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ARQUITETURA ESCOLAR

A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NO APRENDIZADO:


PROJETO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE ENSINO
FUNDAMENTAL II E MÉDIO EM SÃO VICENTE.

Victoria Mateus Lopes


ARQUITETURA ESCOLAR
A INFLUÊNCIA DA ARQUITETURA NO APRENDIZADO:
PROJETO DE UMA ESCOLA PÚBLICA DE ENSINO
FUNDAMENTAL II E MÉDIO EM SÃO VICENTE.

Centro Universitário São Judas Tadeu – CSJT


Graduação de Arquitetura e Urbanismo
TFG – Trabalho Final de Graduação

VICTORIA MATEUS LOPES

Orientadores: Camila Garcia Aguilera


Paulo Silva Leite Flores

SANTOS | SÃO PAULO


2023
AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar agradeço, а Deus, qυе fez com que meus objetivos fossem alcançados, durante
todos os meus anos de estudos.
Agradeço aos meus pais Luiz e Rosangela, pela sua presença e amor incondicional na minha vida
sempre. Esta monografia é a prova de que os esforços deles pela minha educação não foram em vão e
valeram a pena, também ao meu namorado Felipe que esteve junto comigo em todos esses anos de curso,
pelo companheirismo e ajuda nos momentos difíceis, sempre acreditando no meu potencial.
Agradeço pela confiança depositada pela minha orientadora Professora Camila Garcia e ao professor
Paulo Flores que dedicou inúmeras horas para sanar as minhas questões e me colocar na direção correta.

DEDICATÓRIA

Este trabalho de pesquisa é dedicado aos meus pais. Os dois maiores incentivadores das realizações
dos meus sonhos, também dedico aos professores do curso de arquitetura e urbanismo que me forneceram
todas as bases necessárias para a realização deste trabalho, agradeço com profunda admiração pelo
profissionalismo durante esses anos de estudo e a todos os meus colegas de classe que estiveram comigo
durante toda a jornada.

03
“Uma educação capaz de salvar a humanidade não é tarefa
pequena. Envolve o desenvolvimento espiritual do ser humano, o
aprimoramento de seu valor individual, e a preparação dos jovens
para compreenderem o tempo em que vivem.”
Maria Montessori.

04
RESUMO

A educação é a chave principal para um bom censo de 2010 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
desenvolvimento humano e social, portanto esta deve ser Estatística). A mancha de expansão dos assentamentos precários
desenvolvida de forma séria e objetiva, uma educação de como: Dique das Cachetas, do Dique do Bugre, do Dique
qualidade pode mudar o rumo da sociedade, principalmente Sambaiatuba e Batuíra apresentada nas imagens no transcorrer
daquelas com baixa qualidade de vida e renda. Além disso, as deste trabalho evidencia um maior número de pessoas assentadas
escolas podem ser ferramentas educativas para transmitir no local, apesar disto o entorno é bem servido de comercio e
assistência e empatia, além disso é de extrema importância estruturas urbanas que podem ser melhor desenvolvidas.
respeitar a personalidade de cada indivíduo, estimular o cérebro da
criança. Autocontrole, autorrespeito e confiança assim melhorando Palavras-chaves: Educação, metodologia, escola, arquitetura.
a convivência interpessoal, estes pontos foram aplicados à
metodologia proposta no projeto. Neste contexto, é importante que
a arquitetura funcione não apenas para construir, mas também
para apoiar a educação e permitir a descoberta e a interação entre
os usuários. A Metodologia Montessori é forte aliada da
arquitetura para o alcance dessas potencialidades, por ser uma
das primeiras tendências pedagógicas a reconhecer a criança
como ser individual, portadora de desejos e aspirações. A pesquisa
de sua fundadora, Maria Montessori, foi importante na criação de
materiais didáticos e orientações para o cotidiano escolar, visando
despertar a curiosidade e a descoberta dos alunos. A arquitetura é
o ponto mais importante para o ambiente escolar juntamente com
a metodologia Montessori, para prover um ambiente mais
confortável para os alunos. O presente trabalho apresenta uma
proposta de uma escola de ensino fundamental II e médio para a
cidade de São Vicente – SP no bairro Jockey Clube, esse bairro foi
escolhido pelo fato das outras escolas próximas terem suas salas
de aula superlotadas além de não contemplarem os ensinos médio
e fundamental dois, através do estudo pude observar que o local
conta apenas com escolas de fundamental I gerando assim uma
demanda educacional para o bairro em questão, também pelo fato
do número de famílias ter aumentado significativamente desde o

05
ABSTRACT

Education is the main key to good human and social The expansion spot of precarious settlements such as: Dique das
development, so it must be developed in a serious and objective Cachetas, Dique do Bugre, Dique Sambaiatuba and Batuíra shown
way, quality education can change the course of society, especially in the images throughout this work shows a greater number of
those with low quality of life and income. In addition, schools can people settled in the place, despite this the surroundings are well
be educational tools to transmit assistance and empathy, in served by commerce and urban structures that can be better
addition, it is extremely important to respect the personality of each developed.
individual, to stimulate the child's brain. Self-control, self-respect
and confidence thus improving interpersonal coexistence, these Keywords: Education, methodology, school, architecture.
points were applied to the methodology proposed in the project. In
this context, it is important that the architecture works not only to
build, but also to support education and allow discovery and
interaction between users. The Montessori Methodology is a
strong ally of architecture to reach these potentialities, as it is one
of the first pedagogical trends to recognize the child as an
individual being, bearer of desires and aspirations. The research of
its founder, Maria Montessori, was important in the creation of
teaching materials and guidelines for everyday school life, aimed at
awakening curiosity and discovery in students. As a main point, the
importance of architecture for the school environment and the
Montessori Methodology. The present work presents a proposal
for an elementary school II and high school for the city of São
Vicente - SP in the Jockey Clube neighborhood, this neighborhood
was chosen because the other nearby schools have their
classrooms overcrowded in addition to not contemplating the
teachings middle and elementary two, through the study I was able
to observe that the place has only elementary schools, thus
generating an educational demand for the neighborhood in
question, also due to the fact that the number of families has
increased significantly since the 2010 census of the IBGE (Institute
Brazilian Institute of Geography and Statistics).

06
LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - COMUNIDADE PRIMITIVA. FIGURA 18 - ANTIGA PISTA DE CORRIDA.


FIGURA 2 - PANDEIA GREGA. FIGURA 19 - PONTA DA ILHA SAMBAIATUBA, NO BAIRRO JÓQUEI
CLUBE, NO ANO DE 2009.
FIGURA 3 - ESCOLAS NO SÉCULO 19.
FIGURA 20 - PONTA DA ILHA SAMBAIATUBA, NO BAIRRO JÓQUEI
FIGURA 4 - ESCOLAS NO SÉCULO 21.
CLUBE, NO ANO DE 2023.
FIGURA 5 - ESCOLAS NA PANDEMIA.
FIGURA 21 - BATUÍRA, NO BAIRRO JÓQUEI CLUBE, NO ANO DE
FIGURA 6 - ENSINO NO BRASIL COLONIAL. 2009.
FIGURA 7 - IMAGEM DA FAMÍLIA REAL. FIGURA 22 - BATUÍRA, NO BAIRRO JÓQUEI CLUBE, NO ANO DE
2023.
FIGURA 8 - – EX-PRESIDENTE GETÚLIO VARGAS.
FIGURA 23 - BUGRE, NO BAIRRO JÓQUEI CLUBE, NO ANO DE 2009.
FIGURA 9 - PRIMEIRA INSTALAÇÃO DA ESCOLA DO POVO, NO
LARGO BATISTA PEREIRA. FIGURA 24 - BUGRE, NO BAIRRO JÓQUEI CLUBE, NO ANO DE 2023.

FIGURA 10 - ESCOLA DO POVO. FIGURA 25 - MAPA DE ESCOLAS PELA REGIÃO


FIGURA 11 - MOBILIÁRIO INTERATIVO. FIGURA 26 - MAPA DE CHEIOS E VAZIOS 57

FIGURA 12 - MOBILIÁRIO INTERATIVO. FIGURA 27 - MAPA DE USO E OCUPAÇÃO DO SOLO.

FIGURA 13 - MARIA MONTESSORI. FIGURA 28 - MAPA DE GABARITOS


FIGURA 14 - TAXA DE ESCOLARIZAÇÃO DE 6 A 14 ANOS DE FIGURA 29 - MAPA DE ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS.
IDADE.
FIGURA 30 - MAPA DE HIERARQUIA VIÁRIA.
FIGURA 15 - LOCALIZAÇÃO AMPLIADA.
FIGURA 31 - MAPA DE FLUXO DE VEÍCULOS.
FIGURA 16 - LOCALIZAÇÃO DO PROJETO.
FIGURA 32 - MAPA DE PONTOS DE ÔNIBUS.
FIGURA 17 - ANTIGA PISTA DE CORRIDA, DO BAIRRO JÓQUEI
FIGURA 33 - MAPA DE ÁREAS VERDES E ESTRUTURAS VERDES.
CLUBE.

07
lista de figuras

FIGURA 36 - Dados Populacionais De São Vicente E Jockey Club. FIGURA 54 - Planta Baixa, Sesc – Ce.
FIGURA 37 - Velocidade Média Do Vento Em São Vicente. FIGURA 55 - Diagramas.
FIGURA 38 - Direção Do Vento Em São Vicente. FIGURA 56 - Corte Aa, Sesc – Ce.
FIGURA 39 - Clima Em São Vicente. FIGURA 57 - Corte Bb, Sesc – Ce.
FIGURA 40 - Gráfico Do Nascer E Pôr Do Sol Com Crepúsculo Em FIGURA 58 - Espaço Interno.
São Vicente.
FIGURA 59 - Fachada Principal Escola Fde.
FIGURA 41 - Nível De Conforto E Umidade Em São Vicente.
FIGURA 60 - Imagem Lateral.
FIGURA 42 – Trajeto Solar Do Terreno.
FIGURA 61 - Implantação Fde.
FIGURA 43 – Estudo De Sombras.
FIGURA 62 - Fachada Fde.
FIGURA 44 - Imagem A Partir Da Av. Sen. Salgado Filho.
FIGURA 63 - Local Do Projeto Escola Montessori.
FIGURA 45 - Imagem A Partir Da R. Jurandir Silveira Dantas.
FIGURA 64 - Entrada Principal Montessori.
FIGURA 46 - Imagem A Partir Da R. Jurandir Silveira Dantas, Outra
FIGURA 65 - Planta Pavimento Térreo Escola Montessori.
Extremidade.
FIGURA 66 - Corte Escola Montessori.
FIGURA 47 - Imagem A Partir Da R. Jorge Monteiro.
FIGURA 67 - Corte 02 Escola Montessori.
FIGURA 48 - – Imagem A Partir Da R. Jorge Monteiro.
FIGURA 68 – Fluxograma E Organograma.
FIGURA 49 - Mapa De Microáreas.
FIGURA 69 – Croqui 01
FIGURA 50 - Mapa De Macrozonas.
FIGURA 70 – Croqui 02
FIGURA 51 - Mapa De Zoneamento.
FIGURA 71 – Croqui 03
FIGURA 52 - Local Do Projeto Sesc-Ce.
FIGURA 53 - Fachada Principal Sesc – Ce.

08
lista de figuras

FIGURA 34 - PERCENTUAL POPULACIONAL HOMENS E FIGURA 49 - MAPA DE MICROÁREAS.


MULHERES DA CIDADE DE SÃO VICENTE.
FIGURA 50 - MAPA DE MACROZONAS.
FIGURA 35 - PERCENTUAL POPULACIONAL HOMENS E
FIGURA 51 - MAPA DE ZONEAMENTO.
MULHERES DO BAIRRO JOCKEY CLUB.
FIGURA 52 - FACHADA PRINCIPAL SESC – CE.
FIGURA 36 - DADOS POPULACIONAIS DE SÃO VICENTE E JOCKEY
CLUB. FIGURA 53 - PLANTA BAIXA, SESC – CE.
FIGURA 37 - VELOCIDADE MÉDIA DO VENTO EM SÃO VICENTE FIGURA 54 - DIAGRAMAS.
FIGURA 38 - DIREÇÃO DO VENTO EM SÃO VICENTE. FIGURA 55 - CORTE AA, SESC – CE.
FIGURA 39 - CLIMA EM SÃO VICENTE. FIGURA 56 - CORTE BB, SESC – CE.
FIGURA 40 - GRÁFICO DO NASCER E PÔR DO SOL COM FIGURA 57 - ESPAÇO INTERNO.
CREPÚSCULO EM SÃO VICENTE.
FIGURA 58 - FACHADA PRINCIPAL ESCOLA FDE.
FIGURA 41 - NÍVEL DE CONFORTO E UMIDADE EM SÃO VICENTE.
FIGURA 59 - IMAGEM LATERAL.
FIGURA 42 – TRAJETO SOLAR DO TERRENO.
FIGURA 60 - IMPLANTAÇÃO FDE.
FIGURA 43 – ESTUDO DE SOMBRAS.
FIGURA 61 - FACHADA FDE.
FIGURA 44 - IMAGEM A PARTIR DA AV. SEN. SALGADO FILHO.
FIGURA 62 - LOCAL DO PROJETO ESCOLA MONTESSORI.
FIGURA 45 - IMAGEM A PARTIR DA R. JURANDIR SILVEIRA
FIGURA 63 - ENTRADA PRINCIPAL MONTESSORI.
DANTAS.
FIGURA 64 - PLANTA PAVIMENTO TÉRREO ESCOLA
FIGURA 46 - IMAGEM A PARTIR DA R. JURANDIR SILVEIRA
MONTESSORI.
DANTAS, OUTRA EXTREMIDADE.
FIGURA 65 - CORTE ESCOLA MONTESSORI.
FIGURA 47 - IMAGEM A PARTIR DA R. JORGE MONTEIRO.
FIGURA 66 - CORTE 02 ESCOLA MONTESSORI.
FIGURA 48 - – IMAGEM A PARTIR DA R. JORGE MONTEIRO.

09
lista de figuras

FIGURA 67 – FLUXOGRAMA E ORGANOGRAMA.


FIGURA 68 – CROQUI 01
FIGURA 69 – CROQUI 02
FIGURA 70 – CROQUI 03
FIGURA 71 – SETORIZAÇÃO NO TERRENO.
FIGURA 72 – SETORIZAÇÃO DA EDIFICAÇÃO
FIGURA 73 – IMPLANTAÇÃO VOLUMETRIA.

10
LISTA DE TABELAS

GRÁFICO 1 - RENDA PER CAPITA DAS FAMÍLIAS COM FILHOS


NAS REDES PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA.
GRÁFICO 2 - EVOLUÇÃO DAS TAXAS DE APROVAÇÃO POR ETAPA
DE ENSINO BRASIL 2010-2020.
GRÁFICO 3 - TAXA DE APROVAÇÃO NOS ENSINOS
FUNDAMENTAL E MÉDIO POR SÉRIE/ANO BRASIL 2020.
TABELA 4 - QUADRO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO
E CULTURA (ABEC), QUE EVIDENCIA A GRANDE DIFERENÇA
ENTRE OS MÉTODOS.
GRÁFICO 5 - PERCENTUAL DE CRIANÇAS FORA DA ESCOLA EM
2020.
GRÁFICO 6 - ABANDONO E REPROVAÇÃO ESCOLARES.
TABELA 7 – PROGRAMA DE NECESSIDADES.

11
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO Introdução 16

A história da escola no mundo 18

2 CONTEXTUALIZAÇÃO
A desenvolvimento das escolas no brasil
A contextualização das escolas em São Vicente
25
32

3
Problemática 35
PROBLEMÁTICA E Justificativa 36
JUSTIFICATIVA

4 OBJETIVO Objetivo 38

12
SUMÁRIO

5 METODOLOGIA Terreno
Levantamento socioeconômico
Levantamento espacial
40
40
40
Levantamento ambiental 40
Referências 40
Programa 40
Desenvolvimento do Projeto 41

Arquitetura escolar

6
43
REFERENCIAL TEÓRICO Ambiente educacional 44
O método Montessori 51
Breve histórico de São Vicente

Localização 53

7 ANÁLISE URBANA
Potenciais e limitações
Mapa de setorização de escolas na região
Mapa de cheios e vazios
58
59
60
Uso e ocupação do solo 61
Mapa de gabarito 62
Assentamentos precários 63
Sistema de circulação/viário 64
Fluxo de veículos 65
Pontos de ônibus 66
Áreas verdes e estruturas verdes 67
População residente e usuária 68
Aspecto de conforto ambiental 71
Estudo solar do local 72
Estudo de sombras 73
Levantamento fotográfico 74

13
SUMÁRIO

9 REFERÊNCIAS PROJETUIAS ESCOLA EDUCAR II SESC-CE / REDE DE


ARQUITETOS
FDE – ESCOLA VÁRZEA PAULISTA / FGMF
85

87
ESCOLA MONTESSORI / MARLON 89
BLACKWELL ARCHITECTS

Apresentação 92

10 PROPOSTA DE PROJETO Conceito


Programa de necessidades
Fluxograma/Organograma
93
94
96
Partido 98
Croqui 99
Setorização - Estudo 100
Volumetria implantação – Estudo 102
Setorização - Final 103
Volumetria implantação - Final 104

11 REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS Referências bibliográficas 104

14
Introdução
INTRODUÇÃO

Esta pesquisa aborda uma necessidade emergente na sociedade Como meio para concretizar essa educação, a arquitetura escolar
atual a partir de uma perspectiva educacional. A educação é de pode ser empregada como um instrumento de apoio ao processo
grande importância tanto para o progresso de uma pessoa de conhecimento e desenvolvimento dos alunos. Alguns
independente e consciente quanto para o desenvolvimento da estudiosos defendem que alguns aspectos da arquitetura, como
sociedade da qual faz parte. A educação é considerada uma espaços amplos e luminosos, proporcionam aos usuários uma
ferramenta eficaz no combate à pobreza, na redução da violência, sensação de satisfação que favorece o aprendizado e as
no crescimento econômico e no decrescimento das desigualdades atividades ali realizadas. Assim, as escolas de hoje precisam de
sociais. Este é o ponto de partida para uma educação qualificada locais para o desenvolvimento de diversas atividades, como
que ajuda, portanto, pessoas com pouco ou nenhum a ambientes de leitura, reuniões de grupos, atividades físicas, visto
desenvolverem um sentido de futuro e a percepção de que podem que os alunos detêm dissemelhantes modos de aprendizagem e,
ir além do que o sistema atual sugere. desta maneira, os ambientes requerem ser versáteis e
modificáveis.
Como observado, o Brasil tem Garantida como direito de todo
um déficit educacional, e cidadão pelo artigo 205 da Pensando nisso, a metodologia Portanto, com base no exposto,
projetos de escolas são de Constituição Federal (Brasil, Montessori, desenvolvida pela este trabalho apresenta uma
extrema importância para o 1988), a educação desempenha educadora, pesquisadora e proposta de projeto para uma
desenvolvimento do país. A importante papel na evolução médica italiana Maria escola pública de tempo
cidade de São Vicente, na qual humana desde os primeiros Montessori (1870-1952), se integral com séries
se situa o projeto e pesquisa anos de vida. No ano de 2016, o apresenta como uma prática correspondentes ao
central deste trabalho, como Brasil ficou em primeiro lugar com competência de se Fundamental II e Ensino Médio
muitas outras cidades carecem em número proporcional de associar à arquitetura, em prol na cidade de São Vicente/SP no
de escolas qualificadas para alunos matriculados e no PIB de uma melhor otimização, já bairro Jóquei Club. Usando
ajudar os mais desfavorecidos destinado à educação. Em que nela a criança pode ser conceitos Montessori como
de alguma forma. Ainda contraste com os dados motivada a obter referência, mostramos que por
existem grandes deficiências anteriores, ela se equiparou à conhecimentos a partir de meio de escolhas de design
no sistema educacional das University of Central distintas atividades com graus adequadas, a arquitetura pode
escolas de São Vicente. As Connecticut, que ficou em 55º de adversidades gradativas, ser uma ferramenta importante
salas de aula estão sempre lugar entre 61 países buscando autonomia, liberdade para o aprendizado.
superlotadas e os professores analisados, em termos de e respeito pelo ritmo de cada
sem valorização. qualidade educacional. indivíduo.

