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ERGONOMIA E

FISIOLOGIA DO
TRABALHO
PROFª MIRNA KATHARY SOUSA DA S. DIAS
Mini currículo
da professora
• Graduada em enfermagem pela
universidade Estácio de Sá Rj
• Pós graduada em enfermagem do
trabalho pela Faculdade Dom Alberto
• Pós graduanda em auditoria em
enfermagem pela Educaminas.
• Cursos:
CBSP, West group.
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mais do HEUT E CBSP.

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Nascimento e evolução da
ergonomia
• Oficialmente, a Ergonomia nasceu em 1949,
derivada da época da 2ª Guerra Mundial em que
aviões, tanques, submarinos e armas foram
rapidamente desenvolvidas. (muitos destes
equipamentos não estavam adaptados às
características daqueles que os operavam,
provocando erros, acidentes e mortes). •
Problemas para as Forças Armadas, estudos e
pesquisas foram iniciados, a fim de que projetos
fossem desenvolvidos para modificar comandos
(alavancas, botões, pedais, etc.) e painéis.
Nascimento e evolução da
ergonomia
• Logo após a guerra projetos reuniram-se na
Europa, para trocar ideias sobre o assunto.
Montando-se laboratórios de pesquisa de
Ergonomia. Posteriormente, com o Programa de
Corrida Espacial e a Guerra Fria entre URSS e os
EUA, a Ergonomia ganha impressionante avanço
junto à NASA. Com o grande desenvolvimento
tecnológico divulgado, a Ergonomia rapidamente
se disseminou pelas indústrias de toda a América
do Norte e Europa.
Nascimento e evolução da ergonomia
• Em 1959 foi fundada a “International Ergonomics Association”. Em 31
de agosto de 1983 foi criada a “Associação Brasileira de Ergonomia”.
Em 1989 foi implantado o primeiro mestrado do país no PPGEP/UFSC.
O que é ergonomia?
• A ERGONOMIA tem origem na junção das palavras
gregas ERGOS (trabalho) e NOMOS (normas) para apontar a ciência que
estuda as condições de trabalho. Desde o início da Civilização a
simplificação, preparação e a forma de trabalho dos homens, livres ou
escravos, sempre foram alvo de preocupações.
• DEFINIÇÕES:
“A ERGONOMIA (ou Fatores Humanos) é uma disciplina científica
relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e
outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e
métodos a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho
global do sistema”.
- IEA (International Ergonomics Association).
O que é a ergonomia?
• É uma importante ferramenta que atua diretamente na
saúde do trabalhador e na sua capacidade produtiva.
Divide-se em três campos: o campo físico, o campo
cognitivo e o campo ambienta.
• Dentre alguns de seus objetivos básicos estão: oferecer
conforto ao trabalhador e prevenir a ocorrência de
acidentes de trabalho, bem como de patologias específicas
para determinado tipo de tarefa laboral. Os procedimentos
ergonômicos contribuem também para a diminuição do
cansaço, bem como tornam eficientes os procedimentos
que se propõem a evitar lesões ao trabalhador.
Desenvolvimento atual da ergonomia
Pode ser caracterizado segundo quatro níveis de exigências:
• As exigências tecnológicas: técnicas de produção
• As exigências econômicas: qualidade e custo
• As exigências sociais: melhoria das condições de trabalho
• As exigências organizacionais: gestão participativa
Objetivo principal da ergonomia
• ADEQUAR O TRABALHO AO HOMEM
Em qualquer característica, em qualquer área de atuação. Portanto,
qualquer agressão física ou psíquica deverá ser isolada ou eliminada
em relação ao trabalhador.
Assim o trabalhador irá ter um ambiente de trabalho melhor adaptado
a sua condição e dificilmente irá se afastar do trabalho por motivos de
doenças relacionadas à sua função, e irá também apresentar um
rendimento melhor.
NORMA
REGULAMENTADORA
(NR17)
• A Norma Regulamentadora visa a
estabelecer parâmetros que
permitam a adaptação das
condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos
trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de
conforto, segurança e desempenho
eficiente.
