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Módulo 1 – Aula 1.

Professor da Gradual:
Jéssica Stadler
Parte 1: ABA
• O que é ABA?
• Por que e como aplicar ABA para o autismo?
• Por que treinar pais baseado na ABA?

Parte 2: Conceitos Básicos


•O que é o Comportamento?
• Comportamento Reflexo:
• Condicionado
• Incondicionado
• Comportamento Operante
• Antecedentes
• Respostas
• Consequentes/Reforçadores
Questões Aula 1.1:
1) O que é o ABA?

2) Defina comportamento de acordo com a perspectiva da


Análise do Comportamento.

3) Defina o comportamento reflexo e o comportamento


operante.

4) O que são estímulos reforçadores? Qual a diferença entre


um estímulo reforçador extrínseco e intrínseco?

5) O que são estímulos reforçadores primários, secundários e


generalizados. Dê exemplos de cada um deles.
ABA=Applied Behavior Analysis, é um domínio que compõe a
Ciência do Comportamento
Análise do Comportamento: Uma Ciência pragmática nos moldes das
ciências naturais. Desenvolve-se em um continuum de quatro domínios
(Moore e Cooper, 2003).

PESQUISA PRESTAÇÃO DE
PESQUISA APLICADA=ABA
CONCEITUAL SERVIÇO
BÁSICA Princípios e Processos Intervenção voltada a
Behaviorismo Radical Princípios e Básicos Aplicáveis em problemas
Processos Gerais situações socialmente socialmente
relevantes relevantes

“ ...Cada um dos quatro papéis é uma parte


extremamente importante na AC e, cada um deles,
merece total e completo respeito. ” Hawkins &
Anderson (2002)
Análise do Comportamento Aplicada: ABA
A Análise do Comportamento pode ser aplicada em qualquer ambiente que
demande mudança comportamental:

Esportes
Escolas
Hospitais

Cooperativas Clínica

Empresas

ABA não é método, muito menos exclusivo


para autismo
Mas por que quando ouvimos ABA
pensamos em atuação com autismo
 Década de 30: Análise Experimental do Comportamento

 Décadas de 40 e 50: Estudos de casos clínicos (hospital psiquiátrico). Ex: Skinner e


Lindsley; Bijou.

Meados de 50 e Década de 60: Aplicação de princípios da aprendizagem focando o


tratamento clínico. Ex: Fester (em 1957 em um centro de AC indiano, definiu o autismo
comportamentalmente). ABA é considerada uma área de pesquisa. Baer, Wolf e Risley,
(1968) definem parâmetros da ABA.

 Década de 70: Lovaas criou um centro de pesquisas aplicadas ABA para autismo, na
Califórnia.
Parâmetros de qualquer Pesquisa Aplicada
(Baer, Wolf e Risley, 1968):
O comportamento
é o objeto de
estudo. Sua análise Emissão do
requer uma comportamento na
mensuração presença de outras
COMPORTAMENTAL
precisa GENERALIZÁVEL pessoas e em outros
ambientes

Demonstrar que
os
procedimentos As técnicas
de intervenção utilizadas no
foram estudo devem
responsáveis ANALÍTICA Pesquisa CONCEITUAL ser baseadas nos
pela mudança no princípios
comportamento Aplicada básicos da
Análise do
(ABA) Comportamento

O comportamento
estudado é
APLICADA Procedimentos
importante para a TECNOLÓGICA utilizados são
sociedade e para o
precisamente
indivíduo
descritos, a ponto
de poderem ser
EFICAZ reproduzidos por
A mudança comportamental outro pesquisador
atingida com a intervenção é
significativa
Além desses parâmetros (Baer, Wolf e Risley, 1968),
quem faz ABA com autismo, planeja uma
Intervenção…

1) Intensiva: 40 horas semanais (Lovaas, 1987): só é possível


com treino de para-profissionais e pais como aplicadores.

2) Individualizada: Cada criança segue um Currículo de


Ensino individualizado, com registros individuais
monitorando cada avanço.
Esse Modelo de Serviço ABA envolve no mínimo….

Analista do
comportamento
Psicólogo pós graduado
em TEA com ABA -
Pesquisador

AT
Aplicador (para-profissional, pais,
professor)
TECNÓLOGO = aplica técnicas - faz a
prestação de serviço

Pessoa
com TEA
Quem faz Pesquisa Aplicada = ABA = Pesquisador
analista do comportamento

Quem aplica os Procedimentos de Ensino


= profissionas e pais que aprendem a tecnologia
derivada da ABA
Treinar pais/para profissionais/estagiários: foco
de muitos Manuais
Inúmeros Manuais para pais foram lançados, desde Lovaas (1981).
Treinar pais: foco das pesquisas ABA/ autismo

Estudos sugerem que treinar pais é eficiente: tanto para os pais aplicarem corretamente os procedimentos
quanto para garantir a mudança dos comportamentos das crianças.

Treino de pais é eficaz via: aulas expositivas, modelos dados pelos terapeutas, role play, video modeling e os
pais receberem feedbacks dos terapeutas
Por que ABA e não outra abordagem com autismo?

