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Desenvolvimento humano II - Revisão B1

Adolescência - Perspectiva da psicologia histórico cultural: A


perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural sobre a adolescência diverge
das abordagens hegemônicas, como as biologizantes ( Que deriva do
desenvolvimento biológico geralmente ligado a puberdade) e
patologizantes (Tende a interpretar os comportamentos típicos da
adolescência, como mudanças de humor, busca por identidade e desafios
à autoridade, como sinais de problemas mentais ou emocionais), que
tendem a simplificar esse período como meras mudanças naturais ou
como algo patológico. Segundo essa visão:

Para a Psicologia Histórico Cultural a adolescência não pode ser reduzida


a mudanças naturais, caracterizadas pelas síndromes em virtude dos
“hormônios a flor da pele”. Contudo, discordar das concepções que
reduzem a adolescência a fenômenos biologizantes, não significa negar as
influencias da maturidade orgânica. A adolescência na modernidade está
submetida às transformações dos modos de produção no trabalho.

Durante a adolescência, ocorre uma crise que demanda uma nova


maneira de pensar. Uma atividade guia dominante nessa fase é a
comunicação íntima e pessoal, que ocorre entre os 11-12 anos até os 15
anos. Os adolescentes tendem a reproduzir as relações existentes entre
os adultos, buscando compreender quais são essas relações e quem são
os adultos que servem como referência para eles;

É importante compreender que o desenvolvimento durante a


adolescência não é linear, mas envolve evoluções, revoluções e, por
vezes, involuções, refletindo a complexidade desse período de transição
na vida humana.

1 - O que significa atividade guia?


As atividades-guia são como os principais focos de interesse ou
direcionamentos que os adolescentes descobrem e exploram nessa fase de
suas vidas. Esses interesses podem variar de pessoa para pessoa, mas
geralmente refletem áreas importantes de crescimento, como a busca por
identidade, relacionamentos pessoais, interesses acadêmicos ou
profissionais, entre outros. Essas atividades-guia orientam o desenvolvimento
dos adolescentes e podem influenciar suas escolhas, comportamentos e
experiências ao longo desse período crucial de suas vidas.
A relação entre as atividades-guia e o desenvolvimento adolescente é de
interdependência e continuidade. Isso significa que as experiências e
aprendizados adquiridos em fases anteriores da vida influenciam diretamente as
atividades-guia que se destacam durante a adolescência.

O desenvolvimento durante a adolescência é caracterizado por um movimento


de setas de dupla direção entre o afetivo emocional e o intelectual cognitivo. Isso
significa que essas duas dimensões estão interligadas e influenciam-se
mutuamente ao longo do desenvolvimento.

[Afetivo emocional ----------- Intelectual cognitivo]

Intelectual cognitivo: se refere às habilidades de pensamento, raciocínio,


memória, linguagem e criatividade. Durante a adolescência, os jovens estão
desenvolvendo suas capacidades intelectuais e cognitivas de forma significativa,
o que lhes permite compreender o mundo de maneira mais complexa e abstrata.

Afetivo emocional: Diz respeito ao modo como o indivíduo integra suas


experiências emocionais e afetivas. Durante a adolescência, os jovens estão
lidando com uma ampla gama de emoções e aprendendo a regular suas
respostas emocionais de maneira mais eficaz.

Durante a adolescência, os jovens precisam de modelos adultos para orientar


seu desenvolvimento, mas muitas vezes os adultos negam ou não oferecem
esses modelos. Isso pode dificultar o progresso dos adolescentes, já que eles
precisam de referências para se guiarem. Duas atividades-guia importantes
durante a adolescência são a comunicação íntima pessoal e a atividade de
estudo:

1- Autoconsciência como consciência social transladada: Essa frase sugere que a


autoconsciência, ou seja, a consciência que uma pessoa tem de si mesma, é
influenciada pela sua compreensão das expectativas e normas sociais que existem
ao seu redor.

2- Código de companheirismo: Se refere a um conjunto de valores, normas e


comportamentos que promovem relações próximas e solidárias entre pessoas,
especialmente em situações de amizade, parceria ou camaradagem.

3- Imitar o Adulto: Característica do que se transladou; que foi transportado ou


transferido de um local para outro (absorvidos pelos adolescentes e incorporados
em seu próprio comportamento e identidade).
Atividade de Estudo: Atividade Guia (15 a 18 anos)

1- Motivação do Estudo para preparar-se para o futuro.

2- Prepará-los para o mundo do trabalho, mas ao mesmo tempo não


adaptálos ao mercado de trabalho. Fase em que deve-se mobilizar o interesse
para as produções humanas mais elaboradas: arte, história, filosofia, etc.

3- Superação do “Isto ou Aquilo”: É sobre entender que a vida é mais complexa


do que simplesmente escolher entre duas alternativas e aprender a tomar
decisões que considerem uma variedade de fatores.