16
Contextualização
A HISTÓRIA DA ESCOLA NO MUNDO

Este subcapítulo, tem como objetivo central apresentar criança adquire a sua primeira
informações históricas, sobre a educação e seu caminho educação sem que ninguém a
dirigisse expressamente. [..] nas
percorrido durante este percurso. A história da escola no mundo é comunidades primitivas, o ensino era
longa e diversa, e remonta a milhares de anos atrás. Desde os para a vida e por meio da vida; para
primeiros assentamentos humanos, as pessoas buscam formas manejar o arco, a criança caçava; para
de transmitir conhecimentos e habilidades para as gerações mais aprender a guiar um barco, navegava.
jovens. Uma das primeiras formas de educação formal foi a As crianças se educavam tomando
parte nas funções da coletividade.
educação religiosa, que começou a surgir no Egito antigo, há mais (serenna. jusbrasil, Apud PONCE,
de 5 mil anos. As crianças eram ensinadas a ler e escrever 1989, p.19).
hieróglifos, além de aprenderem sobre mitologia e religião.

As crianças acompanhavam os
adultos em todos os seus trabalhos,
ajudaram-nos na medida das suas
forças e, como recompensa,
receberam a sua porção de alimentos
como qualquer outro membro da
comunidade. A sua educação não
estava confiada a ninguém em
especial, e sim à vigilância difusa do
ambiente. Mercê de uma insensível e
espontânea assimilação do seu meio
ambiente, a criança ia pouco a pouco
se amoldando aos padrões
reverenciados pelo grupo. A
convivência diária que mantinha com
os adultos a introduziu nas crenças e
nas práticas que o seu grupo social
tinha por melhores. Presa às costas
da sua mãe, metida dentro de um
saco, a criança percebia a vida da
sociedade que a cercava e Figura 1: Comunidade primitiva
compartilhava dela, ajustando-se ao Fonte:http://falandosobreahistoriadaesducacao.blogspot.com/2015/04/educ
seu ritmo e às suas normas [...], a acao-na-comunidade-primitiva.html

contextualização 18
Após milênios e progressiva desenvolvimento social,
chegamos à Grécia antiga, onde a educação passou por uma
verdadeira revolução. Muito da educação ocidental se deve à
Paidéia grega, um complexo educacional que incorporava
disciplinas como gramática, ginástica, retórica, matemática,
música, história, filosofia etc. Aspirando formar cidadãos que
possam desempenhar papel importante na sociedade. Nessa
conjuntura, a educação era para alunos específicos, excluindo
mulheres, escravos e estrangeiros. Além disso, a etimologia da
palavra "escola" deriva da palavra grega "scholé", que significa
“tempo livre, lazer; aquele em que o lazer é empregado; discussão
aprendida". Scholé como “a busca da sabedoria da vida” (Goodale
and Godbey, 1988).
Grécia foi o berço da cultura, da
civilização e da educação ocidentais.
O desenvolvimento cultural dos
gregos, com sua visão universal e
reflexão sobre o mundo e a existência,
produziu uma maneira original de lidar
com a educação, cuja ênfase era dada
na formação integral, que consistia na
integração entre a cultura e a Figura 2: Pandeia grega
sociedade Essa concepção gerou o Fonte: https://aefreixo.pt/comunica/a-civilizacao-grega-religiao-desporto-e-
conceito de Paidéia, que exprimia um arte-2/
ideal de formação integral,
humanística (GADOTTI, 2006). Durante o Império Romano, a educação era voltada para a
formação de líderes e soldados. As crianças eram ensinadas a ler,
escrever e fazer cálculos, além de aprenderem sobre história e
literatura. A partir da idade média, os mosteiros eram a principal
fonte de ensino, porém não para todos, apenas para membros da
aristocracia, o ensino era intransigente, e o conhecimento
profundamente ligado a religião, segundo Terezinha Oliveira,

contextualização 19
doutora em história pela UNESP-SP: Um exemplo disso é a ideia de um dos maiores teóricos do
capitalismo, Adam Smith, de que pequenas doses de educação
são necessárias para as massas trabalhadoras.
O mosteiro foi o primeiro espaço de
organização e preservação dos
saberes na Idade Média. Eles A partir do século XVIII em meados do ano de 1717 na
salientam que a concepção que Prússia, com o Iluminismo, a educação passou a ser vista como
temos de um local especialmente uma forma de promover a igualdade e o progresso. A educação
destinado à sistematização do ensino pública e gratuita começou a ser integrada em diversos países,
e do conhecimento nasceu da ideia quando o rei Frederico Guilherme estabeleceu a educação
cristã de evangelização presente no
mosteiro e nas escolas cristãs dessa obrigatória para crianças de 5 a 12 anos, até mesmo incorporando
época. Afiançam que a palavra leis que desautorizam o emprego de qualquer criança que não
escolar deu origem não só a escola, tivesse o ensino obrigatório completo. Essa escolaridade exigida
mas que o conceito filosófico que era de grande importância nacional na formação de militares e
norteou o ensino, ao longo do operários, mas revolucionou a sociedade em várias circunstâncias.
medievo, deriva dessa sistematização
do conhecimento. Em razão disso
recebeu o nome de Escolástica. O legatário de F. II, Frederico Guilherme III, Barão von Stein,
(serenna. jusbrasil, Apud OLIVEIRA, deu sequência a esse arquétipo extinguindo as escolas
2008, p.208). particulares semi religiosas, impondo a dispensabilidade de
exames estaduais e certificação de todos os professores e outras
Inúmeras pessoas neste período, ainda careciam de medidas políticas relativas ao ideal educacional.
competências educacionais primárias, como a leitura, escrita e Em 1810, o ministro decretou a
matemática. Apenas durante o período de crescimento comercial, necessidade de exame estatal e
certificação de todos os professores.
é que essas habilidades se tornaram uma necessidade dos Em 1812, o exame de graduação
comerciantes pois o ensino básico se tornou necessário com o escolar foi retomado, como um
pensamento de crescimento financeiro, pressionando a burguesia requerimento necessário para o
a investir em escolas, uma entidade própria de ensino prático, que ingresso da criança na escola estatal,
os ajudaria a crescer mais economicamente e administrar seus e foi estabelecido um sistema
elaborado de burocratas para
negócios com mais entendimento. Melhor dizendo, o supervisionar as escolas no campo e
desenvolvimento da escola como instituição educacional está nas cidades. (serenna. jusbrasil, Apud
intrinsecamente relacionado à burguesia e ao capitalismo. ROTHBARD, 1999, p. 25).

contextualização 20
Em cerca de 1789, a França também tentou formular os sociedade liberal e democrática.
mesmos requisitos, mas se opôs às ideias dos pensadores (serenna. jusbrasil, Apud GADOTTI,
1993, p. 89).
iluministas da época, como Voltaire, que repudiava a ideia de
instrução para os habitantes. No entanto, foi somente em 1833
Como resultado, o ensino do latim foi substituído pelo
que uma lei transformou a instrução básica na França e no mundo,
estudo da língua "nativa". O estudo das artes foi substituído por
tornando obrigatória a abertura de uma escola para meninos em
conceitos de história, geografia e ciências. Em contradição com o
comunidades com mais de 500 habitantes, além de uma escola
ensino religioso, formal e limitado, as escolas seculares (é aquela
para formação de professores primários. Mais tarde, as políticas
perspectiva educacional cuja atenção é horizontalmente dirigida ao
educacionais de Falloux e Ferry mudaram para a educação pública
século atual). estabeleceram uma proposta ativa de focada nos
na França.
interesses da classe mercantil.
Aprovada em 15 de março de 1850, a Lei Falloux, batizada
Não havia instituições escolares como atualmente, onde
assim pelo então secretário de Educação Alfred Falloux, distinguia
atividades relacionadas ao ensino possam ser realizadas. A
o ensino público do privado, dava liberdade ao ensino secundário e
princípio, as escolas não possuíam instalações suficientes e as
determinou que a cada 800 mil pessoas deveria existir uma escola
atividades aconteciam em diversas localidades como por exemplo:
para meninas. Como esta última característica compromete a
ao ar livre, igreja ou no portão de alguma residência etc.
doutrina do país, foi revogada em 1881, dando lugar ao Ferry Act. O
então Ministro da Educação, Jules Ferry (1832-1893), sancionou
A partir do século 19, com o início da revolução industrial onde foi
uma lei em 1881 determinando que a educação seria gratuita e
um ponto crucial de avanço tecnológico e consolidou o processo
uma segunda lei em 1882 definindo que a educação deveria ser
de formação do capitalismo, teve início da Inglaterra, com a grande
obrigatória e laica, (que não recebe influência religiosa; que se
produção das fábricas teve uma grande influência a escola
opõe ao que é eclesiástico), para crianças de 3 a 6 anos. Essas leis
moderna, com diversas questões como a pontualidade, valores
foram primeiro passo para novas leis educacionais que surgiram
morais e sociais, ensino técnico eram prioridades nesta época.
em todo o mundo.
Uma prática de ensino que se desenvolveu na Inglaterra no século
A Revolução Francesa tentou plasmar XIX e se difundiu para outros países, inclusive o Brasil, é o método
o educando a partir da consciência de de ensino mútuo, também conhecido como método Lancaster.
classe que era o centro do conteúdo
programático. A burguesia tinha
Cada professor tem uma equipe de supervisores, formada por
clareza do que queria da educação: alunos mais experientes que orientam outros alunos. A ideia é
trabalhadores com formação de ensinar o maior número possível simultaneamente.
cidadãos partícipes de uma nova

contextualização 21
desta época, quando o formato de fábrica passou a ser replicado
pelas instituições.

Avançando ao século 20, que foi marcado pelo totalitarismo


regime político baseado no controle, no nacionalismo e no forte
militarismo, e pela Quebra da Bolsa de Nova York (1929), que
desencadeou por sua vez a grande depressão americana, onde
milhões de empresas faliram e trabalhadores ficaram
desempregados, a escola tornam-se institutos-chave na formação
de uma sociedade mais democrática. Foi nesse cenário que surgiu
o movimento internacional de ativismo, marcando a história da
educação ao colocar a criança no centro do desenvolvimento do
ensino.
Algumas pessoas pensam que o "fazer" deve ser anterior ao
"aprender". A criança passa a ser vista como agente ativo, não deve
apenas absorver o conteúdo. A instrução, por sua vez, conecta o
intelectual ao físico, baseando-se nas experiências pessoais dos
Figura 3: Escolas no século 19. alunos e nas preocupações específicas da comunidade. A escola
Fonte: https://www.gazetadopovo.com.br/educacao/um-pouco-de-historia-
como-era-a-educacao-brasileira-ha-100-anos/
do século 21, passa por um dos períodos de maiores renovações,
com a tecnologia transformando todo o processo de produção
trans fazendo todas as relações em caráter social, comercial,
Ao longo do século XIX, a pedagogia e a psicologia estudantil etc., mudando a madeira de interação com que era feito
ocuparam espaço na comunidade científica, afetando no passado.
principalmente as escolas primárias. No início do século XX, os É indiscutível a presença da tecnologia da informação no
países europeus apostaram em uma educação vista nos livros e cotidiano de professores, alunos e da sociedade como um todo.
na língua falada, os Estados Unidos voltaram-se para o aprender Mesmo assim, acredita-se que o uso de novas tecnologias é pouco
fazendo ou learning by doing, movimento liderado por John Dewey aproveitado no sistema educacional, é claro que atualmente
(1859-1952). vemos uma mudança acontecendo o investimento a tecnologia
A configuração mais tradicional de sala de aula que
conhecemos hoje, com alunos enfileirados, também é algo trazido

contextualização 22
em salas de aulas vem crescendo de forma gradual, hoje em dia
podemos ver várias instituições municipais oferecendo tablets
para fins educacionais para auxiliar no aprendizado, salas de
informáticas se tornando prioridades em escolas, porém essa
evolução não acontece de modo global pois a utilização dos
múltiplos recursos disponíveis esbarra no desconhecimento da
língua por parte dos educadores. No cotidiano escolar tradicional,
existe a preocupação de que o uso de laboratórios de informática
despreze os professores da orientação pedagógica. Dessa forma,
verifica-se um dos principais obstáculos na relação professor-
aluno: o uso correto e eficaz das novas tecnologias em sala de
aula. Na sociedade contemporânea, onde não há como separar
tecnologia e educação, estão expostos às mais diversas formas de
interação. Os recursos, quando utilizados de forma eficaz, tendem
a proporcionar melhor aproveitamento e satisfação na relação
docente.
Por novas tecnologias em educação, Figura 4: Escolas no século 21.
estamos entendendo o uso da Fonte: https://exame.com/bussola/a-sala-de-aula-do-seculo-21/
informática, do computador, da
internet, do CD-ROM, da hipermídia, da Os educadores não são mais detentores de conhecimento,
multimídia, de ferramentas para
mas “faróis” que orientam os alunos entre as informações
educação a distância - como chats,
grupos ou listas de discussão, correio disponíveis, e facilitam a construção do conhecimento por meio da
eletrônico etc. - e de outros recursos análise e discussão de seus valores e posicionamentos.
de linguagens digitais de que Transformá-los em agentes engajados de sua história.
atualmente dispomos e que podem
colaborar significativamente para
No início de abril de 2020, pela primeira vez desde a
tornar o processo de educação mais
eficiente e mais eficaz. (Revista de mundialização da educação escolarizada, o mundo se deparou
Educação, Vol. XVIII, nº 1, 2011, Apud com uma situação inédita: o fechamento total e concomitante dos
MASETTO, 2000, p. 152). sistemas educacionais em 194 países, afetando em torno de 1
bilhão e 600 milhões de estudantes, o correspondente a 91% do

contextualização 23
total de estudantes em nível mundial, segundo dados monitorados Com a vacinação e a redução dos casos de COVID-19, as
pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e escolas voltaram às normalidades. No entanto, é importante
a Cultura (Unesco, 2020). lembrar que o período pós-pandemia também trará desafios e
oportunidades para o setor educacional.
Essa situação, que começou no meio do ano letivo na
China, se estendeu rapidamente para outros países ao ritmo da
disseminação da doença causada pelo Sars-CoV-2 e chegou no
hemisfério sul no início do ano letivo dos países da América Latina,
A escola durante a pandemia tem sido um desafio para
educadores, alunos e suas famílias em todo o mundo. Com a
disseminação do vírus, muitas escolas tiveram que fechar suas
portas ou adotar medidas de distanciamento social para garantir a
segurança dos alunos e funcionários, a maioria optou pelo ensino
remoto o que apontou os problemas na maior parte das escolas,
principalmente em países de baixa e média renda a UNESCO
estima que mais de 50% dos alunos não tiveram acesso a aulas
remotas durante a pandemia, esses problemas só somaram com o
despreparo tecnológico na maior parte das escolas de ensino
público, com a falta de conhecimento dos educadores com os
meios digitais.

A desordem foi ainda maior para aqueles que não possuíam


aparelhos eletrônicos, muito menos, com acesso à internet. Figura 5: Escolas na pandemia.
Fonte: https://exame.com/brasil/na-volta-da-pandemia-falta-de-internet-para-
Segundo o mesmo censo, as matrículas já em declínio passaram alunos-ainda-e-entrave-diz-pesquisa/
de um total de 47,8 milhões em 2019 para 47,3 em 2020 e 46,6 no
ano seguinte. A curva de perdas do setor privado é mais intensa,
com ingressos passando de 9,1 milhões em 2019 para 8,7 milhões
em 2020 e 8,1 milhões em 2021. O setor público se estabilizou em
38,5 milhões em 2020 e 38,7 milhões em 2020.

contextualização 24
O DESENVOLVIMENTO DAS ESCOLAS NO BRASIL

Este subcapítulo disserta sobre como foi a implantação do


ensino e da escola em contexto nacional.

No Brasil colonial (1530-1822), a educação era


responsabilidade das ordens religiosas, principalmente dos
jesuítas que chegaram ao Brasil em meados do século XVI. que
tinham como propósito ensinar o catecismo aos índios, foram os
responsáveis por fundar as primeiras escolas para a continuação
do sacerdócio e educar a nobreza. Sob a influência jesuítica, o
status social de um indivíduo era medido pela quantidade de
posses e títulos concedidos. Essa educação permaneceu
estabelecida, pois apoiava o sistema sociopolítico e econômico da
época, porém foram exilados de Portugal e do Brasil em 1759 por
ordem do Marquês de Pombal (1699-1782). Os aristocratas
empreenderam reformas educacionais nos países de Portugal e Figura 6: Ensino no Brasil colonial.
Brasil, substituindo os métodos jesuítas, que enfatizavam o Fonte: https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/18/23/educao-e-histria-
aprendizado do latim e do catecismo, por métodos científicos. Ele da-educao-no-brasil
também formalizou a profissão de professor ensinando leitura, Em 1808, a família real chega ao Brasil. Para satisfazer as
escrita e aritmética para crianças, além das chamadas necessidades educativas da aristocracia portuguesa, logo após em
"humanidades", que foram divididas em aulas de gramática, latim e 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I proclamou a independência
grego. Como não havia qualificação especial para atuar como do Brasil e promulgou a Constituição de 1824 com o direito da
professores, a família real portuguesa escolhia pessoas com educação gratuita para todos. Uma lei de 15 de outubro de 1827
algum grau de formação, muitas vezes sacerdotes, para o cargo. A previa a abertura das primeiras escolas de alfabetização em todas
primeira Escola Normal para a formação de educadores não foi as vilas e comunidades do império, e a admissão de professores
estabelecida até 1835. para a docência se daria por concurso público. A metodologia
prevista para o currículo escolar o ensino mútuo, uma lei adicional
de 1834 tornou cada província responsável por determinar as
regras educacionais no território e o poder central ficou
responsável pelo ensino superior.

contextualização 25
Além do método mútuo, os educadores utilizaram métodos importante politicamente, transformou o país de colônia em
simultâneos e intuitivos durante o período Imperial (1822-1889). império e depois em república. A era republicana mostra a
No primeiro método, o professor entregava o conteúdo para diferença da educação no Brasil a essa mudança política teve um
grupos de alunos que eram divididos de acordo com as disciplinas forte impacto na organização e estrutura das escolas em
que estudavam. Já o outro usava os cinco sentidos para diferentes níveis.
proporcionar o aprendizado.
Após a Proclamação da República de 1889, duas correntes
emergiram no meio educacional brasileiro. O positivismo que
enfatiza disciplinas de exatas em desfavor das humanidades
enquanto o escolanovismo apoiava escolas públicas, gratuitas e
laicas. Em que os alunos estarão sujeitos ativos no processo de
ensino e no aprendizado.
A organização escolar é influenciada pelo positivismo, segundo a
reforma de Benjamin Constant 1890 que incluía como princípios
norteadores a laicidade, a independência e a gratuidade da
educação primária.

