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GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO SECRETARIA DE ESTADO DE CIÊNCIA, TECNOLOGIA E

INOVAÇÃO FUNDAÇÃO DE APOIO À ESCOLA TÉCNICA


Centro Vocacional Tecnológico – Campos Dos Goytacazes

CVT-SOLDA – Av. Alberto Lamego 712- Parque Califórnia – Campos dos Goytacazes – RJ – CEP 28016-820
Índice
Introdução; 1
Módulo I – Generalidades, Processos de Soldagem e EPI’s
Generalidades; Diferença entre Soldagem e Colagem; Conceitos básicos da soldagem; 2
Processo de soldagem; Tipo de Soldagem; 3
EPI’s – Equipamento de Proteção Individual; 6
Módulo 2 – Processo de Soldagem por Arco Elétrico Com Eletrodo Revestido
SMAW (Shielded Metal Arc. Welding)
História do Eletrodo Revestido, Equipamento de Soldagem; Porta Eletrodos. 10
Cabos Flexíveis (Cabo de Solda e Cabo Terra); 11
Conceito de Soldagem Pelo Processo de Eletrodo Revestido; 12
Influência da Atmosfera na Poça de Fusão; 13
Função do Eletrodo Revestido; 14
Módulo 3 – Eletrotécnica Básica; Circuito do Arco Elétrico
Tensão e Corrente Elétrica; Como medir valores de tensão e corrente; 15
Fontes de Energia; 17
Características das Máquinas de Solda; 19
Seleção de Fonte de Fonte de Energia; 22
Circuito de Soldagem; 23
Variação do Comprimento do Arco; 24
Relação Corrente e Polaridade; 25
Módulo 4 – Metal de Base e Eletrodo Revestido
Metal de Base; 26
Soldabilidade dos Aços Carbono Comuns 27
Tipos de Aços; 28
Consumíveis; Classificação dos Eletrodos; 33
Escolha do Eletrodo; 36
Armazenagem, Tratamento e Manuseio; 38
Módulo 5 – Manipulação do Eletrodo, Abertura e Geração do Arco Elétrico
Técnicas para a Utilização e Manipulação e Geração do Arco Elétrico; 41
Seleção dos Parâmetros de Soldagem; 43
Ponteamento; 45
Execução da Raiz; Execução dos Passes de Enchimento; 46
Módulo 6 – Descontinuidades na Soldagem e Causas e Soluções
Conceito 48
Descontinuidades em Juntas Soldadas 49
Causas e Soluções das Descontinuidades 52
Módulo 7 – Terminologia Relativa aos Tipos de Juntas (Terminologia de
Soldagem)
Preparação e Limpeza das Juntas; Definições de Termos 55
Dimensão de Solda 60
Módulo 8 – Terminologia Relativa às Posições de Soldagem
Posições de Soldagem para Juntas de topo 64
Posições de Soldagem para Juntas de Ângulo 67
Módulo 9 – Simbologia da Soldagem
Simbologia da Soldagem 68
Módulo 10 – Metrologia
Leitura de Medida em Polegada; Conversões; 78
Leitura de Medida em Polegada Fracionária 81
Módulo 11
Segurança do Trabalho na Soldagem 107
Elaborado por:
Maurício Gomes Maciel – Instrutor de Soldagem; Técnico de Soldagem; Inspetor de Soldagem.
Erick Gonçalves Ribeiro – Instrutor de Soldagem; Técnico Eletrotécnico; Inspetor de Soldagem.

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Processo de Soldagem Com Eletrodo Revestido SMAW (Shielded
Metal Arc. Welding)
Introdução
Fabricação do Aço e Ferro Fundido

Os processos de soldagem em si são considerados um processo metalúrgico em dimensões


pequenas, onde se promove a união de metais através de fusão podendo ou não alterar as propriedades
metalúrgicas dos metais. Os metais utilizados na soldagem são chamados de metal de base ou metal de
trabalho e pode-se trabalhar com diversos tipos de metais dentre os quais se destacam o aço carbono, aços
– ligas, ferro fundido, alumínio e suas ligas, magnésio e suas ligas, cobre – níquel, etc.
Dentre os metais soldados nos processos de soldagem industrial o aço-carbono e o aço-liga são os
mais utilizados nas indústrias de montagem, caldeiraria, petrolífera, navais, etc.
Vamos aqui conhecer um pouco da produção do metal mais soldado nos setores industrial; o aço.
O aço é uma liga de ferro e carbono que tem que ser processado para se chegar ao metal onde
podemos trabalhar com conformação, soldagem, usinagem, etc. O aço não é encontrado na natureza. Ele é
derivado da combinação de ferro, carbono e outros elementos tais como calcário, manganês, silício,
enxofre e fósforo onde estes dois últimos são adicionados em pequeníssimas quantidades que hoje em dia
não se chega a 0,05% na composição.
A matéria prima base para formação do aço é o minério de ferro e o carbono. O minério de ferro é
encontrado na natureza no estado óxido, ou seja, oxidado. Neste estado o ferro não tem serventia
nenhuma. Ao adicionar uma determinada quantidade de carbono ao ferro poderemos obter tanto aço,
quanto ferro fundido. Os aços possuem em sua composição uma quantidade de carbono entre 0,008 a
2,11% e o ferro fundido possui uma quantidade de carbono bem superior ao do aço podendo variar entre
2,11% e 6,67%.
O ferro bruto, precisa passar por um processo de redução (limpeza) de impurezas e em seguida
ele deve passar por um processo de sinterização ou pelotização para então ser processado juntamente com
o carbono, denominado coque, para produzir o ferro-gusa. O ferro bruto é encontrado na natureza em
forma de rocha e precisa ser processado ( Sinterização e pelotização).
Na sinterização, a preparação do minério de ferro é feita cuidando-se da granulometria, visto que
os grãos mais finos são indesejáveis, pois diminuem a permeabilidade (passagem) do ar na combustão,
comprometendo a queima. Para solucionar o problema, adicionam-se materiais fundentes (calcário, areia
de sílica ou o próprio coque) aos grãos mais finos.
Com a composição correta, estes elementos são levados ao forno onde a mistura é fundida. Em
seguida, o material resultante é resfriado e britado até atingir a granulometria desejada (diâmetro médio
de 5mm).
A pelotização é um processo de aglomeração de partículas ultrafinas de minério de ferro, através
de um tratamento térmico. Esta fração ultrafina (abaixo de 0,15 mm) . A pelotização tem como produto
aglomerados esféricos de tamanhos na faixa de 8 a 18 mm, com características apropriadas para
alimentação das unidades de redução, tais como altos-fornos.
Depois que o ferro bruto passa pelo processo de sinterização ou pelotização, ele é levado ao auto
forno onde será fundido juntamente com o coque (carbono) para a formação do ferro gusa. O ferro-gusa é
uma liga de ferro carbono com elevada taxa de carbono em sua composição. Esta taxa de carbono varia
entre 4,5% e 6,67%.
Após a produção do ferro gusa, este é levado para a aciaria, onde o gusa fundido, juntamente com
outros elementos tais como manganês, silício, calcário, e ainda pequeníssimas quantidades de enxofre e
fósforo, sofrerá uma redução do carbono resultando na fabricação dos diversos tipos de aço carbono para
atender as diversas áreas industriais do país.

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O aço fabricado nas aciarias é despejado em moldes chamados de lingoteiras onde assumem a
forma de lingotes que serão levados ao processo de conformação onde assumem diversas formas, tais
como barras, chapas, vergalhões, arame, etc.
Existem diversas formas de se conformar o aço dentre as quais as principais são: laminação,
trefilação e extrusão.

Módulo I – Generalidades, Processos de Soldagem e EPI’s


Generalidades:

Diferença Entre Soldagem e Colagem

Soldagem (Welding): há interação metalúrgica.


Colagem: não há interação metalúrgica.

Conceitos Básicos da Soldagem

A soldagem em si é um procedimento muito complexo e de grande responsabilidade. Iremos aqui,


enfocar termos que são de suma importância para o bom desenvolvimento desta unidade.
Em soldagem, no que se refere à terminologia, é difícil a desvinculação dos termos técnicos da
língua inglesa. Estes, sempre que possível, serão mencionados entre parênteses para permitir um perfeito
entendimento da matéria.

Soldar (Weld): é unir dois metais ou ligas metálicas com ou sem fusão dos mesmos, com ou sem
elemento de adição, podendo ou não existir pressão, sob ação geralmente de calor, de modo que não haja
descontinuidade física ou metalúrgica.
Soldagem (Welding): é a operação de soldar.
Solda ou Soldadura (Weld): é o resultado da operação de soldar.
Cordão de solda (“Weld beat”): Deposito de solda resultante de um passe.
Soldador (“Welder”): É o profissional qualificado a executar uma soldagem que pode ser manual o
semi-automática, em sua realização podemos executar vários tipos de soldagem e soldas.
Metal de Base (Base Metal): são os metais a serem unidos nos processos de soldagem.
Metal de Adição (Filler Metal): é o metal a ser adicionado à junta durante a soldagem.
Poça de Fusão: É o metal de adição é fundido pela fonte de calor e misturado com uma quantidade de
metal de base também fundido.
Soldabilidade (“Weldability”): É a facilidade que os materiais têm de se unirem por meio de soldagem e
de formarem uma série contínua de soluções sólidas coesas, mantendo as propriedades mecânicas dos
materiais originais.
Soldagem Autógena (“Autogenous Welding”): é aquela em que o cordão de solda se apresenta com as
características mais próximas dos metais de base que por sua vez, têm que ser iguais. Este processo
geralmente é executado com fusão de materiais sem a participação de metal de adição.

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Consumível de Soldagem: são todos os materiais empregados na decomposição ou proteção da solda.
Fluxo “(Flux”): Material fusível usado para evitar, dissolver ou facilitar a remoção de óxidos e outras
substâncias superficiais indesejáveis à poça de fusão.
Gás de Proteção (“Shielding Gás”): Gás utilizado para prevenir contaminação pela atmosfera ambiente.
Gás Inerte (“Inert Gás”): Gás que não combina quimicamente com o metal de base ou metal de adição
em fusão.
Vareta de Solda (“Welding Rod”):Tipo de metal de adição utilizado para soldagem ou brasagem,
normalmente em comprimento retilíneo, o qual não conduz corrente elétrica durante o processo.
Goivagem (“Gouging”): Operação pela qual se forma um bisel ou um chanfro através de remoção de
material.
Goivagem a Arco (“Arc gouging”): Operação pela qual se forma um bisel ou um chanfro através de
remoção de material por arco elétrico.
Goivagem na Raiz (“Back Gouging”): Remoção do metal de solda e do metal de base pelo lado oposto
de uma junta parcialmente soldada para facilitar a fusão e a penetração na soldagem subseqüente naquele
lado.

Processos de Soldagem a Arco Elétrico

Soldagem a Arco Elétrico (“Arc Welding”): Operação referente a grupo de processos de soldagem que
produz a união de metais pelo aquecimento destes por meio de um arco elétrico, com ou sem aplicação de
pressão e com ou sem o uso de metal de adição.
Eletrodo Não-Consumível: é o eletrodo que permite apenas a abertura do arco elétrico (fonte de calor),
não sendo utilizado como metal de adição.
Eletrodos Consumíveis: são aqueles que além de permitirem a abertura do arco elétrico, são também o
próprio metal de adição.

Tabela 1: Tipos de Eletrodos

Processos de soldagem a Arco Elétrico

 SMAW, ( ELTRODO REVESTIDO) com sua versatilidade de materiais a serem soldados;


 GTAW, ( TIG ) com seu controle de energia do arco;
 GMAW,( MIG MAG ) com a sua alta produtividade a baixo custo;
 FCAW,( ARAME TUBULAR) com sua alta taxa de deposição e ótimo acabamento superficial
do cordão de solda;

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 SAW,( ARCO SUBMERSO )com sua elevada taxa de deposição e exigência de mecanização;
 PAW ( PLASMA ), com sua densidade de energia concentrada no arco.

Tipos de Soldagem

Soldagem em Estruturas: Conjunto de partes a serem soldadas de uma construção, que se destina a
resistir às cargas.
Soldagem Automática (“Automatic Welding”): Soldagem feita com equipamento que executa a
operação de soldagem, com ajuste dos controles feito por um operador de soldagem. O equipamento pode
ou não posicionar a peça.
Soldagem Manual (“Manual Welding”): Operação realizada por equipamento de soldagem, sendo que
toda a sua seqüência é executada e controlada manualmente.
Soldagem Semi-Automática (“Semiautomatic Welding”): Operação realizada com equipamento de
soldagem que controla somente a alimentação do metal de adição. A progressão da soldagem é controlada
manualmente.

Tipos de Solda
Solda de Aresta (“Edge Weld”): Solda executada numa junta de aresta.

Figura 1: Solda de Aresta.

Solda de Costura (“Seam Weld”): Solda contínua executada entre ou em cima de membros sobrepostos.
A solda contínua pode consistir de um único cordão de solda ou de uma série de soldas por pontos
sobrepostos, conforme as figuras (a) e (b).

(a) (b)

Figura 2: (a) Solda de costura em junta sobreposta Figura 2: (b) Solda de costura em junta de ângulo

Solda de Fixação (“Tack Weld”): Uma solda feita para fixar os membros de uma junta em posição de
alinhamento até que a solda seja feita.
Solda Descontínua: Solda na qual a continuidade é interrompida por espaçamentos sem solda.
Solda Descontínua Coincidente: Solda descontínua, executada em ambos os lados de uma junta de
ângulo, composta por cordões igualmente espaçados, de modo que um trecho de cordão se oponha ao
outro, também a chamamos de solda em cadeia.

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Figura 3: Solda Descontínua Coincidente.

Solda Descontínua Intercalada: Solda descontínua, executada em junta de ângulo, geralmente em T,


composta por cordões igualmente espaçados, de modo que um trecho dos cordões se oponha a uma parte
não soldada, também a chamamos de solda escalão.

Figura 4: Solda Descontínua Intercalada.

Solda de Selagem (“Seal Weld”): Solda executada com a finalidade de impedir vazamentos.
Solda de Tampão (“Plug Weld”): Solda executada em um furo circular ou não, localizado em uma das
superfícies de uma junta sobreposta ou em T, que une um componente ao outro. As paredes do furo
podem ser paralelas ou não e o furo pode ser parcial ou totalmente preenchido com metal de solda.

Figura 5: Solda de Tampão.

Solda de Topo (“Butt Weld”): Solda executada em uma junta de topo.

Figura 6: Solda de Topo.

Solda em Ângulo (“Fillet Weld”): Solda cuja seção transversal apresenta-se aproximadamente
triangular, com um ângulo geralmente reto entre as superfícies a serem unidas.

Figura 7: Solda em Ângulo em Junta de “T”.

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Solda em Chanfro (“Groove Weld”): Solda executada em uma junta, com bisel previamente preparado.
Solda Forte: Brasagem (Processo de união de materiais onde apenas o metal de adição sofre fusão. O
metal de adição se distribui por capilaridade na fresta formada pelas superfícies da junta, após fundir-se a
temperatura superior a 450 °C.)
Solda Fraca (“Soldering”): Processo de união de materiais onde apenas o metal de adição sofre fusão. O
metal de adição se distribui por capilaridade na fresta formada pelas superfícies da junta, após fundir-se à
temperatura inferior a 450 °C.
Solda Homogênea: Solda executada de modo que a composição química do metal de solda seja próxima
à do metal de base.
Solda Heterogênea: Solda executada de modo que a composição do metal de solda seja
significativamente diferente da composição do metal de base.
Solda por Pontos (“Spot Welding”) (solda de tampão): Solda executada entre ou sobre membros
sobrepostos, cuja fusão ocorre entre as superfícies em contato ou sobre a superfície externa de um dos
componentes. A seção transversal da solda no plano da junta é aproximadamente circular conforme as
figuras (a) e (b).

(a) (b)
Figura 8: Solda por Pontos.

Solda Provisória (“Temporary Weld”): Solda destinada a manter fixas uma ou mais peças em um
equipamento ou estrutura para uso temporário no manuseio, movimentação ou transporte do equipamento
ou da estrutura.

São vários fatores que envolvem uma soldagem de boa qualidade, onde podemos ressaltar que a
posição em que a peça se encontra é que determina a posição de soldagem adequada para executá-la.

EPI’s – Equipamento de Proteção Individual

Os equipamentos de proteção individual são desenvolvidos de forma que garantam a proteção do


soldador contra os diversos perigos oferecidos tanto pelos ambientes de soldagem como também pelos
resíduos da soldagem. Os resíduos da soldagem podem ser entendidos como, fumos, gases, radiações,
fagulhas, cavacos, limalhas, respingos de metal incandescente, etc. Portanto os EPI’s são de grande
importância para a manutenção da vida e da saúde das pessoas que trabalham com algum tipo de processo
de soldagem. É importante também não negligenciar o uso correto de um EPI, visando facilitar o trabalho
de forma que o soldador se exponha de alguma forma a algum tipo de risco.

Máscaras
São fabricadas de material incombustível, isolante térmico e elétrico, leve e resistente (fibra de
vidro, fibra prensada, etc.). Servem para proteger o soldador dos raios, dos respingos e da temperatura
elevada emitida durante a soldagem. As máscaras possuem filtros de luz (vidros protetores), que devem
absorver no mínimo 99,5% da radiação emitida nas soldagens. A tonalidade desses filtros - que devem ser
protegidos em ambos os lados por um vidro comum incolor - deve ser selecionada de acordo com a
intensidade da corrente, para que haja absorção dos raios emitidos (infravermelhos e ultravioletas).

Obs: Para soldar ou cortar, usar máscara com vidro ou dispositivo de opacidade adequado ao processo

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e à aplicação prevista.

A tabela abaixo orienta quanto à opacidade recomendada para a proteção em função do processo e
da faixa de corrente usados. Como regra geral, iniciar com uma opacidade alta demais para que se veja a
zona do arco; reduzir então a opacidade que se tenha uma visão adequada da área de soldagem, sem
problema para os olhos.

Filtros Recomendados (adaptado da norma de segurança ANSI Z49.1)

Tabela 2: Filtro de Proteção Relação Corrente / Opacidade

Se essa classificação for obedecida, a absorção dos raios infravermelhos e ultravioletas será de, no
mínimo, 99,5%. A montagem dos vidros nas máscaras deve ser feita conforme mostra a figura abaixo.

Figura 9: Montagem das lentes de uma máscara de solda

As máscaras de soldagem protegem o rosto e os olhos do soldador contra queimaduras provocadas


por respingos produzidos por alguns processos de soldagem e principalmente pela radiação emitida pelo
arco elétrico. As mangas e aventais, bem como, os macacões e perneiras, protegem o soldador dos
respingos e das radiações. As luvas além de terem as mesmas funções das roupas, elas também protegem
o soldador de choques elétricos, visto que, toda estrutura que está sendo soldada fica energizada durante
todo o tempo da realização da soldagem. As botas sendo feitas de materiais isolantes também protegem o
soldador contra choques elétricos. Deve-se prestar atenção para o fato de que no processo de soldagem os
valores de corrente elétrica é muito alta para a resistência do corpo humano. Muitos soldadores
confundem corrente elétrica com tensão elétrica. A tensão é apenas uma força que impulsiona a corrente
elétrica a se mover pelo condutor elétrico (cabo de soldagem). Os riscos que se corre por estar exposto
sem nenhuma segurança aos elevados valores de corrente elétrica são grandes. Os maiores riscos dentro
da soldagem em função da corrente elétrica são: choque elétrico e radiação.

Radiação

A maioria dos processos de soldagem a arco elétrico e corte, soldagem a laser e soldagem e corte
oxi-acetilênica e brasagem, a quantidade de radiação emitida requer medida de segurança.

Definição

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A radiação é energia eletromagnética fornecida pelo arco que pode ferir os olhos e queimar a pele.
Um soldador vê a luz visível do arco, mas não vê ou não percebe a radiação ultravioleta e a
infravermelha. A radiação muitas vezes é silenciosa e indetectável, mas pode causar sérios danos ao corpo
humano.

Efeitos da Radiação

Os efeitos da radiação dependem do comprimento da onda, intensidade e do tempo exposto a


energia radiante. Apesar de uma variedade de efeitos serem possíveis, seguem-se dois dos principais
danos mais comuns: queimadura na pele e danos aos olhos.

Tipos de Radiação

Radiação ionizante (raios X)

Produzida por processos de soldagem por feixe eletrônico. Pode ser controlada dentro dos limites
aceitáveis quando é usada proteção adequada na área ao redor dos feixes de elétrons.
Esta radiação é produzida durante a ação de esmerilhar (apontar) a ponta do eletrodo de tungstênio –
thório para o processo TIG / GTAW. O pó formado pelo esmerilhamento é radioativo. Este tipo de
radiação pode ser controlado pela exaustão local.

Radiação não Ionizante (raio ultravioleta, e infravermelho)

A intensidade e comprimento de onda da energia produzida dependem do processo e dos


parâmetros de soldagem, da composição química do metal de base e do eletrodo (vareta ou arame), fluxo
e qualquer camada de revestimento do metal de base e do metal de adição.
A radiação ultravioleta aumenta aproximadamente ao quadrado em relação a energia de soldagem.
A radiação visível emitida pelo arco aumenta numa taxa muito menor.
Processos que utiliza argônio como gás de proteção aumenta a emissão de radiação ultravioleta.
Para se proteger da radiação ionizante deve-se evitar inalar o pó do esmerilhamento da ponta dos
eletrodos de tungstênio – thório. A radiação emitida pelo eletrodo de tungstênio – thório durante a
soldagem e descarte de resíduo, armazenamento são praticamente desprezíveis em condições normais.
Para se proteger da radiação não ionizante, deve-se usar capacetes ou máscaras com filtro de
proteção adequados de acordo com a norma ANSI Z87.1. As cortinas coloridas usadas como proteção na
área de soldagem não devem ser usadas como filtros de soldagem, pois elas não impedem a ação da
radiação, só quebra o brilho luminoso do arco.
O equipamento de proteção individual é extremamente necessário para evitar a exposição a estas
radiações desde que sejam respeitados as normas vigentes para cada processo de soldagem. Por exemplo:
o processo TIG com gás de proteção argônio emite uma radiação ultravioleta mais forte que outros
processos a arco elétrico, sua lente de proteção contra os raios ultravioleta é de número 12. Um valor
abaixo disso não impedirá a passagem da radiação ultravioleta que agirá silenciosamente, ou seja, seus
efeitos maléficos aparecerão depois de um bom tempo de exposição a esta radiação.

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Segurança e Higiene

Um ambiente de trabalho deve estar sempre bem limpo, arejado e organizado com o intuito de evitar
acidentes, danos a saúde e a improdutividade. Estes três fatores são de extrema importância para se riscos
desnecessários. Um ambiente de trabalho limpo impede que uma peça, ou qualquer objeto jogado ou fora
de lugar poça causar um acidente.

Trabalho em Grupo

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A importância de trabalhar sempre visando o bem estar e desenvolvimento tanto próprio, quanto a dos
colegas de trabalho, são hoje em dia pontos de grande relevância dentro de uma empresa. A união faz a
força. É muito importante que as pessoas saibam trabalhar em equipe não só pensando na sua
produtividade pessoal, mas na produtividade de todos.

Módulo 2 – Processo de Soldagem por Arco Elétrico Com Eletrodo Revestido

História do Eletrodo Revestido

O primeiro eletrodo consistia em um arame de aço que produzia, uma solda frágil e, cheio de
defeitos. O arco elétrico sempre superaquecia o metal de base, e este era fragilizado devido a reação com
o ar.
Em 1907, o sueco Oscar Kellberg desenvolveu o primeiro eletrodo revestido através da imersão da
vareta do arco em uma solução de celulose. Nesta época o revestimento do eletrodo tinha mais a função
de estabilizar o arco do que proteger e purificar o metal de solda.
Em 1912, o americano Strohmenger conseguiu patentear um eletrodo revestido que produzia um
metal de solda com propriedades mecânicas adequadas. Porém o processo de fabricação ainda era
extremamente caro nessa época.
Na primeira guerra mundial, houve um grande avanço na utilização deste processo, devido a
necessidade de fabricação de navios para transporte de tropas em substituição ao processo de rebitamento
tradicionalmente usado nas chapas.
Em 1927 desenvolveu-se um estudo para aplicação do revestimento, o que reduziu
substancialmente o custo de fabricação do eletrodo revestido. Esta técnica permitiu variar a composição
do revestimento do eletrodo para obter-se determinadas características operacionais e mecânicas. Este
desenvolvimento proporcionou um grande passo na evolução da soldagem com arco elétrico. O processo
com eletrodo revestido fixou-se e expandiu em sua utilização sendo, até hoje um dos mais usuais no
processo de solda.

Equipamento de Soldagem

Uma das razões para a grande aceitação do processo SMAW é a simplicidade do equipamento
necessário. O equipamento de soldagem consiste na fonte de energia, no porta-eletrodos (tenaz) e nos
cabos e conexões.

Figura 10: Equipamento para soldagem por eletrodo revestido (SMAW)

Porta Eletrodos

Os porta-eletrodo serve para a fixação e energização do eletrodo. É fundamental a correta fixação


e boa isolação dos cabos para que os riscos de choque sejam minimizados. As garras devem estar sempre

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em bom estado de conservação, o que ajudará a evitar os problemas de superaquecimento e má fixação do
eletrodo, podendo vir a soltar-se durante a soldagem. Um porta-eletrodo é dimensionado para trabalhar
em uma determinada faixa de diâmetros. Esta limitação vem não só da abertura máxima nas garras para
encaixar o eletrodo, como também, e principalmente, pela corrente máxima que pode conduzir.
Um porta-eletrodo para ser utilizado em valores de corrente mais elevados, necessita ser mais robusto, o
que fará com que seu peso aumente. Como o peso é um fator determinante na fadiga do soldador, deve-se
sempre procurar especificar o menor porta-eletrodo possível, para a faixa de corrente que se pretende
trabalhar.

Figura 11: Acessórios do porta-eletrodo

Cabos Flexíveis (Cabo de Solda e Cabo Terra)

Os cabos transportam a corrente elétrica da fonte de energia ao porta-eletrodo (cabo de soldagem),


e da peça de trabalho para a fonte de energia (cabo de retorno ou cabo terra) para possibilitar a soldagem.
Os cabos podem ser de Cobre ou de Alumínio, devem apresentar grande flexibilidade de modo a facilitar
o trabalho em locais de difícil acesso. É necessário que os cabos sejam cobertos por uma camada de
material isolante, que deve resistir entre outras coisas à abrasão, sujeira e um ligeiro aquecimento que será
normal devido a resistência à passagem da corrente elétrica.

Figura 12: Cabos Flexíveis

Os diâmetros dos cabos dependem basicamente dos seguintes aspectos:

 Corrente de soldagem,
 Ciclo de trabalho do equipamento (tempo de duração da soldagem),
 Comprimento total dos cabos do circuito (interfere nos valores de corrente de soldagem e queda
de tensão),
 Fadiga do operador (esforço físico)

Estes quatro itens atuam de maneira antagônica. Enquanto que para os três primeiros seria ideal o
cabo com o maior diâmetro possível, (menor chance de superaquecimento para os dois primeiros e menor
perda de corrente para o terceiro) no último item é exatamente o oposto, pois ocorre aqui o mesmo que
com as portas–eletrodos, um cabo resistente a maiores valores de passagem de corrente é
consequentemente mais robusto e por sua vez mais pesado causando com isto maior fadiga ao soldador.
Para os cabos confeccionados em cobre, a tabela abaixo, indica os diâmetros recomendados em
função da corrente, fator de trabalho e, principalmente, comprimento do cabo.

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Tabela 3 – Diâmetros Recomendados de Cabos Para Soldagem

Conceito de Soldagem Pelo Processo de Eletrodo Revestido.

É o processo de soldagem por meio de um arco elétrico com eletrodo revestido que consiste,
basicamente, na abertura e manutenção de um arco elétrico entre a alma do eletrodo revestido e a peça a
ser soldada. A soldagem a arco elétrico com eletrodo revestido (Shielded Metal Arc Welding – SMAW),
também conhecido como soldagem manual a arco elétrico, é o mais largamente empregado dos vários
processos de soldagem.
A soldagem é realizada com o calor de um arco elétrico mantido entre a extremidade de um
eletrodo metálico revestido e a peça de trabalho. O calor produzido pelo arco funde o metal de base, a
alma do eletrodo e o revestimento. Quando as gotas de metal fundido são transferidas através do arco
para a poça de fusão, são protegidas da atmosfera pelos gases produzidos durante a decomposição do
revestimento. A escória líquida flutua em direção à superfície da poça de fusão, onde protege o metal de
solda da atmosfera durante a solidificação. Outras funções do revestimento são proporcionar estabilidade
ao arco e controlar a forma do cordão de solda. Veja a figura 13

Obs: A função do arco elétrico é fornecer calor para formar a poça de fusão no metal de base e
transferir o metal de adição do eletrodo para a poça de fusão.

