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Escola Estadual Barão de São Geraldo Curso técnico em Logística

Sumário

Introdução .......................................................................................................................... 2
1. Gestão de Compras na Iniciativa Privada................................................................. 3
1.1 Atribuições e Funções na Iniciativa Privada ............................................................. 3
1.2 Etapas para o Processo de Compras na Empresa ................................................. 3
1.3 Perfil do Gestor de Compras .................................................................................... 5
1.4 Modalidade de Compras ............................................................................................6
1.5 Formas de Comprar .................................................................................................... 6
1.6 Manual de Compras na Iniciativa Privada ................................................................7
1.7 Premissas do Cadastro de Fornecedores ................................................................ 7
1.8 Critérios de Cadastramento de Fornecedores ......................................................... 8
1.8.1 Procedimentos para Cadastramento ...................................................................... 8
1.8.2 Planilha de Qualificação Técnica e Aprovação do Cadastro ................................ 8
1.9 Dispensa de Concorrência..................................................................................... 10
1.9.1 Condições Gerais da Concorrência ...................................................................... 10
1.9.2 Propostas dos Fornecedores ............................................................................... 10
1.9.3 Avaliação da Concorrência ................................................................................... 11
1.9.4 Negociação.............................................................................................................. 11
1.9.5 Contratação ............................................................................................................ 11
1.9.6 Diligenciamento (follow –up) ................................................................................. 12
2. Gestão de Compras no Serviço Público ................................................................. 13
2.1 Legislação Específica que Normatiza as Licitações .............................................13
2.2 Princípios Básicos para uma Licitação ................................................................. 13
2.3 Direito Público e Direito Privado ............................................................................ 15
2.4 Administração Direta e Indireta .............................................................................. 17
2.5 Responsáveis pela Licitação .................................................................................. 19
2.6 Modalidades de Licitação ....................................................................................... 19
2.7 Tipos de Licitações................................................................................................... 21
2.8 Licitação por meio Eletrônico.................................................................................. 23
Referências Bibliográficas ............................................................................................. 25

Logística – Gestão de Compras


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Introdução

Nos dias de hoje, com a alta concorrência nas empresas é necessário planejar, tanto por
meio de estimativas como por históricos dos anos anteriores, levando em conta quais
produtos ou itens de vendas são mais procurados em cada época do ano.
Este planejamento vai permitir comparar a situação real com o planejado identificando as
variações favoráveis ou desfavoráveis. No segundo caso devem ser investigadas as
causas para serem tomadas as medidas corretivas necessárias. Esse controle é ideal
para construir um referencial futuro, estruturar o processo e dar suporte ao planejamento.
Durante o desenvolvimento do planejamento, a área de compras é muito importante, todo
o histórico de preços e fornecedores credenciados darão informações que poderá
melhorar a rentabilidade da organização.

A operação de compras requer constante monitoramento mediante a ligação entre


empresa com o fornecedor tanto nas atividades empresariais privadas e públicas,
procurando sempre melhores preços, qualidade e garantia nos produtos adquiridos
através da livre concorrência de mercado.

O estudo do controle de estoque é inevitável, para melhor controle de suprimento e para


melhor organização dos produtos, tanto na armazenagem dos produtos garantindo maior
integridade do produto, como a disposição do mesmo na área de vendas. É de
fundamental importância a ligação entre o setor de compras com as atividades logísticas.

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1. Gestão de Compras na Iniciativa Privada

Definição

Compras é a atividade de procurar e providenciar a entrega de materiais, na qualidade


especificada e no prazo necessário, a um preço justo, para o funcionamento, a
manutenção ou a ampliação da empresa.

1.1 Atribuições e Funções Básicas em Compras

O ato de comprar inclui as seguintes etapas:

1- Determinação do que, de quanto e de quando comprar;


2- Estudo dos fornecedores e verificação de sua capacidade técnica, relacionando-os
para consulta;
3- Promoção da concorrência, para a seleção do fornecedor;
4- Fechamento do pedido, mediante autorização do fornecimento ou contrato;
5- Acompanhamento ativo durante o período entre o pedido e a entrega;
6- Encerramento do processo, após o recebimento do material, controle da qualidade e
da quantidade.

