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RESPONSÁVEL:
REJANE COELHO DE ALMEIDA- PEDAGOGA, PÓS GRADUADA EM
PSICOPEDAGOGIA CLÍNICA E INSTITUCIONAL, MÃE DE UMA CRIANÇA COM
TRANSTORNO DO ESPECTRO DE AUTISMO (T.E.A)

INCLUSÃO: RESPONSABILIDADE DE TODOS.

CARUTAPERA
2020
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1. RESUMO

O projeto tratado tem por objetivo destacar a relevância de práticas que promovam
condições para que as crianças, jovens e adultos sejam bem assistidos e as famílias
se sintam acolhidas. A realidade Inclusiva no Brasil, ainda tem muito a romper
desafios que impedem a garantia de participação na sociedade em igualdade de
condições às pessoas com deficiências. De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão
(LBI) o conceito de deficiência deixa de ser uma condição estática e biológica da
pessoa, mas sim como o resultado da interação das barreiras impostas pelo meio
com as limitações da natureza física, mental, intelectual e sensorial do indivíduo, ou
seja, a deficiência deixa de ser um atributo da pessoa e passa a ser o resultado da
falta de acessibilidade que a sociedade e o Estado dão às características de cada
um. A inclusão ideal para que de fato se concretize precisa oferecer meios para
eliminar obstáculos que dificultam a participação e convivência da pessoa com
deficiência na sociedade em que se encontram inseridos. Através das ações e
recursos utilizados na realização do projeto espera-se que haja uma conscientização
da necessidade de qualidade no acompanhamento e apoio às pessoas com
deficiência, sendo de responsabilidade de familiares, profissionais da saúde, da
Educação, da Assistência Social e autoridades públicas.
Palavras-chave: Inclusão, pessoa com deficiência, participação.

2. APRESENTAÇÃO DO PROBLEMA DO PROJETO

A verdadeira inclusão deve estar voltada para a prática da cidadania, de forma


dinâmica, valorizando e respeitando o outro. A LBI foi instituída destinada a
assegurar e a promover, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e
acessibilidade a todos lugares sem exceção. Portanto, depende de mudanças de
valores da sociedade e a vivência de um novo paradigma que não se faz com
simples recomendações, técnicas, como se fossem receitas de bolo, mas com
reflexões e tomada de decisões dos secretários de saúde, assistência social,
educação, cultura e esportes, todos os profissionais envolvidos, familiares e
comunidade. Com base nesses pressupostos escolheu-se a seguinte questão que
norteará este projeto: Quais mudanças devem ser alcançadas para que aconteça
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uma verdadeira reestruturação inclusiva no contexto social, de modo que haja uma
convivência de todos com equidade?

3. JUSTIFICATIVA

Beauclair (2007), afirma que a inclusão é o movimento humano de celebrar a


diversidade, envolvendo o sentimento de pertencer, de fazer parte de, é a
valorização da diferença e a busca de uma cidadania ativa construtora de qualidade
de vida para todos.

Ter um projeto que possibilite a todos envolvidos e responsáveis pela inclusão das
crianças jovens e adultos a realizarem reflexões, traçarem metas e consolidarem
ações que promovam um sistema educacional e de saúde inclusivos com dignidade,
facilita meios que proporcionem a exploração de potencialidades, superação de
limitações, promovendo autonomia tornando as pessoas com deficiências mais
confiantes nas suas próprias capacidades, aflorando o sentimento de pertencimento
e autoestima.

O Projeto apresenta caminhos para que a inclusão seja vista como um processo de
interação, potencialidade das habilidades e respeito as diferenças e limitações de
cada um, com isso mostrar a importância do papel de todos os familiares,
profissionais e o poder público para promover processos inclusivo que permita a
pessoa ter atuação em todos os espaços e acessibilidade à serviços que
precisarem.

É preciso que haja parceria entre as secretarias para que a inclusão não ocorra de
forma fragmentada e limitada, assim deve-se haver um trabalho em equipe, porém
cada secretaria atuando da maneira que lhe compete, mas um completando o outro.

Do direito à educação, a formação dos professores precisa ser ajustada, para que
eles e sintam seguros em lidar com as características do discente em que requer um
apoio específico, precisam estabelecer metas, alvos a serem alcançados, devem se
comprometer em ajudar seu aluno a conviver, participar e aprender.

Do direito à saúde, deve ser assegurada atenção integral à saúde da pessoa com
deficiência em todos os níveis de complexidade, por intermédio do SUS garantindo
acesso universal e igualitário. É de suma responsabilidade possibilitar diagnóstico e
intervenções precoces, realizados por equipe multidisciplinar. O Projeto visa
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fomentar a criação de um centro especializado, um lugar específico e edequado


para tratamento individualizado de pessoas com deficiência, com participação direta
da sociedade civil organizada e parceiros como os poderes executivo e legislativo
municipal.

