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Tiago Costa 1

TIPOS DE DISCURSO

1. (Fatec-1995) "Ela insistiu: - Me dá esse papel aí."

Na transposição da fala do personagem para o discurso indireto, a alternativa correta é:

a) Ela insistiu que desse aquele papel aí.


b) Ela insistiu em que me desse aquele papel ali.
c) Ela insistiu em que me desse aquele papel aí.
d) Ela insistiu em que lhe desse aquele papel ali.

2. (Fuvest-2000) Sinhá Vitória falou assim, mas Fabiano resmungou, franziu a testa,
achando a frase extravagante. Aves matarem bois e cabras, que lembrança! Olhou a
mulher, desconfiado, julgou que ela estivesse tresvariando.
(Graciliano Ramos, Vidas secas)

Uma das características do estilo de Vidas Secas é o uso do discurso indireto livre, que
ocorre no trecho:

a) “sinha Vitória falou assim”.


b) “Fabiano resmungou”.
c) “franziu a testa”.
d) “que lembrança”.

3. (Fuvest-2003) Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê


com sete anos de idade. Está com quarenta, quarenta e poucos. De repente dá com ele
mesmo chutando uma bola perto de um banco onde está a sua babá fazendo tricô. Não
tem a menor dúvida de que é ele mesmo. Reconhece a sua própria cara, reconhece o
banco e a babá. Tem uma vaga lembrança daquela cena. Um dia ele estava jogando bola
no parque quando de repente aproximou-se um homem e… O homem aproxima-se dele
mesmo. Ajoelha-se, põe as mãos nos seus ombros e olha nos seus olhos. Seus olhos se
enchem de lágrimas.

Sente uma coisa no peito. Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo. Como eu
era inocente. Como os meus olhos eram limpos. O homem tenta dizer alguma coisa,
mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si mesmo, longamente. Depois sai
caminhando, chorando, sem olhar para trás. O garoto fica olhando para a sua figura que
se afasta. Também se reconheceu. E fica pensando, aborrecido: quando eu tiver
quarenta, quarenta e poucos anos, como eu vou ser sentimental!
(Luís Fernando Veríssimo, Comédias para se ler na escola)

O discurso indireto livre é empregado na seguinte passagem:

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a) Que coisa é a vida. Que coisa pior ainda é o tempo.


b) Reconhece a sua própria cara, reconhece o banco e a babá. Tem uma vaga lembrança
daquela cena.
c) Um homem vem caminhando por um parque quando de repente se vê com sete anos
de idade.
d) O homem tenta dizer alguma coisa, mas não encontra o que dizer. Apenas abraça a si
mesmo, longamente.

4. (Fuvest-2007) “‘Muito!’, disse quando alguém lhe perguntou se gostara de um certo


quadro.”

Se a pergunta a que se refere o trecho fosse apresentada em discurso direto, a forma


verbal correspondente a “gostara” seria:

a) gostasse.
b) gostava.
c) gostou.
d) gostará.

5. (FGV-2003) Assinale a alternativa em que ocorra discurso indireto.

a) Perguntou o que fazer com tanto livro velho.


b) Já era tarde. O ruído dos grilos não era suficiente para abafar os passos de Delfino.
Estaria ele armado? Certamente estaria. Era necessário ter cautela.
c) Quem seria capaz de cometer uma imprudência daquelas?
d) A tinta da roupa tinha já desbotado quando o produtor decidiu colocá-la na secadora.

SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS E ANÁLISE DO DISCURSO

Apelo

Amanhã faz um mês que a Senhora está longe de casa. Primeiros dias, para dizer
a verdade, não senti falta, bom chegar tarde, esquecido na conversa de esquina. Não foi
ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, o prato na mesa por engano, a imagem
de relance no espelho.

Com os dias, Senhora, o leite primeira vez coalhou. A notícia de sua perda veio
aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, ninguém os guardou debaixo da escada. Toda
a casa era um corredor deserto, e até o canário ficou mudo. Para não dar parte de fraco,
ah, Senhora, fui beber com os amigos. Uma hora da noite e eles se iam e eu ficava só,
sem o perdão de sua presença a todas as aflições do dia, como a última luz na varanda.