1.2 Etapas para o Processo de Compras na Empresa

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Etapas:

1. Pedido de Compra: A empresa registra falta ou previsão de falta de produto e isto


gera um ato de pedido de compra.

2. Processamento de Compra: O setor de compras terá em mãos a lista de produtos


com suas descrições específicas e seus quantitativos.

3. Cadastro de Fornecedores: A empresa avalia seus fornecedores já atuantes ou na


busca de novos para atender suas necessidades.

4. Concorrência: A empresa verifica que diante de seus fornecedores com mais de


1(um) que pode lhe atender comercialmente e então é gerada uma concorrência entre
eles.

5. Julgamento: A empresa irar fazer o julgamento de seus fornecedores diante de


características comerciais que envolvem: Preço, prazo e qualidade.

6. Negociação: A empresa escolhida comercialmente será solicitada algum bônus que


irar melhorar na negociação final.

7. Adjudicação do Pedido: É o ato da última fase do processo de compra, é o direito ao


vencedor cumprir o acordo estabelecido.

8. Dilingenciamento: Visa garantir o cumprimento das cláusulas contratuais, em


especial aos prazos de entrega,acompanhando,documentando e fiscalizando as
encomendas pendentes observadas os interesses da empresa.

9. Recebimento: Etapa final, onde será feita a inspeção (Quantitativa e Qualitativa) do


produto no ponto de entrega, onde deverão ser atendidos todos os critérios de
negociação.

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1.3 Perfil do Gestor de Compras

Cabe ao gestor de compras em planejar aquisições, de forma a realizá-las no tempo


correto, na quantidade certa e verificar se recebeu efetivamente o que foi adquirido, além
de trabalhar o desenvolvimento de fornecedores. Desse modo o gestor deve controlar um
fluxo contínuo de suprimentos para atender a demanda da produção evitando excedentes
que geram custos, provocando baixa margem de investimentos e assim prejudicar a
competência da empresa.
Sendo assim o profissional é responsável por coordenar os contratos com os
fornecedores e realizar as negociações de forma justa e honesta, certificando sempre as
melhores condições para a empresa em relação às condições de pagamentos
equilibrando preço, prazo e qualidade.
O administrador de compras utilizará de softwares e ferramentas operacionais que podem
auxiliar na sua tarefa de manter um cadastro atualizado dos fornecedores e um fluxo
confiável de matérias-primas e materiais.

Figura 01 : Análise feita no processo de compras.

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As habilidades e competências compõem-se principalmente de técnicas de administração


e organização. Incluem técnicas de gestão administrativa de estruturação organizacional,
como organogramas, fluxogramas, layouts; definição de diretrizes, normas e
procedimentos organizacionais; técnicas de análise, avaliação (diagnóstico) e
estruturação organizacional; de administração de pessoal, abrangendo o domínio de sua
legislação específica; e de administração de materiais. Para que o gestor possa obter
melhores resultados de seus colaboradores.

1.4 Modalidades de Compras

1. Compra Normal.

Procedimento adotado quando o prazo for compatível para obter as melhores condições
comerciais e técnicas na aquisição de materiais.

2. Compra de Emergência ou Compra Emergencial.

Acontece quando a empresa falha na elaboração do planejamento ou no atendimento de


necessidade oriunda de problemas operacionais. Causada por falta de comunicação entre
setores de Compras e Logística.

1.5 Formas de Comprar

1. Por Meio de Concorrências Repetitivas.

Procedimento adotado para os pedidos de compra, independentemente da análise do


comportamento periódico em que acontecem. Podem ser inconstantes ou constantes.

2. Por meio de Contratos de Longo Prazo.

Procedimento adotado para fornecimento de materiais de consumo regular, com vigência


por determinado período de tempo, para entregas parceladas, por meio de autorização.

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1.6 Manual de Compras na Iniciativa Privada

O manual de compras define o alcance da função de compra e seus métodos, servindo de


orientação da política de compras da empresa, e norteando e delimitando as atribuições e
responsabilidades do comprador.

OBS : O manual geralmente é instituído na maioria das grandes empresas.