Arco Elétrico

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Conceito – O arco elétrico consiste de uma descarga elétrica mantida através de um plasma condutor, a
alta temperatura, produzindo suficiente energia térmica utilizável para união de metais, através da fusão,
ocasionando o metal de solda.

Figura 13: Processo de Soldagem Por Eletrodo Revestido

Influência da Atmosfera na Poça de Fusão

A menos que se solde em uma câmara de vácuo, o que é impensável devido ao custo, todos os
processos de soldagem por arco elétrico precisam de algum tipo de proteção para evitar contaminações da
atmosfera.
No caso do processo de soldagem aqui estudado, será o revestimento dos eletrodos que, entre outras
coisas, produzirá uma proteção gasosa através de sua queima, como visto no tema acima sobre os
revestimentos e suas funções. Agora estudaremos os inconvenientes da soldagem provocados por
soldagens com arames sem revestimento (e sem proteção gasosa). Um eletrodo sem revestimento e sem
nenhum outro tipo de proteção, após sua fusão perde parte de seus elementos e deposita um metal
nitretado e oxidado, cujo valor das propriedades mecânicas será relativamente inferiores as das chapas de
aço doce. Estes dois elementos químicos (Nitrogênio e Oxigênio) são os principais para influenciar a
deterioração das propriedades, e são detalhados a seguir:

Oxigênio

É provado que, durante a fusão de um eletrodo sem revestimento, a maior parte do Carbono e do
Manganês contidos no aço do eletrodo é queimada durante a operação de soldagem, o que naturalmente
irá influenciar as propriedades mecânicas do metal depositado, já que as propriedades de um aço
dependem basicamente, do seu teor de Carbono e Manganês. O Carbono transforma-se em óxido de
Carbono (CO), e em dióxido de Carbono (CO2), enquanto o Manganês transforma-se em óxido de
Manganês (Mn3O4). O Silício, extremamente ávido pelo Oxigênio, queima-se igualmente, dando origem
a uma escória de sílica (SiO2).
Numerosos ensaios permitem concluir que a fusão de um eletrodo sem revestimento e sem a adição
de nenhum outro tipo de proteção, provoca uma forte oxidação do Carbono, Manganês e Silício. Outras
reações químicas são menos importantes. Os teores de Enxofre (S) e de Fósforo (P) variam pouco. É
importante salientar que, os fenômenos de oxidação dependem basicamente das condições operatórias e
do comprimento do arco.
Um arco longo (tensão elevada) conduzirá a reações de oxidação mais importantes do que um arco

13
curto. Além disto, as características da fonte de alimentação elétrica (corrente contínua ou alternada),
desde que forneçam condições para um arco estável, não terão grande influência sobre estes fenômenos.
Aqui vale a pena destacar que não é possível soldar com eletrodo sem revestimento em corrente alternada
com as fontes de soldagem convencionais, a menos que se recorra a uma ionização artificial, através de
uma faísca piloto.
Além destas reações químicas, o Oxigênio do ar pode ter uma ação direta sobre o Ferro. Ele pode,
durante a sua transferência para o metal de base e ao nível do banho de fusão, formar sobre as gotas uma
película de óxidos.
Este óxido formado tem a solubilidade muito baixa (0,05%) no metal. As partículas de óxido serão
postas em evidência em metalografia, devido a precipitarem entre os cristais sobre a forma de FeO
quando o grão é saturado de óxido. O Oxigênio dissolvido no aço sob a forma de óxido é muito difícil de
dosar pelos métodos de análise tradicionais.

Nitrogênio

Embora nas operações normais o Nitrogênio não tenha grande afinidade com o Ferro, nas altas
temperaturas do arco elétrico há a possibilidade de formação de nitrato de Ferro.
Mesmo que, a quantidade deste nitrato formado seja normalmente muito pequena, ele tem graves
conseqüências porque tornará a solda frágil, diminuindo a resiliência do metal depositado.
O Nitrogênio combinado é difícil de identificar principalmente porque não aparece sobre a forma
de nitrato, e sim sob a falsa aparência de perlita não identificável ao microscópio. Diversos trabalhos
mostram que a presença destes nitratos aumenta substancialmente a dureza, aumenta em menor
quantidade a resistência à tração, mas diminui rapidamente o alongamento a ruptura e a estricção (ponto
de ruptura do metal), a resistência à fadiga e a resiliência (é a propriedade que um metal tem de se
recuperar ou se adaptar rapidamente da deformação que sofre após cessar a força que o deformava). Em
suma, quando o teor de Nitrogênio ultrapassa o valor de 0,03% há uma diminuição nos valores das
propriedades mecânicas.

Funções do Revestimento

Os eletrodos revestidos são constituídos por uma alma metálica envolvida por um revestimento
composto de materiais orgânicos ou minerais de teores bem definidos.
A alma metálica normalmente tem composição química similar a do metal de base, porém pode ter
composição totalmente diferente no caso da soldagem do ferro fundido, onde a alma é de níquel.
O revestimento também tem funções importantes durante a soldagem, didaticamente podemos
classificá-los em funções elétricas, físicas e metalúrgicas.

Funções Elétricas

Isolamento – o revestimento é um mal condutor de eletricidade e assim isola a alma do eletrodo evitando
aberturas laterais do arco, orienta a abertura do arco para locais de interesse, ou seja, para o local exato
onde deverá ocorrer a soldagem.
Ionização – o revestimento contém silicatos de manganês (Mn) e Níquel (Ni) que ionizam a atmosfera do
arco, ou seja, melhora a condução da eletricidade através dos gases que se formam para a proteção da
poça de fusão durante a soldagem. A atmosfera ionizada facilita a passagem da corrente elétrica, dando
origem a um arco estável.

Funções Físicas

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Fornece gases para a formação da atmosfera protetora das gotículas do metal de solda com uma
ação do H2 e O2 da atmosfera. O revestimento flui e depois solidifica sobre o cordão de solda formando
uma escória que protege o cordão da oxidação pela atmosfera normal, enquanto a solda está resfriando.
Proporciona também o controle da taxa de resfriamento, contribuindo no acabamento do cordão de solda.

Funções Metalúrgicas

 Podem-se adicionar elementos de liga no metal de solda


 Alteram-se as propriedades químicas e mecânicas da solda.
 A escória diluída limpa o metal de solda.

Os Principais Tipos de Revestimentos e Suas Características Individuais

 Celulósico – boa penetração, escória fina e destacável, muitos respingos e mau acabamento.
 Rutílico ou Oxido de Titânio – cordões de acabamento, chapas finas e baixa penetração.
 Básico – baixo hidrogênio, baixa sensibilidade a trinca e fissura, excelentes propriedades
mecânicas e boa soldabilidade.
 Ácido com Pó de Ferro – constituído de silicato de pó de ferro, escória facilmente removível, alta
velocidade de deposição e poucos respingos.
 Rutílico com Pó de Ferro – arco suave, boa aparência, alta eficiência de soldagem, solda de canto
em um só passe na posição plana.

Funções do Revestimento

O revestimento do eletrodo revestido tem diversas funções e aplicações que garantem uma boa
soldabilidade. São elas:

 Proteção Gasosa.
 Reduzir a velocidade de solidificação.
 Permitir a de gaseificação do metal de solda.
 Facilitar a abertura e estabilização do arco elétrico.
 Introduzir elementos de liga no depósito e desoxidar o metal de solda.
 Facilitar a soldagem de liga nas diversas posições.
 Servir de guia as gotas em fusão na direção da poça de fusão.
 Constituir-se de isolante na solda de chanfros estreitos ou de difícil acesso.

Módulo 3 – Eletrotécnica Básica; Circuito do Arco Elétrico

Tensão e Corrente Elétrica

Tensão elétrica é a diferença de potencial elétrico entre dois pontos. Sua unidade de medida é o
volt, em homenagem ao físico italiano Alessandro Volta. Por outras palavras, a tensão elétrica é a "força"
responsável pela movimentação de elétrons em um condutor. A tensão elétrica é uma força motriz que
surge nos metais condutores de energia elétrica após serem oscilados num campo magnético uniforme.
A corrente elétrica é apenas a passagem de elétrons na superfície dos condutores metálicos
impulsionados pela força eletro motriz denominada tensão. Os elétrons de um condutor metálico se
movem pelas camadas dos átomos somente quando é empurrada por uma força denominada tensão

15
fazendo com que os elétrons se desloquem de forma ordenada e com sentido estabelecido, sempre do pólo
negativo para o pólo positivo.
A unidade de medida da tensão elétrica é Volts (V) e o aparelho usado para medir a intensidade de tensão
elétrica em um condutor é o voltímetro
A unidade de medida da corrente elétrica é amper (A) e o aparelho usado para medir a intensidade de
corrente elétrica é o amperímetro.

Corrente Elétrica

Corrente elétrica é o fluxo ordenado de partículas portadoras de carga elétrica que se move num
condutor elétrico impulsionado pela tensão.

Corrente Alternada

A corrente alternada, ou CA (em inglês AC - alternating current), é uma corrente elétrica cujo
sentido varia no tempo, ao contrário da corrente contínua cujo sentido permanece constante ao longo do
tempo. A forma de onda usual em um circuito de potência de corrente alternada é senoidal por ser a forma
de transmissão de energia mais eficiente.

Corrente contínua (CC ou, em inglês, DC - direct current), também chamada de corrente galvânica é
o fluxo constante e ordenado de elétrons sempre numa direção.

Como Medir os Valores de Corrente e de Tensão de Soldagem

Para se medir os valores de corrente e tensão na soldagem é preciso conhecer a forma como os
dois aparelhos são inseridos no circuito de soldagem. Para fazer a leitura da corrente elétrica podemos
utilizar dois aparelhos, o amperímetro e o multímetro também conhecido como multi – teste. No caso da
soldagem utilizaremos apenas o multi – teste por este poder efetuar a leitura tanto da corrente elétrica (A)
como da tensão elétrica (V). O tipo mais convencional e eficaz de aparelho de medidas elétricas é o
alicate amperímetro, conforme mostra a figura da esquerda acima. Para efetuar – mos a leitura da corrente
elétrica devemos abraçar o cabo da tocha, (no caso TIG), ou do porta – eletrodo (no caso do eletrodo
revestido) selecionar a seletora para efetuar a leitura de corrente elétrica e fechar o circuito iniciando a
soldagem.

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Figura 14: Medição da Corrente Elétrica de Soldagem

No caso de efetuarmos a leitura da tensão elétrica utilizaremos dois cabos de pontas de prova de
medição um preto (+) e o outro vermelho (-) que deverão ser conectados aos bornes do multi – teste nas
respectivas cores (preto e vermelho) e em seguida devem ser espetados nos cabos de soldagem
respeitando a polaridade da conexão, ou seja, ponta de prova vermelho conectado no cabo negativo da
máquina e a ponta de prova preto conectado no cabo positivo da máquina.

Figura 15: Medição da Corrente Elétrica de Soldagem

Fonte de Energia

A soldagem com eletrodos revestidos pode empregar tanto corrente alternada (CA) quanto
corrente contínua (CC), porém em qualquer caso a fonte selecionada deve ser do tipo corrente constante
(sem oscilação como na corrente contínua e na alternada com gerador de pulso de alta tensão ou
freqüência). Esse tipo de fonte fornecerá uma corrente de soldagem relativamente constante
independentemente das variações do comprimento do arco causadas pelas oscilações da mão do soldador.
A corrente de soldagem determina a quantidade de calor proveniente do arco elétrico e, desde que ele
permaneça relativamente constante, os cordões de solda serão uniformes em tamanho e em forma.
Os transformadores fornecem somente correntes alternadas. Os retificadores transformam a
corrente alternada da rede em corrente contínua disponível para a soldagem. Os geradores podem fornecer
correntes contínua e alternada. Os inversores fornecem correntes contínuas e podem ser portáteis. (Obs.:

17
na corrente alternada o arco não é estável dificultando o processo de soldagem. A menor oscilação da
mão do soldador pode levar a extinção do arco).

Fontes de Energia

Podemos utilizar como fontes de energia elétrica para obtenção do arco elétrico para soldagem três
tipos de máquinas:

Figura 16: Geradores de Solda

Figura 17: Transformador de Solda

18
Figura 18: Retificador de Solda

Figura 19: Inversor de solda

Características das Máquinas de Solda

A soldagem a arco elétrico utiliza uma fonte de energia (máquina de soldagem) projetada
especificamente para esta aplicação sendo capaz de fornecer tensão e corrente na ordem de 10 a 40 volts e
10 a 1200 ampéres. O funcionamento de uma máquina de soldagem depende muito de suas características
estáticas e dinâmicas afetando a característica do arco e a aplicabilidade da fonte de acordo com o
processo utilizado.
As características “estáticas” das máquinas de solda estão relacionadas aos valores médios de
tensão e corrente na saída da fonte. As características “dinâmicas” estão relacionadas às variações
transientes de corrente e tensão fornecida pela fonte em resposta as mudanças que ocorrem durante a
soldagem.

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Fontes de Soldagem de Corrente Constante e Tensão Tombante

A característica principal deste tipo de fonte é apresentar uma tensão em vazio, relativamente
elevada entre 55 e 85 volts. Além disto, estas fontes permitem que haja uma variação de comprimento de
arco sem que a corrente de soldagem sofra alterações significativas alterando drasticamente o resultado
final do trabalho. A corrente de soldagem neste tipo de fonte não sofre grandes alterações mesmo quando
houver um curto-circuito entre o eletrodo e o metal de base.
As fontes de corrente constante e tensão tombante são muito recomendadas ao uso em processos
de soldagem manual onde o comprimento do arco é controlado manualmente pelo soldador como ocorre
nos processos TIG, eletrodo revestido e soldagem plasma.

Fontes de Soldagem de Tensão Constante

Estas fontes fornecem basicamente um único valor de tensão durante toda a sua faixa de operação.
Elas permitem grandes variações de corrente durante o processo de soldagem quando o comprimento do
arco varia ou quando ocorre um curto-circuito. Este comportamento de variações da corrente de soldagem
permite o controle do comprimento do arco, o qual controla a velocidade de fusão do arame, como ocorre
nos processos de soldagem onde a velocidade de alimentação do arame é constante. Estas fontes são
utilizadas nos processos de soldagem MIG e MAG e arco submerso.

Características Principais das Fontes de Soldagem de Corrente Constante

 Tensão de soldagem baixa, aproximadamente entre 5 e 25 V


 Corrente de soldagem alta, aproximadamente 8 a 600 A
 Corrente de solda regulável
 Proteção contra curto circuito
 Pequena instabilidade da corrente elétrica e do arco durante a soldagem (no caso de um
transformador)

Ciclo de Trabalho

Ciclo de trabalho pode ser definido como o tempo no qual o equipamento suporta trabalhar
em uma determinada intensidade de corrente sem que a fonte sofra sobrecarga.
Os componentes internos de uma fonte de energia tendem a se aquecer pela passagem de corrente
elétrica durante uma operação de soldagem. Por outro lado, quando não se está soldando, estando a
máquina ligada, o equipamento tende a se resfriar particularmente quando este apresenta ventiladores
internos. Assim em uma fonte operando continuamente por um longo período de tempo, a sua
temperatura interna pode se tornar muito elevada. Caso ele ultrapasse um valor crítico, dependendo das
características construtivas, o equipamento poderá ser danificado pela queima de algum componente ou
pela ruptura do isolamento do transformador, ou poderá ter sua vida útil bem reduzida.
Para se evitar este problema deve-se atentar para o ciclo de trabalho do equipamento, dado
fornecido pelo fabricante que vem no manual e estampado no rótulo de informações da máquina. O ciclo

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de trabalho é definido pela relação entre o tempo de operação permitido durante um intervalo de teste
especificado, em geral igual a 10 minutos.
Dessa forma uma fonte especificada para o ciclo de trabalho de 60% poderá operar até 6 minutos
em cada 10 minutos, ficando 4 minutos parados para resfriamento.

Observe os dados abaixo:

A fonte de energia aqui descrita é uma LHI 425, aonde sua corrente máxima vai até 425A. Em
função de sua característica construtiva para se trabalhar em plena carga com corrente máxima de 425 A
deve-se respeitar o ciclo de trabalho de 40% que quer dizer que a cada 10 minutos solda-se por 4 minutos
e deixe-a resfriar por 6 minutos. A um valor de 300 A de corrente de soldagem deve-se respeitar o ciclo
de trabalho de 60% soldando por 6 minutos deixando-a resfriar por 4 minutos. E por fim, a um valor de
corrente de soldagem máximo de 230 A trabalha-se com o ciclo de trabalho máximo, ou seja, a 100%,
significando que com esta corrente pode-se trabalhar por um longo tempo que o aquecimento interno não
é muito grande ao nível de se chegar ao ponto crítico.

Características das Máquinas de Solda

 Tensão de soldagem baixa, aproximadamente entre 5 e 25 V


 Corrente de soldagem alta, aproximadamente 15 a 800 A
 Corrente de solda regulável
 Proteção contra curto circuito
 Pequena instabilidade da corrente elétrica e do arco durante a soldagem

Características das Correntes Elétricas

Características da Corrente Continua

 Permite o uso de eletrodo pouco ionizantes (eletrodos que não provocam o aumento da
temperatura com o aquecimento dos gases de proteção).
 Melhor para aço inox, ferro fundido, básicos e celulósicos.
 Melhor para chapas finas e fora de posição
 Arco mais estável.
 Recurso de troca de polaridade influenciando na penetração (pode-se soldar com polarização
direta CCPD ou inversa CCPI).
 Pode-se soldar com corrente mais baixa.

Características da Corrente Elétrica Alternada

 Não é sensível ao sopro magnético.


 Maiores velocidade de avanço (pode-se soldar com corrente mais elevada aumentando também a
velocidade da soldagem)

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 Menor custo, peso e tamanho.
 Menor consumo de energia
 Menor custo de manutenção
 Melhor resfriamento do metal depositado, eliminando partículas de escória pela agitação da poça
(Provocado pela instabilidade da corrente elétrica).

Seleção de Fontes de Energia

O emprego de uma fonte CA, CC ou CC/CA depende do tipo de soldagem a ser realizada e dos
eletrodos utilizados. Os seguintes fatores devem ser considerados:

Seleção do Eletrodo - o uso de uma fonte corrente contínua (CC) permite o emprego de uma faixa
maior de tipos de eletrodos. Enquanto a maioria dos eletrodos é designada para ser utilizada com corrente
contínua (CC) ou corrente alternada (CA), alguns só funcionarão apropriadamente com corrente contínua.

Espessura do Metal de Base - fontes de corrente contínua podem ser utilizadas para a soldagem
tanto de seções espessas quanto de peças finas. Chapas finas são soldadas mais facilmente com
corrente contínua porque é mais fácil abrir e manter o arco a níveis baixos de corrente.

Posição de Soldagem - como a corrente contínua pode ser operada a níveis de correntes de
soldagem mais baixas, torna-se mais adequado para a soldagem nas posições sobre cabeça e vertical
que a soldagem com corrente alternada. Esse tipo de corrente pode ser empregado para a soldagem fora
de posição se forem selecionados eletrodos adequados. A soldagem nas posições mencionadas acima com
corrente alternada é inviável, porque na soldagem com corrente alternada necessita-se de uma
corrente muito alta para manter a estabilidade do arco exigindo também maior velocidade de
soldagem por parte do soldador.

Sopro Magnético – O arco elétrico está, como todo condutor elétrico, submetido a um campo
magnético. Nos casos em que a distribuição homogênea do campo magnético é impedida, há então um
desvio do arco elétrico denominado sopro magnético. O sopro magnético em si não é uma
descontinuidade, é apenas um fenômeno físico que ocorre com o arco em determinadas situações.
Todavia, quando o arco é desviado de sua trajetória, haverá interferência direta sobre o processo de
soldagem podendo surgir algumas descontinuidades.
Com isto podemos afirmar que o sopro magnético é um desvio do arco de soldagem provocado por
um campo magnético gerado no metal de solda.

Causas do Sopro Magnético e Soluções

Figura 20: Deslocamento do arco elétrico devido ao sopro magnético na extremidade da peça

22
Figura 21: Deslocamento do arco elétrico devido ao sopro magnético provocado pela peça de maior espessura

Figura 22: Deslocamento do arco elétrico devido ao sopro magnético provocado pela proximidade do grampo terra

Circuito de Soldagem

O momento do circuito de soldagem são três: momento de circuito aberto, momento de curto
circuito e momento de circuito fechado.

Figura 23: Momento de circuito aberto

Figura 24: Momento de curto circuito

Figura 25: Momento de circuito fechado

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Variação do Comprimento do Arco

Arco Elétrico

Conceito – O arco elétrico consiste de uma descarga elétrica mantida através de um plasma condutor, a
alta temperatura, produzindo suficiente energia térmica utilizável para união de metais, através da fusão,
ocasionando o metal de solda.

O comprimento do arco elétrico é a distância entre a ponta do eletrodo e o metal de base onde
ocorre o arco de solda e varia em torno entre dois e quatro milímetros de distância. A variação do
comprimento do arco elétrico interfere diretamente no processo de soldagem.

Figura 26: Comprimento ideal do arco de solda

Figura 27: Arco longo

Figura 28: Arco curto

Cuidados com o Circuito de Soldagem – em um circuito de soldagem, a fonte de corrente, os


condutores do circuito de soldagem e a peça devem formar uma unidade de maneira que fique bem a vista
do soldador. As ligações dos cabos do circuito de soldagem dever ser corretamente efetuadas. Pontes
rolantes carrinhos de transporte, objetos e ferramentas não devem fazer parte do circuito de soldagem. A
ligação do cabo obra (cabo terra) deve ser feita somente junto a peça a ser soldada, em condutores
contínuos e com bom contato elétrico. Isto porque, a passagem de corrente elétrica sobre pontos como
roldanas, pontes rolantes, engrenagens, cabos de aço, mancais, e trilhos de ponte rolante ou guindastes,

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por exemplo, forma pontos de contato elétrico produzindo: aquecimento, carbonização e perda de
energia.

Relação Corrente e Polaridade – O tipo de corrente e a sua polaridade afetam a forma e as dimensões
da poça de fusão, a estabilidade do arco e o modo de transferência de metal de adição. Em geral, a
soldagem manual com polaridade inversa produz uma maior penetração enquanto que, com polaridade
direta, a penetração é menor, mas a taxa de fusão é maior. Com corrente alternada, a penetração e a taxa
de fusão tendem a ser intermediárias, mas a estabilidade do processo pode ser inferior. Por outro lado, a
soldagem com CA apresenta menos problemas de sopro magnético, sendo melhor para a soldagem com
eletrodos e correntes maiores. Em resumo na soldagem com corrente contínua com polarização direta
(CCPD) temos: menor penetração do metal de adição no metal de base e taxa de fusão maior,
menor corrente de soldagem e deposição do metal de solda mais largo; na soldagem com corrente
contínua de polarização inversa (CCPI) temos: maior penetração do metal de adição no metal de base
e taxa de fusão menor, corrente de soldagem mais elevada e deposição do metal de solda mais fino.

Figura 29: Relação corrente e polaridade

Módulo 4 – Metal de Base e Consumíveis

Metal Base

Os materiais se compõem de átomos que se diferem entre si conforme o elemento químico que lhe
dá origem. Existem por exemplo o átomo, de ferro, alumínio, cobre, níquel, carbono, hidrogênio, cromo,
etc. Os metais são elementos químicos eletropositivos, bons condutores calor e de eletricidade.
Um aglomerado de átomo que forme uma estrutura organizada é denominado de cristal. Todos os
metais são compostos por cristais. Os cristais são estruturas organizadas de átomos, podendo ser

25
transparentes ou opacas. Todos os metais são formados por diversas estruturas denominadas estruturas
cristalinas.

Os cristais compostos por um único elemento podem se diferenciar entre si por possuírem
diferentes tipos de estruturas cristalinas e diferentes tipos e quantidades de defeitos na estrutura interna
levando os cristais a terem diferentes propriedades físicas.
Os cristais de ferro, por exemplo, podem ter durezas diferentes muito embora sua estrutura
cristalina interna seja a mesma. Os metais de diferentes composições são denominados “ligas” permitem
uma enorme variação nas suas propriedades mecânicas.
Os metais ou as ligas metálicas possuem algumas propriedades ou características importantes que se
definem em função de sua composição. São elas:

Soldabilidade – é a facilidade que um metal ou liga metálica tem de se unir por meio da soldagem.
Tenacidade – é a propriedade de um metal que permite suportar esforço considerável, aplicado lenta ou
subitamente, de modo continuado ou intermitente e deformando-se antes de trincar ou romper. Para que
um metal de base tenha uma boa soldabilidade é necessário que este apresente uma boa tenacidade.
Ductilidade – um metal de base é considerado dúctil quando pode se deformar permanentemente sem
trincar ou romper.
Fragilidade – são aqueles metais que se rompem sem que ocorra nenhuma deformação. A fragilidade é
uma propriedade contrária a ductilidade.
Elasticidade – é a capacidade que o metal tem de retornar a sua forma original depois de cessada a força
que lhe levava a deformação.
Resistência Mecânica – é a capacidade que o metal tem de resistir ou de se opor a sua destruição sob
ação de forças externas.
Dureza – é a propriedade de um metal para resistir a penetração. Do ponto de vista metalúrgico a dureza
está muito relacionada a resistência mecânica.
Resistência a Corrosão – é a capacidade que o metal tem de resistir ao ataque químico lento e gradual de
outros elementos químicos geralmente do meio ambiente.

Soldabilidade dos Aços Carbono Comuns

26
Como foi exposto os cristais podem ser formado por mistura de átomos. O aço, por exemplo, é
uma mistura de átomos de ferro e átomos de carbono. Esta mistura pode conter outros tipos de átomos
misturados. Portanto os aços podem ter diferentes composições químicas, conforme o teor de carbono e
de outros elementos de liga. Quando se tem mais de 2% de carbono diluído no ferro, então este metal já
não é denominado aço, mas sim ferro fundido.
O que determina a soldabilidade do aço é o teor de carbono. Os aços carbonos comuns e os aços
de baixas ligas apresentam boa soldabilidade até uma faixa de 0,22 % de teor de carbono em sua
composição. O valor da dureza e da fragilidade do aço depende do teor de carbono em sua composição e
das altas velocidades de resfriamento. Na soldagem a velocidade de resfriamento do aço é muito alta e
depende da energia cedida durante o processo (por unidade de comprimento da solda), da temperatura
inicial da peça (denominada temperatura de pré – aquecimento) de sua espessura e da geometria da junta.
Durante a soldagem o aço pode mudar o valor de dureza em virtude da velocidade de aquecimento e
resfriamento da peça. Aumentando o teor de carbono, aumenta-se a dureza do aço. O resfriamento muito
rápido da peça soldada ocasiona trinca na solda, portanto deve deixar o metal soldado resfriando
naturalmente. Não se deve forçar o resfriamento do mesmo. O aquecimento rápido do aço também
provoca trinca na solda, este pode ocorrer no momento de abertura do arco elétrico.

Figura 30: Área com possível tendência a valores mais elevados de dureza em virtude do calor gerado na abertura do
arco.

Vimos que com o aumento de teor de carbono no aço, aumentamos à dureza e a sensibilidade a
ocorrência de trincas e também ocorre a diminuição do ângulo de dobramento do aço, ou seja, fica mais
difícil de envergar (tenacidade).

Obs1: A soldabilidade do aço diminui com o aumento do teor de carbono, diminuindo também o seu
alongamento e aumentando a sua capacidade de tempera.
Obs2: Podemos afirmar que, quanto maior a velocidade de resfriamento e quanto maior for o teor de
carbono e de outros elementos de liga mais dura e frágil será a microestrutura do aço.

27
Tipos de Aços

Os aços são formados por uma mistura de ferro e carbono contendo outros elementos em sua
composição (aços carbono de baixo, médio e alto teor de carbono) e ainda elementos de liga
intencionalmente adicionados para lhes conferir propriedades especiais tais como os aços de baixa liga
com a soma dos teores de liga inferior a 5%, aços de média liga com a somas dos teores de liga entre 5 e
10 %, e aços de alta liga com mais de 10% de elementos de liga em sua composição.

