Você está na página 1de 19

ESCOLA SUPERIOR DE JORNALISMO

Delegação Académica de Manica

3˚Ano/1˚ Semestre
Curso: Relações Públicas
Cadeira: Relações Públicas e Responsabilidade Social

Tema: Histórias das Relações Públicas

Discentes:
Adilson Marcos Langa
Constâncio José Gulele
Domingos Vicente Mambone
Frederico Andrade Muazangasse
Ivânia Armando Albino
Suneid Jafar Ismael
Vanny Francisco Sande

Docente: Inocêncio Sicuaio

Chimoio, Março de 2024

1
Índice

1. Introdução.......................................................................................................................3
1.1. Objectivo geral............................................................................................................3
1.2. Objectivos específicos.................................................................................................3
2. Histórias das Relações Públicas.....................................................................................4
2.1. Contexto histórico da actividade de relações públicas.............................................4
2.2. Contexto da origem do curso e dos primeiros profissionais de Relações públicas.8
2.3. Principais desafios da área das Relações Públicas.................................................12
2.4. Principais literaturas do campo das relações públicas..........................................14
2.5. O contexto das relações públicas em Moçambique....................................................15
3. Conclusão......................................................................................................................18
4. Referências Bibliográficas...........................................................................................19

2
1. Introdução

Este presente trabalho teve como objectivo analisar sobre a história das relações
públicas focando nos seguintes aspectos: contexto histórico da actividade de relações
públicas; Contexto da origem do curso e dos primeiros profissionais de Relações
públicas; Principais desafios da área das Relações Públicas; Principais literaturas do
campo das relações públicas e o contexto das relações públicas em Moçambique. O
nascimento das relações públicas está inserido numa época de bastante efervescência
política, directamente ligada aos fluxos e contra fluxos do movimento sindical
americano. Tal mobilização da classe trabalhadora despertou toda uma série de
estratégias para mobilizar a opinião pública, tarefa esta disputada também pela classe
patronal, que, de muitas maneiras, se aglutinou e tomou medidas para organizar-se
como classe, também com a preocupação de granjear uma opinião pública favorável às
suas causas e interesses. Esta profissionalização, em matéria de comunicação, tanto do
sindicalismo como do patronato, fez emergir as relações públicas como actividade
profissional. Desde as antigas civilizações até a era digital, a prática das Relações
Públicas evoluiu em resposta às mudanças sociais, políticas e tecnológicas,
desempenhando um papel fundamental na construção e manutenção de relacionamentos
entre organizações e seus diversos públicos. No desenvolvimento a seguir estará bem
explícito sobre os Subtemas. Depois do desenvolvimento, seguiremos com uma breve
conclusão e uma referência bibliográfica.

1.1. Objectivo geral


 Analisar sobre a história das relações públicas.
1.2. Objectivos específicos
 Falar do contexto histórico da actividade de relações públicas;
 Abordar sobre o contexto da origem do curso e dos primeiros profissionais de
Relações públicas;
 Identificar os principais desafios da área das Relações Públicas;
 Citar as principais literaturas do campo das relações públicas;
 Falar sobre o contexto das relações públicas em Moçambique.

3
2. Histórias das Relações Públicas
2.1. Contexto histórico da actividade de relações públicas

As actividades que hoje associamos a Relações Públicas têm raízes históricas que
remontam a civilizações antigas, mas a prática moderna de Relações Públicas como
uma disciplina organizada começou a emergir no início do século XX. No entanto, é
importante observar que as actividades precursoras das Relações Públicas, como a
comunicação estratégica, a gestão de reputação e o envolvimento com públicos
diversos, podem ser identificadas em diferentes momentos ao longo da história.

A actual arquitectura política, social, económica, cultural, e mesmo geográfica é muito


distinta daquela vigente no início das Relações Públicas de Ivy Lee. A primeira década
do século XX, considerado marco inicial das Relações Públicas como actividade
profissional, regista uma série de fatos que não podem ser ignorados como mola
propulsora para a actividade.

