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Daniely Rabelo

ANIMAIS
PEÇONHENTOS
Salvador
2024
sumário
Ofidismo Escorpionismo Araneismo Apidismo

Sinais clínicos
Achados laboratoriais
Diagnóstico
Tratamento
Ofidismo
Veneno
Algumas ações que os venenos podem ter são:

• Ação proteolítica: Desnaturação de proteínas, necrose no local da


picada;

• Ação coagulante e anticoagulante: Ativação cascata da coagulação,


inativação de fatores da coagulação;

• Ação hemorrágica: Hemorragias locais e sistêmicas;


Veneno
• Ação neurotóxica: Bloqueio da placa neuromuscular;

• Ação miotóxica: Lise e necrose das fibras musculares;

• Ação nefrotóxica: Lesões tubulares e no endotélio dos vasos,


insuficiência renal aguda;
Veneno
Dicas:
Tempo de coagulação aumentado: coagulante;

Local da pica edemaciado e hemorrágico: proteolítico;

Fácies de “bêbado”: neurotóxico;

Falta de ar aguda: hemolítico.


Soroterapia
Identificação;

Soro específico, não há proteção cruzada entre os grupos de serpentes;

Diluido em solução salina ou glicose;

Via intravenosa;

Reações de hipersensibilidade, independentemente de sensibilização prévia;


Soroterapia
sinais clínicos :
Urticária;
Prurido;
Tremores musculares;
Dispneia;
Tosse ;
Náuseas;
Taquicardia;
Edema dos órgão;
Coagulação intravascular disseminada;
Hipotermia;
Falência múltipla dos órgãos;
Tratamento de suporte
Adrenalina (0,1 a 0,5mL de solução a 0,1%, IV);

Hidrocortisona (50mg/kg IV);

Prometazina (0,2 a 1mg/kg SC);

Fluidoterapia;

Aminofilina (10mg/ kg IM ou IV);


Local da picada
Botrópico: visível;

Crotálico: pouco aparente;

Laquético: bem visível;

Elapídico: discreto.
Fonte: Dr. Leticia Dorea
Acidente botrópico

Urutu jararaca verde jararaca


Acidente Botrópico
Acidente Botrópico
Atividades fisiopatológicas:

Proteolítica,

Coagulante/anticoagulante

Vasculotóxica

Nefrotóxica;
Acidente Botrópico
Gravidade:

Espécie da serpente;
Volume de veneno inoculado;
Espécie;
Tamanho do animal acidentado;
Tempo decorrido;
Local da picada;
Sinais Clínicos
Sinais clínicos locais:

Dor intensa;

Edema;

Hemorragia;

Equimoses;

Bolhas;

Necrose;
Sinais Clínicos
Sinais sistêmicos:

Hemorragias em mucosas ou subcutâneas


Prostração
Inapetência
Apatia
Taquicardia
Taquipneia
Hipertermia
Melena;
Na região do focinho, o edema intenso, dispneia e insuficiência respiratória;
Achados Laboratoriais
Anemia;

Leucocitose com neutrofilia;

Cães:

Linfopenia;

Eosinopenia;

Monocitose;

Trombocitopenia;
Achados Laboratoriais
Aumento no tempo de coagulação (TC);

Tempo de protrombina (TP);

Tempo de trombina (TT);

Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa);

Tedução das concentrações plasmáticas de fibrinogênio;

Proteínas plasmáticas totais ;

Albumina;
Achados Laboratoriais
Aumento dos níveis de ureia;

Creatinina;

Produtos da degradação da fibrina e das atividades séricas de alanina

aminotransferase (ALT);

Fosfatase alcalina (FA);

Creatinoquinase (CK);
Diagnóstico
Presença de serpentes no ambiente;

Ocorrência de acidentes anteriores;

Manifestações clínicas;

Confirmação: resposta à soroterapia antibotrópica;


Tratamento
soro antibotrópico ou antibotrópico- -crotálico, 100mg do veneno, via

intravenosa, de forma lenta.

Em casos graves, 200mg ou mesmo 300mg;

nova administração do soro na metade da dose inicial;


Tratamento
Pouca eficácia contra os efeitos locais;

Tratamento de suporte;

As infecções secundárias devem ser tratadas com antimicrobianos de amplo

espectro;
Acidente Crotálico

cascavel, boicininga e
maracamboia
Acidente Crotálico
Acidente Crotálico
Neurotóxica;

Miotóxica ;

Coagulante;

Casos graves: depressão neurológica grave;

Frequentemente não há alteração no local da picada;


Sinais Clínicos
Ataxia;
Paralisia flácida da musculatura;
Sedação;
Midríase;
Paralisia do globo ocular;
Mialgia;
Sialorreia
Perda dos reflexos superficiais e profundos;
Vômitos;
Dispneia;
Insuficiência respiratória;
Opacidade de córnea;
Mioglobinúria;
Insuficiência renal aguda;
Sinais Clínicos
Achados Laboratoriais
Aumento:

Tempo de coagulação ou não coagulação do sangue

Tempo de protrombina (PT)

Tempo de tromboplastina parcial ativado.

