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EPIDEMIOLOGIA DESCRITIVA

Profa. Ana Virgínia Matos


anavmsbarreto@gmail.com
DEFINIÇÃO
• Delineamento do perfil epidemiológico das populações,
possibilitando intervenções de saúde coletiva contextualizada por
meio do estudo da frequência e da distribuição desses eventos em
função de variáveis circunstanciais ligadas à pessoa, ao lugar e ao
tempo.
• Onde, quando e sobre quem ocorre determinada doença?
• Há grupos especiais mais vulneráveis?
• Existe alguma época do ano em aumento o número de casos?
• Em que áreas do município ou regiões do país a doença é mais
frequente? Há disparidades regionais ou locais?
• Indivíduos idosos são mais atingidos do que crianças?
• Pertencer a uma dada classe social determina diferenças de riscos?
Variáveis são representações
de características ou
atributos observados ou
medidos em cada elemento
de uma população.
VARIÁVEIS RELACIONAS COM O TEMPO
• A distribuição dos casos de determinada doença por períodos de tempo (semanal, mensal, anual)
permite verificar como a doença evolui, isto é, se apresenta variação cíclica, se está estacionária,
decrescendo ou aumentando.
• Orientar as intervenções cabíveis, fornecendo, por exemplo, informação sobre os melhores momentos
para intensificar a imunização e para prevenir um possível surto. No aspecto administrativo, serve para
orientar quando se deve concentrar recursos materiais e humanos, facilitando as ações de controle
necessárias.
 Intervalo de tempo: quantidade de tempo transcorridos entre dois eventos sucessivos e tomados em
consideração, abstraída a marcação cronológica. Ex: tempo de incubação da doença (horas, dias,
semanas, meses ou anos).
 Intervalo cronológico: basicamente, é uma referência a uma sequencia de alguns anos, especificados
do calendário oficial. Ex: Esquistossomose em PE de 2010 a 2020.
 Período: denominação de ordem geral que se dá a partes de tempo delimitadas, marcadas
cronologicamente e especificadas. Ex: Acidentes de trânsito no mês de maio de 2019.
DISTRIBUIÇÃO CRONOLÓGICA
É o registro da história da doença.

• Exibir a ação da doença ou agravo à saúde coletiva, desde a atualidade,


regredindo a um tempo passado, que pode ser curto ou não.
• Mostrar o tipo de variação que caracteriza o processo estudado, se cíclico
ou atípico, se sazonal ou não.
• Revelar a tendência secular do processo sob consideração.
• Manifestar caráter endêmico ou epidêmico de determinada doença ou
agravo.
• Detectar e interpretar a evolução da incidência de um evento e com isso
propor hipóteses a serem investigadas a partir de estudos analíticos.
VARIAÇÕES EM RELAÇÃO AO TEMPO
• Variação cíclica – apresentam ciclos
periódicos e regulares. O comportamento cíclico das
• Variação atípica – são alterações na doenças resulta de recorrências nas suas incidências,
frequência de agravos à saúde resultantes que podem ser anuais ou de periodicidade mensal
de acontecimentos não previsíveis (surto ou semanal. Na variação cíclica, um dado padrão é
ou epidemias). repetido de intervalo em intervalo (sarampo, rubéola
e difteria).
VARIAÇÕES EM RELAÇÃO AO TEMPO
• Tendência – caracteriza-se pelas
• Variação sazonal – ocorre quando a variações na incidência/prevalência ou
mortalidade/letalidade de doenças
incidência das doenças aumenta sempre, observadas por um longo período de tempo
periodicamente e repete-se sempre na (não se recomenda que seja inferior a 10
mesma estação do ano, meses do ano, anos). Avaliação das medidas de
dias da semana, ou em horas do dia. controle/compreensão de eventos
(leptospirose, queimaduras no período inusitados/detecção de epidemias.
junino).
SEMANA EPIDEMIOLÓGICA
• Existe hoje um consenso internacional sobre um período de tempo padrão para agrupar mortes e
outros eventos epidemiológicos, conhecido como semana epidemiológica.

