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Entendendo a USP <645>
Conteúdo
1. Introdução 2
2. Capítulo USP <645> 3
2.1 Procedimento para Água a Granel 4
2.2 Procedimento para Água Estéril 5
2.3 Requisitos de Conformidade e Especificações de Instrumento 6
2.4 Sistema Recomendado pela METTLER TOLEDO 7
3. Melhores Práticas para Medições Precisas 8
3.1 Verificação: para Sensores com Constante de Célula Certificada 8
3.2 Calibração 9
4. Medições de Condutividade com o Medidor SevenExcellence™ 10
4.1 Uso do Medidor Standalone 11
4.2 Uso do LabX 11
4.3 Uso de Automação 12
5. Conclusão 13
6. Referências 14
Medir a condutividade da água é um processo simples que envolve várias etapas com
muitas oportunidades para introduzir erros. Essas amostras possuem baixa concentração
iônica e, portanto, menores valores de condutividade. Portanto, geralmente não fornecem
resultados precisos e reprodutíveis. A água pura também tem a tendência de absorver
alguns gases atmosféricos como o CO2 que acaba por afetar a composição da água,
afetando a pureza e, consequentemente, a condutividade. Várias etapas listadas na
monografia, se não forem feitas metodicamente, podem consumir muito tempo e também
introduzir muitos erros.
A água é uma das matérias-primas essenciais utilizadas em uma indústria farmacêutica com diversas aplica-
ções que vão desde o uso como veículo para entrega de medicamentos, como solvente, fabricação de ingre-
dientes farmacêuticos ativos (IFAs), até como agente para enxágue de vidraria. Monitorar e manter a qualidade
da água torna-se assim um fator importante em qualquer indústria farmacêutica. A pureza da água é afetada
pela absorção de gases como o CO2, que interagem com a água para formar íons. Também íons externos
como cloreto, amônio afetam a pureza da água. Tendo em vista o impacto que pode ter na saúde humana,
a água deve ser exaustivamente testada quanto a qualquer impureza presente. Portanto, a USP <645> fornece
diretrizes normativas usando a condutividade como parâmetro de avaliação para qualificar diferentes graus de
água para uso farmacêutico.
A norma se aplica amplamente a duas categorias de água, ou seja, água a granel e água estéril conforme
classificação da USP <1231>. O procedimento descrito na seção para "água a granel" destina-se a água pu-
rificada, água para injeção, água para hemodiálise e condensado de fluxo puro. Envolve a avaliação da con-
dutividade da amostra de água usando um método de teste de três estágios relacionados à presença de íons
intrínsecos e externos presentes na amostra.
1. O estágio 1 destina-se a medições em linha, mas também pode ser realizado em amostras fora de linha por
amostragem em recipiente adequado.
2. O estágio 2 torna-se importante para amostras de água que não atendem aos requisitos definidos no
estágio 1.
3. O estágio 3 requer o teste de pH da amostra, o que acaba afetando a condutividade de íons externos pre-
sentes na amostra. O não cumprimento dos requisitos de teste torna a amostra não compatível conforme
a USP <645>.
O procedimento descrito na seção para "água estéril" destina-se a água purificada estéril, água estéril para
injeções, água estéril para inalação e água estéril para irrigação. A água estéril é derivada de água purificada,
engarrafada e esterilizada para evitar qualquer contaminação microbiana. Portanto, a água estéril deve es-
tar em conformidade com os requisitos da água a granel antes do engarrafamento.
Estágio 2
1. A etapa seguinte envolve a transferência de cerca de 100 mL de amostra de água para um recipiente
apropriado seguido de agitação. Segue-se a observação periódica da condutividade à medida que
a amostra é mantida à temperatura de 25 ± 1 °C. As leituras de condutividade são registradas quando
a mudança na condutividade não for superior a 0,1 µS/cm por 5 minutos.
2. Se o valor de condutividade final for inferior a 2,1 µS/cm, a água atende aos requisitos do estágio 2.
Se o valor de condutividade for superior a 2,1 µS/cm, é necessário prosseguir imediatamente com
o estágio 3.