Influência dos Elementos de Liga

Ligar é o processo de adicionar um metal ou um não metal aos metais puros tais como cobre,
alumínio ou ferro. Desde o tempo em que se descobriu que as propriedades dos metais puros poderiam ser
melhoradas adicionando-se outros elementos, os aços ligados tornaram-se mais conhecidos. Na realidade
os metais que são soldados raramente estão no estado puro. As propriedades mais importantes que podem
ser melhoradas pela adição de pequenas quantidades de elementos de liga são as durezas, as resistências
mecânicas, as ductilidades e as resistências à corrosão. Os elementos de liga mais comuns e seus efeitos
nas propriedades dos aços são os seguintes:

Carbono (C)

O carbono é o elemento mais eficaz, mais empregado e de menor custo disponível para aumentar a
dureza e a resistência dos aços. Uma liga contendo até 2,0% de carbono em combinação com o ferro é
denominada aço, enquanto que a combinação com teor de carbono acima de 2,0% é conhecida como ferro
fundido. Embora o carbono seja um elemento de liga desejável, teores altos desse elemento podem causar
problemas; por isso, é necessário um cuidado especial quando se soldam aços de alto teor de carbono e
ferro fundido.

Enxofre (S)

O enxofre é normalmente um elemento indesejável no aço porque causa fragilidade. Pode ser
deliberadamente adicionado para melhorar a usinabilidade do aço. O enxofre causa a quebra dos cavacos
antes que eles se enrolem em longas fitas e obstruam a máquina. Normalmente todo esforço é feito para
reduzir o teor de enxofre para o menor nível possível porque ele pode criar dificuldades durante a
soldagem.

Manganês (Mn)

O manganês em teores até 1,0% está normalmente presente em todos os aços de baixa liga como agente
desoxidante ou dessulfurante. Isso significa que ele prontamente se combina com o oxigênio e o enxofre
para neutralizar o efeito indesejável que esses elementos possuem quando estão em seu estado natural. O
manganês também aumenta a resistência à tração e a temperabilidade dos aços.

Cromo (Cr)

O cromo, combinado com o carbono, é um poderoso elemento de liga que aumenta a dureza dos
aços. Adicionalmente as suas propriedades de endurecimento, o cromo aumenta a resistência à corrosão e
a resistência do aço a altas temperaturas. É o principal elemento de liga dos aços inoxidáveis.

Níquel (Ni)

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A principal propriedade do aço que é melhorada pela presença do níquel é sua ductilidade ou sua
tenacidade ao entalhe. A esse respeito é o mais eficaz dos elementos de liga para melhorar a resistência ao
impacto do aço a baixas temperaturas. Consumíveis com alto teor de níquel são empregados para soldar
os diversos tipos de ferro fundido. É também utilizado combinado com o cromo para dar origem ao grupo
denominado aços inoxidáveis austeníticos.

Molibdênio (Mo)

O molibdênio aumenta fortemente a profundidade de têmpera característica do aço. É muito usado


em combinação com o cromo para aumentar a resistência do aço a altas temperaturas. Esse grupo de aços
é referido como aços ao cromo-molibdênio.

Silício (Si)

A função mais comum do silício nos aços é como agente desoxidante. Normalmente aumenta a
resistência dos aços, mas quantidades excessivas podem reduzir a ductilidade. Em consumíveis de
soldagem é algumas vezes adicionado para aumentar a fluidez do metal de solda.

Fósforo (P)
O fósforo é considerado um elemento residual nocivo nos aços porque reduz fortemente sua
ductilidade e tenacidade. Normalmente todo esforço é feito para reduzir o teor de fósforo para os menores
níveis possíveis. Entretanto, em alguns aços o fósforo é adicionado em quantidades muito pequenas para
aumentar sua resistência.

Alumínio (Al)

O alumínio é basicamente empregado como um agente desoxidante dos aços. Ele pode também
ser adicionado em quantidades muito pequenas para controlar o tamanho dos grãos.

Cobre (Cu)

O cobre contribui fortemente para aumentar a resistência à corrosão dos aços carbono pelo
retardamento da formação de carepa à temperatura ambiente, porém altos teores de cobre podem causar
problemas durante a soldagem.

Nióbio (Nb)

O nióbio é empregado em aços inoxidáveis austeníticos como estabilizador de carbonetos. Já que


o carbono nos aços inoxidáveis diminui a resistência à corrosão, um dos modos de econ-lo ineficaz é a
adição de nióbio, que possui maior afinidade pelo carbono que o cromo, deixando este livre para a
proteção contra a corrosão.

Tungstênio (W)

O tungstênio é usado nos aços para dar resistência a altas temperaturas. Ele também forma
carbonetos que são extremamente duros e, portanto, possuem excepcional resistência à abrasão.

Vanádio (V)

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O vanádio mantém o tamanho de grão pequeno após tratamento térmico. Ele também ajuda a
aumentar a profundidade de têmpera e resiste ao amolecimento dos aços durante os tratamentos térmicos
de revenimento.

Nitrogênio (N)

Usualmente é feito todo esforço para eliminar o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio dos aços
porque sua presença causa fragilidade. O nitrogênio tem a capacidade de formar estruturas austeníticas;
por isso, é ocasionalmente adicionado aos aços inoxidáveis austeníticos para reduzir a quantidade de
níquel necessária e, portanto, os custos de produção desses aços.

Aços não Ligados ou Aço Carbono

São compostos por mistura de ferro e carbono com uma quantidade variável de silício, manganês e
pequeníssimas quantidades de enxofre e fósforo. Estes aços podem ser classificados conforme o teor de
carbono que possuem. A tabela abaixo trás a classificação dos aços carbonos em função do seu teor de
carbono.

Os aços chamados aços doces são aços de muito boa soldabilidade. No entanto, quando o teor de
carbono for maior que 0,2% pode haver dificuldade de se soldar para espessuras elevadas. Devemos
lembrar que quanto maior a espessura maior será a velocidade de resfriamento e a possibilidade de surgir
uma fragilidade no metal. Os aços acima de 0,3% de carbono em sua constituição não possuem boa
soldabilidade sendo necessária muita atenção na determinação dos parâmetros de soldagem, na definição
do parâmetro de pré-aquecimento e de pós-aquecimento.
Para efeito de consulta, o quadro abaixo informa a classificação dos aços conforme as
especificações SAE, AISI e UNS.

30
Aços Inoxidáveis
31
Os aços inoxidáveis ao cromo se subdividem em duas categorias:

a) Os de menos de 12% de cromo: usado em talheres, instrumentos cirúrgicos,


eletrodomésticos, etc. São raramente soldados. Dependendo da espessura destes aços, pode ser
necessária à utilização de um pré-aquecimento e, geralmente, necessita – se submetê-los a uma
tempera em água seguida de um revenimento a 600°C.
b) Os de mais de 12% de cromo e particularmente os que estão entre 15 e 25% de cromo: o
primeiro se utiliza para a fabricação de equipamentos para a indústria química e para utensílios
domésticos. Eles possuem grande resistência a calor e são utilizados com vantagem na
fabricação de queimadores, grelhas, caixa de cementação, válvulas etc.

Os aços inoxidáveis ao cromo níquel são austeníticos mesmo a temperatura ambiente. Pode – se
reconhece-lo por sua superfície brilhante e pelo fato de não ser magnético, ou seja, o imã não o atrai. Este
aço é muito resistente como um aço duro, mas é mais dúctil e maleável que o aço extra doce. Sua
dilatação até o ponto de fusão é de uma vez e meia a dos aços carbono, sua condutibilidade térmica é
quatro vezes menor e sua resistência a corrosão é obtida a uma têmpera a 1100°C, sendo que este
tratamento não o endurece, mas pelo contrário, o torna mais macio.

Consumíveis

Conceito: Consumíveis de Soldagem são todos os materiais empregados na decomposição ou proteção da


solda, tais como: eletrodos revestidos, varetas, arames sólidos (eletrodos nus) e arames (eletrodos)
tubulares fluxos, gases e anéis consumíveis. A seleção dos consumíveis depende, principalmente, do
processo de soldagem que, por sua vez, é escolhido em função de vários fatores, entre os quais:

 Metal de base;
 Geometria e tipo de junta;
 Espessura da peça a ser soldada;
 Posição da soldagem;
 Tipo de fonte de energia;
 Produtividade;
 Habilidade do soldador, etc.

Classificação dos Eletrodos


Os eletrodos são classificados com base nas propriedades mecânicas do metal de base depositado,
tipo de revestimento, posição de soldagem e tipo de corrente. Para que um eletrodo seja enquadrado
numa determinada classe ele precisará apresentar valores mínimos de resistência a tração,
alongamento e resiliência, medidos de acordo com os métodos de testes prescritos pela própria norma.
A medida de resiliência é feita em corpo de prova com entalhe em V. A norma, além dos ensaios
mecânicos prescreve ensaios radiográficos e testes de solda em ângulo, indicando os resultados que os
mesmos devem apresentar para que o eletrodo possa ser enquadrado nas várias classes.
As normas de eletrodos para aços, agrupando-os em três categorias: aço de baixo carbono, baixa liga,
e aço de alta liga pela norma da AWS A5.169T, é:

32
Como Efetuar a Leitura Destas Simbologias:
Após a letra E virão três números genéricos representados pelas três letras XXX, (o que indica que
pode ser qualquer número) que multiplicado por mil tem-se o valor da resistência mínima de tração.
Por exemplo: E 060 – E de eletrodo revestido, 060 de 60 x 1000 psi = 60.000 psi. X1 pode ser
substituído por três algarismos (1,2 e 4) que indicam os tipos de posições para soldagem. Se o X1 for
substituído pelo número 1 dá indicação de que a soldagem pode ser feita em todas as posições; se for
substituído pelo número 2 dá a indicação de que a soldagem poderá ser feita apenas nas posições
plana e horizontal; e se o X1 for substituído pelo número 4 dá a indicação de que a soldagem poderá
ser feita nas posições: plana, horizontal e vertical. Exemplo: (E XXX X1) E 60 1 = eletrodo revestido,
60.000 psi, para todas as posições. O número X2 é analisado em conjunto com o X1. Exemplo: (E
XXX X1 X2) E6012 eletrodo revestido, 60.000 psi, todas as posições, revestimento auto rutílico-
sódio podendo ser soldado em corrente contínua direta (CC-) ou corrente alternada (CA) e de
penetração média.

A tabela abaixo mostra a forma de especificar o eletrodo de acordo com a norma AWS A5. 169 t.

33
Tabela 4: Especificação de eletrodos de acordo com a norma AWS A5.169T

Lembrete:

Existem diversos tipos de aços para as mais variadas aplicações. Todavia estes aços, em função do
seu teor de carbono se dividem em três grupos: aços de baixo carbono, médio carbono e alto carbono.
Cada um destes aços tem comportamento diferente em função de suas aplicações e em função da
reação com a atmosfera ambiente. Por exemplo: os aços de baixo carbono possuem melhor
soldabilidade do que os aços de médio e alto carbono, todavia, sua resistência mecânica e sua
resistência a ação atmosférica são bem inferiores em comparação com os aços de médio e alto
carbono. Portanto numa soldagem de uma estrutura feita com os aços de baixo carbono, os eletrodos
da série 60 são convenientes, mas, de acordo com o tipo de esforço que estes aços possam vir a ser
submetido pela obra, pode ser que haja a necessidade de utilizar eletrodos onde sua resistência
mecânica sejam maiores para efetuar a soldagem de raiz e enchimento e para o acabamento ter maior
resistência a corrosão, pode-se ainda utilizar eletrodos não só de grande resistência mecânica, mas
também eletrodos de revestimentos especiais que possuem em sua composição ligas metálicas com
elementos resistentes a corrosão como no caso do níquel e do cromo.
Para se classificar estes eletrodos, de forma que possamos conhecer suas características utiliza-se
o quinto dígito

34
Escolha do Eletrodo

Os eletrodos se dividem em quatro grupos: solidificação rápida; enchimento rápido; enchimento e


solidificação e baixo hidrogênio.

 Solidificação Rápida – alguns eletrodos devido a composição química do seu


revestimento têm como característica a solidificação rápida do cordão de solda. Exemplo:
E6010, E6011, E7010 – A1, E7010 – G e E8010 – G.
 Enchimento Rápido – o eletrodo deste grupo possui como características a alta
velocidade de deposição; permite alta velocidade em trabalhos executados na posição
35
plana; o metal se solidifica vagarosamente; tem pouca penetração e baixa solubilidade.
Exemplo: E7024, E6027, E7020 – A1.
 Enchimento e Solidificação – tem como característica enchimento e solidificação rápida,
média razão de depósito e média penetração. Exemplo: E6012, E6013, E7014.
 Baixo Hidrogênio – este eletrodo é especificado para o metal de base sensível a trinca e
que necessita de qualidade de raio X. Exemplo: E7018 e E7028.

36
37
Armazenagem, Tratamento e Manuseio.

Devem ser tomadas certas precauções na armazenagem dos eletrodos revestidos, principalmente
os eletrodos básicos de baixo teor de hidrogênio, que são muito higroscópicos e necessitam de cuidados
especiais para que suas características não sejam afetadas. Um eletrodo úmido poderá causar inúmeros
defeitos na solda: porosidade no início ou mesmo em todo o cordão de solda, trincas ao lado e sob o
cordão, porosidade vermiforme, arco instável, respingos abundantes e acabamento ruim.
É importantíssimo, pois, que todos os usuários saibam cuidar convenientemente dos eletrodos revestidos.
As latas, por ocasião de sua abertura, ficam inutilizadas para posterior armazenagem dos eletrodos
remanescentes, os quais deverão ser imediatamente colocados numa estufa apropriada. A forma ideal de
se transportar e armazenar eletrodos revestidos são em paletes. Tal sistema evitará choques e danos às
embalagens, garantindo sua estanqueidade (isolação) original. As latas deverão ser sempre guardadas na
posição vertical, com as pontas de pega voltadas para baixo, visando preservar as pontas de arco, parte
mais sensível dos eletrodos revestidos.
É recomendável que a abertura seja feita pela remoção do fundo da lata; assim, ficará bem mais
fácil pegar os eletrodos na lata, pois a ponta de pega estará descoberta, bem como a tampa remanescente
será aquela que identifica o conteúdo em tipo, diâmetro, comprimento e número de produção. O local de
armazenagem dos eletrodos em suas embalagens originais deverá ser adequadamente preparado para
permitir a manutenção das suas propriedades. Dois aspectos deverão ser considerados e bem
controlados: a temperatura e a umidade relativa do ar. As condições de armazenagem recomendadas
para os eletrodos revestidos podem ser observadas na tabela abaixo.

Tabela 5: controle da temperatura e umidade relativa do ar

Identificação de Eletrodos Revestidos Úmidos

A sensibilidade dos eletrodos revestidos à umidade do ambiente, não sendo de pleno


conhecimento dos usuários, implica na deterioração do revestimento, e na conseqüente necessidade de se
efetuar uma ressecagem sobre eletrodos úmidos. Durante a soldagem com eletrodos muito úmidos pode
ser visto um vapor de condensação branco. Se a soldagem com um eletrodo úmido for interrompida, pode
surgir uma trinca longitudinal no revestimento, partindo da extremidade do arco. A forma ideal de
analisar a umidade do revestimento de um eletrodo é realizar sua verificação em laboratório; existem
vários métodos, sendo mais difundido aquele preconizado na especificação AWS A5.1, onde, por
exemplo, são ensaiados os eletrodos básicos de baixo hidrogênio a temperaturas da ordem de 1.000°C.
Nos eletrodos que contêm componentes orgânicos os ensaios são realizados normalmente a temperaturas
em torno de 100°C, sendo conveniente, e mesmo necessárias, um teor de umidade superior a 1%, tendo

38
em vista a boa aplicabilidade do eletrodo. Nos celulósicos o teor de umidade adequado situa-se entre 3%
e 7%.

Ressecagem de Eletrodos Revestidos

A ressecagem dos eletrodos é efetuada em estufas de diversos tamanhos que atendem as


necessidades de uma obra de acordo com a demanda de consumo. Além das estufas existe também uma
estufa portátil para uso em campo que pode ser conectado a própria máquina de solda para manter
aquecidos os eletrodos revestidos e é denominada de cochicho. Os eletrodos celulósicos não são muito
higroscópicos e, como admitem teores mais elevados de umidade, dificilmente acarreta formação de
porosidades, razão pela qual raramente necessitam de ressecagem. É o caso dos eletrodos celulósicos,
cuja ressecagem deve ser evitada.
Os eletrodos básicos são os únicos que aceitam ressecagem em temperaturas mais elevadas,
permitindo redução drástica no teor de umidade do revestimento devido à diminuição da água molecular
de seus componentes sem prejuízo de suas propriedades.

Figura 31: Estufas de ressecagem e manutenção

Considerações Importantes na Ressecagem de Eletrodos Básicos.

Alguns pontos importantes deverão ser considerados na ressecagem de eletrodos básicos:

 Não prolongar a ressecagem por tempo além do recomendado pelo fabricante do consumível;
 Controlar adequadamente a temperatura / tempo de ressecagem;
 Evitar ressecagem de grandes quantidades;
 Guardar os eletrodos ressecados em estufas apropriadas;
 A ressecagem minimiza o hidrogênio proveniente da umidade do revestimento em eletrodos de
baixo hidrogênio;
 Sempre que possível, devem ser seguidas às recomendações do fabricante do consumível;
 Ressecagem em fornos adequados, aplicável para eletrodos básicos, de altíssimo rendimento,
rutílicos, para ferros fundidos e inoxidáveis;
 Para celulósicos, a ressecagem deve ser evitada;
 Manutenção da ressecagem em estufas próprias.

Tabela de Temperatura Para a Ressecagem dos Eletrodos Revestidos

A tabela VII mostra a faixa de temperatura efetiva e o período de tempo real recomendado para a
ressecagem de eletrodos revestidos.

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Tabela 6: Temperatura efetiva e o período de tempo real para a ressecagem de eletrodos revestidos

Tabela Recomendada Para a Manutenção de Eletrodos Revestidos

A Tabela VIII apresenta a faixa de temperatura efetiva na estufa de manutenção e na estufa


portátil (cochicho) recomendadas para os eletrodos revestidos.

Tabela 7: Faixa de temperatura efetiva na estufa de manutenção e na estufa portátil

Módulo 5 – Manipulação do Eletrodo; Abertura e Geração do Arco Elétrico

Técnicas para a Utilização e Manipulação e Geração do Arco Elétrico

Devido a existência de um grande número de eletrodo, cada qual com a sua peculiaridade, é
impossível generalizar as técnicas para a sua utilização e manipulação.
Em princípio a manipulação dos eletrodos deve ser o mais simples possível, para permitir a
execução de soldas com o mínimo de defeitos e também facilitar sua utilização pelo soldador.
Os parâmetros mais importantes na manipulação são: O ângulo do eletrodo e a velocidade de
soldagem, pois eles afetam diretamente a qualidade do acabamento e da própria solda executada. A figura
seguinte apresenta para várias posições de soldagem os ângulos utilizados comumente na prática para
todos os tipos de eletrodos, na execução de juntas de topo. Ilustra também o ângulo do eletrodo e também
o ângulo que o plano que contém o eletrodo e o eixo do cordão que se forma com o metal de base. Este
ângulo deve permanecer em torno de 90º, indicando em outras palavras, que o referido plano é
perpendicular ao plano do metal de base.

40
Figura 32: manipulação do eletrodo

Na soldagem manual, o controle do comprimento do arco é feito pelo soldador, refletindo, assim,
a habilidade, conhecimento e experiência deste. A manutenção de um comprimento do arco adequado é
fundamental para a obtenção de uma solda aceitável. Um comprimento muito curto causa um arco
intermitente, com interrupções freqüentes, podendo ser extinto, “congelando” o eletrodo na poça de fusão.
Por outro lado, um comprimento muito longo causa um arco sem direção e concentração, um grande
número de respingos e proteção deficiente. O comprimento do arco correto em uma aplicação depende do
diâmetro do eletrodo, do tipo de revestimento, da corrente e da posição de soldagem.
A velocidade de soldagem deve ser escolhida de forma que o arco fique ligeiramente à frente da
poça de fusão. Uma velocidade muito alta resulta em um cordão estreito com um aspecto superficial
inadequado, com mordeduras e escória de remoção mais difícil. Velocidades muito baixas resultam em
um cordão largo, convexidade excessiva e eventualmente baixa penetração.
A manipulação correta do eletrodo é fundamental em todas as etapas da execução da solda, isto é,
na abertura do arco, na deposição do cordão e na extinção do arco. Para a abertura do arco, o eletrodo é
rapidamente encostado e afastado (riscagem) da peça em uma região que será refundida durante a
soldagem e fique próxima ao ponto inicial do cordão. A abertura fora de uma região a ser refundida pode
deixar na peça pequenas áreas parcialmente fundidas, com tendência a serem temperadas e de alta dureza.
Este tipo de defeito é conhecido como “marca de abertura do arco”. Além de seu aspecto pouco estético,
estas áreas podem originar trincas em aços mais temperáveis. O agarramento do eletrodo na superfície da
peça é comum em tentativas de abertura do arco por soldadores menos experientes. Neste caso, o eletrodo
pode ser removido com um rápido movimento de torção da ponta do eletrodo. Caso este movimento não
seja suficiente, o fonte deve ser desligada ou o eletrodo separado do porta – eletrodo (menos
recomendável) e, então, removido com auxílio de uma talhadeira.
Para o arco ser aberto de forma adequada deve-se prestar atenção na corrente especificada para o
eletrodo em função do seu diâmetro e do seu revestimento. A regulagem da corrente não pode estar
abaixo da corrente mínima especificada pelo fabricante do determinado eletrodo. Se isto ocorrer a
abertura do arco estará comprometida fazendo com que o eletrodo agarre (congelando) com muito mais
facilidade.
Para abrir o arco com eletrodo revestido deve-se realizar um movimento de riscagem, semelhante
a riscagem de um fósforo. Assim que o eletrodo tocar o metal de base deve-se suspender um pouco o
eletrodo afastando-o do metal de base a uma distância suficiente para manter o arco aberto. Tão logo o
arco esteja aberto, deve-se aproximar o eletrodo do metal de base para controlar de forma mais precisa o
comprimento do arco elétrico que deve respeitar uma fixa entre 2 e 4 mm de distância. Observe o
desenho:

41
Figura 33: Abertura do arco

Durante a deposição do cordão, o soldador deve executar três movimentos principais:

 1 Movimento de mergulho do eletrodo em direção à poça de fusão de modo a manter o


comprimento de arco constante. Para isto, a velocidade de mergulho deve ser igualada à
velocidade de fusão do eletrodo, a qual depende da corrente de soldagem.
 2. Translação do eletrodo ao longo do eixo do cordão com a velocidade de soldagem. Na ausência
do terceiro movimento (tecimento), a largura do cordão deve ser cerca de 2 a 3 mm maior que o
diâmetro do eletrodo quando uma velocidade de soldagem adequada é usada.
 3. Deslocamento lateral do eletrodo em relação ao eixo do cordão (tecimento). Este movimento é
utilizado para se depositar um cordão mais largo, fazer flutuar a escória, garantir a fusão das
paredes laterais da junta e para tornar mais suave à variação de temperatura durante a soldagem. O
tecimento deve ser em geral, restrito a uma amplitude inferior a cerca de 3 vezes o diâmetro do
eletrodo. O número de padrões de tecimento é muito grande. O processo de soldagem a eletrodo
revestido depende em grande parte da habilidade do soldador, é importante observar as seguintes
técnicas operatórias:

Seleção dos Parâmetros de Soldagem

Curvas de saída tensão (V) x corrente (I) típica de uma fonte para soldagem com eletrodos
revestidos.

Figura 34: Gráfico da relação entre a tensão e a corrente típica da fonte de energia para eletrodo revestido

A correta seleção dos parâmetros de soldagem é essencial para a obtenção de uma junta soldada de
qualidade. O termo parâmetro de soldagem abrangerá neste documento todas as características do
processo de soldagem necessárias para a execução de uma junta soldada de tamanho, forma e qualidade
42
desejados que seja selecionada pelo responsável pela especificação do procedimento de soldagem. Na
soldagem manual com eletrodos revestidos, estas características compreendem, entre outras, o tipo e
diâmetro e o tipo do eletrodo, a polaridade, o valor da corrente de soldagem, o valor da tensão e o
comprimento do arco, bem como a velocidade de soldagem e a técnica de manipulação do eletrodo.
Para um dado tipo de eletrodo, o seu diâmetro define a faixa de corrente em que este pode ser
usado. A seleção deste diâmetro para uma dada aplicação depende de fatores sensíveis à corrente de
soldagem, como a espessura do material (Tabela III) e a posição de soldagem, e de fatores que controlam
a facilidade de acesso do eletrodo ao fundo da junta, como o tipo desta o e chanfro sendo usado.

A Tabela 7 mostra a relação aproximada entre a espessura da peça (e) e o diâmetro (d)
recomendado do eletrodo para a deposição de cordões na posição plana sem chanfro.

Tabela 7: Relação entre a espessura da peça e o diâmetro do eletrodo

A soldagem fora da posição plana exige, em geral, eletrodos de diâmetro menor do que os usados
na posição plana devido à maior dificuldade de se controlar a poça de fusão. Na soldagem em chanfro, as
variáveis deste são muito importantes para a escolha do diâmetro do eletrodo. Por exemplo, na execução
do passe de raiz, o diâmetro do eletrodo deve permitir que este atinja a raiz da junta minimizando a
chance de ocorrência de falta de penetração e de outras descontinuidades nesta região. Em princípio, para
garantir uma maior produtividade ao processo, devem-se utilizar, em uma dada aplicação, eletrodos com
o maior diâmetro possível (e a maior corrente) desde que não ocorram problemas com a geometria do
cordão ou com as suas características metalúrgicas.
Para um dado diâmetro de eletrodo, a faixa de corrente em que este pode ser usado depende do
tipo e da espessura do seu revestimento. A tabela 2 ilustra faixas usuais de corrente em função do
diâmetro para eletrodos celulósicos, rutílicos e básicos. O valor mínimo de corrente é, em geral,
determinado pelo aumento da instabilidade do arco, o que torna a soldagem impossível, e o valor
máximo, pela degradação do revestimento durante a soldagem devido ao seu aquecimento excessivo por
efeito Joule. A forma ideal de se obter a faixa de corrente para um eletrodo é através da consulta do
certificado do eletrodo emitido por seu fabricante.
A tabela V mostra o tipo e a faixa de corrente ilustrativa para diferentes eletrodos revestidos.

Tabela 8: Faixa de corrente para diferentes eletrodos revestidos

43
Para a soldagem vertical e sobre-cabeça, a corrente de soldagem deve ser inferior à usada na
posição plana, situando-se na porção inferior da faixa de corrente recomendada pelo fabricante. A
corrente de soldagem deve ser escolhida de modo a se conseguir uma fusão e penetração adequada das
juntas sem, contudo, tornar difícil o controle da poça de fusão. Uma maior corrente de soldagem aumenta
a taxa de fusão do eletrodo, o volume da poça de fusão, a penetração e a largura do cordão.

Parâmetro de Soldagem

Os parâmetros de soldagem são: voltagem; corrente; velocidade de avanço; polaridade da


corrente; penetração; condições, padrões de soldagem.

Voltagem – varia de acordo com o comprimento do arco. Diâmetro de eletrodo de 3 a 6 mm


provoca uma variação de 20 a 30 volts. A variação do comprimento do arco provoca um desperdício de
energia influenciando também na forma de cordão.
Corrente – é determinado por: tipo de materiais características específicas de operação como:
dimensão da junta, geometria da junta, posição de soldagem, diâmetro do eletrodo e tipo de revestimento.
Corrente alta ocasiona: trincas a quente, zona termicamente afetada (ZTA) em grandes proporções e
outros efeitos.
Velocidade de Avanço – é determinada em função da classe do eletrodo, diâmetro do eletrodo,
corrente, metal de base, posição da peça, geometria da junta, e técnica de manipulação do eletrodo.
Polaridade da Corrente – é determinada em função: revestimento do eletrodo, condutividade
térmica do metal de base, capacidade térmica da junta, e temperatura de fusão dos materiais envolvidos.
Penetração – influi diretamente na resistência estrutural da junta. Polaridade do fundente
(revestimento); polaridade; corrente; velocidade de avanço e voltagem.
Obs.: Quanto maior a corrente maior a penetração.
Condições, Padrões de Soldagem – espessura do metal de base; geometria da junta; tipo de
eletrodo; diâmetro da alma do eletrodo; outros.

