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ÁREA: CRASH3
SUBÁREA: Colisão Frontal e Não Central
TÓPICO: Velocidades Pré-Colisão
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Introdução
Nas perícias em acidentes de trânsito, os métodos tradicionais e determinísticos de cálculos
consideram os valores das grandezas físicas de entrada, utilizados nas equações, como valores
únicos. As equações são, então, resolvidas uma única vez, gerando, também, valores ou
(resultados) únicos de saída como na figura 1.
O software eCRASH é uma plataforma de cálculos estatísticos e possui uma forma diferente de
considerar os valores das grandezas físicas estudadas, utilizadas nas equações, pois estes são
considerados como distribuições de probabilidades.
Por este motivo, na entrada de dados é necessário propor o valor médio e o desvio padrão
(incerteza) para as variáveis, que possuem uma distribuição de probabilidade Normal, ou os
valores limites mínimos e máximos para as variáveis que possuem uma distribuição de
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Modelo Matemático
O objetivo deste módulo é calcular uma faixa de valores possíveis (i.e. uma distribuição de
probabildade) para os módulos dos vetores velocidades translacionais de dois veículos
imediatamente antes de uma colisão frontal e não central. Com este objetivo, propõe-se a
utilização da Metodologia CRASH3[2][5-8] em conjunto com à analise vetorial das grandezas
cinemáticas [3-4].
Metodologia CRASH3
Neste módulo, a metodologia CRASH3[2][5-8] será utilizada para analisar bidimensionalmente o
movimento e as forças resultantes de uma colisão frontal e não central entre dois veículos,
conforme apresentado na figura 3. Perceba que, além do movimento de translação, ocorrem
v2
v1
Dv2
Dv1
centroide dos
perfis deformados
Fase de separação
u2
w2
w1
u1
Figura 3. Ilustração de um evento de colisão frontal e não central com rotação pós colisão dos
veículos no sentido anti-horário. v1 e v2 são os vetores velocidades associados aos CG dos
veículos imediatamente antes da colisão (translacionais e unidirecionais). u1/u2 e w1/w2 são os
vetores velocidades translacionais e angulares, respectivamente, associados aos CG e aos
eixos verticais que passam pelos CG dos veículos imediatamente após a colisão,
respectivamente.
y (+)
(+)
x (+)
xg2
F yg2
yg1 F
m2, I2
m1, I1
xg1
Figura 4. Ilustração das variáveis estudadas em um evento de colisão frontal e não central
com rotação de ambos os veículos, após a colisão e simultaneamente, no sentido anti-horário
(situação 1 – com v1 (+), v2(-), w1(+) e w2(+) ). Será adotado um referencial positivo com os
deslocamentos translacionais dos veículos para a direita e angular no sentido anti-horário. As
forças F, resultantes da colisão, estão sendo aplicadas nos centroides dos perfis deformados.
As coordenadas globais xg e yg localizam os centroides dos perfis deformados. m1/m2 e I1/I2
são as massas e os momentos de inércia dos veículos 1 e 2, respectivamente.
Neste ponto é importante destacar que poderá ocorrer, também, a rotação dos veículos no
sentido horário imediatamente após a colisão. Para isto ocorrer, basta alterar a configuração
dos perfis de deformação dos setores colididos dos veículos, conforme a figura 5.
x (+)
xg1
yg1 F
yg2
F
m1, I1
xg2 m2, I2
Figura 5. Ilustração das variáveis estudadas em um evento de colisão frontal e não central
com rotação de ambos os veículos, após a colisão e simultaneamente, no sentido horário
(situação 2 – com v1 (+), v2(-), w1(-) e w2(-) ).
Simplificações
Há simplificações para que se possa considerar o presente modelo matemático CRASH3:
1ª simplificação: Os veículos, em momento anterior a colisão frontal e não central, possuem
apenas velocidades translacionais na direção x.
2ª simplificação: Ocorre um único e breve contato entre as estruturas dos veículos no evento
de colisão.
