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FÓRMULAS E CLASSIFICAÇÕES DE ADOLESCENTES

• Adolescência: período que compreende a faixa etária ≥ 10 anos e < 20 anos


segundo a OMS.
• Durante a adolescência que o indivíduo adquire 25% de sua estatura final e 50%
do seu peso definitivo.
• O crescimento, nos primeiros anos de vida, é grandemente dependente da
nutrição; na idade pré-escolar, particularmente dependente da quantidade de
hormônio de crescimento; e na puberdade, resultante da integração entre a ação
do hormônio de crescimento e os esteróides sexuais.

o Adolescência: Alterações biopsicossociais - Fatores ambientais

Mudanças biológicas decorrentes da ação hormonal: peso, estatura, composição


corporal, transformações fisiológicas nos órgãos internos com desenvolvimento do
sistema circulatório, respiratório e crescimento ósseo. Estas modificações ocorrem em
ritmos e proporções diferentes entre indivíduos de um mesmo sexo ou não, no entanto,
a ordem em que estes eventos acontecem é relativamente a mesma. Geralmente se
iniciam antes no sexo feminino.

• Puberdade: Fenômeno Físico – Hormônios e Fatores genéticos

– Estirão puberal ou aceleração da velocidade de crescimento e de maturação óssea, e


que pode ser descrito em 4 etapas: período de pré-aceleração, aceleração máxima,
desaceleração e crescimento final.

– Desenvolvimento gonadal com a maturação sexual e as diferenciações entre os sexos,


classificados de acordo com os estágios descritos por Tanner:

A menarca (primeira menstruação) ocorre geralmente no início do estágio 4 e logo após


aceleração máxima do crescimento, em média aos 12,6 anos.

A espermarca (ou semenarca, com início da produção de esperma) ocorre no estágio


3, e as ejaculações com espermatozóides ativos e viáveis no estágio 4, geralmente
durante o período de aceleração máxima do crescimento em altura, em média aos 14,7
anos.

– Mudanças da composição corporal e da distribuição das massas: gordurosa (maior


no sexo feminino) e muscular (maior no sexo masculino), que ocorrem durante e após
o estirão puberal.

– Desenvolvimento dos órgãos internos, principalmente dos sistemas circulatório e


respiratório e de outras mudanças corporais, inclusive enzimáticas e metabólicas.
Portanto, o acompanhamento do crescimento dos adolescentes deve considerar as
medidas de altura e de peso em relação ao desenvolvimento puberal em intervalos de
tempo regulares, com visitas a cada 3 ou 4 meses ou pelo menos 1 a 2 vezes ao ano.

• Considera-se com atraso puberal, a adolescente sem qualquer desenvolvimento


das características sexuais secundárias após os 13 anos, ou sem a menarca após
os 15 anos e o adolescente sem o desenvolvimento aos 14 anos ou o que não
tenha alcançado o estágio G3 até os 15 anos (início do aumento do comprimento
do pênis e do volume testicular acima de 4 cm3).
• A média de altura dos pais e o padrão do desenvolvimento familiar, assim como
a história alimentar e o ganho ou a perda de peso excessivo em pequeno
intervalo de tempo devem ser avaliados nesses casos.
• A altura total atingida durante o estirão de crescimento nas meninas é de cerca
de 25 cm; nos meninos é de aproximadamente 28cm.
• Na adolescência, aproximadamente 20% a 25% da estatura definitiva e 50% do
peso no início da fase adulta são alcançados.
• Sexo masculino: aumento de massa livre de gordura corporal: 10 a 20% de
gordura corporal
• Sexo feminino: aumento de tecido adiposo: 15 a 25% de gordura corporal

o Estatura Alvo:

o Diagnóstico Nutricional – Antropometria:

Peso, altura, circunferências e pregas cutâneas tem sido os parâmetros mais utilizados,
com resultados expressos em percentil ou z-escore.

Ao interpretar os dados obtidos na AN deve-se considerar os critérios de maturação


sexual pois a idade cronológica neste período assume importância secundária, dada a
grande variabilidade individual no processo de maturação.

• PESO:
✓ sexo feminino: quando comparado ao sexo masculino, apresenta mais tecido
adiposo pode ser confundido com obesidade.
✓ sexo masculino: quando comparado com o sexo feminino, apresenta mais
massa livre de gordura pode ser confundido com magreza.

