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NOVO ALEGRE- TO
2021
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RESUMO
O presente artigo intitulado Conselho Tutelar, Escola e Família: Parceria em Defesa dos Direitos da Criança e do
Adolescente tem por objetivo investigar sobre os direitos destes sujeitos, as medidas e estratégias sócio-educacionais,
realizadas pelo Conselho Tutelar, Escola e Família. A pesquisa se caracteriza por ter abordagem qualitativa com a
utilização de revisões bibliográficas de autores que dominam o tema e entendem de fato sua história com estudos
baseados na Lei:8.069/90, de 13 de julho de 1990, Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA. A finalidade do
estudo consiste em argumentar a importância da atuação do Conselho Tutelar em parceria com a escola e a família,
principalmente no que se refere a educação escolar, visto que o dia a dia escolar é marcado por muitos desafios,
como: o descompromisso do aluno, a falta de motivação e entendimento na realização das atividades propostas, a
indisponibilidade para socialização e reflexão, e ausência dos pais na escola. Estas são questões preocupantes, que
muitas vezes demandam a recorrência ao Conselho Tutelar - Art.56, inciso I,II,III do ECA. Diante dessa
problemática, o presente trabalho pretende apresentar a atuação desta instituição, além de analisar a participação dos
pais ou responsáveis no que tange ao dever de acompanhar a vida escolar do filho, como também a relevância de
construir uma boa relação entre o Conselho Tutelar e a Escola, tendo em vista a permanência do aluno na escola com
bom resultado na sua aprendizagem.
ABSTRACT:
This article aims to address the rights of children and adolescents based primarily on the Law: 8.069 / 90, of July 13,
1990 Statute of Children and Adolescents-ECA. The purpose of the study is to argue the importance of the role of the
Tutelary Council in partnership with the school and the family, especially with regard to school education, since the
day-to-day school is marked by many challenges, such as: the lack of commitment of the student, lack of motivation
and understanding in carrying out the proposed activities, unavailability for socialization and reflection, and absence
of parents at school. These are worrisome issues, which often require recourse to the Guardianship Council - Art.56,
item I, II, III of the ECA. In view of this problem, the present work intends to show the performance of this
institution, in addition to analyzing the participation of parents or guardians regarding the duty to monitor the child's
school life, as well as the relevance of building a good relationship between the Guardianship Council the School, in
view of the student's permanence in the school, with good results in his learning.
1 INTRODUÇÃO
Nos dias que ocorrem, as discussões acerca da infância e da juventude tem se tornado
instigante, onde esses debates vem conquistando espaços cada vez maiores, assim sendo, a
presente pesquisa, intitulada: Conselho Tutelar, Escola e Família: Parceria em Defesa dos
1
Artigo apresentado a UEG, Universidade Estadual do Goiás, como requisito parcial para conclusão do curso de
Pedagogia, orientado pelo professor: Manoel Soares de Aragão.
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Direitos da Criança e do Adolescente, nos propõe fazer um passeio por diversos documentos que
fundamentam sobre os direitos da criança e do adolescente. Portanto, caríssimo leitor,
convidamos para uma leitura, ou seja, uma análise histórica sobre as obras do historiador francês
Ariès, bem como as transformações ocorridas no Brasil. Assim, o texto abordará os papéis do
Conselho Tutelar, da Escola e da Família em relação aos direitos fundamentais das crianças e dos
adolescentes, pois sabemos que muitos problemas que ocorrem no interior da escola fogem da
competência da mesma, devido a falta de recursos para solucioná-los, pois entre tantas situações,
a escola conta com a parceria do Conselho Tutelar,sendo este, o órgão que tem por missão zelar
pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente.
Conforme o art. 5º do ECA, nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer
forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na
forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.
A parceria Conselho Tutelar, Escola e Família se faz necessária, visto que quanto mais
existir essa cumplicidade mais sólida será a atuação da rede de proteção da criança e do
adolescente. Lembrando que o Conselho Tutelar realiza visitas domiciliares às famílias e faz
análise dos problemas existentes no convívio familiar e em seguida, relata para a escola com o
objetivo de que a mesma desenvolva atividades com a intenção de ajudar a criança e o
adolescente superar os problemas, pois de certo que as condições de moradia, financeira e social
refletem no comportamento dentro da escola, como também em outros ambientes que os mesmos
frequentam.
