Tracker, uma contabilização feita pelo jornal The
Washington Post. Em 2017, após um militar da reserva matar a tiros 26 pessoas numa igreja batista
no Texas, o jornal The New York Times ouviu pesquisadores para saber se havia alguma explicação
científica para a recorrência de massacres com armas de fogo nos EUA. O presidente Donald
Trump havia dito que o país apresentava “muitos problemas de saúde mental” e que a culpa não era
das armas. Existem mais armas do que pessoas nos Estados Unidos, segundo dados de 2017 da
Small Arms Survey: são 120,5 para cada 100 pessoas.
Segundo a publicação, o argumento da saúde mental não poderia ser usado para explicar
uma violência armada que era “pelo menos 20 vezes superior a de qualquer outro país desenvolvi-
do”, segundo números da pesquisadora Kimberly Yonkers, da Escola de Medicina de Yale. O país
gastava cerca de 7% do PIB com saúde mental, enquanto nos países desenvolvidos o número ficava
entre 6% e 8%.
Os Estados Unidos também possuíam 19 profissionais da área e 3,4 leitos para cada 100 mil
habitantes, número próximo ao dos países da Europa central. “Em resumo, o sistema americano de
saúde mental é pelo menos equivalente ao de seus pares entre as demais nações desenvolvidas, mas
os números de violência armada nos EUA são dramaticamente mais altos”, conclui Yonkers. Outra
explicação seria ligar as mortes ao número de assaltos.
Mas um estudo dos pesquisadores Franklin E. Zimring e Gordon Hawkins, da Universidade
de Berkeley, na Califórnia, derrubou a tese. “Um cidadão em Nova York tem a mesma chance de ser
assaltado que um cidadão de Londres, mas o risco de ser morto no assalto é 54 vezes maior em
Nova York do que em Londres”, afirma o trabalho.
De acordo com o New York Times, a disponibilidade de armas é um fator muito mais de-
terminante. Uma análise feita por pesquisadores ligados ao centro de prevenção de crimes da Pen-
silvânia, publicada em 2016 no American Journal of Epidemiology, levando em consideração 130
países, mostrou que quanto mais estrito o controle sobre as armas de fogo, menor o número de ho-
micídios. Essa mesma correlação é verificada também entre estados americanos.

TEXTO: Juliana Domingos de Lima


Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2019/03/13/Atentado-a-tiros-em-Suza-
no-o-massacre-na-escola-estadual

2. 5. Meio Ambiente e tecnologia: “A tecnologia move o mundo.”Steve Jobs

TECNOLOGIA A FAVOR DO MEIO-AMBIENTE

Desde 1972, o Dia Mundial do Meio Ambiente é celebrado em 5 de junho. A data foi estabe-
lecida durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em Es-
tocolmo, capital da Suécia, e tem como objetivo reforçar os constantes problemas ambientais en-
frentados por todo o planeta, assim como a importância da preservação de seus recursos.
Foi também nessa época que o conceito de desenvolvimento sustentável começou a tomar
forma. Segundo informações do livro Gestão Socioambiental Estratégica, de Luís Felipe Nascimen-
to, Ângela Denise da Cunha Lemos e Maria Celina Abreu de Mello, logo após a realização da Con-
ferência, diversos países começaram a estruturar órgãos ambientais e legislações que tornaram o ato
de poluir uma prática ilegal. Discussões sobre a racionalização do uso de energia e a busca por
combustíveis mais limpos também ganharam força.
Vale lembrar que o conceito de desenvolvimento sustentável está intimamente ligado a ca-
pacidade de atender às necessidades das sociedades atuais sem comprometer as futuras gerações.
“Os princípios sugerem que é preciso desenvolver uma economia que privilegie o crescimento
econômico, alterando a qualidade desse crescimento para torná-lo mais equitativo e menos intensi-
vo no uso de matérias-primas e energia, destacando o papel dos avanços científicos, tecnológicos e
inovadores”, ressalta a Profa. Dra. Anapatrícia Morales Vilha, Coordenadora da Agência de Inova-
ção da UFABC.