O primeiro grupo escolar foi formado entre 1892 e 1896,


formando em um mesmo lugar as escolas de primeiras letras. Os
alunos são divididos em turmas por faixa etária. A base de ensino
deste período repousa em princípios como simplicidade,
progressão, memorização e autoridade do mestre.

Uma das heranças do período


imperial brasileiro na Constituição
Figura 7: Imagem da família real. Republicana de 1891 foi a
Fonte: http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2011/02/educacao-no-brasil- manutenção da dualidade do sistema
imperio.html escolar: boas e poucas escolas para
as elites e escolas de qualidade
Do século XVI ao final do século XIX, vivemos um período duvidosa para os demais.
Basicamente, as escolas mantidas

contextualização 26
pelo governo federal eram destinadas porcentagem só caiu para 40% em 1940 ainda constituindo a
aos mais ricos. Sobravam para as maioria da população.
camadas mais pobres os colégios do
sistema estadual, que, mesmo com Segundo dados do Serviço de
um investimento maior após a lei Estatística do Ministério da Educação
republicana, eram locais com e Cultura, em 1940, eram 155 mil
estrutura carente e composto por frequentadores dessa etapa escolar.
professores de baixa qualificação. Dez anos depois, o número sobe para
(AZEVEDO, 2018). 365 mil. No ensino profissionalizante,
também, a quantidade de alunos mais
que dobra. É nesta época, inclusive,
No final do século XIX, teve início a educação subsidiada que as ideias do pedagogo
pelo estado, mas não tinha interesse em beneficiar a classe pernambucano Paulo Freire ganham
repercussão nacional, em especial
trabalhadora, em 1920, o movimento da Escola Nova se expandiu
seus métodos de alfabetização e de
no meio educacional. Com base nas ideias do filósofo John Dewey, educação da população carente.
o movimento busca desafiar e se opor aos modelos tradicionais já (AZEVEDO, 2018).
utilizados na educação para alcançar um método de ensino mais
moderno e inclusivo. Por essa linha de pensamento nasceu o Durante a era Vargas 1930 a 1945, onde foi criado o Ministério da
modelo das escolas parque, destinadas às atividades educativas, Educação e Saúde Pública, além da promulgação das Leis
como: trabalhos manuais, artes industriais, educação artística, Orgânicas de Ensino 1942, em uma tentativa de estruturar a
educação física e atividades socializantes., que no fim educação em um nível nacional, simultaneamente é criado o
fracassaram na implantação na Bahia e no Distrito Federal, pois primeiro curso universitário de Pedagogia do Brasil, na Pontifícia
ainda eram Estados que não tinham um grau de desenvolvimento Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), em 1939.
tão avançado. Naquela época, embora fosse uma escola particular,
o foco era a educação infantil.

Em 1920, por iniciativa de Heitor Lira, foi fundada a Associação


Brasileira de Educação com o objetivo de facilitar as grandes
polêmicas educacionais no Brasil. Apesar dos esforços para
promover um sistema educacional unificado, o analfabetismo
entre jovens e adultos com 15 anos ou mais era de 65%, segundo o
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Essa

contextualização 27
Burle Marx. Uma nova constituição federal foi promulgada durante
o governo do Estado Novo, estabelecido em 1937 por um golpe de
estado promovido por Getúlio Vargas, apoiado pelos militares é
decretada uma nova Constituição Federal, foi estipulado em
relação à educação e à cultura, que o envolvimento do governo
nessas áreas deveria ser reduzido (RIBEIRO, 1978).

Em 1942 foi regulamentada a formação industrial e no


mesmo ano foi criada a escola SENAI (Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial), voltada principalmente para as camadas
mais pobres da sociedade. No final da década de 1940, as escolas
secundárias foram ampliadas e gradualmente perderam seu
Figura 8: Ex-Presidente Getúlio Vargas. caráter elitista, mas ainda não estavam disponíveis a toda a
Fonte:https://www.insper.edu.br/conhecimento/historia-economica/getulio-
população.
e-juscelino-privilegiaram-educacao-para-a-elite/
A organização educacional ganhou notoriedade por meio de uma
O movimento revolucionário de 1930 acabou com a série de decretos organizados pelo ministro Gustavo Capanema de
República Velha, a chamada República dos Coronéis. Entre as 1942 a 1946. Esses textos conteúdos ficaram conhecidos como
ações do Governo Provisório e de Getúlio Vargas 1930-1934 Leis Orgânicas do Ensino.
tivemos a criação do Ministério da Educação e Saúde Pública sob
a liderança de Francisco Campos (Romanelli, 1987). O
acontecimento mais importante deste período que afetou a Segundo dados do Serviço de
educação foi 1931, a reforma do ensino secundário e superior e Estatística do Ministério da Educação
em 1932, a criação de um novo manifesto pioneiro da escola nova e Cultura, em 1940, eram 155 mil
organizado por Fernando de Azevedo. frequentadores dessa etapa escolar.
Dez anos depois, o número sobre para
365 mil. No ensino profissionalizante,
Em 3 de outubro de 1945, foi criado o Ministério da também, a quantidade de alunos mais
Educação e Saúde do Rio de Janeiro. Um dos marcos da que dobra. É nesta época, inclusive,
arquitetura modernista brasileira, a obra expõe contributos de que as ideias do pedagogo
importantes artistas, como obras e o painel de azulejos de pernambucano Paulo Freire ganham
repercussão nacional, em especial
Portinari, esculturas de Adriana Janacopulos, Celso Antônio, Bruno
seus métodos de alfabetização e de
Giorgi e Jacques Lipschutz, além de paisagismo de Roberto

contextualização 28
educação da população carente. Nacional para a Educação Infantil (RCNEI).
(AZEVEDO, 2018).

O regime militar no Brasil, que durou de 1964 a 1985, A estrutura da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) foi mantida
implementou uma série de reformas que deram à educação até 1996, quando entrou em vigor a designação de Ensino
brasileira um caráter mais tecnológico. A Lei n. 5.692/1971 Fundamental e Médio, e a Educação Infantil foi oficialmente
estabeleceu as Diretrizes e Bases para o funcionamento do antigo integrada ao sistema educacional brasileiro. No entanto, embora a
ensino primário e ginásio, que foram unidos em um único nível: o educação no Brasil tenha uma história de quase 500 anos
ensino de 1º grau, composto de 8 anos, obrigatório para crianças elevados, ainda enfrenta muitos desafios, incluindo taxas de
de 7 a 14 anos. Além disso, o ensino secundário, o 2º grau, passou analfabetismo.
a ter formação profissionalizante como obrigatória (BRASIL, 1971).
A história mostra que a educação
Na mesma época, disciplinas como Estudos Sociais e Educação
escolar no Brasil nunca foi
Moral e Cívica (EMC) foram incluídas no currículo, além da Lei n. considerada como prioridade
5.540/1968, que sofreu a reforma do ensino superior. Essas nacional: ela serviu apenas a uma
reformas refletiram a preocupação dos setores militares com o determinada camada social, em
planejamento, a eficiência e a organização - os três pilares do detrimento das outras camadas da
sociedade que permaneceram
tecnicismo (BRASIL, 1968).
iletradas e sem acesso à escola.
Mesmo com a evolução histórico-
Posteriormente, nas décadas de 1990 e 2000, foram econômica do país (...); mesmo tendo,
aprovados importantes leis que regem o funcionamento da ao longo de cinco séculos de história,
educação no Brasil até os dias atuais, entre elas foi a Lei de passado de uma economia agrária-
comercial-exportadora para uma
Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1996, que
economia baseada na
proclamou a municipalização da educação básica; tornou industrialização e no desenvolvimento
obrigatória a formação avançada de professores em nível superior; tecnológico; mesmo com as
e tornou a Educação Infantil como etapa introdutória da Educação oscilações políticas e revoluções por
Básica. O 1º e 2º graus passaram a ser chamados de Ensino que passou, o Brasil não priorizou a
educação em seus investimentos
Fundamental e Médio. Na mesma época, o Brasil foi incorporado
político-sociais e a estrutura
no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) e educacional permaneceu
criou o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Outras substancialmente inalterada até
importantes diretrizes produzidas na década de 1990 foram os nossos dias, continuando a agir como
Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e o Referencial Curricular transmissora da ideologia das elites e

contextualização 29
atendendo de forma mais ou menos interrupção das aulas presenciais, 4,8 milhões de alunos de
satisfatória apenas a uma pequena escolas públicas não tinham atividade em março de 2020, além
parcela da sociedade. (História da
educação escolar no Brasil: notas
disso 79% dos alunos de escolas públicas no Brasil tinham acesso
para uma reflexão Apud, MARÇAL à internet, enquanto 46% usavam apenas telefones celulares.
RIBEIRO 1990, p. 15) Destes, 42% dos alunos não possuíam dispositivo de ensino a
distância. O ensino a distância tem sido difícil de implementar. A
O primeiro Plano Nacional de Educação (PNE) foi elaborado incerteza jurídica permanece e os professores lutam para aprender
em 2001. Quatro anos depois, a Prova Brasil passou a avaliar a lidar com a tecnologia. Por outro lado, 40% das redes municipais
alunos do 5º e 9º anos. Em 2009 foi oficialmente instituída a ainda não possuem uma definição do ensino EAD, sendo que 90%
escolaridade obrigatória dos 4 aos 17 anos. dessas redes estão em cidades pequenas. O impacto da pandemia
acentuou as desigualdades sociais e impulsionou as condições
precárias em que vivem os diversos segmentos da população.
O Plano Nacional de Educação (PNE),
por exemplo, estabelece que o
problema deve ser erradicado até Como apontam Rummert, Algebaile e
2025. Números do Instituto Brasileiro Ventura (2013, p. 723) a dualidade
de Geografia e Estatística (IBGE), educacional brasileira assume
porém, são desanimadores. Em 2017, diferentes formas históricas:
foram computados 12 milhões de inicialmente, a ausência efetiva de
analfabetos, o que representa 7,2% da acesso à escola para a maioria da
população adulta - o mesmo PNE, classe trabalhadora; a seguir, as
inclusive, estabeleceu uma meta de ofertas formalmente diferenciadas de
6,5% até 2015. (AZEVEDO, 2018). percursos escolares para as
burguesias e para a classe
trabalhadora. Atualmente se verifica a
Embora a educação primária seja praticamente propagada democratização de acesso a todos os
por todo o país, o acesso à educação é de 90% para crianças de 4 a níveis de certificação, mantendo-se a
5 anos e de 87,2% para jovens de 15 a 17 anos. Além disso, não diferença qualitativa entre os
houve progresso na estrutura da escola ou no reconhecimento do percursos da classe trabalhadora e os
das classes dominantes. (PRONKO,
trabalho dos professores. 2020).

O cenário de pandemia tornou a educação ainda mais frágil,


principalmente para os alunos das escolas públicas. Logo após a

contextualização 30
Segundo levantamento de 2020 realizado pela UNDIME - Evolução das taxas de aprovação por etapa de ensino
Brasil 2010-2020
União dos Dirigentes Municipais de Educação em conjunto com o 98,50%
CONSED - Conselho Nacional de Secretários de Educação, no 100,00%
92,70% 92,70% 93,20% 93,20% 94% 94,20% 95,10%
97,80%
95,00% 89,90% 91,20% 91,70%
Brasil, 83% dos alunos de escolas públicas vivem em domicílios 87,10% 88,10%
89,90%
90,00% 85,10% 84,80% 85,70% 85,60% 95,00%
com renda de até 1 salário-mínimo per capita. 85,00%
82,70% 83,40% 84,10%

80,00% 86,10%
81,70% 81,50% 83,10% 83,40%
75,00% 80,10% 80,30%
77,20% 77,40% 78,70%
70,00%
65,00%
28,80% 28,50% 60,00%
25,40% 55,00%
50,00%
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Anos iniciais Anos finais Ensino médio

13,90%
Gráfico 2: Evolução das taxas de aprovação por etapa de ensino Brasil 2010-
2020.
Fonte: Inep – adaptado pelo autor

2,20% Destaca-se que a elevação abrupta na


1,00% 0,30% taxa de aprovados entre 2019 e 2020
foi influenciada pela adoção ajustes
Até ¹/4 Mais de ¹/4 Mais de ¹/2 Mais de 1 Mais de 2 Mais de 3 Mais de 5 [sic] no planejamento curricular das
salário até ¹/2 até 1 salário até 2 até 3 até 5 salários
mínimo salário mínimo salários salários salários mínimos escolas frente a pandemia de COVID-
mínimo mínimos mínimos mínimos 19 [...]. As entidades recomendaram
que as redes de ensino e as escolas
Gráfico 1: Renda per capita das famílias com filhos nas redes públicas de adequassem os critérios de avaliação
educação básica. dos alunos considerando os objetivos
Fonte: Undime – adaptado pelo autor de aprendizagem efetivamente
cumpridos e minimizando, assim, a
retenção e o abandono escolar. (INEP
- INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS
E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA, 2021).

contextualização 31
Taxa de aprovação nos ensinos fundamental e médio por Com o fim do período de emergência pandêmica 22 de
série/ano Brasil 2020 abril de 2022, declarado pelo Ministério da Saúde do Brasil, as
100% aulas tiveram seu retorno. Porém, infelizmente, diante da
98,70%98,50%
99% 98,30%98,60%98,40% pandemia, a lacuna do ensino só aumentou, principalmente nas
97,90%97,80%
98% 97,60%97,70% escolas públicas, onde se tornou inconcebível encarregar-se com
97% dois anos de reposição escolar, o que sucedeu em um baixo índice
95,80%
96% 95,50% de aprendizagem.
95% 94,10% A CONTEXTUALIZAÇÃO DAS ESCOLAS EM SÃO VICENTE
94%
93%
Neste subcapítulo apresenta alguns dos fatos históricos à
92%
disposição sobre o desenvolvimento das escolas e da educação na
91%
cidade de São Vicente.
1° Ano 2° Ano 3° Ano 4° Ano 5° Ano 6° Ano 7° Ano 8° Ano 9° Ano 1ª 2ª 3ª As primeiras notas sobre a escola de São Vicente referem-
Série Série Série
se ao ano de 1893, com a designação de Escola do Povo.
Ano/série
Inicialmente localizava-se no Largo Baptista Pereira, hoje Praça
Gráfico 3: Taxa de aprovação nos ensinos fundamental e médio por
série/ano Brasil 2020 João Pessoa, logo depois mudou de endereço para a Rua XV de
Fonte: Inep – adaptado pelo autor Novembro e em 1898 mudou-se para um novo prédio na Praça
Tendo em vista a possibilidade de que Coronel Lopes.
as escolas não conseguissem
cumprir os direitos de aprendizagem
em 2020, o CNE sugeriu em Parecer
publicado em julho de 2020 (Parecer
CNE/CP nº 11/2020), a adoção de um
contínuo curricular para os anos
2020-2021, que envolvia o
replanejamento do currículo e
calendário escolar de forma a
assegurar a inclusão de eventuais
objetivos não cumpridos em 2020 no
ano letivo de 2021. (INEP - INSTITUTO
NACIONAL DE ESTUDOS E
PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO
TEIXEIRA, 2021).

contextualização 32
Figura 9: Primeira instalação da Escola do Povo, no Largo Batista Pereira. Figura 10: Escola do Povo.
Fonte: https://peabirucalunga.blogspot.com/2019/07/vereadores-de-sao- Fonte:https://peabirucalunga.blogspot.com/2019/07/vereadores-de-sao-
vicente.html vicente.html

Em 1913, foi ampliado quando o governo estadual passou


a administrá-lo e mudou seu nome para Primeiro Grupo Escolar de
São Vicente, que manteve oito séries. Em 1979, o estado mudou o
nome da escola novamente para Escola Estadual de Primeiro Grau
Ziná de Castro Bicudo, que permaneceu como escola até a
desativação da propriedade em 2001, que passou a ser Conselho
Regional de Educação. O motivo do fechamento da escola foi o
investimento do estado em São Vicente, que ampliou a rede
escolar em vários bairros da cidade. A partir daí, o prédio passou a
funcionar como ETEC Dra. Ruth Cardoso - Escola Técnica Estadual
e se mantém atualmente.

contextualização 33
Problemática e
Justificativa
PROBLEMÁTICA

Os aspectos físicos do ambiente escolar são pouco citados periódica, e 51% contam com acesso à internet.
nas discussões pedagógicas ou em estilos de aprendizagem.
Como pelo menos 20% da população passam grande parte do dia
dentro de prédios escolares, é pertinente indagar a respeito do
impacto de elementos arquitetônicos sobre os níveis de
aprendizagem de alunos e de produtividade dos professores ao
transmitir conhecimentos para a comunidade escolar, deve existir
a certeza de que o ambiente físico contribui positivamente para
criar o contexto adequado, confortável e estimulante para uma
produção acadêmica expressiva. (KOWALTOWSKI, 2011 pág. 43).
Trazendo essa questão para cidade de São Vicente - SP, o que
vemos no cenário atual, é o descaso nas infraestruturas
educacionais, o município segue um modelo padrão que não se
adequa às condições de cada bairro ou assentamento precário já
que a cidade conta com cerca de 38 núcleos irregulares com
população de baixa renda, vivendo em situações precários e até
perigosas como são os assentamentos em palafitas já que a
cidade conta com uma das maiores favelas sobre as encostas, o
local do projeto bairro vila jóquei clube conta com essa questão
em seu redor já que é vizinha de um desses locais conhecido
como núcleo Sambaiatuba. O modelo “caixote” é o que vemos
atualmente nas escolas pela região, sem personalidade e espaços
apropriados para que o aluno possa se desenvolver de forma
criativa, e isso afeta diretamente as competências educacionais,
segundo dados do IDEB - Índice de Desenvolvimento da Educação
Básica de 2021, a somatória de escolas em São Vicente é 218,
sendo 25 estaduais, 101 Municipais, 92 Privadas e 126 publicas,
sendo dessas apenas 13% contam com acessibilidade nas
escolas, apenas 11% possuem bibliotecas, 2% tem coleta de lixo

problemática 35
JUSTIFICATIVA

Para suprir esta demanda, o tema escolhido para a proposta tráfico; perpetuando o ciclo de vulnerabilidade, desigualdade social
é de uma Escola pública Integral de ensino fundamental II e ensino e de gênero.
médio, que ajude a complementar a educação municipal já
oferecida, entretanto, sem estrutura física adequada. Este trabalho
consiste no fundamento teórico abordando assuntos como o
contexto educacional e a história da educação nacional brasileira e
mundial, apontando os desafios enfrentados até agora, bem como
as conquistas alcançadas ao longo do tempo. Além disso, aponta
os objetivos e as diretrizes da educação, considerando o cuidado
que deve ser tomado e a relação que elas possuem com o
ambiente escolar.
A escolha das etapas do ensino foram feitas com base em
pesquisas do entorno onde o local do projeto se encontra, como
vizinho do terreno há uma creche municipal, chamada Escola
Municipal de Educação Infantil José Borges Fernandes, e uma
instituição que conta com ensino fundamental I no período diurno
matutino e vespertino e no ano de 2022, começou a atender o EJA
– Educação para Jovens e Adultos, no período noturno a Escola
Municipal de Educação Infantil Antônio Pacífico, para dar atender
as etapas do ensino para área trouxe para o projeto a continuidade
do ensino, trazendo o meio e o fim já que o início já é fornecido. O
projeto pretende abrir a escola para a população e alunos
implementando como um equipamento público, que possa ser
usufruído pela sociedade, não apenas nos períodos habituais de
aulas, além do ensino integral que vem como um alicerce para as
famílias nas quais os responsáveis passem o dia fora, deixem suas
crianças em um ambiente seguro fora do perigo das ruas, que
acabam sendo expostos a inúmeros acontecimentos duvidosos e
prejudiciais ao seu desenvolvimento, como violência, drogas e

justificativa 36
Objetivo
OBJETIVO GERAL

Projetar uma Escola de Ensino Integral – de ensino


fundamental II e médio, para jovens como alternativa de melhoria
das unidades de ensino da cidade de São Vicente, São Paulo.

