Você está na página 1de 13

1

Paulo Mussa

Licenciatura em Ensino de Filosofia Com Habilitações em Ética

Universidade Rovuma
Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente
Montepuez
2024
2

Paulo Mussa

Licenciatura em Ensino de Filosofia Com Habilitações em Ética

Este trabalho é de carácter avaliativo a ser


apresentado no Departamento de letras e
ciências sociais na cadeira de Introdução à
Filosofia

Docente: Dr. Faruk A. Amede

Universidade Rovuma

Instituto Superior de Recursos Naturais e Ambiente

Montepuez

2024
3

Índice

Introdução.........................................................................................................................................4
A família, a juventude e as viagens..................................................................................................5
A fundação da academia e as primeiras viagens..............................................................................6
A convivência do discurso ...............................................................................................................7
Função da contradição na investigação dialéctica............................................................................9
A contradição dos valores..............................................................................................................10
Amor e valor...................................................................................................................................10
A opinão comum............................................................................................................................11
O “método esfregatório” e a analogia............................................................................................12
Conclusão.......................................................................................................................................13
Referência.......................................................................................................................................14
4

Introdução

O presente trabalho baseia-se no estudo da obra do filósofo Platão, na sua obra intitulada " a
República de Platão ".

Platão foi um filósofo grego, discípulo de Sócrates e tutor de Aristóteles que viveu entre os
séculos IV e V A.C que teve grandes importâncias para a filosofia actual. A sua busca pela
verdade e o conhecimento foi a base formadora de grande parte do conhecimento ocidental. Entre
as suas obras destacam-se assuntos como política, epistemologia, astrologia, entre outros, todos
obtidos através de sua vivência

Metodologia

No que tange ao processo metodológico, recorreu-se a consulta de algumas obras do filósofo a


cima mencionado. E recolhida a informação obtida na suas obras, foi produzido o presente
trabalho.
5

As principais fontes antigas que trazem informações relativamente extensas sobre a vida de
Platão situam-se entre os séculos II e VI d.C.; elas datam, portanto, a uma época já bastante
distante daquela em que viveu o filósofo. A mais antiga é do autor latino Apuleio (século II), que
em Sobre Platão e seus ensinamentos introduz a biografia de Platão por meio de uma exposição
de suas principais doutrinas.
Em todos esses documentos há informações biográficas mais ou menos confiáveis, anedotas de
credibilidade duvidosa e narrativas quase lendárias. É muito importante ter em mente que as
biografias mencionadas não são independentes umas das outras, mas reproduzem os mesmos
topoi, ou seja, os mesmos padrões. Tudo isso significa que suas informações devem ser avaliadas
com cautela, sempre levando em consideração a tendência das biografias antigas, de transformar
possíveis influências ou proximidades teóricas em acontecimentos históricos.

As obras de Platão, pelo contrário, são extremamente escassas de informações sobre a vida do
próprio autor. Platão menciona a si mesmo somente em duas ocasiões, para indicar a própria
presença no julgamento contra Sócrates (Apol. 34a, 38b) e a ausência da prisão durante as horas
que precederam a morte do mestre, por estar doente (Phd. 59b).

A família, a juventude e as viagens

Platão tem o nome com que é universalmente conhecido pela largura de seu corpo (platys
significa “largo”), alternativamente, segundo outras explicações menos prováveis, o tamanho da
testa ou a grandeza de seu estilo literário. O nome que lhe foi dado no nascimento, Arístocles, era
o do avô paterno. Platão nasceu em uma das famílias mais importantes de Atenas nas últimas
décadas do século V.
As fontes antigas datam o nascimento de Platão ao primeiro ano da 88ª Olimpíada (que
corresponde a 428/427 a.C.). Ele teria nascido, portanto, no fim de uma longa hegemonia de
Péricles na vida política ateniense e no início da Guerra do Peloponeso, que acompanhou as
primeiras décadas da sua vida (431-404). Entretanto, não se pode deixar de lado o fato de as
biografias antigas terem tentado atribuir a Platão uma vida de 81 anos (ele morreu certamente em
347, no primeiro ano da 108ª Olimpíada), que é um número sagrado para Apolo (essa razão é
evidente em Prol. 6, 1-9).
6

