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FISIOLOGIA RESPIRATÓRIA

CONTROLE DA VENTILAÇÃO

LUIZ GUILHERME S. BRANCO


FORP/USP
2020
BREVE REVISÃO
• A principal função dos pulmões é fazer a troca de oxigênio (O2) e dióxido de
carbono (CO2) entre o sangue e o ar;
• Manter os níveis normais de pressão de oxigênio (Po2) e pressão de dióxido de
carbono (Pco2);
• Durante as atividades cotidianas a ventilação pulmonar sofre adequações para
manter a oxigenação adequada dos tecidos.
Como controlamos a respiração?
Centros de
controle central
Ponte, bulbo, outras
Entrada Eferente
partes do cérebro

Sensores Efetores
Quimiorreceptores, receptores Músculos respiratórios
pulmonares e outros
Tema atual...
Centros de
controle central
Ponte, bulbo, outras
Entrada Eferente
partes do cérebro

Sensores Efetores
Quimiorreceptores, receptores Músculos respiratórios
pulmonares e outros
CENTROS RESPIRATÓRIOS

• Responsável por gerar o padrão rítmico de inspiração e expiração


• Localizado no bulbo e na ponte (tronco cerebral)
• Recebe informações de quimiorreceptores, pulmões e outros receptores e do córtex
• A principal ‘eferência’ são os nervos frênicos, mas também existem impulsos para outros músculos
respiratórios
Centros respiratórios

• O padrão respiratório não é uma simples oscilação entre inspiração e expiração; ele
é formado por três fases: inspiração, pós-inspiração (expiração passiva, estágio1) e
estágio 2 de expiração

Inspiração

Expiração Pós-
inspiração
Centros respiratórios
Principais padrões de atividades

Extraído de Aires, MM. Fisiologia.


Ed. Guanabara Koogan, Rio de
Janeiro, 4ª ed., 2012.
Centros respiratórios
• Centro respiratório bulbar
• Se localiza na formação reticular do bulbo, debaixo do
assoalho do quarto ventrículo
• Grupo de células na região dorsal da medula (grupo
respiratório dorsal, GRD) associado à inspiração,
• E outro grupo (grupo respiratório ventral, VRD) associado
à expiração
• Esses grupos de células têm a propriedade de disparo
intrínseco periódico e são responsáveis ​pelo ritmo básico das
ventilações
Centros respiratórios bulbar
Centros respiratórios bulbar
• Complexo Bötzinger
• Está situado no bulbo ventrolateral e estende-se da porção caudal do núcleo motor facial até a porção
compacta do núcleo ambíguo.
• É considerado uma fonte primária de atividade expiratória e contém principalmente interneurônios
inibitórios com padrão expiratório, que se projetam monossinapticamente para outros locais da coluna
respiratória (em especial, a coluna respiratória caudal).
• Complexo Pré-bötzinger
• Está localizado ventralmente à porção compacta do núcleo ambíguo e se estende caudalmente até a
região em que o núcleo reticular lateral se divide.
• São neurônios essenciais à geração do ritmo respiratório em mamíferos (Smith et al., 1991).
• Em grande parte esses neurônios são glutamatérgicos e pertencem a uma categoria de neurônios com
atividade inspiratória que faz parte da circuitaria geradora do ritmo respiratório.
Centros respiratórios bulbar
• Grupamento respiratório ventrolateral rostral e GRVLr
• São neurônios pré-motores excitatórios
• Com atividade inspiratória que se projetam para a região cervical da medula espinal
• Controla a atividade de músculos inspiratórios.

• Grupamento respiratório ventrolateral caudal GRVLc


• A maioria dos neurônios encontrados nesse grupamento dispõe de um padrão de disparo que
aumenta durante a expiração;
• São neurônios pré-motores excitatórios que se projetam para o corno ventral
• Controla o músculo abdominal e outros músculos expiratórios.
Centros respiratórios pontino