4- Conceitos Cotidianos: se referem às ideias e noções que os jovens


encontram em seu dia a dia, relacionadas à vida comum e experiências
práticas (pensamento abstrato).

5- Conceitos Científicos: Esses conceitos científicos são caracterizados por uma


progressão do abstrato para o concreto, o que significa que eles envolvem a
compreensão de múltiplas causas e relações complexas por trás dos
fenômenos observáveis.

Adolescência: Trabalho e Formação

Omnilateral; Ele é uma combinação de "omni", que significa todo ou cada,


com "lateral", referindo-se aos lados ou dimensões de algo. Em geral,
implica uma abordagem abrangente que considera todos os aspectos ou
perspectivas de uma situação.

Biologizante: é um termo que pode ser utilizado para descrever algo que
tem a capacidade de biologizar, ou seja, transformar ou tornar algo mais
biológico.

Patologizante: Refere-se a uma abordagem ou perspectiva que tende a


interpretar comportamentos, experiências ou características humanas
como sintomas de uma doença ou desordem mental.

Adolescência estereotipada: Refere-se à concepção ou imagem


generalizada e simplificada da adolescência, que muitas vezes é baseada
em estereótipos culturais ou sociais, como rebeldia, irresponsabilidade,
instabilidade emocional, comportamento desafiador, entre outros.
Na Psicologia Histórico-Cultural, é enfatizado que o trabalho é essencial
para o desenvolvimento humano (o trabalho edifica o homem...). Isso
significa que todas as atividades que fazemos estão ligadas ao nosso
contato com o mundo ao nosso redor. Quando trabalhamos, interagimos
com a natureza e com os outros, o que nos ajuda a nos tornar seres
conscientes e únicos.

Nessa fase da adolescência começa-se a entender que o trabalho pode ser


uma forma de alcançar liberdade e independência.

É essencial que, durante a adolescência, os jovens aprendam a encontrar


significado e satisfação no trabalho, para que possam se desenvolver de
forma integral e emancipada ( para que não se sintam desmotivados).

Adolescência com foco na Formação Omnilateral:


✓ Pensamento por conceito
✓ Transição para vida adulta
✓ Trabalho como Emancipação.

Adolescente camadas populares (Adolescentes de classe baixa)


✓ Entrada no mundo do trabalho “antecipado”
✓ Abandono Escolar
✓ Ensino e Trabalho ocorrem ao mesmo tempo (Cansativo)

Adolescente com maior poder aquisitivo: Adolescente “burguês”


✓ Entrada no mundo do trabalho na vida adulta
✓ Juventude Prolongada
✓ Conclusão do Ensino Superior

Mundo do trabalho oferecido ao jovem pode motiva-lo a seguir objetivos


caracterizados por elementos de aparência:

➢ Ganhar dinheiro fácil e rápido


➢ Status
➢ Garantir a sobrevivência no mundo do consumo

Trabalho como projeto de vida numa formação


Omnilateral

➢ Consciência do trabalho
➢ O bem estar da sociedade e não na sociedade
Durante a adolescência, os jovens muitas vezes têm uma compreensão
limitada sobre o significado e a importância do trabalho na sociedade. Eles
podem ser influenciados por fantasias ou ideais sobre o futuro, sem
considerar completamente as realidades e necessidades do mundo do
trabalho. A escolha da profissão na adolescência pode ser baseada em
fatores superficiais, como prestígio, status ou salário, em vez de considerar
o impacto do trabalho na sociedade e a contribuição que ele pode
oferecer para o bem-estar coletivo. Isso pode levar a escolhas profissionais
que não são satisfatórias a longo prazo ou que não refletem os valores e
interesses pessoais do indivíduo.

Em uma metáfora possível, a educação Omnilateral deveria proporcionar


a saída da “caverna”

A metáfora da caverna é uma alegoria apresentada por Platão que refere-


se a um grupo de pessoas que estão acorrentadas em uma caverna desde
o nascimento, com as costas voltadas para a entrada. Eles só podem ver as
sombras das coisas projetadas na parede da caverna, criadas pela luz de
uma fogueira atrás deles. Por nunca terem visto o mundo exterior, eles
acreditam que as sombras são a realidade.

Assim como os prisioneiros só conhecem as sombras projetadas na parede da


caverna e não têm noção da realidade fora dela, os adolescentes podem ter
uma visão fantasiosa e abstrata do mundo, baseada em suas próprias
experiências limitadas e nas influências externas, como a mídia, a cultura
popular e até mesmo a falta de orientação adequada.

Quando os adolescentes começam a sair da "caverna" da adolescência e


enfrentar as responsabilidades e desafios da vida adulta, podem se sentir
perdidos e desorientados. Eles podem não ter sido adequadamente
preparados para lidar com as complexidades do mundo real, incluindo
questões como carreira, relacionamentos e responsabilidades financeiras,
papel esse que deveria ser da escola.