NR17 CONDIÇÕES DE TRABALHO
• Incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e
descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e às
condições ambientais do posto de trabalho, e à própria organização
do trabalho. • Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às
características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao
empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a
mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho, conforme
estabelecido nesta Norma.
NR17 CONDIÇÕES DE TRABALHO
• É possível estabelecer a aplicação da ergonomia no ambiente de
trabalho através dos seguintes passos:
1) – Elaboração do Programa de Ergonomia, que consiste no
levantamento dos riscos ergonômicos e na concepção do programa de
ergonomia;
2) – Conscientização dos Funcionários, que se dá através de
treinamentos e palestras a conscientização dos funcionários acerca dos
riscos ergonômicos e sua prevenção;
3) – Aperfeiçoamento do Programa de Ergonomia, que se dá através da
correção e aperfeiçoamento do programa de ergonomia aplicado no
ambiente de trabalho.
• É importante citar que infelizmente
existem alguns obstáculos para a
aplicação da ergonomia como: anarquia
gerencial, falta de conhecimento das
vantagens da ergonomia aplicada,
assessoria inadequada, valores da
empresa, custos iniciais e durante a
realização do projeto.
Atualmente, a
Associação
Internacional de
Ergonomia divide
o tema em três
domínios
específicos:
Ergonomia cognitiva
• A ergonomia cognitiva tem como assunto a mobilização operatória das
capacidades mentais do ser humano em situação de trabalho. Este campo da
ergonomia tem como programa mínimo: (VIDAL, 2000)
• - Inovações nos equipamentos, sobretudo que no que tange à usabilidade das
interfaces entre o operador e os equipamentos;
• - Confiabilidade humana na condução de processos, prevenindo as
consequências dos erros humanos no controle de sistemas complexos e
perigosos;
• - Otimização na operação de equipamentos informatizados e seus softwares,
prevenindo seu funcionamento inadequado ou bloqueios;
• - A construção da formação de novos empregados na implantação de novas
tecnologias e/ou novos sistemas organizacionais;
• - Estabelecimento e manutenção de sistemas seguros, confiáveis e eficientes
de comunicação e de cooperação.
Ergonomia organizacional
• Também conhecida como macroergonomia, a ergonomia
organizacional parte do pressuposto que todo o trabalho ocorre no
âmbito de organizações. A ergonomia organizacional pretende
potencializar os sistemas existentes na organização, incluindo a
estrutura, as políticas e processos da organização. Algumas das áreas
específicas são: trabalho em turnos, programação de trabalho,
satisfação no trabalho, teoria motivacional, supervisão, trabalho em
equipe, trabalho à distância e ética.
Ergonomia organizacional
• Aplicações que a ergonomia pode trazer para o plano organizacional se
fundamentam na sabida determinação da tecnologia física sobre a
organização do trabalho e as condições de trabalho, elementos que irão
compor a equação dos resultados da empresa. As maiores aplicações da
ergonomia no campo organizacional têm sido:
• - Modelagem de processos para a elaboração de cenários e roteiros para as
mudanças organizacionais;
• - Análise dos requisitos das novas propostas organizacionais em termos de
capacidades, limitações e demais características, especificando necessidades
de treinamento e de novas competências;
• - Construção de roteiros de implementação para evitar a descapitalização ou
desaproveitamento do capital de competência (know-how) existente
sobretudo no nível operacional;
• - Perícia e prevenção de acidentes.
Ergonomia física
• Por ergonomia física se entende o foco da ergonomia sobre os
aspectos físicos de uma situação de trabalho, e eles são
inegavelmente reais: trabalhar engaja o corpo do trabalhador
exigindo-os de várias formas ao longo da jornada de trabalho.
• A ergonomia física busca adequar estas exigências aos limites e
capacidades do corpo, através do projeto de interfaces adequadas
para o relacionamento físico homem-máquina. Para tanto são
necessários diversos conhecimentos sobre o corpo e o ambiente
físico onde a atividade se desenvolve. (VIDAL,2000) Do ponto de vista
de sua aplicabilidade, o campo da ergonomia física irá se concretizar
na realização de especificações relativas ao posto e ao método de
trabalho, bem como sobre o ambiente
Ergonomia
física
• Os tópicos relevantes incluem o
estudo da postura no trabalho,
manuseio de materiais,
movimentos repetitivos, distúrbios
músculo-esqueletais relacionados
ao trabalho, projeto de posto de
trabalho, segurança e saúde.
