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Princípios, técnica e dados semiológicos da microscopia especular de córnea

Chapter · February 2000


DOI: 10.13140/RG.2.1.4637.7848

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Fernando Abib Márcia Reis Guimarães


Universidade Federal do Paraná Hospital de Olhos Dr. Ricardo Guimarães
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P R IN C ÍP IO S , TÉCN ICA E
D A D O S SE M IO LÓ G IC O S D A
M IC R O S C O P IA E SP E C U L A R
DE C Ó R N E A

Fernando Cesar Abib


Marcia Reis Guimarães

PRINCÍPIOS DA MICROSCOPIA
ESPEC U LA R DE CÓRNEA
A modalidade semiológica mais objetiva para a avali­
ação endotelial na clínica oftalmológica é a Microscopia
Especular de Córnea, que se baseia na reflexão de um fei­
xe luminoso incidente sobre o endotélio da córnea, pos­
suidor de comportamento de superfície regular. Desta
forma, parte do feixe luminoso incidente sobre o endoté­
lio corneano reflete de forma especular (ângulo do raio lu­
minoso incidente igual ao ângulo do raio luminoso refle­
tido, quando considerados em relação a normal) e é cap­
tado pelo microscópio especular, que apresenta a ima­
gem endotelial magnificada (Figs. 3-1 e 3-2).
Para isso, alguns aparelhos podem ser utilizados,
desde uma lâmpada de fenda até um microscópio especu­
Fig. 3-1. Reflexão em uma superfície entre dois meios transpa­
lar propriamente dito.
rentes. Reflexão especular: ângulo do raio incidente (0i) é igual
A imagem endotelial, a partir da biomicroscopia, pos­ ao ângulo do raio refletido (0'1); o ângulo de refração (02) de­
sui menor magnificação dificultando a análise das células pende dos índices refrativos dos meios.
endoteliais. Córneas que se julgavam normais pela biomi­
Existem vários tipos de Microscópio Especular dispo­
croscopia, quando examinadas histologicamente, apre­
níveis no mercado, que podem ser classificados quanto à
sentavam anormalidades.
existência ou não de contato com a córnea em análise:
Com a evolução dos meios semiológicos oculares
surgiu o microscópio especular de grande ampliação, que 1. Microscópio Especular de Contato: faz-se necessá­
posteriormente passou a utilizar análise computadoriza­ ria a presença de contato físico entre a córnea e a
da para os dados endoteliais. lente objetiva.
A partir destes, o estudo do endotélio tornou-se mais 2. Microscópio Especular de Não-Contato: não existe
freqüente e viabilizou exames rotineiros na clínica oftal­ a necessidade de contato da córnea em análise com
mológica. a parte óptica da objetiva do aparelho.
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20 MICROSCOPIA ESPECULAR DE CÓRNEA

TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO DO EXAME


COM MICROSCÓPIO ESPECULAR DE
CÓRNEA
Aparelho de Contato
1. Realizar preferencialmente o exame em ambos os
olhos pois, em determinadas situações da clínica,
necessita-se conhecer o comportamento do endoté-
lio do olho contralateral para auxílio da análise en­
dotelial.
Nos casos onde existem alterações significativas mo-
noculares, o olho contralateral pode fornecer parâ­
metros de normalidade, possibilitando, desta forma,
a comparação do endotélio alterado com o endotélio
normal. Esta comparação é mais precisa do que a que
toma como parâmetro de normalidade os valores
médios da população.
Nas alterações monoculares, a falta do achado no
olho contralateral alerta-nos para a possibilidade de
etiologia secundária e não primária, por exemplo
olho direito com excrescências da membrana de
Descemet e olho esquerdo sem, deve-se ponderar a
possibilidade deste endotélio ter sido submetido a
qualquer ação lesiva.
Nos casos com alterações em ambas as córneas, a
ocorrência do achado no olho contralateral corrobo­
Fig. 3-2. Representação gráfica da reflexão especular do raio lu­ ra a hipótese diagnóstica, por exemplo: distrofia en­
minoso incidente sobre a superfície endotelial (LAING, R. Specu- dotelial de Fuchs.
lar microscopy. In: KRACHMER, J. K. et al. Córnea : fundamentais
2. Instilar colírio anestésico.
of córnea and externai disease. St. Loius: Mosby, 1997. cap. 19).
3. Posicionar o paciente confortavelmente no aparelho.
4. Deslizar a objetiva sobre a superfície corneana e
As vantagens e desvantagens de cada um destes apa­ verificar a regularidade do mosaico endotelial nas
relhos serão abordadas no Capítulo 6 — Microscopia várias regiões da córnea.
Especular de Córnea de Contato e Não-Contato: Vanta­ 5. Escolher a(s) área(s) corneana(s) específica(s) a
gens e Desvantagens. ser(em) examinada(s), caso seja a central, um artifí­
Quanto ao modo de análise dos dados, os microscópios cio é solicitar ao paciente que olhe na fonte lumino­
especulares podem ser classificados como: sa. Realizar, então o exame o mais breve possível, de­
1. Microscópio Especular Não-Automatizado: o equi­ vido a possibilidade de lesão retiniana pela alta in­
pamento não oferece recursos para a análise endote­ tensidade desta.
lial, a qual fica a cargo do operador, por meio de com­ Para a análise do endotélio em área paracentral ou
paração com grades pré-determinadas, que forne­ periférica, solicitar ao paciente que olhe fixamente
cem padrões de densidade endotelial, pleomorfismo para o ponto que possibilita o contato da lente obje­
e polimegatismo. tiva com a área a ser examinada. Esta fixação deve
2. Microscópio Especular Semi-Automatizado: ofere­ ocorrer com o olho que não está sendo analisado,
ce recursos para a análise endotelial, porém necessi­ pois o olho em análise só terá condições de manter a
ta que o operador do equipamento interaja com o fixação caso se esteja examinando uma área cornea­
software e a imagem endotelial captada para fornecer na periférica que deixe a pupila livre da intensidade
o valor estimado da densidade endotelial, pleomor­ luminosa.
fismo e polimegatismo. 6. Captar a imagem e, antes de proceder sua análise, ar­
3. Microscópio Especular Automatizado: oferece re­ mazená-la no disco rígido, o que agiliza a realização
cursos para a análise endotelial, sem que haja neces­ do exame.
sidade do operador interagir com o software do apa­ 7. Proceder a análise endotelial após a execução do
relho ou com a imagem endotelial captada para for­ exame propriamente dito, pois existe risco da anes­
necer a estimativa da densidade endotelial, pleo­ tesia corneana diminuir e do paciente apresentar pio­
morfismo e polimegatismo. ra da cooperatividade.
PRINCÍllOS, TÉCNICA E DADOS SEMIOLÓGICOS DA MICROSCOPIA ESPECULAR DE CÓRNEA 21

