UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO OESTE, UNICENTRO

SETOR DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS, SESA

MBA ESTRATÉGIAS COOPERATIVAS

Ênfase em Negócios e Finanças
DANIELA PEDRONI

MODERNIZAÇÃO DE GRANJA DE SUÍNOS OU INCLUSÃO DA

BOVINOCULTURA: Viabilidade

Lontras/SC
2020
 DANIELA PEDRONI

MODERNIZAÇÃO DE GRANJA DE SUÍNOS OU INCLUSÃO DE

BOVINOCULTURA: Viabilidade

Modelo de negócios apresentado ao

curso de MBA Estratégias Cooperativas –
Ênfase em Negócios e Finanças da
Universidade Estadual do Centro Oeste,
UNICENTRO, como requisito para
conclusão do curso.
Prof(a) Orientador(a). Dra. Zoraide da
Fonseca Costa.

Lontras/SC
2020
CARTA DE ABERTURA

Este Plano de Negócios destina-se a Banca Avaliadora da Cooperativa de

Crédito Rural com Interação Solidária de Apiúna – Cresol Apiúna. O objetivo deste
plano de negócio é verificar qual é o investimento que se torna mais viável para o
produtor rural, para manter o bom padrão de vida da família, sem precisar fazer um
alto investimento em sua propriedade. Hoje para o apoio da agricultura familiar, os
brasileiros podem contar com os programas do Pronaf, que possuem como intuito o
financiamento de benfeitorias, equipamentos, maquinários para aumento de sua
produção agrícola e agropecuária, bem como também o custeio para auxiliar nos
custos de produção, com isso o Sr. Cristovão que é um produtor rural do interior de
Lontras/SC, procurou a Cooperativa de Crédito – Cresol, para auxiliar em seu
projeto de investimento.

Hoje o agricultor trabalha na área de suíno integrado, na qual possui venda

garantida no maior frigorífico da região, sendo ele o Pamplona Alimentos S/A.
Porém, para que possa continuar na atividade, o frigorífico exigiu melhorias nas
granjas de sua propriedade, a fim de geral menor demanda de mão de obra para o
produtor e também causar menos desperdícios de ração. Perante a situação, sócio
ficou na dúvida se o projeto se tornará viável para a propriedade e sustendo da
família. Em conversa com a cooperativa de crédito, ele expôs a ideia de trabalhar na
área da bovinocultura de corte, sendo que possui uma certa experiência no ramo,
mas para isso também será necessário reformas na propriedade.
FOLHA DE ROSTO

NOME DA COOPERATIVA: Cooperativa de Crédito Rural com Interação Solidária

de Apiúna – Cresol Apiúna.
ENDEREÇO: Rua Joinville, 336 - Caixa Postal 37 – Centro - CEP 89135-000 –
Apiúna/SC.
TELEFONE: 47 3353-1852
PRODUTOS E/OU SERVIÇOS: conta corrente, conta aplicação, conta salário,
recebimentos, cartões, crédito pessoal, investimentos e aplicações financeiras,
seguros, consórcios, cota capital, previdência privada, máquina de cartões, sistema
de cobrança online/emissão de boletos, créditos para custeio e investimentos rurais,
capital de giro, internet Banking e autoatendimento.
RAMO DE ATIVIDADE: Cooperativa de Crédito.
PESSOA RESPONSÁVEL: Leandro Linhares
LOCAL E DATA: Apiúna/SC, constituição 30/11/2004 e a abertura de portas em
01/04/2005.
 SUMÁRIO

1 RESUMO EXECUTIVO............................................................................................2
2 COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL COM INTERAÇÃO SOLIDÁRIA -
CRESOL......................................................................................................................3
2.1 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf....3
3 O PROJETO.............................................................................................................4
3.1 Características Gerais......................................................................................4
3.2 A Análise de Mercado......................................................................................5
3.2.1 Suinocultura.................................................................................................6
3.2.2 Bovinocultura................................................................................................7
3.3 Tamanho e Localização...................................................................................8
3.4 Aspectos Tributários do Projeto.....................................................................9
4 ORÇAMENTO E ESTRUTURA DE CAPITAL.......................................................10
4.1 Suinocultura....................................................................................................10
4.2 Bovinocultura.................................................................................................11
5 PLANO ECONÔMICO-FINANCEIRO....................................................................13
5.1 Balanço Patrimonial.......................................................................................14
5.1.1 Suinocultura...............................................................................................14
5.1.2 Bovinocultura..............................................................................................15
5.2 Análise de Viabilidade Econômica................................................................17
6 REFERÊNCIAS......................................................................................................20
1 RESUMO EXECUTIVO