O acompanhamento na vida escolar de um filho é fundamental, pois a família e escola são
as bases para o desenvolvimento de futuros cidadãos capazes de enfrentar desafios, pois juntas
podem detectar quando a criança apresenta qualquer dificuldade e juntas sanar a mesma. A
pesquisa também fará uma breve explanação sobre os direitos fundamentais no que tange a
educação das crianças e dos adolescentes, fundamentados na obra Educação em Direitos
Humanos e Educação para os Direitos Humanos, escrito por vários autores.
2 DESENVOLVIMENTO
famílias têm suas funções, seus limites e possibilidades, visando à garantia dos direitos à
educação. Perante as considerações, nota-se que essas instituições compartilham
responsabilidades e compromissos, sendo de fundamental importância que revejam seus papéis
diante das relações que estabelecem. Ressalta-se ainda que a escola é o lugar mais importante de
um país sério, a mesma já é desafiada a assumir responsabilidades sociais além do que lhe é dado
como papel tradicional, em virtude disso não é passatempo e muito menos depósito de crianças e
adolescentes porque os pais e responsáveis com rotinas atribuladas tendem não querer assumir
as suas responsabilidades, deixando nas mãos da escola o desafio de educar, extrapolando assim
o verdadeiro papel da instituição.
Sabe-se que é dever da escola ensinar a ler, escrever, resolver situações problemas, e
entender o funcionamento do mundo através do entendimento das ciências, a família é parceira,
que viabiliza que dá suporte e que potencializa, cabendo aos pais ou responsáveis à obrigação de
estar presente na vida escolar dos filhos como preconiza o Art.129, inciso V do (ECA), o qual
não deixa dúvidas quanto sua obrigação de acompanhar a frequência e aproveitamento escolar
dos filhos.
Conforme o exposto acima fica claro que a conscientização para a participação dos
responsáveis deve partir da escola e não do Conselho Tutelar, e que esta deverá formar os
indivíduos capazes de exercer sua cidadania. Por conseguinte, fica evidente que a participação da
família na escola é um ponto positivo no desenvolvimento do filho/aluno.
O dever da família e a relevância de sua participação no contexto escolar, no
acompanhamento do processo formativo de seus filhos são reconhecidos na Lei de Diretrizes e
Bases da Educação, (LDB)-Conforme o art. 1º: “A educação abrange os processos formativos
que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de
ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações
culturais”.
Vale ressaltar que escola e família educam a mesma criança e adolescente, embora de
maneira e formas diferentes, portanto, precisam ser parceiras na tarefa de ensinar, incentivar e
valorizar a aprendizagem, sendo necessária a recorrência do Conselho Tutelar só em questões de
evidências de maus tratos, de evasão escolar esgotando os recursos escolares e elevados níveis de
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repetência, Art. 56, inciso I, II, III do (ECA). O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
(Brasil, 2010) estabelece o modo, a maneira, da relação entre o CT e a escola, no artigo 56:
Os dirigentes de estabelecimentos de ensino fundamental comunicarão ao
Conselho Tutelar os casos de:
I - maus-tratos envolvendo seus alunos;
II - reiteração de faltas injustificadas e de evasão escolar, esgotados os recursos
escolares;
III - elevados níveis de repetência.
Além dos determinados casos previstos no (ECA), existem outras questões que
necessitam da atuação do Conselho Tutelar, como por exemplo, casos nos quais o aluno
apresenta sinais de abuso, de abandono parental, violência física ou psicológica, daí os benefícios
de uma boa relação entre o Conselho Tutelar e a escola.
É comum deparar com situações de: indisciplina, bullying, violência entre os alunos,
dentre outras situações dentro do ambiente escolar. Tais questões podem ser resolvidas na própria
escola com os alunos, porém pode haver ocasiões que deve ser acionado o Conselho Tutelar para
que um suporte seja dado e para que as famílias dos alunos envolvidos tenham o
acompanhamento necessário.
Maus tratos, envolvendo alunos, vão além de uma agressão física, pois é constituído por
um conjunto de fatores que pode prejudicar muito o aluno prejudicando-o em seu
desenvolvimento social. Outra questão que não deve ser esquecida é falha da escola ao acionar a
polícia para resolver problemas como esta antes da presença do conselho, decisão assim acarreta
mais problemas, pois a escola acaba criando uma visão de repressão que assusta os alunos
agravando mais a situação.
