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Obtenção do leite -

manejo de ordenha
Projeto de RT e Fiscalização III
Prof.ª Karolliny Goehringer
Introdução
• A qualidade dos produtos de origem animal exigem cuidados
desde a sua obtenção

• Cuidados de higiene

• Qualidade: deixou de ser vantagem competitiva para ser requisito


fundamental
Introdução
• Boas práticas de ordenha

• Evitam intoxicações alimentares

• Leite é meio de cultura

• Treinamento da equipe responsável

• Cuidados higiênico-sanitários
Lactação e ejeção do leite
• Como acontece a ejeção do leite?
O homem, o ambiente e a rotina de
ordenha
• Fatores ambientais que podem prejudicar a produção de leite
• Solo
• Água
• Componentes químicos utilizados para higienização dos tetos e
equipamentos de ordenha

• Sucesso na ordenha: equilíbrio entre ordenhador, ambiente em que


os animais permanecem antes, durante e após a ordenha e rotina
de ordenha
Ordenhador
• Papel fundamental na ordenha

• Sem o ordenhador instruído, não


adianta investir em alta tecnologia

• Variedade de formação cultural e


socioeconômica

• Instruir profissionais de forma didática


(cursos de capacitação)
• Práticas de higiene
• Manejo dos animais x stress
Ordenhador
• Stress → Libera adrenalina,
antagonista à ocitocina

• Cuidados com higiene pessoal:


• Unhas aparadas
• Barba feita
• Cabelos presos
• Vestimentas limpas
• Higienização das mãos
Ordenhador
• Higienização das mãos e antebraços
com sabão neutro e água antes da
ordenha

• Não ordenhar se estiver


gripado/doente

• A única função do ordenhador deve


ser ordenhar!
Ambiente
• Ambiente limpo não se restringe à sala
de ordenha!

• Antes e após a ordenha: ambiente


importa

• Sala de espera:
• Deve ser sombreada, com
disponibilidade de 1,7 a 2 m² por vaca;
• No caso de bovinos, com 3% de desnível
em relação à entrada da sala de
ordenha
Ambiente
• Sala de ordenha:
• Deve ser limpa, arejada e
confortável;
• Bem dimensionada;
• Funcional para o animal e para o
ordenhador
• Na entrada ou na saída deve-se
evitar o excesso de curvas,
dando-se preferência ao trajeto
em linha reta
Ambiente
• Sala de ordenha:
• Não devem conter substâncias nocivas que
possam afetar a qualidade do leite
• O leite deve ser protegido contra excrementos,
secreções ou resíduos de origem animal
• Não se deve produzir leite em lugares onde a
água constitua risco à saúde do consumidor
• Deve haver controle de pragas, com o
emprego de agentes químicos, biológicos ou
físicos, desde que estes sejam aplicados sob a
supervisão direta de pessoa treinado.
• Esterqueiras muito próximas ao local de ordenha
deve ser evitada.
Tipos de ordenha
• Ordenha manual
• Ordenha mecânica

• Qual a melhor?
• Tipo da propriedade
• Quantidade de animais
• Produção em kg/leite/dia
Tipos de ordenha
• Ordenha manual
• Utilizada em pequenas propriedades
• Número baixo de animais
• Investimento em ordenha mecânica inviável
• Exige maior trabalho com mão-de-obra
humana
• Menor investimento em equipamentos

• Material necessário:
• Balde
• Coador ou filtro
• Banquinho
• Peia (contenção do animal)
• Tanque de refrigeração
Tipos de ordenha
• Ordenha mecânica
• Menor risco de contaminação
• Utilização de equipamentos
Tipos de ordenha
• Ordenha mecânica: Balde ao pé
• As vacas são ordenhadas individualmente
• Tipo mais simples
• Menor custo de implementação
• Rebanhos pequenos
• Ordenha no estábulo ou em salas de ordenha
Modelos de sala de ordenha
• Sala de ordenha em estábulo ala simples
• Sala de ordenha em estábulo ala dupla
• Espinha de peixe
• Fila Indiana
• Fila Semi Indiana
• Semi paralela
• Paralela
• Poligonal
• Rotatória
• VMS
Sala de ordenha em estábulo ala simples
Sala de ordenha em estábulo ala dupla
Fosso de ordenha com ordenhadeiras mecânicas e ala dupla
Sala de ordenha semi-paralela
• Contenção NZ 2x24

