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Dislexia: Histórico e Conceituação
Marília Seno
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Tomando como referência as estimativas apontadas pela Associação
Americana de Psiquiatria cerca de 10% das crianças em idade escolar
apresentam uma perturbação da aprendizagem cumprindo os critérios de
diagnóstico (American Psychiatric Association, 2002) sendo de se esperar uma
prevalência de 4% de crianças com uma perturbação especifica da leitura.
No Brasil, um estudo conduzido em Pelotas encontrou prevalência de
12,3% de dislexia em crianças entre 1ª e 4ª série (Pilatti; Pedroso; Gutierrez,
2010). Há carência de estudos mais controlados, com metodologia mais
rigorosa e mais atuais acerca deste dado. Como o transtorno está vinculado à
capacidade de leitura e escrita, seu diagnóstico pode sofrer algum impacto do
sistema alfabético/ortográfico local.
Nas últimas décadas tem aumentado significativamente o número de
escolares com comprometimentos na aprendizagem, entre esses a deficiência
na leitura (Belintane, 2006). Várias causas podem justificar essa condição e
uma delas são os fatores individuais dos aprendizes representados pelos
transtornos de aprendizagem de origem constitucional, isto é, de origem
genético-neurológica, destacando-se a dislexia (Andrade; Prado; Capellini,
2011).
Em 2013, a 5ª edição do Manual Diagnostico e Estatístico de
Transtornos Mentais (DSM-5) trouxe mudanças relacionadas à classificação
dos transtornos da aprendizagem, incluindo os critérios para transtornos do
neurodesenvolvimento (American Psychiatric Association, 2013). São
considerados Transtornos do Neurodesenvolvimento:
• Deficiências intelectuais: leve, moderada; grave; profunda; atraso
global do desenvolvimento; deficiência intelectual não especificada.
• Transtornos da comunicação: transtorno da linguagem; transtorno da
fala; transtorno da fluência com início na infância (gagueira);
transtorno da comunicação social (pragmática); transtorno da
comunicação não especificado (49).
• Transtorno do espectro autista: (50).
• Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade: apresentação
combinada; apresentação predominantemente desatenta;
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apresentação predominantemente hiperativa/impulsiva; outros
transtornos especificados e outros transtornos não especificados.
• Transtorno específico da aprendizagem.
• Transtornos motores: transtorno do desenvolvimento da coordenação.
• Transtorno do movimento estereotipado.
• Transtornos de tique: transtorno de tourette; transtorno de tique motor
ou vocal persistente (crônico); transtorno de tique transitório; outro
transtorno de tique especificado; transtorno de tique não especificado.
• Outros transtornos do neurodesenvolvimento: outro transtorno do
neurodesenvolvimento especificado; transtorno do
neurodesenvolvimento não especificado.
2. Dificuldade para compreender o sentido do que é lido (p. ex., pode ler o
texto com precisão, mas não compreende a sequência, as relações, as
inferências ou os sentidos mais profundos do que é lido).
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5. Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou
cálculo (p.ex., entende números, sua magnitude e relações de forma
insatisfatória; conta com os dedos para adicionar números de um dígito
em vez de lembrar o fato aritmético, como fazem os colegas; perde-se
no meio de cálculos aritméticos e pode trocar as operações).
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1. Dislexia - com prejuízo na leitura nos aspectos: precisão na leitura
de palavras; velocidade ou fluência da leitura e/ou compreensão da
leitura.
2. Disortografia - com prejuízo na expressão escrita nos aspectos:
precisão na ortografia; precisão na gramática e na pontuação e/ou
clareza ou organização da expressão escrita.
3. Discalculia - com prejuízo na matemática nos aspectos: senso
numérico; memorização de fatos aritméticos; precisão ou fluência de
cálculo e/ou precisão no raciocínio matemático.
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Tanto no contexto clínico como no educacional é de extrema importância
atentar-se para os sinais de risco para a dislexia possibilitando a intervenção
precoce e minimizando as manifestações do quadro e sua interferência no
processo de alfabetização, na fluência de leitura e no desenvolvimento da
escrita.
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Olga Valéria Campana dos Anjos; PRADO, Paulo Sérgio Teixeira
do; CAPELLINI, Simone Aparecida. Desenvolvimento de ferramentas
pedagógicas para identificação de escolares de risco para a
dislexia. Revista psicopedagogia, p. 14-28, 2011.
FISHER, Simon E.; FRANCKS, Clyde. Genes, cognition and dyslexia: learning
to read the genome. Trends in cognitive sciences, v. 10, n. 6, p. 250-257, 2006.
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PILATTI, Luiz Alberto; PEDROSO, Bruno; GUTIERREZ, Gustavo Luis.
Propriedades psicométricas de instrumentos de avaliação: um debate
necessário. Revista brasileira de ensino de ciência e tecnologia, v. 3, n. 1, 2010.
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