Hoje para o apoio da agricultura familiar, os brasileiros podem contar com os

programas do Pronaf, que possuem como intuito o financiamento de benfeitorias,
equipamentos, maquinários para aumento de sua produção agrícola e agropecuária,
bem como também o custeio para auxiliar nos custos de produção. O programa
conta com juros mais baixos, de forma a trazer maior rentabilidade para os
agricultores.
Desta forma, seu Cristovão que é produtor rural do interior de Lontras/SC,
procurou a Cooperativa de Crédito – Cresol, para auxiliar em seu projeto de
investimento.
Hoje o agricultor trabalha na área de suíno integrado, na qual possui venda
garantida no maior frigorífico da região, sendo ele o Pamplona Alimentos S/A.
Porém, para que possa continuar na atividade, o frigorífico exigiu melhorias nas
granjas de sua propriedade, afim de geral menor demanda de mão de obra para o
produtor e também causar menos desperdícios de ração.
Perante a situação, sócio ficou na dúvida se o projeto se tornará viável para a
propriedade e sustendo da família. Em conversa com a cooperativa de crédito, ele
expôs a ideia de trabalhar na área da bovinocultura de corte, sendo que possui uma
certa experiência no ramo, mas para isso também será necessário reformas na
propriedade.
A Cresol se dispôs a auxiliar o produtor, na questão de demanda de mercado
para os animais, orçamentos e principalmente na viabilidade dos dois projetos. O
produtor possui um certo valor em aplicação no qual não pretende fazer uso nesse
primeiro momento. Utilizará a aplicação apenas para cobrir às custas do
financiamento, e o restante servirá de garantia para família caso o projeto escolhido
não venha trazer o retorno esperado para o sustento da família.
Desta forma, para análise da viabilidade, usaremos a pesquisa de mercado,
balanço patrimonial e as análises de retorno dos investimentos, TMA, TIR e VPL.
 3

2 COOPERATIVA DE CRÉDITO RURAL COM INTERAÇÃO SOLIDÁRIA -

CRESOL

No dia 24 de junho de 1995, no interior do Paraná, nasceu a Cresol. Um

Sistema Cooperativo que se desafiou a ser e fazer a diferença facilitando o acesso
ao crédito rural e hoje se destaca como uma das principais cooperativas de crédito
do Brasil.
Fazendo parte da Cresol Confederação, que abrange 17 estados e mais de
550 mil cooperados, a Cresol trabalha com foco no atendimento personalizado,
fornecendo soluções financeiras para gerar desenvolvimento dos cooperados, de
seus empreendimentos e de toda comunidade. A Cresol Confederação é composta
por Centrais Filiadas, sendo elas: Cresol Baser, Cresol SC/RS, Cresol Sicoper e
ASCOOB.
Hoje a Cresol é um sistema Cooperativo de Crédito Solidário, que pode ser
definida como uma instituição financeira completa, em constante evolução, que
nunca vai perder comprometimento com a sociedade, promovendo a inclusão
financeira e o desenvolvimento social das regiões onde se instala.

2.1 Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf

O Manual de Crédito Rural (MCR) codifica as normas aprovadas pelo

Conselho Monetário Nacional (CMN) e aquelas divulgadas pelo Banco Central do
Brasil relativas ao crédito rural, às quais devem subordinar-se os beneficiários e as
instituições financeiras que operam no Sistema Nacional de Crédito Rural (SNCR),
sem prejuízo da observância da regulamentação e da legislação aplicável. Ou seja,
dessa forma todas as instituições que trabalham com o crédito rural, precisam seguir
uma mesma legislação, dessa forma padronizando e trazendo os mesmos
benefícios para seus usuários. A cada novo normativo imposto, é necessário que o
MCR seja atualizado, para facilitar prováveis consultas, tanto dos agentes
financeiros como dos beneficiários.
No ano agrícola de 2020/2021 a taxa de juros para operações são de 2,75%
a.a. ou 4,0% a.a., conforme a cultura a ser custeada ou a linha de investimento
desejada.
 4

3 O PROJETO

Trata-se de um pequeno produtor rural residente no interior de Lontras/SC.

Atualmente a principal fonte de renda da sua família é vinda da suinocultura
integrada. Porém, para que o produtor permaneça com a venda garantida dos
animais, é necessário fazer uma série de modificações em suas granjas, daí vem a
dúvida, vale a pena investir nesse ramo ou migrar sua atividade para bovinocultura?