• Vacas ordenhadas por trás


Sala de ordenha paralela
Sala de ordenha semi-indiana
• VMS:
• Sistema
voluntário de
ordenha
Linha de ordenha
• Organizar os animais em ordem
1. Vacas de primeira cria
2. Vacas sadias
3. Vacas com mastite subclinica
4. Vacas em colostro
5. Vacas com mastite clínica e em
tratamento
• ATENÇÃO: O leite das vacas em
colostro e em tratamento (ordem 4 e
5) NÃO deve ser misturado com o leite
das demais (no tanque) e NÃO deve
ser aproveitado para consumo
humano.
Pré-dipping
• Antes da ordenha, deve ser realizado
o pré-dipping
• Mergulhar os tetos em solução
desinfetante antes da ordenha
• Soluções à base de iodo, cloro,
clorexidine, etc.
• Não é aconselhável lavar o úbere!
• Em casos de úbere muito sujo: lavar
apenas os tetos.
• Após a desinfecção, secar os tetos
com papel toalha descartável, uma
parte do papel para cada teto.
Retirada dos primeiros jatos de leite
• Os jatos iniciais de leite devem ser
descartados em uma caneca de
fundo preto ou outro recipiente
específico, para a finalidade do
diagnóstico de mastite clínica.

• O diagnóstico positivo é confirmado


pela presença de grumos sobre o
fundo escuro da caneca
Teste da caneca do fundo preto: Mastite
clínica
Teste da caneca do fundo preto: Mastite
clínica
• Se positivo, como proceder?
• Ordenhar o leite separadamente
• Não aproveitar o leite para consumo
humano
• Fazer o tratamento imediatamente e
respeitar o período de carência
• Colocar uma identificação na vaca e
colocá-la no final da linha de ordenha
Teste da caneca do fundo preto: Mastite
clínica
• Se negativo, como proceder?
• Ordenhar o leite normalmente
California Mastitis Test - CMT
• Realizar uma vez ao mês
• Como fazer:
• Retirar os primeiros jatos de leite de
cada quarto mamário em uma
divisão da bandeja de CMT;
• Adicionar o reagente e homogeneizar
(misturar).
California Mastitis Test - CMT

• O que fazer?
• Ordenhar o leite normalmente, não
tratar o animal com medicamentos,
manter o registro do resultado.
• Caso a mastite seja persistente,
coletar o leite para análise
microbiológica.
Momento da ordenha
• O que fazer?
• Manter o ambiente calmo
• Ordenhar o leite por completo
• Não fazer pressão no conjunto de
ordenha
• Quando o fluxo de leite no coletor
tiver terminado, desligar o vácuo
antes de remover as teteiras
Desinfecção das teteiras entre uma vaca
e outra
• Mergulhar as teteiras em solução desinfetante e deixar escorrer por um minuto
Manejo após a ordenha
• Mergulhar os tetos em solução
desinfetante após a ordenha (pós-
dipping).
• Pode-se usar soluções comerciais à
base de iodo, clorexidina, etc. que
contenham um emoliente (glicerina).
Alimentação dos animais após a
ordenha
• As vacas podem ser alimentadas após
a ordenha, o que previne a
ocorrência de mastite
Lavagem e higiene das instalações,
utensílios e equipamentos
• Ambiente de ordenha deverá estar
sempre sem sujeira aparente
(mecânica ou manual)
• Luz do sol da manhã e da tarde deve
incidir para facilitar a secagem do
local
• Local pavimentado e coberto para
evitar ação da chuva e barro
Lavagem e higiene das instalações,
utensílios e equipamentos
• Primeira fase da limpeza:
• Água morna 38° a 40°C pela tubulação da ordenha, sem que seja recirculada, para
arrastar com a água a maior parte dos componentes do leite que ficaram no
equipamento, nesta fase conseguimos retirar até 97% dos resíduos de leite.
Lavagem e higiene das instalações,
utensílios e equipamentos
• Segunda fase da limpeza:
• Utilização do detergente alcalino.
• Esta estágio é o mais importante, devendo ser realizada todos os dias após cada
ordenha. A ação dos detergentes alcalinos ocorre em temperatura de a 75°C.
• Iniciar o processo à 90ºC para que no final não diminua abaixo de 38ºC e deposite
resíduos.
• Esta fase deve durar 10 minutos.
Lavagem e higiene das instalações,
utensílios e equipamentos
• Terceira fase:

• Enxague com água corrente.


Sanitização
• Vinte a trinta minutos antes de iniciar a ordenha, sanitizar o
equipamento, com hipoclorito de sódio (200 ppm de
cloro) à temperatura ambiente deixando circular por 5
minutos.
• O objetivo desta sanitização é eliminar as bactérias que
sobreviveram durante a limpeza e desenvolveram durante
o intervalo das ordenhas.
• Não deve realizar o enxagüe, e sim fazer uma boa
drenagem do equipamento.
Partes externas
• Limpeza com água,
sabão e escovas.
Dúvidas?
• Sugestões de leitura:
• Boas práticas de ordenha [Recurso eletrônico] / Luiz Francisco Zafalon [et
al.].— São Carlos: Embrapa Pecuária Sudeste, 2008.

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