A vida e a morte são temas complexos e delicados, especialmente na área da
saúde. Iremos analisar os cinco estágios emocionais do luto do paciente João e sua família. Segundo Elizabeth Kluber-Ross (2017), os cinco estágios fazem parte do processo do luto são: negação e isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. O paciente entrou em estado paliativo depois de um tratamento contra o câncer de pulmão. De acordo Instituto Nacional do Câncer- INCA (2023), os cuidados paliativos “são cuidados de saúde ativos e integrais prestados à pessoa com doença grave, progressiva e que ameaça a continuidade de sua vida” e oferecer aos seus familiares um apoio a um momento tão difícil. É difícil falar sobre a morte e o luto, mas necessitam serem abordados para que todos estejam cientes e preparados. Observamos que João recusava aceitar a gravidade da doença e não discutia o assunto com a família. Já a esposa, ajudava a buscar tratamentos alternativos e não discutia o assunto com ele. Esta fase negação e isolamento é comum acontecer devido a gravidade e de não saber de como encarar esta fase. Vão surgindo falsas esperanças, crenças etc. Podendo até piorar o estado de saúde do paciente. A raiva fica evidente quando João sente que foi injustiçado pela situação. E os filhos que ficaram confusos e angustiados pela falta de comunicação e a sua esposa sente impotente diante a situação. Vemos que a raiva faz parte de não reversão do processo, para o paciente tudo incomoda. E temos que ter parcimônia e saber agir perante a situação. João fez promessas para mudar de estilo de vida e, juntamente com a família, apegar as crenças religiosas para encontrar conforto neste momento. Talvez seja para justificar a sua raiva e adiar do inevitável, que é muito comum na fase da barganha. Joao entrou em depressão e sua família está vivendo esta tristeza profunda e mesmo assim fazendo o possível para dar o apoio emocional ao paciente. A depressão acontece quando não tem mais como esconder da doença. É um momento que entra em um processo de tristeza reflexiva, comum em pacientes em estágio terminal. Ross (2017), cita dois tipos de depressão neste período que são a depressão reativa, que é a perda e prejuízos no âmbito familiar, para chegar à depressão preparatória, que começa o processo da aceitação. Durante o processo da aceitação João buscou aceitar aos poucos a condição terminal, passando mais tempo com sua família, garantindo que seus assuntos estejam em ordem, ficando mais sereno e tranquilo. Já a sua família, cientes e de acordo com a situação, procurando aproveitar ficar mais tempo com o paciente. Nesta fase não é que o paciente desistiu de viver, ele apenas aceitou o processo e cabe a família também aceitar o inevitável. Portanto, o luto é um processo necessário para quem vivencia este período sofrido, porém é cheio de aprendizados. Lembrando que nem todos vão passar nas cinco fases luto nesta ordem. Depende muito do meio social e cultural e da formação psíquica de cada indivíduo que vivencia suas experiências pessoais anteriores.
Referências:
FELIX, F. G.; NOGUEIRA, J. M. Psicologia em Saúde. Recife: Grupo Ser
Educacional, 2019. Pdf.
INCA, Instituto Nacional de Câncer. Cuidados Paliativos. Gov.br, 2023.
Disponível em:< https://www.gov.br/inca/pt-br/assuntos/cancer/tratamento/cuidados- paliativos#:~:text=Defini%C3%A7%C3%A3o-,S%C3%A3o%20os%20cuidados %20de%20sa%C3%BAde%20ativos%20e%20integrais%20prestados %20%C3%A0,a%20continuidade%20de%20sua%20vida.> Acesso em: 02 de novembro de 2023.
KUBLER-ROSS, Elisabeth. Sobre a Morte e o Morrer. 10. ed. São Paulo: