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sábado, 30 de março de 2024

Direito Processual do Trabalho

Teoria Geral
I. Tem como objetivo paci car os con itos entre empregados e empregadores,
âmbito individual ou coletivo, e entre trabalhadores e tomadores de serviços em
geral, e, ainda, regular a atividade dos órgãos jurisdicionais competentes para a
solução de tais con itos.

II. Seu objetivo é a promoção da paci cação das relações de emprego e das
relações de trabalho tuteladas pelo direito material.

III. Princípios:

a) São princípios constitucionais do processo:

b) princípio do devido processo legal (art. 5º, LIV, CF);

c) princípio do direito de ação, ou da inafastabilidade da jurisdição, ou


do acesso à justiça (art. 5º, XXXV, CF);

d) princípio da igualdade ou isonomia (art. 5º, caput, CF);

e) princípio do contraditório (art. 5º, LV, CF);

f) princípio da ampla defesa (art. 5º, LV, CF);

g) princípio da publicidade das decisões (art. 93, IX, CF);

h) princípio da motivação das decisões (art. 93, IX, CF);

i) princípio do juiz e do promotor natural (art. 5º, LIII e XXXVII, CF);

j) princípio do duplo grau de jurisdição (art. 5º, LV, CF);

k) princípio da duração razoável do processo (art. 5º, LXXVIII, CF);

l) princípio da proibição da prova ilícita (art. 5º, LVI, CF).

IV. São princípios infraconstitucionais comuns:

a) princípio da inércia da jurisdição ou dispositivo (art. 2º, CPC);

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b) princípio inquisitivo ou do impulso o cial (art. 370, CPC e art. 765,
CLT);

c) princípio da eventualidade ou da preclusão (art. 336, CPC);

d) princípio da economia processual;

e) princípio da oralidade;

f) princípio da lealdade processual ou da probidade (arts. 79 a 81, CPC


e arts. 793-A a 793-D, CLT).

V. Formas de solução de con ito:

a) As formas de solução de con ito são a autocomposicao, a


heterocomposicao e a autodefesa.

b) Autocomposicao: é a forma de solução do con ito realizada pelas


próprias partes, por meio da conciliação.

c) Heterocomposicao: é a forma de solução dos con itos trabalhistas


por um terceiro, alheio à relação jurídica controvertida. São formas a
arbitragem e a tutela ou jurisdição.

(1) Por meio da arbitragem as partes em con ito escolhem um


terceiro (arbitro) para solucionar o litígio, que decidem junto com
as partes e assim sentencia arbitrariamente.

(2) Tutela ou jurisdição: é a forma de solucionar os con itos


trabalhistas, individuais ou coletivos por meio da intervenção do
estado. Modo pelo qual o processo corre normalmente pelo
judiciário, ao nal será sentenciado e assim o devido cumprimento
dessa.

d) Autotutela ou autodefesa é considerada tradicionalmente como forma


de solução de con itos acolhida pela ordem jurídica, solução que é
alcançada através da atuação das partes, por meio da utilização da
forca ou pelo exercício direto das próprias razões.

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Justiça do Trabalho

I. É composta pelos seguintes órgãos: a) Tribunal Superior do Trabalho; b)


Tribunais Regionais do Trabalho; c) Juízes do Trabalho (art. 111, CF)
II. Em comarcas não abrigadas pela vara do trabalho, será aplicado o Juiz de
direito, no entanto esse não integra a justiça do trabalho. (Art. 668, CLT)
III. Varas do Trabalho:
a) Jurisdição de cada vara do trabalho abrange todo o território da
comarca em que tem sede, só podendo ser estendida ou restringida
por lei federal (art. 650, CLT)

IV. Tribunais Regionais do Trabalho


a) Sao órgãos de segundo grau da justiça do trabalho, e compoe-se de,
no mínimo, sete juízes, sendo um quinto dentre advogados com si de
dez anos de efetiva atividade pro ssional e membros do Ministério
Público do Trabalho com mais de dez anos de efetivo exercício (art.
115, CF)
b) As turmas somente podem deliberar com o quorum legal ou
regimental, podendo o presidente da turma, para a obtenção de
quorum, convocar juízes de outras turmas (art. 672 CLT)
V. Tribunal Superior do Trabalho
a) Com sede na Capital da República, é a instância suprema da Justiça
do Trabalho (art. 690, CLT), sendo composto de 27 ministro,
escolhidos dentre brasileiros com mais de 35 e menos de 65 anos,
nomeados pelo PR após aprovado do Senado Federal.

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b) Os ministros reunir-se-á em dias previamente xados pelo Presidente,
podendo convocar sessões extraordinárias, com prévia comunicação
de no mínimo 24 hrs (Arts. 700 e 701 CLT)

VI. Corregedoria, é o órgão da estertora da Justiça do Trabalho icimbido da


scalização, disciplina e orientação administrativa dos tribunais regionais, juízes
e servidores.
VII. Jurisdição Trabalhista
a) Individual - tutela de direitos trabalhistas individuais por meio de
dissídios individuais.
b) Normativa - Criação (ou interpretação) de normas coletivas por meio
de dissídios coletivos (acoes coletivas stricto sensu)
c) Metaindividual - Tutela de direitos difusos, coletivos ou individuais
homogêneos por meio de acoes coletivas lato senso (ex: ano civil
publica)
d) A conciliação e a mediação, como meios alternativos de solução dos
con itos, são plenamente aplicáveis para a solução dos con itos
trabalhistas.
VIII. Ministério Público