8. A presença de edema de córnea ou qualquer outra 3. Captar três ou mais imagens de cada córnea com o
Forma de dim inuição da transparência corneana objetivo de verificar a regularidade do mosaico en­
pode dificultar a reflexão especular, piorando a qua­ dotelial na área corneana central e em área paracen­
lidade da imagem de forma diretam ente proporcio­ tral, quando o microscópio especular perm itir.
nal à intensidade da dim inuição da transparência 4. Uma forma de suprir parcialmente a falta de versatili­
corneana. dade deste tipo de microscópio especular, proce­
9. Caso se queira utilizar uma área com algum tipo de ir­ dendo à análise em áreas corneanas periféricas, é so­
regularidade epitelial para a realização do exame, po­ licitar ao paciente que mova os olhos no sentido
derá não ser possível efetuá-lo neste local por falta de oposto à periferia corneana que se deseja examinar.
condições técnicas, pois o feixe luminoso incidente Esta manobra pode ser bem-sucedida em alguns ca­
não penetra com regularidade na córnea. Para viabili­ sos, porém, sem a precisão do equipamento de con­
zá-lo, então, deve-se proceder à utilização de uma área tato, com o qual posiciona-se a lente objetiva exata­
próxima, com regularidade da superfície corneana. mente sobre a área desejada.
10. A ocorrência de lesões de córnea, tipo abrasão ou 5. Se possível, armazenar a imagem no disco rígido
desepitelização, provocada pelo contato da lente so­ para posterior análise, o que agiliza a realização do
bre a superfície corneana, é pouco freqüente, po­ exame.
rém, inversamente proporcional à experiência do 6. A presença de edema de córnea ou qualquer outra
operador do equipamento. forma de diminuição da transparência corneana cer­
11. Na presença de desconforto após o exame, caso exis­ tamente dificulta a realização do exame, na m aioria
ta desepitelização, proceder à simples oclusão com das vezes impossibilitando a aquisição da imagem
pomada antibiótica e curativo oclusivo. Lembrar ao pelo equipamento. Nestes casos, é preferível a reali­
paciente de que estará com visão monocular e deve­ zação do exame em aparelho de contato, pois po-
rá tomar as precauções restritivas para tal. de-se focar o endotélio em uma área corneana que
12. A assepsia da lente objetiva do equipamento pode ser não esteja tão edemaciada.
feita com álcool a 70%, sempre entre um exame e outro. 7. Caso se necessite utilizar uma área com algum tipo
13. Nos casos em que o examinado possuir pouca idade de irregularidade epitelial, não será possível a reali­
e/ou não cooperar com a realização do exame, dar zação do exame por falta de condições técnicas.
preferência para o equipamento de não-contato. 8. Nos casos em que o examinado possuir pouca idade
e/ou não cooperar com a realização do exame de
Aparelho de Não-Contato contato, deve-se preferir utilizar este equipamento,
1. Realizar, preferencialm ente, o exame em ambos os pois poder-se-á evitar procedimento anestésico ina-
olhos, como no aparelho de contato, pois, em deter­ latório de curta duração.
minadas situações da clínica, necessita-se conhecer
o comportamento do endotélio do olho contralate-
DADOS SEMIOLÓGICOS DO ENDOTÉLIO
ral para auxílio da análise endotelial. CORNEANO
Nos casos onde existem alterações significativas mo- A avaliação do endotélio corneano baseia-se na esti­
noculares, o olho contralateral pode fornecer parâ­ mativa da densidade endotelial, no estudo do tamanho e
metros de norm alidade, possibilitando, desta forma, forma de suas células, na presença de estruturas deposi­
a comparação do endotélio alterado com o endoté­ tadas da superfície endotelial e no estudo das alterações
lio normal. Esta comparação é mais precisa do que a dismórficas do endotélio corneano e/ou membrana de
que toma como parâmetro de normalidade os valo­ Descemet.
res médios da população. DENSIDADE ENDOTELIAL: é avaliada mediante a es­
Nas alterações monoculares, a falta do achado no olho timativa da quantidade de células contidas em 1 mm2.
contralateral alerta-nos para a possibilidade de etiolo­ Outra forma de apresentação deste dado sem iológico é o
gia secundária e não prim ária, por exemplo olho direi­ tamanho médio da célula endotelial (u m2). Estes valores
to com excrescências da membrana de Descemet e devem ser sempre comparados com os valores de norma­
olho esquerdo sem, deve-se ponderar a possibilidade lidade para a idade do paciente em exame.
deste endotélio ter sido submetido a quadro severo A área celular média pode ser calculada pela aplica­
de uveíte, giaucoma ou qualquer ação lesiva. ção da seguinte fórmula.
Nos casos com alterações em ambas as córneas, a
ocorrência do achado no olho contralateral corrobo­ Área celular média = --------- — :— r i —
ra a hipótese diagnóstica, por exemplo distrofia en­ Densidade endotelial
dotelial de Fuchs. POLIMEGAT1SMO:
P0LIM EGATISMO: é o termo utilizado para denotar
2. Posicionar o paciente confortavelm ente no apare­ heterogeneidade no tamanho das células endoteliais
lho. com formato hexagonal preservado (Fig. 3-3).
M ICRO SCO PIA ESPECULAR DE CÓRNEA

Fig. 3-5. M osaico endotelial com m oderada quantidade de de­


Fig. 3-3. Endotélio com importante polimegatismo. O formato
pósitos endoteliais inflam atórios.
hexagonal básico das células endoteliais é mantido, alteran­
do-se somente seu tamanho.