DOENÇAS
DEVIDO A
FALTA DE
ERGONOMIA
• Os riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade
física ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou
doença. São considerados riscos ergonômicos: esforço físico,
levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de
produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno,
jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição
de rotina intensa.
• Ainda assim esses riscos podem causar distúrbios psicológicos e
fisiológicos e originar sérios danos à saúde do trabalhador, pois
produzem alterações no organismo e estado emocional,
comprometendo sua produtividade, saúde e segurança
- LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/ Distúrbios
osteomusculares Relacionados ao Trabalho)
- Cansaço físico
- Dores musculares
- Hipertensão arterial
- Alteração do sono
EXEMPLOS: - Diabetes
- Doenças nervosas
- Taquicardia
- Doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera)
- Tensão
- Ansiedade
- Problemas de coluna, entre outras.
LER/DORT
• As expressões LER/DORT são termos usados de uma maneira
generalizada e que abrangem os distúrbios ou doenças do sistema
musculoesquelético-ligamentar, sendo um dos agravantes mais
preocupantes relacionados à ergonomia, podendo estar ou não
relacionadas ao trabalho. Vários fatores associados ao trabalho
concorrem para a ocorrência de LER/DORT como a repetitividade de
movimentos, a manutenção de posturas inadequadas, o esforço físico, a
invariabilidade de tarefas, a pressão mecânica sobre determinados
segmentos do corpo, o trabalho muscular estático, impactos e
vibrações.
• A intensificação do ritmo, da jornada e da pressão por produção e a
perda acentuada do controle sobre o processo de trabalho por parte
dos trabalhadores (fatores relacionados à organização do trabalho), têm
sido apontados como os principais determinantes para a disseminação
da doença.
A classificação dos estágios de evolução LER
segundo o Ministério da Previdência Social:
• GRAU I – A sensação presente de desconforto, a dor sem irradiação nítida de
caráter leve que piora com a jornada de trabalho, mas que não interfere na
produtividade e melhora com o repouso.
• GRAU II – A dor é tolerável, mas aparece mais intermitentemente durante o
trabalho. A dor é localizada com presença de formigamento, calor e leves
distúrbios de sensibilidade.
• GRAU III – A dor é mais persistente e forte com irradiação definitiva, pouco
atenuada com o repouso com quadros dolorosos fora do trabalho. A redução de
força muscular, com presença de edema frequente e recorrente, hipertrofia
constante e presença quase sempre de alterações na sensibilidade. Redução da
produtividade ou incapacidade de executar atividades.
• GRAU IV – É caracterizado por dor forte, continua e insuportável sendo
acentuada aos movimentos. Há perda de força e do controle dos movimentos, o
edema é preexistente podendo aparecer deformidades e atrofias. Apresenta
incapacidade de realizar tarefas tanto no ambiente de trabalho como fora dele
alterando também o estado psicológico.
• O Ministério da Saúde publicou através da Portaria MS nº
1339/GM, de 18 de novembro de 1999, uma lista de doenças
relacionadas ao trabalho e há várias que podem ser
enquadradas como LER/DORT. Entre elas, tendinite de
flexores e extensores dos dedos, bursite de ombro,
tenossinovite de DeQuervain, tenossinovite do braquio-
radial, síndrome do túnel do carpo, tendinite de
supraespinhoso, tendinite de biciptal, epicondilite.