• A divisão dos 365 dias do ano em 52 ou 53 semanas epidemiológicas constitui o chamado


calendário epidemiológico. Com isto é possível, por exemplo, comparar diretamente eventos
epidemiológicos que ocorrem em um determinado ano, ou parte dele, com os ocorridos em anos
anteriores, facilitando também a comparação entre países.

• As semanas epidemiológicas começam no domingo, indo até o sábado seguinte. A primeira


semana epidemiológica do ano, por definição, termina no primeiro sábado de janeiro, com a
condição de que cubra pelo menos quatro dias no mês, mesmo que com isso comece em
dezembro do ano anterior.
VARIÁVEIS RELACIONAS COM O LUGAR
• Distribuindo-se os casos sobre um mapa detalhado da área, identifica-se sua concentração ou dispersão.
Isso vai orientar as ações de investigação de casos e contatos, como também a aplicação das medidas de
controle – por exemplo, a distribuição da cobertura da vacinação permite verificar onde devem se
concentrar as ações de imunização.
• Vários elementos geográficos espaciais podem influenciar a distribuição das doenças. Pode-se dizer que a
expressão “onde ocorre” uma determinada doença significa o mesmo que dizer em que “tipo de ambiente”.
• Quanto ao lugar de ocorrência, também são referenciais as características, fatores ou condicionantes
ambientais, naturais ou sociais, em que a doença aconteceu. O local onde as pessoas vivem ou trabalham
pode determinar, em parte, o tipo de doença ou problema de saúde passível de ocorrência.
 Variáveis Geopolíticas: são utilizadas para comparar grupos ou países. Ex. países da América Latina.
 Variáveis Político-administrativas: São utilizadas para fazer comparações dentro do território nacional. Ex.
Estados do Brasil.
 Variáveis Geográficas: são utilizadas na descrição do processo de geração de doenças segundo fatores
geográficos. Ex. Regiões do Brasil.
O Geoprocessamento é uma área do conhecimento que engloba os Sistemas de Informação Geográfica (SIG),
o sensoriamento remoto e as técnicas de análise espacial, com interfaces com a Cartografia, a Geografia e a
Estatística, entre outras ciências. Os SIG são programas de computador que permitem a visualização de mapas
georreferenciados em conjunto com os atributos das feições representadas. Por exemplo, um mapa dos
municípios do estado de São Paulo e, como atributos, as respectivas taxas de mortalidade por algum tipo de
agravo, o SIG possibilita que estas taxas sejam representadas em mapas temáticos, com a visualização de seu
valor em cada um dos municípios.
LOCAL DE TRANSMISSÃO
Em relação ao local de transmissão, os casos podem ser classificados como:

 Caso autóctone
É o caso confirmado que foi detectado no mesmo local onde ocorreu a transmissão.

 Casos alóctone/importado
É o caso confirmado que foi detectado em um local diferente daquele onde ocorreu a
transmissão.
VARIÁVEIS RELACIONAS À PESSOA

• Pessoas podem ser descritas em termos de: suas características herdadas ou


adquiridas (idade, sexo, cor, escolaridade, renda, estado nutricional e
imunitário, etc.); suas atividades (trabalho, esportes, práticas religiosas,
costumes, etc.); e circunstâncias de vida (condição social, econômica e do
meio ambiente).
VARIÁVEIS RELACIONAS À PESSOA

Características Características Características Nível


gerais familiares étnicas socioeconômico

Estado civil, idade Ocupação, renda


Raça, cultura,
dos pais, pessoal e familiar,
Idade e gênero religião, grupo
morbidade escolaridade, zona
étnico
familiar de residência.
VARIÁVEIS RELACIONAS À PESSOA

Vida intra-
Características Ocorrências Hábitos e
uterina e ao
endógenas acidentais atividades
nascer

Hábito alimentar,
Constituição física,
Idade materna, nº Doenças sofridas, atividade física,
estado fisiológico,
de gestações acidentes uso de drogas
estado de nutrição
licitas e ilícitas.
BOM ESTUDO.

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