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MENTORIA OAB – PRIMEIRA FASE – XXXVIII DE ORDEM

Prof. Arthur Brito


RESUMO

DIREITO DO TRABALHO

CONDIÇÕES ESPECIAIS DE TRABALHO:


Saiba quando uma atividade pode ser considerada!
No mercado, existem alguns trabalhos que são considerados perigosos, enquanto outros existem
são enquadrados em condições especiais de trabalho, uma vez que representam um grande risco
para quem os executa. Por isso, as empresas que desempenham essas atividades, bem como os
próprios trabalhadores, precisam seguir algumas regras e podem receber certos benefícios.

O que são condições especiais de trabalho?

As condições especiais de trabalho são atividades que fazem com que o profissional tenha que se
expor a agentes nocivos para a sua saúde, integridade física ou seu bem-estar. Essa exposição
precisa acontecer de maneira contínua, durante todo o tempo em que o trabalhador estiver
realizando suas atividades, para que seja considerada uma condição especial.

Esses riscos são divididos em três grupos:

• biológicos;
• químicos;
• físicos.
.

Os trabalhadores que se encontram nessa situação recebem alguns direitos diferenciados, como um
adicional em seu salário pela realização dessas atividades perigosas, bem como uma aposentadoria
especial, na qual a pessoa poderá se aposentar com 15, 20 ou 25 anos de contribuição, dependendo
do trabalho.

Entretanto, não é qualquer um que consegue ter acesso a esse tipo de aposentadoria: é necessário
que as atividades feitas ultrapassem os limites de exposição a agentes nocivos que estão delimitados
pela legislação atual. Também é interessante que a pessoa tenha o seu cargo devidamente assinado
na carteira de trabalho, inclusive com o código de atividade especial do trabalhador, como uma
maneira de assegurar esse e outros direitos.

Outra exigência para a aposentadoria especial é que o profissional precisa ter trabalhado por, pelo
menos, 180 meses nessas condições, não considerando os períodos de afastamento por auxílio-
doença, por exemplo. Para requerê-la é bastante simples, basta selecionar a opção “aposentadoria
por tempo de contribuição” na plataforma do INSS.
Quando uma atividade está nas condições especiais de trabalho?

Nem todo trabalho consegue se enquadrar como de condição especial, já que existem algumas
normas e exigências que devem estar presentes para que uma atividade tenha essa classificação.
Para quem trabalha com carteira assinada, precisa solicitar à empresa contratante o Perfil
Profissiográfico Previdenciário feito pela companhia.

Esse documento mostrará quais atividades são realizadas pela empresa diariamente, além de todos
os agentes nocivos presentes nessas tarefas aos quais os funcionários acabam ficando expostos
diariamente, contribuindo para a necessidade de uma aposentadoria especial e outros direitos por
conta disso.

Para quem trabalha de maneira autônoma, precisará contratar um profissional, seja um médico ou
engenheiro do trabalho, para que ele possa emitir a Laudo Técnico das Condições do Ambiente de
Trabalho (LTCAT), que também é um documento que atestará que as atividades desempenhadas
pelo profissional são de risco.

Assim, mesmo que você não atue diretamente com produtos tóxicos, não significa que você não
esteja em condições especiais de trabalho. Atividades que fazem o trabalhador ficar exposto a altos
ruídos por muito tempo, por exemplo, também podem ser enquadradas nesse grupo, uma vez que
isso causa danos físicos ao profissional.

Presença de agentes perigosos

Outro fator que pode mostrar uma provável atividade em condições especiais de trabalho é a
presença de agentes perigosos e que podem colocar em risco a saúde dos funcionários, bem como
de animais e do próprio meio ambiente, já que geralmente grande parte desses componentes não
podem ser descartados diretamente na natureza. A seguir, veja um pouco mais sobre cada um deles.

Químicos

Os agentes químicos correspondem a substâncias químicas, produtos e compostos em forma de gás,


vapor, poeira etc. que podem adentrar no nosso organismo pelas vias respiratórias, por ingestão ou
apenas por meio do contato direto com a pele, podendo fazer muito mal e causar sérios problemas
de saúde ou alergias.

Físicos

Já os agentes físicos se referem a diferentes elementos aos quais os trabalhadores podem estar
expostos e que, ocasionalmente, provocam danos, como ruído, calor, radiação, frio ou calor em
excesso, vibração ou até mesmo pressão. Dessa maneira, mesmo que não seja algo tóxico, os
agentes físicos também podem afetar negativamente a integridade da equipe.