• outro aspecto importante sobre as DORT, diz respeito às
várias regiões afetadas por estes distúrbios. Pois são
enfermidades que afetam a coluna cervical, dorsal e lombar,
a cintura escapular, e os membros superiores, enfim
englobam todos os segmentos do corpo. Quando as
enfermidades dos membros inferiores são comparadas com
as dos membros superiores, observa-se uma menor
incidência de lesões relacionadas ao trabalho. Desta forma,
as ações judiciais trabalhistas associadas aos distúrbios nos
membros inferiores correspondem a menos de 10% do total
de ações relacionadas aos distúrbios músculo esqueléticos na
maioria dos países industrializados
• Portanto, considera-se DORT, qualquer distúrbio que seguramente esteja
relacionado ao trabalho, independente do segmento afetado. Dentre
eles estão relacionados também:
• - Lombalgia
• - Cervicalgias
• - Dorsalgias
• - Bursite isquiática
• - Bursite infra patelar
• - Tendinite de Aquiles
• - Fascite plantar, e outras.
Ergonomia na empresa
• A Ergonomia contribui para qualidade de vida, saúde e bem-
estar dos funcionários e isso é importante ser visto com atenção
tanto pela empresa (gestores), quanto pelos colaboradores. A má
postura, equipamentos não adequados ou ajustados ao
colaborador podem causar males para a saúde e reduzir a
produtividade no trabalho. Quando a ergonomia é aplicada na
empresa, proporciona um ambiente favorável na jornada de
trabalho de seus funcionários, diminuindo cansaço, estresse,
evitando lesões e contribuindo na redução de gastos com
afastamento. E também é importante salientar que os funcionários
devem fazer o uso correto dos equipamentos, conforme
orientações.
• Algumas ações podem ser aplicadas nas empresas, como:
ginástica laboral, intervalos e equipamentos que estejam de
acordo com as normas do NR 17 (Ministério do Trabalho), exemplo:
cadeira, suporte monitor, suporte para notebook, suporte
antebraços, apoio para os pés, tapete ergonômico antifadiga.
• normalmente a ergonomia se distingue em três tipos nas empresas:
• - Ergonomia de correção: procura melhorar as condições de trabalho
existentes, porém de forma parcial e muitas vezes de eficácia
limitada.
Por exemplo: Dimensões Iluminação Ruído Temperatura, etc.
• - Ergonomia de concepção: procura já na fase inicial do projeto
introduzir os conhecimentos sobre o homem em todas as partes que
compõem o posto de trabalho, máquinas, ferramentas, dispositivos,
sistemas de produção, etc.
Exemplo: Boa postura Uso adequado de equipamento
Implantação
• - Ergonomia de conscientização: está relacionada à conscientização,
através de treinamentos e reciclagens dos trabalhadores e sobre os
riscos e/ou a maneira correta de realizar um determinado trabalho.
Pode-se caracterizar o desenvolvimento da ergonomia nas empresas em
quatro níveis de exigências: tecnológicas, organizacionais, econômicas, e
exigências sociais. O nível de exigência tecnológica se refere ao aparecimento
de novas técnicas de produção, as organizacionais são relativas ao sistema de
gestão participativa, as econômicas estão relacionadas à qualidade e aos
custos de produção e as sociais se referem às melhorias das condições de
trabalho. Os funcionários têm alguns benefícios com a ergonomia como:
• Melhora a postura e previne doenças ocupacionais;
• Reduz o sedentarismo e melhora o condicionamento físico
• Reduz a fadiga e o estresse
• Reduz as ausências e afastamentos
• Valoriza o profissional
• Aumenta a produtividade
Como implantar a ergonomia nas empresas
• O Ministério do Trabalho e Emprego com a Norma Regulamentadora 17 orienta toda
empresa a ter a Análise Ergonômica do Trabalho – AET, documento no qual o profissional
apresenta melhorias para que o posto de trabalho atenda às necessidades mínimas de
ergonomia. AET conta com um caderno de ações baseado no uso do FMEA, uma
metodologia de Análise de Tipo e Efeito de Falha que analisa os tipos de problemas que
podem ocorrer no trabalho de ergonomia. Em seguida são avaliados os riscos da causa de
cada falha e, com base nesta avaliação, são tomadas as ações necessárias para diminuir estes
riscos e aumentar a confiabilidade do trabalho de ergonomia. A aplicação da ergonomia é
feita através do diagnóstico ergonômico, que se resume em avaliar o risco de cada posto de
trabalho e gera uma estratégia para definir a sequência de ações ergonômicas para a
melhoria cada empresa.