!- Educação pública e universal: A Psicologia Histórico-Cultural defende que a


educação pública e universal deve permitir que os estudantes tenham
autonomia para determinar suas habilidades e interesses, escolher suas
profissões futuras e refletir sobre sua vida social. Isso significa que a educação
deve ir além de apenas transmitir conhecimentos acadêmicos, mas também
capacitar os alunos a tomar decisões significativas sobre seus futuros e
participar ativamente na sociedade.
2- Formação integral do homem: A formação integral do homem, segundo
essa perspectiva, deve envolver uma integração entre ensino e trabalho. Isso
significa que a educação não deve apenas focar no desenvolvimento
intelectual, mas também no desenvolvimento das habilidades práticas e na
preparação para a vida profissional.

Sendo assim a construção de uma utopia (sociedade perfeita e idealizada)


seria possível?

Em vez de simplesmente aceitar ideias preconcebidas sobre o que é ser


adolescente, é fundamental promover uma compreensão mais profunda e
contextualizada dos desafios e possibilidades dessa etapa da vida. Isso
envolve garantir que as gerações mais experientes e capazes possam
transmitir conhecimentos e orientações que ajudem os jovens a entender
como a realidade social é determinada, seus limites e suas possibilidades.

Adolescência: Erik Homburger Erikson: Enquanto Freud falava


principalmente sobre o desenvolvimento sexual, Erikson se concentrou
mais em como os adolescentes lidam com questões de identidade e crises
emocionais. Ele achava que o contexto social e cultural em que vivemos é
muito importante para entender o que acontece durante a adolescência.
Erikson pensava que a adolescência era uma época crucial para as pessoas
descobrirem quem são e o que querem ser na vida. Ele viveu numa época
em que a Psicanálise estava mudando, passando a se preocupar menos
com desejos inconscientes (Fisiológicos) e mais com os desafios
emocionais que as pessoas enfrentam no dia a dia. Em vez de focar
apenas nos instintos mais básicos, como Freud fez, Erikson olhou para os
conflitos internos e as perguntas que as pessoas têm sobre quem são e o
que querem se tornar.

Erikson desenvolveu sua teoria psicossocial do desenvolvimento humano


considerando que os seres humanos são fundamentalmente seres sociais,
que vivem em grupos e são influenciados por eles. Ele acreditava que
nossa identidade e comportamento são moldados pelas interações sociais
e pelas pressões da sociedade ao nosso redor.

Ao contrário de Freud, que se concentrou principalmente nos conflitos


entre o ego (parte consciente da mente) e o id (parte inconsciente), Erikson
viu o "eu" como algo mais amplo e complexo.
Ele percebeu que a compreensão da identidade humana não poderia ser
totalmente explicada apenas pelos conflitos internos entre essas partes da
mente, mas também precisava considerar o contexto social e cultural em
que as pessoas vivem. Portanto, ele ampliou o escopo de sua teoria para
incluir questões sociais, emocionais e culturais que influenciam o
desenvolvimento do "eu".

1- ID: O id é a parte mais primitiva e instintiva da mente, composta de


impulsos e desejos irracionais e inconscientes.

2- Ego: É a parte consciente da mente que lida com a realidade externa. Ele
busca equilibrar as necessidades e impulsos do id com as restrições e normas
sociais impostas pelo superego, tomando decisões racionais e adaptativas.

3- Superego: Desenvolve-se ao longo da infância através da internalização das


regras e expectativas dos pais e da sociedade. Ele busca inibir
comportamentos considerados moralmente errados ou socialmente
inaceitáveis, muitas vezes gerando sentimentos de culpa ou autocondenação
quando esses padrões não são atendidos.

Pulção da psicanalise: Na psicanálise, uma "pulsão" é como uma força ou


energia que nos motiva a agir, como o desejo de comer quando estamos
com fome ou o impulso de buscar carinho quando nos sentimos solitários.
É como se fosse uma espécie de "combustível" que organiza o nosso jeito
de pensar e de sentir. Freud usou esse conceito para explicar por que
fazemos as coisas que fazemos e como nossos desejos e impulsos básicos
afetam nosso comportamento. Em resumo, a pulsão é a energia por trás
das nossas necessidades e instintos.

Erick Erikson: Ao invés de ver o ego como uma entidade frágil e ameaçada
pelo superego, id e mundo externo, Erikson via o ego como uma força
poderosa que permite às pessoas se relacionarem com o mundo externo
de maneira adaptativa e construtiva, contribuindo para a formação de
uma identidade sólida e bem desenvolvida. Ele é responsável por integrar
os impulsos instintivos do id com as demandas sociais e morais do
superego.

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