Creatinoquinase (CK)

Lactato desidrogenase (LDH)

Aspartato aminotransferase (AST)


Achados Laboratoriais
Na urinálise

Proteinúria;

Mioglobinúria;

Aumento de ureia e creatinina com oligúria ou anúria;


Diagnóstico
Histórico;

Quadro clínico;

Achados de patologia clínica;

Teste ELISA;
Tratamento
soro anticrotálico ou antibotrópico- -crotálico (antiofídico), IV, 100mg de

veneno.

Metade da dose inicial do soro.

Sondagem;

Diuréticos: manitol a 20% (1 a 2g/kg, a cada seis horas, IV)

furosemida (2 a 6mg/kg, a cada oito-12 horas, IV).

Alcalinização da urina com bicarbonato de sódio (1 a 2mEq/kg/h)

Fluidoterapia

Colírios ou pomadas oftálmicas


Acidente Laquético

Surucucu
Acidente Laquético
Acidente Laquético

Coagulante/anticoagulante;

Hemorrágica

Proteolítica;
Sinais Clínicos
Local

Dor acentuada
Eritema

Edema

Equimose
Bolhas de conteúdo sero-hemorrágico
Necrose
Déficit funcional do membro
Sinais Clínicos
Sistêmico

Hipotensão;
Bradicardia;
Cólicas abdominais;
Vômitos;
Diarreia;
Infecção bacteriana;
Sangramento no local de venopunção;
Gengivorragia;
Hematúria;
Tratamento
soro antilaquético ou soro antibotrópico- -laquético, 250 a 400mg;

Sulfato de atropina;

Fluidoterapia;

Drogas vasoativas;

Antissépticos;

Antibioticoterapia;

Analgésicos opioides;

Anti-inflamatório esteroidal ex: dexametasona;


Acidente Elapídico

Coral
Acidente Elapídico
Acidente Elapídico
Neurotóxica

Mionecrótica

Edematogênica

Hemorrágica.
Sinais Clínicos
Sinais clínicos locais

Parestesia;

Dor;
Sinais Clínicos
Os sinais sistêmicos
vômitos
face miastênica com ptose palpebral bilateral simétrica ou assimétrica,
flacidez dos músculos da face
turvação visual
diplopia
oftalmoplegia
anisocoria
dificuldade para deglutição e mastigação
sialorreia
ptose mandibular
mialgia generalizada
dispneia restritiva e obstrutiva;
Tratamento
Soro antielapídico, entretanto, difícil de ser encontrado para uso veterinário,

é usual apenas o tratamento de suporte;

Anticolinesterásicos, como a neostigmina ou a piridostigmina;

Prévia atropinização para evitar estimulação muscarínica;


Escorpionismo
Escorpiões

Urutu jararaca verde jararaca


Escorpiões
Uma característica comum do escorpionismo é o rápido início dos
sinais clínicos após a picada

Veneno:

Insolúvel - não tóxica (mucoproteínas e restos de membranas);

Solúvel - tóxica (neurotóxica);


Sinais Clínicos
Achados Laboratoriais
Hiperglicemia;
Hipocalemia;
Aumento:
Atividades séricas de amilase;
Creatinoquinase (CK);
Creatinoquinase fração MB (CK-MB);
Aspartato aminotransferase (AST);
Lactato desidrogenase (LDH);
Sérico de troponina I;
Cortisol;
Insulina;
Achados Laboratoriais
Aumento:

Hematócrito;

Concentração de hemoglobina;

Policitemia relativa;
Tratamento
Soro antiescorpiônico ou o soro antiaracnídeo polivalente

Não estão disponíveis para uso em animais

Lidocaína a 2%

Bupivacaína a 0,5%.

Opioides

Prazosina

Atropina
Tratamento
Vasodilatadores;

Anticolinérgicos;

Antieméticos;

Corticosteroides;

Anticonvulsivantes;
Diagnóstico
Histórico;

Quadro clínico;

Achados de patologia clínica;


Araneismo
Aranhas

Aranha-marrom Aranha-armadeira
Loxoscelismo
síndrome clínica

Cutânea:

Alterações clínicas locais, com uma ferida dermonecrótica de difícil


cicatrização.