• E depois, um plano de ação é desenvolvido para avaliação e documentação dos resultados.
Também é realizada a formação e gerenciamento do COERGO – Comitê de Ergonomia, grupo
de trabalhadores que definem a estratégia de melhoria ergonômica da empresa, implantam
e monitoram as ações. Por fim, realiza-se o acompanhamento dos processos trabalhistas
relacionados à ergonomia. É possível, na maioria dos casos, adaptar conceitos da ergonomia
ao próprio local de trabalho, com isso, atendendo todas as demandas. De maneira geral, a
ergonomia nas empresas pode ser aplicada através da ginástica laboral, intervalos regulares
e rotatividade de tarefas, além da adaptação do ambiente de trabalho de acordo com a
função e carga horária do funcionário. As empresas que se propuserem a manter atuantes
devem investir em uma estrutura ergonômica que garanta a qualidade e harmonia do
ambiente de trabalho. Com funcionários saudáveis e motivados, a instituição preserva a sua
imagem e garante produtividade e atuação no mercado.
Custo/benefício da ergonomia
nas empresas
• A ergonomia, da mesma maneira que alguma outra atividade
relacionada com o setor produtivo, só será aceita se for capaz de
comprovar que é economicamente viável, isto é, se mostrar uma
relação custo/benefício favorável.
• Geralmente, os custos costumam acontecer a curto-prazo, enquanto
os benefícios, ou melhor, o retorno do investimento, pode demorar
um certo tempo. Algumas empresas estabelecem um prazo máximo
para esse retorno, digamos cinco anos. Os projetos que há um retorno
maior ou em menor prazo, são tidos como aqueles mais interessantes.
Existe duas questões relacionadas à análise do custo/benefício e que
nem sempre são quantificáveis, são elas: o risco do investimento e os
fatores intangíveis
A falta da ergonomia e suas consequências
• Situações agressivas ou de risco no ambiente de trabalho, poderão levar
um trabalhador a se afastar de seu local de trabalho devido a acidentes,
doenças ocupacionais ou simplesmente licença planejada, trazendo
grandes prejuízos para as empresas, para o governo e para os
trabalhadores.
• O absenteísmo é geralmente encarado como uma manifestação de
descontentamento dos trabalhadores, mas, por trás dessa ausência, pode
estar a válvula de escape que os mesmos usam para se prevenir contra os
malefícios ou agressões do trabalho à qual estão submetidos. (QUEIROZ;
MEJIA, 2015) Um trabalhador que é sujeito a constrangimentos
operacionais cotidianamente não poderá render o suficiente para realizar
uma produção ou avaliação segura do produto, pois essas condições de
trabalho poderão leva-lo a erros
A falta da ergonomia e suas consequências
• Ergonomia pode ser uma das principais possibilidades para a prevenção,
tratamento, restrições de danos pessoais e econômicos, em toda a sua
amplitude, pois, por meios da ergonomia, pode-se constatar diversos
aspectos primordiais para a prevenção de passivos ocupacionais, dentre
eles: a biomecânica do posto de trabalho, a organização do trabalho, o
levantamento e priorização de riscos, e ainda fatores físicos e
psicossociais dos trabalhadores, dentre outros.
• De acordo com a Norma Regulamentadora no - 17 no item 17.1.2. diz:
“para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a Análise
Ergonômica do Trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as
condições de trabalho conforme estabelecido nesta Norma
Regulamentadora.”
• a análise ergonômica do trabalho compreende três fases: análise da
demanda, análise da tarefa e análise das atividades. Na análise da
demanda define-se o problema a ser investigado com os atores envolvidos.
A análise da tarefa coloca o que o trabalhador deve realizar e as condições
ambientais técnicas e organizacionais. E a análise das atividades traz
efetivamente o que é realizado pelo trabalhador, o comportamento do
homem no trabalho.
• As avaliações incluem aspectos, conforme a Norma Regulamentadora 17:
• Levantamento, Transporte e descarga de materiais, Ao mobiliário, Equipamentos,
Condições ambientais do posto de trabalho e Organização do trabalho.