Cenário atual

Passados 44 anos do evento organizado pela ONU, as dificuldades na área de preservação


ambiental ainda são muitas. De acordo com um grupo* de docentes dos Cursos de Tecnologia em
Saneamento Ambiental e Engenharia Ambiental da Faculdade de Tecnologia da Unicamp, a maioria
dos problemas atuais está interligado aos elevados índices de consumo de recursos materiais e ener-
géticos. A rápida elevação da temperatura média do planeta, por exemplo, é um efeito antropogêni-
co. Ou seja, apesar de ter componentes naturais associados a eles, somos os grandes responsáveis
por esse fenômeno.
Entretanto, a boa notícia é que o desenvolvimento tecnológico deixou de ser visto apenas
como vilão para tornar-se um auxiliar na minimização dos efeitos negativos das atividades produti-
vas para o meio ambiente. Há várias inovações que favorecem a convivência mais adequada dos
seres humanos com o planeta. Outro ponto positivo é que governantes, empresários e população
estão assimilando a importância disso.
No entendimento dos docentes da Unicamp, os consumidores estão cada vez mais preocu-
pados com a degradação do meio ambiente e exigem soluções menos impactantes, o que exige po-
sicionamento e investimento das empresas. Além disso, várias universidades brasileiras têm se des-
tacado no quesito inovação, contribuindo com soluções que trabalham pela redução do impacto am-
biental.

Quatro inovações tecnológicas que proporcionam (ou vão proporcionar) diversos benefícios para o
meio ambiente:

1. Tecnologia da Informação
O uso de satélites combinado à popularização da internet permitiu que pessoas de todo o mundo
evitassem deslocamentos, antes vistos como imprescindíveis. O próprio uso do GPS e de outros
aplicativos de geolocalização contribuem de maneira decisiva para a redução da emissão de CO2.
“Na área da agricultura, a utilização desses softwares ajuda na diminuição do uso de insumos, ferti-
lizantes e pesticidas. Também é possível economizar diversas etapas no processo de plantio, o que
significa menos gases lançados na atmosfera”, explica José Maria da Silveira, professor do Instituto
de Economia da Unicamp.

2. Energia Solar

Energias limpas estão na moda


A energia elétrica é imprescindível para facilitar a vida das pessoas. No entanto, sua produção pode
representar uma agressão considerável ao meio ambiente, tanto no caso das termoelétricas, que uti-
lizam a queima de combustíveis fósseis, como no das hidrelétricas, que geram enormes impactos na
região onde são instaladas (embora grandes avanços também estejam reduzindo o impacto dessas
fontes).
Por ser uma energia abundante e inesgotável, a energia solar mostra-se uma ótima opção para a uni-
versalização da eletricidade. Pelo seu clima propício em nosso país, a previsão é que em alguns
anos as placas solares tornem-se algo comum nos domicílios e até que pequenos investidores “ven-
dam” esse tipo de energia.

3. Biocombustíveis
Ainda no ramo de fontes de energia sustentáveis, o Brasil apresenta uma produção significativa de
etanol. “O cultivo de cana de açúcar cresceu bastante nos últimos tempos. São mais de 400 usinas
sucroalcooleiras em todo o país”, ressalta Anapatrícia Morales Vilha.
Além de ser uma fonte renovável de energia, a produção de etanol a partir da cana apresenta uma
balanço nulo de produção de CO2. Isso porque durante sua fase de crescimento, a planta sequestra a
mesma quantidade de gás emitido durante a fase de fabricação e utilização do combustível.

4. Tratamento da água
O uso de tecnologia para a purificação de águas residuais é uma das principais tendências do mo-
mento. De acordo com o grupo* de docentes da Unicamp, um bom exemplo refere-se à utilização
de processos oxidativos avançados no tratamento de esgotos, capaz de promover a degradação de
vários poluentes, resultando, assim, em uma água de excelente qualidade.

Fonte: https://revistagalileu.globo.com/Caminhos-para-o-futuro/Desenvolvimento/noticia/2016/06/
tecnologia-favor-do-meio-ambiente.html