E comecei a sentir falta das pequenas brigas por causa do tempero na salada — o
meu jeito de querer bem. Acaso é saudade, Senhora? Às suas violetas, na janela, não lhes
poupei água e elas murcham. Não tenho botão na camisa, calço a meia furada. Que fim
levou o saca-rolhas?

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Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas
mastigando.

Venha para casa, Senhora, por favor.

(TREVISAN, Dalton. Mistérios de Curitiba. 5ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1996.)

1) Assinale a alternativa em que o sinônimo da palavra sublinhada está incorretamente


associado.

A) “Não foi ausência por uma semana: o batom ainda no lenço, [...]” (1º§) – falta

B) “Para não dar parte de fraco, ah, Senhora, fui beber com os amigos.” (2º§) – abatido

C) “A notícia de sua perda veio aos poucos: a pilha de jornais ali no chão, [...]” (2º§) –
paralelamente

D) “Nenhum de nós sabe, sem a Senhora, conversar com os outros: bocas raivosas
mastigando.” (4º§) – irritadas"

"A época em que ser alegre era malvisto

Até o início do século XVIII, em lugares como Reino Unido e nas suas colônias
na América do Norte, os historiadores perceberam que as pessoas tinham orgulho de
serem um pouco melancólicas.

Isso tinha a ver, em parte, com a lógica cristã, de ter consciência dos seus pecados
e de se manter humilde perante os olhos de Deus.

Peter Stearns, autor do livro ‘História da Felicidade’, cita, nas suas pesquisas, o
diário escrito por um chefe de família da época, que defendia que Deus, entre aspas, “não
permitia alegria nem prazer, mas sim, uma espécie de conduta melancólica e austera”.

“Isso não quer dizer que as pessoas fossem infelizes — simplesmente, não temos
como julgar isso de modo imparcial, a partir dos padrões atuais. Até porque a felicidade,
obviamente, é algo bastante subjetivo.”

O que significa que havia, entre as pessoas da época, a percepção de que era
necessário se desculpar por momentos de felicidade, por considerá-los uma afronta a
Deus, segundo Stearns.

Mas isso mudou radicalmente no século XVIII, a ponto de, na redação da


Declaração de Independência dos Estados Unidos, em 1776, a busca pela felicidade ter
sido considerada um direito humano. A Constituição da França de 1793 também
explicitou a ideia de que o objetivo da sociedade é a felicidade comum.

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2) Não permitia alegria nem prazer, mas sim, uma espécie de conduta “melancólica” e
austera.

O sinônimo da palavra em destaque é:

A) expansiva

B) soturna

C) prazenteira

D) ávida

A exorbitante onda de calor que nos atingiu este mês veio fora dos padrões. Sua
extensão, sua força e sua duração escapam aos parâmetros. Praticamente o território
nacional inteiro foi assolado. Fenômenos atmosféricos têm se tornado cada vez mais
extremos e mais frequentes desde que entramos no novo milênio. Incêndios florestais na
Sibéria, temperatura saariana na Inglaterra, inundações devastadoras no Rio Grande do
Sul, furacões com ventos de 300 km/h, sensação de 60 °C no Rio — são eventos extremos
que se multiplicam e preocupam autoridades e governos do mundo inteiro.

Em outras partes do mundo, a população está ciente de que a ameaça principal que
paira sobre a humanidade é o desregramento climático. A situação que se antevia para
2050 já chegou, quase 20 anos adiantada. No Brasil, até poucos anos atrás, não se sabia
o que era um ciclone extratropical. Hoje, o fenômeno tem assolado o sul do país e ceifado
vidas. Só este ano, já vieram dois desses eventos.

A população brasileira tem de ser conscientizada para as mudanças climáticas,


que nos anunciam um futuro complicado. A catástrofe planetária começou, mas ainda
temos tempo de amenizar o estrago.

Compete ao nosso governo investir em propaganda institucional para levar a


informação a todos. Cabe também às autoridades desenhar um programa para
implementar todos os conselhos de bom senso que ajudem a população a modificar seus
hábitos. Se os brasileiros se conscientizarem de que cada um pode agir em favor da
natureza, será um movimento de grande alcance. No fundo, a natureza somos nós. Chega
de fomentar nossa própria perdição.