• As análises ergonômicas do trabalho precisam atender requisitos mínimos para
atender para atender à NR-17, como:
• a) descrição das características dos postos de trabalho no que se refere ao
mobiliário, utensílios, ferramentas, espaço físico para a execução do trabalho e
condições de posicionamento e movimentação de segmentos corporais;
• b) avaliação da organização do trabalho demonstrando: trabalho real e trabalho
prescrito; descrição da produção em relação ao tempo alocado para as tarefas;
variações diárias, semanais e mensais da carga de atendimento, incluindo variações
sazonais e intercorrências técnico-operacionais mais frequentes; número de ciclos de
trabalho e sua descrição, incluindo trabalho em turnos e trabalho noturno;
ocorrência de pausas inter-ciclos; explicitação das normas de produção, das
exigências de tempo, da determinação do conteúdo de tempo, do ritmo de trabalho
e do conteúdo das tarefas executadas; histórico mensal de horas extras realizadas
em cada ano; explicitação da existência de sobrecargas estáticas ou dinâmicas do
sistema osteomuscular;
• c) relatório estatístico da incidência de queixas de agravos à saúde colhidas pela
Medicina do Trabalho nos prontuários médicos;
• d) relatórios de avaliações de satisfação no trabalho e clima organizacional, se
realizadas no âmbito da empresa;
• e) registro e análise de impressões e sugestões dos trabalhadores com relação
aos aspectos dos itens anteriores;
• f) recomendações ergonômicas expressas em planos e propostas claros e
objetivos, com definição de datas de implantação.
De acordo com o item 8.4.1. do Anexo II da NR-17, as análises ergonômicas do
trabalho deverão ser datadas, impressas, ter folhas numeradas e rubricadas e
contemplar, obrigatoriamente, as seguintes etapas de execução: explicitação da
demanda do estudo; análise das tarefas, atividades e situações de trabalho;
discussão e restituição dos resultados aos trabalhadores envolvidos;
recomendações ergonômicas específicas para os postos avaliados; avaliação e
revisão das intervenções efetuadas com a participação dos trabalhadores,
supervisores e gerentes; e avaliação da eficiência das recomendações.
Alguns benefícios que podem ser alcançados com a aplicação da análise ergonômica
do trabalho (EAT), são:
• Redução e eliminação de multas trabalhistas ou ações movidas por funcionários
que tiveram problemas de saúde decorrentes de suas atividades e postos de
trabalho;
• Aumento da satisfação interna;
• Reconhecimento por parte dos colaboradores em relação à preocupação da
empresa por eles;
• Elevação dos padrões de qualidade e de segurança do trabalho adotado pela
empresa;
• Aumento da produtividade, devido tanto a satisfação dos funcionários quanto da
funcionalidade e melhoria dos processos;
• Aumento do engajamento — por se sentir respeitado, o funcionário se sente
amparado e seu empenho e envolvimento com a empresa se desenvolvem;
• Aumento da responsabilidade em relação aos resultados, pois há um crescente
no reconhecimento do potencial humano que é sentido por todos.
O RECONHECIMENTO E A AVALIAÇÃO DOS AGENTES
ERGONÔMICOS
• Agentes ergonômicos são todos os
elementos envolvidos na execução
do trabalho de prevenção de
acidentes e de doenças
ocupacionais, como:
• Condições do posto de trabalho Quando há a inadequação, o
• Layout desajuste ou a impropriedade
• Ruídos destes agentes, eles irão gerar
condições inseguras de natureza
• Temperaturas
ergonômica, as quais causarão
• Vibração mecânica acidentes e doenças ocupacionais.
• Posição de trabalho
• Ritmo de trabalho
• Empatia
• Tempo de execução de um serviço
• Jornada de trabalho, etc.
O reconhecimento dos agentes ergonômicos
• Procedimento que consiste em identificar todos os agentes
ambientais e/ou operacionais que possam interferir no desempenho,
na saúde e na integridade física do trabalhador. A interferência de
ordem psíquica não é objeto de preocupação da Ergonomia; mas, por
exemplos, o tamanho do pincel de um pintor, a cadeira usada por um
digitador, ou a posição de trabalho do professor, a temperatura
ambiente em que o artista trabalha, sim.
