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CENTRO DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE TERESINA – CET

FRANCISCO ALVES DE ARAÚJO LTDA


FACULDADE DE TECNOLOGIA DE TERESINA
DISCIPLINA: Imunologia básica
PROFESSORA: Maria das Graças Prianti

Aluna: Marcia de Jesus Misquita


Atividade

1. O homing e o recrutamento de leucócitos para os diferentes tecidos são controlados por


alguns princípios gerais.
Descreva sobre esses princípios gerais para migração de leucócitos
O homing e o recrutamento de leucócitos para os diferentes tecidos são controlados por alguns
princípios gerais.
Os linfócitos naive migram de maneira contínua principalmente para os tecidos linfoides
secundários, ao passo que os linfócitos previamente ativados pelo antígeno (p. ex.: linfócitos
efetores), assim como os leucócitos mieloides, chegam preferencialmente aos tecidos onde há
infecção ou lesão tecidual. Linfócitos de memória migram para os órgãos linfoides, tecidos de
mucosas, pele e outros tecidos.
O homing e o recrutamento de leucócitos requer a adesão do leucócito ao revestimento
endotelial das vênulas pós--capilares, um processo que envolve moléculas presentes na superfície
tanto dos leucócitos (moléculas de adesão e receptores de quimiocinas) quanto das células
endoteliais (moléculas de adesão e quimiocinas).
As células endoteliais nos sítios de infecção e nos tecidos danificados são ativadas pelas
citocinas secretadas por células sentinelas teciduais (incluindo as células dendríticas [DCs],
macrófagos e mastócitos), resultando em expressão aumentada das moléculas de adesão e
quimiocinas. Como consequência ocorre um aumento na adesividade entre as células endoteliais e
os leucócitos mieloides e linfócitos circulantes previamente ativados.
Pelo fato de os microrganismos e tecidos necróticos induzirem a expressão de moléculas que
medeiam a adesão leucócito-endotélio, os leucócitos efetores migram através do endotélio,
principalmente, quando e onde são necessários.
O processo básico envolvido na migração dos leucócitos para os tecidos é o mesmo para os
diferentes tipos de leucócitos (neutrófilos, monócitos, linfócitos naive e efetores) que chegam aos
distintos tipos de tecidos (órgãos linfoides secundários, tecidos infectados), embora as quimiocinas
específicas e as moléculas de adesão variem de tal forma que isso resulta em diferentes sítios de
migração para diferentes tipos celulares. Antes de descrever o processo de migração, discutiremos
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as propriedades e funções das moléculas de adesão e das quimiocinas que estão envolvidas no
recrutamento de leucócitos.

2. Descreva como ocorre as interações leucócito-endotélio e recrutamento de leucócitos para


os tecidos.
A migração celular leucocitária é regulada pela interação dos leucócitos circulantes com as
células endoteliais dos vasos sanguíneos. Este processo é regulado por moléculas superficiais de
sinalização no tecido endotelial e é favorecido por processos hemodinâmicos. Em locais de baixa
tensão hemodinâmica, como as vênulas, há pouca turbulência o que confere tempo adicional para
os leucócitos circulantes receber e responder aos sinais que estão sendo expressos no endotélio.
Assim, a migração transendotelial, ou seja, a passagem do leucócito da circulação para o tecido
através do endotélio, é um processo que ocorre majoritariamente através das junções entre as
células endoteliais, embora que em alguns casos como timo e cérebro, onde o endotélio está
conectado por junções firmes e contínuas, é evidente que os linfócitos migram através do endotélio
em vacúolos e as junções não se separam. De forma geral, as células migratórias estendem seus
pseudópodos por entre a junção do endotélio e se deslocam abaixo do endotélio auxiliadas por
conjuntos de moléculas de adesão. As moléculas da adesão intercelular são proteínas de superfície
que favorecem a interação física e consequentemente biológica entre as células. Estas moléculas
frequentemente atravessam a membrana e são ligadas ao citoesqueleto, o que permite que a células
possa utilizar este sistema como meio de fixação em outras células. A primeira interação entre o
leucócito e o endotélio, provoca a diminuição da velocidade do leucócito, o qual começa a rolar na
parede endotelial. Este processo ocorre pela ligação de selectinas a carboidratos. Tanto leucócitos,
quanto células endoteliais podem apresentar diferentes tipos de selectina. Quando as selectinas
ligam-se a seus ligantes, as células circulantes tem sua velocidade reduzida no interior das vênulas.
Neste período os leucócitos podem receber sinais de migração do endotélio e assim ativar a
migração. Caso não receba sinais suficientes para essa ativação, o leucócito desprende do endotélio
e volta a circulação venosa.
As quimiocinas selecionam e ativam leucócitos estacionados na superfície do endotélio. As
quimiocinas são pequenas citocinas envolvidas na migração, ativação e quimiotaxia das células. As
quimiocinas determinam as células que atravessaram o endotélio e para onde, quando nos tecidos,
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elas devem migrar. Além do domínio para seu receptor específico, as quimiocinas tem outro
domínio que permite elas se liguem à superfície luminal do endotélio (lado sanguíneo), pronta para
ativar os leucócitos inativos. As quimiocinas podem ser produzidas pelo próprio endotélio mas
também podem ser produzidas por células no próprio tecido. Dessa forma, os eventos immunes
que ocorrem no tecido podem induzir a liberação de quimiocinas que sinalizarão a migração
interna das populações leucocitárias desejadas.
A mudança de afinidade das integrinas nos leucócitos permitem sua aderência firme ao
endotélio A ativação dos leucócitos pelas quimiocinas inicia a etapa seguinte da migração. Os
leucócitos interagem com outras células e components da matrix extracelular utilizando um grupo
de moleculas denominadas de integrinas. Nesta etapa os leucócitos aderem-se firmemente ao
endotélio por intermédio da ligação de alta afinidade das integrinas. A ativação do leucócito
promove esta etapa aumentando as integrinas em sua superfície em placas de alta avidez.
Normalmente, as integrinas ligam a seus ligantes (moléculas de adesão celular) com avidez
relativamente baixa, entretanto com a ocorrência de múltiplas ligações, os leucócitos aderem
firmemente ao endotélio.
A última interação do leucócito com o endotélio é caracterizada pela transpassagem endotelial
denominada de diapedese. A interação de novas moléculas de adesão (PECAM) leva a formação
de pseudópodos no leucócito, o que facilita o movimento de transpassagem pela parede do
endotélio através de suas juntas celulares. Uma vez dentro do tecido, o leucócito migra para o foco
inflamatório, por quimiotaxia, seguindo positivamente pelo gradiente de concentração de
quimiocinas dentro do tecido.

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