3.1 Características Gerais

Hoje o produtor rural possui um terreno de 7,5 hectares no interior do

município onde reside. Na propriedade é existente uma casa de alvenaria, um
galpão de uso geral e duas granjas de suínos. Já é existente a licença ambiental
para prática da atividade. Para ele continuar trabalhando no ramo da suinocultura
integrada – terminação, na qual possui 9 anos de experiência, será necessário fazer
a automatização das granjas, esse investimento custará para o sócio cerca de R$
90.692,30 na qual contará com o auxílio da Cresol para financiamento através do
Pronaf Investimento – Mais Alimentos. Em contrapartida, o sócio tem a opção de
optar na bovinocultura, na qual também possui experiência na área, para esse
investimento, seria necessário um valor em torno de R$ 71.300,00, também contanto
com o auxílio da linha de investimento do Pronaf mais Alimentos e um custeio
pecuário para compra dos animais que é R$ 40.810,00. Para descobrir qual
investimento trará mais rentabilidade para o sócio, será necessário um estudo de
viabilidade.
Em conversas que o produtor troca com o Frigorífico Pamplona, o maior da
região do Vale do Itajaí, na qual possui contrato da entrega dos animais e também o
mesmo que exige a automatização da granja, garante que através do investimento,
o produtor terá maior rentabilidade, sendo que vai melhorar o preço da entrega dos
animais, que vai em torno de R$ 2,00 à R$ 5,00, evitando também o desperdício da
ração.
Hoje a criação dos animais é de forma integrada, sendo que o sócio tem
somente o custo da mão de obra para manutenção da granja e o custo com energia
elétrica, onde a empresa garante que não terá aumento superior a R$ 100,00
 5

mensais. Quando se trata da alimentação dos animais, ela vem pronta, toda a
medicação necessária para a manutenção do lote também é por conta do frigorífico,
inclusive a equipe de veterinários. O produtor possui apenas a responsabilidade de
uma boa manutenção do lote, para que a carne seja conforme o padrão exigido pelo
frigorífico. Na entrega do lote alguns dos animais passam por análise, caso não
esteja como o esperado, o produtor recebe uma notificação, se o caso persistir, o
contrato pode vir a ser rescindido. Caso algum animal venha a óbito enquanto
estiver na granja, o produtor deixa de receber o valor daquele animal, ou seja o
produtor deixa de ganhar o valor unitário, mas não terá nenhum tipo de multa ou
desconto.
Por outro lado, tem-se a opção da criação de bovinos para corte, hoje o
produtor possui cerca de 7 hectares do terreno que poderia ser utilizado para a
cultura da bovinocultura, o mesmo já apresenta determinado conhecimento na área,
o que facilitará também a entrada efetiva no ramo. Conversamos com alguns
pecuaristas desse ramo pra entender um pouco mais da área, o que trouxe ainda
mais interesse do produtor sobre o investimento. Percebemos que seria necessário
fazer uma melhoria nas pastagens, bem como construção de cercas e mangueirão,
e plantio de milho para auxiliar na manutenção dos bovinos durante o período do
inverno, sendo que as pastagens acabam diminuindo e o gado precisa estar com
uma boa alimentação para não perder a qualidade da carne.

3.2 Análise de Mercado

O presente plano de negócios se deu através da análise quantitativa, ou seja,

busca-se através da apresentação de números, verificar qual é investimento que se
torna mais viável para o produtor rural, para manter o bom padrão de vida da família,
sem precisar fazer um alto investimento em sua propriedade.
Como pode ser observado no mercado atual, tanto a bovinocultura quanto a
suinocultura possuem demanda, tanto que possui bons índices inclusive para
exportação.
O frigorífico Pamplona na qual é responsável pela compra da carne suína,
garante ao produtor que terá demanda suficiente para o sustento da família e
pagamento das obrigações com o investimento.
 6

O mesmo acontece com os frigoríficos que compra a carne bovina, garante

que o mercado continuará tendo demanda nesses setores.