A pessoa com deficiência tem direito a cultura, ao esporte, ao turismo e lazer em


igualdade de oportunidades, sendo garantido o acesso cinema, teatro e outras
atividades culturais e desportivas em formato acessível; e a monumentos e locais de
importância cultural e a espaços que ofereçam serviços ou eventos culturais e
esportivos. O poder público deve assegurar a participação da pessoa com
deficiência em jogos e atividades recreativas, esportivas, de lazer, culturais e
artísticas, inclusive no sistema escolar, em igualdade de condições com as demais
pessoas.

O projeto se mostrou necessário para viabilizar ações com a finalidade de garantir


autonomia e uma vida com dignidade, com acesso à educação, qualificação
profissional, mercado de trabalho, entre outros

A relevância científica consiste na superação de lacunas possibilitando uma


compreensão aprofundada, que reforça a importância de metas, planejamento e
execução de ações que envolvam a todos que fazem parte do contexto inclusivo.

4. OBJETIVOS

GERAL

*Promover ações que mobilizem a todos os profissionais da área de educação e


saúde, assistência social, familiares, autoridades públicas a contribuírem em
melhorar a qualidade de vida de pessoas com deficiências e de fato a inclusão
venha acontecer.

ESPECÍFICOS
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*Possibilitar condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem por


meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as
barreiras e promovam a inclusão plena;
* Oportunizar a participação da pessoa com deficiência na elaboração das políticas
de saúde a ela destinada;

*Fomentar a criação de um espaço adequado e específico para acompanhamento


multidisciplinar às pessoas com deficiências.

*Promover atividades culturais, como cinema, teatro, exposições e outros.

*Possibilitar assistência e acolhimento às famílias com acompanhamento de


psicólogos e assistentes sociais, em que se sintam acolhidos e orientados.

6. METODOLOGIA

A metodologia é um elemento fundamental no desenvolvimento de um projeto, visto


que normalmente todos os resultados finais estão dependentes da metodologia
utilizada. De acordo com Espinoza (1986, p.86), apud Serrano (2008, p.47), a
metodologia é o caminho que se escolhe para a obtenção de um fim. É constituída
por um conjunto de atividades, ações ou procedimentos realizados para alcançar os
objetivos propostos.

Como entende-se da importância de práticas interventivas, é de grande relevância


as ações que serão executadas.

Fundamentado nos objetivos a serem alcançados, serão realizadas atividades que


contemplem as necessidades para uma Educação Inclusiva que acolha os familiares
e dê a assistência e o suporte essencial para os alunos.

Neste projeto, as ações, estratégias e atividades a serem realizados, decorrem a


partir dos objetivos específicos que pretende-se alcançar. Portanto, haverá reuniões,
palestras e oficinas com os familiares para integrá-los ao processo de inclusão, os
motivando a participarem e se dedicarem em serem primordiais no desenvolvimento
de seus filhos e reforçarem em casa o que eles aprendem na escola e com seus
terapeutas.
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Será oferecido também encontros com as mães, em que elas possam tirar
momentos de lazer e cuidar de si. Essas mães normalmente se encontram
sobrecarregadas e exaustas, precisam tirar um tempo para si, ter um olhar para seu
bem-estar também.

Serão realizadas reuniões com os profissionais da área da saúde e assistência


social, para compartilharem os desafios, darem suas sugestões e elaborarem
estratégias que venham melhorar o atendimento às pessoas com deficiência e
envolverem as famílias para dar extensão as experiências no seu cotidiano.

Os professores terão a oportunidade juntamente aos mediadores participarem de


encontros para formações e elaboração de estratégias que facilitem as práticas
educativas e possibilitem uma atuação significativa na diversidade, contemplando os
princípios de uma educação inclusiva. Conhecer os seus desafios enfrentados
quanto à formação e atuação em sala de aula e saber quais suas opiniões a respeito
do que precisa para que seja possível o êxito da escolarização com igualdade e
equidade para todos.

São consideradas fontes importantes o Projeto Político Pedagógico e os


planejamentos dos professores na finalidade de saber quais os procedimentos
tomados pela equipe escolar para sanar problemas, planejar, os objetivos traçados,
adequações de recursos, procedimentos pedagógicos utilizados para que as
competências dos alunos sejam utilizadas e os diferentes ritmos de aprendizagem
sejam respeitadas.