Seguindo as normas das escolas, casos como indisciplina e violência entre os alunos não
são casos que competem ao Conselho Tutelar. Porém se a escola acionar a presença e a ajuda do
órgão o mesmo procurara medidas junto à escola para solucionar o ocorrido de forma dinâmica e
social junto com os alunos. Isso não significa que a escola não tem competência para solucionar o
problema mais que a mesma quer a opinião e outros olhares diante de determinadas situações.
A relação escola e família são muito importantes, para que juntas possam entender o que a
criança ou adolescente está passando. Em síntese entende-se que definir o papel de cada
instituição é essencial e que o diálogo e as boas práticas é a melhor forma de assegurar que os
direitos das crianças e adolescentes sejam garantidos e cumpridos, portanto, a parceria Conselho
Tutelar, Escola e Família se faz necessária, uma vez que ambas têm os mesmos objetivos, a
permanência do aluno na Escola.
Sabemos que o ensino de conteúdos, conhecimentos científicos, é papel da
escola/professor, cabendo aos pais ou responsáveis apoios, acompanhamento, imposição de
limites e responsabilidade para com a aprendizagem e frequência na escola. Lembrando que não
se trata de inversão de papéis, pois não cabe à escola substituir o papel dos pais, assumindo
sozinha a responsabilidade em educar o aluno, sendo essa tarefa da família. Para oliveira;
A família sempre foi e contínua a ser a instituição chave onde se estreia a
socialização: é nela que a criança se inicia como indivíduo social desde o seu
nascimento. Depois, surge a escola, em parceria com a comunidade, onde o
indivíduo se insere num processo de socialização que se desenrola ao longo da
vida. Portanto, a família, nunca pode abdicar da sua função socializadora,
embora, na escola, a interação social se amplifique, ganha uma nova dimensão,
diversificada e plural e se transforme num processo dinâmico que funciona ou
deve funcionar, sempre, numa convergência de esforços com a família
(OLIVEIRA, 2010, p. 7).
Nota-se ao estudar a legislação, que embora esta seja clara no que se refere à inclusão
familiar no contexto escolar, essas não têm sido suficientes para superar as dificuldades e garantir
os direitos à educação das crianças e adolescentes, uma vez que uma grande maioria dos pais não
atendem às necessidades afetivas e escolares dos filhos, causando assim uma lacuna na
aprendizagem, onde infelizmente o cotidiano escolar nos mostra que poucos pais fazem este tipo
de acompanhamento por vontade própria. Muitos acabam fazendo por intervenção e cobrança da
escola, e outros órgãos externos da família, como o Conselho Tutelar, pois como já foi dito,
percebe-se que a ausência dos pais não é só na escola, mas também em casa, onde quem assume
esta função, geralmente são os avôs, tios, empregados ou outros. Veloso, (2014) afirma que;
É no sistema familiar que são expressas as inquietações, as conquistas, os medos
e as metas pessoais. Para tanto, é necessário preservar a individualidade dos seus
membros e ao mesmo tempo preservar o sentimento coletivo (VELOSO, 2014,
p. 13).
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A escola não funciona isolada, é preciso que cada um, dentro da sua função, trabalhem
buscando atingir uma construção coletiva, contribuindo assim para a melhoria do desempenho
escolar dos alunos, pois essa instituição tem um papel influenciador à contribuição do sujeito,
tanto do ponto de vista de seu desenvolvimento pessoal e emocional, quanto da constituição da
identidade, além de seu lugar numa futura sociedade. A participação do Conselho Tutelar junto às
instituições educacionais é de muita relevância, essa parceria visa trazer igualdade de
oportunidades que proporcionam mudanças educacionais e sociais, entretanto há pais que
acompanham a vida escolar dos filhos e devido isso os alunos demonstram ótimo desempenho,
no entanto, por considerar que a maioria não acompanha, torna-se uma grande problematica e
infelizmente está se refletindo na escola e na sociedade.
[...] a participação do Conselho Tutelar junto ao sistema educacional significa
igualdade de oportunidades que possibilitam transformações sociais,
concretizadas na adoção de novos comportamentos e valores, na reorganização
da sociedade, no pleno desenvolvimento humano e na perspectiva de mudança
do presente e do futuro (MINAYO, 2012, p. 7-8).