Estágio 3
1. Esta etapa deve ser realizada dentro de 5 minutos após a falha do Estágio 2. Mantendo a temperatura da
amostra em 25 ± 1 °C, o pH da amostra deve ser determinado após a adição de solução saturada de KCl
(0,3 mL/100 mL de amostra).
2. Isso deve ser seguido pela identificação do valor de condutividade correspondente ao valor de pH medido,
consultando a tabela abaixo (Tabela 2).
3. Se o valor de condutividade medido no estágio 2 for menor que o valor determinado na Tabela 2, a água
atende aos requisitos do estágio 3. Se os valores de pH ou condutividade medidos estiverem fora da faixa,
a água não satisfaz os requisitos da USP <645>.
1. Isso envolve a transferência de uma quantidade suficiente de água para um recipiente adequado, seguida
de agitação vigorosa e simultânea da amostra mantida a 25 ± 1 °C.
2. Após isso, segue-se a observação periódica da condutividade à medida que a amostra é mantida em
condições uniformes de temperatura e agitação. As leituras de condutividade são registradas quando
a mudança na condutividade não for superior a 0,1 por 5 minutos.
3. Para recipientes com volume nominal de 10 mL ou menos, se a condutividade não for superior a 25 µS/cm,
a água atende aos requisitos.
4. Para recipientes com volume nominal superior a 10 mL, se a condutividade não for superior a 5 µS/cm,
a água atende aos requisitos.
Aprovado
Água bruta Estágio 1 Aprovado
Rejeitado Estágio 2 Aprovado
Rejeitado Estágio 3
Rejeitado Não conforme
Os medidores de condutividade, sensores e soluções padrão da METTLER TOLEDO ajudam a realizar medições
fáceis e também a cumprir com os requisitos especificados na USP <645> com alta precisão.
A METTLER TOLEDO oferece as seguintes combinações de instrumentos e sensores de condutividade que aten-
dem às especificações descritas na USP <645>:
Dica: para o estágio 3 da análise de água a granel de acordo com a USP, é necessário realizar uma medição
de pH. Isso pode ser convenientemente alcançado usando um medidor de canal duplo (ou um medidor de pH
separado) e um sensor de pH. Para a medição de pH, recomendamos usar o InLab® Pure Pro-ISM, um sensor
especializado para medições em meios de baixa força iônica.
Uma visão geral rápida das especificações de medição de condutividade da USP <645> comparadas às ofer-
tas da METTLER TOLEDO:
O kit do SevenExcellence™ S470-USP/EP Kit (N/P: 30046254) para medição de condutividade e pH contém
o seguinte:
Este kit permite a medição simultânea de ambos os parâmetros, condutividade e pH (necessário no está-
gio 3), usando o mesmo instrumento e eliminando assim a necessidade de um medidor de pH separado.
A presença de um sensor de pH especializado, o InLab® Pure Pro-ISM, no kit, permite medir com facilidade
o pH de amostras de água pura. Devido ao seu recurso de ponte salina de KCl 1 mol/L, são garantidas medi-
ções precisas em baixa força iônica.
Alguns acessórios e soluções adicionais que podem ser úteis junto com este kit:
Para amostras em faixas de baixa condutividade, como água pura, erros de medição devido ao manuseio
incorreto do sistema podem causar leituras imprecisas. As práticas recomendadas a seguir devem ajudar
a evitar esses erros e, assim, aumentar a precisão da medição.
Sistema de medição
• Certifique-se de que o sistema de medição (instrumento ou módulo de condutividade para
o SevenExcellence™) tenha passado por manutenção há menos de um ano. O efeito de uma entrada
desajustada em condutividades tão baixas pode resultar em medições fora da faixa esperada.
• Caso desejado, uma certificação especial está disponível para verificação de requisitos da USP <645>.
• O instrumento deve ser ligado pelo menos uma hora antes de realizar a primeira medição.
Sensor
• Verifique o sensor quanto a qualquer defeito após desembalar.
• Mergulhe o sensor em água deionizada por pelo menos uma hora antes de realizar a primeira medição, para
acondicioná-lo adequadamente.
