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Isabelle Cássia Silva Porteles – OAB/MG 204.417
Yasmin Melo Xavier Braga – OAB/MG 228.904
Phelipe Graciano Melo – estagiário
GILMAR RODRIGUES SILVA vem por seu procurador in fine assinado, nos autos da
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS C/C ANULAÇÃO DE MULTA E
DECLARAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE DÉBITO, inconformado, data maxima venia com
o v. acórdão prolatado em apelação cível, vem interpor o presente RECURSO ESPECIAL
para apreciação do c. Superior Tribunal de Justiça – STJ com fulcro no artigo 105, III, a e c da
Constituição Federal, com as razões em anexo, requerendo a Vossa Excelência que se digne a
recebê-las, processá-las e fazê-las subir a mencionada Corte, na forma da lei.
Em que pese à inenarrável cultura e o notório saber jurídico dos ilustres componentes da
13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, impõe-se a reforma do v.
acórdão recorrido, pelas razões de fato e de direito aduzidas a seguir.
Como preconiza o disposto no artigo 102, inc. III, alínea a e c, da Constituição Federal,
das decisões de última instância proferidas pelos tribunais regionais caberá Recurso Especial
para Superior Tribunal de Justiça - STJ.
2. O acórdão caminhou, data vênia, em sentido contrário à Lei Federal, lhe afrontando,
contradizendo e negando-lhe vigência;
Logo, tendo em vista que o recorrente foi sucumbente, à luz do art. 105, III, alíneas a e c
da Constituição Federal, é cabível o presente RECURSO ESPECIAL como meio de alcançar o
fim desejado, qual seja, a reforma do acórdão para determinar a reforma da sentença de primeiro
grau.
PRELIMINARMENTE
PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE
A colenda 13ª Câmara Civil do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, na pessoa
do i. relator do presente caso, entendeu não ser aplicável ao caso em apreço o dano moral aos
recorridos em decorrência da autuação indevida do veículo do recorrente.
Com efeito, entende o recorrente que o v. Acórdão exarado diverge das decisões de
outros tribunais, preenchendo, portanto, o pressuposto da alínea c do artigo, 105, da Constituição
Federal.
Não se trata, destarte, de análise de matéria fática, o que é vedado em sede especial, mas
à matéria de direito, estando assim de acordo com a jurisprudência do STJ por violar a
Trata-se de Ação o de Indenização por danos morais c/c anulação de multa e declaração
de inexistência de débito c/c obrigação de fazer (exclusão da penalidade no prontuário).
Por todo o exposto, o recorrente ingressou com ação contra o recorrido nos sentido de:
Instruído o feito, foi sentenciada improcedente a demanda (ID 9841752552 - Pág. 1),
sendo todos os pedidos do recorrente julgados não procedentes (salvo a condenação das
requeridas ao pagamento dos honorários sucumbenciais), extinguindo o feito, com resolução de
mérito, nos termos do art. 487, inc. I, do CPC, seja pela perda superveniente do interesse de agir,
posto que a autuação foi “cancelada” em sede de contestação, e, pelo reconhecimento da
ilegitimidade passiva do Estado de Goiás/GO.
E no que tange os Danos Morais, o juízo a quo rejeitou o pedido formulado na inicial, nos
termos do art. 487, inc. I, do CPC.
No entanto, o recorrente com o devido respeito, entende que a decisão está incompatível
com a realidade dos fatos, acerca das provas apresentadas nos autos, pois apesar de não existirem
débitos para que sejam declarados inexistentes (no relacionamento entre o recorrente e
recorridos), data venia, o recorrente faz jus ao recebimento de indenização por danos
morais, face não somente à série de constrangimentos sofridos em decorrência da falha
advindas dos serviços prestados pelos recorridos, mas também por todo o esforço que
exerceu em busca de provar a síntese dos fatos.
Logo, tendo em vista que o recorrente foi sucumbente, à luz do art. 105, III, alíneas a e c da
Constituição Federal, é cabível o presente RECURSO ESPECIAL como meio de alcançar o fim
desejado, qual seja, a reforma do acórdão para determinar a reforma da sentença de primeiro grau.