3.2.1 Suinocultura

O frigorífico Pamplona Alimentos S/A, está buscando padronizar todas as

granjas a fim de manter uma boa qualidade da carne suína na mesa dos
consumidores finais. Para isso, é necessário que todos os produtores que fazem a
terminação dos animais para o frigorífico, precisem fazer a automatização das
granjas, caso contrário poderá perder o credenciamento, não tendo mais
possibilidade de fazer a terminação dos animais que possuem um destino garantido.
A automatização é constituída pelo sistema automático de distribuição de
ração bem como distribuição da água conforme a necessidade dos animais,
diminuindo a mão de obra do produtor e evitando desperdícios de ração. Na parte
externa da granja possui os reservatórios, quando ligado o sistema automático, é
responsável por sugar a ração e levar para as repartições internas das granjas, onde
se encontram os animais. A água da propriedade é de nascente na qual se fará
necessário implantar um sistema de filtro para tirar as impurezas da água. O sistema
pode ficar ligado de forma integral, ou pode ser feito o controle duas vezes por dia,
sendo o ideal as 7 horas da manhã e as 17 horas da tarde. Durante a noite as luzes
se mantêm apagadas, então os animais não vão estar consumindo.
O terreno possui duas granjas construídas, sendo uma de 55 metros com 30
baias (repartições) e capacidade para 390 animais, e outra de 58 metros com 32
baias e capacidade para 416 animais. O preço do animal está em torno de 23 a 24
reais, com a futura implantação do sistema automático a expectativa de venda é que
chegue em torno de 26 a 28 reais.
Os animais chegam na granja com 28 dias e com um peso aproximado de 20
quilos. Permanecem ali na média de 105 dias, ganhando na média 1,24 quilos por
dia, saindo dali com aproximadamente com 130 quilos. Nos lotes só pode vim ou
animais machos ou fêmeas. Caso aconteça de vir misturado, precisa ser separado
dentro da granja, colocando em baias separadas. O macho converte mais
rápido/ganha mais peso já que não precisa ganhar a vacina para imunização
 7

(castração), porém, a fêmea possui um preço melhor justamente por não receber a
vacina. Não é possível escolher o lote!
Segundo o produtor a condição climática não influência no desenvolvimento
dos animais, sendo que as lonas em volta das granjas servem para auxiliar nesse
processo de controle da temperatura interna, gerando um melhor bem-estar para os
animais.
Entre um lote e outro, é necessário fazer a higienização da granja, para que
não aconteça de haver nenhum tipo de contágio, esse processo pode ser chamado
de vazio sanitário, onde a granja fica vazia durante 8 dias até a entrada do próximo
lote.

3.2.2 Bovinocultura

Conversamos com alguns pecuaristas da nossa cidade e açougues de

credibilidade, referente a situação da bovinocultura para esclarecer algumas dúvidas
e assim iniciar a viabilidade do projeto.
O produtor possui cerca de 7 hectares de terras que já possuem pastagem,
mas para uma criação maior de bovinos, buscando rentabilidade e sustendo da
família, será necessário fazer alguns investimentos em sua propriedade, bem como:
- Manutenção de cercas sendo necessário colocar palanques a cada 3 metros, e
colocar 5 fios de arrame, para que a cerca seja firme o eficiente.
- Manutenção das pastagens, incluindo análises de solo, estercação e também a
semente do capim que para a nossa região se adapta melhor a variedade, Brachiria
brizanta e o MG5.
- Reforma do galpão e construção de mangueirão.
Pelo que podemos perceber, seria mais rentável nesse início a compra de
terneiros machos com idade média de 1,2 a 1,8 anos, para que pudesse fazer sua
terminação e obter melhor preço. Machos, pelo fato da conversão de peso dele ser
maior e também pelo preço da venda, as fêmeas acabam tendo um preço mais
baixo para venda em açougues.
O inverno é um grande vilão na cultura da bovinocultura. Nossa região caso
dê um inverno rigoroso ou chuvoso, pode prejudicar as pastagens fazendo com que
o bovino venha a perder peso, para isso o produtor precisa se preparar com uma
 8

