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04/04/24

Relembrando - Esquema análise proximal

Sistema de Van Soest


Método detergente

Professora Dra Letieri Griebler

Carboidratos
• Carboidratos não estruturais
o Carboidratos não fibrosos

• Carboidratos estruturais
o Carboidratos fibrosos

Fibras – efeito lignina Conceito fibra


• A lignina é um complexo polímero fenólico, encontrada • Geral: propriedades físico químicas relacionadas à sustentação
integralmente como componente da parede celular e não pode ser do ambiente de fermentação.
digerida pelas enzimas dos animais mamíferos (Van Soest, 1994). • Nutricional: composto indigestível ou de lenta digestão que
ocupa espaço no TGI (Undersander et al., 1993).
• Químico: componente que constitui a mistura de celulose,
hemicelulose, lignina, pectina, proteína, lipídeos e CHO
indigestíveis.

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Aplicabilidade fibra
• Resultados fornecem estimativas que podem ou não ser
associadas à características nutricionais
o Digestibilidade

o Disponibilidade energética

o Capacidade de fermentação

FIBRA = utiliza método gravimétrico (diferença de peso)

Método de Van Soest


ou Sistema Detergente Sistema Detergente
• Em 1967 Van Soest propôs método mais adequado para análise das Pressuposto do Método: a análise correta de um alimento
frações fibrosas.
depende da identificação de fatores químicos e físicos que
• Baseado no uso de detergentes neutros e ácidos no tratamento da influenciam a disponibilidade biológica das várias frações dos
fibra, buscando determinar de forma mais acurada esta fração.
alimentos e conhecer quais delas são influenciadas por fatores
• Base do método: é a diferenciada solubilidade dos componentes da comuns de forma que possam ser agrupadas em uma
célula vegetal em determinado pH.
classificação

Sistema Detergente Sistema Detergente


• Disponibilidade biológica divide os alimentos em 3 classes: • Classe 2:
• Classe 1: o Disponibilidade incompleta porque há uma “entidade refratária”
com ligações químicas enzimaticamente não-hidrolizáveis, associada
o Disponibilidade total, sendo a extensão da digestão determinada
com às porções disponíveis, sujeita também às taxas de digestão e
pela competição entre as taxas de digestão e passagem.
passagem.
Os componentes dos conteúdos celulares:
# Açúcares, amido, proteína, ácidos orgânicos, lipídeos; Incluídos os carboidratos estruturais:
# Pectina: faz parte da parede celular mas por ter alta disponibilidade nutricional é # Celulose
incluída nessa classe. # Hemicelulose

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Sistema Detergente FDN


• Extração do conteúdo celular
• Classe 3:
o Solução de detergente neutro pH 7,0 (Sulfito láurico de sódio e
o Totalmente indisponível
o Incluí-se a lignina, cutina, produtos de Maillard e outras substâncias EDTA );
indigestíveis
o Recupera (fica retido) celulose, hemicelulose e lignina +

contaminação por proteína, pectina, minerais (queratina e

minerais do solo) e amido;

FDN %FDN – “Fibra em Detergente Neutro”

o Correções Separa o alimento em % de conteúdo celular e % de parede celular.

• Em alimentos ricos em amido = usar amilase para evitar


Fração:
contaminação de amido

• FDN livre de proteína = análise do N insolúvel em detergente • Celulose (digestível)

neutro (NIDN)
• Hemicelulose (digestível)
• FDN livre de cinzas = combustão da amostra em forno a 600ºC
(CIDN) • Lignina (indigestível)

Reagentes e soluções - FDN


o Cada produto deve ser pesado de acordo com o volume da solução e diluído em água
destilada separadamente, para então serem misturados. Agitar bem a mistura e medir o pH.

o Adicione o trietilenoglicol (10 ml por litro de solução) e complete o volume com água

Procedimentos laboratoriais destilada.


Volume
Reagentes 1 litro 2 litros 8 litros
Lauril/ Dodecil Sulfato de Sódio 30g 60g 240g
EDTA Sal Dissodico 18,6g 37,2g 148,8g
Tetraborato de Sódio Dec./Borax 6,8g 13,6g 54,4g
Fosfato de Hidrogênio Dis. Anidro 4,6g 9,2g 36,8g
Trietilenoglicol 10ml 20ml 60ml

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FDN - Procedimentos FDN - Procedimentos


o Preparar sacos de Poliéster (porosidade 16um) de dimensões 4x5 cm; o Coloque os saquinhos no recipiente metálico apropriado (container) e adicione a solução

de detergente neutro, na proporção de 100 mL para cada grama de amostra;

o Coloque um pedaço de papel vegetal na balança, tare e pese aproximadamente 0,5 g ou OBS: Se houver suspeita da presença de amido na amostra deve-se adicionar alfa-amilase
500 mg da APS, que deve ser anotado em uma folha adequada;
ao container, na proporção de 0,25ml para cada grama de amostra. Deixar agir no container

por 15 minutos, para que ocorra a degradação do amido. Esse processo deve ser repetido
o Sele o saquinho contendo a amostra, pese novamente e anote o valor;
após a retirada do container do autoclave.