Platão nasceu em Atenas ou em Egina, onde seu pai deve ter ocupado uma posição institucional
em nome de sua cidade. Há poucas informações sobre sua juventude e sobre sua formação. Ele
provavelmente recebeu a típica educação dos filhos das famílias mais importantes: frequentou
uma escola primária, teve uma aprendizagem no campo da música e praticou uma forma mais ou
menos institucionalizada de luta e outros tipos de actividade esportiva. Sua formação cultural e
literária proporcionou certamente o conhecimento de Homero e Hesíodo, dos poetas líricos e
trágicos.

O evento decisivo para a formação e para a própria vida de Platão foi o encontro com Sócrates,
após 410 a.C. Mais ou menos no mesmo período, Platão talvez tenha entrado em contacto com o
heraclitiano Crátilo, por meio do qual desenvolveu a convicção de que as coisas sensíveis estão
sujeitas a um incessante fluxo que as torna incognoscíveis (cf. cap. 4, § 2.1.). O julgamento de
Sócrates e sua condenação à morte tiveram efeitos traumáticos sobre o jovem Platão. Ele
desenvolveu um profundo desprezo pela política ateniense, tanto pela oligarquia, reprovada por
causa do terrível governo dos Trinta, quanto pela democracia, culpada pela condenação de seu
mestre (Ep. VII 324c-326a). Platão deixou Atenas, temendo tornar-se vítima do clima hostil que
surgiu após o julgamento de Sócrates. Provavelmente fugiu para Mégara com Euclides, um dos
socráticos mais importantes. As fontes antigas relatam que, em seguida, ele ficou em Cirene, na
Ásia Menor, com Teodoro, um geómetra a que Platão atribuirá um papel importante no Teeteto.

A fundação da Academia e as Primeiras Viagens

Dois eventos importantes para a vida de Platão ocorreram na segunda década do século IV: a
fundação da Academia e a primeira viagem para a Magna Grécia e, em particular, à Sicília.
Durante essas viagens, Platão escreveu seus primeiros diálogos, também conhecidos como
epistola, quem contem os ensinamentos de Sócrates, que são artefactos que provam parte do que
se sabe sobre ele. Platão volta a Grécia após quase tornar-se escravo, onde fundou a Academia
Platónica, em 387 a.C. Considerada a primeira escola de ensino superior do ocidente.
7

A conveniência do discurso

Mencionamos o familiar enunciado de Platão sobre a natureza do discurso (lógos): “Todo


discurso deve ser constituído como um ser vivo. Ter um corpo próprio de modo a não ser nem
sem cabeça nem sem pés, mas a ter um meio e extremidades que sejam escritos de maneira a
serem convenientes entre si e o todo" Assim, dos pés à cabeça, os passos da argumentação deve
respeitar o discurso como um todo, de modo que princípio, meio e fim sejam coerentes. Como foi
visto, o critério de constituição do discurso é a “conveniência entre as partes e o todo”. Conforme
as passagens da República que tratam do discurso (Livros VI e VII), a conveniência ou
constituição justa de cada parte dentro do todo significa que hipóteses ou princípios, argumentos
e suposições, conclusões e demonstrações devem cada qual possuir uma função e lugar próprios.

Contudo, não se pode concluir que o discurso tenha por finalidade (no grego, télos) a conclusão,
que essa seja o fim ou acabamento do discurso. O fim (acabamento) e a finalidade (objectivo) do
discurso não se confundem: um discurso pode chegar ao fim (esgotar seus argumentos possíveis)
sem chegar a sua finalidade (a sua fundamentação em princípios puros). Isto ocorre porque o
discurso (lógos) por si mesmo não é capaz de erguer a alma até a finalidade última da alma –
como diria Platão – embora seja seu melhor meio, cujo fim somente se alcança por “intuição” ou
“intelecção”.