Cutâneo-visceral:

Alterações sistêmicas importantes, como insuficiência renal aguda e distúrbios


de coagulação sanguínea com risco de óbito.

A insuficiência renal aguda é a causa mais frequente de óbito no loxoscelismo


Sinais Clínicos
Loxoscelismo cutâneo:

80% dos acidentados


Dor;
Isquemia;
Prurido;
Edema;
Eritema;
Áreas de hemorragia;
Lesão dermonecrótica;
Úlcera dolorida e de difícil cicatrização;
Sinais Clínicos
Loxoscelismo cutâneovisceral:

15% dos casos


Lesão dermonecrótica;
Choque;
Icterícia;
Hemólise intravascular associada à hematúria e hemoglobinúria;
Trombocitopenia;
Leucocitose;
Insuficiência renal aguda;
Fonte: Dr. Leticia Dorea
Achados Laboratoriais
Agregação plaquetária e trombocitopenia;
Ação direta e transitória do veneno na medula óssea;
Leucopenia;
Leucocitose;

Aumento:

Ureia;
Creatinina;
Proteinúria;
Hematúria ;
Hemoglobinúria;
Diagnóstico
identificação da aranha, de modo geral, a picada é indolor;

Presuntivo:

Anamnese;

Epidemiologia;

Sinais clínicos ;

Perfil sanguíneo associados;


Tratamento
Soro antiloxoscélico indisponivel;

Fluidoterapia e diuréticos ;

Limpezas diárias com soluções antissépticas;

Antibioticoterapia sistêmica de amplo espectro;

Cirurgia reconstrutiva;

Dapsona;
Foneutrismo
Neurotóxico

Não existe soro anti-Phoneutria para uso veterinário


Sinais Clínicos
Dispneia;

Decúbito lateral;

Sialorreia;

Hipotermia;

Fasciculações musculares;

Midríase não responsiva;


Diagnóstico
identificação da aranha, posição característica de pé sobre as patas traseiras

Presuntivo:

Anamnese;

Epidemiologia;

Sinais clínicos ;

Perfil sanguíneo associados;


Tratamento
Hidratação com Ringer;

Antiemético (metoclopramida: 0,5 mg/kg IV);

Analgésico (buprenorfina 0,06mg/Kg IM);


Apidismo
Abelhas
Três tipos de reações:

Local;

Tóxica sistêmica;

Anafilática;
Sinais Clínicos
Reação local:
Uma ou poucas ferroadas;
Os efeitos são restritos ao local do ataque;
Rápida instalação de dor;
Eritema;
Edema;
Comum:
Edema nas regiões facial;
Periorbital e/ ou auricular;

Foi relatado que um cão sensível morreu após a picada de uma única abelha.
Sinais Clínicos
Reação tóxica sistêmica:
Muitas ferroadas
Apatia;
Anorexia;
Icterícia;
Hemoglobinúria;
Vomito;
Diarreia;
Dispneia;
Convulsões;
Depressão do sistema nervoso central;
Hipertermia;
Choque;
Sinais Clínicos
Reação anafilática :
sistema imunológico em indivíduos sensíveis
Letargia;
Hematúria;
Ataxia;
Convulsões;
Angioedema;
Prurido;
Urticária;
Edema de glote;
Broncoespasmo;
Achados Laboratoriais
Anemia regenerativa com hemoglobinemia;
Hemoglobinúria;
Aumento sérico de ureia e de alanina aminotransferase;
Coagulação intravascular disseminada;
Trombocitopenia imunomediada;
Anemia hemolítica imunomediada;
Anemia não regenerativa;
Esferocitose;
Microhematúria;
Resultado positivo para o teste Coomb;
Diagnóstico

Histórico do paciente;

Os ferrões e até abelhas mortas no pelo do animal;


Tratamento
Remoção dos ferrões por meio de raspagem;

Aplicação de compressas frias;

Fluidoterapia;

Corticosteroides;

Anti-histamínicos;

Diazepam;

Adrenalina;

Suporte cardiorrespiratório;
Referências
Sousa, J. M. S, Toxicose por picada de abelhas em cão, v.12, n.3, a60, p.1-3,
Mar., 2018
Blanco, B.S - CRMV-MG 14.513, Melo,M.M - CRMV-MG 2.432 ,Laboratório de
Toxicologia, Departamento de Clínica e Cirurgia Veterinárias, Escola de
Veterinária, Universidade Federal de Minas Gerais, Cadernos Técnicos de
Veterinária e Zootecnia, nº 75 - dezembro de 2014
OBRIGADA

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