Você está na página 1de 35

Agrupamento de Escolas José Silvestre Ribeiro

Educação Especial

Decreto-Lei n.º 54/2018 de 6 de julho- Educação Inclusiva

1
INTRODUÇÃO

Este documento tem como objetivo a partilha de saberes, a troca de experiências

e a reflexão sobre o Decreto-lei nº 54/2018.

A primeira parte da sessão destina-se à apresentação sobre Decreto-lei n.º

54/2018, de 6 de julho - ASPETOS QUE MERECEM ESPECIAL ATENÇÃO.

Na segunda parte analisam-se, em grupos de trabalho relatos de práticas, que

posteriormente serão submetidos a reflexão.

2
PARTE I- Decreto-lei n.º 54/2018, de 6 de julho ASPETOS QUE MERECEM ESPECIAL ATENÇÃO

3
PRINCIPIOS DA INCLUSÃO

PARTICIPAÇÃO: Todos os alunos podem aprender.

Sucesso: Todos podem alcançar o sucesso.

EQUIDADE: Todos os alunos são diferentes e devem ser respeitados quanto à idade, sexo, língua, deficiência,
classe social, estado de saúde.

IGUALDADE DE OPORTUNIDADES: Todos os alunos têm direito de acesso ao currículo, ao sucesso e à


progressão ao longo da escolaridade obrigatória.

COLABORAÇÃO: A Educação Inclusiva é um processo dinâmico onde a colaboração entre todos os


intervenientes é essencial.
Corresponsabilização: A tomada de decisão, os sucessos e as derrotas devem ser de todos.

AVALIAÇÃO DIVERSIFICADA: Estruturas, sistemas e metodologias de ensino devem atender às necessidades


de todos e de cada um dos alunos.

4
MEDIDAS MULTINÍVEL

O QUE SÃO?
A QUEM SE DESTINAM?
Uma das principais características do diploma reside no pressuposto de que qualquer aluno pode, ao longo
do seu percurso escolar, precisar de medidas de suporte à aprendizagem, seja de caráter permanente ou
esporádico.
O modelo é organizado por níveis de intervenção. Estes níveis variam no tipo, na intensidade e frequência
das intervenções e são determinados em função da resposta dos alunos.

5
PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO DE ALUNOS ETAPAS

6
Nível 1 – MEDIDAS UNIVERSAIS (artigo 8.º)

As medidas Universais têm como objetivo promover a participação, a aprendizagem e o sucesso de todos os
alunos e não dependem da identificação de necessidades específicas de intervenção.
A determinação e a implementação das medidas universais são da responsabilidade dos docentes titulares
de turma ou do professor da disciplina. Estas medidas, incluindo a identificação dos alunos, devem constar
dos respetivos Planos de Turma e das atas de avaliação de final de período.

7
a) DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA

A Diferenciação Pedagógica é uma medida universal de suporte à aprendizagem e à inclusão.


Diferenciar o Ensino para Acomodar o Currículo a Aprendizagens Diferenciadas
Numa sala de aula diversificada, nenhum método pode alcançar todos os alunos. Por isso são necessários
vários caminhos para alcançar todos os alunos.
Antes da Introdução de um novo Conteúdo: Durante a Aprendizagem:

8
a) DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA (continuação)

Depois de Lecionar um novo Conteúdo: De seguida, vamos propor algumas estratégias que poderão
ajudar o professor a abordar e a gerir a diversidade das
dificuldades de aprendizagem dos seus alunos:

9
a) DIFERENCIAÇÃO PEDAGÓGICA (continuação)

Contudo, só uma sucessiva avaliação às aprendizagens dos alunos poderá permitir que o professor:

10
b) ACOMODAÇÕES CURRICULARES

Medidas de gestão curricular que permitem o acesso ao currículo e às atividades de aprendizagem na sala
de aula, através de:

11
b) ACOMODAÇÕES CURRICULARES (cont.)

Ambientais Organizacionais Motivacionais Apresentação Avaliação

12
b) ACOMODAÇÕES CURRICULARES (cont.)