Encontra-se aumentado em idosos e também como Outra forma de análise é a determinação do percen­
consequência de dano endotelial devido a trauma, infec­ tual de células hexagonais existentes em cada imagem.
ção ou hipóxia. Acredita-se que o aumento do tamanho A literatura mundial é carente de estudos comparativos
das células endoteliais e a variação de sua forma (pleo- quanto sensibilidade e especificidade destes métodos.
morfismo) reflitam a perda da capacidade de reserva do Infelizmente, o modo pelo qual a análise da confor­
endotélio corneano. Reconhece-se o polimegatismo mação celular endotelial é realizada em cada um dos dife­
como um importante indicador do estado funcional do rentes tipos de microscópios especulares disponíveis,
endotélio corneano. Afirma-se que seu aspecto anatômi­ não é demonstrado em sua íntegra, o que dificulta a análi­
co normal é indicador de saúde endotelial. se mais aprimorada da objetividade e rigor destes equi­
PLEOMORFISMO: é o termo utilizado para denotar a pamentos em sua avaliação.
variação do formato hexagonal das células endoteliais da DEPÓSITOS ENDOTELIAIS DE NATUREZA INFLAMA­
córnea (Fig. 3-4). Pode ser também chamado de polimor­ TÓRIA E PRECIPITADOS CERÁTICOS: devem ser analisa­
fismo. dos quanto a sua forma, tamanho, aspecto e natureza.
Acredita-se que o pleomorfismo e o polimegatismo São encontrados em uveítes, de etiologia clínica ou cirúr­
refletem a perda da capacidade de reserva do endotélio. gica, em pós-operatório de ciru rg ia de segmento ante­
A avaliação do pleomorfismo pode ser realizada pela rior, principalmente na de catarata e transplante de cór­
razão do círculo inscrito à célula pleomórfica pelo cir­ nea. À microscopia especular, apresentam-se como estru­
cunscrito à mesma célula. turas branco-acinzentadas (Figs. 3-5,3-6 e 3-7), de tama­
nho pequeno, médio ou grande, piguementadas ou não.

Fig. 3-4. Endotélio com importante pleomorfismo. O formato


hexagonal básico das células endoteliais encontra-se bastante Fig. 3-6. Mosaico endotelial com moderada quantidade de de­
alterado; visualiza-se células de quatro, cinco, e até sete lados, pósitos endoteliais inflamatórios. Porém, em imagem com me­
e, como se não bastasse, de tamanhos variados. nos luminosidade, ressaltam-se os referidos depósitos.
PRIN )S, T É C N IC A E D A D O S S E M IO LÓ G IC O S DA M ICROSCOPIA ESPECULAR DE CÓRNEA 23

Fig. 3-7. Olho com panuveíte em fase aguda e moderado ede­ Fig. 3-9. Nota-se pequena parte de uma dobra da membrana de
ma de córnea. Grande quantidade de depósitos endoteliais in­ Descemet. Muitas vezes, ao focaliza-la, perde-se o foco do mo­
flamatórios. Precipitado cerático no canto superior direito do saico endotelial pois estas estruturas, dobra e mosaico, encon­
mosaico. A análise do mosaico endotelial está prejudicada pelo tram-se em profundidades distintas.
edema e pela quantidade dos depósitos.