2. 5.Cultura: "A cultura forma sábios; a educação, homens". Bonald

A DESTRUIÇÃO DO MUSEU NACIONAL. E A HISTÓRIA PERDIDA NO RIO

Um incêndio de grandes proporções atingiu o Museu Nacional, localizado no parque Quinta


da Boa Vista, zona norte do Rio de Janeiro, na noite de domingo de dois de setembro de 2018, por
volta de 19h. As chamas foram controladas pelos bombeiros na madrugada de segunda. Foram seis
horas de fogo ininterrupto.
O interior foi praticamente destruído – parte dele desabou, assim como o teto, e a fachada se
encontra chamuscada. Uma avaliação de agentes da Defesa Civil sobre as condições da estrutura do
prédio será realizada após o resfriamento. A origem do fogo ainda não é conhecida, mas algumas
hipóteses foram levantadas pelo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, segundo registra a coluna da
jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo. Vinculada à Universidade Federal do Rio de Janei-
ro, a instituição era subordinada ao Ministério da Educação.
Uma delas é a queda de um balão no teto do edifício, já que vigilantes revelaram que o fogo
começou de cima para baixo. Outra possibilidade é que tenha começado com um curto-circuito em
um laboratório audiovisual da instituição. O museu não tinha sistema de prevenção de incêndio. Ele
seria instalado com a verba de um contrato de R$ 21 milhões, assinado em junho de 2018 com o
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a restauração.
O incêndio começou depois do encerramento da visitação do museu e do zoológico, também
localizado na Quinta da Boa Vista. De acordo com o comandante-geral dos bombeiros do Rio, Ro-
berto Robadey, o combate ao fogo foi prejudicado pela falta de água nos hidrantes próximos ao edi-
fício. Foi preciso recorrer a caminhões-pipa e retirar água de um lago próximo. Instituição científica
mais antiga do país, o Museu Nacional completou 200 anos em junho de 2018. Sua administração
está subordinada à Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Ele vinha enfrentando dificuldades orçamentárias devido aos cortes sucessivos de verbas:
desde 2014, não recebe integralmente a verba anual de R$ 520 mil que custeia sua manutenção.
Uma das salas do museu, interditada durante meses devido a um ataque de cupins, chegou a ser ob-
jeto de uma campanha de financiamento coletivo online, organizada pelo museu, com o intuito de
reabri-la. Nem tudo o que havia no Museu Nacional (cujo site está fora do ar desde a noite de do-
mingo) foi perdido.
Segundo texto publicado no jornal O Estado de S. Paulo, “o Departamento de Vertebrados
foi separado do prédio principal e ganhou uma nova sede ali perto, também na Quinta da Boa Vista.
O mesmo aconteceu com o Departamento de Botânica. Ambos ficaram a salvo”. Ouvido pelo jor-
nal, o ministro da Cultura afirmou: “É preciso dizer que uma parte do Museu que fica no Horto
como a botânica, biblioteca central que tem cerca de 500 mil volumes, parte da coleção de arqueo-
logia e uma parte de coleção de vertebrados foram preservados”. O que é um museu Segundo Moa-
cir dos Anjos, que foi curador da 29ª Bienal de Arte de São Paulo, diretor do Museu de Arte Moder-
na Aloísio Magalhães, no Recife, além de pesquisador da Fundação Joaquim Nabuco, “um museu é,
antes de tudo, um equipamento educativo”.
Ouvido pelo Nexo, ele afirmou: “No caso de museus históricos ou de arte, museu é uma pla-
taforma de aprendizagem a partir de objetos, imagens, registros diversos de nossa passagem por
aqui. No mundo atual, muitas vezes os museus são reduzidos a lugares de distração, de divertimen-
to, quando deveriam ser lugares de espanto, de ensinamento, de descobertas”. Mas, o estado de um
museu reflete, “como poucas coisas, o estado da sociedade a que ele pertence”.
Para o pesquisador, um museu espelha ainda “a importância que é ou não é dada à reflexão
sobre o que foi feito por essa comunidade até agora, à reflexão sobre como e porque somos o que
somos e não outra coisa qualquer. Reflete a importância que damos ou que não damos à nossa capa-
cidade de imaginar como foi nosso passado, preparando-nos para seguir adiante”. Para ele, “museus
deveriam ser, nesse sentido, patrimônio de todos: setor público e setor privado, independentemente
de quem é proprietário do que está neles exposto. No Brasil, infelizmente, o ser de todos se confun-
de, quase sempre, com o ser de ninguém”. O que é o Museu Nacional A instituição foi fundada por
dom João 6º em 1818.
O palacete imperial de estilo neoclássico que a abriga foi a casa de membros da família real,
como o próprio dom João 6º, dom Pedro 1º e a princesa Isabel. Nele, foi assinada a declaração de
Independência em 1822. Foi também a sede da primeira Assembleia Constituinte Republicana de
1889 a 1891. O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan).
De caráter acadêmico e científico, o acervo de mais de 20 milhões de itens contava com co-
leções focadas em geologia, paleontologia, botânica, zoologia e arqueologia. Há, ainda, uma biblio-
teca com obras raras. “Perdemos ciência, perdemos história. Não só ciência e história abstratas, mas
material humano, feito por vidas humanas, que viviam ali havia mais de dois séculos. São inúmeros
os pensadores que passaram por ali, que dialogaram e tentaram diagnosticar e propor reflexões so-
bre problemas sociais diversos que nos assolam, com vistas a superá-los”, disse o antropólogo Vitor
Grunvald, em entrevista ao Nexo. Grunvald foi mestrando do Programa de Pós-Graduação em An-
tropologia Social pelo Museu Nacional/UFRJ de 2006 a 2009. “Estavam lá documentos agora irre-
cuperáveis, dados brutos e anotações de pesquisa, registros e muitos materiais que nunca foram in-
ventariados, que nunca ganharão o mundo e realizarão sua potência”, disse. Casa de pesquisadores
do programa, conhecido por sua excelência na área, o espaço também era valorizado afetivamente,
como lugar de convivência e produção de conhecimento. “Para quem viveu entre essas paredes,
está a perda de um espaço que muitos não receariam em chamar de segunda casa, dadas as horas
incontáveis que passávamos ali. Um espaço de formação pessoal e intelectual que, para muitos de
nós, nos transformou na pessoa, no pesquisador e professor que somos”, disse Grunvald.