Os Estados Unidos da América (EUA), por exemplo, saiam de uma violenta guerra civil
(1861/1865), que apontaria a ascensão de capitalistas industriais e o declínio do poder
de uma aristocracia rural. Parece importante lembrar que o modelo rural de sociedade
estabeleceu uma relação de exploração de mão-de-obra de base esclavagista e, em um
primeiro momento, as relações capital x trabalho da sociedade industrial estão nelas
alicerçadas. No mesmo período, Alemanha, Itália, Espanha e França deparavam-se com
a ascensão dos partidos socialistas. E a Rússia vivia sua grande Revolução (1917).
Eclodiam, entre os trabalhadores, reivindicações de melhores condições de trabalho,
saúde, habitação e educação, remanescentes da luta do século anterior.

Cabe observar que até meados da década de 1950, de acordo com os autores Wey
(1983) e Penteado (1984), a prática de Relações Públicas limitava-se a poucas
actividades. Além disso, “confundiam-se Relações Públicas com relações sociais e
algumas empresas exibiam ‘profissionais’ que não tinham outras qualificações senão
um nome de família respeitável e um largo círculo de amizades influentes” (WEY,
1983, p. 34, grifo da autora). Embora dizendo serem casos extremos, Penteado critica as
Relações Públicas dessa época, dizendo que, em algumas indústrias, os encarregados
dessa actividade eram parentes próximos ou remotos dos seus proprietários e se
notabilizavam por uma absoluta falta de competência em qualquer outro ramo válido

4
das actividades da empresa. Transformava-se assim uma profissão em sinecura, em um
agradável ‘não ter o que fazer’ bem remunerado” (WEY, 1984, p. 14).

Wey (1983, p. 34) ressalta, também, que apesar de a criação do Departamento de


Relações Públicas da The São Paulo Tramway Light and Power Co. Limited, em 1914,
ser considerado o grande marco das Relações Públicas no Brasil, essas actividades
somente começam a se profissionalizar a partir da metade da década de 1950. Observe-
se que é em 21 de Julho de 1954 que a Associação Brasileira de Relações Públicas é
fundada tendo seus estatutos registados no dia 18 de agosto, em São Paulo.

Com a força da indústria, também se ampliam os investimentos nas actividades de


Relações Públicas, que começam a ser mais profissionais. Nessa direcção, destaca-se
que em 1955 a disciplina de Relações Públicas é introduzida na Escola Superior de
Administração e Negócios, da Fundação de Ciências Aplicadas, em São Paulo e, em
1958, no Rio de Janeiro, é realizado o I seminário de Relações Públicas.

De acordo com Wey, “o seminário visava conscientizar os redactores, na sua maioria


jornalistas, sobre a importância dos modernos serviços de informação governamental,
da sua política e organização” (1983, p. 36).

As relações públicas têm uma história rica e interessante que remonta a muitos séculos.
No entanto, a prática moderna de relações públicas como a conhecemos hoje começou a
ganhar forma no final do século XIX e início do século XX.

O surgimento da actividade das Relações Públicas está directamente relacionado com a


industrialização da sociedade e o surgimento organizações com interesses comerciais e
políticos (Black, 2006), e ainda com o desenvolvimento dos meios de comunicação
social. As Relações Públicas estão intimamente ligadas à Opinião Pública e, assim
sendo, com o desenvolvimento tecnológico dos meios de comunicação social no início
do séc. XX, a informação, as novidades tecnológicas, etc., começavam a chegar a
públicos muito maiores.

Para descrever os aspectos históricos que acompanharam o desenvolvimento da


profissão de Relações Públicas, julgou-se conveniente fazer uma periodização dos fatos,
nos âmbitos mundial e nacional, que marcaram a trajectória dessa área. Essa
demarcação tem carácter didáctico e para torná-la mais clara apresenta-se uma divisão
em quatro (4) momentos que, a nosso ver, mostram a evolução da profissão.