Ambientais Organizacionais Motivacionais Apresentação Avaliação

13
c) ENRIQUECIMENTO CURRICULAR

O QUE É?

Consiste em projetos, ações e estratégias de promoção e desenvolvimento de competências académicas,


pessoais e sociais. Reveste-se de carácter temporário e não requer uma intervenção especializada.

COMO IMPLEMENTAR?

• Através da frequência de projetos de desenvolvimento educativo (Desporto Escolar, Clubes, Oficinas);


• Biblioteca Escolar;
• Parlamento dos Jovens;
• Escola promotora de Saúde;
• Eco-Escolas, Ciência na Escola.

14
d) PROMOÇÃO DO COMPORTAMENTO PRÓ-SOCIAL

O QUE É?

É uma intervenção focada no comportamento, com efeitos no bem-estar intra e interpessoal (atitudes e
valores; gestão do comportamento; cidadania; saber estar; saber ser; saber fazer).

COMO IMPLEMENTAR?

• Através do desenvolvimento de programas de promoção de competências pessoais e sociais;


• Recurso a regras simples e claras;
• Implementação de um sistema de gestão/registo de comportamento semanal;
• Permissão de saídas e/ou entradas vigiadas da sala de aula para pequenas pausas;
• SPO, GAAF, Tutoria.

15
e) INTERVENÇÃO COM FOCO ACADÉMICO OU COMPORTAMENTAL EM PEQUENOS GRUPOS

O QUE É?

Intervenção realizada junto de um grupo de alunos que reúnam perfis e características similares com vista à
promoção do sucesso educativo e reajuste de práticas comportamentais.

COMO IMPLEMENTAR?

• Apoio educativo;
• Sala de estudo;
• Tutoria;
• Ações de sensibilização da Escola Segura;
• SPO Coadjuvações.

16
Nível 2 – MEDIDAS SELETIVAS (artigo 9.º)
Sempre que as medidas universais implementadas se revelem insuficientes, deverá avaliar-se a necessidade
de identificar o aluno para a Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI).
A mobilização de medidas seletivas implica a elaboração de Relatório Técnico Pedagógico (RTP) pela equipa
multidisciplinar e são operacionalizadas pelo docente titular do grupo/turma e, sempre que necessário, em
parceria com o docente de educação especial, no que respeita à diferenciação dos meios e materiais de
aprendizagem e de avaliação. A avaliação da sua eficácia é realizada pela EMAEI, de acordo com o definido
no RTP.

17
a) PERCURSOS CURRICULARES DIFERENCIADOS

O QUE SÃO?

Oferta educativa e formativa da escola que contempla a diferenciação de percursos.

COMO IMPLEMENTAR?

• Percursos Curriculares Alternativos (PCA);


• Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF).

18
b) ADEQUAÇÕES CURRICULARES NÃO SIGNIFICATIVAS (ACNS)

Envolvem a gestão do currículo, mas que não comprometem as aprendizagens previstas nos documentos
curriculares e que se materializam em adaptações ao nível dos objetivos e dos conteúdos, através da
alteração na sua prioridade ou sequenciação, ou na introdução de objetivos específicos de nível intermédio
que permitam aos alunos atingir os objetivos globais e as aprendizagens essenciais.

Domínio (Temas) Metas/ Objetivos/ Estratégias Recursos Instrumentos de


Competências avaliação formativa

Compromissos

O Encarregado de Educação
Nome:
Data: ___/___/______ Assinatura:

O Aluno
Nome:
Data: ___/___/______ Assinatura:

O Diretor/Titular de Turma
Nome:
Data: ___/___/______ Assinatura:

19
APOIO PSICOPEDAGÓGICO

Poderá ser dado por um técnico especializado, sendo de carácter remediativo e cuja intervenção se centra
nos domínios escolar, cognitivo, comportamental ou sócio emocional, em contexto individual ou de grupo.
Consiste numa intervenção individualizada e adequada às necessidades de cada aluno, cujos principais
objetivos se relacionam com a identificação das causas que estão na origem das suas dificuldades, treino de
competências de aprendizagem e estudo (linguagem, perceção, atenção, memória, raciocínio lógico),
reeducação da leitura e da escrita, estimulação cognitiva das áreas que constituem barreiras às
aprendizagens académicas e promoção da autoestima, autorresponsabilização, motivação e do sucesso
académico.
A partir das necessidades específicas de cada aluno, é elaborado um plano de intervenção que contempla
várias competências a desenvolver:

• Competências Escolares: intervenção ao nível dos conhecimentos esperados para o nível de ensino em
que o aluno se encontra, capacidade de organização e concentração nas atividades, entre outros, de

20
modo que o aluno obtenha resultados escolares mais satisfatórios e um melhor relacionamento com o
meio escolar.