• Centro pneumotáxico na ponte superior


• Essa área parece “desligar” ou inibir a inspiração
• Regular o volume da inspiração e, secundariamente, a frequência respiratória
• É O centro "ajuste fino" do ritmo respiratório, porque um ritmo normal pode existir na ausência
desse centro.
• Centro apnêustico ponte inferior
• Possui esse nome porque, se o cérebro de um animal experimental for seccionado logo acima
deste local, suspiros prolongados de inspiração (apneus) interrompidos por esforços expiratórios
transitórios serão observados.
• Os impulsos têm um efeito excitatório na área inspiratória da medula
• tendendo a prolongar os potenciais de ação da rampa.
Centros respiratórios pontino
• Córtex
• A respiração está sob controle voluntário em uma extensão considerável
• córtex pode anular a função do tronco cerebral dentro de limites
• Outras partes do cérebro, como o sistema límbico e o hipotálamo, podem alterar o padrão da
respiração, por exemplo, em estados emocionais como raiva e medo.
Centros de
controle central
Ponte, bulbo, outras
Entrada Eferente
partes do cérebro

Sensores Efetores
Quimiorreceptores, receptores Músculos respiratórios
pulmonares e outros
Quimiorreceptores centrais

• Localizados perto da superfície ventral do bulbo


• Sensível à PCO2, mas não à PO2 sanguíneo
• Responde à alterações de pH do liquido extracelular e liquor quando o CO2 se difunde para fora
dos capilares cerebrais
Quimiorreceptores centrais
Quimiorreceptores periféricos

• Localizado nos corpúsculos carotídeos e aórticos


• Responda à diminuição da PO2 arterial e aumento da PCO2 e H+
Quimiorreceptores periféricos
Nobel Prize of Physiology or Medicine in 1938

Corneille Jean F. Heymans


Bélgica
(1892-1968)

“For the discovery of the role played by the sinus and aortic

mechanisms in the regulation of the respiration”.


Quimiorreceptores periféricos

• Esses corpos são pequenos, altamente vascularizados e


compostos por diferentes tipos de células.
• As células tipo I (glomus) são metabolicamente ativas e
apresentam grande número de vesículas sinápticas contendo
neurotransmissores.
• A variação da e do pH ou o decaimento do Pco2 Po2 no
sangue arterial acarretam liberação de neurotransmissores das
células do glomus que atuarão nos terminais nervosos.
• A atividade gerada nesses terminais nervosos é transmitida ao
centro controlador respiratório através do nervo do seio
carotídeo. As células tipo li envolvem essa estrutura
Centros de
controle central
Ponte, bulbo, outras
Entrada Eferente
partes do cérebro

Sensores Efetores
Quimiorreceptores, receptores Músculos respiratórios
pulmonares e outros
Efetores – Músculos respiratórios
Efetores – Músculos respiratórios
Respostas integradas

• Resposta ventilatória ao dióxido de carbono


• A PCO2 arterial é o estímulo mais importante à ventilação sob a maioria
• A maior parte do estímulo vem dos quimiorreceptores centrais, mas o
• Quimiorreceptores periféricos também contribuem e sua resposta é mais rápida
• A resposta é ampliada se a PO2 arterial for reduzida
Respostas integradas CO2
• O fator mais importante no controle da
ventilação em condições.
• Uma redução na pco2 arterial é muito eficaz
na redução do estímulo à ventilação.
• Por exemplo, na hiperventilação
voluntariamente por alguns segundos, após
não há vontade de respirar por um curto
período.
• A resposta ventilatória ao CO2 também é
reduzida se o trabalho respiratório for
aumentado
Respostas integradas O2

• Po2 normalmente pode ser reduzido até o momento


sem evocar uma resposta ventilatória, o papel desse
estímulo hipóxico no controle diário da ventilação é
pequeno.
• No entanto, na subida a grandes altitudes, ocorre um
grande aumento da ventilação em resposta à hipóxia
• Esses pacientes têm retenção crônica de CO2 e o pH
do líquido extracelular do cérebro volta ao normal,
apesar de um aumento de Pco2
Respostas integradas pH

• Uma redução no ph do sangue arterial estimula


a ventilação.
• O principal local de ação de um ph arterial
reduzido são os quimiorreceptores periféricos.
• Também é possível que os quimiorreceptores
centrais ou o próprio centro respiratório
possam ser afetados por uma alteração no ph
do sangue, se for grande o suficiente. Nesse
caso, a barreira hematoencefálica se torna
parcialmente permeável aos íons H +.

Diagrama de Davenport
Respostas integradas - Exercício moderado...

Respostas integradas - Exercício intenso...


OBRIGADO!

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