1.7 Premissas do Cadastro de Fornecedores

Qualidade – Preço – Prazo

Figura 02 : Premissas aos Fornecedores

1. Qualidade : Nível de produto fornecido do fabricante - fornecedor.


Ela pode ser: (Alta – Média – Baixa ).
2. Preço : Atribuído ao valor pago diretamente ao produto.
3. Prazo : O prazo tem duas características:

• Prazo de Pagamento: Forma de pagar (Cheque, boleto, cartão “débito ou crédito”, à


vista, promissória) e em quanto tempo será pago (mensal, bimestral, trimestral,
semestral e etc).
• Prazo de Entrega: Tempo decorrente ao pedido de compra até a entrega do produto
(Lead time).

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1.8 Critérios de Cadastramento de Fornecedores

1. Critérios Políticos.
São definidos pela administração da empresa.

2. Critérios Técnicos.
Envolvem as carências de abastecimento, na procura de desenvolvimento de novas
alternativas de fornecimento, visando, por exemplo, evitar a exclusividade.

3. Critérios Legais.
Aplicados às empresas estatais, autárquicas e do serviço público.

1.8.1 Procedimentos para Cadastramento:

• Fase Inicial – Análise Preliminar

Consiste na análise sumária e rápida dos documentos apresentados pelo interessado no


cadastramento.

Análises Social,Econômico-Financeira e Técnica Preliminar

• Fase Final – Análise Complementar

Consiste na análise complementar para as empresas aprovadas na fase preliminar, a


qual definirá ou não o registro. “Análises Jurídica e Técnica Conclusiva”.

1.8.2 Planilha de Qualificação Técnica e Aprovação do Cadastro

A planilha de qualificação técnica facilita a tabulação dos critérios anteriormente


analisados, visando determinar a qualificação referente ao conceito técnico do fornecedor
em análise.

Exemplos:

• Planilha sumária para qualificação técnica;


• Pontuação para itens avaliados;
• Decisão final da avaliação.

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Classificação de Fornecedores

As empresas cadastradas são classificadas consoantes à classe de materiais de sua


linha, originando os grupos de compra, que visa facilitar o processo de seleção dos
fornecedores para a concorrência.

Seleção e Avaliação de Fornecedores para a Concorrência

A seleção de fornecedores pode ser entre 3, 5 ou 7 fornecedores cadastrados, segundo


critérios da empresa.

A avaliação constante e sistemática dos fornecedores quanto ao desempenho de seus


fornecimentos, é realizada por meio dos critérios:

a. Desempenho comercial;

b. Cumprimento de prazos de entrega;

c. Qualidade do produto;

d. Desempenho do produto em serviço.

Exemplo: Ficha de ocorrência cadastral.

A Concorrência na Aquisição de Materiais

A concorrência é o procedimento inicial para a aquisição de materiais e serviços, por meio


de consulta formal ao mercado, compreendendo:

a. A expedição de consulta aos fornecedores;

b. Abertura;

c. Análise;

d. Avaliação de propostas.

A formalização se dá com a coleta de preços e outras informações junto aos fornecedores


interessados.

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1.9 Dispensa de Concorrência

É admitida nos casos em que se caracterizem:

a. Pequenos valores;

b. Conveniência administrativa;

c. Concorrência sem resposta;

d. Concorrência com preços superiores aos do mercado;

e. Fornecedor exclusivo;

f. Compra de imóvel.

1.9.1 Condições Gerais da Concorrência

O sucesso da concorrência depende de regras claras e precisas quanto:

a. Preços (Cotados por item e inclusos todas as despesas e ônus);

b. Alternativas (Cotações p/ materiais similares e serviços alternativos à parte);

c. Garantia (Garantir o produto ou serviço contra defeitos);

d. Aceitação do material (Condicionada à conferência de quantidade e qualidade);

e. Outras condições (Desqualificação se não atendidas);

f. Informações Adicionais:

- Preço Teto (Preço máximo estipulado p/ aquisição);

- Preço de Referência (Último preço pago ou preço de concorrentes).

1.9.2 Proposta dos Fornecedores

A maioria das empresas adotam a prática de aceitar a proposta de fornecimento no


formulário de coleta de preços.

A proposta de fornecimento deve conter de forma clara e precisa:

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- As Condições Comerciais: Preço, prazo de entrega, frete, embalagem, condições de


pagamento, descontos, fórmula de reajuste de preços, multas contratuais, garantia e
assistência técnica.