boa pastagem e se possível nesse período estar alimentando os animais com algum
complemento.
Para o produtor que não pretende passar o inverno com muitos bovinos, a
melhor época para se comprar o animal seria de setembro para frente (saída do
inverno), e para venda no mês de maio (entrado do inverno), dessa forma o produtor
não precisaria ter uma preocupação muito grande tendo em vista a condição
climática da região.
A venda dos bovinos acontece em sua maior parte para os frigoríficos, os
produtores já existentes na cidade, dizem que geralmente fazem a pesquisa entre
qual o açougue com melhor preço e fazem a venda. Na venda os animais precisam
ser entregues diretamente no frigorífico, esse custo sendo por contado produtor.
Neste caso o sócio já possui um caminhão boiadeira, já que possui um robe por
bovinos e também costuma participar de rodeios.
Levando em consideração o melhor índice de idade para fazer a compra dos
bovinos, notasse que a média do peso na compra é de 220 à 300 quilos, já na venda
o ideal é que o animal esteja com 500 à 600 quilos, mas a média geral acaba
ficando em torno de 291,50 quilos de carne, ou seja, a média do animal seria de 550
quilos. Tanto para venda quanto a compra, se conta o peso vivo do animal, sendo
que depois de limpo ele pode perder cerca de 47% do seu peso. Ou seja, um animal
que pesa 291,50 quilos de carne, o produtor irá receber 550 quilos. Isso se chama
de peso morto e peso vivo.
Geralmente se estima de custo para manter o bovino, entre vacinas, sal e
manutenção de pastagens, em torno de 1,5% do seu valor de venda. No atual
terreno seria possível a manutenção de 35 cabeças de gado durante o verão, e em
média 15 cabeças durante o inverno, isso se a pastagem tiver o retorno esperado
para o investimento. Será realizado o plantio de 1 hectare de milho para silagem, na
qual deve auxiliar na manutenção do gado que ficará na propriedade durante o
período de inverno.

3.3 Tamanho e Localização

O produtor conta que é natural do estado do Paraná, e que mora na região há

25 anos. Na época já tinha alguns de seus familiares que haviam se mudado para o
interior de Lontras/SC. Ele acabou escolhendo vir morar para cá com sua esposa
 9

pois sabia que a terra era fértil e se tinha melhor condições de emprego que sua
cidade natal. Levou cerca de 15 anos até que conseguiu adquirir a sua terra própria,
que conta com 7,5 hectares, sendo que o terreno pode ser usado em sua totalidade
para produção. Antes de adquirir o terreno, o mesmo trabalhava em supermercados
da cidade na área de açougue.
Sua família que reside ainda no estado do Paraná, também trabalham na
área agrícola pecuária, maior parte deles na cultura de suínos, bovinos e frangos.
Caso ele não tivesse adquirido terras aqui, provavelmente teria se aventurado e
voltado a sua terra Natal.

3.4 Aspectos Tributários do Projeto

Quando se trata de imposto, o produtor rural acaba recolhendo o Funrural -

Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural, que é um fundo destinado para sua
contribuição social, seu recolhimento é obrigatório, sendo um critério para a
aposentadoria.
O Funrural incide sobre o rendimento bruto do produtor rural, parte do
recolhimento vai para o INSS, enquanto o restante volta-se para o RAT (Riscos
Ambientais do Trabalho) e o SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural).
Desde 2018 sua alíquota é de 1,5% para produtores pessoa física, sendo que é
distribuído da seguinte forma, 1,2% de INSS + 0,1% de RAT + 0,2% de SENAR. O
mesmo recolhimento é feito para o produtor pessoa jurídica, onde a alíquota é de
2,05%, sendo 1,7% de INSS + 0,1% de RAT + 0,25% de SENAR.
4 ORÇAMENTO E ESTRUTURA DE CAPITAL

O produtor conta com o auxílio do recurso do Pronaf que a Cresol

disponibiliza, para assim dar entrada no negócio mais viável. Tanto para o
investimento quando para o custeio pecuário a taxa de juros a ser praticada no ano
2020/2021 será de 4%a.a. O país se encontra hoje em um momento de pandemia,
causada pelo Covid-19, dessa forma as operações de crédito estão isentas de IOF
(Imposto sobre Operações Financeiras).
Agora vamos as demonstrações das condições de financiamento para cada
investimento, lembrando que no investimento o juro é aplicado em cima do saldo
devedor do contrato, para cálculo de cada parcela, gerando assim uma parcela
decrescente.

4.1 Suinocultura

Para modernização da granja, será necessário um financiamento de R$

90.692,30 que será financiado para pagamentos anuais em 10 parcelas.
- Valor de capital amortizado anualmente: R$ 9.069,23.
- Parcelas anuais com juros de 4% a.a.

Tabela 1: Investimento para Suinocultura.

Fonte: Cálculo realizado por Sistema Operacional.

O produtor no ato da liberação o financiamento, terá as seguintes custas:

- Seguro prestamista integral do contrato: R$ 7.681,64
- Projeto externo (1% do valor do contrato): R$ 906,62
 Para cobrir os valores de seguro prestamista e projeto, o sócio utilizará seu
recurso próprio.

4.2 Bovinocultura

Para que o produtor possa trabalhar com a cultura bovina, é necessário um

investimento de R$ 71.300,00, que inclui: manutenção de cercas e pastagem,
reforma de galpão, construção de mangueirão e mão de obra, boa parte da madeira
que será usada sócio já possui.
O investimento será em 10 anos, com parcelas anuais, ficando da seguinte
forma:
- Valor de capital amortizado anualmente: R$ 7.130,00.
- Parcelas anuais com juros 4% a.a.