Programas de Intervenção baseados na Análise Aplicada do Comportamento (ABA) são


atualmente considerados como tratamento baseado em evidências para o TEA (National Research
Council, 2001; Simpson, 2005; National Standard Project, 2009; Klintwall et al., 2011;
Mohammadzaheri et al. 2014).

A eficácia do ABA depende de: características da criança, intensidade do treinamento que elas
recebem (30h/semana – 20h com aplicador e 10h com os pais), do treinador ser bem treinado e
seguir o protocolo. (Klintwall et al. 2011)
Parte 2: Conceitos Básicos
COMPORTAMENTO é a RELAÇÃO entre AMBIENTE e
ORGANISMO

Ambiente Organismo
COMPORTAMENTO é a RELAÇÃO entre ESTÍMULOS e
RESPOSTAS

Estímulos Respostas
AMBIENTE = ESTÍMULOS
AMBIENTE AMBIENTE

Situação na Situação que


qual as Respostas passa existir
respostas após o
acontecem responder
Comportamento Reflexo/Respondente
AMBIENTE AMBIENTE

Situação na Situação que


qual as Resposta passa existir
respostas após o
acontecem responder
Comportamento Operante
AMBIENTE AMBIENTE

Situação na Situação que


qual as Resposta passa existir
respostas após o
acontecem responder
COMPORTAMENTO

1.Reflexo/Respondente:

S R
ELICIA

https://www.youtube.com/watch?v=bamhj-TMkQs
COMPORTAMENTO

1.Reflexo/Respondente:

Alimento Salivação
ELICIA
COMPORTAMENTO

1.Reflexo Incondicionado:

Poeira fechar os olhos


ELICIA
COMPORTAMENTO

1.Reflexo Condicionado

Comida Salivação
ELICIA

PAREADO = JUNTO

SOM
COMPORTAMENTO

1.Reflexo Condicionado

Som alto sobressalto


ELICIA

PAREADO = JUNTO

Estímulo neutro
qualquer
COMPORTAMENTO

2. Operante:
PRODUZ
S Resposta S
EVOCA

RETROAGE
COMPORTAMENTO
Modelo de Seleção por Consequências

Influência direta da teoria de seleção natural das espécies


de Darwin, para explicar o comportamento humano.

Processos de variação e seleção estão presentes na


determinação do comportamento humano: o ser humano
emite comportamentos variados que vão sendo
selecionados pelas contingências de reforçamento.
COMPORTAMENTO
Os três níveis de variação e seleção

1) Filogênese: variação e seleção de respostas


características da espécie e inatas
2) Ontogênese: variação e seleção de respostas sob
controle das consequências que elas mesmas
produzem. História única e individual.
3) Cultura: variação e seleção de respostas
transmitidas a partir do convívio e experiência com o
outro.
Esmiuçando o COMPORTAMENTO OPERANTE...

1) Aprender a olhar para Estímulos Antecedentes

2) Aprender a olhar para Respostas

3) Aprender a olhar para Estímulos Consequentes

Video1
Vídeo 2
Olhando para os estímulos
antecedentes... Todos os estímulos que estão presentes na
ocasião em que a resposta ocorre.

Estímulos Discriminativos (Sd):


Estímulo que, no passado, antecedeu uma
resposta que foi reforçada.
Então, este estímulo passa a sinalizar que a
resposta será reforçada se ocorrer
novamente.
Operações Estabelecedoras:
Operações do ambiente que alteram o
valor do reforço.
(Ex: Privação; Saciação; Estimulação aversiva).
São situações antecedentes que alteram a
efetividade de um reforçador.
COMPORTAMENTO

PRODUZ
Sd Resposta S
EVOCA

RETROAGE
Olhando para os estímulos
antecedentes...

Quais são os antecedentes das respostas


da criança nessa cena?

Quais são os estímulos discriminativos?


Video 3
Olhando para as respostas...

Quais são as respostas emitidas pela criança


nessa cena?

Video 4
Olhando para as consequências ....
REFORÇAMENTO REFORÇAMENTO
POSITIVO NEGATIVO

FREQUÊNCIA
Acréscimo de um Eliminação ou
prevenção de um DA RESPOSTA
estímulo positivo
estímulo aversivo

PUNIÇÃO PUNIÇÃO SUPRESSÃO


POSITIVA NEGATIVA TEMPORÁRIA
Acréscimo de um Remoção de um +
estímulo aversivo estímulo positivo
Subprodutos
indesejados
Olhando para as consequências...
TIPOS DE REFORÇADORES:
 Reforçadores Primários ou Incondicionados:
funcionam para toda a espécie pois estão ligados à
sobrevivência da mesma. (Ex.: alimento, sexo)

 Reforçadores Secundários ou Condicionados:


adquirem função quando pareados com primários (Ex.:
mamadeira, fala da mãe, brinquedos, etc.)