OBJETIVO ESPECÍFICO

a) Proporcionar uma arquitetura que seja referência e traga


identidade para comunidade

b) Propor um local de busca pela excelência na educação escolar.

c) Proporcionar um ambiente que proporcione integração com a


comunidade.

d) Oferecer uma alternativa válida para inclusão social por meio


da escola.

objetivo 38
Metodologia
Estudo de conceitos teóricos e históricos específicos TERRENO
relacionados ao tema principal do projeto abordado por temas da
área da sociologia e da educação e, são eles: Arquitetura escolar;
metodologia de ensino; inclusão social por meio da escola. Esta LEVANTAMENTO SOCIOECONÔMICO
análise será feita com intuito de conceituar o complexo, pata fins Análise de aspectos econômicos e sociais de São Vicente,
de que o projeto justifique a problemática envolvida. Serão estabelecendo critérios que irão fornecer os dados para a escolha
estudadas através de levantamentos bibliográficos as relações do terreno, são eles: o local de intervenção terá as características
arquitetônicas dos espaços em relação ao projeto de escolas. de um bairro carente; será um bairro predominantemente
residencial; a faixa etária da população em sua maioria jovens e
adultos.
REFERÊNCIAS

Análises referenciais para geração de dados projetuais, LEVANTAMENTO ESPACIAL


serão feitas as seguintes análises dos temas: análise de escolas
Análise de critérios espaciais e legais para a ocupação do
em relação a sua arquitetura e implantação urbana; análise de
terreno, buscando um terreno com a área e dimensões
programas similares; que utilizem a mesma metodologia de ensino
compatíveis com o uso proposto; seguindo a legislação urbana;
escolhida; análise de matérias e técnicas construtivas.
levantando se os espectros viários, de acessibilidade,
infraestrutura e mobilidade.
PROGRAMA
LEVANTAMENTO AMBIENTAL
Estudo de casos e da coleta de dados serão desenvolvidos
programas de necessidades, e o programa do complexo baseado Análise critérios espaciais e legais para a ocupação do
no contexto social demográfico e na conceituação do projeto, terreno, buscando um terreno com a área e dimensões
abrangendo itens relevantes para inclusão social dos usuários, a compatíveis com o uso proposto; seguindo a legislação urbana;
forma com que a comunidade irá ocupar os espaços projetados e levantando se os espectros viários, de acessibilidade,
a utilização deles em diferentes horários. infraestrutura e mobilidade.

metodologia 40
DESENVOLVIMENTO DE PROJETO

Desenvolvimento do projeto de uma escola pública de


ensino fundamental II e ensino médio, segundo as etapas
esplanadas na metodologia, são elas: desenvolvimento do
programa; estudo de organização e fluxo; definição do partido,
estudos preliminares; desenvolvimento do anteprojeto
arquitetônico, requalificação paisagístico e do entorno,
requalificação do desenho urbano do entorno imediato.

metodologia 41
Referencial teórico
Embasamento
ARQUITETURA ESCOLAR

Segundo KOWALTOWSKI (2011), especialmente no século não apenas no conteúdo e nas práticas de ensino, mas também no
XIX, a arquitetura escolar recebeu duas tendências dialéticas: de design e arquitetura do ambiente”.
um lado, o desejo de governar e disciplinar por meio de espaços Ao longo dos anos, a padronização e projeto de prédios
predeterminados, a arquitetura da escola. e por outro lado. de escolares tem estado na pauta de autoridades brasileiras como a
outro, influências de teorias pedagógicas que valorizam mais a Secretaria da Educação e o Ministério da Educação, por isso é
criatividade e a individualidade. Durante a chegada e possível observar a repetição nos projetos arquitetônicos das
desenvolvimento do ensino escolar, muitas maneiras de expressar escolas, e Kowaltowski (2000) trata dessa questão apontando o
a arquitetura surgiram no início do século XV, havia escolas de fato de que os prédios escolares diferem apenas em sua
uma sala e, em muitos casos, as residências dos professores plantação. Essa padronização foi então responsável pelo
foram adicionadas ao prédio, o que também era disponibilizado era “engessar” da construção dos ambientes educativos, que em sua
o acolhimento de estudantes carentes e seminaristas. No entanto, maioria continua até hoje.
a divisão da escola em salas de aula só se tornou possível no
século XVII, quando os colégios jesuítas consagraram esta forma
de organizar a arquitetura escolar. Na atualidade, as salas de aula As edificações escolares dos últimos
são organizadas por ano, e alunos com a mesma faixa etária. trinta anos, na maioria dos Estados,
O difícil trabalho de projetar um edifício escolar é, portanto, de apresentam arquitetura bastante
altíssima prioridade, dada sua importância social como edifício padronizada. Em São Paulo
arquitetônico de uma determinada comunidade inserida no tecido predomina a edificação de três
pavimentos, em um bloco monolítico.
urbano, e sua importância como símbolo educacional, cujo próprio Como foram desenvolvidas por
processo visa formar os futuros cidadãos. Nesse contexto, a escritórios terceirizados, há alguma
relação entre o espaço e os usuários representa um parâmetro originalidade no tratamento das
fundamental para adequar os edifícios escolares aos conceitos fachadas. (KOWALTOWSKI, 2000, p.
pedagógicos adotados, dado que nesse ambiente a criança se 98).
desenvolve e constrói relações com o mundo. A partir desse
convívio, a aquisição de conhecimento é construída em um Para os projetos arquitetônicos escolares mais comuns
processo permanente e evolutivo que agrega novos níveis de atualmente, são construídos e centralizados espaços rígidos no
conhecimento. Para Kowaltowski (2010, p. 42), “[...] o espaço físico modelo de ensino, cujas formas definidas são a figura principal do
escolar deve ser alvo de reflexão para que se consiga criar o professor diante da turma e os alunos são dispostos em fileiras
ambiente ideal, mais propício ao aprendizado, precisamos pensar em uma estrutura tipo produção, há muito ultrapassado, se
pensarmos pelos padrões de hoje. Devemos considerar os

referencial teórico 43
espaços escolares como “[...] um local de troca de aprendizados, deve obrigatoriamente possuir pois já consta na legislação
aproveitando o que este tem a oferecer nos momentos de brasileira a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência -
exploração, pesquisas e estudos” (FRITZEN, 2014, p. 20). É sobre a Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei Federal nº 13.146/15),
arquitetura escolar como aliada no processo de aprendizagem é porém o que vemos nas escolas atuais é o completo descaso e o
benéfico para instituições, professores e alunos, podendo assim abandono. KOWALTOWSKI (2011, p. 125) “acessibilidade significa
fornecer: melhor interação entre funcionários e alunos, inspirar a garantir e proporcionar condições iguais para todas as pessoas,
criatividade em alunos e professores, otimização de custos e independentemente de suas habilidades individuais”. Por isso é
equipamentos físicos, ambiente confortável e atraente. preciso restaurar um espaço que seja democrático e sem
No ano de 2002, o Ministério da Educação (MEC) publicou limitações.
Cadernos Técnicos: Apoio ao Projeto de Planejamento e
Adequação de Edifícios Escolares, Volumes 1-4, que contêm Cada idade tem um comportamento diferente e habilidades,
especificações técnicas para a construção de escolas públicas a relação com o espaço físico também afeta o comportamento
sintetizados em fichas, que possuem algumas condições humano, por isso o ambiente dialoga com as necessidades dos
especiais para projetos escolares, para projetos escolares, entre alunos em todas as etapas.
elas estão, dimensões mínimas, área útil por aluno, questões
ambientais, conforto térmico, luminotécnico e acústico, As decisões de projeto têm
acessibilidade, sustentabilidade e outros parâmetros. implicações para o resultado do
processo educacional, como
demonstrado por um estudo da
Universidade de Stanford de 2015, que
concluiu que salas de aula bem
AMBIENTE EDUCACIONAL projetadas poderiam impulsionar o
progresso do aprendizado em até 16%
em um único ano. Os fatores
Segundo ELALI (2012), existem fatores que afetam avaliados foram iluminação, acústica,
diretamente o ambiente escolar, seja ele interno ou externo, como temperatura, qualidade do ar e
por exemplo a localização da escola afeta diretamente a sensação vínculos com a natureza, formando
de espaço da criança e lhe dá uma sensação de segurança quando juntos parâmetros de conforto físico,
propriedade, flexibilidade e conexão,
ela entende que existe é possível ser realizada a pé, trazendo uma
definidos como um estímulo de
sensação de segurança e autoconfiança para a criança. individualização e complexidade. O
estudo descobriu que a conexão com
Outra condicionante é a acessibilidade, que a edificação a natureza melhora a plasticidade

referencial teórico 44
mental, e quando as crianças se É um direito dos estudantes, educar-
sentem donas do seu espaço, isso as se em um ambiente seguro, saudável
ajuda a desenvolver sentimentos de (ambientalmente falando) e atrativo.
responsabilidade. Além disso, o Especialmente quando se trata de
conjunto de fatores que compõem o alunos com idades mais jovens,
conforto físico tem o impacto mais quando a importância de todos esses
significativo na aprendizagem. fatores é ainda mais evidente. No que
(Cutieru 2021). diz respeito à ergonomia das cadeiras,
por exemplo, está comprovado que,
quando inadequada, prejudica muito a
O uso de elementos dinâmicos nos espaços educacionais é concentração e o desenvolvimento da
essencial, como o mobiliário, precisa proporcionar flexibilidade no caligrafia, por exemplo. É sabido
uso, com layouts que podem variar dependendo da tarefa também, que a eficiência do método
pretendida. Alguns layouts de espaço podem ser mencionados, tradicional de ensino está sendo cada
vez mais questionada e, ao mesmo
como grande grupo de debate, pequenos grupos para discutir ideia,
tempo, a qualidade de metodologias
superfícies de trabalho em grupo, comunicação pessoal com alternativas está sendo cada vez mais
professores, capacidade de concentração Individual; destaques do considerada nas escolas do século
professor, os móveis devem, portanto, atender aos requisitos XX. (Migliani, 2020).
diferentes faixas etárias, de acordo com o tamanho do aluno.

O uso de cores, bem como a presença do paisagismo no


ambiente escolar, pode trazer sensação e estimulação para todos
os usuários deste espaço, cores quentes como vermelho, laranja e
amarelo são mais adequadas para ambientes de entretenimento
onde os alunos podem se movimentar com mais liberdade,
enquanto ambientes de aprendizado como salas de aula,
bibliotecas e laboratórios requerem cores mais frias como azul,
verde e roxo, relacionadas a calmaria, o paisagismo também pode
oferecer a interação multissensorial, englobando os elementos dos
cinco sentidos ao ambiente escolar.

referencial teórico 45
mesas ora sentados, e ora em pé.

• • Móveis com rodízios: Mesas e cadeiras com rodízios


permitem flexibilização rápida e silenciosa. Voltaremos a falar
sobre esse benefício mais adiante.

• Espaços de democratização de ideias: Espaços para os


alunos escreverem discutindo ideias entre eles são bastante
envolventes.

• Flexibilidade: para apoiar as mais variadas formas de ensino


e estratégias de aprendizado;
Figura 11: Mobiliário interativo.
Fonte: Archdaily. • Eficiência: como em qualquer ambiente projetado, é preciso
pensar em soluções sustentáveis, e, além disso, as alternativas
devem ser duráveis a longo prazo. Como diz um velho ditado
A configuração dos ambientes de aprendizagem deve ser brasileiro: "o barato pode sair caro";
revista tendo em conta uma série de pontos como:
• Ergonomia: o usuário deve ser levado em conta, ou seja,
• Intervalos para exercícios e movimentos: É interessante tudo deve ser dimensionado às medidas do estudante (para cada
prever áreas livres próximas às salas, ou até mesmo dentro delas, faixa etária) e levar em conta as necessidades dos níveis de
para atenderem essa demanda. desenvolvimento de cada fase da vida humana. Cada idade tem
uma capacidade de se concentrar sentado por um período.
• Equipamentos de ginástica próximos: Da mesma forma,
pode-se prever uma área (desta vez com pequenos equipamentos Por exemplo:
de ginástica) para sanar a necessidade de gasto calórico de cada - De 6 a 10 anos: em média 5 minutos.
faixa etária. - De 11 a 15 anos: em média 15 minutos.
- De 16 a 20 anos: em média 25 minutos.’’ (Migliani, 2020).
• Mesas multiuso: Como já é frequente em escritórios
corporativos, considere que os alunos possam variar o uso das

referencial teórico 46
Os sete princípios do Desenho Universal são (ADC, 2005):
1. Uso equitativo: O projeto não pode criar desvantagens ou
estigmatizar qualquer grupo de usuários.

2. Flexibilidade de uso: O projeto deve ser adaptado a um largo


alcance de preferências e habilidades individuais.

3. Uso intuitivo: Fácil entendimento, independente de experiência,


conhecimento, linguagem e grau de concentração dos
usuários.

4. Informação perceptível: O projeto comunica informações


efetivas ao usuário, independentemente das condições do
ambiente e das habilidades sensoriais do usuário.

5. Tolerância ao erro: O projeto minimiza os riscos e as


Figura 12: Mobiliário interativo. consequências adversas de acidentes.
Fonte: Archdaily.
6. Baixo esforço físico: O projeto deve ser usado eficiente e
Segundo KOWALTOWSKI (2011), é responsabilidade do confortavelmente.
arquiteto desenvolver o espaço construído para melhorar a
qualidade do movimento e ampliar a coesão social. Segundo o 7. Tamanho e espaço para acesso e uso: Apropriados para
IBGE (2006), 14,5% da população brasileira enfrenta algum tipo de acesso, manipulação, uso, independentemente do tamanho do
barreira que impede o acesso a outros locais. O Desenho Universal corpo, postura ou mobilidade do usuário. (KOWALTOWSKI, 2011,
sugere os espaços utilizados democraticamente, incluindo aqueles p.125).
com condicionantes físicas, sejam eles temporários ou
permanentes, sugerindo que existem condições comuns para a
qualidade de uso do ambiente construído dentro ou dentro do
ambiente urbano.

referencial teórico 47
O METODO MONTESSORI

Com o início do século XX, o surgimento de novos e estimular o cérebro da criança. Autocontrole, autorrespeito e
panoramas educacionais trouxe consigo questionamentos sobre a confiança. Para Montessori, o desenvolvimento acontece em
educação. Considerando as possibilidades oferecidas pelo espaço fases, que são chamadas de Planos de Desenvolvimento. A cada
escolar, criado por Maria Montessori (1870-1952) o assim plano, as crianças buscam um novo patamar de independência em
chamado método Montessori, da então médica, psiquiatra e relação aos adultos.
pedagoga, que fundamentou sua proposta pedagógica neste
período, que visava nutrir e promover a aprendizagem da criança • ‘’0 a 6 anos: Este Primeiro Plano é guiado por Períodos
por meio do ambiente em que ela está inserida, mudando a forma Sensíveis. Ciclos durante os primeiros anos de vida em que o
de pensar a arquitetura educacional. interesse, o foco, e os esforços da criança são direcionados
completamente para uma área do desenvolvimento. Há períodos
sensíveis para o movimento, a linguagem, os sentidos, a escrita, a
matemática… E se a criança tiver liberdade para perseguir seus
interesses durante os períodos sensíveis, se desenvolverá com
mais facilidade, fluidez, aparentemente sem esforço e os
resultados serão muito superiores ao que seriam se os períodos
sensíveis fossem ignorados ou suprimidos.