• Competências Pessoais e Sociais: gestão das emoções, resistência à frustração, e gestão de conflitos,
com o objetivo de que estes alunos experimentem relações sociais mais satisfatórias e
consequentemente, aumento de autoestima, entre outros.

21
c) ANTECIPAÇÃO E REFORÇO DAS APRENDIZAGENS

O QUE É?

Consiste na introdução de atividades prévias que preparem o aluno para novas aprendizagens a serem
abordadas no grupo ou no reforço de aprendizagens que possam facilitar a aquisição, compreensão e
aplicação de conhecimentos (por exemplo, facultando com antecedência e detalhe, os conteúdos que o
aluno deverá estudar para os testes e para as fichas de avaliação, ou os textos a trabalhar em contexto de
aula).

COMO IMPLEMENTAR?

• Coadjuvação;
• Apoio individualizado;
• Apoio educativo Articulação com o/a docente de Educação Especial.

22
d) APOIO TUTORIAL

Estratégia de apoio e orientação pessoal e escolar que se constrói através de uma relação desenvolvida de
forma partilhada e construída por ambos os elementos da díade, que podem ser tutor/tutorando,
professor/aluno ou aluno/aluno.

23
Nível 3 – MEDIDAS ADICIONAIS (artigo 10.º)

As medidas adicionais destinam-se a alunos que apresentam dificuldades acentuadas e persistentes ao nível
da comunicação, interação, cognição ou aprendizagem não supridas pelas medidas universais e seletivas,
exigindo recursos específicos de apoio à aprendizagem e à inclusão. As medidas adicionais a implementar
devem estar explicitadas no Relatório técnico Pedagógico (RTP), do qual faz parte integrante o Programa
Educativo Individual (PEI) sempre que sejam propostas adaptações curriculares significativas. As medidas
adicionais são operacionalizadas com os recursos materiais e humanos disponíveis na escola, privilegiando-
-se o contexto de sala de aula. A avaliação da sua eficácia compete à EMAEI, de acordo com o definido no
RTP.

24
a) FREQUENCIA DE ANO DE ESCOLARIDADE POR DISCIPLINAS

O QUE É?

Frequência por disciplinas em função da necessidades e progressos dos alunos, tendo em vista o acesso ao
currículo.

COMO IMPLEMENTAR?

Por exemplo, um aluno matriculado no 5º ano frequenta metade das disciplinas no ano letivo 2020/2021 e
no ano letivo seguinte frequenta as restantes disciplinas.

25
b) ADEQUAÇÕES CURRICULARES SIGNIFICATIVAS (ACS)

O QUE SÃO?

Medidas de gestão curricular com impacto nas aprendizagens previstas nos documentos curriculares,
requerendo a introdução de outras aprendizagens substitutivas, objetivos globais ao nível dos
conhecimentos a adquirir e das competências a desenvolver de modo a potenciar a autonomia, o
desenvolvimento pessoal e o relacionamento interpessoal. A implementação desta medida pressupõe a
elaboração de um Programa Educativo Individual (PEI).

COMO IMPLEMENTAR?

Preenchimento de documento próprio, de acordo com as áreas curriculares a que o aluno assiste e com as
áreas substitutivas introduzidas no seu plano de estudos.

26
c) PLANO INDIVIDUAL DE TRANSIÇÃO (PIT)

O QUE É?

É um conjunto coordenado de atividades especificamente delineadas e que visam garantir o acesso e o apoio
à transição da escola para as atividades pósescolares e exercício de uma atividade profissional. Inicia-se 3
anos antes do término da escolaridade obrigatória. Aplica-se a alunos com a medida adicional de adaptações
curriculares significativas.