Assim sendo a junção entre Conselho Tutelar e escola se faz necessária, pois é a partir
dessa relação que é possível promover o atendimento das necessidades básicas da criança ou do
adolescente buscando formas de criar vínculos com as famílias, criando parcerias para garantir o
direito à educação de crianças e adolescentes entre outros direitos. Contudo é correto dizer que o
Conselho Tutelar não tem competência legal de interferência em assuntos da escola, sendo que
sua autonomia tão somente é do órgão Conselho Tutelar, ou seja, em matéria de sua competência,
quando delibera ou quando toma decisões,quando age ou quando aplica medidas, da Lei nº
8.069/90-ECA.
4 HISTÓRIA DA INFÂNCIA
O sentimento de infância constituiu-se ao longo dos séculos e foi a partir do seu lugar
determinado na família e na escola, que ocorreu essa evolução e transformação, ou seja, as
crianças passaram a representar seu papel na sociedade de uma forma livre como cidadãos de
direitos e deveres, pois antes eram vistas como fotocopias de adultos. Para Galimard (1983):
“Nossa criança agora é capaz de raciocinar”. A escola abre-lhes suas portas para
iniciá-la, primeiro na linguagem escrita e, em seguida, na análise e no raciocínio.
A escola vem responder a outra aspiração da criança, permitindo-lhes nova
descoberta: a de um mundo social à sua altura, que alarga de uma só vez seu
mundo intelectual e seu mundo afetivo. (p.12).
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È necessário que a sociedade se interesse pela realidade vivenciada por crianças, porque
são indivíduos em formação e vulneráveis aos adultos. A sociedade ainda não confere a
importância devida, a violência contra crianças.
Criança sempre existiu, mas infância não. Segundo o historiador francês Philippe Ariès
(1981), o mundo pré-moderno não conheceu ou conheceu de modo impreciso,comparado com
hoje, a noção de infância. Isto é,o mundo pré-moderno não forjou um vestuário próprio para as
crianças, não criou uma literatura infantil, pelo menos não no sentido que temos hoje, uma
literatura para o entretenimento das crianças enquanto criança, não se preocupou com um lugar
para viverem, serem educadas etc.
A concepção de infância como estapa da trajetória humana não existe para Ariès (1981),
pois criança nem sempre foi sinônimo de fragilidade, assim como conhecemos, ou seja, é uma
invenção da modernidade conhecida através de uma evolução cultural e histórica. O escritor
analisa diferentes significados atribuídos à infância, em especial nos séculos XVII e XVIII. A
análise histórica de Áries refere-se ao comportamento cotidiano de famílias desde a Idade Média
ocidental, em que nesse período, ele constatou que a criança medieval não se distinguia do
adulto, o trabalho era uma imposição a todos, inclusive crianças. Nesse período crianças eram
vistas como adultos em miniaturas e o importante era crescer rapidamente para inserção social no
contexto político e econômico.
Phillipe Ariès (1981), acredita que a infância é um período da vida, que necessita de
cuidados e proteção, segundo o mesmo a descoberta da infância aconteceu durante o século XIII,
devido a representações por meio de iconografia (arte de representar imagens) de crianças na arte
medieval, as quais possuíam características de adultos, homens em tamanho reduzido, mas, o
desenvolvimento significativo e numeroso do sentimento de infância, aconteceu a partir do fim
do século XVI e durante o século XVII (ARIÈS, 1981), sendo que o primeiro sentimento de
infância surgiu no meio familiar quando as mulheres foram encarregadas de cuidar das crianças
nos primeiros anos de vida e o segundo sentimento de infância surgiu dos eclesiásticos ou dos
homens da lei e de moralistas do século XVII, preocupados com a disciplina e a racionalidade
dos costumes.
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respeito aos direitos inerentes a todo ser humano, também deve ter sua
participação efetiva, por isso segue uma simples ideia, englobando a atuação de
todos, com o objetivo, como já visto, de melhorar as condições de vida das
famílias de um modo geral, tendo como finalidade principal melhorar as
condições de vida das crianças e adolescentes, dando lhes oportunidade de
desenvolvimento seguro (CARVALHO, 2000, p. 85).