Tabela 2: Investimento para Bovinocultura

Fonte: Cálculo realizado por Sistema Operacional.

O produtor no ato da liberação o financiamento, terá as seguintes custas:

- Seguro prestamista integral do contrato: R$ 6.039,11
- Projeto externo (1% do valor do contrato): R$ 710,30
O produtor precisa também um custeio pecuário para a compra dos bovinos,
sendo a taxa de juro de 4% a.a., e prazo para pagamento de 11 meses, valor
necessário é de R$ 40.810,00.
Tabela 3: Custeio Pecuário para Bovinocultura.

Fonte: Cálculo realizado por Sistema Operacional.

O produtor no ato da liberação o financiamento, terá as seguintes custas:

- Valor a ser pago: R$ 42.357,45.
- Seguro prestamista integral do contrato: R$ 342,81
- Projeto externo (0,5% do valor do contrato): R$ 204,05.
Para cobrir os valores de seguro prestamista e projeto, o sócio utilizará seu
recurso próprio.
5 PLANO ECONÔMICO-FINANCEIRO

Na cultura do suíno sócio terá basicamente o custo do investimento, os

demais custos já seriam como a atual demanda do sócio, e com a implantação da
automatização ele ainda economiza sua mão de obra, que fica em torno de 5 horas
diárias. O custo total da modernização está em torno de R$ 90.692,30.
Para a implantação da bovinocultura o sócio terá que fazer o investimento
inicial para reforma de seu galpão e mangueirão, reformas de cercas, tratamento de
pastagens, e mão de obra. Para este investimento se estima um valor de R$
71.300,00 sendo que boa parte da madeira usada no galpão e mangueirão o sócio
possui. Nesse início o produtor precisa investir da compra dos bovinos, sendo
necessário a compra de 35 cabeças para início do negócio. Na região é normal os
negócios serem feitos do chamado “a olho”, onde o comprador e o vendedor
calculam o peso do gado, sem a necessidade real de levar os animais para a
balança. Nesse sentido, o produtor encontrou um lote de bovinos para venda, onde
pode escolher as 35 cabeças conforme o perfil desejado, o peso médio ficou em 220
quilos, no valor de R$ 5,30, totalizando R$ 40.810,00.
Nos quadros a seguir, segue dados importantes a serem considerados na
análise de viabilidade.

Quadro 1: Após o investimento: suínos a cada remessa

Indicadores Chegada Saída

Quantia de animais 806 800

Idade (em dias) 28 133

Peso (em quilos) 20 130

Valor em reais (por - 26 a 28

animal)

Valor total em reais - 20.800,00

Imposto em reais - 312,00

Fonte: dados da pesquisa (2020).

 14

Essa tabela corresponde a uma remessa de suínos, em cada ano calendário

é possível realizar a venda de três remessas, sendo que os saldos totais ficariam da
seguinte forma: valor total em reais de R$ 62.400,00 e valor de imposto total de R$
936,00.

Quadro 2: Implantação de bovinos

Indicadores Chegada Saída

Quantia de animais 35 35

Idade (em dias) 420 600

Peso (em quilos) 220 a 300 500 a 600

Valor em reais (por quilo) 5,30 a 5,50 6,40 a 6,65

Valor por animal 1.166,00 3.200,00

Valor total do rebanho 40.810,00 112.000,00

Custo total com vacinas e - 1.680,00

sal (média de 1,5% de seu
valor)

Imposto - 1.680,00

Fonte: dados da pesquisa (2020)

Para cálculos dos valores totais, foi utilizado o menor peso e menor valor.

5.1 Balanço Patrimonial

A seguir será apresentado o balanço patrimonial para cada cultura, após o

investimento, com a finalidade de auxiliar no processo de decisão.