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a) O MPT tem atuação judicial e institucional.
b) Compete ao MPT:
(1) Manifestar-se em qualquer fase do processo trabalhista quando
entender existente interesse público que justi que a intervencoa;
(2) Recorrer das decisões da justiça do Trabalho, quando entender
necessário, tanto nos processos em que for parte, como naqueles
em que o ciar como scal da lei; e
(3) Intervir obrigatoriamente em todos os feitos nos segundo e
terceiros graus de jurisdição da Justiça do Trabalho, quando for
parte pessoa jurídica de Direito Público, Estado estrangeiro ou
organismo internacional.
(4) Compete ainda todas as atribuições do art. 83 da LC 75/93)
c) Órgãos do MPT Procurador-Geral do Trabalho;
(1) Colégio de Procuradores do Trabalho.
(2) Conselho Superior;
(3) Câmara de Coordenação e Revisão;
(4) Corregedoria;
(5) Subprocuradores-Gerais do Trabalho;
(6) Procuradores Regionais do Trabalho;
(7) Procuradores do Trabalho.
d) Inquérito civil público
(1) O MP pode instaurar inquérito civil e outros procedimentos
administrativos, sempre que cabíveis, para assegurar a
observância dos direitos sociais dos trabalhadores (art. 84, II, LC
n. 75/93)
(2) A nalidade do inquérito civil é a busca de provas sobre
determinada situação em que supostamente há desrespeito a
direitos trabalhistas indisponíveis, tuteláveis de forma coletiva
(caracterizados, portanto, como direitos heterogêneos), visando a
formação da convicção do Procurador acerca dos fatos que
chegaram a seu conhecimento.
IX. Competência:

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a) Levam em consideração, a matéria do litígio (competência material),
as pessoas envolvidas no litígio (competência em razão da pessoa), o
espaço territorial (competência territorial) e os órgãos jurisdicionais
(competência funcional).
b) Competência material decorre do art. 114 da CF.

X. Competência em razão da pessoa


a) Em regra de competência absoluta.
b) regra do foro privilegiado. O art. 109, I, da CF de ne a competência
da Justiça Federal nas ações envolvendo a União (Direta, autarquias,
Fundações Públicas Federais e a Empresas Públicas Federais, não
alcançando a Sociedade de Economia Mista). O art. 45 do CPC
estabelece que o juiz remeterá o processo para a Justiça Federal
sempre que a mesma for interveniente no processo.
XI. Competência em valor da causa
a) No processo trabalhista, o valor da causa de ne procedimento:
Procedimento sumario: processos cujo valores da causa sejam até
dois salários mínimos. A sentença é irrecorrível por meio de recurso
ordinário, somente atrase de recurso extraordinário; Procedimento
sumaríssimo: regulados pelos Arts. 852 da CLT. Sao acoes cujo valor

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da causa esta entre 2 a 40 SM; Ordinário: cujo valores sejam acima
de 40 SM.
XII. Competência Territorial; Em regra será na localidade onde o empregado presta
serviços ao empregador.
XIII.Competência funcional:
a) Varas do trabalho Arts 652, 653 e 659 da CLT.
b) TRT: quando em turmas seguem o art 678; quando nao divido em
turmas seguem o art. 679, além de 682.

c) TST: de nida pela lei 7701 e pelo RI.

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d) É possível concluir que a competência territorial é relativa e a
competência material, a competência em razão das pessoas e a
competência funcional são absolutas.
XIV. Con ito de competência art. 805 806 807 da CLT.

Das partes e procuradores

I. No processo do trabalho utiliza-se reclamante e reclamada.

II. Capacidade das parte: a) capacidade de ser parte; b) capacidade de estar em


juízo ou de agir; c) capacidade postulatória.

a) Capacidade de ser parte: entes indicados no art. 75 do CPC

b) Capacidade de agir ou de estar em juízo: Em regra não terão são os


incapacitados absoluto e relativos do CC, oferencendo mecanismos
para estes, mediante a representação e a assistência. Conforme art. 3
e 4 do CC. Incapacidade absoluta para o emprego vai até os 16 anos.
Art. 793, prevê quem será o assistente do menor. A entidades jurídicas
serão regulados pelo art. 75 do CPC.

c) Capacidade postulatória: A parte tem capacidade postulatória (Arts.


791 e 839 da CLT). Trata-se do jus postulando das partes no processo
do trabalho. No processo do trabalho, o adv é dispensável ao
processo.

(1) Entretanto, limita-se às varas do trabalho e aos TRT, não


alcançando o TST, assim, faz-se necessário a presença dum
advogado.

(2) Sobre honorários: o art. 791-A, trouxe que o advogado, mesmo em


causa própria, vai receber honorários advocatícios pela
sucumbência, de 5% a 15% do valor da liquidação ou do proveito
econômico obtido ou do valor da causa atualizado. Os honorários
advocatícios serão devidos inclusive na sucumbência parcial,
vedada a compensação de honorários. Se a parte for bene ciária
da justiça gratuita, os honorários advocatícios podem ser

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deduzidos dos valores que a parte recebeu no próprio processo ou
de valores em que a parte tenha recebido em outros processos.

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