É de suma importância a intervenção precoce pelo fato do cérebro delas estarem


maleáveis, devido a plasticidade do sistema nervoso central ao longo da primeira
infância. Se as intervenções demorarem a acontecer, eles sentirão mais dificuldade
e atrasos podem acontecer, causando baixa autoestima e desinteresse pela escola.
Este projeto busca sanar as barreiras e impedimentos no âmbito inclusivo e os
riscos que a educação pode sofrer se a inclusão idealizada e projetada não for
realmente praticada como deve ser.

A inclusão é para acontecer de fato correspondendo as necessidades do indivíduo e


não apenas porque é regido por leis. Portanto, as autoridades públicas também
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serão mobilizadas a abraçarem essa causa, sendo convidados para os eventos


promovidos.

A pessoas com deficiência devem serem acolhidas também nas igrejas e


comunidades religiosas, por isso haverá meios para conscientizar os líderes
religiosos para saberem a melhor forma de acolherem as pessoas com deficiências.

As atividades esportivas são de grande relevância para o desenvolvimento das


habilidades de coordenação e movimentos para os alunos, portanto será realizado
um trabalho juntamente com os profissionais de Ed. Física para serem promovidas
atividades inclusivas.

Esses eventos acontecerão para possibilitar a conscientização da importância das


pessoas envolvidas no processo de inclusão. O esclarecimento e a comunicação
efetiva são as melhores formas de combater eventuais impactos negativos no
processo de inclusão. Por isso, as campanhas de inclusão são essenciais para a
erradicação do preconceito e o estímulo à interação com o outro.

7. RESULTADOS

Com este projeto, espera-se que aconteça uma parceria entre profissionais,
familiares e todos que exercem um papel importante no processo de intervenção e
promoção a autonomia da pessoa, buscando sanar os desafios e dificuldades
enfrentados, para que se possa construir caminhos alternativos que possibilite
interação social no âmbito educacional e social. Pretende-se dinamizar o trabalho
inclusivo, realizando atividades com os pais, para incentivá-los e os conscientizando
da importância de participarem com entusiasmo na vida escolar e tratamento dos
seus filhos. Pretende-se construir uma parceria entre os profissionais da área da
saúde e assistência social para planejamento de ações que venham contribuir para
a intervenção no processo de desenvolvimento da pessoa com deficiência e que
com isso ela venha ter autonomia no seu cotidiano, adquirindo segurança e
autoestima. Juntamente com os professores e mediadores selecionar procedimentos
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de ensino e de apoio para compartilhar, confrontar e resolver conflitos cognitivos das


crianças com suas particularidades e compreender quais os processos de avaliação
aprendizagem e se eles são coerentes com os objetivos, as atividades e os recursos
selecionados.

8. REFERÊNCIAS

ALONSO, Daniela. Os desafios da Educação inclusiva: foco nas redes de apoio.


Disponível em <http: www.novaescola.org.br>. Acesso em 29 de agosto de 2020.

BEUCLAIR, J. Incluir, um verbo necessário a inclusão: (pressupostos


psicopedagógicos). São José dos Campos: Pulso Editorial, 2007.

Diversidade como paradigma de ação pedagógica na Educação. R. E. Carvalho.


In: Revista da Educação Especial. MEC/SEESP. Out. 2005.

GONÇALVES, A.K.S. 2006. Estratégias pedagógicas inclusivas para crianças com


paralisia cerebral na educação infantil. São Carlos, SP. Dissertação de Mestrado.
Universidade Federal de São Carlos, 136 p.

MANTOAN, Maria Tereza Egler, Inclusão escolar: O que é? Por quê? Como
fazer? São Paulo: Moderna,2003.

MEC, SEESP- Estratégias para a Educação de alunos com necessidades


educacionais especiais; org. Maria Salete, Fábio Aranha. Brasília, 2003.

MENDES, E. G. Projeto S.O.S. inclusão: avaliação de um programa de consultoria


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Pesquisa – CNPq. São Carlos: UFSCar, 2007. 112 p.
SAMPAIO, Cristiane, and SAMPAIO, Sônia Maria. Educação Inclusiva: o professor
mediando para a vida. Salvador: EDUFBA, 2009.

SERRANO, Glória Perez; Elaboração de Projetos Sociais Casos Práticos; Coleção


Educação e Trabalho Social, Porto Editora, 2008.

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VILARONGA, C.A.R; MENDES, E. G.. Ensino colaborativo para o apoio à inclusão


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(Online), Brasília, v. 95, n. 239,
jan./abr.2014.Disponívelem:http://www.scielo.br/Acesso em 29 de Agosto de 2020.
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ZERBATO, A.P.; MENDES, E. G.. Desenho universal para a aprendizagem como


estratégia de inclusão escolar. Educação Unisinos 22(2):147-155, abril-junho 2018
Unisinos. Disponível em: http://revistas.unisinos.br. Acesso em 29 de agosto de
2020.

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