Biológicos

Um ambiente com agentes biológicos envolve a presença de organismos que podem


causar doenças, como parasitas, bactérias e fungos. Esse tipo de agente perigoso é bastante comum
em centros médicos, locais que lidam com animais infectados, rede de esgoto, industrialização e
coleta de lixo, por exemplo.
O uso de EPIs elimina o direito do trabalhador à aposentadoria especial?

Uma dúvida frequente com relação à aposentadoria especial é se, caso o trabalhador utilize
Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), ele não teria direito à aposentadoria especial. A
resposta para esse questionamento é sim: caso o profissional atue com agentes nocivos, mas esteja
fazendo o uso de equipamentos que neutralizem ou diminuem o seu contato à níveis aceitáveis pela
legislação, ele pode perder o direito à aposentadoria especial.

Entretanto, existem exceções. No caso de uma atividade em que o trabalhador esteja exposto a
ruídos acima do limite legal, mesmo utilizando EPIs, ele ainda poderá ter direito à sua aposentadoria
especial. Dessa maneira, é importante entender como funcionará essa regra para cada atividades,
já que algumas podem ou não contar como critério para aposentadoria especial.

De qualquer maneira, é muito importante que os trabalhadores tenham acesso a equipamentos de


segurança para as atividades propostas e que tenham riscos de acidentes ou exposições a agentes
nocivos. Dessa maneira, evitará a ocorrência de acidentes ou outros problemas que podem colocar
em riscos a saúde da equipe, bem como ocasionar penalidades para a empresa, como multas ou
processos trabalhistas custosos e demorados.

Assim, entendendo o que são as condições especiais de trabalho, quais são os agentes nocivos que
se enquadram nesse quesito, como é possível comprovar que um profissional está atuando nessas
condições e se o uso de EPIs pode ocasionar a eliminação da aposentadoria especial, você
conseguirá instruir a sua equipe sobre esse assunto, bem como entender a importância do uso de
equipamentos de segurança.

CONDIÇÕES ESPECIAIS DE TRABALHO: COMO A EMPRESA PODE PROTEGER O EMPREGADO?

As condições especiais de trabalho são aquelas que podem trazer risco à saúde e à integridade dos
empregados que a executam.
Existem normas para definir quais equipamentos esses trabalhadores devem usar, as condições
ideais para o trabalho e os benefícios a que ele tem direito.

Neste artigo, você confere o que são as condições especiais de trabalho, quais atividades são
enquadradas como tal e como a empresa pode ajudar a proteger seus empregados. Vamos lá?

O que são condições especiais de trabalho?

São classificadas como condições especiais de trabalho as atividades que porventura podem afetar
a integridade física, mental ou o bem-estar dos trabalhadores.

A diferença entre as atividades de risco – que também afetam a saúde – é que as condições especiais
dizem respeito àquelas que, durante a sua execução, expõem o trabalhador de maneira contínua a
substâncias nocivas à saúde.

Quais atividades estão enquadradas nas condições especiais de trabalho?


Não existe uma norma regulamentadora que defina especificamente quais são ou não atividades
enquadradas como condições especiais de trabalho.

Teoricamente, qualquer atividade capaz de prejudicar a saúde do trabalhador pode ser


enquadrada como especial. Na prática, porém, o trabalhador precisa comprovar que sua atividade
profissional é nociva à saúde. Mas como fazer isso?

Os empregados devem solicitar à empresa o Perfil Profissiográfico Previdenciário, o PPP, que


informa as atividades exercidas e os agentes nocivos aos quais esse profissional está exposto
durante a jornada e execução do trabalho.

Já os profissionais independentes, que não possuem contratos com empresas, devem contratar um
médico ou engenheiro do trabalho para a emissão de um Laudo técnico das Condições do Ambiente
do Trabalho (LTCAT).

Esse documento também evidencia as condições de trabalho e permite que o trabalhador dê


entrada na aposentadoria especial – assunto que abordaremos mais à frente.

Quais agentes representam riscos para esses trabalhadores?

Existem três tipos de agentes que podem trazer danos à saúde dos funcionários cujo as atividades
se enquadram em condições especiais do trabalho.

Esses agentes podem causar danos irreversíveis e por isso as atividades devem ser realizadas com
bastante cautela. Saiba mais sobre cada um deles.