É fundamental trazer neste momento, o que a legislação estabelece, sobre o dano que foi
causado ao recorrente, sendo evidente a obrigação em repará-lo:
Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo. (grifo nosso)
(...)
Nesse interim, faz-se mister destacar que a norma legal acima apontada foi inteiramente
prequestionada, data venia, bastando, para confirmar tal assertiva, uma simples leitura
perfunctória dos autos, especialmente, da petição inicial, das manifestações incidentais, da
sentença, da peça de apelação, do próprio acordão recorrido, manejados pelo recorrente.
Assim, verifica-se que no presente caso, não foi observado os parâmetros corretos para
analisar o pedido recursal no que tange os danos causados ao recorrente.
A decisão aqui atacada, além de ter violado/negado vigência ao artigo 5°, V, X, LXXV
e 37,§6º da Constituição Federal e arts. 186 e 927 do Código Civil violaram claramente os
princípios constitucionais implícitos da dignidade da pessoa humana , do devido processo legal
e da ampla defesa, cujas maiores considerações serão analisadas mais à frente.
Dessa forma, somente se pode concluir que a disciplina atinente à negativa de vigência
à Lei supra apontada foi claramente analisada pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, tendo
sido, portanto, está prequestionada a matéria de conformidade plena e direta com as
determinações normativas atinentes à espécie, devendo o presente Recurso Especial ser
devidamente recebido e processado regularmente, com o consequente envio de suas razões ao
Superior Tribunal de Justiça para a competente análise de mérito.
Como se vê o acórdão recorrido violou frontalmente o artigo 105, III, c da CF, pois
inúmeros acórdãos de outros Tribunais, especialmente desse e. STJ já acolheram o
entendimento contrario ao prolatado no acórdão recorrido.
Nessa mesma linha, corroborando ainda mais ao argumento para a reforma do acórdão
junta julgado de tribunal sobre assunto semelhante à matéria. In verbis:
Ora, observa-se dos julgados supra colacionados, que, tanto o juízo de primeiro grau,
quanto o de segundo grau, decidiu contrariamente ao entendimento majoritário dos tribunais,
inclusive do entendimento consolidado neste próprio tribunal, mostrando assim de fato a
existência de divergência jurisprudencial entre a decisão do acórdão paradigma e do acórdão
recorrido.
Deste modo a surpresa e desagrado sofrido do veículo ser autuado de forma injusta,
justificam a pretensão indenizatória, somando-se com o iminente medo que sofreu sobre o risco
de perder 5 (cinco) pontos em sua CNH. Inclusive diante a indignação também teve que
desgastar a realizar boletim de ocorrência nº 2022-024834932-001, bem como procurar ajuda
jurídica para o auxilia-lo. Tal situação ultrapassa a seara dos meros aborrecimentos cotidianos,
ocasionando danos morais e materiais, conforme artigo 5º, inciso X, da CF, o qual
expressamente, determina que:
"Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo".
Desse modo, conclui-se que aquele que por ato ilícito causar dano a outrem tem a
obrigação de indenizá-lo.
Sendo assim no presente caso, é evidente o direito indenizatório por danos morais, e neste
sentido a jurisprudência manifesta-se que:
Portanto, por todo o exposto, e com o devido respeito, não resta a menor dúvida da
ilicitude e ao direito da indenização almejada, considerando que o apelante nunca foi ao estado
de Goiás, sendo claro que se trata de um equívoco grosseiro das requeridas, que muito
constrangem o recorrente com a perda de 5 (cinco) pontos em seu imaculado prontuário já que
O mesmo é habilitado há décadas e nunca antes fora multado por infrações análogos se tratando
de um exímio motorista de trânsito.
Diante disso, suplica o recorrente que o recurso especial seja reconhecido e provido, uma
vez que não pairam dúvidas acerca do dano, do nexo de causalidade e do ato ilícito (negligência
das recorridas).
CONCLUSÃO