Ponteamento

A finalidade do ponteamento é permitir uma fácil, correta e econômica fixação das peças a soldar.
Ele consiste em executar cordões curtos e distribuídos ao longo da junta, sendo sua função básica manter
a posição relativa entre as peças, garantindo a manutenção de uma folga adequada. O ponteamento pode
ser aplicado diretamente na junta, nos casos em que é prevista a remoção da raiz.

Figura: 35

O comprimento do ponto é determinado em função da experiência do soldador e deverá ser de tal


forma que garanta possíveis manobras na peça, e ao mesmo temo resista aos esforços de contração
causados pela operação de soldagem. Uma regra prática utilizada para peças com muitas vinculações, é
utilizar entre 1,5 a 3 vezes a espessura da chapa.
Nos casos onde não é possível a remoção da raiz, ou em casos onde se pretende uma junta
perfeitamente penetrada sem remoção, pode-se utilizar de alguns artifícios para manter o chanfro limpo e

44
a abertura adequada para a operação de soldagem. Alguns destes recursos são apresentados nas figuras
36.
Recurso utilizado para fixação da peças; dispositivo de pré-fixação conhecido como "cachorro".

Figura 36: dispositivos de pré-fixação

Execução da Raiz

A folga na montagem é fator determinante para a boa penetração do primeiro passe. Ela é diretamente
ligada ao diâmetro do eletrodo utilizado.
Para além deste fator, é importante verificar também a influência da polaridade, sendo que para o
primeiro passe, em especial em fundo de chanfro, é recomendado utilizar polaridade direta, ou seja, o
eletrodo no pólo negativo, pois neste caso, além de termos uma temperatura menor na peça, temos ainda
uma convergência do arco elétrico, que do ponto de vista da penetração é bastante benéfica.

Execução dos Passes de Enchimento

Para a execução dos passes de enchimento são possíveis três diferentes métodos de trabalho que são
descritos a seguir:

45
Figura 37: Execução dos Passes de Enchimento

Há diversas formas de promover a oscilação do eletrodo para se efetuar uma soldagem como
mostra a figura 38. Todavia, em termos práticos deve-se evitar grandes oscilações devido ao aumento do
aporte térmico sobre o material soldado, como causa do aparecimento de descontinuidades que afetam a
junta soldada.

Figura 38: Oscilação do Eletrodo

Oscilação de Eletrodo – Medida linear de deslocamento do eletrodo em relação ao vapor do seu


diâmetro

Passe Estreito – depósito de metal efetuado ao longo do eixo da solda, sem movimento lateral.

Passe Oscilante – depósito de metal efetuado ao longo do eixo da solda, com movimento lateral.

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Figura 39: Oscilação ZIG e ZAG e Meia Lua

Módulo 6 – Descontinuidades na Soldagem e Causas e Soluções


Conceito:

Designa-se como descontinuidade a qualquer interrupção da estrutura típica de junta de solda.


Neste sentido, pode-se considerar como descontinuidade, a falta de homogeneidade de características
físicas, mecânicas ou metalúrgicas do material ou da solda. A existência de descontinuidades em uma
junta não significa necessariamente que a mesma seja defeituosa. Esta condição depende da aplicação a
que se destina o componente e é, em geral, caracterizada pela comparação das descontinuidades
observadas ou propriedades medidas com níveis estabelecidos em códigos, projeto ou contrato pertinente.
Assim, considera-se uma junta soldada com defeitos quando esta apresenta descontinuidades ou
propriedades que não atendam ao exigido.
O ponto de abertura do arco é uma região que pode apresentar descontinuidades. Devido a taxa de
transmissão de calor ser muito elevada ocorre, no ponto de abertura do arco, um endurecimento
localizado no metal de base tornando este ponto suscetível a formação de trincas. Para evitar este
problema a abertura do arco elétrico deve ocorrer no ponto onde será efetuada a solda, sendo este ponto,
coberto pelo cordão de solda.

Figura 40: Ponto de Abertura do Arco

Nos locais ou nos pontos de abertura do arco ocorre uma taxa de transmissão de calor muito
elevada, deixando esta área com uma possível tendência a valores elevados de dureza. Neste ponto
durante o resfriamento do metal de base há uma forte possibilidade de ocorrer trincas.

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Figura 41: Difusão do calor ao longo da peça no momento da abertura do arco

A solda obtida pela soldagem com eletrodo revestido pode conter quase todo tipo de
descontinuidade. A seguir estão listadas algumas descontinuidades mais comuns que pode ser encontradas
quando este processo é usado.

Descontinuidades em Juntas Soldadas

Falta de Fusão (FF) – Este termo refere-se à ausência de união por fusão entre passes adjacentes de
solda ou entre a solda e o metal de base, ou, fusão incompleta entre a zona fundida e o metal de base ou
entre passes da zona fundida. A falta de fusão é causada por um aquecimento inadequado do material
sendo soldado como resultado de uma manipulação inadequada da tocha, do uso de uma energia de
soldagem muito baixa, da soldagem em chanfros muito fechados ou, mesmo, da falta de limpeza da junta.
Esta descontinuidade é um concentrador de tensões severo, podendo facilitar a iniciação de trincas, além
de reduzir a seção efetiva da solda para resistir a esforços mecânicos.

Falta de Penetração (FP) – o termo refere-se à falha em se fundir e encher completamente a raiz da
junta, ou, insuficiência de metal de solda na raiz da solda. A falta de penetração é causada por diversos
fatores, destacando a manipulação incorreta da tocha, um projeto inadequado da junta (ângulo de chanfro
ou abertura de raiz pequena) o uso de uma baixa energia de soldagem. Falta de penetração causa uma
redução da seção útil da solda (cordão de solda estreito) além de ser um concentrador de tensões.

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Condução da Tocha e Seqüência de Passes Incorretos – o controle da velocidade de soldagem e o
posicionamento adequado da pistola é muito importante para se evitar descontinuidade principalmente
quando se trabalhar numa raiz que requer maior perícia no controle e posicionamento da tocha. A
velocidade de soldagem depende muito da habilidade que possui o soldador e da boa regulagem da
corrente de soldagem. Ao efetuar uma soldagem que exige uma menor velocidade no manuseio da
tocha, deve-se utilizar uma faixa de corrente menor do que a normal. Em baixa velocidade o tempo que se
fica com o arco elétrico sobre os pontos de soldagem é maior, portanto faz-se necessário uma corrente
menor pra não ocorrer a destruição do chanfro da peça de solda pela alta temperatura de uma corrente
elevada. Inversamente a este ponto, ao se trabalhar em alta velocidade, necessita-se de uma corrente mais
elevada com o intuito de aumentar o calor da poça de fusão. Com uma velocidade maior e baixa corrente
a poça de fusão não se liquefaz e nem penetra o suficiente nos elementos de soldagem gerando falta de
fusão e falta de penetração. Com uma velocidade menor e uma corrente elevada a poça de fusão se
liquefaz rapidamente vazando a estrutura do nariz do chanfro causando mordeduras, penetração
excessiva, deposição excessiva, concavidade na raiz, entre outros. Estes problemas citados acima podem
ocorrer também com posicionamento inadequado do porta eletrodo visto que muda o direcionamento do
arco para uma parte do metal de base um pouco fora da área de soldagem.

Reforço Excessivo (RE) – provocado pela deposição excessiva do metal de adição e pela corrente de
soldagem muito alta. O reforço de uma solda é de no máximo 2mm.

Penetração Excessiva (PE) – Metal da zona fundida em excesso na raiz da solda, provocada pela
abertura excessiva da raiz e pela corrente de soldagem muito alta. Numa soldagem onde a abertura da raiz
é excessiva a corrente de soldagem deve ser baixa assim como a velocidade de soldagem.

Deposição Insuficiente (DI) – provocado pela deposição insuficiente do metal de adição e pelo
afastamento do eletrodo da poça de fusão (arco longo). Lembrando que o afastamento máximo do
eletrodo da poça de fusão é de aproximadamente 3 mm.

Concavidade na Raiz (CO) – Reentrância do metal depositado na raiz da solda. A concavidade na raiz é
o oposto da penetração excessiva. Ela é provocada pela deposição insuficiente do metal de adição e do
afastamento do eletrodo da raiz da junta.

49
Mordedura (M) – é provocada pela corrente de soldagem muito alta; pela falta de sincronismo entre o
movimento do porta eletrodo e a deposição do metal de adição e, do ângulo incorreto de soldagem.

Poros

Vazio arredondado, isolado podendo se localizar interna ou superficial na solda. Os poros podem
se manifestar em conjunto distribuídos de maneira uniforme, entretanto não alinhado denominado
porosidade se manifestando de três formas: Porosidade Agrupada – conjunto de poros agrupados;
Porosidade Alinhada – Conjunto de poros dispostos em linha, segundo uma direção paralela ao eixo
longitudinal a solda; Porosidade Vermiforme – Conjunto de poros alongados ou em forma de espinha de
peixe situados na zona fundida.

Porosidade Agrupada

Porosidade Alinhada

Porosidade Vermiforme

Trincas (T) – são consideradas, em geral, as descontinuidades mais graves em uma junta de soldada por
serem fortes concentração de tensão. As trincas resultam da atuação de tensões de tração sobre um
material incapaz de resistir a elas, em geral, devido a algum problema de fragilização. Elas podem se
formar durante, logo após a soldagem, em outras operações de frações subseqüentes a soldagem ou
durante o uso ou estrutura soldada.

50
Causas e Soluções das Descontinuidades
Apesar de todo o trabalho do soldador ser voltado para a não execução de defeitos, estes
eventualmente vêem a ocorrer. Alguns deles são característicos do processo devido a sua própria
natureza. Os defeitos e dificuldades mais característicos da soldagem com eletrodos revestidos são
comentados à seguir:

Dificuldade na Abertura do Arco

Causas Predominantes
 Maus contatos no circuito de soldagem

Soluções Práticas
 Verificar os circuitos, terminais e a ligação do cabo terra.
 Limpar e reapertar todos os contatos elétricos.

Dificuldade em Manter o Arco Aberto

Causas Predominantes
 Tensão em vazio fornecida pela fonte de soldagem inferior a necessária para a fusão do eletrodo.

Soluções Práticas
 Alterar o valor da tensão (para um valor maior) ou utilizar um eletrodo adequado para a tensão.

Projeções (O eletrodo "salpica" formando os conhecidos respingos próximos a região do cordão de solda)

Causas Predominantes
 (1) Corrente muito elevada; (2) Eletrodo úmido; (3) Má ligação do cabo terra.

Soluções Práticas
 (1) Regular a intensidade de corrente ou utilizar eletrodo de diâmetro maior; (2) Fazer a adequada
secagem e conservação dos eletrodos; (3) Para este problema, muito comum de ocorrer em

51
corrente contínua, as soluções são: mudar o local de fixação do cabo terra, soldar sempre em
direção oposta a este (ou seja, afastando-se do cabo terra), e se isto não for possível, utilizar
corrente alternada.

Aquecimento Exagerado do Eletrodo.

Causas Predominantes
 (1) Intensidade de corrente muito elevada; (2) Arco muito longo.

Soluções Práticas
 (1) Diminuir a intensidade de corrente; (2) Diminuir o comprimento de arco.

Má Aparência do Cordão de Solda (Superfície rugosa, cordão deformado).

Causas Predominantes
 (1) Eletrodos úmidos; (2) Má preparação da junta; (3) Metal de base com elevado teor de Carbono.

Soluções Práticas
 (1) Secar e conservar os eletrodos; (2) Modificar a preparação da junta; (3) Trocar o eletrodo para
um do tipo básico (preferencialmente) ou rutílico (como 2ª opção).

Porosidades (Cavidades, faltas de material, nas formas esférica/ vermicular observadas na solda).

Causas Predominantes
 (1) Chapa com umidade, verniz, tinta, graxa ou outra sujeira qualquer; (2) Metal de base com
teores de Carbono e/ou de Silício muito elevado; (3) Eletrodos úmidos; (4) Arco muito longo; (5)
Intensidade de corrente muito elevada.

Soluções Práticas
 (1) Fazer a secagem e limpeza adequada da chapa antes da operação de soldagem; (2) Mudar o
metal de base. Caso não seja possível, mudar o eletrodo para um do tipo básico ou aumentar a
temperatura de pré-aquecimento; (3) Fazer a secagem adequada dos eletrodos especialmente no
caso de eletrodos básicos; (4) Diminuir o comprimento do arco; (5) Diminuir ligeiramente o valor
da corrente de soldagem principalmente se o eletrodo utilizado for do tipo rutílico.

Mordeduras (Sulcos regularmente repartidos ao lado do cordão de solda diminuem a espessura da


ligação e criam pontos de ruptura)

Causas Predominantes
 (1) Intensidade de corrente muito elevada; (2) Chapas muito oxidadas, (3) Balanceamento do
eletrodo inadequado, permanecendo tempo demais nos cantos.

Soluções Práticas
 (1) Utilizar intensidade de corrente adequada; (2) Executar limpeza e preparação adequadas; (3)
Executar o balanço adequado.

52
Obs: Além disto, ter sempre em mente que uma velocidade de soldagem muito elevada favorece a
formação deste defeito devido a não haver tempo suficiente para a adequada deposição de material.

Falta de Penetração (A soldagem não é contínua na raiz).

Causas Predominantes
 (1) Má preparação de junta (afastamento insuficiente ou ângulo do chanfro insuficiente); (2)
Eletrodo de diâmetro muito grande; (3) Intensidade de corrente muito baixa.

Soluções Práticas
 (1) Utilizar uma preparação de junta adequada; (2) Utilizar um eletrodo de diâmetro menor; (3)
Utilizar intensidade de corrente adequada.

Inclusão de Escória (A escória fica aprisionada entre os cordões da solda)

Causas Predominantes
 (1) Chapas oxidadas; (2) Intensidade de corrente muito baixa; (3) Má repartição dos cordões; (4)
Falta ou inadequada limpeza entre os cordões.

Soluções Práticas
 (1) Executar limpeza e preparação adequadas; (2) Utilizar intensidade de corrente adequada; (3)
Planejar uma sequência adequada para dividir os cordões; (4) Fazer uma adequada limpeza entre os
cordões de solda.

Cordão Muito Abaulado ou Oco

Causas Predominantes
 Velocidade de soldagem e intensidade de corrente inadequadas

Soluções Práticas
 Fazer variar os dois parâmetros

Trincas no Cordão de Solda (Trincas formam-se no cordão de solda durante o resfriamento, ou seja,
devido ao efeito das contrações)

Causas Predominantes
 (1) Aço muito duro (% de Carbono elevada); (2) Espessura muito elevada e peça soldada sem pré-
aquecimento; (3) Falta de penetração ou secção do cordão de solda insuficiente; (4) Temperatura
ambiente muito baixa; (5) Eletrodos úmidos.

Soluções Práticas
 (1) Trocar o material ou soldar com pré-aquecimento; (2) Pré-aquecer caso utilizar material de base de
elevada espessura; (3) Executar o cordão da maneira adequada; (4) Resfriar a peça lentamente
(mantas, resfriamento no forno, etc.); (5) Secar e conservar os eletrodos.

Trincas no Metal de Base (Trincas longitudinais à solda ou propagando-se pela chapa).

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Causas Predominantes
 (1) Má soldabilidade do aço; (2) Presença de elementos indesejáveis na composição do aço como, por
exemplo, Carbono.

Soluções Práticas
 (1) Pré-aquecer caso isto não tenha sido feito; (2) Aumentar a temperatura de pré-aquecimento.

Módulo 7 – Terminologia Relativa aos Tipos de Juntas (Terminologia de


Soldagem)

A utilização de termos técnicos de soldagem tem sua estruturação a partir das normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e mais recentemente da fundação Brasileira de
Tecnologia de Soldagem (FBTS).
Esta terminologia deve ser aplicada de forma a facilitar o diálogo entre seus usuários. A viabilização
desta termologia embasa-se na experiência de profissionais de área de soldagem no Brasil e na termologia
internacional.

Preparação e Limpeza das Juntas


Graxas, óleo, poeira, camada de proteção de metal de base (tintas), ou umidade na região do cordão de
solda, todos estes fatos contribuem para o aparecimento de descontinuidades. A superfície a ser soldada
deve estar plenamente limpa para se efetuar uma boa soldagem evitando as descontinuidades. No caso de
umidade na região do cordão de solda, deve-se limpar o local com um pano seco e limpo e em seguida
aquecer um pouco toda a região de solda.

Definição de Termos

54
55
Geometria da Junta – forma e dimensão da secção transversal de junta a ser soldada; junta de topo, de
ângulo, de aresta, de quina, sobreposta.

56
Junta Soldada (Welded Joint) – união obtida por soldagem de dois ou mais componentes incluindo a
zona fundida, zona de ligação, zona afetada pelo calor e metal de base nas proximidades da solda.

Junta Dissimilar (Dissimilar Joint) – junta constituída por elementos, cujas composições químicas dos
metais de base diferem significativamente entre si.

57
Dimensão de Solda (Weld Size)

58
Diluição (Dilution) – relação entre a massa do metal de base fundido e o metal de solda.

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60
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62
Módulo 8 – Terminologia Relativa às Posições de Soldagem

Posições de Soldagem para Juntas de Topo

Juntas de Topo – Butt Joint

Junta entre dois membros aproximadamente ao mesmo plano. Nesta posição os metais de base
(valendo tanto para chapas quanto para tubos) ficam na mesma linha de soldagem tanto no sentido
vertical (um ao lado do outro) quanto no sentido horizontal (um em cima do outro). As posições de topo
são identificadas por meio de códigos de acordo com a apresentação, ou disposições dos metais de base.
A letra G é o agente que codifica a posição dos metais de base como posição de topo sendo antecedido de
números de um a seis que define a posição geométrica do cordão de solda como sendo plana, horizontal,
vertical, sobre – cabeça, fixa obrigatória e fixa obrigatória com inclinação 45º .

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Posições de Soldagem para Juntas de Ângulo

65
Módulo 9 – Simbologia da Soldagem

66
Simbologia de Soldagem.

A simbologia de soldagem diz respeito à representação gráfica de todas as informações que são
necessárias ao desenvolvimento do trabalho dos profissionais da área. As várias normas que regem a
simbologia de soldagem correspondem aos processos de trabalho de indústria européias, americanas e
asiáticas, tais como AWS – American Welding Societty; Euronorm, norma européia; ISO – International
Standard Organization; JIS – Japanese Industrial Standards. As normas mais utilizadas no Brasil são da
AWS e da ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Símbolos

Os símbolos são desenhos que representam orientações para o processo de soldagem; indicam a
geometria das juntas, as dimensões e o ângulo do chanfro, a abertura de raiz, o comprimento da solda, o
local de trabalho, entre outras informações.

Utilizam-se os símbolos para economizar espaço e trabalho nos desenhos dos projetos e, ao
mesmo tempo, fornecer tantas informações quantos se poderia encontrar em longos parágrafos; além
disso, os símbolos tornam a interpretação do desenho mais rápido e fácil os símbolos de soldagem podem
ser classificados em dois grandes grupos: O s símbolos básicos e os suplementares.

Símbolos Básicos

Os símbolos básicos de soldagem transmitem as informações elementares do processo. Segundo a


AWS, as partes sempre presentes na representação simbólica da soldagem são as linhas de referência e a
linha de seta conforme mostra a figura abaixo.

Símbolos de Soldagem

Os símbolos de soldagem constituem um importante meio técnico em engenharia para transmitir


informações. Os símbolos fornecem todas as informações necessárias à soldagem, tais como: geometria
da junta, dimensões do chanfro, comprimento da solda, se a solda deve ser executada no campo, etc.
Existem sistemas de símbolos de soldagem desenvolvidos em normas de diferentes paises. No
Brasil, o sistema mais usado é o da American Welding Society, através de sua norma AWS A2.4,
Symbols for Welding and Nondestructive Testing. Contudo, símbolos baseados em normas de outros
paises são, também, usados. Como estes símbolos são similares aos da AWS, mas apresentam diferenças
em detalhes, isto pode levar à interpretação errada de desenhos.

Um símbolo completo de soldagem consiste dos seguintes elementos.

Linha de referência (sempre horizontal),


Seta indicadora,
Símbolo básico da solda,
Símbolos suplementares,
Símbolos de acabamento,

67
Cauda, e
Especificação de procedimentos, processo ou outra referência.

Obs.: O símbolo de acabamento é simbolizado pela letra F na simbologia de soldagem, onde a


mesma se divide em:

C – Calafate G – Esmerilhamento M – Usinagem R – Laminação H – Martelamento


(chipping). (grinding). (machining). (roling). (hammoring).

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Símbolos Suplementares.

A simbologia de soldagem utiliza também símbolos suplementares para fornecer informações


mais detalhadas a respeito do tipo de trabalho a ser feito.

73
74
Dimensões de Solda

75
Módulo 10 – Metrologia

Um comerciante foi multado porque sua balança não pesava corretamente as mercadorias
vendidas. Como já era a terceira multa, o comerciante resolveu ajustar sua balança. Nervoso, disse ao
homem do conserto:

- Não sei por que essa perseguição. Uns gramas a menos ou a mais, que diferença faz?

Imagine se todos pensassem assim. Como ficaria o consumidor? E, no caso da indústria mecânica
que fabrica peças com medidas exatas, como conseguir essas peças sem um aparelho ou instrumento de
medidas?
Neste módulo você vai entender a importância das medidas em mecânica. Por isso o título do livro
é Metrologia, que é a ciência das medidas e das medições. Antes de iniciarmos o estudo de metrologia,
vamos mostrar como se desenvolveu a necessidade de medir, e os instrumentos de medição. Você vai
perceber que esses instrumentos evoluíram com o tempo e com as novas necessidades.

Um Breve Histórico das Medidas

76
Como fazia o homem, cerca de 4.000 anos atrás, para medir comprimentos? As unidades de
medição primitivas estavam baseadas em partes do corpo humano, que eram referências universais, pois
ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser verificada por qualquer pessoa. Foi assim que surgiram
medidas padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo.

Algumas dessas medidas-padrão continuam sendo empregadas até hoje. Veja os seus
correspondentes em centímetros:

1 polegada = 2,54 cm
1 pé = 30,48 cm
1 jarda = 91,44 cm

O Antigo Testamento da Bíblia é um dos registros mais antigos da história da humanidade. E lá,
no Gênesis, lê-se que o Criador mandou Noé construir uma arca com dimensões muito específicas,
medidas em côvados. O côvado era uma medida-padrão da região onde morava Noé, e é equivalente a
três palmos, aproximadamente, 66 cm.

77
Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei, sendo que tais padrões
deveriam ser respeitados por todas as pessoas que, naquele reino, fizessem as medições. Há cerca de
4.000 anos, os egípcios usavam, como padrão de medida de comprimento, o cúbito: distância do cotovelo
à ponta do dedo médio. Cúbito é o nome de um dos ossos do antebraço.

Como as pessoas têm tamanhos diferentes, o cúbito variava de uma pessoa para outra,
ocasionando as maiores confusões nos resultados nas medidas. Para serem úteis, era necessário que os
padrões fossem iguais para todos. Diante desse problema, os egípcios resolveram criar um padrão único:
em lugar do próprio corpo, eles passaram a usar, em suas medições, barras de pedra com o mesmo
comprimento. Foi assim que surgiu o cúbito-padrão.
Com o tempo, as barras passaram a ser construídas de madeira, para facilitar o transporte. Como a
madeira logo se gastava, foram gravados comprimentos equivalentes a um cúbito-padrão nas paredes dos
principais templos. Desse modo, cada um podia conferir periodicamente sua barra ou mesmo fazer outras,
quando necessário.
Nos séculos XV e XVI, os padrões mais usados na Inglaterra para medir comprimentos eram a
polegada, o pé, a jarda e a milha. Na França, no século XVII, ocorreu um avanço importante na questão
de medidas. A Toesa, que era então utilizada como unidade de medida linear, foi padronizada em uma
barra de ferro com dois pinos nas extremidades e, em seguida, chumbada na parede externa do Grand
Chatelet, nas proximidades de Paris. Dessa forma, assim como o cúbito-padrão, cada interessado poderia
conferir seus próprios instrumentos. Uma toesa é equivalente a seis pés, aproximadamente, 182,9 cm.
Entretanto, esse padrão também foi se desgastando com o tempo e teve que ser refeito. Surgiu,
então, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural, isto é, que pudesse ser encontrada
na natureza e, assim, ser facilmente copiada, constituindo um padrão de medida.
Havia também outra exigência para essa unidade: ela deveria ter seus submúltiplos estabelecidos
segundo o sistema decimal. O sistema decimal já havia sido inventado na Índia, quatro séculos antes de
Cristo. Finalmente, um sistema com essas características foi apresentado por Talleyrand, na França, num
projeto que se transformou em lei naquele país, sendo aprovada em 8 de maio de 1790.
Estabelecia-se, então, que a nova unidade deveria ser igual à décima milionésima parte de um
quarto do meridiano terrestre. Essa nova unidade passou a ser chamada metro (o termo grego metron
significa medir).

78
Os astrônomos franceses Delambre e Mechain foram incumbidos de medir o meridiano.
Utilizando a toesa como unidade, mediram a distância entre Dunkerque (França) e Montjuich (Espanha).
Feitos os cálculos, chegou-se a uma distância que foi materializada numa barra de platina de secção
retangular de 4,05 x 25 mm. O comprimento dessa barra era equivalente ao comprimento da unidade
padrão metro, que assim foi definido:

“Metro é a décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre.”

Foi esse metro transformado em barra de platina que passou a ser denominado metro dos arquivos.
Com o desenvolvimento da ciência, verificou-se que uma medição mais precisa do meridiano fatalmente
daria um metro um pouco diferente. Assim, a primeira definição foi substituída por uma segunda:

“Metro é a distância entre os dois extremos da barra de platina depositada nos Arquivos da França
e apoiada nos pontos de mínima flexão na temperatura de zero grau Celsius.”

Escolheu-se a temperatura de zero grau Celsius por ser, na época, a mais facilmente obtida com o
gelo fundente. No século XIX, vários países já haviam adotado o sistema métrico. No Brasil, o sistema
métrico foi implantado pela Lei Imperial nº 1157, de 26 de junho de 1862. Estabeleceu-se, então, um
prazo de dez anos para que padrões antigos fossem inteiramente substituídos.
Com exigências tecnológicas maiores, decorrentes do avanço científico, notou-se que o metro dos
arquivos apresentava certos inconvenientes. Por exemplo, o paralelismo das faces não era assim tão
perfeito. O material, relativamente mole, poderia se desgastar, e a barra também não era suficientemente
rígida. Para aperfeiçoar o sistema, fez-se um outro padrão, que recebeu:

 Seção transversal em X, para ter maior estabilidade;


 Uma adição de 10% de irídio, para tornar seu material mais durável;
 Dois traços em seu plano neutro, de forma a tornar a medida mais perfeita.

79
Assim, em 1889, surgiu a terceira definição:

“Metro é a distância entre os eixos de dois traços principais marcados na superfície neutra do
padrão internacional depositado no B.I.P.M. (Bureau Internacional Dês Poids et Mésures), na
temperatura de zero grau Celsius e sob uma pressão atmosférica de 760 mmHg e apoiado sobre
seus pontos de mínima flexão.”

Atualmente, a temperatura de referência para calibração é de 20ºC. É nessa temperatura que o


metro, utilizado em laboratório de metrologia, tem o mesmo comprimento do padrão que se encontra na
França, na temperatura de zero grau Celsius.
Ocorreram, ainda, outras modificações. Hoje, o padrão do metro em vigor no Brasil é
recomendado pelo INMETRO, baseado na velocidade da luz, de acordo com decisão da 17ª Conferência
Geral dos Pesos e Medidas de 1983.
O INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial), em
sua resolução 3/84, assim definiu o metro:

“Metro é o comprimento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o intervalo de tempo de

do segundo.”

É importante observar que todas essas definições somente estabeleceram com maior exatidão o
valor da mesma unidade: o metro.

Medidas Inglesas

A Inglaterra e todos os territórios dominados há séculos por ela utilizavam um sistema de medidas
próprio, facilitando as transações comerciais ou outras atividades de sua sociedade. Acontece que o
sistema inglês difere totalmente do sistema métrico que passou a ser o mais usado em todo o mundo. Em
1959, a jarda foi definida em função do metro, valendo 0,91440 m. As divisões da jarda (3 pés; cada pé
com 12 polegadas) passaram, então, a ter seus valores expressos no sistema métrico:

1 yd (uma jarda) = 0,91440 m


1 ft (um pé) = 304,8 mm
1 inch (uma polegada) = 25,4 mm

Padrões do Metro no Brasil

80
Em 1826, foram feitas 32 barras-padrão na França. Em 1889, determinou-se que a barra nº 6 seria
o metro dos Arquivos e a de nº 26 foi destinada ao Brasil. Este metro-padrão encontra-se no IPT (Instituto
de Pesquisas Tecnológicas).