COMO IMPLEMENTAR?

Preenchimento de documento próprio.

27
d) DESENVOLVIMENTO DE METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE ENSINO ESTRUTURADO

As Perturbações do Espectro do Autismo (PEA) consistem num distúrbio severo do neuro-desenvolvimento


e manifestam-se através de dificuldades muito específicas da comunicação e da interação associadas a
dificuldades em utilizar a imaginação, em aceitar alterações de rotinas e à exibição de comportamentos
estereotipados e restritos. Estas perturbações implicam um défice na flexibilidade de pensamento e uma
especificidade no modo de aprender que comprometem, em particular, o contacto e a comunicação do
indivíduo com o meio.

As unidades de Ensino Estruturado para o Apoio à Inclusão de Alunos com Perturbações do Espetro do
Autismo (PEA), procuram tornar o ambiente em que o aluno se insere mais previsível e acessível, ajudando-
o a encontrar maior disponibilidade para a comunicação, interação e aprendizagens. Esta resposta educativa
específica visa melhorar a qualidade de vida das crianças/jovens com PEA, aumentando o seu nível de
autonomia e de participação na escola, junto dos seus pares, fomentando a sua inclusão na sociedade.

28
e) DESENVOLVIMENTO DE COMPETENCIAS DE AUTONOMIA PESSOAL E SOCIAL

O QUE É?

Área transversal que visa capacitar os alunos para a realização de tarefas do quotidiano, tendo em vista a sua
independência, autonomia e socialização.

COMO IMPLEMENTAR?

As competências são desenvolvidas por todos os intervenientes educativos numa lógica articulada, integrada
e contextualizada.

29
ADAPTAÇÕES AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO

A definição e identificação de adaptações ao processo de


avaliação (Art.º 28.º) interna compete ao professor
titular de turma/ de disciplina ou conselho de turma. As
adaptações ao processo de avaliação devem surgir de
forma integrada no processo de ensino aprendizagem do
aluno. Estas adaptações devem ser fundamentadas e
registadas em ata e nos documentos em vigor no
agrupamento.
Quanto à avaliação externa, no ensino básico, são da
competência da escola, devendo ser fundamentadas,
constar do processo do aluno e ser comunicadas ao Júri Nacional de Exames.

30
ADAPTAÇÕES AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO (Cont.)

ADAPTAÇÕES AO PROCESSO DE AVALIAÇÃO (Art.º 28.º)

A diversificação dos instrumentos de recolha de informação, tais como, inquéritos, entrevistas, registos vídeo ou áudio;
Os enunciados em formatos acessíveis, nomeadamente braille, tabelas e mapas em relevo, daisy, digital;
A interpretação em LGP;
A utilização de produtos de apoio;
O tempo suplementar para realização da prova;
A transcrição das respostas;
A leitura de enunciados;
A utilização de sala separada;
As pausas vigiadas;
O código de identificação de cores nos enunciados.
A utilização de produtos de apoio;
A saída da sala durante a realização da prova/exame;
A adaptação do espaço ou do material;
A presença de intérprete de língua gestual portuguesa;
A consulta de dicionário de língua portuguesa;
A realização de provas adaptadas.
A realização de exame de portuguesa língua segunda (PL2);
O acompanhamento por um docente;
A utilização de instrumentos de apoio à aplicação de critérios de classificação de provas, para alunos com dislexia, conforme previsto no Regulamento das provas de avaliação externa.
Outras:

31
EXEMPLO

32
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Direção-Geral da Educação (2018). Para uma Educação Inclusiva: Manual de Apoio à Prática. Lisboa: Ministério da Educação/Direção-Geral da
Educação
• Unidades de ensino estruturado para alunos com perturbações do espectro do autismo, Normas Orientadoras. Direcção-Geral de Inovação e de
Desenvolvimento Curricular Direção de Serviços da Educação Especial e do Apoio Socioeducativo (2008).

33
PARTE II-

34
PLANIFICAÇÃO DAS AULAS

35

Você também pode gostar