Texto de: Juliana Domingos de Lima, Olívia Fraga e Anita Abdalla Link para matéria: https://
www.nexojornal.com.br/expresso/2018/09/03/A-destrui%C3%A7%C3%A3o-do-Museu-Nacional.-
E-a-hist%C3%B3ria-perdida-no-Rio

2. 6. Política: “A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou uma nação.”


Oscar Wilde

OS 70 ANOS DA DECLARAÇÃO anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

A Declaração Universal dos Direitos do Homem chega a 70 anos no dia 10 de dezembro de


2018. O texto foi aprovado pelos Estados-membros da ONU (Organização das Nações Unidas) –
incluindo o Brasil – apenas três anos após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Seus 30
artigos compõem a base de todas as leis contemporâneas que defendem os direitos essenciais de
todo o ser humano, como o direito à vida, à integridade física, à livre expressão e à associação, sem
qualquer distinção de raça, cor, sexo, religião ou visão política.
Esses 70 anos da declaração, no entanto, não estão marcados apenas por celebrações. Em
todo o mundo, os direitos humanos seguem sendo ameaçados. Em maio de 2017, numa entrevista
ao Nexo, Iain Levine, então diretor de Programas de uma das mais influentes organizações do setor,
a Human Rights Watch, disse que o mundo está enfrentando a maior ameaça aos direitos humanos
desde o pós-Guerra.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos é o documento mais conhecido e mais influ-
ente do mundo na área de direitos humanos. Ela lista, em 30 artigos, os direitos inerentes (com os
quais todo ser humano nasce) e inalienáveis (que não podem ser retirados de ninguém). Ela diz que
“todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos” e determina que esses princípios
devem ser aplicados “sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qualquer
outra condição”.
Essa declaração foi adotada em 10 de dezembro de 1948 pelos Estados-membros da ONU
(Organização das Nações Unidas). No contexto político da época, sua adoção expressa a vontade de
evitar a repetição de tragédias humanas como as ocorridas durante a Segunda Guerra Mundial, que
havia chegado ao fim apenas três anos antes, em 1945. A Declaração em si não tem força de lei. O
que ela fez foi estabelecer um ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações Seus
princípios, entretanto, são muito mais antigos.
A declaração codifica valores que estão presentes em textos religiosos, filosóficos e políticos
que atravessam toda a história da civilização. Ela é um documento de valor “consuetudinário” – pa-
lavra que se refere ao caráter de “costume” entranhado na cultura humana através dos tempos. Mui-
tas de suas formulações encontram inspiração na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão,
proclamada em 1789, durante a Revolução Francesa, que marcou o ocaso das monarquias absolutis-
tas e passou a afirmar o ideal de liberdade, igualdade e fraternidade entre todos os seres humanos –
ainda que o colonialismo e a escravidão perdurassem como marcas a contradizer na prática esses
ideias.
O documento da ONU de 1948 é uma Declaração sem força de lei. O que ela fez foi estabe-
lecer um “ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações”. Quando lançada, a de-
claração trouxe consigo o compromisso explícito de que todos os países do mundo adotassem “me-
didas progressivas de caráter nacional e internacional” para assegurar “sua observância universal e
efetiva”. Foi a partir dela que se desprenderam diversas legislações nacionais e internacionais que,
com maior detalhe, regulam hoje uma ampla coleção de direitos civis, políticos, econômicos, soci-
ais e culturais.
A obrigação primeira de respeitar e de fazer respeitar os direitos humanos recai sobre os Es-