Agentes biológicos: Os agentes biológicos estão presentes em ambientes com risco de


contaminação por organismos vivos. Ou seja, locais com incidência de bactérias, vírus, parasitas,
fungos e outros organismos que podem infectar ou causar doenças aos trabalhadores.
Agentes biológicos são comuns em hospitais, coleta de lixo, redes de esgoto, laboratórios de
pesquisa biológica, entre outros.

Agentes químicos: Os agentes químicos estão presentes em diversos ambientes de trabalho e


oferecem risco de contaminação através das vias aéreas por vapor, gás ou poeira. Também podem
contaminar os trabalhadores através do contato.
Os agentes químicos podem causar danos à saúde como mal-estar, coceira, alergias e outros
problemas de saúde mais sérios.

Agentes físicos: Os agentes físicos costumam ser comuns no ambiente e estão relacionados a
fatores como temperatura, som, vibração e pressão.
Trabalhos com muito barulho, por exemplo, podem causar danos irreversíveis à audição. Já os
trabalhos com muita variação de pressão podem causar tonturas, mal-estar e em casos mais
extremos podem ter resultados fatais.

O que é a aposentadoria especial?


A aposentadoria especial é um direito garantido aos trabalhadores que, por um longo período da
vida, estiveram expostos aos riscos acima do limite permitido pela legislação vigente.

Dependendo do nível de exposição ao risco, é possível se aposentar após 15, 20 ou 25 anos de


contribuição.

Para ter direito ao benefício é necessário ter trabalhado por 180 meses de forma efetiva em
condições especiais.

A solicitação da aposentadoria especial é simples: basta fazer um agendamento no Instituto


Nacional do Seguro Social (INSS) e requerer o benefício pela opção “aposentadoria por tempo de
contribuição”.

Aposentadoria especial e uso de EPIs


Uma questão que pode causar algumas dúvidas, é se o uso correto de Equipamentos de Proteção
Individual (EPIs) eliminaria o direito à aposentadoria especial dos trabalhadores expostos aos
agentes nocivos.

Nesse caso, o que deve ser levado em consideração é qual a função do EPI e se ele é capaz de
neutralizar o efeito do agente de risco ao qual o empregado está submetido em sua jornada.

Nos casos em que o EPI for eficaz para neutralizar o efeito, então, sim, o trabalhador perde o direito
à aposentadoria especial, pois não existe um risco real à sua saúde e integridade física e mental.

Caso os EPIs usados no trabalho não sejam capazes de reduzir a periculosidade dos agentes para
dentro dos níveis considerados seguros, o trabalhador ainda terá direito à aposentadoria especial.

Como reduzir riscos em trabalhos com condições especiais?

Para reduzir o nível dos riscos em trabalhos com condições especiais, tanto a empresa quanto o
trabalhador podem seguir alguns passos para tornar as condições de trabalho mais seguras.

Uso adequado de EPIs


O uso de equipamentos de proteção individual é obrigatório, conforme a Norma Regulamentadora
6 (NR-6). Ela estabelece quais atividades precisam de EPIs e os equipamentos específicos para cada
tipo de atividade.

O uso adequado dos EPIs garante mais segurança no ambiente de trabalho e reduz o risco de
acidentes durante o exercício das atividades.

Acompanhamento regular das condições de saúde


A empresa deve, também, estar sempre de olho na saúde dos funcionários para garantir o bom
andamento de todas as atividades.

É fundamental avaliar as condições físicas e mentais e quais os impactos do trabalho no quadro


geral. Soluções de monitoramento podem ajudar nesse sentido.
Implementação de políticas de segurança e bem-estar
A saúde e a segurança dos trabalhadores não devem ser tratadas apenas como uma obrigação a ser
seguida segundo as normas.

Para promover uma transformação no modo que a saúde e a segurança são vistos no ambiente da
empresa é preciso criar uma cultura de valorização da saúde no trabalho, atrelada aos valores
corporativos.

Com uma política bem estruturada, trabalhadores, e gestores vão estar na mesma página quando o
assunto for a segurança do trabalho.