• Certifique-se de que o sensor e a solução sejam armazenados na mesma temperatura antes da medição.
• Em geral, a calibração de sensores com constante de célula certificada (InLab® 741, InLab® Trace,
InLab® 742) não é necessária. Uma verificação deve ser suficiente para garantir bom desempenho do sensor.
Para obter detalhes, consulte a seção de verificação abaixo.
• Quando não estiver em uso durante a medição, recomendamos armazenar o sensor em água deionizada.
Para armazenamento a longo prazo (acima de 8 horas), armazene-o seco.
3.2 Calibração
É necessário calibrar o sensor com uma constante de célula certificada se o procedimento de verificação falhar.
Procedimento de calibração
Após o aquecimento inicial do instrumento e acondicionamento do sensor (por pelo menos uma hora), execute
as etapas mencionadas na seção de verificação até o ponto 10.
1. Agora, realize a calibração o mais rápido possível para reduzir a influência do CO2 dissolvido.
2. Realize uma verificação posterior de acordo com o procedimento descrito na seção de verificação para sen-
sores com constante de célula certificada e verifique se o valor obtido está dentro da faixa aceita de ± 2%
do valor do Certificado de Análise para o padrão.
3. Descarte a solução, enxágue o sensor e remova o excesso de água com cuidado antes de prosseguir para
a próxima medição.
Etapas preparatórias
• O InLab® 741-ISM é fornecido com uma constante de célula certificada que é automaticamente detectada e usada
pelo instrumento (isso elimina a necessidade de calibração).
• Antes de iniciar o método USP, faça uma verificação do sensor, medindo a condutividade de um padrão de
84 μS/cm e comparando os valores com o valor certificado fornecido pelo Certificado de Análise para garantir que
o resultado esteja dentro de ± 2% do valor esperado.
• Para medição de pH no estágio 3, o sensor de pH precisa ser calibrado e verificado de acordo com a USP <791>.
Um fluxo de trabalho rápido de três etapas para assegurar a obtenção dos melhores resultados.
Existem três configurações possíveis para realizar os métodos de condutividade da água usando
o SevenExcellence:
1. Usando o medidor SevenExcellence™ (standalone): os três métodos predefinidos orientam por todo o pro-
cesso para facilitar a execução.
2. Uso do software LabX™: o software LabX™ permite executar todo o processo de três estágios por meio de um
único método com suporte aprimorado de integridade de dados.
3. Sistema automatizado: uma combinação poderosa do LabX™ e amostrador automático InMotion™ resulta na
solução perfeita para processar grande número de amostras com interação manual mínima.
Faça o download do método mais recente para o estágio 2 e desfrute de um benefício adicional de alerta e indi-
cação de temperatura. Para fazer o download gratuito deste método clique aqui.
Procedimento:
1. Após a verificação do sensor, conforme descrito no capítulo "Melhores práticas para medições precisas",
selecione o método predefinido relevante no medidor.
Dica: os sensores ISM® são reconhecidos automaticamente e permitem que o método seja iniciado imedia-
tamente após a verificação do sensor.
2. Durante o estágio de medição, os métodos orientam os requisitos de configuração (se houver). É necessário
um termostato para manter a temperatura em 25 °C durante o estágio 2 e o estágio 3. Um agitador também
é necessário para misturar uniformemente a amostra nesses dois estágios.
3. Mergulhe o sensor de condutividade InLab® 741-ISM na amostra. Certifique-se de que a célula de medição
esteja completamente coberta e que não haja bolhas de ar. O método do estágio 3 também requer um sen-
sor de pH para medir o pH da amostra.
4. Inicie a análise.
Dica: se uma célula de fluxo for usada para o estágio 1, tome cuidado para preenchê-la completamente
com a amostra e manter um fluxo uniforme para evitar bolhas de ar.
Antes de prosseguir com as medições de pH para o estágio 3, prepare o sensor de pH calibrando-o com os
buffers de pH 4,01 e pH 7,00, seguido de uma verificação com um buffer intermediário, como pH 5,00.