• 6 a 12 anos: As crianças do Segundo Plano do


desenvolvimento já dominaram bastante do mundo mais próximo.
Elas sabem cuidar de si, e até conseguem cuidar dos outros e do
seu ambiente. A independência física está conquistada o
suficiente, e agora elas desejam alcançar outros mundos, que não
podem ser tocados. Mundos distantes: outros continentes, o
universo, as civilizações do passado, a Terra na época de sua
Figura 13: Maria Montessori. formação e os animais na história de sua evolução.
Fonte: Lar Montessori
• 12 a 18 anos: Para um adolescente, a parte mais importante
É uma pedagogia científica cujo principal objetivo é do dia a dia é a convivência com outros adolescentes. A
promover uma educação que apoia ativamente o desenvolvimento independência que estão conquistando é social, eles valorizam a
cerebral da criança, respeitar a personalidade de cada indivíduo socialização sem a presença ou ajuda do adulto. Ser socialmente

referencial teórico 48
independente significa, por um lado, resolver os próprios
problemas, sem apego ao ponto de vista que os adultos possam
expressar – e às vezes resistindo a esses pontos de vista, como
forma de se tornar livre deles. Mas também significa compreender,
de forma mais profunda e complexa, como a sociedade funciona: a
Tabela 1: Quadro da Associação Brasileira de Educação e Cultura (ABEC), que
cidade, a cultura, a ideologia, a economia, a ciência e a política.’’ evidencia a grande diferença entre os métodos
(Lar Montessori, 2013). Fonte: Grupo projetar – adaptado pelo autor

MÉTDODO MONTESSORIANO MÉTDODO TRADICIONAL


Enfatiza a estrutura cognitiva e o desenvolvimento social. Enfatiza o conhecimento e o desenvolvimento intelectual.
O aluno participa ativamente no processo de ensino e aprendizagem. A mestra e o aluno O aluno participa passivamente do processo de aprendizagem. A mestra é dominante na
interagem igualmente. sala.
Engaja a autodisciplina. A força atuante na disciplina é a mestra.
O ensino se adapta ao estilo de aprendizagem de cada um. O ensino em grupo é de acordo com o estilo de ensino para adultos.
Os alunos são motivados a colaborar e se ajudar mutualmente. Não se motiva a colaboração.
A criança escolhe seu trabalho ou atividade pelo seu interesse. A estrutura curricular é feita com pouco enfoque nos interesses da criança.
A partir do material selecionado, a criança é capaz de formular seu próprio conceito. O conceito é entregue diretamente para a criança pela mestra.
A criança trabalha no seu tempo. É estipulado um limite de tempo a criança pelo seu trabalho.
É respeitada a velocidade de cada criança para aprender e fazer sua informação O passo da introdução é ditado pela maioria da turma ou professora
adquirida.
Permite a criança descobrir seus próprios erros pela retroalimentação do material Os erros são corrigidos e assinalados pela professora.
Na repetição das atividades é reforçada internamente a aprendizagem e o aluno podem A aprendizagem é reforçada extremamente pela memorização, repetição, recompensa
desfrutar do resultado do seu trabalho. ou desalento.
O material multissensorial permite exploração física e ensino conceitual pela Possui poucos materiais sensoriais e ensino conceitual, na maioria das vezes abstrato.
manipulação concreta.
A criança tem liberdade para trabalhar, se mover pela sala ficar onde se sentir A criança na maioria das vezes fica sentada em sua cadeira e quieta.
confortável, conversar com os colegas sem atrapalhar os demais.
Os pais participam de um programa para explicar a filosofia de Montessori e processo Os pais se reúnem voluntariamente e em geral não participam no processo de
de aprendizagem de seus filhos. aprendizagem de seus filhos.

referencial teórico 49
A pedagogia montessoriana estudaram em escolas seguindo a filosofia do método. Alguns dos
relaciona-se à normatização e famosos são:
consiste em harmonizar a interação
de forças corporais e espirituais, • Mark Zuckerberg, fundador do Facebook;
corpo, inteligência e vontade. Seu
objetivo é a educação da vontade e da
• Larry Page e Sergey Brin, fundadores do Google;
atenção, com o que a criança tem • Bill Gates, fundador da Microsoft;
liberdade de escolher o material a ser • Jimmy Wales, fundador da Wikipédia, a maior enciclopédia livre
utilizado, além de proporcionar do mundo;
cooperação. Os princípios • Peter Drucker, conhecido como o pai da Administração
fundamentais são: a atividade, a
individualidade e a liberdade, com
Moderna;
ênfase em aspectos biológicos, e • Jeffrey Bezos, fundador da Amazon;
considera que a função da educação • Anne Frank;
é favorecer o desenvolvimento da • Gabriel Garcia Márquez, vencedor do Prêmio Nobel de Literatura;
criança (KOWALTOWSKI, 2011, p. 24). • Membros da Família Real Britânica;
• Maju Coutinho, jornalista brasileira. (Migliani, 2020).
Assim como a proposta educacional segue princípios
antroposofia, o projeto arquitetônico desse tipo de escola também A transferência de seus métodos e conceitos para o
deve seguir. Portanto, os arquitetos antroposóficos propõem uma ambiente escolar, principalmente no desenvolvimento de um
série de parâmetros que podem ser determinados na maioria das projeto arquitetônico, o espaço utilizado pelas crianças para
escolas de acordo com essa filosofia. Sua arquitetura deve ser Montessori deve ser idealizado para a autonomia das crianças
capaz de transmitir aos alunos uma sensação de abranger o com mesas feitas de materiais leves para que os alunos possam
espaço de sua experiência geral. O interior deve ser adequado a movê-las. (MONTESSORI,1965). A educadora elaborou cadeiras e
todas as atividades que aí se desenvolvem (existem cursos de poltronas leves e bonitas, pias baixas, guarda-roupas com cortinas
artesanato, escultura, carpintaria...). Também devem ser ou pequenas portas, fechaduras baixas que as crianças podem
adequados à idade e ao ciclo de desenvolvimento da criança que acessá-los a qualquer momento, e as paredes devem ser pintadas
ali estuda, segundo a Organização Montessori do Brasil (OMB), em cores alegres, com tábuas e mesinhas baixas para facilitar o
cerca de 45 escolas utilizam o método Montessori no Brasil. A manuseio das crianças. Todas essas orientações são necessárias
maioria desses colégios estão na região sudeste e sul. para que a criança altere livremente o ambiente de aprendizagem
de acordo com suas necessidades e desejos, estimulando a
Em 2011, o "Wall Street Journal" publicou um artigo sobre a concentração e, assim, o desejo de aprender. (MONTESSORI,
"Máfia Montessori", que mencionava algumas personalidades que 1965).

referencial teórico 50
BREVE HISTORICO DA CIDADE DE SÃO VICENTE
O município de São Vicente fica localizado no litoral do
Estado de São Paulo, na Região Metropolitana da Baixada Santista.
A população estimada em 2021, pelo IBGE era de 370.839
habitantes, sendo classificada como a terceira mais populosa do
litoral paulista. De acordo com o Censo do IBGE de 2010, a taxa de
escolarização de 6 a 14 anos no município de São Vicente, é de
96,7%, sendo 41.617 o número de matrículas no ensino
fundamental em 2021 e 11.006 no ensino médio, contando com
2.127 docentes no ensino fundamental e 829 no ensino médio.
Segundo os dados do IBGE 2021, o município conta com 109
escolas de ensino fundamental e 41 de ensino médio.

Nascidos em Nascidos em Nascidos em Figura 14: Taxa de escolarização de 6 a 14 anos de idade.


2003 2004 2005 Fonte: IBGE

Abandono Escolar Reprovação Escolar


Fora da escola Fora da escola Fora da escola 2 7
20% 17% 14%
1,5 5,25

1 3,5

0,5 1,75
≥ 95% ≥ 90% ≥ 85% < 85%
da geração da geração da geração da geração 0 0
matriculada matriculada matriculada matriculada 2019 2020 2021 2019 2020 2021

Gráfico 5: Percentual de crianças fora da escola em 2020. Gráfico 6: Abandono e reprovação escolares.
Fonte: Qedu – adaptado pelo autor Fonte: Qedu – adaptado pelo autor

referencial teórico 51
Análise urbana
Diagnóstico do terreno e entorno
LOCALIZAÇÃO

A área selecionada para o projeto de trabalho acadêmico de


graduação em questão de uma escola de ensino fundamental II e
ensino médio, foi definida e pensando pela sua localização
estratégica, perto de núcleos irregulares com a intenção de ajudar
crianças carentes que moram perto do terreno a pensar sobre seu
entorno, contemplando as áreas do Sambaiatuba, Batuíra, Bugre e
dos 115 demais diques. A localização do terreno fica entre a Av.
Senador Salgado Filho, a R. Jurandir Silveira Dantas e a R. Caio
Ribeiro de Moraes e Silva. A figura 15 mostra o terreno em
destaque a partir de um raio de 450 m foram feitas as análises do
entorno. O lote possui uma área de 15.697,13 m².

Figura 16: Localização do projeto


Fonte: Google Earth – adaptado pelo autora

HISTORICO DO BAIRRO VILA JÓQUEI CLUBE


A área central do bairro era uma pista de corrida de cavalos e deu
nome ao bairro de Vila Jóquei. O São Vicente Jockey Club foi
fundado em 2 de abril de 1949 (NOVO MILÊNIO, 2003).

Figura 15: Localização ampliada.


Fonte: Google Earth – adaptado pelo autora

análise urbana 53
O bairro Jockey Club, como muitas outras áreas
residenciais da cidade de São Vicente, carecia de recursos básicos
de qualidade, como saúde e educação. São muitas áreas de risco,
palafitas, zonas de alagamento, além de manutenções de estradas
e calçadas que não são feitas regularmente. O artigo intitulado
Favelas - Memórias Periféricas de 2019, discute algumas das
situações em que áreas de risco podem ser encontradas.

Embora o nome favela advenha de


uma planta, ela foi projetada para seu
um lugar sem vida. Portanto, o
contexto social, geográfico e histórico
da favela é que está nada mais é do
que um “núcleo habitacional surgido
desordenadamente, em terreno
Figura 17: Antiga pista de corrida, do bairro Jóquei Clube. público, de domínio não definido ou
Fonte: Novo milênio mesmo alheio, localizado em área
sem urbanização ou melhoramentos”
(FRANÇA, 2019).

A primeira cidade do Brasil, São Vicente, também foi afetada pelos


danos sociais causados pelo desenvolvimento urbano. De acordo
com o último censo do IBGE, 297.191 pessoas viviam na Região
Metropolitana da Baixada Santista (RMBS), ou simplesmente a
área comumente conhecida como Baixada Santista. Entre as nove
cidades da região, São Vicente ocupa o segundo lugar no ranking
de ocupação de espaços periféricos, com 24.067 domicílios
particulares ocupados e 86.68 habitantes desses. Além disso, São
Vicente é uma das 10 cidades brasileiras a possuir o maior número
de moradias sobre palafitas (cabanas construídas à beira de rios,
Figura 18: Antiga pista de corrida. manguezais ou mar). Mas a realidade
Fonte: Novo milênio

análise urbana 54
atual de São Vicente não foi espontânea ou episódica, mas uma Tínhamos que disputar lixo com
construção histórica ao decorrer dos anos de más gestões animais, como cavalos, cachorros,
vacas, ratos e até urubu, que às vezes
municipais. tentava nos atacar.”, comenta Elias
Paulo. Uma senhora lembra: “Aqui era
Em seus bairros periféricos, S. Vicente
desova de cadáveres. Encontrávamos
apresenta uma grande população
muitos fetos. Andávamos em meio a
carente, na situação socioeconômica.
fezes. Era comum a gente se
Essa concentração é mais evidente na
machucar com seringas descartadas
Vila Jóquei Clube, na Vila Margarida e
pelos hospitais”. E além desses
no Sá Catarina de Moraes. Nesses
problemas internos, havia um
bairros estão as favelas do Dique das
problema ainda maior, como recorda
Caixetas, do Dique do Bugre, do Dique
Maria Agnalda Aristides: “Para mim,
Sambaiatuba, do Dique do Contorno,
essa parte do preconceito era o pior
do Dique Saquaré, do México 70 e do
de tudo. Alguns vizinhos chamavam a
Argentina-78, cuja população é
gente de urubu. Não deixavam meus
estimada e mais de 45 mil habitantes
filhos brincarem com eles. Eu andava
(FRANÇA, 2019).
com uma tristeza muito grande
dentro de mim. Tinha vergonha de ser
Vale lembrar que os números acima para assentamentos de quem eu era” (FRANÇA, 2019).
baixa qualidade aumentaram significativamente à medida que
mais territórios foram ocupados, causando uma mancha de
expansão. O aterro foi então desativado e as pessoas mudaram-se
Mesmo sendo um lugar impróprio, na para novas habitações populares na área do Tancredo, embora
década de 70, dentro do dique foi
instaurado o Depósito Municipal de
algumas tenham voltado para o aterro. A Análise PRIMAHD -
Resíduos Sólidos, mais conhecido Programa Regional de Identificação de Áreas De Habitação
como “Lixão do Sambaiatuba”. Se era Desconforme disse de Sambaiatuba:
impróprio para ter lixo, também era
impróprio para ter pessoas, mas Tipo de construção: alvenaria e
ambos ali residiam, juntamente, por madeira / barracos.
mais de 30 anos. [...] Em entrevista O assentamento ocupa uma vasta
para o jornal A Tribuna, no ano de extensão de terra, a parte localizada
2012, alguns moradores lembraram o entre o Rio do Bugre e o Rio Casqueiro
que era viver no Caminho das Índias: está sendo reurbanizada, várias obras
“A gente convivia com a morte. já estão prontas e outras em

análise urbana 55
andamento. Ocupação em área
pública, várias casas foram
construídas na beira do canal e às
margens do Rio do Bugre. Na
ocupação existe rede de água, energia
elétrica, telefone, iluminação pública,
transporte público e coleta de lixo. No
local não há rede de esgoto e as
águas servidas são despejadas sem
tratamento diretamente no canal e no
rio. O entorno possui ruas com toda a
infraestrutura urbana. Próximo ao
local existe creche, escola e posto de
saúde. Principais desconformidades –
ocupações irregulares em área
pública, em Área de Preservação
Figura 19: Ponta da Ilha Sambaiatuba, no bairro Jóquei Clube, no ano de 2009.
Permanente e em faixa de domínio da
Fonte: Google Earth – elaborado pela autora
Linha de Transmissão (PRIMAHD,
2005).

Figura 20: Ponta da Ilha Sambaiatuba, no bairro Jóquei Clube, no ano de 2023.
Fonte: Google Earth – elaborado pela autora

análise urbana 56
Figura 21: Batuíra, no bairro Jóquei Clube, no ano de 2009. Figura 23: Bugre, no bairro Jóquei Clube, no ano de 2009.
Fonte: Google Earth – elaborado pela autora Fonte: Google Earth – elaborado pela autora

Figura 22: Batuíra, no bairro Jóquei Clube, no ano de 2023. Figura 24: Bugre, no bairro Jóquei Clube, no ano de 2023.
Fonte: Google Earth – elaborado pela autora Fonte: Google Earth – elaborado pela autora

análise urbana 57
POTENCIAIS E LIMITAÇÕES

Analisando pelo ponto urbano, o projeto estará intimamente


relacionado à estrutura urbana do bairro em questão. Tendo em
conta a disponibilidade apesar do local contar com escolas
próximas é claro seguindo as pesquisas que não atende todo o
público da região além da superlotação ser um problema, já que o
bairro em questão conta com núcleos irregulares., por meio de
pesquisas e análises por meio de imagens georreferenciadas,
pudemos examinar alguns postos-chave que são importantes
para um melhor entendimento do local e levar a melhores soluções
de projeto para o local, mostrando assim a necessidade de uma
escola que acolha o bairro..
Pontos positivos:

• O local possui equipamentos urbanos e comunitários que


atendem a população, escolas, postos de saúde (UBS), como
mercados, farmácias, comércios variados, CRAS etc.;
• Contém todos os serviços básicos de infraestrutura (energia
elétrica, transporte pública, esgoto, água, iluminação pública,
drenagem, pavimentação);
• Disponibilidade de coleta de resíduos sólidos urbanos – RSU;
• Oferta de serviços básicos essenciais;

Pontos negativos:

• Não ser acessível para PCDs;


• Falta de manutenção das vias e calçada.
• Superlotação escolar
• Falta de equipamentos urbanos no qual a comunidade possa
usufruir para o divertimento

análise urbana 58
MAPA SETORIZAÇÃO DE ESCOLAS NA REGIÃO

Este mapa foi feito com base em um raio de 450 m² a partir do terreno selecionado para o projeto, como podemos observar a área
conta com várias escolas, porém em suma maioria são de ensino fundamental I, não havendo escolas de ensino médio pela região, além
de haver uma desativada que seria a escola municipal novo rumo centro educacional e recreativo.

Escola Municipal de Educação Infantil Antônio


Pacífico

Creche Municipal Maria Josefa da Silva

Escola Municipal de Educação Infantil José Borges


Fernandes

E.M.E.F Manoel Nascimento Júnior

Escola Municipal Novo Rumo Centro Educacional e


Recreativo

Figura 25: Mapa de escolas pela região


Fonte: Elaborado pela autora / e colega Felipe de Santana.

análise urbana 59
MAPA DE CHEIOS E VAZIOS

O mapa de cheios e vazios é onde, analisamos cheios (construções) e os vazios (sem construções). Nota-se que a por ser uma área
próximo ao centro da cidade os cheios estão em prevalência e isso também se reforça por ser um local com invasões, os vazios se
concentram em pequenos espaços, incluindo a antiga pista de hipismo que deu nome ao bairro e espaços no quais servem de serviço de
depósito de containers.

Cheios

Área de intervenção

Figura 26: Mapa de cheios e vazios.


Fonte: Elaborado pela autora / e colega Felipe de Santana.

análise urbana 60
USO DO SOLO E OCUPAÇÃO DO SOLO

A partir do mapeamento do uso do solo que podemos observar o quanto a região é falta de comércios e locais institucionais que seriam igrejas,
escolas etc., e também perceber e predominância de habitações horizontais, apesar do fato de que logo atrás do terreno há duas torres de uso
residencial, que se desconectam do bairro em questão, para o projeto de uma escola a localização é fundamental que haja esses elementos
diversos o que torna o bairro vivo, porém vemos defasagens como a falta de espaços de uso público.

Uso Residencial Horizontal

Uso Residencial Vertical

Uso Serviço

Uso Comercial

Uso Retroportuário

Uso Institucional

Uso Espaços Público

Área de Intervenção

Figura 27: Mapa de uso e ocupação do solo.


Fonte: Elaborado pela autora / e colega Felipe de Santana.

análise urbana 61
MAPA DE GABARITO

Como podemos observar através do mapa, a área de intervenção o gabarito do entorno é baixo no máximo entre 01 e 02 pavimentos, o local
que possui maior gabarito são os residenciais habitacionais que ficam atrás do terreno, gerando assim um estudo projetual para observar como
isso afetaria o local.

01 a 02 pavimentos

03 a 05 pavimentos

06 ou mais pavimentos

Área de Intervenção

Figura 28: Mapa de gabaritos.


Fonte: Elaborado pela autora / e colega Felipe de Santana.

análise urbana 62
ASSENTAMENTOS PRECÁRIOS

No mapa abaixo podemos identificar os assentamentos precários envolta da área escolhida para o projeto a partir do raio selecionado, esses
locais são chamados de núcleos irregulares pois o índice de invasão é alto e as habitações não tem registro na prefeitura ou no cartório de
registro de imóveis, normalmente são pessoas de baixa renda no qual não tem para onde ir, e uma das metas deste projeto é dar o máximo de
conforto para as crianças e adolescentes ali residentes para que evitem longos deslocamentos e tenham um lugar aonde ir não só nos dias
habituais de aula.

Habitações irregulares

Assentamentos Precários

Área de Intervenção

Figura 29: Mapa de assentamentos precários.


Fonte: Elaborado pela autora / e colega Felipe de Santana.

análise urbana 63
SISTEMA DE CIRCULAÇÃO/VIÁRIO

A área de intervenção é uma área com intenso fluxo baixo as ruas que a cercam se caracterizam como vias locais R. Jurandir Silveira Dantas, as
vias arteriais de fluxo mais intenso ficam com as ruas paralelas laterais a Avenida Senador Salgado Filho e a Av. Galeão Coutinho, também há
uma via coletora próxima ao local na rua R. Fernando Ferrari, o que podemos constatar com isso é que o local é ideal para o âmbito escolar
com vias de fluxos baixos minimizando riscos e deixando todas as faces livres para aberturas.

Via arterial

Via coletora

Vila local

Área de intervenção

Figura 30: Mapa de hierarquia viária.


Fonte: Elaborado pela autora / e colega Felipe de Santana.

análise urbana 64
FLUXO DE VEÍCULOS

A área de intervenção é uma área com baixo fluxo na sua rua frontal que seria a R. Jurandir Silveira Dantas, já nas ruas paralelas ao
terreno o fluxo é intenso por se tratar de ruas que levam até o centro de São Vicente, são elas a Av. Sen. Salgado Filho, Rua Érico
Veríssimo e Av. Galeão Coutinho.

Fluxo de intenso

Fluxo de mediano

Fluxo de baixo

Área de Intervenção

Figura 31: Fluxo de veículos


Fonte: Elaborado pela autora / e colega Felipe de Santana.

análise urbana 65
PONTOS DE ONIBUS

A área de intervenção é uma área com disponibilidade de transporte públicos, e pontes de ônibus bem distribuídos, principalmente ao
redor da área de intervenção.

Ponto de ônibus

Área de Intervenção

Figura 32: Mapa de pontos de ônibus.