 Reforçadores Generalizados: emparelhado com


muitos outros reforçadores secundários (Ex.: mãe,
atenção, dinheiro)
Olhando para as consequências...
TIPOS DE REFORÇADORES:

 Reforçadores Intrínsecos ou Naturais:


Consequências produzidas diretamente pela própria
resposta (Ex.: Estudar  Aprender; Tomar banho 
Ficar limpo)

 Reforçadores Extrínsecos ou Arbitrários:


Consequências disponibilizadas artificialmente pelo
ambiente social após uma resposta (Ex.: Estudar  Nota
boa na prova; Tomar banho  Livrar-se da bronca dos
pais)
Olhando para os estímulos
consequentes...

Quais consequências estão sendo


disponibilizadas para o responder?
Video_5
A Análise do Comportamento
no Tratamento do Autismo...
Objetivos do Analista do Comportamento na
Intervenção com Autismo
 Ensinar a comunidade (pais, médicos, professores) a olhar além das
“falhas do desenvolvimento infantil”, para a história de aprendizagem
que não modelou repertórios adaptativos.

 Analisar a história de aprendizagem considerando algumas causas


passadas nos 3 níveis de determinação do comportamento:
1) Filogênese
2) Ontogênese
3) Cultura

 Manipular variáveis presentes no ambiente atual, de modo a


modificar as determinações no nível ontogenético e cultural.
Objetivos do Analista do Comportamento na
Intervenção com Autismo

Manipular variáveis antecedentes:


 Diferentes tipos de dicas;
 Estímulos que evoquem a resposta esperada;
 Motivação;
 Etc.

Visando:
 Facilitar o responder;
 Instalar respostas novas;
 Evocar comportamentos adequados;
 Prevenir comportamentos inadequados;
 Etc.
Referências Bibliográficas
M. A.; Sério, T. M. E Micheletto, N. (Orgs). (2009). Comportamento e Causalidade. Capítulos:
Comportamento respondente condicional e incondicional- Pg. 49 a 61; Definição de
comportamento – Pg. 01 a 09; Reforçamento extrínseco e intrínseco – Pg. 10 a 14. Laboratório de
Psicologia Experimental.

Baer, D. M., Wolf, M. M & Risley, T. R. (1968). Some current dimensions of applied behavior
analysis. Journal of Applied Behavior Analysis, 1 (1), 91–97.

Gale, Catherine M., Svein Eikeseth, and Eric Rudrud. (2011): Functional assessment and behavioural
intervention for eating difficulties in children with autism: A study conducted in the natural
environment using parents and ABA tutors as therapists. Journal of autism and developmental disorders 41
(10): 1383-1396.

Hawkins, R. P. & Anderson, C. L. (2002). On the distinction between science and practice: A reply to
Thyer and Adkins. The Behavior Analyst, 25: 115–119.

Heish, H. H. Wilder, D. A., & Abellon O. E. (2011). The effects of training on caregiver
implementation of incidental teaching, Journal of Applied Behavior Analysis, 44, 199-203.
Referências Bibliográficas
Klintwall L, Gillberg C, Bölte S, et al. (2011) The efficacy of intensive behavioral intervention for
children with autism: a matter of allegiance? Journal of Autism and Developmental Disorders 42(1): 139–
140.

Lovaas, O. I. (1981). Teaching developmentally disabled children: The ME Book. Austin, TX: PRO-ED.

Lovaas, O. I. (1987). Behavioral treatment and normal educational and intellectual functioning in
young autistic children. Journal of Consulting and Clinical Psychology, 55(1), 3–9.

Maurice, Catherine. Let me hear your voice: A family's triumph over autism. Fawcett, 1994.

Mohammadzaheri,F., Koegel,L.K;Rezaee,M;Rafiee,S.M.(2014) A randomized clinical trial comparison


between Pivotal Response Treatment (PRT) and structured Applied Behavior Analysis (ABA)
intervention for children with autism. Journal of autism and developmental disorders. 44(11): 2769-2777.

Moore J, Cooper J. O. (2003). Some proposed relations among the domains of behavior analysis. The
Behavior Analyst, 26: 69–84.

National Research Council. (2001). Educating children with autism. Washington, D.C.: The National
Academy Press.
Referências Bibliográficas
National Autism Center. (2009). National standards project: Addressing the need for evidence-based practice
guidelines for autism spectrum disorder. Findings and conclusions.
http://www.nationalautismcenter.org/pdf/NAC%20Findings%20&%20Conclusions.pdf

Simpson, R. L. (2005). Evidence-based practices and students with autism spectrum disorders. Focus
on Autism and Other Developmental Disabilities, 20(3), 140–149.

Sundberg, Mark L., and James W. Partington. Teaching language to children with autism and other
developmental disabilities. Pleasant Hill, CA: Behavior Analysts (1998).

Vladescu, J. C., Carroll,R.; Paden,A.; Kodak,T.M. (2012).The effects of video modeling with
voiceover instruction on accurate implementation of discrete‐trial instruction. Journal of applied
behavior analysis. 45(2), 419-423.
Obrigada!

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