- E também as Condições Específicas sobre a confirmação dos requisitos técnicos, ou


sobre alternativas possíveis de fornecimento.

1.9.3 Avaliação da Concorrência

Aberto os envelopes das propostas, faz-se a avaliação, a análise e o julgamento,


elegendo o vencedor da concorrência.
Exemplo: Quadro comparativo dos resultados da concorrência.

1.9.4 Negociação

Trata-se do processo intermediário entre a concorrência e a contratação. A negociação


visa obter o maior proveito possível à empresa na aquisição de produtos e serviços.

1.9.5 Contratação

A adjudicação é a última etapa do processo de aquisição e representa a garantia mútua


por meio da celebração do contrato de compra firmado entre comprador e vendedor.

São instrumentos para a adjudicação, conforme o caso:

a. Autorização de fornecimento;

b. Contrato de longo prazo.

Exemplo: Autorização de fornecimento.

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1.9.6 Diligenciamento (follow-up)

Visa garantir o cumprimento das cláusulas contratuais, em especial quanto aos prazos de
entrega, acompanhando, documentando e fiscalizando as encomendas pendentes
observadas aos interesses da empresa.

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2. Gestão de Compras no Serviço Público

Definição

Licitação é o procedimento administrativo formal em que a Administração Pública


convoca, mediante condições estabelecidas em ato próprio (edital ou convite), empresas
interessadas na apresentação de propostas para o oferecimento de bens e serviços.

2.1 Legislação Específica que Normatiza as Licitações

• Constituição Federal, artigo 37, inciso XXI;


• Lei Federal 8.666/93 e suas atualizações;
Conhecida como Lei das Licitações Públicas.
• Lei Federal 10.520/2002 (Pregão);
• Decretos regulamentadores.

2.2 Princípios Básicos para uma Licitação

As Licitações Públicas devem seguir princípios básicos necessários para que seu
processo administrativo cumpra a sua legislação vigente.

Devem-se observar os seguintes princípios básicos:

a. Princípio da Isonomia (igualdade);

Todos os participantes da Licitação devem ter o mesmo tratamento no que diz


respeito a lei que regulamenta a participação das empresas independente ao seu
porte.

b. Princípio da Publicidade;

É obrigatório por lei que os meios de comunicação por vias de governo “Diário Oficial”
ou vias sociais “Redes Sociais”, que seja divulgada o processo licitatório desde o

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lançamento do edital e ao final do processo que seja dada a transparência das


informações aos participantes da licitação como a população em geral.

c. Princípio da Moralidade e da Probidade Administrativa;

É necessário que todos os integrantes da licitação, que desde a comissão de licitação


e como as empresas participantes tenha princípios de moralidade e honestidade.

d. Princípio da Legalidade (formal);

Todas as etapas da licitação devem ser seguidas pelo que a lei que regulamenta.

e. Sigilo na Apresentação das Propostas;


O sigilo das informações devem ser respeitadas para que o processo ocorra sem
beneficiar de forma ilegal participantes da licitação e que sejam tomadas decisões
fora dos trâmites administrativos.

f. Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório;


Os prazos administrativos que determinam o edital e devem ser seguidos para que o
processo ocorra no tempo certo em cada etapa há todos os participantes.

g. Princípio do Julgamento Objetivo;


O edital da licitação que vincula a aquisição de produto ou serviço deve atender de
forma objetiva a administração pública para que não haja prejuízo aos cofres públicos.

h. Adjudicação Compulsória.
É o direito da primeira colocada na proposta no certame e dando como encerra o
processo licitatório, dando início à contratação.

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• O que é Licitar ?
A execução de obras, a prestação de serviços e o fornecimento de bens para atendimento
de necessidades públicas, as alienações e locações devem ser contratadas mediante
licitações públicas, exceto nos casos previstos na Lei nº 8.666, de 1993, e alterações
posteriores.

• Por que Licitar ?

A Constituição Federal, art. 37, inciso XXI, prevê para a Administração Pública a
obrigatoriedade de licitar.

• Quem deve Licitar ?

