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Tradutor: Francisco Dubiela

Revisor: Ruy Lopes Pereira

¿Hablas español? Parlez-vous français?


你会说中文吗?

Se você respondeu 'sí', 'oui', ou '是的'


e você está assistindo isso em inglês,

é provável que você faça parte


de uma maioria bilíngue e multilíngue.

E além das vantagens


ao viajar

ou ver filmes sem legendas,

saber duas ou mais línguas


significa que seu cérebro

pode ser e funcionar de modo diferente


do que os de seus amigos monolíngues.

Então, o que significa


conhecer uma língua?

A habilidade de linguagem é medida


em duas partes ativas, falar e escrever,

e duas partes passivas,


ouvir e ler.

Enquanto um bilíngue equilibrado


tem habilidades

quase iguais em duas línguas,

a maioria dos bilíngues do mundo


conhece e utiliza suas línguas

em proporções variáveis.

E dependendo da situação
e como adquiriram cada língua,

eles podem ser classificados


em três tipos gerais

Por exemplo, vamos ver a Gabriela,

cuja família imigrou do Peru para os EUA


quando ela tinha dois anos de idade.

Como bilíngue composto,

Gabriela desenvolve dois códigos


linguísticos simultaneamente,

com um único conjunto de conceitos,


aprendendo inglês e espanhol

enquanto começa a processar


o mundo ao seu redor.

Seu irmão adolescente, por sua vez,


pode ser um bilíngue coordenado,

que trabalha com dois


conjuntos de conceitos,

aprendendo inglês na escola,

enquanto continua falando espanhol


em casa e com amigos.

Finalmente, os pais de Gabriela tendem


a ser bilíngues subordinados

que aprendem uma língua secundária

filtrando-a através de
sua língua primária.

Todos os tipos de pessoas bilíngues


podem se tornar proficientes em uma língua

independentemente do sotaque ou pronúncia,

por isso a diferença pode não ser aparente


para um observador casual.

Mas os avanços recentes


na tecnologia de imagem cerebral

deram pistas aos neurolinguistas

sobre como aspectos do aprendizado


de línguas afetam o cérebro bilíngue.

Sabemos que o hemisfério esquerdo


do cérebro é mais dominante

e analítico em processos lógicos,

enquanto o hemisfério direito é mais ativo


em processos emocionais e sociais,

embora seja uma questão de grau,


não uma separação absoluta.

O fato da linguagem envolver


ambos os tipos de funçőes

enquanto a lateralização desenvolve


gradualmente com a idade,

levou à hipótese do período crítico.


De acordo com esta teoria,

as crianças aprendem línguas facilmente

porque a plasticidade de seus cérebros


em desenvolvimento

permite que usem os dois hemisférios


na aquisição da linguagem,

enquanto que para maioria dos adultos,


a linguagem está em um hemisfério,

geralmente o esquerdo.

Se isso for verdade,


aprender uma língua na infância

pode oferecer uma compreensão mais ampla


dos seus contextos sociais e emocionais.

Por outro lado,


pesquisas recentes mostraram

que as pessoas que aprendem


uma segunda língua na fase adulta

apresentam menos viés emocional


e uma abordagem mais racional

ao confrontar problemas
na segunda língua

do que na sua língua nativa.

Mas não importa quando você adquire


línguas adicionais,

pois ser multilíngue dá ao seu cérebro


algumas vantagens notáveis.

Algumas destas são visíveis,

tais como uma densidade maior


de matéria cinzenta

que contém a maior parte dos neurônios


e sinapses do cérebro,

e mais atividade em certas regiões


ao conversar numa segunda língua.

O treino intenso que o cérebro bilíngue


executa ao longo da vida

pode atrasar o surgimento de doenças,


como a demência e Alzheimer
por até cinco anos.

A ideia de benefícios cognitivos


com o bilinguismo

pode parecer intuitiva agora,

mas teria surpreendido


especialistas do passado.

Antes da década de 1960, o bilinguismo


era considerado uma desvantagem

que atrasava o desenvolvimento infantil

por forçar a criança a gastar energia


diferenciando duas línguas,

uma visão baseada em estudos falhos.

E enquanto um estudo mais recente mostrou

que os tempos de reação e erros aumentam


para alguns alunos bilíngues

em testes de línguas cruzadas,

ele também mostrou que o esforço


e atençăo necessários

para alternar entre línguas


gerava mais atividade

e reforçava potencialmente
o córtex pré-frontal dorsolateral.

Esta é a parte do cérebro


que desempenha um grande papel

na função executiva, resolução


de problemas, alternação entre tarefas,

e na concentração filtrando
informações irrelevantes.

O bilinguismo pode não torná-lo


mais esperto necessariamente ,

mas ele torna seu cérebro mais saudável,


complexo e ativado,

e mesmo se você não tiver a sorte

de aprender uma segunda língua


quando criança,

nunca é tarde para fazer


um favor a si mesmo
e fazer a linguística
mudar de 'Olá'

para 'Hola', 'Bonjour' ou '您好'.

pois quando se trata de nossos cérebros,


um pouco de prática pode nos levar longe.

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