5
O primeiro momento (l882-1948) chamado de "emergência da profissão", pois os fatos
registados naquele período assim o justificam; o segundo momento (1949-l968) de
"consolidação", porque os acontecimentos históricos e evolutivos tanto em nível
mundial como no Brasil assim o requerem; o terceiro momento (1969-1980) de
"aperfeiçoamento", pois especificamente, no Brasil, apesar dos fatos adversos da
sociedade, é o período em que a profissão é regulamentada, bem como, é nessa época
que proliferam os cursos de graduação na área e surge a pós-graduação em
Comunicação Social com área de concentração em Relações Públicas. O quarto
momento (de l98l até os dias atuais) chama de "fundamentação teórica/científica", pois
é o período em que se intensifica a discussão e produção científica na área, a despeito
dos acontecimentos que têm colocado o país em situação de completa desigualdade com
os países do primeiro mundo.

Primeiro Momento - EMERGÊNCIA DA PROFISSÃO (1882-1948)

Os fatos marcantes dessa primeira etapa referem-se ao aparecimento das Relações


Públicas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa; é só no final do período que
o Brasil e a América Latina dão os primeiros sinais de surgimento dessa área. Nesse
primeiro momento é relevante destacar que foi o advento da Revolução Industrial que
proporcionou as condições necessárias para que as Relações Públicas surgissem,
primeiro nos Estados Unidos e depois em alguns países da Europa. A competitividade
entre os donos dos meios de produção e a colocação no mercado de produtos e serviços
que viessem ao encontro das necessidades dos consumidores e usuários, criou, entre os
empresários da época, a necessidade de utilizar mecanismos eficientes de comunicação
para atingir seus públicos.

Segundo Momento - CONSOLIDAÇÃO (L949-L968)

No âmbito mundial, é nesse período que a actividade de Relações Públicas tem um


avanço significativo. Os fatos que merecem destaque nessa fase são os seguintes: No
final da década de 40 (l949), em Londres, reúnem-se profissionais de Relações Públicas
ingleses e holandeses ingleses e holandeses para criar uma associação mundial de
Relações Públicas. Tinham o objectivo de aproximar os profissionais de Relações
Públicas e adoptar normas semelhantes de procedimentos para desenvolver e praticar a
actividade.

6
Terceiro Momento - APERFEIÇOAMENTO (1969-1980)

Escolheu-se essa denominação para esse período porque aconteceram fatos que
marcaram bastante nossa sociedade, em todos os sectores. Foi nessa época que o
Conselho Federal de Educação impôs duas resoluções para o ensino de Comunicação
Social (11/69 e 03/78); também foi nesse período que os cursos de Pós-Graduação em
Comunicação Social iniciam suas actividades, assim como é nessa fase que o Brasil
vive "o milagre económico".

Quarto Momento - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICO/CIENTÍFICA (DE 1981


ATÉ OS DIAS ATUAIS)

Esse período apresenta informações consideradas relevantes para o presente trabalho,


uma vez que é nessa fase (de l981 até os dias atuais) que a produção das dissertações e
teses se consolida. É o período em que, efectivamente os programas de pós-graduação
da área de Comunicação Social geram uma produção considerável, tanto no aspecto
qualitativo, quanto no quantitativo. É nessa fase que, os pesquisadores que atuam
exclusivamente no ensino procuraram aprofundar as discussões teóricas sobre a área de
Relações Públicas. Há, também, um aumento considerável da literatura nacional na
área. As discussões promovidas nos congressos, simpósios, encontros e semanas de
Relações Públicas revelam um salto qualitativo por parte dos promotores e dos
participantes.