Esse reconhecimento pode ser efetivado empírica ou objetivamente
(com o uso de equipamentos ou instrumentos de medição).
A avaliação
• Consiste em identificar a intensidade com que esses elementos
ambientais e/ou operacionais ocorrem, relacionando-os com o limite de
tolerância do trabalhador a eles. Para os riscos de insalubridade, o limite
de tolerância é verificado em função, basicamente, de dois fatores:
1- Aspectos quantitativo e qualitativo da medição;
2- Tempo de exposição ao (s) agente (s).
Para os riscos de periculosidade, o limite de tolerância é verificado em
função, basicamente, de dois fatores:
1- Aspectos quantitativo e qualitativo da medição;
2- Distância à fonte geradora.
O controle
• Após o reconhecimento e a respectiva avaliação, estando
caracterizado o risco, ele deverá ser controlado. Entretanto, pela
multiplicidade dos agentes, torna-se difícil a avaliação quantitativa;
destarte, e para facilitar a avaliação e o necessário controle, os
agentes – chamados de “fatores ergonômicos” - são distribuídos em
três classes:
O controle
• 1- Fatores Individuais: • 2. Fatores Ambientais:
• Tipo físico • Temperatura
• Inteligência • Ruído
• Capacidade de concentração • Umidade
• Idade • Layout
• Sexo • Topografia, etc.
• Habilidades, etc.
O controle
• 3- Fatores Operacionais: • A programação adequada de
• Posição de trabalho trabalho ao homem é o ponto
de partida para a prevenção de
• Ritmo de trabalho acidentes de trabalho e de
• Turno de trabalho doenças ocupacionais, e para o
• Velocidade da máquina atingimento dos objetivos
imediatos que são o conforto, a
• Atos repetitivos, etc. segurança e o bem-estar do
trabalhador.
GINÁSTICA LABORAL
• A Ginástica Laboral constitui uma sequência de exercícios específicos aplicados a
cada atividade, sendo realizadas no próprio local de trabalho, objetivando a
prevenção, a terapêutica e o bem-estar do ser humano, devendo estar
acompanhada de orientações sobre as posturas mais adequadas nos postos de
trabalho e avaliações ergonômicas para promover as condições adequadas aos
seus funcionários. Surgiu como ação preventiva para a saúde do trabalhador e
também com objetivo de obter rendimento na empresa. A melhora de
rendimento da empresa pode ser explicada pela elevação da autoestima do
trabalhador, porque assim ele se sente “cuidado” pela empresa e exerce suas
funções laborais com mais ânimo. Com isso ocorre a diminuição dos afastamentos
de Lesões por Esforços Repetitivos (LER) e Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho (DORT), diminuição de acidentes ocupacionais, entre
outros.
• No Brasil a Ginastica Laboral teve início no Rio de Janeiro. Foi implantada em 1969
por uma indústria de construção naval estaleiros. Nesse período a ginástica
laboral era realizada por executivos japoneses, nessa época os exercícios eram
indicados para correção postural, e melhora do funcionamento do aparelho
respiratório.
Tipos de Ginástica Laboral
A Ginastica laboral pode ser classificada em:
• Ginástica Laboral Pré-aplicada ou Preparatória É a reunião de funcionários
em um local específico, no início de cada turno ou jornada de trabalho, a fim
de realizar uma atividade física, buscando o “despertar do corpo e da mente”.
O tempo de duração é de no mínimo de 5 minutos e máximo de 15 minutos
Tem como objetivos:
• Melhorar as condições físicas e mentais;
• Aperfeiçoar as coordenações e sinergias, de acordo com as necessidades;
• Reagir aos estímulos externos com maior rapidez;
• Estimular reações mais adaptadas para as diferentes situações de trabalho.