Fonte: Elaborado pela autora / e colega Felipe de Santana.

análise urbana 66
ÁREAS VERDES E ESTRUTURAS VERDES

O local em questão é pouco provido de áreas verdes e arvores em um geral, a não ser pelo antigo clube do Jóquei que contêm
bastante concentração de gramas.

Gramado

Árvores

Área de Intervenção

Figura 33: Mapa de áreas verdes e estruturas verdes.


Fonte: Elaborado pela autora / e colega Felipe de Santana.

análise urbana 67
POPULAÇÃO RESIDENTE E USUÁRIA

Segundo o censo do IBGE de 2010, nota-se que a maior É notável que a maior quantidade de pessoas na cidade de Vila
quantidade de pessoas na cidade de São Vicente-SP, está na faixa Jóquei Clube, São Vicente-SP, está na faixa etária dos 25 anos aos
etária dos 25 aos 29 anos, entre homens e mulheres. 29 anos, entre homens e mulheres, também na faixa etária dos 10
aos 14 anos.

Figura 34: Percentual populacional homens e mulheres da cidade de São Figura 35: Percentual populacional homens e mulheres do bairro Jockey
Vicente.. Club.
Fonte: IBGE Fonte: IBGE

análise urbana 68
Figura 36: Dados populacionais de São Vicente e Jockey Club..
Fonte: IBGE

ASPECTOS DE CONFORTO AMBIENTAL (POLUIÇÃO SONORA,


VENTOS PREDOMINANTES...) Figura 37: Velocidade média do vento em São Vicente
Fonte: weatherspark
• Ventos

A época de mais ventos no ano dura 4,1 meses, de 23 de agosto O vento mais frequente vem do norte durante 1,1 mês, de 10 de
a 27 de dezembro, com velocidades médias do vento acima de junho a 13 de julho, com porcentagem máxima de 33% em 2 de
13,4 quilômetros por hora. O mês de ventos mais fortes julho. O vento mais frequente vem do leste durante 11 meses,
em São Vicente é outubro, com 14,6 quilômetros por hora de de 13 de julho a 10 de junho, com porcentagem máxima de 42%
velocidade média horária do vento. em 1 de janeiro. (Weather Spark, 2016).
A época mais calma do ano dura 7,9 meses, de 27 de dezembro
a 23 de agosto. O mês de ventos mais calmos em São Vicente
é fevereiro, com 12,2 quilômetros por hora de velocidade média
horária do vento. (Weather Spark, 2016).

análise urbana 69
Figura 39: Clima em São Vicente.
Fonte: weatherspark

O dia em que o sol nasce mais cedo é 29 de novembro, às


05:09. O nascer do sol mais tarde ocorre 1 hora e 40 minutos
Figura 38: Direção do Vento em São Vicente. depois, às 06:49 em 4 de julho. O dia em que o sol se põe mais
Fonte: weatherspark cedo é 7 de junho, às 17:25. O dia em que o sol se põe mais
tarde ocorre 1 hora e 33 minutos depois, às 18:58 em 13 de
janeiro. (Weather Spark, 2016).
• Clima em São Vicente

Em São Vicente, o verão é curto, quente, opressivo e de céu


quase encoberto; o inverno é longo, agradável e de céu quase
sem nuvens. Durante o ano inteiro, o tempo é com precipitação.
Ao longo do ano, em geral a temperatura varia de 19 °C a 32 °C
e raramente é inferior a 16 °C ou superior a 35 °C. (Weather
Spark, 2016).

análise urbana 70
Figura 41: Nível de conforto e umidade em São Vicente.
Figura 40: Gráfico do nascer e pôr do sol com crepúsculo em São Vicente. Fonte: weatherspark
Fonte: weatherspark

• Umidade

O período mais abafado do ano dura 7,7 meses, de 30 de


setembro a 20 de maio, no qual o nível de conforto é abafado,
opressivo ou extremamente úmido pelo menos em 26% do
tempo. O mês com mais dias abafados em São Vicente é
janeiro, com 28,1 dias abafados ou pior. O mês com menos dias
abafados em São Vicente é julho, com 1,5 dia abafados ou pior.
(Weather Spark, 2016).

análise urbana 71
ESTUDO SOLAR DO LOCAL

Baseado nos estudos solares e ventos vistos no capítulo


anterior, esta imagem demonstra claramente o trajeto do sol e dos
ventos diante do terreno.

Figura 42: Trajeto solar do terreno


Fonte: Elaborado pela autora

análise urbana 72
ESTUDO DE SOMBRAS

Pelo fato de a área não ter um adensamento residencial alto, o espaço se torna quase sem interferências de sombra trazendo liberdade
em questão de disposição do projeto no terreno, como podemos observar a época com maior incidência de sombra é o solstício de
inverno, onde os edifícios vizinhos, afetam o terreno.
solstício de inverno, 21 de junho

09h 12h 15h


solstício de verão , 21 de dezembro

09h 12h 15h

Figura 43: Estudo de sombras.


Fonte: Editado pela autora

análise urbana 73
LEVANTAMENTO FOTOGRÁFICO

Neste capítulo, será apresentado imagens do terreno retiradas do


Google Earth, para melhor entendimento do entorno.

Figura 45: Imagem a partir da R. Jurandir Silveira Dantas.


Fonte: Google Earth – adaptado pelo autora

Figura 44: Imagem a partir da Av. Sen. Salgado Filho


Fonte: Google Earth – adaptado pelo autora

Figura 46: Imagem a partir da R. Jurandir Silveira Dantas, outra extremidade.


Fonte: Google Earth – adaptado pelo autora

análise urbana 74
Figura 47: Imagem a partir da R. Jorge Monteiro.
Fonte: Google Earth – adaptado pelo autora

Figura 48: Imagem a partir da R. Jorge Monteiro.


Fonte: Google Earth – adaptado pelo autora

análise urbana 75
Condicionantes legais
PLANO DIRETOR

Segundo o com a Lei Complementar municipal Nº 917, de confluência com a Avenida Penedo, cuja via passa a denominar-
14 de dezembro de 2018, que institui o Plano Diretor de se Avenida Augusto Severo, por onde segue até encontrar o
ponto inicial; delimitando a Macrozona onde se pretende
Desenvolvimento e Expansão Urbana do município de São Vicente, incentivar: a solução de conflitos urbanos, sociais ou com a
o local do projeto está situado nas: malha viária; a revitalização urbana; o uso residencial
verticalizado; o uso institucional público compatível com os
Microárea Insular: formada por usos existentes ou com os usos a se incentivar; os
planícies costeiras e morrotes empreendimentos habitacionais de interesse social; a
insulares, que inclui remanescentes regularização fundiária; a melhoria das condições urbanas e
de ecossistemas naturais, contida na ambientais nos assentamentos com recuperação da franja do
Ilha de São Vicente, conforme a Lei. mangue; o incremento dos usos comerciais e de serviços não
conflitantes com os residenciais e as atividades turísticas,
esportivas e lazer.

Figura 49: Mapa de microáreas.


Fonte: Prefeitura de São Vicente;

Macrozona Insular Oito– MZI-08: área urbanizada,


compreendendo os bairros Vila Jóquei Clube, que tem início na
confluência da Avenida Augusto Severo e o Dique das Caixetas
– Avenida Marechal Juarez Távora, seguindo sentido norte até a
margem leste do Rio Caixeta, por onde segue sentido norte até
o Rio Casqueiro; deflete à direita e segue a faixa lindeira, Figura 16: Localização do projeto
adentrando o Rio do Bugre e seguindo pela sua margem, Figura 50: Mapa de macrozonas.
Fonte: Blogpot
acompanhando a divisa municipal até a Avenida Sambaiatuba, Fonte: Prefeitura de São Vicente;
defletindo à direita pela Avenida Doutor Alcides de Araújo até a

condicionantes legais 77
Zona de Qualificação Urbana – ZU: zona que, por suas • Inclusão Social:
características específicas, necessitam de disciplina especial de
parcelamento, uso e ocupação do solo. Porções do território, Art.18 - O Poder Público Municipal priorizará a redução das
públicas ou privadas, sem destinação específica, com desigualdades sociais, adotando políticas públicas que
incentivos fiscais e normas próprias de parcelamento, uso e promovam e ampliem a garantia dos direitos sociais e a
ocupação do solo capazes de criar condições para o melhoria da qualidade de vida dos munícipes, atendendo às
desenvolvimento social, econômico e ambiental de forma suas necessidades básicas, garantindo o acesso e a fruição de
estratégica, onde se pretende a requalificação do espaço bens e serviços socioculturais e urbanos que o Município
urbano incorporando o desenho urbano ao processo de oferece, orientando as políticas setoriais nesta direção e
planejamento vinculados à apresentação de licenciamento buscando a participação e inclusão de todos os segmentos
ambiental e de laudo de impacto de vizinhança, para mitigação sociais, sem qualquer tipo de discriminação.
de danos urbanísticos.
Art. 23 - A distribuição de equipamentos e serviços sociais deve
respeitar as necessidades regionais e as prioridades definidas a
partir da demanda, privilegiando as áreas de urbanização
precária, com atenção para as Zonas Especiais de Interesse
Social – ZEIS e demais áreas com população em situação de
vulnerabilidade social.

Art. 24 - A política urbana do Município deverá garantir a


equidade e justiça social e promover a cultura de paz, nos
termos do “Programa Cidades Sustentáveis” no âmbito do
Ministério do Meio Ambiente, visando à constituição de
comunidades inclusivas e solidárias, com a finalidade de:
II – Assegurar acesso equitativo aos serviços públicos, à
educação, à saúde, à assistência social, às oportunidades de
emprego, à formação profissional, às atividades culturais e
esportivas, à informação e à inclusão digital com acesso à rede
mundial de computadores;

Figura 51: Mapa de zoneamento.


Fonte: Prefeitura de São Vicente;

condicionantes legais 78
LEI COMPLEMENTAR

Segundo a Lei Complementar municipal de São Vicente Nº • Coeficiente de aproveitamento:


987, de 16 de março de 2020, que institui Disciplina o ordenamento
do Uso e Ocupação do Solo do Município de São Vicente, o O coeficiente de aproveitamento é o número que multiplica
empreendimento está sujeito às seguintes condições: a área do lote para resultar na quantidade de metros quadrados
que podem ser construídos no terreno determinado. Contudo, não
XII – VILA JÓQUEI CLUBE – Começa na margem esquerda da são todas as áreas de uma edificação que são computadas no
foz do Rio das Cachetas, segue pela margem direita do Rio
Casqueiro até a margem esquerda da foz do Rio do Bugre,
cálculo:
segue por esta até o canal da Rua Dr. Alcides de Araújo; deflete Art. 72 No cálculo do coeficiente de aproveitamento deverão ser
à direita e segue pelo eixo desta até o cruzamento com o respeitadas as seguintes condicionantes:
prolongamento da Av. Penedo; deflete à direita e segue por este I - Nas edificações com uma ou mais unidades por lote, a
e pelo eixo desta via e da Avenida Augusto Severo até o exemplo de hotéis, flats, edificações residenciais
cruzamento com o Canal da Avenida Ver. José Rosindo dos plurihabitacionais, edificações de prestação de serviços e
Santos Filho; deflete à direita e segue pelo eixo deste até o hospitais, não serão computadas as áreas de uso comum, tais
cruzamento com a Rua Haiti; deflete à direita e segue pelo seu como: caixas de escadas, poços de elevadores, garagens, áreas
prolongamento até o cruzamento com o eixo do Canal do Rio de lazer e circulações; (Lei Complementar municipal Nº 987,
das Cachetas; segue pela margem direita do Rio das Cachetas 2020). (Lei Complementar municipal Nº 987, 2020)
até o ponto de partida. Com área de 2,93 km², sendo constituído Art. 74 O coeficiente de aproveitamento – CA fica dividido em:
pelos loteamentos Maximino Bispo e parte da Vila Jóquei Clube.
I - Coeficiente de aproveitamento mínimo – CA min: índice que,
• Taxa de ocupação: multiplicado pela área do terreno a ser edificado, determina a
área construída mínima obrigatória para o lote, abaixo do qual o
imóvel poderá ser considerado subutilizado ou não utilizado;
A taxa de ocupação do local é um dos índices urbanísticos de
ocupação que, em conjunto com os recuos, é a separação entre a II - Coeficiente de aproveitamento básico - CAb: índice que,
área de projeção da edificação e a área do terreno. multiplicado pela área do terreno a ser edificado, determina a
área construída permitida para lote sem exigência de
contrapartida;
Art. 116 Na Zona de Qualificação Urbana – ZU, respeitando-se
os recuos definidos nesta lei complementar, fica estabelecida a III - Coeficiente de aproveitamento máximo – CA max: índice
taxa de ocupação máxima de 60% (sessenta por cento). (Lei que, multiplicado pela área do terreno a ser edificado, determina
Complementar municipal Nº 987, 2020). a área construída permitida para lote, com exigência de
contrapartida. (Lei Complementar municipal Nº 987, 2020)

condicionantes legais 79
Art. 115 Na Zona de Qualificação Urbana – ZU ficam definidos • Taxa de permeabilidade
os seguintes coeficientes de aproveitamento:

I - Coeficiente de aproveitamento mínimo de 0,4 (quatro Taxa de Permeabilidade, é a relação entre a parte
décimos) vezes a área do lote; permeável, que permite a infiltração de água no solo, livre de
qualquer edificação, e a área do lote:
II - Coeficiente de aproveitamento básico de 5 (cinco) vezes a
área do lote; Art. 67 As novas edificações e reformas com ampliação acima
de 50% (cinquenta por cento) da área construída deverão,
III - Coeficiente de aproveitamento máximo de 8 (oito) vezes a obrigatoriamente, possuir taxa de permeabilidade de ao menos
área do lote; (Lei Complementar municipal Nº 987, 2020). 15% (quinze por cento) da área do lote, exceto nas zonas ZPDS
e ZPDS-R, em que deverão possuir taxa de permeabilidade de ao
menos 50% (cinquenta por cento) da área do lote.
• Recuos:
Art. 69 Nos processos de licenciamento de edificações novas
ou de reformas com alteração de área construída superior a
Recuo é a distância mínima que uma edificação precisa ter 50% (cinquenta por cento) em lotes com área superior a
em relação à parte da frente, fundo e laterais de um terreno dentro 1.000m² (mil metros quadrados), é obrigatória a reserva para
do próprio lote. aproveitamento de águas pluviais provenientes das coberturas
das edificações para fins não potáveis.
Art. 55 O recuo frontal mínimo exigido é de:

I - 25,00m (vinte e cinco metros) para as vias de trânsito rápido;

II - 5,00m (cinco metros) para as vias arteriais, coletoras e


locais
.
§ 3ºNo caso de lote situado em uma ou mais esquinas, 01 (um)
dos recuos frontais poderá ser reduzido para 3,00m (três
metros), desde que este não esteja voltado para as vias arteriais
e de trânsito rápido, exceto nos casos abaixo em que não
poderá haver redução desde o pavimento térreo:

I - Edifícios com mais de 04 (quatro) pavimentos;

II - Edifícios cuja altura total contada do nível da rua até a última


laje de cobertura, seja superior a 16,00m (dezesseis metros);

condicionantes legais 80
CÓDIGO DE OBRA

Segundo a Lei 314/00 Art. 2º do município de São Vicente - IV - Ter instalações preventivas contra incêndios, de acordo
Na análise de projetos de edificações prevalecerão as exigências com as normas da ABNT.
da Lei Complementar 271/99, quando estas forem divergentes e
mais restritivas que a Lei 2026/85 de 09 de julho de 1985.
NORMA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL
Segundo a Lei Complementar N.º 582, de 10 de julho de
• Edificações para fins especiais: 2009, que institui o Licenciamento Ambiental Municipal de São
Vicente, o local do projeto está sujeito às seguintes condições:
Art. 40º - As edificações destinadas a escolas e
estabelecimentos congêneres, além das exigências da presente
lei que lhes são aplicáveis devem: • Das licenças: prévia, de instalação e de operação:
I - Ser de material incombustível, tolerando-se o emprego de
madeira ou outro material combustível, apenas nas edificações
térreas, bem como nas esquadrias, parapeitos, revestimentos Art. 40º - As edificações destinadas a escolas e
de pisos e estruturas de forro e da cobertura. estabelecimentos congêneres, além das exigências da presente
lei que lhes são aplicáveis devem:
II - Ter locais de recreação, cobertos e descobertos,
recomendando-se que atendam aos seguintes I - Ser de material incombustível, tolerando-se o emprego de
dimensionamentos; madeira ou outro material combustível, apenas nas edificações
térreas, bem como nas esquadrias, parapeitos, revestimentos
a- Local de recreação descoberto, com área mínima de 2 (duas) de pisos e estruturas de forro e da cobertura.
vezes a soma das áreas das salas de aula, e
b- local de recreação coberto, com área mínima de metade da II - Ter locais de recreação, cobertos e descobertos,
soma das áreas das salas de aula; recomendando-se que atendam aos seguintes
dimensionamentos;
III - Ter instalações sanitárias separadas por sexo,
recomendando-se as seguintes proporções mínimas: a- Local de recreação descoberto, com área mínima de 2 (duas)
a- Para o sexo masculino - um vaso sanitário para cada 50 vezes a soma das áreas das salas de aula, e
(cinquenta) alunos, um mictório para cada 25 (vinte e cinco) b- local de recreação coberto, com área mínima de metade da
alunos e um lavatório para cada 50 (cinquenta) alunos; 16 soma das áreas das salas de aula;
b- para o sexo feminino - um vaso sanitário para cada 20 (vinte)
alunas e um lavatório para cada 50 (cinquenta) alunas, e c- um III - Ter instalações sanitárias separadas por sexo,
bebedouro para cada 40 (quarenta) alunas; recomendando-se as seguintes proporções mínimas:

condicionantes legais 81
• Das fontes de poluição: • Escolas

Art. 13 - Para efeito de obtenção da Licença Prévia, de 10.15.1 - A entrada de alunos deve estar, preferencialmente,
Instalação e de Operação, consideram-se fontes de poluição: localizada na via de menor fluxo de tráfego de veículos.

I – Depósito de caçambas utilizadas no transporte de entulho e 10.15.2 - Deve existir pelo menos uma rota acessível
resíduos da construção civil; interligando o acesso de alunos às áreas administrativas, de
prática esportiva, de recreação, de alimentação, salas de aula,
II – Estacionamentos com lavagem de veículos; laboratórios, bibliotecas, centros de leitura e demais ambientes
pedagógicos. Todos estes ambientes devem ser acessíveis.
III – Serviços de lavagem de veículos, exceto postos de
abastecimento; 10.15.3 - Em complexos educacionais e campus universitários,
quando existirem equipamentos complementares, como
IV – templos, igrejas e entidades religiosas que utilizem piscinas, livrarias, centros acadêmicos, locais de culto, locais de
aparelhos de som; exposições, praças, locais de hospedagem, ambulatórios,
bancos e outros, estes devem ser acessíveis.
V – Oficinas de reparação de veículos;
10.15.4 - O número mínimo de sanitários acessíveis deve
VI – Armazenagem de contêineres, exceto depósito de atender à Tabela 7.
produtos químicos e/ou inflamáveis;
10.15.5 - Recomenda-se que elementos do mobiliário interno
VII – Restaurantes e similares que queimem combustível sólido sejam acessíveis, garantindo-se as áreas de aproximação e
ou líquido; manobra e as faixas de alcance manual, visual e auditivo,
conforme especificações das Seções 4, 5, 8 e 9.