Podem te r naturezas distintas: fibrina e células san­ met da córnea gutatta e distrofia endotelial de Fuchs, ICE
guíneas da linhagem branca, ou serem mistos. cells na síndrome endotelial iridocorneana e alterações
Os de natureza fibrínica, são os menores e mais delica­ diversas da distrofia polimorfa posterior, estas últim as
dos, os com postos por células da linhagem sangüínea descritas e fotodocumentadas nos capítulos específicos.
branca, podem coalecer e tornarem-se grande, arredonda­ EDEMA DE CÓRNEA: a córnea sem edema à micros-
dos. São os cham ados precipitados ceráticos (Figs. 3-7 e copia especular apresenta imagem endotelial com bor­
3-8). Estes geralm ente são maiores e de bordos mais regu­ dos nítidos (Fig. 3-11 A), nela ocorre reflexão especular
lares que os depósitos entoteliais de natureza pigmentar. em quantidade suficiente para gerar a imagem do mosai­
Os depósitos de natureza pigm entar são menores, co endotelial com bordos celulares nítidos. A córnea com
mais densos, geralm ente de bordos mais irregulares, em­ edema leve a moderado apresenta imagem endotelial
bora, às v e zes, confluentes e não formam precipitados ce­ com bordos celulares pouco nítidos (Fig. 3-11B), nesta
ráticos. ocorre dispersão luminosa e a reflexão não especular
ALTERAÇÕ ES DISM Ó RFICAS DO ENDOTÉLIO E ocorre em maior quantidade, em detrim ento da transm is­
M EMBRANA D E D ESCEM ET: nesta categoria de estrutu­ são luminosa de forma regular e da reflexão especular.
ras encontram os as dobras da membrana de Descemet Na córnea com edema severo não se visualiza o mo­
(Figs. 3-9 e 3-10), excrescências da membrana de Desce- saico endotelial (Fig. 3-11C), pois o predom ínio é da dis­
persão luminosa e da reflexão não especular.

F'g■3-8. O lh o de portador de uveíte por toxoplasmose, tratado e


fora de atividade. A imagem evidencia, à direita, o aspecto de
um precipitado cerático, parcialmente reabsorvido (reliquat), Fig. 3-10. Nota-se duas dobras da membrana de Descemet pa­
com relativo grau de pigmentação. Nota-se a mudança do aspec­ ralelas. Evidencia-se uma pequena porção de mosaico endote­
to do mosaico endotelial e a forma arredondada da estrutura. lial entre elas.
M ICROSCOPIA e s p e c u l a r D
A
N
R
O
C
E

Fig. 3-11A. Córnea sem edema: apresenta bordos celulares nítidos. B. Córnea com edema moderado: alguns dos bordos celulares
que compõem o mosaico endotelial são vistos com mais dificuldade. C. Córnea com edema severo: os bordos celulares são pratica­
mente ou mesmo imperceptíveis, não se conseguindo visualizar o mosaico endotelial.

O microscópio especular capta o feixe luminoso que corneana, uma área com a m enor quantidade de edema
emerge da córnea, composto por raios luminosos, alguns possível, consequentem ente nela existe maior possibili­
dispersos e alguns com reflexão especular, para apresen­ dade de conseguir reflexão especular suficiente para
tar a imagem no monitor do equipamento. identificar o mosaico endo telial, mesmo que com dificul­
Desta forma, conclui-se que a imagem endotelial de dade.
boa qualidade é indicativo de ausência de edema corneano.
Quanto maior o edema de córnea, pior a qualidade da OPACIDADE D E CÓ RN EA: córneas com opacidade,
imagem, sendo então o edema de córnea fator limitante seja em qualquer uma de suas cam adas, terão a mesma li­
do princípio físico que viabiliza a microscopia especular. mitação técnica causada pelo edem a, pois no local da
A realização da microscopia especular, na presença opacidade ocorre dispersão do raio luminoso incidente,
de edema de córnea, só é viável com equipamento de prejudicando a reflexão especular e, consequentemente
contato, para tanto, é importante que durante o exame se a qualidade da im agem do m osaico endotelial. É outro fa­
procure, ao deslizar a lente objetiva sobre a superfície tor lim itante do p rin cíp io físico que viabiliza o exame.

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