José Horta Manzano. O cantil. Correio Braziliense.

Internet: <correiobraziliense.com.br> (com adaptações).

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3) No último período do texto CB1A1-II, a palavra “fomentar” foi empregada como


sinônimo de

a) desenvolver.

b) provocar.

c) despertar

d) acelerar.

[...] Para além dos seus notórios efeitos fiscais e dos benefícios que garantirá para as
gerações futuras, a aprovação das novas regras previdenciárias tem profundo valor
simbólico. Representa, a um só tempo, prova da capacidade técnica, do nível de
responsabilidade e do poder de articulação das senhoras e dos senhores congressistas.
Churchill, o mais emblemático dos primeiros-ministros ingleses, que entendia o papel de
um parlamento forte, alertava que “não adianta dizer que estamos fazendo o melhor que
podemos. Precisamos fazer tudo aquilo que é necessário”. Na linha dessa Legislatura
reformista, que está se impondo nos exatos limites do texto constitucional, fomos atrás
de fazer tudo aquilo que era necessário, e a escolha de pautas é uma construção de extrema
responsabilidade. O que esse país precisa é de mais foco e trabalho. Como ensinou
Churchill, façamos o que for necessário. [...]

04) Nesse fragmento, além da voz do autor do relatório, há outra voz trazida sob forma,

A) primeiramente, direta e, em seguida, indireta; em ambas as ocorrências, há o


propósito de fortalecer o discurso que está sendo construído.

B) primeiramente, indireta e, em seguida, direta; em ambas as ocorrências, há o


propósito de fortalecer o discurso que está sendo construído.

C) direta, em ambas as ocorrências, com o propósito de se estabelecer uma relação


comparativa entre a voz do autor e essas vozes.

D) indireta, em ambas as ocorrências, com o propósito de se estabelecer uma relação de


contraposição entre a voz do autor e essas vozes.

05) As frases a seguir mostram formas do verbo TER. Assinale a frase em que a
substituição dessas formas por outro verbo de valor semântico mais específico é feita de
forma adequada.

A) Na natureza não tem prêmios nem punições – há apenas consequências. / se


mostram.

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B) A arte imita a vida e a vida imita a arte. A vida é uma peça e cada um tem seu papel.
Não é um pensamento original. Tenho certeza de que você já ouviu isso antes. /
apresenta.

C) A opinião pública tem simpatia por opositores políticos, mas concorda com a frase
que bandido bom é bandido morto. / exerce.

D) Antes de os relógios existirem, todos tinham tempo / dispunham de.

(...)

Além disso, a língua é um fator importantíssimo na construção da identidade de


cada indivíduo e de cada coletividade. Ela tem um valor simbólico inegável, é moeda de
troca, é arame farpado capaz de incluir alguns e excluir muitos outros. É pretexto para
exploração, espoliação, discriminação e até mesmo massacres e genocídios, como já vem
expresso num conhecido episódio bíblico.

06) O uso das palavras “importantíssimo” e “inegável”, no parágrafo 7, revela uma


estratégia de

A) construir uma imagem de objetividade, característica de toda e qualquer manifestação


da linguagem.

B) expressar uma avaliação do que está sendo exposto sem, necessariamente, fazer uso
da primeira pessoa do discurso.

C) construir uma imagem de neutralidade, característica de toda e qualquer manifestação


da linguagem.

D) expressar uma intenção de esconder, por meio de palavras, a natureza impessoal do


uso científico do discurso.

(...)