10.15.6 - Quando forem utilizadas cadeiras do tipo universitário


NORMAS DE ACESSIBILIDADE UNIVERSAL (NBR9050) (com prancheta acoplada), devem ser disponibilizadas mesas
acessíveis à P.C.R na proporção de pelo menos 1 %, para cada
A NBR 9050, é a norma que estabelece os critérios e caso, do total de cadeiras, com no mínimo uma para cada duas
parâmetros técnicos a serem observados quanto ao projeto, salas, conforme 9.3.1.
construção, instalação e adaptação do meio urbano e rural, e de
edificações às condições de acessibilidade. 10.15.7 - As lousas devem ser acessíveis e instaladas a uma
altura inferior máxima de 0,90 m do piso. Deve ser garantida a
área de aproximação lateral e manobra da cadeira de rodas,
conforme Seção 4.

condicionantes legais 82
10.15.8 - Todos os elementos do mobiliário da edificação, como
bebedouros, guichês e balcões de atendimento, bancos de
alvenaria, entre outros, devem ser acessíveis e atender ao
disposto nas Seções 8 e 9.

10.15.9 - Nas salas de aula das escolas, cursinhos, complexos


educacionais e campus universitários, recomenda-se atender ao
descrito em 10.5.1 a 10.5.3.

condicionantes legais 83
Referências projetuais
Estudo de caso
Obras análogas
EDUCAR II SESC-CE SCHOOL / REDE DE ARQUITETOS

Ficha Técnica: Leste-Oeste de aproximadamente 350,00m x 50,00m, com duas


fachadas e três acessos transversais para rodovias ao sul dela.
Arquitetos: Rede Arquitetos; Além dessas condições, o projeto também abordou algumas
Endereço: Fortaleza - Ceará, Brasil; condições existentes. Uma capela a serviço da comunidade,
renovação de um ginásio e integrá-lo ao projeto escolar e um
Área: 14000 m²; prédio antigo onde já funcionava parte da escola, mas que seria
Ano: 2022. demolido para a construção do novo projeto. O complexo foi
estudado dentro de uma lógica de racionalização dos materiais,
coordenação modular e industrialização da construção – da
estrutura às vedações –, beneficiando o processo de obra e
encurtando os prazos de execução.

Figura 53: Planta Baixa, Sesc – CE.


Fonte: Archdaily

O programa de necessidades consiste em um jardim de


infância, níveis de ensino fundamental I e II, um auditório, um bloco
para atividades extracurriculares, uma cantina e a reforma do
Figura 52: Fachada principal Sesc – CE. ginásio que já existia. Portanto, dentro da lógica da racionalização
Fonte: Archdaily estrutural, coordenação modular e industrialização da construção,
da estrutura às vedações, beneficiando o processo de obra e
O projeto Escola Educar II SESC-CE está localizado no bairro diminuindo os prazos de realização, além de possibilitar a
Damas, em Fortaleza, em um terreno longitudinal sentido execução do projeto em fases.

referências projetuais 85
Figura 54: Diagramas
Fonte: Archdaily

Figura 55: Corte AA, Sesc – CE.


Fonte: Archdaily

Figura 56: Corte BB, Sesc – CE.


Fonte: Archdaily

A estrutura metálica, adaptada às condicionantes dadas, foi


pensada com base na modulação de 1,20m, vencendo grandes
vãos, sobreposições de peças para montagem interior, com as
lajes steel deck sobre vigas metálicas e forros tipo colmeia, além
das segundas peles de brises horizontais que resguardam os
ambientes internos da insolação direta e criam um modelo para o
invólucro do projeto. O conforto térmico é proporcionado por
diversas estratégias. A primeira é a possibilidade de ventilação
natural em ambientes com circulação vertical e horizontal. Além
disso, o pátio traz vegetação para o edifício, melhora a umidade e a
estrutura é protegida por brises metálicas fixadas horizontalmente.
A cor do edifício também é um elemento chave que delineia a
entrada, distingue-a do resto do programa e serve de guia para a
Figura 57: Espaço Interno.
neutralidade do branco que permeia o espaço. Fonte: Archdaily

referências projetuais 86
FDE – ESCOLA VÁRZEA PAULISTA / FGMF

Ficha Técnica: A partir de um programa da FDE, Fundação para


Desenvolvimento do Ensino, as escolas estaduais de primeiro e
Arquitetos: FGMF - Forte, Gimenes e Marcondes Ferraz Arquitetos segundo grau construídas pelo Governo do Estado de São Paulo
Local: São Paulo – Brasil apontam em comum a decisão do sistema construtivo, dos
componentes industrializados, o programa de salas e áreas de
Ano: 2008 convivência, a conexão entre os espaços e a intuito de criar para as
Área construída: 2703 m² pessoas das escolas, um lugar aconchegante e com arquitetura de
qualidade para a prática do ensino. Com a obra, o escritório FGMF
Área do terreno: 6344 m² recebeu duas premiações: menção honrosa na Bienal de
Tipo de projeto: Educacional Arquitetura de Brasília e Prêmio Especial Eduardo Kneese de Mello,
do Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB).
Materialidade: Concreto
Estrutura: Concreto.

Figura 59: Imagem lateral


Fonte: Archdaily
Figura 58: Fachada principal escola FDE
Fonte: Archdaily

referências projetuais 87
Desde o início, o objetivo do projeto foi integrar espaços A estrutura de concreto do edifício se estende além dos
públicos e semipúblicos, espaços internos e externos. Ao lidar com limites do edifício, também suportando elementos de
este terreno acidentado, oferece uma ampla via de acesso à escola sombreamento. Em primeiro plano, elementos ocos de concreto
e, quando aberta, torna-se um confortável espaço de convivência com aberturas irregulares são agrupados para formar um grande
para a comunidade. Este espaço é complementado por todo o mosaico que ajuda a filtrar a luz. Esse mosaico de concreto
térreo do edifício, com uma quadra poliesportiva, um galpão garante visuais interessantes, tanto por dentro, que parece
coberto para diversas atividades e um pátio recreativo na parte emoldurar a paisagem, quanto por fora, quando parece um painel
posterior ao terreno. Nos fins de semana, todos esses espaços gigante. À noite, quando as salas de aula estão iluminadas, o
articulados servem como espaços de lazer para moradores que mosaico perde a vibração e a escola fica mais clara e iluminada.
têm necessidade desse tipo de espaço.

Figura 61: Fachada FDE


Fonte: Archdaily

Figura 60: Implantação FDE


Fonte: Archdaily

referências projetuais 88
ESCOLA MONTESSORI / MARLON BLACKWELL ARCHITECTS

Ficha Técnica: de aula, salas de conferência e uma nova cozinha comercial. Como
o primeiro edifício a ser construído sob o Acordo de Proteção
Arquitetos: Marlon Blackwell Architects; Marlon Blackwell Costeira de Fayetteville, as condições restritas do local ajudaram a
Architects moldar o projeto. O revés significativo reduziu a área edificável a
um pequeno triângulo no canto sudoeste do campo.
Local: Fayetteville Montessori Elementary, 2358 Green Acres Rd,
Fayetteville, AR 72703, Estados Unidos
Ano: 2012
Área: 700 m²

Figura 62: Entrada principal Montessori


Fonte: Archdaily

A Escola Montessori está localizada em um pequeno


terreno triangular sujeito a inundações. Seu programa inclui salas
Figura 63: Local do projeto escola Montessori
Fonte: Archdaily

referências projetuais 89
Combinado com um orçamento limitado e um cronograma O painel de material é intencionalmente mantido simples,
apertado, o projeto teve que atender a rigorosos critérios durável e econômico, com cipreste leve dando uma textura quente
ambientais. O primeiro nível que se abre inclui um jardim de chuva e convidativa à fachada e entrada sul. O cipreste reaparece na área
que retém e filtra a água da chuva para reduzir as inundações. Um de lazer interna. Painéis metálicos pré-fabricados são o
telhado verde no bloco leste reduz deslizamentos de terra e atua revestimento principal dos dois volumes, cuidadosamente
como isolamento. O segundo andar, ao longo da ala poente, tem detalhados para expressar esse material despretensioso por meio
quartos auxiliares. Com sua certificação LEED Silver, a escola nos do artesanato. O delicado equilíbrio entre programa de
mostra que um compromisso compartilhado com a economia e a necessidades bem definido e, orçamento e requisitos ambientais
responsabilidade ambiental não é exclusivo, mas pode ser resulta em uma escola de alto desempenho com muita luz natural
informativo e inspirador. que incentiva alunos, pais e professores a explorar a relação entre
o ambiente construído.

Figura 65: Corte escola Montessori


Fonte: Archdaily
Figura 66: Corte 02 escola Montessori
Fonte: Archdaily

Figura 64: Planta pavimento térreo escola Montessori


Fonte: Archdaily

referências projetuais 90
Pr o j e t o
APRESENTAÇÃO

O projeto arquitetônico constitui na criação de uma escola misturadas, para que o aprendizado possa ser compartilhado,
de ensino fundamental II que vai do 6° ao 9° ano e o ensino médio seguindo a metodologia são turmas com agrupamentos etários
que vai do 1° ao 3° ano, no qual o intuito é funcionar em período diversos, ou seja uma sala pode conter alunos de 11 a 13, 14 a 15 ,
integral e nos finais de semana, atendendo as crianças e 16 a 18 anos.
adolescentes do bairro e adjacentes, foi desenvolvido com o
pensamento de promover experiências múltiplas tanto para as Além das disciplinas regulares, os alunos podem ter aulas
crianças e adolescentes quanto para a comunidade, buscando o de música, dança, artes e outras atividades. O objetivo é reduzir o
desenvolvimento integral nas esferas individual e coletiva em um tempo que as crianças passam na rua e poder proporcionar
ambiente integrativo. Isto posto, as relações da criança com o atividades de lazer, esportes e a introdução de hábitos alimentares
espaço e com os demais agentes que fazem parte do seu saudáveis e contribuir com o meio ambiente por meio da
desenvolvimento (família, professores e outras crianças), sustentabilidade e das hortas sensoriais que estimulam os 5
associados aos aspectos intrínsecos do desenvolvimento humano, sentidos do corpo humano, que serão cuidadas pelos alunos. Eles
foram fundamentais para estabelecer as principais diretrizes do terão a oportunidade de produzirem os alimentos que eles iram
projeto, o qual visa proporcionar um espaço de convivência, consumir, com o objetivo de melhorar a convivência social e o
permanência e aprendizado. ambiente em que vivem e conscientizá-los sobre a preservação da
natureza.
Foi pensado para atender a metodologia montessoriana de
ensino, que consiste na promoção da autonomia e da liberdade
individual, sempre respeitando os limites do desenvolvimento
natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas, como já
explicado anteriormente, o professor nesta método é um
orientador direcionando ao ensino, porem o aluno tem a liberdade
de escolher o que estudar e por quanto tempo estudar, além disso
currículo é multidisciplinar, com temas trabalhados por diferentes
perspectivas e múltiplas disciplinas ao mesmo além de
transcender a sala de aula, pois a natureza, a arte são incluídas no
processo, a avaliação é feita pelo progresso do aluno e os registros
em aula, não há lugares em sala pois o princípio é que a criança ou
jovem se sinta bem no espaço, e o conhecimento seja transmitido
para os demais através deles mesmos, por isso as turmas são

proposta de projeto 92
CONCEITO

O conceito para o projeto se mostra a partir do interesse de Por fim, compreendemos que o aluno como ser ativo no
questionar o atual modelo físico tradicional das escolas, uma vez processo de aprendizagem, a intenção é propiciar ambientes
que a partir dos estudos apresentados entendemos a grandes saudáveis e dinâmicos, transformando o aprendizado em algo
necessidades de ambientes que sejam fluidos, amplos, acessível e motivador, a proposta principal é que a arquitetura sirva como uma
permeável, além de aplicar conceitos conhecidos na arquitetura ferramenta educacional com espaços amplos e funcionais além do
como a multiplicidade, ludicidade, sensorialidade e pluralidade. mobiliário adaptado para cada faixa etária, além de espaços
multifuncionais que atendam a comunidade e bairros adjacentes e,
Explicando o que foi dito, a multiplicidade leva em podendo assim eventualmente receber eventos e projetos da
consideração a necessidade de interação e clarificação dos cidade após o expediente, além de abrir nos finais de semana para
espaços dispostos dentro das instituições de ensino, este conceito que a comunidade possa usufruir do espaço.
também se refere à forma do espaço, que deve ser disposta de
forma que se relacione com os diferentes fluxos, misture o espaço
e seus usos e conecte os ambientes interno e externo. além disto,
esta forma refere-se ao pluralismo na concepção do espaço e seus
elementos, utilização e função, com o objetivo de possibilitar
diferentes usos e promover espaços de convívio e aprendizagem.
Falando sobre a ludicidade, é comum que as pessoas pensem
automaticamente nas crianças, porém, vem trazendo grandes
transformações em diversos ambientes, não apenas para infanto-
juvenis, a arquitetura sensorial é aliada da ludicidade, a
configuração dos espaços, de madeira que aborda uma linguagem
visual lúdica, a resolução de materiais, dimensões e elementos. Já
a sensorialidade e pluralidade aborda aspectos como texturas,
transparências, cor, forma e rigidez.

Outro ponto importante a considerar é a sustentabilidade


que vai além da metodologia de ensino, tem que estar presente na
arquitetura com uma estrutura que estimule a mínima produção de
resíduos de obras.

proposta de projeto 93
PROGRAMA DE NECESSIDADES

un. m² total m²
Cada ambiente foi pensado para o melhor aproveitamento
do terreno e espaço, ainda seguindo o conceito de dividir por
Recepção / sala de espera 1 48,36 48,36
setores para a melhor organização do espaço.
As salas de aula convencionais contam com a capacidade

SETOR DE ATENDIMENTO
de 24 alunos por sala, além dos laboratórios e salas a melhor
Estacionamento 29 12,5 362,5
diversidade educacional e desempenho educacional.

Portaria 1 73,13 73,13

Tabela 07: Programa de necessidades


Fonte: Adaptado pelo autora
Guarita 1 8,64 8,64

un. m² total m²
Sala da direção 1 14,62 14,62
SETOR ADMINISTRATIVO

Sanitario para os visitantes 1 53,54 53,54


Vice direção 1 14,63 14,63
Sala de reunião 1 28,88 28,88
un. m² total m²
Coordenação Pedagógica 1 36,18 36,18
Sala nutricionista 1 14,62 14,62
Sala dos professores 3 73,44 220,32
Copa para os funcionarios 1 36,76 36,76
Secretaria / sala de atendimento 1 48,48 48,48

SETOR SERVIÇOS
Conjunto Sanitário Feminino 4 24,62 98,48
Sala de atendimento 1 12,76 12,76
Conjunto sanitario Maculino 4 24,62 98,48
Tesouraria 1 35,62 35,62
Cozinha 1 341,93 341,93
Despensa 6 11,64 69,84
Deposito de Limpeza 1 23,62 23,62
Deposito de Materiais 1 14,62 14,62
Almoxarifado 1 14,62 14,62
Sala de emfermagem 5 14,62 73,1

proposta de projeto 94
un. m² total m² un. m² total m²
Salas de Aula 16 73,44 1175,04 Horta sensorial 1 434,3 434,3
Brinquedoteca 1 73,44 73,44
Laboratório de Informática 1 73,44 73,44

SETOR DE USO COMUM


SETOR PEDAGÓGICO

Playground 1 275,75 275,75


Laboratório de Química e Biologia 2 73,44 146,88
Área Quadra Poliesportiva 1 973,39 973,39
Biblioteca 1 422,34 422,34
Atelier 1 73,44 73,44
Quadra Poliesportiva 1 416 416

Sala de Artes 1 73,44 73,44 Área da Piscina 1 896,41 896,41

Sala maker 1 73,44 73,44 Piscina Semi - Ólimpica 1 585,92 585,92

Sala de Idiomas 1 73,44 73,44 Véstiario 1 208,87 208,87


Sala para aula de musica 1 73,44 73,44 Academia 1 208,87 208,87
Sala para aula de dança 1 73,44 73,44 Refeitório 1 294,49 294,49
Área de recreação 1 73,44 73,44
Sala para grêmios estudantis 1 36,18 36,18

Total geral m²: 8479,13

proposta de projeto 95
FLUXOGRAMA/ORGANOGRAMA

O esquema abaixo, apresentado, tem a função de orientar os acessos e as ligações dos ambientes dentro do projeto.

Fluxo público
Fluxo funcionários

Terraço jardim Circ. vertical Almoxarifado

Refeitório Despensa Biblioteca Copa Manutenção

Cozinha Laboratório de
Cozinha Banheiro Administração
experimental Biologia

Sala para aula de Laboratório de


Banheiros Depósitos Diretoria
musica e dança Química

Laboratório de
Sala maker Sala de Artes Enfermaria Sala de Reunião
Informática

Salas de aula - 6° Sala de aula - 1° ao Sala dos


Atelier Nutricionista
ao 9° Fundamental 3° ano - Médio professores

Circulação Circulação Circulação

Grêmios Secretaria / Acesso


estudantis Brinquedoteca funcionários
atendimento

Área técnica Circ. vertical Pátio interno Hall Bicicletário

Cisterna Estacionamento Pátio externo Playground

Figura 67: Fluxograma e organograma Quadras


Acesso Acesso
Fonte: Adaptado pela autora veículos pedestre

proposta de projeto 96
PARTIDO

Após as análises da área de intervenção e a definição do


programa de necessidades, o estudo do partido arquitetônico foi
iniciado através da implantação do terreno. O terreno em questão
possui uma área total de 15.697,13 m².
Para atender o conceito do projeto arquitetônico, optou-se por ter
uma arquitetura orgânica integrada com a natureza com pátios
amplos e com paisagismo planejado que possa aguçar os
sentidos, a proposta inicial é que a edificação tenha no máximo
dois pavimentos, térreo mais um e seja dividida por setores e
blocos divididos pelo terreno aproveitando o máximo do espaço,
além da área esportiva contemplada com uma quadra coberta
poliesportiva e e piscina semiolímpica.
As salas de aprendizagem foram pensadas visando o bem-
estar dos estudantes, partindo de um mobiliário mais
aconchegante e adaptável às necessidades dos alunos e da
integração dos ambientes.
Para executar os conceitos de conforto térmico, a
implantação será disposta no terreno de modo a favorecer a
entrada de luz e ventilação natural.
A separação do lixo limpo e a horta sensorial que ajuda a
estimular os sentidos através das texturas variadas, cheiros das
plantas e o visual colorido e diversificado.

proposta de projeto 97
CROQUI

Croquis de estudos do terreno, elaborados como propostas


de estudos para possíveis implantações da edificação do projeto.

Figura 69: Croqui 02


Fonte: Adaptado pela autora

Figura 68: Croqui 01


Fonte: Adaptado pela autora

proposta de projeto 98
Figura 70: Croqui 03
Fonte: Adaptado pela autora

proposta de projeto 99
ESTUDO DE SETORIZAÇÃO

Os ambientes foram distribuídos em cinco setores: Setor Administrativo, de atendimento, de serviços, pedagógico e de uso comum,
dentro dessa divisão é baseado em um croqui, foi realizado um estudo de setorização do espaço em questão.