Estão sujeitos à regra de licitar, além dos órgãos integrantes da administração direta, os
fundos especiais, as autarquias, as fundações públicas, as empresas públicas, as
sociedades da economia mista e demais entidades controladas direta e indiretamente
pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

2.3 Direito Público e Direito Privado

Direito Público

O Direito Público é o ramo do direito que diz respeito às normas jurídicas de natureza
pública, que tem por relação fundamental e principal regular a relação entre o Estado e o
particular, e regular as funções, organizações e atividades do Estado e dos servidores
públicos. O direito público põe de um lado o Estado com supremacia e do outro o sujeito,
nesse caso o Estado atua como autoridade e pode abranger a relação entre o ente
público e o cidadão. Pode ser visto, também, como o direito que abrange o bem coletivo,
em detrimento dos interesses privados. Em se tratando disso, o Estado teria sempre a
supremacia, pois o mesmo defende o interesse coletivo, ele é o legislador e executor,
então ele tem a vantagem sobre o cidadão comum.

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Direito Privado

O Direito Privado é o ramo do direito que diz respeito às normas jurídicas que cercam a
relação entre dois cidadãos comuns, sem dar privilégio ou poder de autoridade a nenhum
deles. Regulamenta a relação entre os indivíduos com igualdade, mesmo que o indivíduo
seja o próprio ente público, isso em alguns casos.Um exemplo claro do direito privado é o
direito de família, que trata os dois lados com igualdade, julgando e analisando qual a
atitude correta que deve ser tomada legalmente.

Conclusão sobre a diferença entre Direito Público e Direito Privado

As diferenças com relação aos dois ramos de direito, direito público e direito privado, são
muito subjetivas e podem ser muito sutis. Cada profissional da área faz a distinção de
forma diferente, no texto demos a visão de que direito público é aquele que legisla sobre a
relação entre o Estado e o cidadão, com supremacia do Estado, já o direito privado legisla
sobre a relação entre dois cidadãos ou o cidadão e o Estado quando os dois são julgados
em pé de igualdade.

Observação :

• Contingência – É uma eventualidade, um acaso, um acontecimento que tem como


fundamento a incerteza de que pode ou não acontecer.
Contingência é a característica daquilo que é contingente, ou seja, que é duvidoso,
possível, mas incerto, que pode ocorrer, mas não necessariamente.

Ex 1 : O Governo prepara plano de contingência policial em caso de tumulto dos


manifestantes nas estações do metro.
Ex 2: O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), quer criar fundo de
contingência,que ficará disponível para situações nas quais os países mais vulneráveis
precisem de respaldo financeiro.

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2.4 Administração Direta e Indireta

• Administração Direta

A característica determinante da administração direta é a sua composição de órgãos


públicos pertencentes a ela que estão ligados diretamente ao poder executivo federal,
estadual ou municipal. Neste sentido, estes órgãos de fato integram essas pessoas
federativas (Federação, Estados e Municípios) e são responsáveis imediatos pelas
atividades administrativas do Estado.Além disso, não possuem personalidade jurídica
própria, patrimônio e autonomia administrativa, uma vez que seus orçamentos são
subordinados às esferas das quais fazem parte.Como exemplo de órgãos da
administração direta pode-se citar os ministérios do governo federal, as secretárias dos
estados federativos e dos municípios.

OBS : O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República,Governador e Prefeito.

• Administração Indireta

Já a administração indireta é caracterizada por entidades que possuem personalidade


jurídica própria, possuindo portanto, patrimônio, autonomia administrativa e orçamento
específico para seus fins e de responsabilidade de gestão. Os exemplos correntes são as
autarquias, as fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia
mista. Cada uma dessas entidades, por sua vez, possui algumas características próprias.

- Autarquias - São serviços autônomos, instituídas por lei e portadoras de personalidade


jurídica própria, bem como patrimônio e receita. Seu objetivo é executar atividades típicas
da Administração Pública, que por motivo de otimização da funcionalidade, requerem uma
descentralização da gestão administrativa e financeira. O Instituto Nacional de Seguridade
Social (INSS), a Agência Nacional de Saúde (ANS) e a Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (ANVISA) representam autarquias no serviço público nacional.