tados. São eles os responsáveis por cumprir e por fazer com que seus funcionários cumpram os
princípios previstos no espírito da Declaração Universal dos Direitos Humanos e em todos os do-
cumentos legais – nacionais e internacionais – que se desprendem dessa declaração. Violações de
direitos humanos são cometidas principalmente por agentes estatais, como policiais e membros de
forças armadas, além de políticos e outros funcionários públicos que atentam contra a liberdade de
expressão, de associação e de manifestação, por exemplo.
Carcereiros envolvidos em casos de tortura, espiões dedicados a monitorar, perseguir e
prender dissidentes, políticos investindo contra jornalistas, todas essas são situações clássicas de
violação das liberdades individuais por agentes estatais. A falta de resposta do Estado diante de vio-
lações de direitos, seja por meio da ausência de recursos jurídicos para remediar os efeitos dessas
violações ou mesmo pela demora no trâmite dos processos judiciais, também configura violação
dos direitos humanos.
As empresas podem ser responsabilizadas por violações de direitos humanos da mesma
forma que são responsabilizadas por qualquer outro tipo de violação às leis Ao mesmo tempo, o Es-
tado pode ter responsabilidade por omissão. Quando os cidadãos não têm acesso aos meios econô-
micos de subsistência, à educação, à saúde e à cultura, o Estado é responsável por essas violações
também, e pode ser responsabilizado por isso. Essa responsabilização pode ocorrer de várias for-
mas.
Há desde órgãos internacionais e regionais que emitem recomendações de atitudes a serem
adotadas pelos Estados (as chamadas medidas cautelares) para proteger uma pessoa em particular
ou um determinado grupo vulnerável, até a possibilidade de julgamento dos infratores – sejam indi-
víduos ou o próprio Estado – em tribunais nacionais ou internacionais. Entretanto, nas últimas dé-
cadas, grandes empresas privadas passaram a acumular capital muito superior ao de alguns países.
Passaram também a protagonizar graves violações de direitos humanos. Mineradoras e em-
presas do ramo de petróleo, por exemplo, operam protegidas por verdadeiros exércitos privados,
atropelando direitos de povos originários e outras comunidades locais. Por isso, a partir dos anos
1980, a ONU tem adotado iniciativas para estabelecer obrigações de respeito a direitos humanos
para além da esfera estatal.
É o caso dos Princípios Orientadores sobre Empresas e Direitos Humanos, de 2012, e as ne-
gociações para o estabelecimento de um tratado internacional sobre empresas transnacionais e direi-
tos humanos, iniciadas em 2014. As empresas podem ser responsabilizadas por violações de direitos
humanos da mesma forma que são responsabilizadas por qualquer outro tipo de violação às leis.
Para evitar que isso aconteça, algumas delas buscam se aproximar de organizações locais e
internacionais do setor, com a intenção de incorporar padrões mínimos de respeito aos direitos e
adequar suas atividades. As discussões sobre o setor são, entretanto, recentes – considerando os 70
anos de avanços no que diz respeito às obrigações dos Estados – e, por isso, o desenvolvimento des-
sa área ainda é considerado mais frágil.

Texto de João Paulo Charleaux


Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/explicado/2018/12/09/Os-70-anos-da-Declara
%C3%A7%C3%A3o-Universal-dos-Direitos-Humanos

3. DICAS DE FONTES PARA VOCÊ SE ATUALIZAR

https://www.youtube.com/user/jornaldacultura
https://open.spotify.com/show/48Pl0e2Q2SFDn2k4xnZDkZ
https://www.youtube.com/channel/UCfo-liEm9BoLi4CE39E_2iw
https://www.nexojornal.com.br
https://guiadoestudante.abril.com.br/edicoes/ge-atualidades-2017-1/
http://g1.globo.com
https://www.politize.com.br

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