Neste momento, há enormes diferenças entre as pesquisas e as projeções sobre o


impacto dessas tecnologias. Há argumentos frágeis, e mesmo outros desonestos, tentando
desqualificar as preocupações com o risco da eliminação de muitos postos de trabalho.
Alguns destes apelam para uma aritmética primitiva e descabida, de que novos empregos
e profissões surgirão e compensarão aqueles perdidos. Há dois equívocos nesta lógica: a
de que o futuro sempre repete o passado e a de que se trata de uma conta de subtração. A
realidade põe por terra esses argumentos: por um lado, milhões de pessoas desempregadas
ou subempregadas, por outro, milhares de vagas não preenchidas pelas empresas por
conta da sofisticação das competências exigidas. Isto sem falar do fenômeno da
precarização do trabalho, bem representado pelos modelos de plataformas digitais. O
pensamento de risco sugere que deveríamos considerar um cenário de intensa substituição
de postos de trabalho por sistemas, robôs e máquinas e de crescimento da oferta de postos

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de trabalho precarizados. Não há mal algum, nessas circunstâncias, em nos prepararmos


para isto. A história nos mostra o quanto é mais sábio prevenir do que remediar. E,
preparados para o adverso, sabendo que a imagem do futuro não está ainda formada,
poderemos esperar pela serendipidade.

07) No último período do último parágrafo, o uso da palavra serendipidade remete

A) a uma perspectiva positiva, resultante de uma atitude preventiva para enfrentar as


adversidades trazidas pelas inovações tecnológicas.

B) a uma perspectiva negativa, resultante da constatação de que aderir às inovações


tecnológicas é algo inevitável em um mundo em constante transformação.

C) a um estado de conformismo, resultante de uma atitude de não enfrentamento das


adversidades oriundas das inovações tecnológicas.

D) a um estado de indiferença, resultante da constatação da incapacidade de se pensar,


antecipadamente, estratégias para mitigar os efeitos nocivos das inovações tecnológicas.

08) Assinale a alternativa em que o vocábulo sublinhado terá PREJUÍZO de sentido do


contexto da frase caso seja empregado.

Alternativas

A) “[...] desejos fora de hora devem ser reprimidos.” (4º§) – contidos

B) “[...] frustram as pessoas, são alienantes, [...]” (6º§) – desvairados

C) “[...] amor não é acionado nem chega com hora marcada.” (1º§) – operante

D) “[...] os que se relacionam muito não são confiáveis, [...]” (5º§) – controversos

09) Considerando os aspectos textuais, marque V para as afirmativas verdadeiras e F


para as falsas.

( ) Em “Ao chegar, verificou o endereço: era de um terreno baldio.” (2º§), a vírgula foi
utilizada para separar adjunto adverbial deslocado.

( ) No trecho “Então, a festa de inauguração, chope.” (15º§), a expressão “de


inauguração” evidencia função adjetiva.

( ) Em “Agora, o boy já tinha feito vinte anos e o patrão tinha lhe dado um prazo fixo,
fatal, irreversível.” (16º§), a expressão destacada pode ser substituída, sem alteração
semântica, por “havia de fazer”.

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A) V, V, V.

B) F, F, V.

C) V, V, F.

D) F, F, F.

10) Considere o trecho textual: “A esta altura, o patrão, irritadíssimo com o boy,
ameaçava despedi-lo.” (13º) É possível inferir que a expressão “a esta altura”, um ditado
bastante popular na língua portuguesa, refere-se a:

A) Situação que se arrasta já por um bom tempo, com muitos acontecimentos.

B) Pessoa hábil em determinada coisa que não usa essa habilidade a seu favor.

C) Condição que envolve persistência e paciência para fazer as coisas devagar, a fim de
se alcançar os objetivos.

D) Circunstância que nem sempre as aparências contam; é preciso conhecer melhor uma
pessoa profundamente para saber qual é o seu caráter.

11) Considerando o texto de Ignácio de Loyola Brandão, assinale a alternativa em que a


palavra grifada não mantém o mesmo valor semântico se substituída pela expressão
indicada.

A) “No outro dia, ergueram um tapume.” (11º§) – muro.

B) “Um dia, viu homens carpindo o mato.” (11º§) – capinando.

C) “O boy, triunfante, estendeu a carta.” (19º§) – perseverante.

D) “Fazendo amizade com os operários, capatazes da obra, aprendendo como se mistura


o cimento, [...]” (12º§) – encarregados.

TIPOS DE DISCURSO
1 d
2 d
3 a
4 c
5 a
SIGNIFICAÇÃO DE PALAVRAS
ANÁLISE DO DISCURSO
1 c 5 d 9 c
2 b 6 b 10 a
3 b 7 a 11 c
4 a 8 d

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