3ª simplificação: Apenas as forças de contato entre as estruturas dos veículos são consideradas.
4ª simplificação: O movimento de rotação (com momento de inércia e velocidade angular) é
considerado na análise (o veículo não é considerado mais uma partícula, e sim um corpo 2D).
5ª simplificação: Durante o contato entre as estruturas dos veículos as variações de velocidades
são instantâneas.
6ª simplificação: O centroide do perfil deformado (onde as forças ou impulsos de colisão são
considerados atuando) são conhecidos usando a metodologia CRASH3[5-8].
7ª simplificação: As deformações produzidas são localizadas e “pequenas”, quando
comparadas ao tamanho do veículo.
8ª simplificação: A colisão é considerada inelástica.
𝑣𝑎𝑝𝑟𝑜𝑥 = 𝑣1 − 𝑣2 (1)[d]
[c] Para colisões no qual a velocidade de aproximação seja menor que 20 km/h, o coeficiente de restituição deverá
ser considerado nas equações e outras forças atuantes nos veículos, além daquelas devido ao contato entre suas
estruturas dos veículos, também, deverão ser consideradas, como aquelas do atrito devido ao contato entre os
pneus dos veículos e a superfície de tráfego durante a colisão.
[d] A equação (1) será sempre uma soma dos módulos dos vetores v 1 e v2, uma vez que na convenção proposta o
módulo do vetor v1 é sempre positivo e o módulo do vetor v 2 é sempre negativo.
10ª simplificação: A colisão analisada será considerada frontal e não central quando o ângulo
de aproximação dos vetores velocidades dos CG veículos, antes da colisão, for menor ou igual
que 10 graus e a linha de ação das forças resultantes da colisão não passar pelo CG dos veículos.
11ª simplificação: Os veículos não possuem uma diferença acentuada entre os valores de suas
massas; neste módulo, propomos uma diferença acentuada quando a massa de um dos
veículos for maior que 5 vezes a massa do outro veículo.
f1
v1
y1 a1
u1 b1 Dv1
Dv2 u2
b2
y2 f2
a2
v2
Figura 8. Ilustração da análise vetorial do evento de colisão mostrado na figura 3 para o
veículo 2.
Serão utilizadas as seguintes nomenclaturas para as varáveis que representam os ângulos entre
os vetores velocidades das figuras 7 e 8:
a: ângulo entre os vetores v e Dv (também representa o ângulo da linha de ação da
força resultante da colisão com relação ao perfil deformado)
b: ângulo entre os vetores u e Dv
Relações trigonométricas (Leis dos Senos e Cossenos) serão utilizadas para determinarmos os
valores das variáveis mostradas nas figuras 7 e 8.
Equações utilizadas
Para uma colisão frontal e não central, o modelo CRASH3[2][5-7] combinado com a análise
vetorial das variáveis cinemáticas, fornecerá um conjuntos de equações que possibilitará obter
os valores das grandezas cinemáticas que caracterizam este tipo de evento.
Observação: a determinação dos valores dos ângulos dos vetores velocidades translacionais
após a colisão (u) segue o padrão da figura 9, ou seja, a partir de um eixo na direção x e
aumentam no sentido horário.
u1
Figura 9. Ilustração da referência utilizada na determinação dos ângulos de saída (f1/f2) dos
vetores velocidades translacionais (u1/u2) após a colisão (situação 1: rotação anti-horária após
a colisão).
- Equações para o veículo 1:
Ângulo entre os vetores v1 e u1 (y1, ver figura 7):
Para f1 ≤ 180𝑜 , y1 = f1 (2)
Observação: Para compreender o significado físico desta variável veja as referências [5-8].
Observação: Para compreender o significado físico desta variável veja as referências [5-8].
Observação: Para compreender o significado físico desta variável veja as referências [5-8].
ou
𝑚
∆𝑣2 = 𝑚1 . ∆𝑣1 (12b)
2
Observação: Para compreender o significado físico desta variável veja as referências [5-8].