5.1.1 Suinocultura

Quadro 3: Balanço Patrimonial para a Cultura de Suínos após investimento

ATIVO R$ 722.061,30 100,00%

CIRCULANTE R$ 191.369,00 26,50%

 15

FINANCEIRO R$ 128.969,00 17,86%

Aplicações financeiras R$ 128.969,00 17,86%

OPERACIONAL R$ 62.400,00 8,64%

Estoques R$ 62.400,00 8,64%

PERMANENTE R$ 530.692,30 73,50%

INVESTIMENTO R$ 90.692,30 12,56%

IMOBILIZADO R$ 440.000,00 60,94%

Terreno R$ 375.000,00 51,93%

Máquinas e equipamentos R$ 65.000,00 9,00%

PASSIVO R$ 722.061,30 100,00%

CIRCULANTE R$ 12.692,70 1,76%

FINANCEIRO R$ 12.692,70 1,76%

Empréstimo/Financiamento R$ 9.069,23 1,26%

Juros a pagar R$ 3.623,47 0,50%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO R$ 98.169,94 13,60%

Empréstimo/Financiamento R$ 81.623,07 11,30%

Juros a pagar R$ 16.546,87 2,30%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 611.198,66 84,65%

Capital e reservas R$ 568.969,00 78,80%

Lucros R$ 42.229,66 5,85%

Fonte: dados da pesquisa (2020).

5.1.2 Bovinocultura

Quadro 4: Balanço Patrimonial para a Cultura de Bovinos após investimento

ATIVO R$ 794.370,99 100,00%
 16

CIRCULANTE R$ 242.260,99 30,60%

FINANCEIRO R$ 130.260,99 16,40%

Aplicações financeiras R$ 130.260,99 16,40%

OPERACIONAL R$ 112.000,00 14,10%

Estoques R$ 112.000,00 14,10%

PERMANENTE R$ 552.110,00 69,50%

INVESTIMENTO R$ 112.110,00 14,11%

IMOBILIZADO R$ 440.000,00 55,39%

Terreno R$ 375.000,00 47,21%

Máquinas e equipamentos R$ 65.000,00 8,18%

PASSIVO R$ 794.374,99 100,00%

CIRCULANTE R$ 52.366,13 6,59%

FINANCEIRO R$ 52.366,13 6,59%

Empréstimo/Financiamento R$ 47.970,00 6,04%

Juros a pagar R$ 4.396,13 0,55%

EXIGÍVEL A LONGO PRAZO R$ 77.178,75 9,72%

Empréstimo/Financiamento R$ 64.170,00 8,08%

Juros a pagar R$ 13.008,75 1,64%

PATRIMÔNIO LÍQUIDO R$ 664.830,11 83,69%

Capital e reservas R$ 570.260,99 71,79%

Lucros R$ 94.569,12 11,90%

Fonte: dados da pesquisa (2020).

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5.2 Análise de Viabilidade Econômica

Para avaliar a viabilidade desta proposta, vamos analisar a Taxa Interna de

Retorno, que também pode ser comparada a Taxa Mínima de Atratividade sendo
que é a taxa de juros esperada neste investimento.

Quadro 5: Viabilidade Econômica do Suíno

Investimento - R$ 90.692,30 Acumulado
Ano 1 25.000,00 -65.692,30
Ano 2 35.000,00 -30.692,30
Ano 3 55.000,00 24.307,70
Ano 4 75.000,00 99.307,70
Ano 5 85.000,00 184.307,70
TMA 10%
TIR 34%
VPL 27.500,00
Fonte: dados da pesquisa (2020).

Quadro 6: Viabilidade Econômica do Bovino

Investimento - R$ 112.110,00 Acumulado
Ano 1 10.000,00 -102.110,00
Ano 2 15.000,00 -87.110,00
Ano 3 25.000,00 -62.110,00
Ano 4 35.000,00 -27.110,00
Ano 5 45.000,00 17.190,00
Ano 6 55.000,00 72.190,00
TMA 10%
TIR 21%
VPL 45.000,00
Fonte: dados da pesquisa (2020).

Levando em consideração os dados apresentados, foi possível perceber:

- valor inicial que o sócio tem disponível em aplicação financeira antes dos
investimentos: R$ 137.557,26

- se optar pelo investimento de modernização da granja:

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Terá as custas de liberação de contrato no valor de R$ 8.588,26, deixando

um saldo de aplicação no valor de R$ 128.969,26.
De Funrural (imposto sobre as vendas), levando em consideração que o
produtor terá três remessas por ano, o mesmo terá um custo de R$ 936,00 anual.
De investimento no primeiro ano será pago uma parcela de R$ 12.692,27
reais.
Nessas condições é possível perceber de forma geral que o valor bruto dos
três lotes de suíno é de R$ 62.400,00 menos o imposto de R$ 936,00 e menos o
financiamento R$ 12.692,27 = a sobra é de R$ 48.771,73.
Quando se trata da análise de retorno do investimento, é possível perceber
que a partir do 3º ano o investimento já se viabiliza, tendo uma TMA (Taxa Mínima
de Atratividade) de 10%, A TIR (Taxa Interna de Retorno) de 34% e seu VPL (Valor
Presente Líquido) de R$ 27.500,00.