Estamos inseridos num contexto marcado por constantes desafios,sendo que na escola
não é diferente, haja vista que os obstáculos são muitos e entre eles destaca-se a dificuldade que
os pais encontram de acompanhar o rendimento escolar dos filhos, o qual tem como consequência
o baixo desempenho escolar dos alunos. Em relação aos direitos à educação das crianças e
adolescentes, é preciso compreender conforme o ECA, Art. 2º. “Considera-se criança a pessoa até
doze anos de idade incompletos e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade”. Entre
as dimensões dos direitos destacados no livro: Educação em Direitos Humanos e Educação para
os Direitos Humanos. O Livro relata que em 10 de dezembro de 1948 em Paris, foi realizado o
primeiro ato da Assembleia Geral das Nações unidas onde a mesma proclamou a Declaração
Universal dos Direitos Humanos (DUDH), que em seu primeiro artigo afirma;
os direitos humanos são direitos “naturais”, que as pessoas “nascem” livres e
iguais, não significa dizer que a consciência dos direitos seja algo espontâneo. O
homem é um ser que deve ser “educado” pela sociedade. A educação para a
cidadania constitui uma das dimensões fundamentais para a efetivação dos
direitos, tanto na educação formal quanto na educação informal ou popular e nos
meios de comunicação (CARVALHO, 2014, p.45).
condições de vida que levam e as dificuldades encontradas para ter acesso ao mesmo. Os termos
do Art. 205 da Constituição Federal de 1988, afirmam que é de responsabilidade da família, da
sociedade e do Estado, e para que isso se torne realidade, as instituições de ensino devem exercer
sua função educativa junto aos pais ou responsáveis, pois educação é um direito humano, dessa
maneira a escola deve informar e orientar diferentes assuntos na esperança de garantir um bom
desempenho escolar e social dos estudantes.
Como relatado na Constituição Federal, fica evidente que os direitos humanos foram
criados com base na ideia de dignidade da pessoa humana, dessa forma, deve ser igualmente
reconhecido e respeitado todo ser humano, pois fazemos parte de um contexto social e político,
nessa perspectiva a educação, além de sua relevância como direito humano também abre portas à
pessoa desenvolver-se plenamente e continuar aprendendo ao longo da vida, por isso tratar a
educação como um direito humano nos faz entender que não deve depender das condições
econômicas dos estudantes nem tão pouco limitada à condição social, nacional, cultural.
A educação deve ser gratuita a todas as pessoas,assim como cita em seu artigo 26 a
DUDH, com vagas disponíveis para todos os que se interessar na educação escolar sendo o
Estado responsável pela realização do direito à educação o qual tem por obrigação garantir a
qualidade da educação que engloba tanto os resultados do ensino como as condições de materiais
de funcionamento das instituições e a adequação dos processos pedagógicos.
Conforme o que foi explanado, fica claro que o direito humano à educação vai além de
uma vaga na escola, não se resume ao direito de ir à escola, mas entende-se pelos estudos que a
educação é um direito de todos, assim sendo deve ser compartilhada entre: educadores,
educandos, pais, autoridades como o Conselho Tutelar e demais membros da comunidade, pois
quando família e escola vão bem, a educação colhe avanços.
As instituições de ensino, desde escolas básicas até as de ensino superior, devem
direcionar seus projetos pedagógicos para os direitos humanos, preocupando-se
não só com os conteúdos voltados para o letramento, mas também com a
formação do caráter e da personalidade das pessoas (SECRETARIA DE
DIREITOS HUMANOS DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA 2013, p. 11).
fazendo com que os mesmos participem sem nenhum tipo de imposição, buscando através de um
trabalho conjunto entre profissionais, práticas inovadoras e novas concepções sobre o zelar,
proteger, cuidar e socializar integralmente pelo bem da criança e adolescente.
Portanto, nesta perspectiva, os conselhos tutelares assim como as escolas devem procurar
medidas pedagógicas para o resgate do sujeito partindo de fundamentos dinâmicos e sociais que
não oprime e não envergonhe o sujeito assistido, sendo assim a infância a socialização e a
educação estão interligados e complementando um ao outro.
REFERÊNCIAS
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ARIÈS, Philippe. História Social da Criança e da Família. Tradução de Dora Flaksman. - 2. ed.
Rio de Janeiro: LTC,1981.
BRASIL.[Lei Darcy Ribeiro (1996)]. LDB : Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional: lei
n° 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação
Nacional. 5. ed. Brasília: Câmara dos Deputados, Coordenação Edições Câmara, 2010.
Conselho Tutelar e Educação. São Paulo (2012) MINAYO, Maria Cecília de Souza;
DESLANDES, Suely Ferreira. A complexidade das relações entre drogas, álcool e violência.
Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 14, n. 1, p. 35-42, jan./mar. 1998.