Durante o século XX, as práticas das relações públicas evoluíram para se tornar uma
parte essencial das estratégias de comunicação das organizações, governos e figuras
públicas. Com o avanço da tecnologia e a globalização, as relações públicas tornaram-se
ainda mais complexas e abrangentes, incorporando médias sociais, marketing digital e
gestão de crises.

No contexto histórico, as relações públicas começaram a ganhar destaque durante a


Primeira Guerra Mundial, quando o governo dos Estados Unidos recorreu a estratégias
de comunicação para mobilizar o apoio público à guerra. Após a guerra, empresas e
organizações também viram o valor da comunicação estratégica para moldar a
percepção pública.

7
2.2. Contexto da origem do curso e dos primeiros profissionais de
Relações públicas

Estudos realizados por James Grunig, grande estudioso da área, apontam que as
Relações Públicas surgiram há mais de 5 mil anos na aristocracia da China de forma
rudimentar. Porém, as relações públicas como campo profissional são estudadas a partir
do início do século XX, ou seja, há cerca de 100 anos. Como podemos ver, esse campo
de estudo é relativamente recente.

Ele surgiu nos EUA a partir da necessidade que as empresas viram de se comunicar com
seus públicos para gerar uma imagem positiva. Naquela época, estava em andamento
uma era acelerada de crescimento, marcada pela mecanização dos processos e
exploração dos trabalhadores.

É entendido que a profissão de Relações Públicas foi criada em resposta a uma


necessidade tanto social como económica, por forma a combater as exigências de um
mundo em constantes e rápidas mudanças (Boiry, 1998).

Os primeiros profissionais de Relações Públicas eram frequentemente recrutados entre


jornalistas, publicitários e profissionais de marketing que demonstravam habilidades
para lidar com a comunicação corporativa e a gestão de relacionamentos com o público.

Edward Bernays e Ivy Lee, foram figuras chave na formação dos primeiros
profissionais de Relações Públicas. Eles contribuíram significativamente para a
definição dos princípios e técnicas que fundamentam a prática moderna de Relações
Públicas.

É comummente aceite pelos variados investigadores de Relações Públicas, como


CHAUMELY & HUISMAN12, que Ivy Lee é o verdadeiro fundador das Relações
Públicas, devido ao fato do mesmo ser o fundador do primeiro escritório mundial de
Rel. Públicas, no ano de 1906, em Nova Iorque, é consenso que o início da profissão
aconteceu quando William H. Vanderbilt, filho do Comodoro Cornelius Vanderbilt,
pronunciou a famosa expressão: The public be damned (O público que se dane). A
declaração, segundo Gurgel13, teria sido feita, em 1882, a um grupo de jornalistas de
Chicago sobre o interesse público a respeito de um novo trem expresso entre Nova
Iorque e Chicago. Vanderbilt, diante do descrédito que sua declaração produziu, tentou
desmenti-la, em entrevista posterior ao “New York Times”.

8
Ivy Lee fundou seu próprio escritório de relações públicas e trabalhou para grandes
corporações para melhorar sua imagem e aumentar seus lucros. Ele reinventou a forma
como as organizações se colocavam no mundo.

Ele pregava a humanização dos modelos de negócio e defendia a transparência,


pregando a máxima: “O público deve ser informado”.

Isso sedimenta até hoje a forma como as relações públicas são vistas pelos estudiosos
em comunicação: uma actividade para optimizar a relação entre públicos e empresas,
com o objectivo de melhorar a experiência desses públicos.

Edward Louis Bernays é também considerado um dos “pais” das Relações Públicas.
Terá sido este o autor do primeiro livro da disciplina das Relações Públicas, em 1919, e
foi ainda o primeiro a leccionar a disciplina de Relações Públicas, no caso, na
Universidade de Nova Iorque (Pato, 2009). Segundo Cabrero e Cabrero, 2001, terá sido
este a estabelecer os princípios, a ética e as bases profissionais das Relações Públicas, o
que levou a que os mais variados tipos de organizações começassem a aceitar e a
utilizar as suas ideias.