O estilo de Platão é composto para respeitar certo critério. A finalidade do discurso filosófico não
seria ensinar algo sobre certo problema, mas prepará-lo na direcção de levantarem-se todas as
suas dificuldades possíveis, seus prós e contras, suas teses e antíteses distinguíveis. O discurso
filosófico não tem por finalidade informar sobre alguma coisa, mas formar o conhecimento. O
que motiva Platão, a philia (amizade) que dirige sua sophia (sabedoria), não é a objectividade do
discurso, mas a possibilidade discursiva. Os diálogos de Platão poderiam nos parecer, a primeira
vista, pouco objectivos, por abrirem muitas questões e possibilidades de respondê-las. Esta é a
impressão mais comum, correcta inicialmente, pois percebe o carácter pouco analítico dos textos
de Platão.
O método de Platão não é analítico, mas dialéctico, do grego dialektike, “arte de discussão”,
relativo ao latim dialogus, do grego dialogos, “conversação”, a partir do verbo dialogesthai,
8

“falar”, “conversar”, formado por legein, “falar”. Do mesmo modo como Platão distinguirá
informação e formação, também possui um modo de relacionar aquilo que posteriormente será
chamado de analítico e dialéctico. A filosofia dialéctica, no sentido utilizado por Platão, fornece
um texto bem formado, ainda que nem sempre seu intuito seja fechar todos os problemas
levantados. Inversamente, um texto analítico compõe-se de notas periódicas a formarem um todo
fechado, mas não necessariamente significa atingir a finalidade da filosofia.

Assim, no sentido ordinário com que hoje usamos o termo, se a analítica ordena informações
através de notas diárias, a dialéctica ordena as articulações ou nós dos próprios dias ou temas,
assim como o geómetra se guia pelos nós (vértices) das figuras geométricas. Este é um bom
modo de vislumbrar em que sentido a filosofia de Platão é dialéctica: não tanto o passo dos
argumentos está em questão, mas a justificação com que se passa de um ponto para outro em tais
articulações. Podemos apresentar esta característica do método de Platão a partir de uma
conhecida passagem:

“Quanto à solução de um problema apresentado, encontrá-la de maneira mais fácil e pronta


possível deve ser apenas uma preocupação secundária e não uma finalidade primordial, caso
demos crédito à razão, que aconselha a preferir e colocar em primeiro lugar o método que
prescreve a divisão por espécies”

Platão, em geral, apresenta uma questão inicial, escuta a resposta de seus interlocutores, executa
um escrutínio dessas respostas e, quando necessário, repete este método até que estes
interlocutores estejam prontos para reconhecer Ideias.

A “medicina da alma” para a patologia das crenças imagéticas


Estádio é a divisão do espaço em regiões, diferentemente de Estágio, divisão do tempo em
períodos.

A persuasão, o despertar e a libertação são os três Estádios que formam a estrutura geral da
investigação dialéctica. Podemos visualizar estes Estádios justamente nos momentos críticos do
discurso, quando é interrompido por alguma razão. Tais interrupções se realizam no texto por
9

conta do desenvolvimento do método, mas são fundadas nas condições da alma para o conhecer.
No Crátilo15, Platão afirma que a dialéctica consiste em uma transformação de valores da vida
humana comum. O método dialéctico sempre necessita começar preparando o interlocutor para
uma mudança: passar de uma compreensão imagética das coisas para outra forma de
conhecimento. Nos diálogos de Platão, esta dificuldade se manifesta ao modo de protestos, sejam
os dos “filisteus”, como no Teeteto (155 e), os dos “filhos da terra”, como no Sofista (248 c) ou
mesmo os dos homens de boa vontade, por ainda provocar a perda da fruição sensória fundada na
crença da realidade sensível.

Função da contradição na investigação dialéctica

A função da demora, admiração e contradição no que tange a busca da essência. A contradição e


a imagem possuem função importante para explicar o início do discurso dialéctico. A contradição
percebida na imagem acarreta a admiração na psique (alma) e a aporia no discurso. O estudo da
contradição possui dois lugares nos diálogos de Platão: sua relação com as imagens, qualidades e
percepção, e sua função restrita aos princípios lógicos e o método de conhecimento, o que
retomaremos depois.