Ginástica Laboral Compensatória :
• Se constitui de pausas no período de trabalho com a realização de
atividades físicas compensatórias aos movimentos das tarefas,
específicas para cada setor, de acordo com as características do
ambiente e a natureza do trabalho. Objetivos:
• Compensar os músculos que foram trabalhados no período.
• Alcançar o equilíbrio físico e mental para a execução de tarefas bem
como compensar posturas estáticas, unilaterais e reduzir o acúmulo de
fadiga;
• Prevenir acidentes, distensões musculares e doenças ocupacionais.
• Ginástica Laboral Relaxante Realizada no final do expediente e tem como
objetivo de relaxar os músculos, é realizada com alongamento e massagem
para aliviar tensões que o trabalhador tende a acumular durante o período
de trabalho. Observação: A Ginástica Laboral, como todas as outras
atividades físicas, não deve ser executada sem um acompanhamento de um
profissional da área de saúde, pois, para trazer reais benefícios, é necessário
que seja executada corretamente e se identifique com os limites de cada um
a fim de se trabalhar esses limites. Desta maneira, melhorando as condições
físicas e mentais. Se houver algum problema físico ou de saúde, consultar
um médico antes de iniciar alguma nova atividade física.
Benefícios da ginástica laboral
• O funcionário depende de uma boa saúde e bem-estar para poder se
dedicar e trabalhar bem. A jornada de trabalho é cansativa para
qualquer pessoa, por isso a implantação da ginastica laboral
possibilita diminuir o afastamento médico, as dores musculares, o
estresse e entre outros benefícios.
Funcionários que praticam a ginastica laboral estão se beneficiando
fisiologicamente, psicologicamente e socialmente.
Benefícios da ginástica laboral
• Os benefícios fisiológicos que a ginastica laboral trás para os funcionários, são de
variados aspectos, como:
• Diminui as doenças ocupacionais no trabalho. Diminui as dores musculares,
inflamação e trauma.
• O funcionário estará mais preparado no serviço, sem precisar sentir desconforto.
• Melhora a postura corporal. Já os benefícios psicológicos, refletem na elevação
da autoestima, a empresa se preocupa mais com a saúde dos funcionários e, com
isso, diminui a ansiedade dos trabalhadores, induzindo-os equilibrar melhor os
aspectos positivos e negativos que acontecem no horário do expediente.
Um dos objetivos mais importantes da GL está em prevenir LER e DORT, pois, este
último está em segundo lugar no país por afastamento no trabalho de acordo com
o instituto nacional de seguridade social – INSS
Quem deve fazer ginástica laboral
Todos podem aprender a fazer a ginástica laboral, porém esta deve ser
indicada por um profissional que saiba identificar qual será a melhor
escolha, de acordo com as características das atividades laborais e do
posto de trabalho. Muitas vezes as mesmas técnicas de alongamentos
podem ser aplicadas, trabalhe você sentado ou não o dia todo, cave ou
não buracos, fique ou não em uma linha de montagem, faça ou não
exercícios com regularidades. Os métodos são delicados e fáceis, levando
em conta as diferenças individuais quanto a tensão muscular e a
flexibilidade. Portanto se estiver saudável, sem qualquer problema
específico, pode aprender a fazer alongamentos que é uma das técnicas
utilizadas na ginástica laboral
Exemplo de exercícios
• Sempre antes de iniciar as atividades físicas, fazer uma avaliação com um profissional da área de
saúde;
• Faça os exercícios no seu ritmo;
• Respire naturalmente;
• Relaxar;
• Prestar atenção ao corpo;
• Concentrar-se nos músculos e articulações sendo alongados;
• Sem dor;
• Sempre faça alongamento dentro do seu limite de conforto, jamais a ponto de sentir dor;
• Caso tenha problema de saúde relacionado a músculos, ossos, tendões etc. Se tiver, consulte um
médico antes de executar os exercícios;
• Não se compare com as outras pessoas. Todos somos diferentes. As comparações podem fazê-lo
alongar-se excessivamente;
• Não prenda o fôlego enquanto faz os exercícios
• Não faça balanceios;
• Não é necessária nenhuma roupa especial para executar os exercícios, apenas retirar sapatos de
saltos se os tiver.
EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO!!!!

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