𝐸ci é a energia cinética inicial do sistema (apenas translacional) formado pelos dois veículos:
𝑚1 .(𝑣1 )2 𝑚2 .(𝑣2 )2
𝐸ci = + (J) (15)
2 2
𝐸cf é a energia cinética translacional final do sistema (translacional e rotacional) formado pelos
dois veículos:
𝑚1 .(𝑢1 )2 𝑚2 .(𝑢2 )2 𝐼1 .(ω1 )2 𝐼2 .(ω2 )2
𝐸cf = + + + (J) (16)
2 2 2 2
Observação: perceba que a energia de danos descrita, isto é, Ed, é a soma das energias relacionadas aos processos
de deformação residual do veículo 1 (Ed1) e do veículo 2 (Ed2), logo: Ed = Ed1 + Ed2.
AVISO DE INCONSISTÊNCIA
Perceba que necessariamente Eci deverá ser maior que Ecf! Caso a energia cinética final do
sistema seja maior ou igual que a energia cinética inicial do sistema, será apresentado um
AVISO DE INCONSISTÊNCIA, alertando para este fato, e não serão apresentados os resultados,
conforme a figura 10.
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Entrada de Dados
Para o veículo 1
massa (m1), unidade: kg
distribuição de probabilidade: Uniforme
(número de A.S. = 5 a 6)
mínimo: 100,00 kg m1,MIN 4.000,00 kg
máximo: (mínimo) m1,MAX 4.000,00 kg
momento de inércia de guinada com relação ao eixo Z que passa pelo CG (I1), unidade: kg.m2
distribuição de probabilidade: Uniforme
(número de A.S. = 3 a 4)
mínimo: 500 kg.m2 IMIN,1 < 6.000 kg.m2
máximo: (mínimo) IMAX,1 6.000 kg.m2
▪ Número de Algarismos Significativos (A.S.) que devem ser considerados para o valor
bruto:
( ) 2 A.S. ( ) 3 A.S. ( ) 4 A.S.
▪ Número de Algarismos Significativos (A.S.) que devem ser considerados para o valor
bruto:
( ) 2 A.S. ( ) 3 A.S. ( ) 4 A.S.
ou
distribuição de probabilidade: Uniforme
- Quando o valor digitado tiver uma casa decimal (número de A.S. = 2 ou 3):
mínimo: 1,0 graus a1MIN 44,0 graus
máximo: mínimo a1MAX 44,0 graus
- Quando o valor digitado tiver uma casa decimal (número de A.S. = 3 ou 4):
mínimo: 1,00 graus a1MIN 44,00 graus
máximo: mínimo a1MAX 44,00 graus
▪ Número de Algarismos Significativos (A.S.) que devem ser considerados para o valor
bruto:
( ) 2 A.S. ( ) 3 A.S.
Para o veículo 2
Nesta etapa, o algoritmo verifica se a relação entre as massas dos veículos é maior que 5 vezes:
m1MAX m2MAX
> 5 ou >5
m2MIN m1MIN
Se pelo menos uma das respostas for verdadeira, emitir o AVISO da figura 11.
momento de inércia de guinada com relação ao eixo Z que passa pelo CG do veículo (I2),
unidade: kg.m2
distribuição de probabilidade: Uniforme
(número de A.S. = 3 a 4)
mínimo: 500 kg.m2 IMIN,2 < 6.000 kg.m2
máximo: (mínimo) IMAX,2 6.000 kg.m2
▪ Número de Algarismos Significativos (A.S.) que devem ser considerados para o valor
bruto:
( ) 2 A.S. ( ) 3 A.S. ( ) 4 A.S.
