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Resumos 1 FILOSOFIA
Resumos 1 FILOSOFIA
O que é o conhecimento?
Epistemologia
A epistemologia é a disciplina filosófica que aborda, sobre tudo, os problemas da
natureza da possibilidade do conhecimento. Neste sentido constitui-se como uma das
mais importantes disciplinas filosóficas.
Conhecimento
Quando procuramos clarificar ou definir um conceito, o que procuramos são condições
necessárias e condições suficientes.
O conhecimento é o objetivo de estudo da epistemologia. Desde Platão, define-se
como crença verdadeira justificada.
Todas as afirmações envolvem o conhecimento de factos e expressam conteúdos ou
pensamentos que são portadores de valor de verdade.
Tipos de conhecimento
-- Conhecimento Proposicional
Exemplos: saber que “3+53=56”, saber que “Augusto foi um imperador romano”, saber
que “os ovos têm proteínas”
O Conhecimento Proposicional
o Tese
Conhecer é ter uma crença verdadeira justificada;
o Crença
A crença é uma condição necessária para haver conhecimento: quando sei algo,
acredito nesse algo. Mas a crença não é uma condição suficiente para o
conhecimento: saber e acreditar são coisas distintas.
o Verdade
Para haver conhecimento, as nossas crenças têm de ser verdadeiras.
A verdade é uma condição necessária para haver conhecimento. O conhecimento é
factivo, o que significa que não podemos saber algo que é falso: saber algo implica a
verdade daquilo que sabemos. Mas a crença verdadeira não é uma condição suficiente
para o conhecimento.
Filosofia 11ano
o Justificação
Para haver conhecimento não basta termos uma crença verdadeira, a nossa crença tem
de estar justificada.
A justificação é uma condição necessária para o conhecimento. No entanto, a
justificação não é uma condição suficiente para o conhecimento, porque ter boas
razões para acreditar em algo não garante que essa crença seja verdadeira.
o Edmund Gettier
Edmund Gettier refuta a definição tradicional de conhecimento de Platão. Os
contraexemplos de Edmund mostram que, apesar de a crença em causa ser verdadeira
e estar justificada, a justificação que o sujeito tem para essa crença não se baseia nos
aspetos relevantes da realidade que tornam a sua crença verdadeira.
Tese
Ter uma crença verdadeira justificada é condição necessária, mas não é condição
suficiente para o conhecimento;
o Alvin Goldman
Segundo Goldman, uma crença verdadeira só pode constituir conhecimento se estiver
justificada e tiver sido adquirida através de uma relação causal entre o sujeito que
conhece e os aspetos da realidade que tornam a sua crença verdadeira.
Tese
Conhecer é ter uma crença verdadeira justificada a partir de um processo fiável de
obtenção de crenças;
o Timothy Williamson
Williamson propõe uma abordagem epistemológica inovadora e distinta. Segundo ele,
a definição tradicional assenta erradamente nos pressupostos de que o conhecimento
é analisável em elementos epistémicos mais básicos (crença, verdade, justificação) e é
um estado híbrido entre um estado mental associado à crença e á justificação e um
estado não mental associado à verdade.
Ele propõe que o conhecimento é o estado epistémico mais básico, indefinível e
inanalisável.
Tese
O conhecimento é um estado inteiramente mental em que nos encontramos se os
nossos pensamentos representarem corretamente o mundo;
Filosofia 11ano
A Priori
A posteriori
o Racionalismo
A razão (entendimento) é a fonte principal do conhecimento. Só através da razão é que
se pode encontrar um conhecimento seguro, o qual se apoia em princípios evidentes,
sendo totalmente independente da experiência sensível.
Tal conhecimento, que é a priori, é considerado necessário- tem de ser assim e não
pode ser outro modo, de contrário entraríamos em contradição lógica- e universal- tem
de ser assim sempre e em toda a parte.
Ideias inatas:
As ideias fundamentais do conhecimento já nascem connosco;
Intuição e dedução:
As ideias fundamentais descobrem-se por intuição intelectual. O conhecimento
constrói-se de forma dedutiva (privilegia-se o raciocínio dedutivo);
Otimismo racionalista:
Há uma correspondência entre a ordem do pensamento e a ordem da realidade,
existindo conhecimentos a priori acerca do mundo;
Filosofia 11ano
o Empirismo
A experiência é a fonte principal do conhecimento. Não existem ideias, conhecimentos
ou princípios inatos. O entendimento humano é, antes de qualquer experiência, como
uma tábua rasa ou uma folha de papel em branco.