Bernays encarava a sociedade americana como um “rebanho instinto”. O autor sentia


que devia adequar a sua actividade às características de cada comunidade para poder
atingir os seus objectivos. Segundo este, a publicidade de bens e serviços permite o
controlo de massas e de conjuntos de pessoas com o ou os mesmos interesses. Porém
era importante perceber que a Opinião Pública era criada por este mesmo “rebanho
instinto” e que assim, era preciso evitar problemas como motins e reivindicações contra
as organizações (Pato, 2009).

A evolução nas técnicas de impressão e o aparecimento dos meios de comunicação


ofereceram muitos canais de comunicação e modos de chegar ao público-alvo (Black,
2006). Assim, os meios de comunicação social devem ser introduzidos na realidade da
criação de opiniões em massa, na criação da Opinião Pública.

9
Assim, Edward Bernays teve um papel fundamental no contexto histórico do
nascimento das Relações Públicas, uma vez que a sua determinação em busca de regras
e ética levou a que o Relações Públicas adquirisse o estatuto de uma “necessidade
institucional”, ou seja, “uma profissão requerida por qualquer organização, seja ela
financeira, política, religiosa, etc., para conseguir obter, como objecto final, a persuasão
da Opinião Pública.” (Cabrero e Cabrero, 2001:130).

Gurgel (1985) conta que em 1897, o assunto dos caminhos-de-ferro nos Estados Unidos
estava na ordem do dia e que a Associação das Estradas de Ferro dos Estados Unidos
terá empregado, pela primeira vez, a expressão Relações Públicas tal como nos
referimos a estas nos dias de hoje.

A actividade de Relações Públicas representava à época uma solução necessária na


ligação entre as entidades com a sociedade, já que as suas técnicas e métodos permitiam
aos políticos e empresários tornarem-se mais próximos com as comunidades locais
(Bland,1994).

Isto era útil quer aos empresários que começavam a lidar com outras empresas
concorrentes, com manifestações e greves dos seus funcionários que colocavam o nome
da empresa em causa, quer aos políticos e aos partidos políticos que tinham os seus
opositores.

Assim, surgiam as Relações Públicas como elo de ligação entre as organizações e a


Opinião Pública que se gerava contrária à das empresas (Pato, 2009). Foi neste cenário
que surgiu no panorama norte-americano, Ivy Lee, a sugerir uma nova forma de
abordagem para o relacionamento das organizações com os seus públicos (Gurgel,
1985).

A primeira actividade de Ivy Lee como profissional de Relações Públicas surgiu então
em 1906 durante uma greve numa empresa que actuava no sector da indústria de carvão.
Durante este tumulto, Lee teve um papel muito importante e que veio mudar o
paradigma relativo à forma como se olhava para os públicos. Lee, de uma forma
inovadora, veio defender a ideia de que “o público deve ser informado” (Pato, 2009).

10
É no seguimento desta ideia que o profissional de Relações Públicas criou o seu
primeiro modelo de actividade, que, segundo Ivy Lee, tem como ideia chave o seguinte:

“Este não é um departamento de imprensa secreto. Todo o nosso trabalho é feito às


claras. Pretendemos divulgar notícia e não distribuir anúncios. Se acharem que o nosso
assunto ficaria melhor como matéria paga, não o publiquem. Nossa informação é
exacta”. (Gurgel, 1985:14).

Ou seja, Ivy Lee, centra os seus objectivos em prol do bem das empresas e das
organizações no diálogo com os públicos e com os assuntos que realmente interessam
aos públicos.