- Fundações Públicas - Possuem personalidade jurídica de direito público, que não


visam lucro e criadas para o desenvolvimento de atividades que não exijam execução por
órgãos ou entidades de direito público. Também possuem autonomia administrativa,
patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e tem em sua fonte de

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financiamento os recursos da União e demais fontes. O Instituto Brasileiro de Geografia e


Estatística (IBGE) e a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) representam fundações
públicas.

- Empresas Públicas - São entidades dotadas de personalidade jurídica de direito


privado, com patrimônio e capital exclusivo da União, criadas para a exploração de
atividade econômicas que o Governo seja levado a exercer por força de contingência ou
de conveniência administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em
direito. Um exemplo de empresa pública é a Caixa Econômica Federal.

- Sociedades de Economia Mista - São entidades dotadas de personalidade jurídica de


direito privado, com criação autorizada por lei para a exploração de atividade econômica,
sob a forma de sociedade anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua
maioria à União ou a entidade da Administração Indireta. São portanto, controladas pelo
Poder Público. O Banco do Brasil e a Petrobras são, provavelmente, os maiores exemplos
no caso brasileiro.

Como Licitar ?

1. Definir o objeto que se quer contratar;


2. Estimar o valor total da obra, do serviço ou do bem a ser licitado, mediante
realização de pesquisa de mercado;
3. Verificar se há previsão de recursos orçamentários para o pagamento e se
conforme com a LRF*;
4. Definir a modalidade de licitação adequada.

*LRF = A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), oficialmente Lei Complementar nº 101,


é uma lei complementar brasileira que visa impor o controle dos gastos da União,
estados, Distrito Federal e municípios, condicionando-os à capacidade de arrecadação de
tributos desses entes políticos. Tal medida foi justificada pelo costume, na política
brasileira, de gestores promoverem obras de grande porte no final de seus mandatos,
deixando a conta para seus sucessores. Também era comum a prática de tomada de
empréstimos em instituição financeira estatal pelo seu ente controlador. A LRF também
promoveu a transparência dos gastos públicos.

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2.5 Responsáveis pela Licitação

São responsáveis os agentes públicos designados pela autoridade competente de dentro


dos setores públicos do governo e são atribuído as esferas Federal,Estadual e Municipal,
mediante ato próprio (portaria, por exemplo), para integrar comissão de licitação, ser
pregoeiro ou para realizar licitação na modalidade convite. Tem como função receber,
examinar e julgar todos os documentos.

Geralmente a comissão de Licitação é composta de:

• 01 Presidente;
• 03 membros.

2.6 Modalidades de Licitação

Modalidade de licitação é a forma específica de conduzir o procedimento licitatório, a


partir de critérios definidos em lei.

Modalidades de Licitação são:

1. Leilão;
2. Concurso;
3. Concorrência;
4. Tomada de Preços;
5. Convite;
6. Pregão.

1 – Leilão

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis


inservíveis para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados,
ou para a alienação de bens imóveis, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao
valor da avaliação.

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2- Concurso

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho


técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos
vencedores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial.

3 – Concorrência

É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados que, na fase inicial de


habilitação preliminar, comprovem possuir os requisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para execução de seu objeto.

4 – Tomada de Preços

É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que


atenderem a todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à
data do recebimento das propostas, observada a necessária qualificação.

5- Convite

É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto,


cadastrados ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de 3 (três) pela unidade
administrativa, a qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o
estenderá aos demais cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem
seu interesse com antecedência de até 24 (vinte e quatro) horas da apresentação das
propostas.

6 – Pregão

É a modalidade de licitação para aquisição de bens e serviços comuns em que a disputa


pelo fornecimento é feita em sessão pública, por meio de propostas e lances, para
classificação e habilitação do licitante com a proposta de menor preço. A grande inovação
do pregão se dá pela inversão das fases de habilitação e análise das propostas. Dessa
forma, apenas a documentação do participante que tenha apresentado a melhor proposta
é analisada.

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Além disso, a definição da proposta mais vantajosa para a Administração é feita através
de proposta de preço escrito e, após, disputa através de lances verbais. Após os lances,
ainda pode haver a negociação direta com o pregoeiro, no intuito da diminuição do valor
ofertado.