- se optar pelo investimento na bovinocultura mais o custeio pecuário:

Terá as custas de liberação de contrato no valor de R$ 7.296,27, deixando
um saldo de aplicação no valor de R$ 130.260,99.
De Funrural (imposto sobre as vendas), terá um custo de R$ 1.680,00 a cada
lote anual.
Já os gastos com vacinação é em média 1,5% do valor total de cada cabeça,
sendo este um valor médio total de R$ 1.680,00 a cada lote anual.
Nessas condições é possível perceber de forma geral que o valor bruto do
bovino é de R$ 112.000,00 menos o imposto de R$ 1.680,00, menos as custas com
vacinas de R$ 1.680,00 e menos o investimento e custeio R$ 52.336,13 = a sobra é
de R$ 56.303,87.
Quando se trata da análise de retorno do investimento, é possível perceber
neste caso que a partir do ano 5 que o investimento vai se viabilizar, tendo uma TMA
(Taxa Mínima de Atratividade) de 10%, A TIR (Taxa Interna de Retorno) de 21% e
seu VPL (Valor Presente Líquido) de R$ 45.000,00.

- Conclusão de viabilidade:
Comparando as duas opções de financiamento, foi possível destacar que o
investimento da suinocultura trouxe um custo inicial de liberação do investimento
mais alto que a bovinocultura, já quando se trata de despesas para manter os lotes,
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a bovinocultura teve um custo de 72,14% a mais que os suínos, já de um ano para

outro o sócio não terá custo entre os lotes de suínos, o mesmo já é o contrário para
o lote de bovinos, onde se tudo ocorrer como o planejado o sócio teria um valor
líquido ao finalizar o primeiro lote de bovinos de R$ 56.303,87, mas para inicial um
novo lote é necessário fazer a compra dos animais, ou através do custeio pecuário,
ou através da sobra de seu primeiro lote, levando em consideração a segunda
opção, ele teria para despesas da família do ano corrente um valor líquido de R$
15.493,87 enquanto na suinocultura o valor seria de R$ 48.771,73.
Nessas condições, conforme os dados apresentados o produtor optou em
aderir ao investimento para modernização da granja de suínos, e tendo em vista a
baixa necessidade de mão de obra, sócio vai optar também na criação de 7 à 10
cabeças de bovinos, sendo que para essa demanda não será necessário fazer
nenhuma adaptação em sua propriedade e será como uma renda secundária para
família e como um passa tempo para o produtor.
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6 REFERÊNCIAS

BRASIL, Banco Central do. MCR – Manual de Crédito Rural. Disponível em:
<https://www3.bcb.gov.br/mcr>. Acesso em: 27/05/2020.

BNDS. Pronaf - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar.

Disponível em:
<https://www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/pronaf>.
Acesso em: 11/06/2020.

COOP, Pesquisa Jovens. Como surgiu o cooperativismo? Disponível em: <https://

geracaocooperacao.com.br/como-surgiu-o-cooperativismo/>. Acesso em:
27/05/2020.

Curso Cooperativa de Crédito: O que é? Organizado por Instituto de formação do

cooperativismo Solidário. Francisco beltrão: Cresol Instituto, 2020.

CRESOL. Conheça a cresol. Institucional. Disponível em:

<https://cresol.com.br/institucional/?
gclid=EAIaIQobChMIoM2oqLD66QIVAgSRCh20AAbeEAAYASABEgIBq_D_BwE>.
Acesso em: 02/06/2020.

LIVRO CRESOL - Economia da Cooperação e Marco Legal do Cooperativismo

Autora: Josiane Caldas – Apostila MBA

FINANCEIRO, Portal do Cooperativismo. Cooperativismo: História do

cooperativismo. Disponível em:
<https://cooperativismodecredito.coop.br/cooperativismo/historia-do-cooperativismo/
>. Acesso em: 02/06/2020.

GABRIEL JÚNIOR, Egon; PAULI, Jandir; RISSON, Cláudio. Desenvolvimento,

democracia e gestão do crédito: A agricultura familiar em debate. Passo Fundo:
Editora IMED, 2009.

MAGRI, Cledir Assisio; POMMERENING, Edivan Júnior. O Cooperativismo

Financeiro e a Agricultura Familiar: Gerando Desenvolvimento Sustentável.
Joaçaba: Editora Unoesc, 2018.