Em 1916, Ivy Lee dá um enorme passo na história das Relações Públicas ao criar uma
empresa de consultoria de Relações Públicas. Começa assim a ganhar relevo o papel
social dos negócios e começa a notar-se que a imagem e o seu tratamento têm um papel
importante para a evolução social da empresa, assim como para a evolução dos bons
resultados (Pato, 2009). Com isto, começam a surgir os sindicatos como forma de
facilitar o diálogo e a este propósito Cabrero e Cabrero, (2001:20) diz que “esta
actividade de alta direcção está orientada para conseguir a credibilidade e confiança dos
públicos, mediante negociações pessoais”.

11
2.3. Principais desafios da área das Relações Públicas

Os desafios são situações ou problemas que exigem esforço, habilidade e criatividade


para serem superados. Na área de relações públicas, os desafios podem se manifestar
como obstáculos que os profissionais precisam enfrentar e resolver para alcançar seus
objectivos, seja na gestão da reputação, na comunicação eficaz com o público ou na
adaptação a mudanças no ambiente mediático e social.

Alguns dos principais desafios enfrentados pela área de relações públicas incluem:

 Gestão de Crises

Lidar com crises de imagem e gerenciar a comunicação em momentos desafiadores é


um dos principais desafios para os profissionais de relações públicas.

 Mudanças na Média e Comunicação

A evolução das médias sociais e a rápida mudança no cenário da comunicação exigem


que os profissionais de relações públicas se adaptem constantemente a novas
plataformas e estratégias.

 Transparência e Credibilidade

Manter a transparência e a credibilidade nas comunicações é essencial, mas também


pode ser um desafio em um ambiente onde a desinformação e a falta de confiança são
preocupações crescentes.

 Gestão de Reputação

Construir e manter uma boa reputação para as organizações em um mundo altamente


conectado e susceptível a escrutínio público é um desafio constante.

 Avaliação de Impacto

Medir o impacto das actividades de relações públicas e demonstrar o retorno sobre o


investimento de forma tangível continua sendo um desafio para muitos profissionais da
área.

12
 Diversidade e Inclusão

A promoção da diversidade e inclusão nas estratégias de relações públicas, garantindo


representatividade e sensibilidade cultural em todas as comunicações, é um desafio
crescente.

 Velocidade da Informação

Com a velocidade das notícias e informações, os profissionais de relações públicas


precisam ser ágeis na gestão de crises e na resposta a eventos inesperados.

 Integração Multicanal

Garantir uma comunicação integrada e consistente em diversos canais, tanto online


quanto offline, é um desafio constante em um ambiente de média fragmentada.

 Ética e Responsabilidade Social

A manutenção de altos padrões éticos e a incorporação da responsabilidade social


corporativa nas práticas de relações públicas são desafios importantes em um mundo
cada vez mais atenta às questões éticas e sociais.

13
2.4. Principais literaturas do campo das relações públicas

As principais literaturas do campo das relações públicas incluem obras que abordam
teorias da comunicação, estratégias de relações públicas, gestão de crises e marketing.
As revistas académicas especializadas e publicações de associações profissionais são
fontes importantes de literatura sobre o tema. Algumas obras importantes no campo das
relações públicas incluem:

 Planeamento de Relações Públicas na Comunicação Integrada" (Margarida


Maria Krohling Kunsch);
 Relações Públicas e Modernidade: Novos Paradigmas na Comunicação
Organizacional". (Margarida Maria Krohling Kunsch);
 Relações Públicas na contemporaneidade (Bianca Marder Dreyer);
 Gestão de crises e comunicação (João José Forni);
 Comunicação empresarial e sustentabilidade (Wilson da Costa Bueno);
 Relações públicas comunitárias: A comunicação numa perspectiva dialógica e
transformadora. (Margarida Maria Krohling Kunsch);
 O que é comunicação estratégica nas organizações? (Ivone de Lurdes Oliveira e
Maria Parecida de Paula);
 Públicos — como identificá-los em nova visão estratégica (Fábio França);
 COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL - VOL.1. (MARGARIDA MARIA
KROHLING KUNSCH);
 Introdução a Teoria das Relações Públicas (Gisela Gonsalves);
 Relacoes Publicas - Teoria Contexto e Relacionamentos (Fábio Franca / James
E. Grunig / Maria A. Ferrari);
 Relações Públicas e Comunicação Organizacional: Desafios da Globalização
(PADAMO, CELMA E EVANDRO OLIVEI);
 Relações Públicas e Comunicação Organizacional: das práticas à
institucionalização académica (Margarida Maria Krohling Kunsch).