Modifica-se de maneira mais rápida do que a estatura;

Reflete alterações decorrentes da escassez ou excesso de nutrientes;

Alterações de caráter agudo.

Peso/idade (P/I) - oferece informações limitadas sobre a composição corporal e seu


coeficiente de correlação declina a partir da puberdade, perdendo valor. É mais útil para
acompanhamento longitudinal.
• ESTATURA:

Traduz informações que precisam ocorrer por um período maior de tempo para que
possam comprometer o crescimento;

Agravos: têm proporção direta com a intensidade, duração e a fase do crescimento que
acomete e a recuperação tem a mesma característica.

Índice E/I - indicador extremamente útil na avaliação do adolescente, tanto em


avaliações transversais quanto longitudinais, constituindo-se em uma das medidas de
desnutrição crônica. É um indicador histórico do crescimento do adolescente. Indicador:
stunting ou baixa estatura para idade.
< p3; < -2 z-escore (OMS, 1995) e < p5 (NCHS, 2000).

PARA ADOLESCENTES DE 10 A 19 ANOS (REFERÊNCIA: OMS 2007)

IMC - Critérios de diagnóstico nutricional para crianças e adolescentes com base nos
pontos de corte do IMC por idade e sexo

Pontos de corte de IMC (percentis) Diagnóstico Nutricional

< p5 Baixo peso (desnutrição)


≥ p5 < p85 Eutrofia

≥ p85 < p95 Sobrepeso

≥ p95 Obesidade

Indicador Medida antropométrica Ponto de corte


Magreza ou baixo IMC/idade < p5

IMC/idade

Risco de sobrepeso IMC/idade ≥ p85

Obesidade IMC/idade e ≥ p85

PCT/idade e ≥ p90

PCSE/idade ≥ p90

Obesidade IMC/idade ≥ p95

• DOBRAS CUTÂNEAS:

Somatório da PCT + PCSE estima %GC


HOMENS BRANCOS

Pré-púberes: 1,21 (PCT + PCSE) – 0,008 (PCT + PCSE)2 – 1,7

Púberes: 1,21 (PCT + PCSE) – 0,008 (PCT + PCSE)2 - 3,4

Pós-púberes: 1,21 (PCT + PCSE) – 0,008 (PCT + PCSE)2 – 5,5

HOMENS NEGROS

Pré-púberes: 1,21 (PCT + PCSE) – 0,008 (PCT + PCSE)2 – 3,2

Púberes: 1,21 (PCT + PCSE) – 0,008 (PCT + PCSE)2 – 5,2

Pós-púberes: 1,21 (PCT + PCSE) – 0,008 (PCT + PCSE)2 – 6,8

MULHERES

1,33 (PCT + PCSE) – 0,013 (PCT + PCSE)2 – 6,8

Quando o somatório da PCT + PCSE for maior que 35 mm:

Homens: 0,783 (PCT + PCSE) + 1,6

Mulheres: 0,546 (PCT + PCSE) + 9,7

VALORES DE REFERÊNCIA % GORDURA CORPORAL PARA CRIANÇAS E


ADOLESCENTES (7 – 17 ANOS)
Classificação Homens Mulheres

Excessivamente baixa até 6 até 12

Baixa 6,1 a 10,0 12,1 a 15,0

Adequada 10,1 a 20,0 15,1 a 25,0

Moderadamente alta 20,1 a 25,0 25,1 a 30

Alta 25,1 a 31,0 30,1 a 36,0

Excessivamente alta > 31,0 > 36,0

Classificação puberal de acordo com os critérios de Tanner

Pré-púberes: estágios 1 e 2

Púberes: estágio 3

Pós-púberes: estágios 4 e 5

Segundo a OMS, valores adequados de pregas cutâneas: entre p5 – p90 para as tabelas
publicadas pelo National Health and Nutrition Examination Survey I ( NHANES I).

Além dessa classificação individual das dobras cutâneas, há o somatório da PCT+PCSE


reproduzidos nas tabelas de Frisancho.

Somatório das pregas (PCT+PCSE) por Frisancho:

normalidade = p15 e p75

déficit energético = p5 – p15

risco de obesidade = p75 – p85

CB (Frisancho): mesmos pontos de corte estabelecidos para o somatório de PCT+PCSE

CMB e AMB (Frisancho): adequado para CMB: p10 e p90 e adequado para AMB: p15 e
p85

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