Serviços pedagógicos

Estacionamento

Área verde

Horta sensorial

Playground e brinquedoteca

Figura 71: Setorização no terreno


Fonte: Adaptado pela autora

proposta de projeto 100


ESTUDO DE SETORIZAÇÃO VOLUMETRICA – ÉDIFICIO INTERNO

Figura 71: Setorização da edificação


Fonte: Adaptado pela autora

proposta de projeto 101


ESTUDO DE SETORIZAÇÃO VOLUMETRICA

Croquis de estudos do terreno, elaborados como propostas


de estudos para possíveis implantações da edificação do projeto.

Serviços pedagógicos

Estacionamento

Área verde

Horta sensorial

Playground e brinquedoteca

Figura 71: Implantação volumetria.


Fonte: Adaptado pela autora

proposta de projeto 102


SETORIZAÇÃO FINAL

Serviços pedagógicos

Setor de Serviços

Canteiros - Vegetação

Setor de Uso Comum

Figura 72: Setorização no terreno


Fonte: Adaptado pela autora

proposta de projeto 100


SETORIZAÇÃO VOLUMETRICA FINAL – ÉDIFICIO INTERNO

SETOR DE USO COMUM


SETOR SERVIÇOS

SETOR PEDAGÓGICO
SETOR ADMINISTRATIVO

SETOR ATENDIMENTO

Figura 73: Setorização da edificação


Fonte: Adaptado pela autora

proposta de projeto 101


SETORIZAÇÃO VOLUMETRICA - FINAL

Serviços pedagógicos

Setor de Serviços

Canteiros - Vegetação

Setor de Uso Comum

Setor de Atendimento

Setor Administrativo

Figura 74: Implantação volumetria.


Fonte: Adaptado pela autora

proposta de projeto 102


SETORIZAÇÃO VOLUMETRICA - FINAL

Serviços pedagógicos

Setor de Serviços

Canteiros - Vegetação

Setor de Uso Comum

Setor de Atendimento

Setor Administrativo

Figura 74: Implantação volumetria.


Fonte: Adaptado pela autora

proposta de projeto 102


Referências
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w/11796/9860 . Acesso em: 15 abril. 2023.

Referências bibliográficas 108


CONDICIONANTES URBANÍSTICOS

TAXA DE PERMEABILIDADE = 15% XXXX ---- -----

TO = 60% CA= 4 MIN. | 5 BÁS. | 8 MÁX.

PLANTA DE SITUAÇÃO

SÃO JUDAS TADEU - CAMPUS UNIMONTE


CURSO TURMA

ARQUITETURA E URBANISMO ARQ1AN-VMC1


DISCIPLINA

PROJETO DE GRADUAÇÃO
DOSCENTE

N PAULO SILVA LEITE FLORES


ASSUNTO

PLANTA DE SITUAÇÃO
FOLHA:

1/7
ALUNO DATA: ESCALA:

VICTORIA MATEUS LOPES 01/12/2023 1/750


RUA JURANDIR SILVEIRA DANTAS

FL.01
CC

FL.01
DD
VEÍCULOS
ACESSO

IDOSO
BICICLETAS/PEDESTRES BICICLETAS/PEDESTRES
ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL

RUA CAIO RIBEIRO DE MORÃES E SILVA


VISTA FRONTAL

I=1%
AV. SEN. SALGADO FILHO

LAJE IMPERMEABILIZADA

AA AA
FL.01 FL.01

+0.15

+8.40
+8.40

LAJE IMPERMEABILIZADA

LAJE IMPERMEABILIZADA
LAJE IMPERMEABILIZADA
I=1%

VEÍCULOS
ACESSO
I=1%

I=1%
+4.20

FIM

6
7

3
4
5

O
1
INICI
2
+0.15 +0.15 +0.15 +0.15
+8.40

LAJE IMPERMEABILIZADA
+00

IDOSO
I=1%
+0.15
LAJE IMPERMEABILIZADA

LAJE IMPERMEABILIZADA

+8.40
ACESSO SEGUNDARIO

I=1%

I=1%
PEDESTRES

VISTA LATERAL ESQUERDA

VISTA LATERAL DIREITA


LAJE IMPERMEABILIZADA
BB BB
FL.01 FL.01

I=1%
+4.20 I=1% I=1%
LAJE IMPERMEABILIZADA LAJE IMPERMEABILIZADA

+4.20
I=1%
LAJE IMPERMEABILIZADA

+4.20

LAJE IMPERMEABILIZADA
I=1%
LAJE IMPERMEABILIZADA
I=1%
I=1%
LAJE IMPERMEABILIZADA CONDICIONANTES URBANÍSTICOS
+8.40

TAXA DE PERMEABILIDADE = 15% XXXX ---- -----


+4.20

TO = 60% CA= 4 MIN. | 5 BÁS. | 8 MÁX.

LAJE IMPERMEABILIZADA

LAJE IMPERMEABILIZADA
I=1%
I=1%
PLANTA DE SITUAÇÃO

VISTA POSTERIOR

FL.01
CC
AA

DD
0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M

SÃO JUDAS TADEU - CAMPUS UNIMONTE


CURSO TURMA

ARQUITETURA E URBANISMO ARQ1AN-VMC1


DISCIPLINA

PROJETO DE GRADUAÇÃO
DOSCENTE

N PAULO SILVA LEITE FLORES


ASSUNTO

IMPLANTAÇÃO
FOLHA:

2/7
ALUNO DATA: ESCALA:

VICTORIA MATEUS LOPES 01/12/2023 1/350


RUA JURANDIR SILVEIRA DANTAS

FL.01

FL.01
CC

DD
VEÍCULOS
ACESSO

IDOSO
BICICLETAS/PEDESTRES BICICLETAS/PEDESTRES
ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL

RUA CAIO RIBEIRO DE MORÃES E SILVA


VISTA FRONTAL

DISPENSA LIMPEZA
DEPOSITO

DEPOSITO
RECEPÇÃO
11,64m²

11,64m²
AV. SEN. SALGADO FILHO

48,36m²
+0.20

+0.20
12 12

13 11
+0.20 11 13

SALA DE AULA SALA DE AULA 14 10


SALA DE AULA SALA DE AULA PORTARIA SALA DOS PROFESSORES / COPA 10 14

23,62m²
COPA FUNCIONARIOS TESOURARIA C. PEDAGÓGICA GRÊMIO
15 9 9 15

+0.20
73,44m² 73,44m² 73,44m² 73,44m² 73,44m²
16 8
73,13m² 8 16

AA +0.20 +0.20 17 7 +0.20 +0.20 +0.20 7 17 36,76m² 35,62m² 36,18m² 36,18m² AA


+0.20
FL.01 18

19
6

5
6

5
18

19
+0.20 +0.20 +0.20 +0.20 FL.01
20 4 4 20

21 3 3 21

22 2 2 22

23 1 1 23 +0.15
RODAVELE

ELEVADOR
S

S
WC - FEM WC - MASC WC - FEM WC - MASC
24,62m² 24,62m² 24,62m² 24,62m²
NUTRICIONISTA
+0.16 +0.16
SALA DO DIRETOR +0.16 +0.16
14,62m² D.MATERIAIS
14,62m²
14,62m² SALA DE REUNIÃO SECRETARIA +0.20
+0.20
PCD PCD +0.20 28,88m² 46,48m²
PCD PCD
+0.20 +0.20
SALA DE AULA SALA DE AULA SALA DE AULA
73,44m² 73,44m² 73,44m²
S
+0.20 +0.20 +0.20

10

12

13

14

15

16

17

18

19

20

22

23
11

21
2

9
1
VICE- DIREÇÃO ATENDIMENTO ENFERMARIA ALMOXARIFADO SALA DE MATERIAIS SALA PROFESSOR ENFERMARIA

VEÍCULOS
14,63m² 14,62m² 14,62m²

ACESSO
12,76m² 23,91m² 23,91m² 23,91m²
+0.20 +0.20 +0.20 +0.20
+0.20 +0.20 +0.20

ÁREA DA PISCINA
896,41m²
+0.20

FIM

6
7

3
4
5

CIO
1
2

INI
+0.15 +0.15 +0.15 +0.15

+00

IDOSO
+0.15
PISCINA
896,41m²
+0.20
ACESSO SEGUNDARIO
PEDESTRES

VISTA LATERAL ESQUERDA

VISTA LATERAL DIREITA


23

22

21

20

19

18

17

BB 16 BB
FL.01 15

14 FL.01
13

12

11

10

1
S

Lavagem de
louças
GUÁRITA
8,64m²
+0.20

Lavagem de COZINHA
Distribuição
FRITURAS

panelas
341,93m² REFEITÓRIO
294,49m²
COCÇÃO

+0.20
COCÇÃO GÁS-VAPOR

+0.20
WC - FEM
APOIO
FRUTAS E VERDURAS

ASSADOS

24,20m²

S
Câmara +0.16

RODAVELE
GRELHADOS

Frigorífica
PCD 1

2
23

22

3 21

4 20

5 19

6 18

Armazem de PCD

DEPOSITO
7 17

secos 8

9
16

ENFERMARIA
15

11,64m²
+0.20
10 14

Cozinha / Cozinha experimental WC - MASC


QUADRA POLIESPORTIVA 11 13

CONDICIONANTES URBANÍSTICOS
12
29,34m²

23,91m²
973,39m²

+0.20
+0.16

+0.20

Recepção de
Mercadorias
SALA DE MATERIAIS SALA PROFESSOR
TAXA DE PERMEABILIDADE = 15% XXXX ---- -----
QUADRA POLIESPORTIVA
416,00m²
23,91m²

+0.20
+0.20

HORTA
TO = 60% CA= 4 MIN. | 5 BÁS. | 8 MÁX.
434,30m²
+0.15
23,91m²

VESTIÁRIO MASC.
+0.20

VESTIÁRIO FEM.
208,87m²
+0.20
205,32m²
+0.20 PLANTA DE SITUAÇÃO

VISTA POSTERIOR
FL.01

FL.01
CC

DD
0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M

SÃO JUDAS TADEU - CAMPUS UNIMONTE


CURSO TURMA

ARQUITETURA E URBANISMO ARQ1AN-VMC1


DISCIPLINA

PROJETO DE GRADUAÇÃO
DOSCENTE

N PAULO SILVA LEITE FLORES


ASSUNTO

PLANTA TERREO
FOLHA:

3/7
ALUNO DATA: ESCALA:

VICTORIA MATEUS LOPES 01/12/2023 1/350


RUA JURANDIR SILVEIRA DANTAS

FL.01

FL.01
CC

DD
VEÍCULOS
ACESSO

IDOSO
BICICLETAS/PEDESTRES BICICLETAS/PEDESTRES
ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRINCIPAL

RUA CAIO RIBEIRO DE MORÃES E SILVA


VISTA FRONTAL
DEPOSITO

DEPOSITO
LAB. QUÍMICA LAB. INFORMÁTICA
11,64m²

11,64m²
AV. SEN. SALGADO FILHO

+0.20

+0.20
12 12

73,44m² 73,44m²
SALA DE AULA SALA DE AULA SALA DE AULA SALA DE AULA SALA DE AULA SALA DE IDIOMAS ATELIER BRINQUEDOTECA
13 11 11 13

14 10 10 14
+4.20 +4.20
73,44m² 73,44m² 15 9
73,44m² 73,44m² 73,44m² 73,44m² 73,44m² 73,44m² 9 15

16 8 8 16

AA +4.20 +4.20 17 7
+4.20 +4.20 +4.20
ÁREA RECREAÇÃO +4.20 +4.20 +4.20 7 17 AA
FL.01
18 18
6
74,97m² 6

FL.01
19 5 5 19

20 4
+4.20 4 20

21 3 3 21

22 2 2 22

23 1 1 23 +0.15
RODAVELE

ELEVADOR
WC - FEM WC - MASC WC - FEM WC - MASC
24,62m² 24,62m² 24,62m² 24,62m²
+0.16 +0.16 +0.16 +0.16

SALA MAKER SALA DE DANÇA SALA DE MÚSICA LAB. BIOLOGIA


PCD PCD 73,44m² 73,44m² 73,44m² PCD PCD 73,44m²
+4.20 +4.20 +4.20 +4.20
SALA DE AULA SALA DE AULA SALA DE AULA SALA DE AULA D LAB. ARTES
73,44m² 73,44m² 73,44m² 73,44m² 73,44m²
+4.20 +4.20 +4.20 +4.20 +4.20

10

12

13

14

15

16

17

18

19

20

22

23
11

21
2

9
1
W.C W.C

VEÍCULOS
Masc. Fem.

ACESSO
ATENDIMENTO

D.M.L
9,67m²
+4.20
15,41m²
+4.20

WC
3,98m² ÁREA DA PISCINA
+4.20 896,41m²
WC +0.20

FIM
2,49m²

6
7

3
+4.20

4
5

O
1
INICI
2
PLAYGROUND
MANUTENÇÃO

275,75m²
+0.15
13.84m²
+4.20

CATOLOGAÇÃO
12,06m²
+4.20
+0.15 +0.15 +0.15 +0.15

+00

IDOSO
BIBLIOTECARIO
12,89m²
+4.20

+0.15
PISCINA
585,92m²
+0.20
ACESSO SEGUNDARIO
PEDESTRES

VISTA LATERAL ESQUERDA

VISTA LATERAL DIREITA


23

22

21

20

19

18

17

BB 16 BB
FL.01
15

14 FL.01
13

12

11

10

1
S

BIBLIOTECA
422,34m²
+4.20

RODAVELE
1 23

2 22

3 21

4 20

5 19

6 18

DEPOSITO
7 17

ACADEMIA 8

9
16

15

11,64m²
+0.20
10 14

208,87m²
ÁREA QUADRA POLIESPORTIVA +4.20
11

12
13

CONDICIONANTES URBANÍSTICOS
973,39m²
+0.20

TAXA DE PERMEABILIDADE = 15% XXXX ---- -----


QUADRA POLIESPORTIVA
416,00m²
+0.20
TO = 60% CA= 4 MIN. | 5 BÁS. | 8 MÁX.
HORTA
434,30m²
+0.15

PLANTA DE SITUAÇÃO

VISTA POSTERIOR
FL.01

FL.01
CC

DD
0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M

SÃO JUDAS TADEU - CAMPUS UNIMONTE


CURSO TURMA

ARQUITETURA E URBANISMO ARQ1AN-VMC1


DISCIPLINA

PROJETO DE GRADUAÇÃO
DOSCENTE

N PAULO SILVA LEITE FLORES


ASSUNTO

PLANTA 1° ANDAR
FOLHA:

4/7
ALUNO DATA: ESCALA:

VICTORIA MATEUS LOPES 01/12/2023 1/350


RUA JURANDIR SILVEIRA DANTAS

RUA CAIO RIBEIRO DE MORÃES E SILVA


01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14
A A
AV. SEN. SALGADO FILHO

B B

C C

33

34

35

36
M M

32

38
D D

N N
01

02

03

04

05

06

07

08

09

10

11

12

13

14

33

34

35
15

16

17

O O

E E

P P

F F

Q Q

28

29

30

31
18

19

20

21

22

24

24

24

26

Q Q
I I

G G

39

37
J J
R R

27
V V

H H S S
CONDICIONANTES URBANÍSTICOS
K K

TAXA DE PERMEABILIDADE = 15% XXXX ---- -----


15

16

17

W W
L L
T T

TO = 60% CA= 4 MIN. | 5 BÁS. | 8 MÁX.


18

19

20

21

22

24

24

24

26

X X
U U

PLANTA DE SITUAÇÃO
Y Y

39

38
27

28

29

30

31

32

37

36
0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M

SÃO JUDAS TADEU - CAMPUS UNIMONTE


CURSO TURMA

ARQUITETURA E URBANISMO ARQ1AN-VMC1


DISCIPLINA

PROJETO DE GRADUAÇÃO
DOSCENTE

N PAULO SILVA LEITE FLORES


ASSUNTO

IMPLANTAÇÃO
FOLHA:

5/7
ALUNO DATA: ESCALA:

VICTORIA MATEUS LOPES 01/12/2023 1/350


+13.40
05 06 13 14

+10.09

01 02 03 04 07 08 09 10 11 12 15 16 17 18 +8.40

23 23
22 22
21 21
20 20
19 19
18 18
17 17
16 16
15 15
14 14
13 13
12 12
11 11

+4.20
10 10
9 9
8 8
7 7
6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1

23 23
22 22
21 21
20 20
19 19
18 18
17 17
16 16
15 15
14 14
13 13
12 12
11 11

+00 +0.15 +0.20 10

8
7
9
10

8
7
9

6 6
5 5
4 4
3 3
2 2
1 1

0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M

22 23
+9.20
+10.09 19 20 21

+4.20

23
22
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11

+00 +0.15 10

8
9 +0.20 +0.15
7
6
5
4
3
2
1

0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M

+10.40
24 25

+10.09 +10.97

25 26
+8.20

+4.20

23
22
21
20
19
18
17
16
15
14
13
12
11
10

+00 +0.15 9
8
7
+0.20 +0.15
6
5
4
3
2
1

CONDICIONANTES URBANÍSTICOS

TAXA DE PERMEABILIDADE = 15% XXXX ---- -----

0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M TO = 60% CA= 4 MIN. | 5 BÁS. | 8 MÁX.

03 CORTE
ESC.1:200
CC

PLANTA DE SITUAÇÃO

28 29 30 31 32 33 34 35
+8.40

27
+4.20

+00 +0.15 +0.15 +0.20 +0.20 +0.20

SÃO JUDAS TADEU - CAMPUS UNIMONTE


CURSO TURMA

ARQUITETURA E URBANISMO ARQ1AN-VMC1


DISCIPLINA

0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M PROJETO DE GRADUAÇÃO


04 CORTE
ESC.1:200
DD
DOSCENTE

PAULO SILVA LEITE FLORES


ASSUNTO FOLHA:

CORTES 6/7
ALUNO DATA: ESCALA:

VICTORIA MATEUS LOPES 01/12/2023 1/350


01 ELEVAÇÃO
ESC.1:200
FRONTAL 0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M

04 ELEVAÇÃO
ESC.1:200
POSTERIOR 0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M

CONDICIONANTES URBANÍSTICOS

TAXA DE PERMEABILIDADE = 15% XXXX ---- -----

TO = 60% CA= 4 MIN. | 5 BÁS. | 8 MÁX.

PLANTA DE SITUAÇÃO
0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M
03 ELEVAÇÃO
ESC.1:200
DIREITA

SÃO JUDAS TADEU - CAMPUS UNIMONTE


CURSO TURMA

ARQUITETURA E URBANISMO ARQ1AN-VMC1


0 3,5 7 10,5 14 17,5 35 M DISCIPLINA

02 ELEVAÇÃO
ESC.1:200
ESQUERDA PROJETO DE GRADUAÇÃO
DOSCENTE

PAULO SILVA LEITE FLORES


ASSUNTO FOLHA:

ELEVAÇÕES 7/7
ALUNO DATA: ESCALA:

VICTORIA MATEUS LOPES 01/12/2023 1/350

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