Múltiplos e Submúltiplos do Metro

A tabela abaixo é baseada no Sistema Internacional de Medidas (SI). Procure avaliar o que você
aprendeu até agora, fazendo os exercícios, a seguir. Depois confira suas respostas com as do gabarito.

MÚLTIPLOS E SUBMÚLTIPLOS DO METRO

Nome Símbolo Fator pelo qual a unidade é multiplicada

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Medidas e Conversões

Introdução

Apesar de se chegar ao metro como unidade de medida, ainda são usadas outras unidades.
Mecânica, por exemplo, é comum usar o milímetro e a polegada.
O sistema inglês ainda é muito utilizado na Inglaterra e nos Estados Unidos, e é também no Brasil
devido ao grande número de empresas procedentes desses países. Porém esse sistema está, aos poucos,
sendo substituído pelo sistema métrico. Mas ainda permanece a necessidade de se converter o sistema
inglês em sistema métrico e vice-versa. Vamos ver mais de perto o sistema inglês? Depois passaremos às
conversões.

O Sistema Inglês

O sistema inglês tem como padrão a jarda. A jarda também tem sua história. Esse termo vem da
palavra inglesa yard que significa “vara”, em referência a uso de varas nas medições. Esse padrão foi
criado por alfaiates ingleses.
No século XII, em consequência da sua grande utilização, esse padrão foi oficializado pelo rei
Henrique I. A jarda teria sido definida, então, como a distância entre a ponta do nariz do rei e a de seu
polegar, com o braço esticado. A exemplo dos antigos bastões de um cúbito foram construídas e
distribuídas barras metálicas para facilitar as medições. Apesar da tentativa de uniformização da jarda na
vida prática, não se conseguiu evitar que o padrão sofresse modificações.

As relações existentes entre a jarda, o pé e a polegada também foram instituídas por leis, nas quais
os reis da Inglaterra fixaram que:

1 pé = 12 polegadas
1 jarda = 3 pés
1 milha terrestre = 1.760 jardas

Leitura de Medida em Polegada

A polegada divide-se em frações ordinárias de denominadores iguais a: 2, 4, 8,16, 32, 64, 128...
Temos, então, as seguintes divisões da polegada:

82
1/2" 1/4" 1/8” 1/16” 1/32” 1/64” 1/128”
Um cento e
Um dezesseis Um trinta e Um sessenta e
Meia Um quarto de Um oitavo de vinte e oito
avos de dois avos de quatro avos da
polegada polegada polegada avos da
polegada polegada polegada
polegada

Os numeradores das frações devem ser números ímpares:

Quando o numerador for par, deve-se proceder à simplificação da fração:

Sistema Inglês – Fração Decimal

A divisão da polegada em submúltiplos de 1/2"; 1/4"; 1/8”; ...; 1/128” em vez de facilitar, complica os
cálculos na indústria. Por essa razão, criou-se a divisão decimal da polegada. Na prática, a polegada
subdivide-se em milésimo e décimos de milésimo.

Exemplo

a) 1.003" = 1 polegada e 3 milésimos;


b) 1.1247" = 1 polegada e 1 247 décimos de milésimos;
c) .725" = 725 milésimos de polegada

Note que, no sistema inglês, o ponto indica separação de decimais. Nas medições em que se requer
maior exatidão, utiliza-se a divisão de milionésimos de polegada, também chamada de micropolegada.
Em inglês, “micro inch”. É representado por μ inch.

Exemplo

.000 001" = 1 μ inch

Conversões

Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos equipamentos utilizados, deve-
se convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida).
Para converter polegada fracionária em milímetro, deve-se multiplicar o valor em polegada
fracionária por 25,4.

Exemplos

83
Para você fixar melhor a conversão de polegadas em milímetros (mm), faça os exercícios a seguir.

Verificando o entendimento

Converter polegada fracionária em milímetro:

84
Veja se acertou. As respostas corretas são:

a) 3,969mm b) 7,937mm c) 0,198mm d) 127,00mm e) 41,275mm


f) 19,050mm g) 10,716mm h) 6,548mm i) 53,975mm j) 92,075mm

A conversão de milímetro em polegada fracionária é feita dividindo-se o valor em milímetro por


25,4 e multiplicando-o por 128. O resultado deve ser escrito como numerador de uma fração cujo
denominador é 128. Caso o numerador não dê um número inteiro, deve-se arredondá-lo para o número
inteiro mais próximo.

85
Exemplos

Regra prática - Para converter milímetro em polegada ordinária, basta multiplicar o valor em milímetro
por 5,04, mantendo-se 128 como denominador. Arredondar, se necessário.

Exemplos

Verificando o entendimento

86
Faça, agora, estes exercícios:

a) 1,5875mm = ..................................................................
b) 19,05mm = ..................................................................
c) 25,00mm = ..................................................................
d) 31,750mm = ..................................................................
e) 127,00mm = ..................................................................
f) 9,9219mm = ..................................................................
g) 4,3656mm = ..................................................................
h) 10,319mm = ..................................................................
i) 14,684mm = ..................................................................
j) 18,256mm = ..................................................................
l) 88,900mm = ..................................................................
m) 133,350mm = ..................................................................

A polegada milesimal é convertida em polegada fracionária quando se multiplica a medida


expressa em milésimo por uma das divisões da polegada, que passa a ser o denominador da polegada
fracionária resultante.

Exemplo

Escolhendo a divisão 128 da polegada, usaremos esse número para:

 Multiplicar a medida em polegada milesimal: .125" x 128 = 16";


 Figurar como denominador (e o resultado anterior como numerador): 16/128” = 8/64” = 1/8”.

Outro exemplo

Converter .750" em polegada fracionária

87
Verificando o entendimento

Faça, agora, os exercícios. Converter polegada milesimal em polegada fracionária:

a) .625" = ..............................................................................
b) .1563" = ..............................................................................
c) .3125" = ..............................................................................
d) .9688" = ..............................................................................
e) 1.5625" = ..............................................................................
f) 4.750" = ..............................................................................

Para converter polegada fracionária em polegada milesimal, divide-se o numerador da fração pelo
seu denominador.

Exemplos

Verificando o Entendimento
Converter polegada fracionária em polegada milesimal:

88
Veja se acertou. As respostas corretas são:

a) .625"; b) .5313"; c) 1.125"; d) 2.5625"

Para converter polegada milesimal em milímetro, basta multiplicar o valor por 25,4.

Exemplo

Converter .375" em milímetro: .375" x 25,4 = 9,525 mm

Verificando o Entendimento

Converter polegada milesimal em milímetro:

a) .6875" = ...................................
b) .3906" = ...................................
c) 1.250" = ...................................
d) 2.7344" = ...................................

Veja se acertou. As respostas corretas são:

a) 17,462 mm
b) 9,922 mm
c) 31.750 mm
d) 69,453 mm

Para converter milímetro em polegada milesimal, basta dividir o valor em milímetro por 25,4.

89
Verificando o Entendimento

Converter milímetro em polegada milesimal:

a) 12,7mm = ........................................................................
b) 1,588mm = ........................................................................
c) 17mm = ........................................................................
d) 20,240mm = ........................................................................
e) 57,15mm = ........................................................................
f) 139,70mm = ........................................................................

Veja se acertou. As respostas corretas são:

a) .500"
b) .0625"
c) .669"
d) .7969”
e) 2.250”
f) 5.500”

Representação gráfica

A equivalência entre os diversos sistemas de medidas, vistos até agora, pode ser melhor
compreendida graficamente.

90
Régua Graduada, Metro e Trena

Silva verificou, contrariado, que os instrumentos de medição, há pouco adquiridos pela empresa,
não estavam sendo bem cuidados pelos funcionários. Os instrumentos estavam expostos à sujeira e a
outros agentes agressivos e, além disso, não haviam sido guardados corretamente.
Diante disso, Silva expôs o fato em uma reunião e pôde constatar que os funcionários não
conheciam bem os instrumentos de medição nem sabiam como conservá-los. Ficou decidido que todos
teriam treinamento para solucionar o problema.
Vamos acompanhar as explicações? Se você já conhece a régua graduada, vai ampliar seus
conhecimentos. Caso contrário, será necessário você ter esse conhecimento, uma vez que a régua
graduada, assim como o metro articulado e a trena, é muito usada em mecânica.

Introdução

A régua graduada, o metro articulado e a trena são os mais simples entre os instrumentos de
medida linear. A régua apresenta-se, normalmente, em forma de lâmina de aço-carbono ou de aço
inoxidável. Nessa lâmina estão gravadas as medidas em centímetro (cm) e milímetro (mm), conforme o
sistema métrico, ou em polegada e suas frações, conforme o sistema inglês.

Régua Graduada

Utiliza-se a régua graduada nas medições com erro admissível superior à menor graduação.
Normalmente, essa graduação equivale a 0,5 mm ou ". As réguas graduadas apresentam-se nas dimensões
de 150, 200, 250, 300, 500, 600, 1000, 1500, 2000 e 3000 mm. As mais usadas na oficina são as de 150
mm (6") e 300 mm (12").

91
Tipos e Usos

Régua de Encosto Interno: Destinada a medições que apresentem faces internas de referência.

Régua Sem Encosto: Nesse caso, devemos subtrair do resultado o valor do ponto de referência.

Régua Com Encosto: Destinada à medição de comprimento a partir de uma face externa, a qual é
utilizada como encosto.

A Régua de Profundidade: Utilizada nas medições de canais ou rebaixos internos.

92
Régua de Dois Encostos: Dotada de duas escalas: uma com referência interna e outra com referência
externa. É utilizada principalmente pelos ferreiros.

Régua rígida de aço-carbono com seção retangular: Utilizada para medição de deslocamentos em
máquinas-ferramenta, controle de dimensões lineares, traçagem etc.

Características

De modo geral, uma escala de qualidade deve apresentar bom acabamento, bordas retas e bem
definidas, e faces polidas. As réguas de manuseio constante devem ser de aço inoxidável ou de metais
tratados termicamente. É necessário que os traços da escala sejam gravados, bem definidos, uniformes,
equidistantes e finos.
A retitude e o erro máximo admissível das divisões obedecem a normas internacionais.

Leitura no Sistema Métrico

Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10 partes iguais e cada parte equivale a 1 mm.
Assim, a leitura pode ser feita em milímetro. A ilustração a seguir mostra, de forma ampliada, como se
faz isso.

93
Verificando o Entendimento

Leitura de milímetro em régua graduada.

Leia os espaços marcados e escreva o numeral à frente das letras, abaixo da régua.

94
Veja se acertou. As respostas corretas são:

a) 10 mm; b) 15 mm; c) 10 mm; d) 3,0 mm; e) 14 mm; f) 27 mm; g) 4 mm; h) 21 mm; i) 10 mm; j) 35
mm; l) 33 mm; m) 53 mm; n) 29 mm; o) 30 mm; p) 34 mm; q) 40 mm

Leitura no Sistema Inglês de Polegada Fracionária

Nesse sistema, a polegada divide-se em 2, 4, 8, 16... partes iguais. As escalas de precisão chegam
a apresentar 32 divisões por polegada, enquanto as demais só apresentam frações de ". A ilustração a
seguir mostra essa divisão, representando a polegada em tamanho ampliado.

Observe que, na ilustração anterior, estão indicadas somente frações de numerador ímpar. Isso
acontece porque, sempre que houver numeradores pares, a fração é simplificada.

95
A leitura na escala consiste em observar qual traço coincide com a extremidade do objeto. Na
leitura, deve-se observar sempre a altura do traço, porque ele facilita a identificação das partes em que a
polegada foi dividida.

Assim, o objeto na ilustração acima tem (uma polegada e um oitavo de polegada) de


comprimento.

Verificando o Entendimento

Faça a leitura de frações de polegada em régua graduada.

96
Veja se acertou. As respostas corretas são:

97
Conservação

 Evitar que a régua caia ou a escala fique em contato com as ferramentas comuns de trabalho.
 Evitar riscos ou entalhes que possam prejudicar a leitura da graduação.
 Não flexionar a régua: isso pode empená-la ou quebrá-la.
 Não utilizá-la para bater em outros objetos.
 Limpá-la após o uso, removendo a sujeira. Aplicar uma leve camada de óleo fino, antes de guardar
a régua graduada.

Metro Articulado

O metro articulado é um instrumento de medição linear, fabricado de madeira, alumínio ou fibra.

No comércio o metro articulado é encontrado nas versões de 1 m e 2 m.


A leitura das escalas de um metro articulado é bastante simples: faz-se coincidir o zero da escala,
isto é, o topo do instrumento, com uma das extremidades do comprimento a medir. O traço da escala que
coincidir com a outra extremidade indicará a medida.

98
Conservação

 Abrir o metro articulado de maneira correta.


 Evitar que ele sofra quedas e choques.
 Lubrificar suas articulações.

Trena

Trata-se de um instrumento de medição constituído por uma fita de aço, fibra ou tecido, graduada
em uma ou em ambas as faces, no sistema métrico e/ ou no sistema inglês, ao longo de seu comprimento,
com traços transversais.
Em geral, a fita está acoplada a um estojo ou suporte dotado de um mecanismo que permite
recolher a fita de modo manual ou automático. Tal mecanismo, por sua vez, pode ou não ser dotado de
trava.

99
A fita das trenas de bolso são de aço fosfatizado ou esmaltado e apresentam largura de 12, 7 mm e
comprimento entre 2 m e 5 m.
Quanto à geometria, as fitas das trenas podem ser planas ou curvas. As de geometria plana
permitem medir perímetros de cilindros, por exemplo.

Não se recomenda medir perímetros com trenas de bolso cujas fitas sejam curvas. As trenas
apresentam, na extremidade livre, uma pequenina chapa metálica dobrada em ângulo de 90º. Essa chapa é
chamada encosto de referência ou gancho de zero absoluto.

Como a empresa fabricou muitas peças fora das dimensões, o supervisor suspendeu o trabalho e
analisou a causa do problema. Concluiu que a maioria dos profissionais tinha dificuldade em utilizar o
paquímetro.
Novamente o supervisor da empresa se viu em apuros, pois ninguém tinha conhecimentos
suficientes sobre paquímetro. Diante da situação, o supervisor decidiu, com o grupo, contratar um
especialista para uma explicação sobre paquímetro.

Vamos acompanhar as explicações do especialista?

Leitura de Medida em Polegada

100
A polegada divide-se em frações ordinárias de denominadores iguais a: 2, 4, 8,16, 32, 64, 128...
Temos, então, as seguintes divisões da polegada:

Um dezesseis Um trinta e dois Um sessenta e Um cento e


Um quarto de Um oitavo de
Meia polegada avos de avos de quatro avos de vinte e oito avos
polegada polegada
polegada polegada polegada de polegada

Obs: os numeradores das frações devem ser números ímpares:

Quando o numerador for par deve-se proceder a simplificação da fração:

Conversões

Sempre que uma medida estiver em uma unidade diferente da dos equipamentos utilizados, deve-
se convertê-la (ou seja, mudar a unidade de medida). Para converter polegada fracionária em milímetro,
deve-se multiplicar o valor em polegada fracionária por 25,4.

Exemplo:

Exercício
Converter Polegada Fracionária em milímetro
5/32” 5/16” 1/128”
5” 1 5/8” 3/4”
27/64” 33/128” 2 1/8”
3 5/8” 49 / 128” 4 7/8”
1/2" 1/16” 3/16”
3/32” 1 7/128” 25/128”

A conversão de milímetro em polegada fracionária é feita dividindo-se o valor em milímetro por


25,4 e multiplicando-o por 128. O resultado deve ser escrito como numerador de uma fração cujo
denominador é 128. Caso o numerador não dê um número inteiro, deve-se arredondá-lo para o número
inteiro mais próximo.

101
Exemplos

Compreendendo a Leitura de um Paquímetro:

A régua fixa de um paquímetro tem duas escalas: uma em milímetro (escala inferior) e uma em
polegada (escala superior).
Cada traço da escala fixa inferior vale 1 mm. Desta forma quando o zero do vernier coincidir com
o primeiro traço da escala fixa temos 1 mm de leitura. O vernier no paquímetro tem como finalidade dar
precisão na leitura da medição de uma peça. As divisões do vernier equivalem ao número de vezes que o
milímetro está sendo dividido, ex: 1/20, neste caso cada milímetro está sendo dividido por 20. Tendo este
paquímetro uma resolução de 0,05 mm.
Por Exemplo: se o zero do vernier ficar situado no espaço entre o 8 e o 9 mm, deve-se fazer a
leitura para obter uma precisão no valor da medida da seguinte maneira: Considera-se que a medida já
tem 8 mm. Na escala do vernier verificar o traço que mais coincide com o traço da régua fixa. Visto isto
ler-se cada traço do vernier equivalendo a 0,05 que somado aos 8 milímetros dá o valor exato da medida.
Veja o exemplo abaixo:

102
Observe que o zero do vernier está entre o 70 mm e o 80 mm. Contando quantos traços tem depois
do 70 mm vemos que o zero do vernier está passou do 73 mm mas não chegou a 74 mm. Agora vamos
verificar no vernier qual o valor entre 73 e 74 mm. No vernier devemos verificar o traço coincidente com
um traço da escala fixa. O valor lido no vernier é de 0,65 mm. A leitura final é 73,65 mm.

Leitura de Polegada Fracionária

No sistema inglês, a escala fixa do paquímetro é graduada em polegada e frações de polegada. Na


escala fixa cada divisão dela equivale a 1 / 16” avos da polegada.

Esses valores fracionários da polegada são complementados com o uso do nônio. Para utilizar o
nônio, precisamos saber calcular sua resolução:

Assim cada divisão do nônio vale 1 / 128” avos da polegada. 2 divisões do nônio vale
2 / 128” avos da polegada, simplificando 2 / 128” = 1 / 64” avos da polegada e assim

103
por diante.

Observe então a leitura o primeiro traço do nônio, ou sua primeira divisão equivale a 1 / 128” a 2ª
divisão do nônio equivale (2 / 128”) que simplificando passa a valer 1 / 64”. A 3ª divisão do nônio
equivale a (3 / 128”) e permanece assim porque não dá para simplificar. A 4ª divisão do nônio equivale a
(4 / 128”) que simplificando passa a valer 1 / 32”. A 5ª divisão do nônio equivale a (5 / 128”). A 6ª
divisão do nônio equivale a (6 / 128”) que simplificando passa a valer 3 / 64”. A 7ª divisão do nônio
equivale a (7 / 128”) e a 8ª divisão do nônio equivale a (8 / 128”) que simplificando passa a valer 1 / 16”
avos da polegada.

Obs: a 8ª divisão do nônio vale 1 / 16” avos da polegada e corresponde a menor fração ou divisão da
escala fixa do paquímetro.

Fazendo a Leitura:

Fazendo a leitura: Observe que a seta que mostra o valor da escala fixa que mede a polegada em 1
/ 16” por divisão, está indicando para a 12ª divisão que corresponde a 12 / 16” da polegada.
Na escala do nônio cada divisão equivale a 1 / 128” de polegada. A seta que mostra o valor da
escala do nônio está indicando a 3ª divisão que corresponde a 3 / 128” de polegada. 3 / 128” não pode ser
simplificado porque ambos os números não tem um divisor em comum.

Na leitura feita encontramos dois valores de medida. Na escala fixa a leitura feita foi de 12 / 16” e
no nônio a leitura feita foi de 3 / 128”. Para achar o resultado destas duas leituras, multiplicamos o
numerador da leitura da escala fixa pelo último número do denominador do nônio e o resultado desta
multiplicação soma-se ao numerador do nônio. Então temos 12 X 8 + 3 que é igual a 99 e repetimos o
denominador do nônio. Assim nossa leitura é de 99 / 128”.

104
Obs: Para efetuar esta operação temos que ter em mente que a leitura do nônio deve estar simplificada
quando possível.

Exercícios

Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

105
Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

106
Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

Leitura: Leitura:

Módulo 11 – Segurança na Soldagem

Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA)

O emprego da soldagem como processo de fabricação tem apresentado considerável crescimento


nos últimos anos, principalmente nas indústrias, serralherias, e áreas afins, trazendo junto a necessidade
de um adequado programa de segurança e higiene na execução dos trabalhos de soldagem, estabelecendo-
se procedimentos a fim de proteger o meio ambiente e os trabalhadores, reduzindo riscos ambientais e
acidentes. Muitos desses profissionais não possuem uma formação técnica, atuando apenas pelo
conhecimento adquirido na prática, não despertando para a Segurança e Higiene no Trabalho, bem como
inexiste o aperfeiçoamento técnico requerido para uma soldagem com qualidade. O objetivo deste
trabalho proposto é demonstrar as variáveis que envolvem os profissionais que trabalham em processos
de soldagem perante aos riscos inerentes a falta de utilização dos equipamentos de proteção individual

107
(EPI’s) utilizando-se da pesquisa na literatura existente e apresentando a preocupação do Ministério do
Trabalho e Emprego, em reduzir do índice de acidentes na área de soldagem.
Podemos exemplificar essa preocupação no tocante a microempresas do tipo serralheria com até
dez empregados, analisando os aspectos de higiene e segurança na soldagem com eletrodos revestidos de
forma fácil e compreensível para o entendimento dos mesmos, mais especificamente, elaborar um recurso
bibliográfico adequado às estas serralherias. Esta decisão surgiu da constatação de que na maioria das
pequenas serralherias visitadas, os serralheiros desconhecem os riscos à que estão expostos e não tem
acesso aos programas e literatura relativos a higiene e segurança, e trabalham de qualquer maneira,
desprotegidos.
A soldagem é uma profissão muito difícil de dominar. Trata-se de muitas ferramentas e
equipamentos, e não apenas qualquer um pode pegar um maçarico e começar a fazer as vigas de aço e
estruturas de automóveis do mundo, é preciso certo nível de habilidade. Também é muito perigoso se for
feito por alguém que nunca teve a formação necessária para dominar a habilidade. Mesmo que muitos
soldadores são altamente qualificados e treinados, há ainda a chance de algo dar errado. As estatísticas
mostram que mais de 1 em 250 trabalhadores da construção civil vai sofrer lesões fatais de solda durante
uma vida inteira de trabalho. Para a maioria dos trabalhadores, a soldagem é uma atividade que é feito
como uma habilidade para outro tipo de trabalho. Um trabalhador da construção civil pode precisar ter
uma formação de soldagem para um determinado projeto, enquanto um encanador também precisa saber
como soldar para sua carreira. É imperativo que alguém que é de soldadura no emprego ou até mesmo
fazê-lo em casa tem o direito de formação e equipamento. Na possibilidade de que algo dá errado no
trabalho, existem ações legais que possam ser tomadas.

Figura 1: Aviso de indicação de cuidados a tomar na prevenção à alguns riscos a saúde pessoal.

Acidente de Trabalho

Definição

Para se entender o que é o acidente do trabalho é necessário compreender primeiramente o que é


acidente.

De uma forma geral, acidente é toda ocorrência não desejada que modifique ou interrompe o
andamento normal de qualquer tipo de atividade. Assim, ele não deve ser entendido apenas em função de
causar um ferimento ou um acontecimento desastroso.

Quando é que um acidente é considerado um acidente do trabalho?

 Quando qualquer tipo de lesão ocorrer:

108
o No local e no horário de trabalho e quando a caminho de ida ou volta do trabalho
(acidente de percurso);
o Fora do local da empresa, mas em função do trabalho.

Fatores Causadores de Acidentes

Os acidentes são, quase sempre, provocados por imperícia, imprudência ou negligência que, por
sua vez, são alterações de trabalhados individuais mal conduzidos.

a) Negligência: é a omissão voluntária de diligência ou cuidado, falta ou demora no prevenir ou


impedir um dano;
b) Imprudência: é a forma de culpa que consiste na falta involuntária de observância de medidas de
precaução e segurança, de consequências previsíveis, que se faziam necessárias no momento para evitar
um mal ou a infração da lei;
c) Imperícia: é a falta de aptidão, habilidade, experiência ou de previsão no exercício de
determinada função, profissão, arte ou ofício.

Fator Pessoal de Insegurança

Observe, atentamente, cada situação em que ocorrer um acidente e pense se ele poderia ou não ser
evitado. Você certamente chegará a uma conclusão de que os acidentes não acontecem: eles são sempre
causados. Grande parte das causas dos acidentes é representada pelos atos inseguros, cometidos de forma
consciente ou não.

Fator Impessoal de Segurança

São todas as ações negligenciadas para evitar um acidente de trabalho. Ex.: Escadas não fixadas, falta de
corrimões, falta de avisos orientadores, máquinas e equipamentos defeituosos em uso. Observe,
atentamente, cada situação em que ocorrer um acidente e pense se ele poderia ou não ser evitado. Você
certamente chegará a uma conclusão de que os acidentes não acontecem: eles são sempre causados.

Consequência dos Acidentes

109
A ocorrência de um acidente interrompe a atividade normal de um trabalho qualquer, e que pode causar
danos:

Humanos Materiais Econômicos

Resultados da Ocorrência de Acidentes

Quase sempre, o acidente é causado por atos inseguros e condições inseguras. Evitar acidentes do
trabalho é poupar vidas ou prejuízos:

 Para o trabalhador:

o Incapacidade para o trabalho; sofrimento físico; desamparo à família. Além disso, enquanto o
trabalhador está afastado do trabalho devido a um acidente, não recebe horas extras, tarefas,
prêmios etc.

 Para a Empresa:

o Dificuldade com as autoridades e má fama para a empresa;


o Gastos com primeiros socorros e transporte do acidentado;
o Tempo perdido por outros empregados ao socorrerem um acidentado, ou ao pararem de
trabalhar para comentar os fatos;
o Atraso na entrega dos serviços e consequente descontentamento do cliente, podendo perder
a contratação de outro serviço pelo atraso;
o Danos ou perda de equipamentos, ferramentas etc.

 Para o País e a Sociedade:

o Aumento de impostos e taxas de seguro;


o Mais dependentes da coletividade;
o Aumento do custo de vida;
o Perda temporária ou definitiva do elemento produtivo.

110
Outras Ações que Contribuem Para que Ocorram Acidentes

 Distração e o descuido;
 Desatenção;
 Brincadeiras;
 Indisciplina;
 Exibicionismo;
 Teimosia;
 Nervosismo e irritação.

Definição Etimológica:

Acidente, s.m. Fato acidental; acontecimento casual; acaso; desastre.

Acidente: é todo fato inesperado, não planejado que pode ou não resultar em danos materiais,
lesão ou ambos.

Analisando o que está escrito acima, acidente é uma ocorrência que ninguém espera acontecer, é
imprevisível. Tais fatos, em primeira instância, levam a pessoa a entrar num estado de choque (um
blackout) momentâneo, recurso da consciência para se defender de um fato “inesperado” como sentido da
auto preservação. Num acidente de carro, por exemplo, quando o motorista se depara com o fato
“inesperado” em milésimos de segundo, a pessoa muda o sentido do carro com o “intuito” de evitar a
colisão frontal para não receber o impacto direto da batida. Neste pequeno momento o sentido da pessoa
apaga, desliga, não vendo nada (estando tanto de olhos abertos quanto fechados). Assim somente quando
passa o susto é que ela se dá conta do que aconteceu, e na grande maioria dos casos o resultado da
ocorrência é grave.
Três fatores podem causar acidentes. São eles: ato inseguro, condições inseguras e causas naturais.

Atos Inseguros:

É a forma como as pessoas se expõem, consciente ou inconscientemente, a riscos de acidentes.


São esses os atos responsáveis por muitos dos acidentes de trabalho e que estão presentes na maioria dos
casos em que há alguém ferido. Os atos inseguros são aproximadamente responsáveis por 80% dos
acidentes de trabalho.

111
Causa de Acidentes por Atos Inseguros
 Ficar junto ou sob cargas suspensas.  Expor partes do corpo, a partes móveis de
 Usar máquinas sem habilitação ou permissão. maquinas ou equipamentos.
 Lubrificar, ajustar e limpar maquina em  Imprimir excesso de velocidade. Improvisar ou
movimento. fazer uso de ferramenta inadequada a tarefa
 Inutilizar dispositivos de segurança. exigida.
 Uso de roupa inadequada.  Não utilizar EPI.
 Transportar ou empilhar inseguramente.  Manipulação inadequada de produtos químicos.
 Tentar ganhar tempo Fumar em lugar proibido.
 Consumir drogas, ou bebidas alcoólicas durante a
jornada de trabalho.