5. No final da medição, retire o sensor da amostra e lave-o com água deionizada.
6. O resultado é exibido no medidor. Prossiga com o método do estágio seguinte, se o resultado for rejeitado.
Ao usar o LabX™, três métodos para cada estágio da USP <645> estão armazenados na aplicação "Pharma
and Biotechnology" (Farmacêutica e Biotecnologia) para fácil acesso. Esses métodos prontos para uso permi-
tem realizar a análise de modo descomplicado e com total rastreabilidade. As etapas preparatórias e os requi-
sitos de configuração permanecem basicamente os mesmos dos medidores standalone. O processo inicia com
a execução de M008, M030 e M031 independentemente, um após o outro. Alternativamente, pode-se também
optar por fazer o download de um único método que inclui todos os 3 estágios da USP <645>. O download
de cópia deste método pode ser feito de nosso website usando este link.
Nota: a adição de solução de cloreto de potássio durante o estágio 3 deve ser feita manualmente. No entanto,
os clientes que usam os tituladores da linha Excellence podem automatizar essa etapa facilmente.
Dica: um teste com base no número de amostras e outros pré-requisitos no local do cliente deve ser realizado
antes de confirmar a configuração de automação.
A conformidade com a norma USP <645> é necessária em muitas aplicações da indústria farmacêutica.
Além de seguir as boas práticas de medição, é fundamental escolher o instrumento, os sensores e os padrões
de calibração corretos para obter resultados precisos. A utilização dos métodos predefinidos ajuda a obter
resultados finais como "aprovado" ou "rejeitado", o que elimina a comparação manual das leituras observa-
das com os valores especificados em tabelas. Isso pode ajudar a evitar a introdução de erros cometidos por
um operador.
A utilização de software de aquisição de dados como o LabX™ minimiza o tempo gasto por meio do geren-
ciamento automático de dados, orientação passo a passo do usuário e análise multiparamétrica. Ele também
atende requisitos de conformidade e padrões de integridade dos dados com gerenciamento centralizado de
usuários, assinatura eletrônica e trilha de auditoria.
O software LabX™ também é compatível com o uso do amostrador automático InMotion™ conectado ao medi-
dor de pH SevenExcellence™, maximizando a produtividade ao permitir medição totalmente automatizada.
Sem sacrificar o espaço de bancada, o sistema automatizado de medição de pH elimina erros de ordem de
processo e transcrição e protege as amostras da influência ambiental. Portanto, o uso de sistema automati-
zado não só aumenta a eficiência, como também gera resultados altamente reproduzíveis.
[1] United States Pharmacopeia, 40th Edition. Physical Test Method <645> "Water Conductivity".
[2] United States Pharmacopeia, 40th Edition. <1231> 'Water for Pharmaceutical Purposes'.
[3] Anthony C. Bevilacqua (1999). Harmonization of Conductivity Tests for Pharmaceutical Waters.
A portion of this paper was presented at the Parental Society meeting on September 14, 1999 in London,
England. Thornton Inc.
[4] John J. Barron and Colin Ashton. Conductivity Measurement – Do You Comply With the Pharmacopeias?
Technical Services Department, Reagecon Diagnostics Ltd, Shannon Free Zone, Country Clare, Ireland.
[5] METTLER TOLEDO. Selected applications: 21 METTLER TOLEDO methods for SevenExcellence.
SBU pH Lab, Mettler-Toledo GmbH – Analytical. Schwerzenbach, Switzerland.
[6] METTLER TOLEDO. White Paper: perform your next pH measurement in compliance with USP <791>.
SBU pH Lab, Mettler-Toledo GmbH – Analytical. Schwerzenbach, Switzerland.
Isenção de responsabilidade
Este relatório apresenta um ou mais exemplos de análise. Os experimentos foram conduzidos com o máximo
cuidado utilizando os instrumentos especificados na descrição de cada aplicação.
Os resultados foram avaliados de acordo com o estado atual do nosso conhecimento. Condições diferentes em
outros laboratórios podem acarretar pequenas modificações nos métodos descritos neste estudo.
Quando produtos químicos, solventes e gases são usados, devem ser observadas as regras de segurança
gerais e as instruções dadas pelo fabricante ou pelo fornecedor.