A contradição quanto aos valores humanos (virtudes e costumes ortodoxos) expressa formas de
amor ou escolhas de vida. Quanto à psique, a contradição aí presente é exposta através da
imagem da filosofia como medicina. Com efeito, no Górgias (477c), o ofício que Platão confere a
Sócrates, conforme as próprias palavras deste personagem, é curar os atenienses da doença da
alma, pois não há nada mais pernicioso psiquicamente que “não saber e crer que se sabe”28. A
função da crença, assim como, as da imagem e a da contradição às quais se vincula, possui duas
direcções, e seu lugar será assunto do livro VII da República.
10

A contradição dos valores.

Se a filosofia é um tipo de medicina, a cura é possível pelo facto de a contradição poder despertar
a reflexão. No primeiro caso, o raciocínio intervém como antídoto das sensações contraditórias,
sendo a alma o próprio juiz. Por exemplo, quando alguém se perturba com a imagem de um dedo
que parece simultaneamente pequeno e grande, a medição ou o cálculo se apresentam como
solução. A experiência de sensações contraditórias também pode se apresentar para a alma de
mais de um homem, caso em que o apelo às ciências do cálculo e da medida oferece resultado
incontestável mesmo diante das impressões opostas diversas as quais cada um poderia reclamar
como sua e mais própria. Neste segundo caso, contudo, temos as contradições de valores que se
dão na própria alma, pois neste caso as contradições opõem opiniões e não sensações, de modo
que neste nível a contradição entre os juízos de valor se dão frequentemente em muitas almas e
em cada uma variam, pouco incitando à reflexão.
A contradição possui dois topos (lugares): contradição dos valores (qualidades e grandezas) de
sensações e contradição de valores anímicos (opiniões e ortodoxias). A primeira tem origem na
relação entre alma e fenómenos, a segunda entre duas ou mais almas.

Amor e valor

Platão afirma que o amor-próprio nos persuade da justiça de nossas opiniões, por não haver um
arbítrio universal reconhecido que ofereça decisão satisfatória. Esta crença em um auto-bom-
senso é o obstáculo fundamental à dialéctica, situado nos topos da contradição de valores. Todas
as alusões à cura da alma fundam-se nisso. É diante da suspeita de que uma imagem é
contraditória que a alma de alguém protesta em nome do amor à própria sensibilidade. O amor a
si mesmo serve de apoio a este protesto, de uma forma ainda mais eficaz, quando as contradições
dizem respeito aos próprios valores. Esta aerologia não diz, entretanto, que o amor seja um mal e
que o desejo deva ser negado, como podemos ler na República I e II (a propósito das
necessidades de uma cidade e seus cidadãos, fundados na amizade e na defesa contra os
inimigos). Na mesma direcção em que Platão investiga as divisões da alma, também questiona
pelos tipos de desejos e os tipos humanos. Estes tipos são distinguidos deste modo:
11

a) O philokrématon (o que ama ou busca o ganho ou satisfação); b) Ophilokedrés (o amigo do


sucesso ou glória); c) E o philósophos (o amigo da sabedoria) 31.

Para a alma se libertar através do remédio do conhecimento (seguindo a metáfora da filosofia


como medicina da alma), é preciso distinguir três formas de vida philokrématon é “aquele que
deseja o prazer”, philokedrés é “aquele que deseja o sucesso” e philósophos é “aquele que deseja
o saber”. Somente a terceira forma de vida é libertadora da alma: desejar o saber sem chegar a
julgar-se sabedor. As duas primeiras são formas de amor a si mesmo, mas uma alma que ama a si
mesma sempre acredita que já sabe o que precisa, nunca se libertando das próprias opiniões.
Somente a vida de amor ao saber (filosófica) afasta-se do amor de si mesmo.

A opinião comum

Platão falará em uma opinião-comum e um desejo-comum. a crença (nomíxo) e a opinião (dóxa)


são as formas comuns ou vulgares de conhecimento somado ao amor-próprio e, em geral, guiados
por aparências. Portanto, foi Platão quem introduziu na filosofia a distinção forte entre
conhecimento criterioso e senso-comum (sensus communis).