14
2.5. O contexto das relações públicas em Moçambique

Em Moçambique, as relações públicas desempenham um papel significativo no


contexto empresarial, governamental e social. Com o crescimento económico do país e
o aumento da presença de empresas nacionais e internacionais, a importância das
relações públicas para construir e manter a reputação das organizações tem crescido.

No sector governamental, as relações públicas desempenham um papel crucial na


comunicação com o público, tanto para informar sobre políticas e programas
governamentais quanto para promover a transparência e a prestação de contas.

O sistema político de Moçambique é presidencialista, ou seja, o Presidente da República


é simultaneamente Chefe de Estado e do Governo. Tanto o Presidente da República
como os deputados da Assembleia da República são eleitos simultaneamente (eleições
gerais) por sufrágio universal, para um mandato de cinco anos, renovável apenas uma
vez. O Presidente da República é por isso o epicentro de toda a comunicação
governamental de Moçambique.

A comunicação governamental é da responsabilidade do Gabinete de Informação de


Moçambique (GABINFO), criado por Decreto Presidencial em Outubro de 1995.
Subordinado ao Gabinete do Primeiro Ministro, o GABINFO supervisiona a
comunicação de todos os organismos estatais e órgãos de comunicação públicos, presta
assessoria ao executivo em questões específicas da área da comunicação, promovendo,
entre outros, a divulgação e acesso à informação sobre as actividades governamentais.
Compete igualmente a este órgão o registo e licenciamento dos meios de comunicação
social.

O GABINFO veio substituir o Ministério da Informação, muito associado à história da


censura no país, extinto aquando da adopção do sistema multipartidário, após as
eleições de 1994. A aprovação da Lei da Imprensa em 1991 e da Lei do Direito à
Informação, em 2014, constituíram dois importantes ganhos na democracia
moçambicana.

15
Em paralelo, existe também o Gabinete de Imprensa da Presidência da República que é
da exclusiva tutela do Chefe de Estado. O Adido de Imprensa, que dirige o Gabinete de
Imprensa do Presidente da República, é o responsável pela comunicação da Ponta
Vermelha, sede oficial do governo, e reporta as suas actividades directamente ao
Presidente. Tal como em muitos países ocidentais, a comunicação do governo de
Moçambique está centrada numa elite profissional e política que controla a informação
e a sua disseminação. Também nas democracias recentes, a comunicação do governo é
controlada e usada estrategicamente para exercer o poder (Bennett, 2001:16).

Embora pouco valorizada em Moçambique, é interessante notar que o Instituto Nacional


de Emprego e Formação Profissional (IEFP), do Ministério de Trabalho, incluiu as
funções de Técnico Superior de Relações Públicas na “Classificação Nacional de
Profissões de Moçambique”, segundo lembra no seu livro “Comunicação Social e
Relações Interculturais”, o académico e investigador moçambicano destas matérias,
Afonso Vaz Vassoa.