Condições Inseguras:

Condições inseguras nos locais de serviço são aquelas que compreendem a segurança do
trabalhador. São as falhas, os defeitos, irregularidades técnicas e carência de dispositivos de segurança
que pões em risco a integridade física e/ou a saúde das pessoas e a própria segurança das instalações e
equipamentos.
Convém ter em mente que estas não devem ser confundidas com os riscos inerentes a certas
operações industriais. Por exemplo: a corrente elétrica é um risco inerente aos trabalhos que envolvam
eletricidade, aparelhos ou instalações elétricas, a eletricidade não pode ser considerada uma condição
insegura por ser perigosa. Instalações mal feitas, ou improvisadas, fios expostos, etc., são condições
inseguras, a energia elétrica em si não.

Causa de Acidentes por Condições Inseguras


 Falta de proteção em máquinas e equipamentos.  Proteções inadequadas ou defeituosas.
 Deficiência de maquinário e ferramental.  Má arrumação/falta de limpeza.
 Passagens perigosas.  Defeitos nas edificações.
 Instalações elétricas inadequadas ou defeituosas.  Iluminação inadequada.
 Falta de equipamento de proteção individual.  Piso danificado.
 Nível de ruído elevado  Risco de fogo ou explosão.

Causas Naturais

As causas naturais são os fatores da natureza, tais como vulcão, terremotos, maremotos,
tempestades, etc, onde a tecnologia não tem controle ou previsões mais confiáveis.

Prevenção de Acidentes na Soldagem

Para se prevenir dos acidentes no âmbito da soldagem o profissional – soldador deve se certificar
de uma qualificação e treinamento adequados para executar as tarefas exigidas pela empresa. Deve
também conhecer e acatar as normas vigentes da empresa no que diz respeito a restrições de área,
ambiente de trabalho, procedimentos de segurança, placas orientação, a busca por serviços de
atendimento aos funcionários (atendimento médico / social), caso a empresa tenha um setor deste tipo,
onde o profissional possa recorrer em caso de algum mal estar, e também de extrema importância,

112
conhecer as técnicas de segurança e higiene que são importantes para manter a saúde e a vida das pessoas
em geral dentro da empresa.
As técnicas de segurança para o soldador têm relação imediata com o seu ambiente de trabalho.
Ele estará exposto a radiação, calor, eletricidade, resíduos da soldagem, de goivagem e corte, de gases, de
produtos inflamáveis, de poeira, umidade, das limalhas abrasivas das esmerilhadeiras, aos espaços
confinados, a lugares altos, etc., todos os quais podem comprometer facilmente a segurança individual e
coletiva e danos ao patrimônio da empresa.
Os riscos de acidente em relação ao ambiente de trabalho de dividem em dois grupos: os riscos
ergonômicos e riscos ocupacionais.

Riscos Ergonômicos

A ergonomia ou engenharia humana é uma ciência relativamente recente que estuda as relações
entre o homem e seu ambiente de trabalho e definida pela Organização Internacional do Trabalho - OIT
como "A aplicação das ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da
engenharia para alcançar o ajustamento mútuo, ideal entre o homem e o seu trabalho, e cujos
resultados se medem em termos de eficiência humana e bem-estar no trabalho".
Os riscos ergonômicos são os fatores que podem afetar a integridade física ou mental do
trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença. São considerados riscos ergonômicos: esforço
físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse,
trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia, repetitividade e imposição de
rotina intensa.
Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos
à saúde do trabalhador porque produzem alterações no organismo e estado emocional, comprometendo
sua produtividade, saúde e segurança, tais como: LER/DORT, cansaço físico, dores musculares,
hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho
digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna, etc.
Para evitar que estes riscos comprometam as atividades e a saúde do trabalhador, é necessário um
ajuste entre as condições de trabalho e o homem sob os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico
por meio de: melhoria no processo de trabalho, melhores condições no local de trabalho, modernização de
máquinas e equipamentos, melhoria no relacionamento entre as pessoas, alteração no ritmo de trabalho,
ferramentas adequadas, postura adequada, etc.

Riscos Ocupacionais

Os riscos ocupacionais estão relacionados com a ação direta provocada pelos resíduos do trabalho,
tais como: efeitos das radiações da solda, ruídos, altas temperaturas, umidade, iluminação insuficiente,
poeira e partículas, fumos e gases da solda, choque elétrico, incêndio, ventilação, cor e sinalização
referente a soldagem, rotulagem preventiva, qualificação do soldador, cuidados no início do trabalho,
cuidados com a limpeza do ambiente de trabalho.

Ricos Ocupacionais Referentes a:

Radiação

A maioria dos processos de soldagem a arco elétrico, soldagem a laser e soldagem e corte oxi-
acetilênica e brasagem, a quantidade de radiação emitida requer medida de segurança.

113
Definição

A radiação é energia eletromagnética fornecida pelo arco que pode ferir e queimar os olhos e a
pele. Um soldador vê a luz visível do arco, mas não vê ou não percebe a radiação ultra – violeta e a
infravermelha. A radiação muitas vezes é silenciosa e indetectável, mas pode causar sérios danos ao corpo
humano.

Efeitos da Radiação

Os efeitos da radiação dependem do comprimento da onda, intensidade e do tempo exposto a


energia radiante. Apesar de uma variedade de efeitos serem possíveis, seguem-se dois dos principais
danos mais comuns: queimadura na pele e danos aos olhos.

Tipos de Radiação

Radiação ionizante (raios X)

Produzida por processos de soldagem por feixe eletrônico. Pode ser controlada dentro dos limites
aceitáveis quando é usada proteção adequada na área ao redor dos feixes de elétrons.
Esta radiação é produzida durante a ação de esmerilhar (apontar) a ponta do eletrodo de tungstênio
– tório para o processo TIG / GTAW. O pó formado pelo esmerilhamento é radioativo. Este tipo de
radiação pode ser controlado pela exaustão local.
As radiações ionizantes podem causar: alterações celulares, câncer, fadiga, problemas visuais, e
conseqüentemente acidentes de trabalho.

Radiação não Ionizante (raio ultravioleta, e infravermelho)

A intensidade e comprimento de onda da energia produzida dependem do processo e dos


parâmetros de soldagem, da composição química do metal de base e do eletrodo (vareta ou arame), fluxo
e qualquer camada de revestimento do metal de base e do metal de adição.
A radiação ultravioleta aumenta aproximadamente ao quadrado em relação a energia de soldagem.
A radiação visível emitida pelo arco aumenta numa taxa muito menor.
Processos que utiliza argônio como gás de proteção aumenta a emissão de radiação ultravioleta.
Para se proteger da radiação ionizante deve-se evitar inalar o pó do esmerilhamento da ponta dos
eletrodos de tungstênio – tório. A radiação emitida pelo eletrodo de tungstênio – tório durante a soldagem
e descarte de resíduo, armazenamento são praticamente desprezíveis em condições normais.
Para se proteger da radiação não ionizante, deve-se usar capacetes ou máscaras com filtro de
proteção adequada de acordo com a norma ANSI Z87.1. As cortinas coloridas usadas como proteção na
área de soldagem não deve ser usada como filtros de soldagem, pois elas não impedem a ação da
radiação, só quebra o brilho luminoso do arco.
O equipamento de proteção individual é extremamente necessário para evitar a exposição a estas
radiações desde que sejam respeitadas as normas vigentes para cada processo de soldagem. Por exemplo:
o processo TIG com gás de proteção argônio emite uma radiação ultravioleta mais forte que outros

114
processos a arco elétrico, sua lente de proteção contra os raios ultravioletas é de número 12. Um valor
abaixo disso não impedirá a passagem da radiação ultravioleta que agirá silenciosamente, ou seja, seus
efeitos maléficos aparecerão depois de um bom tempo de exposição a esta radiação. As radiações não
ionizantes causam queimaduras, lesões nos olhos, na pele e nos outros órgãos.

Ruídos

Com a exposição prolongada a fortes ruídos (Paranhos, 1991) perde-se a capacidade de audição,
que é irreversível. Primeiro deve-se usar a proteção ativa, e se não for possível diminuir o ruído à valores
aceitáveis, deve-se usar também a proteção passiva.

Altas Temperaturas

Devemos sempre procurar que o ambiente de trabalho seja o mais agradável possível, evitando
assim nos períodos quentes problemas de saúde como desidratação, cansaço, cefaléia, irritabilidade,
náuseas, taquicardia, aumento da pulsação, choques térmicos, fadiga térmica, perturbações das funções
digestivas, hipertensão etc., e nos períodos frios os problemas de resfriados, renite alérgica e contrações
musculares.

Umidade

Assim como o frio, a umidade também provoca danos a saúde como, doenças do aparelho
respiratório, doenças de pele, doenças circulatórias, geniturinários e reumáticos, portanto deve-se fazer
um estudo adequado para redução da umidade no local de trabalho. Outros riscos que também estão
relacionados à umidade são os curtos circuitos e choques elétricos. No ar atmosférico há diversas micro-
partículas em movimento, muitos dos quais possuem partículas metálicas ou semi metálicas. Com a
umidade no ambiente se acomodando em partes eletricamente carregadas a possibilidade de um curto
circuito e de um choque elétrico aumenta consideravelmente. O soldador deve ter o cuidado de usar um
EPI que tenha características isolantes.

Iluminação Deficiente

Embora as Normas do Ministério do Trabalho não considerem como insalubridade a falta ou


deficiência de iluminamento e sim como condição ergonômica, deve-se ter atenção especial neste item,
mesmo porque desenvolver trabalhos em locais com baixo índice de iluminamento torna-se uma atividade
insegura reduzindo a confiabilidade do serviço, reduzindo a produtividade podendo inclusive criar riscos
operacionais. Também causa fadiga e problemas visuais.

Poeiras e Partículas

Na execução dos trabalhos de soldagem, o trabalhador sempre está exposto a poeiras e partículas,
devendo-se sempre manter o ambiente limpo de maneira a propiciar a menor emissão de poeiras
possíveis. É fundamental a proteção ativa eliminando ou reduzindo a emissão dessas partículas no próprio
equipamento e através de um enclausuramento dos mesmos ou de uma boa ventilação, bem como uma

115
proteção individual, não somente do soldador, mas de todas as pessoas que circulam próximo da área de
serviço.

Fumos e Gases da Solda

Para diminuir-se os riscos de exposição aos fumos e gases de soldagem ao mínimo possível, em
primeiro lugar é necessário informar aos operários sobre os riscos associados as substâncias tóxicas
emitidas durante o processo de soldagem, e a partir daí atuar no sentido de se estabelecer estratégicas
eficientes para o seu controle. Na prática, Fachinetto (1996) diz que podemos limitar a exposição do
serralheiro na função de soldador aos fumos e gases com três medidas: Administrativas, individuais e
técnicas.

Choque Elétrico

Os acidentes com choque elétrico são os riscos mais imediatos e sérios a que os soldadores estão
expostos e o uso dos EPI como botinas e luvas de proteção são indispensáveis. O choque pode ocorrer
com a tensão secundária ou de entrada.

Incêndios

Quando se executam operações de soldagem próximas a materiais combustíveis devem ser


tomadas medidas especiais para que centelhas, fagulhas ou metais quentes não possam entrar em contato
com aqueles materiais. Além dos procedimentos de prevenção deve-se ter um projeto de combate a
incêndio realizado por profissionais habilitados legalmente.

Ventilação

Em alguns casos, somente com o emprego de uma ventilação adequada (Gareis, 1994) pode-se garantir a
segurança durante a soldagem elétrica, através de uma ventilação geral (circulação natural ou forçada) ou
através de uma ventilação local que captura os fumos e gases no ponto de geração. Caso não seja possível
empregar ventilação geral ou exaustão local, ou caso a mesma seja insuficiente deve-se utilizar a proteção
respiratória. Nas operações em espaços confinados deve-se realizar a exaustão das substâncias tóxicas.
Deve-se também proteger o ambiente externo com a filtragem dos fumos e gases de soldagem.

Cor e Sinalização Relativos a Soldagem

Segundo Nonnenmacher (2000), com o uso criterioso das cores, um interior pode-se tornar mais
atrativo, com menor fadiga visual efeitos psicológicos positivos. As cores que devem ser usadas nos
locais de trabalho para prevenção de acidentes, identificando os equipamentos de segurança, delimitando
áreas, identificando as canalizações, e advertindo contra riscos. Quanto a sinalização o importante e ter-se
em mente que a reação aos sinais deve ser automática, evitando da pessoa ter que ler, analisar e só então
atuar de acordo com as instruções indicadas. Os sinais de prevenção de acidentes são dos seguintes tipos.

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Sinalização de perigo Sinalização de atenção Sinalização direcional

Sinalização de segurança Sinalização informativa

Rotulagem Preventiva

A rotulagem preventiva deve ser utilizada (Nonnenmacher,2000) apenas quando necessário, em


produtos perigosos ou nocivos à saúde, devendo conter informações de ordem técnica que possibilitem ao
trabalhador, através de uma linguagem simples e objetiva, identificar o produto, seus riscos, estocagem e
primeiros socorros, em caso de necessidade.

Qualificação do Soldador

O soldador deve ser um profissional habilitado e ter boa saúde. Deve ser conhecedor do seu ofício,
ter treinamento e conhecimento dos equipamentos, ferramentas, consumíveis, dos materiais empregados e
de todas as Normas de Segurança relacionadas ao seu trabalho.

Alguns Cuidados no Início dos Trabalhos

Conforme Nonnenmacher (2000) antes de começar qualquer operação de soldagem, deve-se fazer
uma inspeção completa no local e nos equipamentos de soldagem, máquina de solda, conexões, cabos,
tenaz,eletrodos, outros. Observar todas as regras de segurança e operações.

Cuidados e Limpeza da Área de Trabalho

Além dos riscos para o serralheiro, existe o risco para as outras pessoas envolvidas ou que
circulam na área de trabalho. Todos os equipamentos, ferramentas, materiais e utensílios deverão estar

117
sempre limpos, em perfeitas condições de uso e dispostos de forma organizada, conforme estabelecido
pelas regras e procedimentos adotados na serralharia ou nos locais onde se efetuará os serviços de
soldagem.

Equipamentos de Proteção Individual e Coletivo

Introdução

A sexta Norma Regulamentada do Trabalho Urbano, cujo título é Equipamento de Proteção


Individual – EPI , estabelece: definições legais, forma de proteção, requisitos de comercialização e
responsabilidades (empregador, empregado, fabricante, importador e MTE).

Conceito:

Considera-se Equipamento de Proteção Individual (EPI), todo dispositivo de uso individual, de


fabricação nacional ou estrangeira, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador.

EPI’s Mais Utilizados na Soldagem

Proteção Respiratória

Com o objetivo de proporcionar os pulmões sempre sadios, as máscaras e os respiradores são os


equipamentos de proteção respiratória que protegem o trabalhador da inalação de contaminantes gerados
por agentes químicos como poeiras, névoas, fumos, gases e vapores e também de agentes biológicos.

Proteção dos Pés

Os calçados de segurança são os EPIs que protegem os pés dos trabalhadores de diferentes riscos.
Para tanto, há uma ampla variedade de materiais e soluções no mercado. Antes de escolher o melhor
calçado de segurança é fundamental observar os riscos do ambiente em que o usuário estará exposto.
Após, selecione as propriedades que o calçado deve conter.

Proteção Auditiva

Os protetores auditivos são os EPIs colocados no ouvido do trabalhador para protegê-lo contra
ruído.
Devem ser usados sempre que o indivíduo for submetido a ambientes onde o nível de pressão
sonora equivalente ultrapassar a barreira de 85 db. A partir desse valor, sem proteção, o trabalhador pode
ter lesões irreversíveis na audição.
Para que a proteção seja eficaz, é preciso considerar o conforto do equipamento, seguido da
eficiência e eficácia. É necessário que os protetores sejam usados durante todo o tempo de exposição e

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sigam requisitos mínimos de qualidade. Deverão ainda ser capazes de reduzir o nível de pressão sonora
abaixo do limite de tolerância.

Proteção do Corpo

A NR 6 considera vestimentas para uso profissional os seguintes equipamentos: calça, macacão,


conjunto, vestimenta de corpo inteiro, perneira, capuz e meia.
A proteção gerada pela vestimenta vai depender da matéria-prima utilizada, de como esse material é
confeccionado, do tipo de fio e da gramatura. Para cada risco, há materiais que podem ser usados. O
mercado oferece diversas possibilidades de vestimentas, combinando materiais durante a fabricação
conforme os riscos existentes.
Muitos fabricantes realizam estudos específicos, juntamente com a empresa usuária, para chegar à
opção que melhor protege o trabalhador.

Proteção das Mãos

Uma das medidas que pode oferecer proteção para as mãos dos trabalhadores são as luvas de
segurança. Oferecidas em diversos materiais, cada uma é adequada a certos tipos de riscos. Por isso, é
importante que a empresa avalie a área de risco e as atividades desenvolvidas.
Também é necessário definir os níveis de performance que serão exigidos deste EPI em cada
processo e especificá-los ao fornecedor.
Os fabricantes costumam desenvolver os produtos a partir das necessidades dos usuários, inclusive
com concepções de palmas distintas, com materiais e tamanhos de punhos diferentes, para que as luvas
fabricadas atendam as especificações das normas técnicas. É muito importante que o empregador adquira
luvas com o tamanho adequado à palma da mão do trabalhador.

Protetor Ocular e Facial

Na hora de adquirir um equipamento de proteção ocular ou facial, surgem muitas dúvidas em relação
ao tipo de lente de ser usada. Por isso, é importante conhecer os materiais e saber para que sejam
indicados. Assim, é possível analisar o tipo ideal para cada atividade.

 Policabornato – possuem proteção eficiente contra raios ultravioleta e alta resistência ao calor.
 Resina (orgânica) – são indicadas para operações de solda ponto, devido a sua maciez.Resina com
tratamento – têm a mesma aplicação das lentes de policabornato. A diferença é que são mais
apropriadas a trabalhos de alta precisão por ter qualidade óptica superior.
 Cristal – são indicadas em alguns casos de solda ou para locais onde há grande exposição a
partículas de pó e poeiras, pintura e demais situações que possam riscar as lentes com facilidade,
pois são mais resistentes a arranhões.

Equipamentos de Proteção Individuais Utilizados Pelos Soldadores:

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Mascaras: equipamento de proteção ocular e facial protege
Óculos de segurança: protegem os olhos do soldador
o soldador contra respingos e radiações. As radiações do
contra radiações, respingos, fagulhas e limalhas de
arco elétrico que além de provocar queimaduras na pele
metal de peças esmerilhadas.
pode queimar os olhos.

Capuz ou Touca de
Protetor Facial: protege o Protetor Auricular Tipo Concha e Plugue: protege o
segurança para proteção
rosto de fagulhas e limalhas sistema auricular de ruídos provenientes de máquinas
do crânio e pescoço contra
de metal esmerilhado. motrizes.
riscos de origem térmica

Macacões, casacos e aventais: protege o soldador


Mangote: protege o soldador das radiações e respingos
contra radiações e respingos.

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Capacete: Protege o soldador Luvas: protegem as mãos das queimaduras resultantes das radiações, choques
contra queda de peças. elétricos, respingos e escórias quentes.

Filtro Respiratório: Deve ser Perneiras ou Polainas:


Sapatos e Botas de Proteção: protegem os pés do
usado em operações de protege o soldador
soldador contra respingos, gotas de metal fundido e
soldagem e corte em áreas contra respingos e
queda de peças.
confinadas. escórias quentes.

As regras de segurança em ambientes de soldagem são divididas em três grupos principais:

1. Regras de segurança relativas ao local de trabalho;


2. Regras de segurança relativas ao pessoal;
3. Regras de segurança relativas ao equipamento.

1. Regras de Segurança Relativas ao Local de Trabalho

1.1) Incêndios e Explosões

O calor produzido por arcos elétricos e as suas irradiações, por escórias quentes e por faíscas
podem ser causas de incêndios ou explosões. Conseqüentemente, toda área de soldagem ou corte deve ser
equipada com sistema adequado de combate a incêndio e o pessoal de supervisão de área, operação ou
manutenção do equipamento envolvido deve ser treinado no combate a incêndios.
Todo e qualquer trabalhador deve ser familiarizado com as seguintes medidas de prevenção e
proteção contra incêndios:

 Garantir a Segurança da Área de Trabalho – Sempre que possível, trabalhar em locais especialmente
previstos para soldagem ou corte ao arco elétrico.
 Eliminar Possíveis Causas de Incêndios – Locais onde se solde ou corte não devem conter líquidos
inflamáveis (gasolina, tintas, solventes, etc.), sólidos combustíveis (papel, materiais de embalagem,
madeira, etc.) ou gases inflamáveis (oxigênio, acetileno, hidrogênio, etc.).

121
 Instalar Barreiras Contra Fogo e Contra Respingos - Quando as operações de soldagem ou corte não
podem ser efetuadas em locais específicos e especialmente organizadas, instalar biombos metálicos ou
proteções não inflamáveis ou combustíveis para evitar que o calor, as fagulhas, os respingos ou as escórias
possam atingir materiais inflamáveis.

 Tomar Cuidado Com Fendas e Rachaduras - Fagulhas, escórias e respingos podem "voar" sobre
longas distâncias. Eles podem provocar incêndios em locais não visíveis ao soldador. Procurar
buracos ou rachaduras no piso, fendas em torno de tubulações e quaisquer aberturas que possam
conter e ocultar algum material combustível.
 Instalar Equipamentos de Combate a Incêndios – Extintores apropriados, baldes de areia e
outros dispositivos anti-incêndio devem ficar a proximidade imediata da área de soldagem ou
corte. Sua especificação depende da quantidade e do tipo dos materiais combustíveis que possam
se encontrar no local de trabalho.
 Avaliar a Necessidade de Uma Vigilância Especial Contra Incêndios - Quando soldam ou
cortam, os operadores, podem não se dar conta da existência de algum incêndio, pois além da
atenção exigida pelo próprio trabalho, eles ficam isolados do ambiente pela sua máscara de
soldagem e os seus diversos equipamentos de proteção individual.De acordo com as condições do
local de trabalho, a presença de uma pessoa especialmente destinada a tocar um alarme e iniciar o
combate ao incêndio pode ser necessária.
 Conhecer os Procedimentos Locais Para Casos de Incêndios em Soldagem ou Corte – Alem
dos procedimentos de segurança da Empresa e das normas ou legislação em vigor, é recomendado
que sejam conhecidas as regras enunciadas na norma NFPA Nº.51B da National Fire Protection
Association (USA), "Fire Protection in Use of Cutting andWelding Processes".
 Usar um procedimento de "Autorização de uso de área" – Antes de se iniciar uma operação de
soldagem ou corte num local não especificamente previsto para esta finalidade, ele deve ser
inspecionado por pessoa habilitada para a devida autorização de uso.
 Nunca soldar, cortar ou realizar qualquer operação a quente numa peça que não tenha sido
adequadamente limpa – Substâncias depositadas na superfície das peças podem decompor-se sob
a ação do calor e produzir vapores inflamáveis ou tóxicos.
 Não soldar, cortar ou goivarem recipientes fechados ou que não tenham sido devidamente
esvaziados e limpos internamente – Eles podem explodir se tiverem contido algum material

122
combustível ou criar um ambiente asfixiante ou tóxico conforme o material que foi armazenado
neles.
 Proceder à inspeção da área de trabalho após ter-se completado a soldagem ou o corte –
Apagar ou remover fagulhas ou pedaços de metal quente que, mais tarde, possam provocar algum
incêndio.

1.2 Ventilação

O local de trabalho deve possuir ventilação adequada de forma a eliminar os gases, vapores e
fumos usados e gerados pelos processos de soldagem e corte e que podem ser prejudiciais à saúde dos
trabalhadores. Substâncias potencialmente nocivas podem existir em certos fluxos, revestimentos e metais
de adição ou podem ser liberadas durante a soldagem ou o corte. Em muitos casos, a ventilação natural é
suficiente, mas certas aplicações podem requerer uma ventilação forçada, cabines com coifas de exaustão,
filtros de respiração ou máscaras com suprimento individual de ar. O tipo e a importância da ventilação
dependem de cada aplicação específica, do tamanho do local de trabalho, do número de trabalhadores
presentes e da natureza dos materiais trabalhados e de adição.

 Locais tais como poços, tanques, sótões, etc., devem ser considerados como áreas Confinadas
– A soldagem ou o corte em áreas confinadas requer procedimentos específicos de ventilação e
trabalho, com o uso eventual de capacetes ou máscaras especiais.
 Não soldar ou cortar peças sujas ou contaminadas por alguma substância desconhecida –
Não se deve soldar, cortar ou realizar qualquer operação a quente numa peça que não tenha sido
adequadamente limpa. Os produtos da decomposição destas substâncias pelo calor do arco podem
produzir vapores inflamáveis ou tóxicos. Todos os fumos e gases desprendidos devem ser
considerados como potencialmente nocivos. Remover toda e qualquer pintura ou revestimento de
zinco de uma peça antes de soldá-la ou cortá-la.
 O soldador ou operador deve sempre manter a cabeça fora da área de ocorrência dos fumos
ou vapores gerados por um arco elétrico de forma a não respirá-los – O tipo e a quantidade de
fumos e gases dependem do processo, do equipamento e dos consumíveis usados. Uma posição de
soldagem pode reduzir a exposição do soldador aos fumos.

123
 Nunca soldar perto de desengraxadores a vapor ou de peças que acabem de ser desengraxadas. A
decomposição dos hidrocarbonetos clorados usados neste tipo de desengraxador pelo calor ou a
irradiação do arco elétrico pode gerar fosgênio, um gás altamente tóxico, ou outros gases nocivos.
 Metais tais como o aço galvanizado, o aço inoxidável, o cobre, ou que contenham zinco, chumbo,
berílio ou cádmio nunca devem ser soldados ou cortados sem que se disponha de uma ventilação
forçada eficiente. Nunca se deve inalar os vapores produzidos por estes materiais.
 Uma atmosfera com menos de 18 % de oxigênio pode causar tonturas, perda de consciência e
eventualmente morte, sem sinais prévios de aviso. Os gases de proteção usados em soldagem e
corte são quer mais leves, quer mais pesados que o ar; certos deles (argônio, dióxido de carbono -
CO, nitrogênio) podem deslocar o oxigênio do ar ambiente sem serem detectados pelos sentidos
do homem.
 O hidrogênio é um gás inflamável. Uma mistura deste gás com oxigênio ou ar numa área
confinada explode se alguma faísca ocorrer. Ele é incolor, inodor e insípido. Ainda, sendo mais
leve que o ar, ele pode acumular-se nas partes superiores de áreas confinadas e agir como gás
asfixiante.
 Alguma irritação nos olhos, no nariz ou na garganta durante a soldagem ou o corte pode ser
indício de uma contaminação do local de trabalho e de uma ventilação inadequada. O trabalho
deve ser interrompido, as condições do ambiente devem ser analisadas e as providências
necessárias para melhorar a ventilação do local devem ser tomadas.

1.3 Cilindros de Gás

Devido a natureza explosiva dos cilindros, deve-se dar atenção especial a sua identificação,
transporte, armazenamento e uso. Examine os cilindros como você faz com o resto do seu equipamento.
Verifique a cor e a etiqueta do cilindro para ter certeza que é o gás de proteção correto para o processo,
e que os reguladores, mangueiras e presilhas sejam os corretos para este gás e pressão de trabalho, e
que estejam em boas condições. Use somente cilindros contendo o gás adequado para o processo de
soldagem em uso e reguladores de pressão próprios para o tipo de gás e pressão sendo usada. Todas as
mangueiras, conexões, etc devem ser adequadas para aplicação e devem estar em boas condições de uso.
A figura abaixo mostra as partes componentes de um cilindro.

124
Identificação dos Cilindros

Os cilindros são pintados em cores distintas para cada tipo de gás. Isto é feito para que somente o
gás correto seja armazenado no cilindro próprio.

Verifique a cor e a etiqueta do cilindro para ter certeza que é o gás de proteção adequado para o
processo, e que os reguladores, mangueiras e presilhas sejam os corretos para este gás e pressão de
trabalho, e que estejam em boas condições.

Para evitar a troca de mangueiras e ligações entre os cilindros de gases combustíveis e não
combustíveis, a saída das válvulas tem rosca a esquerda e à direito, respectivamente. A tabela abaixo
fornece informações sobre cada tipo de cilindro de gás usado em soldagem e corte.

Tipo de Cor do Riscos


Fórmula Aplicações em Soldagem
Gás Cilindro Principais

Acetileno C2H2 Bordô Fogo Soldagem e corte Oxi-acetilênico

Ar
- Azul Claro Explosão se o cilindro for superaquecido. Corte e Goivagem
comprimido

Explosão se o cilindro for superaquecido;


Argônio Ar Marrom Soldagem MIG e TIG
asfixia se inalado em elevada concentração.
Dióxido
Asfixiante se inalado em elevada Soldagem MAG e Arame
de CO2 Alumínio
concentração. Tubular
Carbono
Explosão se o cilindro for superaquecido;
GLP - Alumínio asfixia se inalado em elevada Corte e Aquecimento de Metais
concentração.
Asfixiante se inalado em elevada
Hélio He Laranja Soldagem MIG e TIG
concentração.
Explosão se o cilindro for super aquecido;
Nitrogênio N2 Cinza asfixiante se inalado em elevada -
concentração.
Explosão se o cilindro for super aquecido; Soldagem e corte Oxi-
Oxigênio O2 Preto
facilita e acelera a combustão. acetilênico

125
Recebimento de Cilindros
Certifique-se do conteúdo do cilindro, antes de coloca-lo em operação, através dos indicadores
visuais que acompanham cada cilindro:

Identificação de Cilindro

Rotulo de Colarinho:

Estão descritos o nome do gás, o grau de pureza do gás, a simbologia de risco, o numero da ONU
e a conexão ABNT.

Grupos de Risco:

Sequencia numérica adotada pela White Martins, que classifica todos os gases em grupos, numerados
de 1 a 6 para facilitar a rápida identificação da periculosidade de cada gás.

 Grupo 1: não-inflamável, não-corrosivo, baixa toxidez;


 Grupo 2: inflamável, não-corrosivo, baixa toxidez;
 Grupo 3: inflamável, tóxico e/ou corrosivo;
 Grupo 4: tóxico e/ou corrosivo, não-inflamável;
 Grupo 5: espontaneamente inflamável (piroferico);
 Grupo 6: venenoso.

O manuseio inadequado dos cilindros dos gases usados em soldagem ou corte elétricos pode provocar
a danificação ou ruptura da válvula de fechamento e a liberação repentina e violenta do gás que contêm
com riscos de ferimento ou morte.

 Observar as características físicas e químicas dos gases usados e seguir rigorosamente as


regras de segurança específicas indicadas pelo fornecedor.
 Somente usar gases reconhecidamente adequados ao processo de soldagem ou corte e à
aplicação previstos. Não sabemos que consequências pode acarretar o uso de um gás inadequado
a um tipo de processo de soldagem. Por exemplo; o gás argônio, por não ser um gás inflamável, é
126
usado em alguns processos de soldagem como gás de proteção; já o gás acetileno, devido a ser um
gás altamente inflamável é usado no processo de soldagem e corte oxido-acetilênico. Será que na
ausência do argônio (gás não inflamável) podemos usar o acetileno (gás altamente inflamável)?
Claro que não. O risco de uma explosão ou incêndio é inevitável.
 Somente usar um regulador de pressão específico para o gás usado e de capacidade
apropriada à aplicação – Nunca usar adaptadores de rosca entre um cilindro e o regulador de
pressão. Os reguladores de pressão são fabricados para trabalhar específicos gases e para suportar
determinadas pressões. A utilização inadequada dos reguladores de pressão e vazão pode acarretar
em estouros dos reguladores lançando fragmentos no rosto do operador, e/ou explosões devido ao
atrito do gás existente em um cilindro e resíduos de um outro gás existente nas paredes internas do
regulador caso este esteja contaminado com outro tipo de gás.
Obs: A capacidade de aplicação é a capacidade que o regulador tem de suportar uma determinada
pressão e de reter a saída do gás permitindo apenas a vazão necessária do gás em uso.
 Sempre conservar as mangueiras e conexões de gás em boas condições de trabalho – O
circuito de gás deve estar isento de vazamentos. Deve-se verificar se a mangueira de gás não está
danificada antes de iniciar o trabalho. Caso esteja com algum dano que possa provocar um acidente
deve-se solicitar a substituição imediata, não só da mangueira, mas de qualquer acessório ligado ao
circuito de soldagem ou corte.
 Os cilindros de gás devem sempre ser mantidos em posição vertical – Eles devem ser
firmemente fixados no seu carrinho de transporte ou nos seus suportes ou encostos (em paredes,
postes, colunas, etc) por meio de correia ou de corrente isolada eletricamente.

 Nunca conservar cilindros ou equipamento relativo a gases de proteção em áreas confinadas.


Pode haver vazamento de gás nos cilindros, por descuido do operador ou mesmo por defeito da
válvula retentora do gás ou mesmo dos reguladores de pressão e vazão contaminando o ambiente
tornando-o tóxico ou asfixiante.
 Nunca instalar um cilindro de gás de forma que ele possa, mesmo que acidentalmente, se
tornar parte de um circuito elétrico. A passagem da corrente elétrica pode ionizar o gás no
interior do cilindro aumentando sua temperatura e pressão interna elevando o risco de uma
explosão.

127
Obs: Em particular, nunca usar um cilindro de gás, mesmo que vazio, para abrir um arco elétrico.

 Quando não estiverem em uso, cilindros de gás devem permanecer com sua válvula fechada,
mesmo que estejam vazios. Devem sempre ser guardados com o seu capacete parafusado. O seu
deslocamento ou transporte deve ser feito por meio de carrinhos apropriados e deve-se evitar que
cilindros se choquem.
 Sempre manter cilindros de gás distantes de chamas e de fontes de faíscas ou de calor
(fornos,etc). O calor aumenta a temperatura e a pressão interna do gás elevando o risco de uma
explosão.
 Ao abrir a válvula do cilindro, manter o rosto afastado do regulador de pressão / vazão . A
pressão interna pode, devido a um forte impacto, ou mesmo por defeito de fabricação do regulador,
quebrar o regulador lançando fragmentos no rosto do operador.

2) Regras de Segurança Relativas ao Pessoal

2.1) Choques elétricos

Choques elétricos podem ser fatais e devem ser evitados. Instalações elétricas defeituosas,
aterramento ineficiente assim como operação ou manutenção incorretas de um equipamento elétrico são
fontes comuns de choque elétricos.

 Nunca tocar em partes eletricamente "vivas". A rede de alimentação elétrica, o cabo de entrada
e os cabos de soldagem (se insuficientemente isolados), o porta-eletrodo, a pistola ou a tocha de
soldar, os terminais de saída da máquina e a própria peça a ser soldada (se não adequadamente
aterrada) são exemplos de partes eletricamente "vivas". A gravidade do choque elétrico depende do
tipo de corrente envolvida (a corrente alternada é mais perigosa que a corrente contínua), do valor
da tensão elétrica (quanto mais alta a tensão, maior o perigo) e das partes do corpo afetadas.As
tensões em vazio das fontes de energia usadas em soldagem, corte ou goivagem podem provocar
choques elétricos graves. Quando vários soldadores trabalham com arcos elétricos de diversas
polaridades ou quando se usam várias máquinas de corrente alternada, as tensões em vazio das
várias fontes de energia podem se somar; o valor resultante aumenta o risco de choque elétrico.
 Instalar o equipamento de acordo com as instruções do Manual específico fornecido. Sempre
usar cabos elétricos de bitola adequada às aplicações previstas e com a isolação em perfeito estado.
Para o circuito de soldagem, respeitar a polaridade exigida pelo processo ou a aplicação. Cabos
elétricos mal dimensionados geram aquecimento e ruptura da isolação, sendo fonte certa de choque
elétrico e/ou curto circuito. Isto também se atribui aos cabos elétricos com rompimento da
isolação.
 Aterrar os equipamentos e seus acessórios a um ponto seguro de aterramento. A ligação da
estrutura das máquinas a um ponto seguro de aterramento próximo do local de trabalho é condição
básica para se evitar choques elétricos. Ainda, e de acordo com a figura abaixo, a peça a ser
soldada, ou o terminal de saída correspondente na fonte de energia deve ser aterrada, mas não
ambos: "aterramentos duplos" podem fazer com que a corrente de soldagem circule nos condutores
de aterramento, normalmente finos, e os queime.

128
 Garantir bons contatos elétricos na peça soldada e nos terminais de saída da máquina – Os
terminais de saída, em particular aquele ao qual a peça soldada estiver ligada, devem ser mantidos
em bom estado, sem partes quebradas ou isolação trincada. Nunca fazer contatos elétricos através
de superfícies pintadas, notadamente na peça a ser soldada. Um local inadequado para fixação do
terminal de saída, grampo terra danificado, ou fixado em estrutura que apresente um mal contato,
com certeza provocará aquecimento entre o terminal e o local de fixação, provocando deterioração
da grampo terra, carbonização, faiscamento o que pode provocar um incêndio.
 Assegurar-se de que todas as conexões elétricas estão bem apertadas, limpas e secas –
Conexões elétricas defeituosas podem aquecer e, eventualmente, derreter. Elas podem ainda ser a
causa de más soldas e provocar arcos ou faíscas perigosas. Não se deve permitir que água, graxa ou
sujeira se acumule em plugues, soquetes, terminais ou elementos de um circuito elétrico.
 Manter o local de trabalho limpo e seco – A umidade e a água são condutoras da eletricidade.
Manter sempre o local de soldagem ou corte, os equipamentos e a roupa de trabalhos secos para
evitar a grande possibilidade que o soldador se submete-se a sofrer um choque elétrico. Eliminar
de imediato todo e qualquer vazamento de água. (11) Não deixar que mangueiras encostem em
peças metálicas. As peças metálicas podem estar energizadas por um motivo qualquer que não
deveria acontecer, e sendo assim caso a mangueira de gás tenha um vazamento teremos um risco
de explosão, ou incêndio. (11) Nunca ultrapassar os limites de pressão da água indicados nos
Manuais de Instruções, caso a máquina de soldagem seja semi-automática. A ultrapassagem destes
limites pode provocar a ruptura do sistema de refrigeração, prejudicando na refrigeração das
ferramentas de trabalho, tais como pistolas TIG, plasma, MIG / MAG, etc., além de provocar
vazamentos no ambiente de trabalho ou no interior da máquina provocando curto circuito,
oferecendo risco de choque.
 Usar roupa e equipamentos de proteção individual adequados, em bom estado, limpos e
secos. Durante o processo de soldagem, corte ou goivagem, partículas metálicas contaminam a
roupa do operador de soldagem e juntamente com algum tipo de umidade pode conduzir a corrente
elétrica levando o soldador ao risco de choques elétricos.

Obs: Ver, abaixo, as regras específicas relativas à proteção corporal.

 Ao soldar ou cortar, não usar quaisquer adornos, acessórios ou objetos corporais metálicos –
Para soldar, cortar ou goivar, é recomendado retirar anéis, relógios, colares e outros itens
metálicos. Contatos acidentais de tais objetos com algum circuito elétrico podem aquecê-los,
derretê-los e provocar choques elétricos.

129
 O soldador ou operador de uma máquina de soldar ou cortar deve trabalhar em cima de um
estrado ou plataforma isolante. No caso de se trabalhar em ambiente de alto risco de acidente de
natureza elétrica, onde todas as estruturas são metálicas, como num navio, o soldador deve
proteger o piso com material isolante, usar equipamento de proteção individual adequado para esta
situação e manter a máquina de solda sempre do lado de fora do ambiente de soldagem.

2.2) Campos Elétricos Magnéticos

A corrente elétrica que circula num condutor provoca o aparecimento de campos elétricos e
magnéticos. A corrente elétrica utilizada em soldagem corte ou goivagem criam tais campos em torno dos
cabos de solda e dos equipamentos. Ademais certas máquinas de soldar geram e usam, para abrir o arco
ou durante toda a operação de soldagem, um faiscamento do tipo "ruído branco" conhecido como "alta
freqüência". Conseqüentemente, pessoas portadoras de marca-passo devem consultar um médico antes de
adentrar uma área de soldagem ou corte: os campos elétricos e magnéticos ou as irradiações podem
interferir no funcionamento do marca-passo.

Para minimizar os efeitos dos campos magnéticos gerados pelas correntes elétricas de soldagem e
corte deve-se observar os seguintes itens:

 Não se deve permanecer entre os dois cabos eletrodo e obra e sim, sempre manter ambos do
mesmo lado do corpo.
 Os dois cabos de soldagem (eletrodo e obra) devem correr juntos e, sempre que possível,
amarrados uma o outro.
 Na peça a ser soldada, conectar o cabo obra tão perto quanto possível da junta.
 Manter os cabos de soldagem e de alimentação do equipamento tão longe quanto possível do
corpo.
 Nunca se deve enrolar cabos de soldagem em torno do corpo.

2.3) Regras Específicas de Segurança Corporal

2.3.1) Regras Para a Proteção da Visão

Os arcos elétricos de soldagem ou corte emitem raios ultravioletas e infravermelhos. Exposições de


longa duração podem provocar queimaduras graves e dolorosas da pele e danos permanentes na vista.

 Para soldar ou cortar, usar máscara com vidro ou dispositivo de opacidade adequado ao
processo e à aplicação prevista. A tabela abaixo orienta quanto à opacidade recomendada para a
proteção em função do processo e da faixa de corrente usados. Como regra geral, iniciar com uma
opacidade alta demais para que se veja a zona do arco; reduzir então a opacidade que se tenha uma
visão adequada da área de soldagem, sem problema para os olhos.

Filtros recomendados (adaptado da norma de segurança ANSI Z49.1)

130
 Usar óculos de segurança com protetores laterais. Quando se solda, corta ou goiva, quando se
remove a escória de um cordão de solda ou quando se esmerilha alguma peça partículas metálicas,
respingos e fagulhas podem atingir os olhos sob ângulos quaisquer de incidência. Nos processos
semi-automáticos ou automáticos, pontas de arame podem ferir gravemente. Usar os óculos de
segurança inclusive por baixo da máscara de soldar ou de qualquer protetor facial.
 Qualquer pessoa dentro de uma área de soldagem ou corte, ou num raio de 20 m, deve estar
adequadamente protegida. A irradiação de um arco elétrico tem grande alcance e partículas
metálicas e respingos podem voar sobre distâncias relativamente grandes.

2.3.2) Regras Para Proteção da Pele

Devido à emissão de raios ultravioletas e infravermelhos, arcos elétricos queimam a pele da mesma
maneira que o sol porem muito mais rapidamente e com maior intensidade. Os operadores, e em
particular aqueles sensíveis à exposição ao sol podem sofrer queimaduras na pele após breve exposição a
um arco elétrico. Os respingos de solda e as fagulhas são outras fontes de queimaduras. Seguir as
recomendações abaixo para garantir uma proteção segura contra a irradiação de um arco elétrico e os
respingos.

 Não deixar nenhuma área de pele descoberta – Não arregaçar as mangas da camisa ou do
avental. Usar roupa protetora resistente ao calor: gorro, jaqueta, avental, luvas e perneiras –
Roupa de algodão ou similares constitui uma proteção inadequada, pois além de ser inflamável, ela
pode se deteriorar em função da exposição às radiações dos arcos elétricos.
 Usar calçado de cano longo e estreito – Não usar sapatos baixos e folgados nos quais respingos e
fagulhas podem penetrar.
 Usar calças sem bainha. Bainhas podem reter fagulhas e respingos – As pernas das calças
devem descer por cima das botas ou dos sapatos para evitar a entrada de respingos.
 Sempre usar roupa, inclusive de proteção, limpa – Manchas de óleo ou graxa ou sujeira em
excesso podem inflamar-se devido ao calor do arco.

131
 Manter os bolsos, mangas e colarinhos abotoados – Fagulhas e respingos podem penetrar por
tais aberturas e queimar pelos e/ou pele. Os bolsos não devem conter objetos ou produtos
combustíveis tais como fósforos ou isqueiros.
 Todas as regras acima aplicam-se integralmente às manutenções preventiva e corretiva dos
equipamentos. Manutenções ou reparações somente devem ser feitas por elementos habilitados
devidamente protegidos e isolados do ponto de vista elétrico; somente usar ferramentas isoladas,
específicas para eletricidade. Proceder à reparação de máquinas elétricas em local apropriado e
devidamente isolado.

2.3.3) Regras Para a Proteção da Audição – Proteção Auricular

 Usar protetores de ouvido – Certas operações de soldagem, corte ou goivagem produzem ruídos
de intensidade elevada e, eventualmente, longa duração. Protetores de ouvido adequados, além de
protegerem contra estes ruídos excessivos, impedem que respingos e fagulhas entrem nos ouvidos.

3) Regras de Segurança Relativas aos Equipamentos

Sempre instalar e operar um equipamento de soldar ou cortar de acordo com a orientação do seu
Manual de Instruções. Alem da proteção ao pessoal de operação e manutenção, o aterramento constitui
uma proteção fundamental dos equipamentos. O aterramento evita que o soldador sofra um choque
elétrico nas partes metálicas das máquinas de soldagem ou da estrutura metálica onde estará efetuando a
soldagem.

 Sempre ligar uma máquina de soldar ou cortar à sua linha de alimentação através de uma
chave de parede. Eta chave deve ter fusíveis ou disjuntor de capacidade adequada e poder ser
trancada. (3) Instalar um plugue (steck) de fácil acoplamento e remoção, na extremidade do cabo de
entrada da máquina. Se for necessário fazer manutenção da máquina no local de trabalho, colocar
uma etiqueta de aviso (equipamento em manutenção, ou não opere este equipamento,
manutenção) na chave geral para evitar que ela venha a ser usada.

 Sempre instalar e operar uma máquina de soldar ou cortar de acordo com as orientações
contidas no Manual de Instruções – Além da proteção ao pessoal de operação e manutenção, o
aterramento constitui uma proteção fundamental dos equipamentos.
 Operar os equipamentos estritamente dentro das características anunciadas pelo Fabricante
– Nunca sobrecarregá-los. (5) A sobrecarga dos equipamentos elétricos pode acarretar na destruição

132
pelo calor das isolações entre o elemento condutor e a estrutura ou gabinete destes equipamentos,
podendo levá-los a queima, a curtos circuitos internos que podem até mesmo causar a energização
da estrutura metálica que o envolve oferecendo graves riscos de choques elétricos.
 Nunca usar uma máquina de soldar ou cortar com parte do seu gabinete removida ou mesmo
aberta – Além de tal situação ser potencialmente perigosa para o soldador ou operador, a falta de
refrigeração pode resultar em danos a componentes internos. É imprescindível que o gabinete da
máquina esteja cobrindo seus componentes elétricos e eletrônicos. Trabalhar com a máquina de
soldagem neste estado, sem seu gabinete, é extremamente perigoso levando o soldador a um
grande risco de morte.
 Nunca operar equipamentos defeituosos – Conservá-los em perfeito estado de funcionamento,
procedendo à manutenção preventiva periódica recomendada pelo fabricante e à manutenção
corretiva sempre que necessário. Em particular, todos os dispositivos de segurança incorporados a
um equipamento devem ser mantidos em boas condições de trabalho evitando que tais
equipamentos apresentem defeitos que tirem a segurança de manuseio do soldador.
 Sempre manter um equipamento de soldar ou cortar afastado de fontes externas de calor
(fornos, por exemplo).
 Máquinas de soldar ou cortar não devem ser utilizados em locais alagados ou poças de água –
Salvo quando projetados especialmente ou adequadamente protegidos (a critério do fabricante),
máquinas de soldar ou cortar não devem ser operadas em ambientes corrosivos ou que tenham
matérias oleosas em suspensão, ou nas intempéries. Lugares onde existam elementos corrosivos
em suspensão podem danificar os componentes internos da máquina de solda provocando diversos
riscos de acidente; curto circuito, choques elétricos, gases tóxicos como reação entre o calor da
máquina e os elementos corrosivos, etc.
 Depois de usar um equipamento de soldar ou cortar, sempre desligá-lo e isolá-lo da sua linha
de alimentação. Não se deve deixar a máquina de soldagem ligada a sua fonte de alimentação.
Deve-se não só desliga-las, mas também desligar seus alimentadores como procedimento de
segurança. Se a máquina ficar desligada, mas com energia chegando em seu interior ela poderá
apresentar algum risco de acidente a alguém. Se ela estiver, devido ao tempo de uso, com baixa
isolação interna, que apresente uma fuga de corrente para o seu gabinete, uma pessoa pode receber
uma descarga elétrica caso toque em seu gabinete ou outra estrutura metálica da máquina sem estar
devidamente isolada.

Procedimentos de Pronto Socorro e Emergência

O pronto socorro consiste em um tratamento provisório aplicado em caso de acidente ou doença.


Um socorro imediato (dentro de quatro minutos) e adequado pode ser a diferença entre uma recuperação
completa, uma invalidez permanente ou a morte.

 Inalação de Gases: Trabalhadores com sintomas de exposição a fumos e gases devem ser levados
para uma área não contaminada e inalar ar fresco ou oxigênio. Caso a vítima esteja inconsciente,
quem prestar socorro deve eliminar os gases venenosos ou asfixiantes da área ou usar equipamento
apropriado de respiração antes de adentrá-la. Remover a vítima para uma área não contaminada e
chamar um médico. Administrar oxigênio por meio de uma máscara se a vítima estiver respirando.

133
Caso contrário, praticar a reanimação cardiopulmonar, de preferência com administração
simultânea de oxigênio. Conservar a vítima aquecida e imobilizada.
 Olhos Afetados: Caso a vítima use lentes de contato, removê-las. Irrigar os olhos com grande
quantidade de água por 15 min. Ocasionalmente, levantar as pálpebras para assegurar uma
irrigação completa. Aplicar um curativo protetor seco. Chamar um médico. Requerer assistência
médica para remover ciscos ou poeira. Em caso de ferimento por irradiação de arco elétrico,
aplicar repetidamente compressas frias (de preferência geladas) durante 5 a 10 min. Aplicar um
curativo protetor seco. Chamar um médico. Não esfregar os olhos. Não usar gotas ou colírio salvo
se receitados por um médico.
 Irritação da Pele: Para os casos de contato da pele com produtos irritantes, molhar as regiões
afetadas com grandes quantidades de água e depois, lavar com água e sabão. Retirar a roupa
contaminada. Se as mucosas estiverem irritadas, molhar com água. Lavar cortes e arranhões com
água e sabão neutro. Aplicar um curativo seco e esterilizado.
 Queimaduras: Para queimaduras por calor, aplicar água fria numa bolsa de borracha ou similar.
Se a pele não estiver rompida, imergir a parte queimada em água fria limpa ou aplicar gelo limpo
para aliviar a dor. Não furar bolhas. (13) As bolhas é um sistema de proteção e resfriamento natural
promovido pelo próprio corpo na área queimada. Enfaixar sem apertar com faixa seca e limpa.
Chamar um médico.
 Choques Elétricos: Quem prestar socorro deve primeiramente proteger a si mesmo com materiais
isolantes tais como luvas. Desligar o equipamento para eliminar o contato elétrico com a vítima.
Usar equipamento ou objetos isolantes se a pessoa que prestar socorro tiver que tocar a vítima para
retirá-la. Se a vítima não estiver respirando, praticar reanimação cardiopulmonar assim que o
contato elétrico for removido. Chamar um médico. Continuar com a ressuscitação cardiopulmonar
até que a respiração espontânea tenha sido restaurada ou até que o médico tenha chegado.
Administrar oxigênio. Manter a vítima aquecida. (15) Tratar queimaduras por eletricidade como
queimaduras por calor. Aplicar compressas frias ou geladas. Cobrir as feridas com curativo seco
limpo. Chamar um médico.
 Queimaduras por Eletricidade: Tratar queimaduras por eletricidade como queimaduras por
calor. Aplicar compressas frias ou geladas. Cobrir as feridas com curativo seco limpo. Chamar um
médico.

Causas Mais Comum de Problemas de Saúde Com Operadores de Soldagem

Partículas – Padrões
Fumos OSHA
Efeitos Possíveis a Saúde
Metais e Óxidos mg/m3 a cada
Metálicos 8 horas
Inflamação do sistema respiratório e pulmão: causa dores de cabeça,
Alumínio ND letargia, irritação da visão e excesso de fluido no pulmão; edema
pulmonar.
Cádmio 0,1 Intoxicação, edema pulmonar, gastrite, nefrite crônica.
Gastrite, possibilidade de câncer; febre devido aos fumos,
Cromo 1,0 “sabor de metal”, calafrio, sede, febre, dor muscular, fadiga, dor de
cabeça, náusea.
Inflamação do sistema respiratório e pulmão: causa dores de cabeça,
Cobre 0,1
letargia, irritação da visão e excesso de fluido no pulmão.

134
Fluoretos 2,5 Aumento da densidade dos ossos e ligamentos, anemia, gastrite.
Bronquite crônica, febre devido aos fumos, “sabor de metal”, calafrio,
Ferro 10,0
sede, febre, dor muscular, fadiga, dor de cabeça, náusea.
Chumbo 0,2 Intoxicação, anemia.
Magnésio 15,0
Intoxicação; manganismo (efeitos neurológicos semelhante ao mal de
Manganês 5,0
parkinson).
Inflamação do sistema respiratório e pulmão: causa dores de cabeça,
Níquel 1,0 letargia, irritação da visão e excesso de fluido no pulmão; possibilidade
de cancer.
Inflamação do sistema respiratório e pulmão: causa dores de cabeça,
Vanádio 0,1
letargia, irritação da visão e excesso de fluido no pulmão.
febre devido aos fumos,
Zinco 5,0 “sabor de metal”, calafrio, sede, febre, dor muscular, fadiga, dor de
cabeça, náusea.
Gases
Monóxido de
5,5 -
Carbono
Inflamação do sistema respiratório e pulmão: causa dores de cabeça,
Óxidos Nitrosos - letargia, irritação da visão e excesso de fluido no pulmão; bronquite
crônica; edema pulmonar; enfisema.
Inflamação do sistema respiratório e pulmão: causa dores de cabeça,
Ozônio 0,2 letargia, irritação da visão e excesso de fluido no pulmão; crise de asma;
edema pulmonar.
OSHA – Occupational Safety and Health Administration – USA / Segurança Ocupacional e Administração da Saúde.

Identificação, Riscos e Usos em Soldagem e Corte de Gases em Cilindros

Cor do Aplicações em
Tipo de Gás Riscos Principais
Cilindro Soldagem
Soldagem e corte Oxi-
Acetileno Vermelho Fogo
acetileno
Ar Comprimido Azul claro Explosão se o cilindro for super-aquecido Corte e goivagem
Explosão se o cilindro for super-aquecido;
Argônio Marrom Soldagem TIG e MIG
asfixia se inalado em elevada concentração.
Asfixiante se inalado em elevada Soldagem MAG e arame
Dióxido de Carbono Alumínio
concentração tubular
Explosão se o cilindro for superaquecido; Corte e aquecimento de
GLP Alumínio
asfixia se inalado em elevada concentração. metais
Asfixiante se inalado em elevada
Hélio Alaranjado Soldagem MIG e TIG
concentração
Explosão se o cilindro for super-aquecido;
Nitrogênio Cinza -
asfixia se inalado em elevada concentração.
Explosão se o cilindro for super-aquecido; Soldagem e corte Oxi-
Oxigênio Preto
facilita e acelera a combustão. acetileno

Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano

135
A eletricidade nos proporciona conforto e facilita nossa vida diária, mas representa sempre um
perigo constante onde estiver. A energia elétrica tratada com seriedade é uma grande amiga, mas também
é capaz de matar se não forem tomados cuidados adequados.

Efeitos da Eletricidade no Corpo Humano


Intensidade da
Efeito
Corrente
Até 5 mA Formigamento fraco
5 até 15 mA Formigamento forte
15 até 50 mA Espasmo muscular
50 até 80 mA Dificuldade de respiração, até desmaio
Fibrilação do ventrículo do coração; parada cardíaca;
80 mA até 5A
queimaduras de alto grau.
Acima de 5A Morte certa

136
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Fundação de Apoio a Escola Técnica

Ética Profissional

META DA AULA
Descrever a importância do comportamento ético no exercício da profissão, aplicando-o no cotidiano de
vida.

OBJETIVOS
Ao final desta aula você será capaz de:
1. Relacionar os valores éticos estabelecidos na vida pessoal e profissional;
2. Enumerar fatores da postura profissional que remetem a um diferencial no atendimento.