Aristóteles afirmar em Sobre o Sono e a Vigília (II, 445a 17) e Sobre a Alma (III, 2: 246b 12) que
a sensação é o senso comum (sensus communis), aquele conhecimento comum que temos e que é
capaz de captar a qualidade das coisas e as próprias sensações (ainda que em Aristóteles, a julgar
pela Metafísica A1, a sensação, enquanto grau compartilhado de conhecimento entre todos os
animais, seja distinta quanto à extensão). Esta guinada empirista de Aristóteles permitiu filósofos
estóicos como Cícero e Sêneca dizer que a filosofia é a arte de desenvolver o sensus communis, o
conhecimento comum, o costume ou maneira comum de viver e pensar. Até que o pensador Vico
afirmou definitivamente, em 1744, que o senso-comum refere-se aos juízos sem reflexão,
expressão do arbítrio humano, incerto e equívoco por natureza, em distinção da reflexão
filosófica, racional e metódica. Esta é a origem do significado de senso-comum como crença
popular não reflectida. Deste modo, devido a todo este movimento anacrónico, o leitor deverá
12

entender que a ocorrência do termo “senso-comum” em Platão refere-se às diversas formas de


conhecimento aparente, sensível e imagético (crença, dogma, suposição, opinião, etc.) popular ou
profissional (sofistas, políticos, retóricos e poetas). Pode-se dizer que é um juízo de valor que está
por trás do conhecimento vulgar. Será opinião-comum (endóxa) ou senso-comum todo aquele
que declarar a opinião do outro inaceitável dogmaticamente (dogmáta).

O “método esfregatório” e a analogia

O método esfregatório possui como recurso principal a analogia:

 Friccionar objectos diferentes entre si segundo sua proporção de conteúdo empírico ou


conteúdo lógico, passando da forma de suas semelhanças para o indício de alguma
diferença essencial;
 Uma analogia escreve-se na forma “tal é como tal”, razão pela qual Platão precisa fazer a
dialéctica exercer um bom uso da analogia, modo próprio da linguagem ordinária.
Uma ciência se define pela espécie de seu objecto (regra lógica), mas a sabedoria é ciência de si
mesma e das demais ciências. Ora, se há ciência de espécies de objectos e também uma ciência
de si mesma e de todas as demais, então o conceito de “ciência” não é inteiramente determinado
pela lógica.

Por analogia às artes da flauta e da lira, pode-se afirmar que a coragem é a arte de temer e
esperar, porém esta definição é insuficiente à coragem pois, em analogia com a arte do médico,
somente este conhece o que temer e esperar e nem por isso é chamado de corajoso. Do mesmo
modo, no Hípias (295e), o belo é o útil ou o vantajoso, mas se uma causa deve ser diferente do
seu efeito, assim como, o pai é diferente do filho, e ao mesmo tempo manter uma relação de
continuidade na natureza dos dois, então, o belo não pode gerar um efeito empírico (que pertence
à outra natureza). No Lísis (218d), todo objeto amado é amado em vista de algo, mas o bem pode
ser amado em vista de algo e também em vista de si mesmo. Em todos estes casos de
comparações e proporções, as analogias fornecidas fracassam e, entretanto, Platão passa para uma
nova e mais forte analogia, nunca directamente para a essência. Isto ocorre porque as analogias
podem ser operadas no campo das sensações, discursos e da inteligência.
13

Conclusão
Depois do término do presente trabalho conclui que Platão nasceu em Atenas ou em Egina, onde
seu pai deve ter ocupado uma posição institucional em nome de sua cidade. Há poucas
informações sobre sua juventude e sobre sua formação. Ele provavelmente recebeu a típica
educação dos filhos das famílias mais importantes: frequentou uma escola primária, teve uma
aprendizagem no campo da música e praticou uma forma mais ou menos institucionalizada de
luta e outros tipos de actividade esportiva. Também, ao longo do trabalho, conclui que a
contradição e a imagem possuem função importante para explicar o início do discurso dialéctico.
Contudo, a contradição percebida na imagem acarreta a admiração na psique (alma) e a aporia no
discurso. O estudo da contradição possui dois lugares nos diálogos de Platão: sua relação com as
imagens, qualidades e percepção, e sua função restrita aos princípios lógicos e o método de
conhecimento.

Referência bibliográfica
DA SILVA, Fernando Maurício (2017). A República de Platão: Uma Introdução à Filosofia,
Brasil.

Você também pode gostar