Segundo o IEFP, o Técnico Superior de Relações Públicas “planeia, elabora, organiza e


controla acções de comunicação para estabelecer, manter e aperfeiçoar o conhecimento
mútuo entre entidades ou grupos e o público com que estes estejam, directa ou
indirectamente, relacionados; estabelece os canais de comunicação entre a
administração e/ou a direcção e os públicos internos, externos e mistos; analisa as suas
opiniões, utilizando técnicas apropriadas e propondo medidas tendentes à criação,
manutenção e modificação da imagem das entidades ou grupo; colabora com os
departamentos, sempre que as acções destes possam influenciar a opinião pública;
colabora com as respectivas administrações e/ou direcções na definição de políticas de
comunicação; é responsável pelo contacto com a Comunicação Social e assegura a
divulgação das matérias informativas, tais como textos e fotos. Pode organizar o
acolhimento e a integração de novos profissionais da empresa e do serviço de protocolo
nas relações sociais, tais como a recepção, acompanhamento e apoio”.

16
Além disso, as organizações não-governamentais em Moçambique frequentemente
utilizam estratégias de relações públicas para promover causas sociais, angariar fundos e
aumentar a conscientização sobre questões importantes, como saúde, educação e
desenvolvimento comunitário.

No contexto empresarial, as relações públicas são essenciais para gerir a reputação das
empresas, estabelecer e manter relacionamentos com os stakeholders, lidar com crises e
promover uma comunicação eficaz tanto interna quanto externamente.

17
3. Conclusão

Chegado ao fim do nosso trabalho, o grupo concluiu que, as actividades que hoje
associamos a Relações Públicas têm raízes históricas que remontam a civilizações
antigas, mas a prática moderna de Relações Públicas como uma disciplina organizada
começou a emergir no início do século XX. Um marco importante na história das
relações públicas foi a criação, em 1904, por Ivy Lee, considerado o pai das relações
públicas modernas, da primeira agência de relações públicas nos Estados Unidos.
Edward Bernays e Ivy Lee, foram figuras chave na formação dos primeiros
profissionais de Relações Públicas. Eles contribuíram significativamente para a
definição dos princípios e técnicas que fundamentam a prática moderna de Relações
Públicas. A actividade de Relações Públicas representava à época uma solução
necessária na ligação entre as entidades com a sociedade, já que as suas técnicas e
métodos permitiam aos políticos e empresários tornarem-se mais próximos com as
comunidades locais. Os desafios são situações ou problemas que exigem esforço,
habilidade e criatividade para serem superados. Na área de relações públicas, os
desafios podem se manifestar como obstáculos que os profissionais precisam enfrentar e
resolver para alcançar seus objectivos, seja na gestão da reputação, na comunicação
eficaz com o público ou na adaptação a mudanças no ambiente mediático e social. Em
Moçambique, as relações públicas desempenham um papel significativo no contexto
empresarial, governamental e social. Com o crescimento económico do país e o
aumento da presença de empresas nacionais e internacionais, a importância das relações
públicas para construir e manter a reputação das organizações tem crescido.

18
4. Referências Bibliográficas

FRANCO João. As Relações Públicas numa organização. Coimbra, Setembro de 2016.

SILVA Sandro. RELAÇÕES PÚBLICAS: História e Contextualização. São Paulo, SP, 5


e 6 de Novembro de 2010.

CHAUMELY Jean, HUISMAN Denis. As Relações Públicas. São Paulo: Difusão


Européia. 1964.

MOURA Cláudia. HISTÓRIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS: FRAGMENTOS DA


MEMÓRIA DE UMA ÁREA. PORTO ALEGRE. 2008.

NETA STÉLIA. RELAÇÕES PÚBLICAS GOVERNAMENTAIS E CONSTRUÇAO DA


IDENTIDADE NACIONAL: O caso das Presidências Abertas de Armando Guebuza em
Moçambique. Maputo – Moçambique. 2018.

PAUL Leandro. A COMUNICAÇÃO EMPRESARIAL EM MOÇAMBIQUE. Maputo


2016.

Autores

Wey (1983). Penteado (1984). Black, (2006). Boiry, (1998). Pato, (2009). Cabrero e
Cabrero, (2001). Black, (2006). Gurgel (1985). Bland,(1994). CHAUMELY &
HUISMAN12. Bennett, (2001:16).

19

Você também pode gostar