Abaixo segue Tabela com os valores relacionados as Modalidades de Licitação:

2.7 Tipos de Licitações

O Tipo de Licitação não deve ser confundido com modalidade de licitação.

- Modalidade é “procedimento”.

- Tipo é o “critério de julgamento” utilizado pela administração para seleção da proposta


mais vantajosa.

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Os tipos de licitação mais utilizados para o julgamento das propostas são os


seguintes:

• Menor Preço

Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a Administração é a de menor


preço.

• Melhor Técnica

Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a Administração é escolhida


com base em fatores de ordem técnica.

• Técnica e Preço

Critério de seleção em que a proposta mais vantajosa para a Administração é escolhida


com base na maior média ponderada, considerando-se as notas obtidas nas propostas de
preço e de técnica.

Casos onde não ocorre a Licitação:

• Dispensada;
• Dispensável;
• Inexigível.

A Licitação é regra para a Administração Pública, quando contrata obras, bens e serviços.
No entanto, a lei apresenta exceções a essa regra. São os casos em que a licitação é
legalmente dispensada, dispensável ou inexigível.

A possibilidade de compra ou contratação sem a realização de licitação se dará somente


nos casos previstos em lei.

1 – Licitação Dispensada : A Lei dispensa a realização da Licitação.

• Ex 1: Doação de bens permitida exclusivamente para outro órgão ou entidade da


administração pública, de qualquer esfera do governo.
• Ex 2 : Permuta,por outro imóvel que atenda aos requisitos estabelecidos.

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2 - Licitação Dispensável : A Lei autoriza a não realização da licitação.

• Ex 1 : Obras e serviços de Engenharia no valor de até R$ 15.000,00 e aquisição de


serviços e compra de até R$ 8.000,00.
• Ex 2 : Nos casos de guerra ou grave perturbação da ordem.
• Ex 3 : Nos casos de emergência ou de calamidade pública que envolve
obras,serviços e equipamentos.
• Ex 4 : Quando não aparecem interessados para concorrer a licitação.

3 - Licitação Inexigível : É quando houver inviabilidade de competição.

• Ex 1 : Para a aquisição de materiais,equipamentos,ou gêneros que só possam ser


fornecidos por produtor,empresa ou representante comercial exclusivo.
• Ex 2 : Para contratação de serviços Técnicos.
• Ex 3 : Contratação de profissional de qualquer setor artístico.

2.8 Licitação por meio Eletrônico

• Pregão Eletrônico

É uma modalidade licitatória utilizada pelo governo brasileiro para contratar bens e
serviços, independentemente do valor estimado. Foi criada através da lei federal
10.520/2002 (Lei do Pregão) e regulamentado na forma eletrônica pelo decreto
5.450/2005. A mesma lei também criou o chamado "pregão presencial", que obrigava os
licitados a comparecerem à negociação, liderados por um pregoeiro devidamente
designado pelo órgão da administração pública licitante.

O Estado como administrador do bem público deve realizar a contratação mais


econômica. Ou seja, melhor custo-benefício.

O Pregão Eletrônico visa aumentar a quantidade de participantes e baratear o processo


licitatório. Permite a ampliação da disputa licitatória com a participação de maior número
de empresas de diversos estados, já que é dispensada a presença dos licitados. É uma
modalidade ágil, transparente e que possibilita uma negociação eficaz entre os licitantes.
Além disso, tornou efetivamente mais eficiente e barato o processo licitatório, pois permitir

Logística – Gestão de Compras 23


Escola Estadual de Educação Profissional [EEEP] Ensino Médio Integrado à Educação Profissional

a simplificação de muitas das etapas burocráticas que tornavam morosa a contratação


com a administração pública. É chamada também de (compras net).

• Bolsa Eletrônica de Compras

Negociação do preço dos bens adquiridos pelo setor público, por meio de procedimentos
eletrônicos, com a garantia, por parte do Governo, do pagamento aos fornecedores na
data de seu vencimento ajustada no contrato.

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Referências Bibliográficas

MARTINS, Petrônio G.; ALT, Paulo


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Materiais e Recursos Patrimoniais.
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MOURA, Luciano Raizer. Gestão do
relacionamento com fornecedores:
análise da eficácia de programa
para desenvolvimento e qualificação
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Êxodo: da visão à ação: uma
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/lei
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