EFEITOS E DURAÇÃO DO TRABALHO NOS CONTRATOS DE EMPREGO


Introdução
O contrato de trabalho consiste em ato jurídico de conteúdo complexo, capaz de provocar larga
multiplicidade de direitos e obrigações entre as partes pactuantes. O contrato de trabalho irá gerar
duas grandes modalidades contratuais, sã elas: efeitos próprios ao contrato e efeitos conexos ao
contrato de trabalho.
Efeitos próprios são aqueles inerentes ao contrato empregatício devido a sua própria natureza, seu
objeto e suas cláusulas contratuais. Podem ser citadas a obrigação do empregador em pagar parcelas
salariais e a obrigação do empregado em prestar os serviços pactuados.
Os efeitos conexos não aparecerão obrigatoriamente em todos os tipos de contrato. Devido à
natureza acessória deles, conclui-se a desnecessidade de sua obrigatoriedade.
Efeitos contratuais próprios:
Os efeitos contratuais próprios abarcam obrigações dos dois sujeitos trabalhistas: empregador e
empregado. Desdobram-se em obrigações de dar, fazer e não fazer distribuídas entre os dois agentes
da relação de emprego.
Obrigações do Empregador.
Os principais efeitos próprios ao contrato empregatício, que ficam sob responsabilidade do
empregador, consubstanciam-se, essencialmente, em obrigações de dar, isto é, obrigações de
pagamento. São manifestações desse conjunto de obrigações de dar o pagamento das verbas
salariais e das outras diversas parcelas econômicas decorrentes do contrato (ainda que verbas
trabalhistas sem natureza salarial, como o vale-transporte, o FGTS e outras).
O contrato origina, porém, certas obrigações de fazer, a serem adimplidas pelo empregador. A
assinatura de CTPS e a emissão do documento CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho) em
situação de infortúnio do trabalho são exemplos desse tipo de efeito resultante do contrato
empregatício.
Obrigações do empregado.
O trabalhador terá uma obrigação de fazer, como o principal efeito próprio do seu contrato. Essa
obrigação é a prestação de serviços (obrigação de conduta). Além desse tipo de obrigação de
conduta, surgirão outras obrigações, como comportar-se de boa fé, ser diligente e assíduo na
execução laboral.
Algumas obrigações serão caracterizadas por condutas omissivas, ou seja, obrigações de não fazer.
Como exemplo se tem a obrigação de não criar concorrência ao empregador. O contrato de trabalho
também pode gerar obrigações de dar pelo empregado, como é o caso da obrigação de entrega dos
instrumentos de trabalho ao final do expediente.
Poder empregatício como efeito do contrato.
O poder empregatício é um dos efeitos mais importantes do contrato de trabalho. É um poder
inevitável.
O poder empregatício consiste no conjunto de prerrogativas colocadas à disposição do empregador
para a concretização da prestação de serviços pactuados. Em regra, este poder ocorre em benefício
do empregador, levando a submissão do empregado às ordens lícitas decorrentes do exercício de tal
poder.
Trabalho Extraordinário.
O trabalho extraordinário é todo aquele que é prestado fora do horário de trabalho.
"XVI - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta por cento à do
normal"
Competência judicial.
A competência judicial para examinar as indenizações decorrentes do contexto empregatício não é
assunto pacífico.
Segundo uma primeira corrente, tal competência seria da Justiça Comum Estadual devido à natureza
civil do dano acidentário, independente dos sujeitos se unirem pela relação trabalhista. A
indenização corresponde a uma matéria não trabalhista, daí não ser competência da Justiça do
Trabalho. Uma segunda corrente afirma que a competência será da Justiça do Trabalho. Apesar da
natureza da indenização não ser trabalhista, a competência assim será, pois os sujeitos envolvidos
encontram-se em uma relação trabalhista. Portanto, seja a lide de que assunto for, sendo os sujeitos
unidos por uma relação empregatícia, a competência será trabalhista.
Conclusão.
Conforme a posição acima quando a lide for trabalhista mas os sujeitos envolvidos não se unem
devido a uma relação empregatícia, ainda sim a competência será da Justiça do Trabalho. Essa última
doutrina é criticada por alargar demasiadamente o objeto de competência da Justiça Trabalhista.
O STF já decidiu que cabe à Justiça do Trabalho conhecer e julgar lides de natureza civil desde que
fossem elas fulcradas e resultantes do contrato de emprego, colocando como sujeitos ativos e
passivos da relação correspondente empregado e empregador. Sendo assim conclui-se que
eventuais indenizações acidentárias devidas pelo empregador ao empregado serão da competência
da justiça do trabalho.

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