Todas as ideias têm uma base empírica, ate as mais complexas. O conhecimento do
mundo obtém-se através de impressões sensoriais.
Rejeição do inatismo:
Nada, à nascença, se encontra escrito na mente. Só com a experiência isso se tornará
possível;
Primazia da indução:
Privilegia-se o raciocínio indutivo;
Significado da experiência:
É nela que o conhecimento tem o seu fundamento e os seus limites;
o Possibilidade do conhecimento
Racionalistas e empiristas admitem, portanto, que o conhecimento (proposicional) é
possível. Mas será que o conhecimento é mesmo possível? Será possível ter uma
crença verdadeira devidamente justificada acerca de alguma realidade?
--O ceticismo, na sua forma radical, nega que o conhecimento seja possível.
Dogmatismo
Posição própria do Confiança absoluta num Completa submissão, sem Exercício da razão, em
realismo ingénuo - órgão determinado de exame pessoal, a certos domínios metafísicos,
ausência de exame conhecimento, princípios ou à autoridade sem uma crítica
crítico das aparências. sobretudo a razão. que os impõe ou revela. prévia do seu poder
ou da sua capacidade.
o Ceticismo
Importante no nosso desenvolvimento intelectual. Inconformismo perante as soluções
apresentadas e busca de novas soluções.
Mesmo que as nossas crenças sejam verdadeiras, não temos justificações suficientes
para mostrar essa verdade. Nem a razão nem a experiência justificam devidamente e
de modo satisfatório as nossas crenças.
--Nada se pode compreender por si. Nada pode ser compreendido com base noutra
coisa: para justificar uma crença tem de se recorrer a outra, e assim ou caímos num
círculo vicioso ou temos de recorrer a outras crenças, numa cadeia de justificação até
ao infinito - regressão infinita da justificação.
O Racionalismo de Descartes
Proposições da matemática
Regras do método
Não aceitar nada como Dividir cada uma das Conduzir por ordem os Fazer enumerações
verdadeiro se não se dificuldades em pensamentos, começando tão completas e
apresentar à consciência tantas partes quantas pelo mais simples e fácil de revisões tão gerais,
como claro e distinto, as necessárias para compreender e subir que tivesse a certeza
sem qualquer margem melhor as resolver. gradualmente para o mais de nada omitir.
para dúvidas. complexo.
Regas do método
Permitem guiar a razão (o bom senso), orientando duas operações fundamentais:
--Intuição
Representação da mente pura e atenta, tão fácil e distinta que nenhuma dúvida nos
fica acerca do que compreendemos. Ato puramente intelectual ou racional de
apreensão direta e imediata de noções simples e indubitáveis.
--Dedução
«O que se conclui necessariamente de outras coisas conhecidas com certeza.»
Encadeamento e sucessão de intuições, implicando um movimento contínuo do
pensamento, desde as ideias simples e evidentes até às consequências necessárias
o Dúvida
Recusar todas as crenças em que se note a mínima suspeita de incerteza. É um
instrumento da luz natural ou razão, posto ao serviço da verdade e da procura de uma
justificação para as nossas crenças.
o Características da dúvida
--Metódica e provisória
É um meio para atingir um conhecimento seguro, a certeza e a verdade, não
constituindo um fim em si mesma. Mantém-se apenas até se descobrir algo
indubitável;
Filosofia 11ano
--Universal e radical
Incide sobre o conhecimento em geral, sobre os seus fundamentos e suas raízes, pondo
em causa a possibilidade de o construir (as faculdades do conhecimento são postas em
causa);
--Hiperbólica
É uma dúvida levada ao extremo. Considera como falso tudo aquilo em que se note a
mínima suspeita de incerteza;
--Voluntária
Não é uma dúvida sofrida em termos psicológicos, mas sim artificial e estabelecida
livremente.
o Suspensão do juízo
Tem uma função catártica, já que liberta o espírito dos erros que o podem perturbar ao
longo do processo de indagação da verdade. Abre caminho à possibilidade de
reconstruir, com fundamentos sólidos, o edifício do saber.