40 min a 110°C

4 x 5 cm

Análise de FDN e FDA são realizadas em TRIPLICATAS

FDN - Procedimentos FDN - Cálculos


o Retire os saquinhos da solução (despejando em uma peneira), em seguida devem ser postos
FDN (% na APS) = ((saco+FDN - saco)/peso da amostra pré-seca)) × 100
dentro de um balde com agua fria onde vão ser apertados por 5 minutos;

o Coloque os saquinhos dentro de uma panela com agua fervente, certificando-se que estejam
Amostra Saco Peso Amostra Saco + FDN FDN %FDN % ATS % FDN %FDN
submersos, deixando ferver por 15 minutos; (g) pré-seca (g) (g) (g)
APS
média (MS) Média
1 0,4041 0,7033 0,7055 0,3014 42,85 95,86 44,70
Essa etapa deve ser realizada três vezes.
2 0,5410 0,8168 0,8994 95,86
o Após lavagem, coloque os saquinhos em estufa a 110°C durante ao menos 8 horas; 3 0,4130 0,7311 0,7332 95,86

o Retire-os da estufa, e coloque em dessecador durante 30 minutos e pese;

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%FDN – “Fibra em Detergente Neutro”

o Insolúvel = Celulose + Hemicelulose + Lignina

o Solúvel = pectina, açúcares, amido (CHO não estrutural), proteína,


extrato etéreo

%FDN – intimamente ligado ao consumo de MS

%FDA – “Fibra em Detergente Ácido”


FDA - Procedimentos
o Extração sob ebulição dos compostos solúveis = Hemicelulose,
minerais solúveis e parte da proteína insolúvel; o Pesar saquinhos
o Selar
o Recupera celulose e lignina + contaminação por proteína, minerais;
o Inserir no container (balde)

o FDA também precisa corrigir para N insolúvel em DA (NIDA) e o Adicionar solução detergente ácido
minerais; o Levar ao autoclave (110º C por 40 min)
o Lavar os saquinhos
o Análise sequencial (após FDN) em alimentos ricos em pectina, pois o
FDA não extrai a pectina totalmente o Secar em estufa a 105º C por 8 horas
o Pesagem

%FDA – “Fibra em Detergente Ácido”


%FDA – “Fibra em Detergente Ácido” o Associada à qualidade da fração fibra

Expressa a fração: o A %FDN é sempre maior que a %FDA

o Celulose o A %FDA qualifica a fração fibra do alimento

o Lignina
o Um determinado alimento pode ter baixo %FDN, mas
comparativamente, em relação à outro alimento ter elevada %FDA,
representando, obviamente > concentração de lignina (fração
indigestível)
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FDA - Cálculos TERMOS USADOS e APLICAÇÕES


FDA (% na ATS) = ((((saco+FDA - saco)/peso da amostra pré-seca)) × 100
Atenção especial ao FDN !
Amostra Saco (g) Peso Saco + FDA %FDA % ATS % FDA (MS) %FDA
Amostra FDA (g) (g)
APS
média Média • aFDN = quando FDN é livre de contaminação por amido.
pré-seca
(g)
1 0,4041 0,7033 0,5440 0,1399 19,96 95,86 20,82
2 0,5410 0,8168 0,6865 95,86 • aFDNom = quanto o FDN é livre de contaminação por amido e por
3 0,4130 0,7311 0,5541 95,86 cinzas.

TERMOS USADOS e APLICAÇÕES % Cinzas, (MS)


Atenção especial ao FDN !
% amostras

• aFDN = quando FDN é livre de contaminação por amido.

• aFDNom = quanto o FDN é livre de contaminação por amido e por


cinzas.

• Por que deve-se corrigir para cinzas?


• Alguns alimento é passível de maiores contaminações?
Silagem de milho Pré-secado de leguminosas

Lignina
o Determinação por dois métodos:

o Resíduo do FDA tratado com permanganato de potássio

o Resíduo do FDA tratado com ácido sulfúrico (72%)

E a hemicelulose e celulose?

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Hemicelulose = FDN - FDA Celulose = FDA - lignina

Hemicelulose = FDN - FDA

Qual a contribuição do método de detergente até o


momento?

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CNF – CARBOIDRATOS NÃO


FIBROSOS

Carboidratos não fibrosos


CNF ao invés de ENN (Fração disponível aos animais)

• Em virtude do ENN (método Weende) apresentar digestibilidade Carboidratos não fibrosos (CNF) são definidos como:
baixa e altamente variável entre os alimentos, novas perspectivas
foram geradas para a avaliação quantitativa de alimentos para %CNF = 100 – (% PB + % EE + %FDNLivre de PB + % CZ)
ruminantes.
Onde:
PB = proteína bruta
• Mertens em 1997, apresenta a nomenclatura de Carboidratos não EE = extrato etéreo
CZ = cinza
fibrosos (CNF), em substituição à ENN.
FDNLivre de PB = FDN – N-FDN
Observação: O FDN de ser corrigido para cinzas

Valores de carboidratos não fibrosos e carboidratos não estruturais Comparativo entre método de Weende e o de Van Soest
para vários alimentos.
o O método de Weende separa os CHO´s em 2 frações: FB e ENN

o Na determinação da FB um percentual de lignina e hemicelulose são dissolvidos, assim a


FB não atende completamente os conceitos nutricionais de fibra

o Com isso esses compostos vão ser incluídos na fração do ENN (deveria representar os
CHO´s altamente digestíveis)

o Fibra bruta (FB) apresentará MENOR digestibilidade e terá resultados


mais variáveis que FDN, pois considera parte da lignina e
hemicelulose no ENN

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Teor de fibra de acordo com o


Comparativo entre método de Weende e o de Van Soest
método de análise
o O método de Van Soest separa os alimentos em 2 frações:
o Completamente disponível para os animais (Conteúdo celular)

o Parcialmente disponível (Parede Celular);

NRC (2001) Exigência de FDN mínima para vacas em lactação = 25 – 28%


e FDA = 19 a 21%
***Essas recomendações não consideram tamanho de partícula

Cálculo do NDT mais acurado


Composição de valor nutritivo do capim elefante em função da idade. disponível

Comparação entre o método de VAN SOEST e o de


WEENDE na divisão da MO de forrageiras

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