▪ Número de Algarismos Significativos (A.S.) que devem ser considerados para o valor
bruto:
( ) 2 A.S. ( ) 3 A.S. ( ) 4 A.S.
ou
distribuição de probabilidade: Uniforme
- Quando o valor digitado tiver uma casa decimal (número de A.S. = 2 ou 3):
mínimo: 1,0 graus a2MIN 44,0 graus
máximo: mínimo a2MAX 44,0 graus
- Quando o valor digitado tiver uma casa decimal (número de A.S. = 3 ou 4):
mínimo: 1,00 graus a2MIN 44,00 graus
máximo: mínimo a2MAX 44,00 graus
▪ Número de Algarismos Significativos (A.S.) que devem ser considerados para o valor
bruto:
( ) 2 A.S. ( ) 3 A.S.
desvios padrões (dp) utilizados para as variáveis de entrada com distribuição de probabilidade
Normal:
Deve-se optar por:
( ) 1 dp ( ) 2 dp ( ) 3 dp
Este valor indica a confiabilidade que o usuário deseja utilizar para representar a faixa de valores em torno do
valor médio adotado para a(s) variável(eis) que possui(em) uma distribuição de probabilidade Normal:
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Observações:
- aqui os valores não sofreram operações de arredondamento (chamados de brutos);
- ao clicar no mini-ícone é realizado o download dos 15.000 valores brutos calculados para o vetor
velocidade do veículo 1 imediatamente antes da colisão, na unidade km/h (velocidade_1.csv).
- ao clicar no mini-ícone é realizado o download dos 15.000 valores brutos calculados para o vetor
velocidade do veículo 2 imediatamente antes da colisão, na unidade km/h (velocidade_2.csv).
AVISO DE AMBIGUIDADE
Chama-se a atenção do usuário de que, caso ocorra uma situação particular em que o número
de algarismos significativos (A.S.) dos valores de uma ou mais das variáveis de entrada seja igual
a 2 A.S. e o valor médio bruto calculado para os vetores velocidades dos veículos 1 e/ou 2,
imediatamente antes da colisão, adicionado a 3 desvios padrões, seja maior ou igual que 99,5
km/h, o algoritmo mostrará um aviso para que o usuário aumente o número de A.S. destas
grandezas físicas tal que todas possuam 3 A.S. e refaça os cálculos ou não será possível
apresentar os resultados, conforme a figura 12.
Neste caso, não será permitido gerar o relatório de cálculos estatísticos, sendo apresentado
apenas os valores brutos (sem as operações de arredondamentos).
Observações:
- os resultados dos vetores velocidades do veículo 1 e do veículo 2 imediatamente antes da colisão sempre terão uma distribuição de
probabilidade Normal, conforme previsto pelo Teorema do Limite Central[1];
- μ representa o valor médio e representa o desvio padrão;
- as faixas de valores para a velocidade do veículo 1 e do veículo 2 associadas as confiabilidades são as seguintes:
- 68,3% de confiabilidade: (μ - 1.) km/h v (μ + 1.) km/h
- 95,4% de confiabilidade: (μ - 2.) km/h v (μ + 2.) km/h
- 99,7% de confiabilidade: (μ - 3.) km/h v (μ + 3.) km/h
Na opção “relatório do cálculo estatístico” será possível gerar um relatório com o histórico de
todos os valores de entrada, dos cálculos e dos resultados de forma organizada em um arquivo
no formato: “relatorio-colisao-frontal-nao-central.pdf”. O usuário deverá clicar no botão
“download” para gerar o relatório.
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IMPORTANTE!
Os resultados obtidos pela plataforma eCRASH possuem uma distribuição de probabilidade
Normal, logo os valores médios são aqueles que possuem a maior probabilidade de ocorrer,
enquanto os valores limites mínimo e máximo possuem uma probabilidade menor de ocorrer,
que vai variar conforme a faixa de confiabilidade utilizada!
Os usuários e leitores deste relatório devem estar cientes de que os resultados obtidos com o
uso da plataforma eCRASH não representam, de nenhuma forma, uma interpretação ou
opinião dos desenvolvedores desta plataforma sobre nenhum evento de acidentes de trânsito
ou cálculo de velocidade. Trata-se de um software de serviço de apoio à realização de cálculos
físicos, cuja responsabilidade de fornecimento dos dados de entrada para a realização dos
cálculos e interpretação de vestígios e dos resultados, bem como da utilização dos resultados,
é de inteira responsabilidade do usuário.