Diretoria de Formação Inicial e Continuada – DIF

Rua Clarimundo de Melo, nº 847 – Quintino – CEP 21311-281


Tel: (21) 2332-4125 / Fax: (21) 2332-4072
dif@faetec.rj.gov.br
ÉTICA PROFISSIONAL

Atualmente, a palavra “ética” tem se tornado uma “expressão” muito usada no cotidiano das pessoas, nas
empresas e nas corporações, pela sua constante exposição pela mídia e pelos impactos promovidos por
esta.
O objetivo da ética é identificar tanto as regras que deveriam governar o comportamento das pessoas
quanto os "bens" que vale a pena buscar. Todas as decisões éticas são guiadas pelos valores de cada
pessoa.
Valores são princípios de conduta, honestidade, responsabilidade, manutenção de promessa, busca de
excelência, lealdade, justiça, integridade, respeito pelos outros e cidadania responsável. A maioria das
pessoas concorda que todos esses valores constituem linhas de conduta admiráveis para o
comportamento. Entretanto, a ética torna-se uma questão mais complicada quando a situação exige que
um valor preceda os outros. Assim, ética é o sistema de regras que governa a ordenação de valores.
O padrão ético é relativo, porque em uma situação a honestidade pode prevalecer, enquanto, em outra, a
lealdade poderia anular a necessidade de honestidade.

Saiba Mais...
A origem da palavra ética vem do grego “ethos”, que quer dizer o modo de ser, o caráter. Os romanos
traduziram o “ethos” grego, para o latim “mos” (ou no plural “mores”), que quer dizer costume, de
onde vem a palavra moral. Tanto “ethos” (caráter) como “mos” (costume) indicam um tipo de
comportamento propriamente humano que não é natural, o homem não nasce com ele como se fosse
um instinto, mas que é “adquirido ou conquistado por hábito”.
(VÁZQUEZ).

2
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Fundação de Apoio a Escola Técnica

Ética
A palavra ética, empregada sob vários pretextos, significados e metáforas (linguagem figurada), é um
juízo de avaliação da conduta humana sob a ótica do bem e do mal ligada a interesses e valores de um
determinado contexto social, ou mesmo sob uma ótica mais ampla e absoluta.
A Ética Profissional é o conjunto de normas morais, que ordenarão o comportamento humano no
exercício de sua profissão.
A ética regra o comportamento humano, seja no plano exterior ou social, seja no âmbito de sua
intimidade e subjetividade - prescrevendo deveres e condutas que concretizem valores, não se
limitando a julgamentos ou censuras, mas impondo diretrizes de conduta, que a sociedade considerar
obrigatória naquele momento social.
A conduta profissional - tal qual a individual - há de se nortear pelos preceitos éticos e morais,
havendo de contribuir, ainda, para a formação de uma consciência profissional, marcada por hábitos
que disseminem a integridade e a probidade1 das posturas.
Os vocábulos "moral” e "ética" derivam de palavras que significam "hábito" ou "comportamento";
entretanto, descrever ou explicar os costumes ou o comportamento humano é algo muito subjetivo, de
acordo com cada região.
Assim, a ética é o estudo, análise e valoração da conduta humana, em consonância com os conceitos de
bem e mal, numa determinada sociedade e num determinado momento.
As prestações ou coerções sociais exercidas pelos fatos sociais manifestam-se por meio de sanções que
são reações de aprovação ou reprovação por parte do grupo em relação às formas de comportamento
admitidas ou condenadas de seus membros. As sanções podem ser positivas, quando estimulam formas
aprovadas de comportamento (desde a tolerância até a recompensa), ou negativas, quando previnem,
censuram ou reprimem formas indesejáveis de conduta (desde a crítica e censura até a punição e
exclusão).
1. Probidade - à Do latim Probitate, probo é aquele que tem integridade de caráter e honradez
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Vejamos um exemplo: consideramos alguns aspectos da moda, que é o modo de se vestir numa
determinada época, numa determinada sociedade. Atualmente está em moda no Brasil a calça
comprida para moças e o cabelo comprido para os rapazes. Enquanto elas e eles andarem de acordo
com a moda atual, tudo corre normalmente. No entanto, 50 anos atrás, se as moças de então usassem as
calças de hoje, seriam tachadas de "imorais". Naquela época, os rapazes de cabelos cumpridos, de
unhas esmaltadas e camisas transparentes e coloridas seriam reprimidos quanto à sua masculinidade.
No entanto, hoje isto é normal.

Saiba Mais...
A Revolução da Moda:
• Jacques Doucet (1853-1929), um figurinista francês, em 1927, subiu as saias para mostrar as ligas
rendadas.
• Coco Chanel criou a moda dos cortes retos, capas, blazers, cardigãs, colares compridos, boinas e
cabelos curtos.
• Jean Patou, estilista francês teve o foco na criação de roupas esportivas. Inclusive para as tenistas.
Também revolucionou a moda praia com seus maiôs.
As roupas nas décadas de 60 e 70, época dos hippies, transmitiam paz e amor, lemas da época, por
cores alegres e estampas floridas, demonstrando sensibilidade, romantismo, descontração e bom
humor, como também a liberdade de expressão perante o regime ditatorial em países como o Brasil,
Chile e França.

4
VALORES ÉTICOS QUE VALEM A PENA SEREM LEMBRADOS

É fundamental lembrar:
• Não fale mal de outras instituições ou empresas, mesmo que o cliente o faça. Também
não critique colegas de trabalho diante o cliente, causará uma péssima impressão.
• Ser ético é respeitar as regras vigentes inclusive, e principalmente, nas informações
consideradas confidenciais.
• Seja comedido ao demonstrar excesso de conhecimentos, forneça informações na
medida do necessário e do interesse de seu cliente, mas não queira "aparecer" como o
"sabe-tudo", isso pode manchar sua imagem.
• Cative as pessoas com „tato‟ e „habilidade‟. São um conjunto de conhecimentos,
habilidades e atitudes que, harmonicamente desenvolvidas, produzem um resultado final
esperado e desejado.
• A postura de um profissional deve ser ética e respeitosa com seus colegas de trabalho
e seus interesses individuais.
• Discrição e comedimento - que não se confundem com secura ou indiferença -
inspiram confiança e irradiam seriedade.
• O bom profissional deve se apresentar reservado em suas palavras e atos, e também
recatado e modesto: excessos desqualificam sua imagem e repassam desconfiança a
seus interlocutores.
• O sigilo é ainda mais importante: um tagarela gera medo, insegurança e insatisfação -
além de ser danoso aos interesses que estiverem sob seu trato. O sigilo muitas vezes é
imposto para que se preservem a honra, ou o interesse social, ou o interesse das partes.
Normas éticas também estão no estatuto regendo os direitos e deveres do servidor
público, lembrando que alguns itens, se ignorados, são passíveis de punição. Qualquer
funcionário que esteja a serviço de um órgão público, mesmo sendo contratado,
terceirizado ou outros, deve acatar as normas vigentes.
Um simples detalhe, uma vírgula, um ponto, uma letra, pode mudar todo o sentido do
texto.

Saiba Mais...
Pegadinha da língua portuguesa:
Discrição – Qualidade de ser discreto, recato, sensato.
Descrição – Ato ou efeito de descrever.
Retificar – Consertar.
Ratificar – Confirmar. 5
POSTURA PROFISSIONAL

Na vida, quase sempre estamos a esperar por alguma coisa. No local de trabalho
estamos sempre à espera do cliente interno ou externo para recepcioná-lo corretamente;
torna-se necessária, basicamente, uma boa postura!

É preciso:
 Não criarmos "barreiras à porta" atrapalhando o acesso ao interior do
estabelecimento,
 Não ficarmos debruçados em cima dos balcões ou mesas.
 Manter atitudes dinâmicas, joviais e saudáveis, estando sempre em condições
adequadas para o bom atendimento.
 Evitar os “tendenciosos grupinhos”

Guarde estas dicas:

1- Se o horário do expediente em seu trabalho já começou e, ao atender um


telefonema, a pessoa do outro lado perguntar pela sua chefia, nunca diga que o
seu chefe, seu diretor, seu gerente ainda não chegou. A expressão ainda dá a
entender que você também acha que seu chefe já deveria ter chegado.
Impensadamente, a pessoa do outro lado irá confirmar o que você acaba de
dizer, ex: Ele “ainda” não chegou.
2- Desde que você tenha disponibilidade, atenda ao telefone. Deixar uma pessoa
esperando do outro lado da linha não cria uma boa imagem para sua empresa.
Dar uma pequena informação ou simplesmente tomar nota de um recado deixará
esta pessoa satisfeita, poderá ajudar um colega de trabalho e, certamente, aliviará
os seus ouvidos por mais algum tempo.
3- Você pode aprender bastante sobre o trabalho, simplesmente observando. Preste
atenção naqueles que são considerados competentes. Só não caia na armadilha
tão comum de imitar o estilo da chefia. Isso pode comprometer seu estilo
individual. Você pode ganhar experiência também com os erros e acertos dos
outros. Escute-os.

6
4- A administração de tempo contribui para um trabalho eficaz além de
proporcionar a organização do serviço e atendimento ao cliente.
5- Torne os seus contatos menos impessoais, identificando e anotando o nome do
cliente em cada nova situação.
6- Uma pessoa considera-se bem recebida, mesmo quando se tem um “não” como
resposta, se:
• Você ouve o que ela tem a dizer,
• Você explica o motivo da resposta negativa,
• Você a trata com delicadeza e respeito,
• Você a encaminha para área indicada,
• Você justifica o não atendimento e se coloca à disposição para atendê-la em
outra ocasião.
7- Lembre-se de que, para merecer respeito, e ser realmente valioso em sua função,
é preciso saber defender com firmeza seu ponto de vista.
8- Se você precisa passar um recado ou avisar a um funcionário que esteja em
alguma reunião que tem um telefonema urgente, não entre na sala falando alto,
interrompendo, assim, a reunião. Dicas: escreva um bilhete, aguarde a resposta;
pode ter certeza de que você terá uma resposta imediata, e a sua presença será
bem notada e apreciada.
9- Mantenha-se aberto e disponível para o conhecimento, em busca de tudo que
ajude a desempenhar melhor sua atividade. Busque novidades e diferenciais que
possam facilitar o atendimento.
10- Procure manter um intercâmbio com seus colegas de trabalho; a comunicação
interna eficiente e amistosa favorece a motivação da equipe.
11- Leve ao seu superior somente os problemas que realmente dependam da decisão
dele, poupando-o de aborrecimentos com assuntos que podem ser resolvidos por
você mesmo, com segurança e eficácia.
12- Não esqueça que a primeira impressão é permanente, e que uma indiscrição
pode arruinar sua reputação. Orgulhe-se dos altos padrões que se esperam de
você. Eles demonstram o respeito devido à sua profissão.
13- Manter uma postura profissional é muito importante numa empresa; por isso,
seja breve no atendimento!

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14- Uma pessoa atenciosa demonstra consideração para os outros. Procure prestar
atenção no que o outro está dizendo. Busque ouvir verdadeiramente, saiba
colocar-se no lugar do cliente.

Para se ter sucesso no trabalho:


• Se você trabalha para uma empresa, trabalhe para ela, fale bem dela e defenda-a, pois
você a representa.
• Lembre-se de que um grama de lealdade vale por um quilo de inteligência.
• Se você é do tipo que precisa reclamar eternamente, condenar e encontrar erros, é
melhor largar seu emprego. Enquanto você fizer parte da instituição, não a condene.

EXEMPLOS DE UMA CORRETA POSTURA PROFISSIONAL

• Buscar compreender o que a pessoa está procurando ou desejando resolver.


• Perguntar mais de uma vez, se não compreender exatamente o que o outro quer.
• Verificar, por meio de perguntas, se o que você entendeu é mesmo o que ele busca.
• Olhar nos olhos da pessoa. Jamais atenda fazendo outra coisa ou olhando para o lado.
• Atender cada pessoa como gostaria de ser atendido.
• Lembrar-se de que cada indivíduo considera o seu problema o mais importante.
• Manter-se bem informado, conhecer bem seu setor e afins para informar bem ao
público.
• Cuidar para não passar informações indevidas e errôneas.
• Não interromper o interlocutor e olhar para ele enquanto estiver falando ou ouvindo.
• Ser diplomático.
• Ter controle emocional.

CONDUTA PROFISSIONAL

O seu comportamento dentro e fora do seu local de trabalho é que mostra às pessoas
quem você é realmente e determina como serão suas relações e sua vida presente e
futura. Quando assumimos o compromisso de ser o melhor que pudermos, o resultado é
a felicidade e a paz de espírito que nos ajudam a tocar nossa vida em frente.
Descobrimos quem somos e que não necessitamos de provar nada aos outros. Isto nos
traz liberdade.

8
Como deve ser sua conduta:
• Busque cumprir todas as regras internas, sejam normas, procedimentos ou maneiras de
se portar.
• Conheça seu local de trabalho, tudo e todos. O que fazem, como são, os problemas, as
relações, procure saber tudo sobre o que possa ser útil. Verifique quais setores deverão
ser expandidos e os requisitos para você estar lá.
• Avalie seus obstáculos pessoais, internos e externos. Toda vez que não conseguir
ultrapassar um obstáculo, volte e analise a questão novamente. Seu enfoque do
problema pode ter sido errado ou suas habilidades podem não ter sido desenvolvidas o
suficiente. Esforce-se, treine, estude, ensaie e volte a tentar.
• Trate de minimizar os problemas pessoais no local de trabalho, ou tente minimizá-los.
• Se os problemas pessoais são de outras pessoas, analise-os com cuidado, sendo o mais
imparcial possível.
• Faça alianças e amplie seu relacionamento. Saiba com quem você vai poder contar em
momentos ruins e bons. Lembre-se de que a desarmonia dentro de um círculo irá levar à
ineficiência.
• Crie os seus objetivos. Fixe a sua meta. Estabeleça os seus parâmetros.
• Cultive o hábito de ler diariamente sobre política, comércio, economia, observando e
analisando fatos e acontecimentos. Ao tornar a leitura um hábito, você poderá
acompanhar os acontecimentos e avaliar os resultados. Faça as suas conclusões e
adquira experiência.
• Conheça a si mesmo no seu ambiente de trabalho.
Quanto mais práticos, diretos, positivos e éticos nós somos naquilo que dizemos e
fazemos, maior clareza teremos na busca de soluções e consequentemente maiores e
melhores resultados.

Exemplos de Código de Ética:


Código de Ética Profissional
Código de Ética do Engenheiro I. Tomarás a saúde, a segurança e o bem-estar do
público como valores predominantes no exercício da tua atividade. II. Atuarás de modo
a reforçar a reputação da profissão junto à sociedade. Evitarás toda conduta que
desacredite ou danifique a dignidade e a honra da profissão. III. Atuarás em prol do
progresso e do bem-estar da humanidade. IV. Atuarás com boa-fé, justiça, integridade,
respeito e honestidade na relação com os teus colegas de trabalho, o teu empregador, os

9
teus clientes, os teus subordinados e os restantes engenheiros. V. Serás leal com o teu
empregador e os teus clientes, designadamente evitando conflitos de interesses e
observando o princípio da confidencialidade. VI. Aceitarás apenas realizar trabalhos
para os quais tenhas adquirido competências por via da formação e da experiência. VII.
Empenhar-te-ás em melhorar permanentemente as tuas competências e em executar as
tuas atividades com empenho, diligência, dedicação e entusiasmo. VIII. Empenhar-te-ás
no desenvolvimento dos profissionais cuja formação estiver sob tua supervisão. IX.
Colaborarás com os teus colegas e com outras entidades no sentido de que a sociedade
em geral possa beneficiar dos teus conhecimentos e da tua experiência. X. Rejeitarás
todas as formas de suborno. XI. Atuarás de modo a respeitar o ambiente e os recursos
naturais. XII. Darás a conhecer, ao teu empregador ou ao teu cliente, os efeitos
perversos que podem advir da inobservância de regras de engenharia. XIII. Não
ofenderás os outros, a sua propriedade, a sua reputação ou o seu emprego através de
ações falsas ou maliciosas. XIV. Como empregador e/ou líder, velarás pela saúde e pela
segurança nos locais de trabalho. XV. Reportarás aos organismos apropriados quaisquer
decisões ou ações da engenharia que sejam ilegais ou anti-éticas. XVI. Evitarás a
concorrência desleal.XVII. Não assinarás estudos, projetos, planos, especificações,
relatórios, opiniões que não tenham sido elaborados, executados, controlados ou
ratificados por ti.XVIII. Respeitarás a propriedade intelectual e não tomarás para ti o
crédito de trabalhos realizados por outros. XIX. Expressarás opiniões, farás declarações
e fornecerás informação com justiça e honestidade, e apenas na base de conhecimentos
adequados. XX. Respeitarás a dignidade intrínseca de todo ser humano. Fonte: Ética
para Engenheiros – Arménio Rego & Jorge Braga – 2ª edição – editora Lidel. © Halan
Ridolphi Jun/2011
Código de Ética do Profissional de Administração: www.eticaprofissional.com.br

10
Referência Bibliográfica:
Sant‟AnnaMary Jane F, Apostila Qualidade no atendimento ao Cliente. Faetec/ESEC,
2006.
San‟Anna, Mary Jane F. Apostila Ética Profissional. Faetec / ESEC, 2007
Revisão Final: Selma Corrêa e Érika Gomes

11
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Fundação de Apoio a Escola Técnica

Relacionamento Interpessoal

META
Descrever pontos essenciais do relacionamento interpessoal, promovendo o entendimento da importância
atribuída à interação com a equipe.

OBJETIVOS
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:

1. Descrever as bases de desenvolvimento do relacionamento interpessoal;


2. Destacar os fatores que contribuem para a manutenção de um bom trabalho de equipe;
3. Distinguir os diferenciais competitivos de uma equipe.

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Rua Clarimundo de Melo, nº 847 – Quintino – CEP 21311-281


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Atualmente muito se ouve falar em relacionamento interpessoal, seja em palestras,
reuniões do trabalho ou na TV. Mas muita gente ainda desconhece o real significado.
O relacionamento interpessoal requer do indivíduo o conhecimento de relações internas
do próprio “eu”, como, por exemplo, o autoconhecimento de sentimentos, a série de
respostas emocionais, a autorreflexão, o processo de pensamento e outros fatores.
Tudo isso favorece a formação de um modelo cuidadoso e real de si mesmo, mostrando
elevado autoconhecimento, fazendo com que as pessoas ajam de maneira mais eficaz
diante dos problemas e situações diversas da vida. O relacionamento interpessoal ainda
envolve a capacidade do ser humano de experimentar e discernir padrões, experimentar
atrações do futuro e de sonhar e também de realizar potenciais.

Saiba Mais...
Prefixos são elementos usados na formação de palavras pelo processo de derivação.
Exemplo:
O prefixo inter é oriundo do latim inter e significa no interior de dois; entre; no espaço
de.
Interpessoal – adjetivo. Significa relativo a uma comunicação, ou uma relação, que se
estabelece entre duas ou mais pessoas.

O autoconhecimento é uma qualidade que tem sido bastante valorizada.


Atualmente as pessoas que apresentam essa aptidão conseguem desenvolver
relacionamentos interpessoais mais produtivos; com isso trabalham melhor em grupo,
pois o pensamento central é que “se me conheço, tenho capacidade de estabelecer
relacionamentos saudáveis, já que conseguirei reconhecer o outro também.”

QUALIDADE NO ATENDIMENTO

TRABALHO EM EQUIPE

O colega de trabalho não é um público externo, mas uma pessoa que ajuda a criar um
ambiente agradável e receptivo ao público. No contato entre colegas deve reinar a
mesma atenção e cortesia que orienta o contato com o público externo.

No contato com os colegas devemos tomar cuidado para não considerarmos as


divergências de caráter pessoal, e venhamos a criar uma situação insuportável de
relacionamento na empresa.

1
Portanto, trate com atenção e cortesia seus colegas sem confundir aspectos divergentes
de trabalho mantendo um bom relacionamento, valorizando, assim, a imagem da
empresa.

Saiba Mais...
Você já ouviu falar em inteligência emocional?

A inteligência emocional caracteriza a maneira como as pessoas lidam com suas emoções e com
as das pessoas ao seu redor. Isto implica autoconsciência, motivação, persistência, empatia,
entendimento e características sociais como persuasão, cooperação, negociações e liderança. Esta
é uma maneira alternativa de ser esperto, não em termos de QI, mas em termos de qualidades
humanas do coração.
Daniel Goleman, Ph.D., presidente do Emotional Intelligence Services (empresa de
consultoria), em Sudbury, Massachusetts.

Ser um membro de equipe significa:

1. Estar envolvido e comprometido com as metas do grupo.


Entre outras coisas, isto significa que você deverá lembrar aos demais colegas quais são
as metas do grupo, quando estes se desviarem do caminho.

2. Ajudar a determinar como as metas deverão ser atingidas.


Nesta fase são necessárias opiniões e contribuições de todos os membros da equipe. Sua
participação é muito importante.

3. Cultivar o respeito mútuo.


Você deve estar disposto a confiar na capacidade e habilidade de seus companheiros, a
ponto de aceitar a ideia de que seu trabalho e o deles são interdependentes.

4. Compartilhar as decisões.
Ser parte de um grupo pressupõe responsabilidade. Algumas pessoas preferem ficar à
margem do grupo, sem participar, para depois poderem dizer: “Eu sabia que não ia dar
certo...”. Bons membros de equipe não agem assim. Todos devem estar comprometidos
com os resultados.

2
5. Dividir o reconhecimento com os outros.
Você será um péssimo membro de equipe se tentar ficar com as glórias pelas coisas que
deram certo, ou esquivar-se de assumir a responsabilidade pelo que deu errado. Uma
boa equipe divide sucessos e fracassos.

Não é fácil ser membro de equipe e nem sempre os outros o reconhecerão ou saberão
que você fez um bom trabalho. Mas você saberá!

Atenção!

Gentileza gera gentileza. Somos resultados do meio, se tratarmos bem os que nos cercam,
consequentemente seremos bem tratados.

DICAS PARA SE RELACIONAR BEM COM SUA EQUIPE

1. Seja paciente
Nem sempre é fácil conciliar opiniões diversas, afinal "cada cabeça uma sentença". Por
isso é importante que seja paciente. Procure expor os seus pontos de vista com
moderação e procure ouvir o que os outros têm a dizer. Respeite sempre os outros,
mesmo que não esteja de acordo com as suas opiniões.

2. Aceite as ideias dos outros


Às vezes é difícil aceitar ideias novas ou admitir que não temos razão; mas é importante
saber reconhecer que a ideia de um colega pode ser melhor do que a nossa. Afinal de
contas, mais importante do que o nosso orgulho, é o objetivo comum que o grupo
pretende alcançar.

3. Não critique os colegas


Às vezes podem surgir conflitos entre os colegas de grupo; é muito importante não
deixar que isso interfira no trabalho em equipe. Avalie as ideias do colega,
independentemente daquilo que achar dele. Critique as ideias, nunca a pessoa.

3
4. Saiba dividir
Ao trabalhar em equipe, é importante dividir tarefas. Não parta do princípio que é o
único que pode e sabe realizar uma determinada tarefa. Compartilhar responsabilidades
e informação é fundamental.

5. Trabalhe
Não é por trabalhar em equipe que deve esquecer suas obrigações. Dividir tarefas é uma
coisa, deixar de trabalhar é outra completamente diferente.

6. Seja participativo e solidário


Procure dar o seu melhor e procure ajudar os seus colegas, sempre que seja necessário.
Da mesma forma, não deverá sentir-se constrangido quando necessitar pedir ajuda.
Você sabe a diferença de eficiência e eficácia?
Eficiência é fazer alguma coisa certa, correta, sem muitos erros.
Eficácia é fazer algum trabalho que atinja plenamente um resultado que se espera. É
fazer "a coisa certa", ou seja, a coisa que leve ao resultado almejado.

Atenção:
Siga as dicas para relacionar-se bem em equipe e os resultados dos trabalhos realizados
serão eficientes e eficazes.

TEXTOS DE APOIO

Não é comigo
História sobre quatro pessoas: TODO MUNDO,
NINGUÉM, ALGUÉM E QUALQUER UM
Havia um importante trabalho a ser feito e, TODO
MUNDO tinha certeza de que ALGUÉM o faria.

QUALQUER UM poderia tê-lo feito, mas NINGUÉM o fez.


TODO MUNDO pensou que QUALQUER UM poderia fazê-lo,
mas NINGUÉM imaginou que TODO MUNDO deixasse de fazê-lo.

Ao final TODO MUNDO culpou ALGUÉM, quando

4
NINGUÉM fez o que QUALQUER UM poderia ter feito.
(Anônimo)

Saber Viver para Sobreviver

Durante a era glacial, muitos animais morriam por causa do frio.


Os porcos espinhos, percebendo esta situação, resolveram se juntar em grupos, assim se
agasalhavam e se protegiam mutuamente. Mas os espinhos de cada um, feriam os
companheiros mais próximos, justamente os que forneciam mais calor e, por isso,
tornavam a se afastar uns dos outros.
Voltaram a morrer congelados e precisavam fazer uma escolha: desapareciam da face da
Terra ou aceitavam os espinhos do semelhante.
Com sabedoria, decidiram voltar e ficar juntos.
Aprenderam assim a conviver com as pequenas feridas que uma relação muito próxima
podia causar, já que o mais importante era o calor do outro. Sobreviveram.

Moral da história:

O melhor grupo não é aquele que reúne membros perfeitos, mas aquele onde cada um
aceita os defeitos do outro e consegue perdão pelos próprios defeitos.

5
Referências Bibliográficas:
SANT’ANNA, Mary Jane F. Apostila Qualidade no Atendimento ao Cliente.
Faetec/ESEC, 2006.

Revisão Final: Selma Corrêa e Érica Gomes

6
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Fundação de Apoio a Escola Técnica

Cidadania

META DA AULA
Apresentar um panorama geral sobre cidadania e o exercício dos direitos e deveres do
cidadão

OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:
1. Identificar os direitos e deveres da Constituição Brasileira instituídos na sociedade.
2. Identificar situações adversas de desigualdade social e diversidades existentes em
nosso cotidiano.

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Democracia e cidadania

O que é uma democracia? Segundo o minidicionário Luft, democracia significa governo


do povo e, ainda, constituição do poder governamental através do voto. Ganha aquele
que obtiver o maior número de votos e os eleitores que não o elegeram vão também ser
governados por ele. O que nos leva a concluir que democracia é o governo da maioria.
Estes governantes eleitos pelo povo, teoricamente terão que defender o interesse dos
seus eleitores.

Este conceito de Democracia se estende a todos as instâncias de nossas vidas e não é


fácil conviver com ele, uma vez que somos pessoas regulares, com desejos, opiniões,
anseios, conceitos de vida diferentes que poderão ser atendidos um a um. Nem por isso
devemos achar que é injusto ou parar de lutar pelo que nós acreditamos. E o bom da
democracia é isso: somos livres para emitir opiniões, questionarmos, reivindicarmos.
Assim, temos que compreender que o está posto é resultado de decisões tomadas a partir
da vontade da maioria e, até se chegar a este resultado, foi preciso que houvesse
conflitos, debates, posições contrárias, até se chegar finalmente a um ponto comum,
aquele que vai atender a um maior número de pessoas, aquele que servirá ao bem
comum.

Direitos e Deveres da Constituição Brasileira


Conhecendo alguns dos direitos e deveres do cidadão:
Direito Político:
Refere-se também ao direito do cidadão de participar do governo, obedecendo às
condições nos requisitos descritos na Constituição Federal, que são:
a) Ter nacionalidade brasileira (natos e naturalizados);

b) Pleno exercício dos direitos políticos (de votar e ser votado);

c) O alistamento eleitoral;

d) Domicílio eleitoral (ser domiciliado no lugar pelo qual se candidata);

e) Filiação partidária.

2
Obs.: Analfabetos e menores de dezoito anos não podem se candidatar a cargo eletivo.

Direitos Sociais:
Direito à vida – A vida é o bem supremo do gênero humano. Desse direito decorrem
todos os demais. Nenhuma vida vale mais ou menos que a outra. A ninguém é dado o
direito de suprimir a vida alheia;
Direito a trabalho com remuneração justa – O trabalhador tem direito a salário digno.
Os direitos dos trabalhadores estão previstos no artigo 7º da Constituição Federal;
Direito à educação, à saúde e à habitação – A Constituição Federal no artigo 5º, cita:
educação,saúde e habitação são condições preliminares à conquista da cidadania. É
dever do estado a prestação desses serviços de modo satisfatório às necessidades da
população;

Direito de reuniões e associações – A Constituição Federal no artigo 5º, nos incisos


XVI e XVII, garante os direitos de reunião e associação, inerentes à prática social e
regulamenta da seguinte forma: a reunião deve ser pacífica; deve visar a fins lícitos;
deve ser previamente notificada às autoridades competentes, nos casos previstos em
leis;

Direito aos serviços públicos – É dever do Estado prestar serviços de qualidade à


população. Podendo esta população acionar o poder judiciário através do Ministério
Público; órgão responsável por representar o cidadão perante o estado;
Direitos da mulher – A mulher tem garantido o seu direito à paridade no trabalho
(salarial e de “status”); direito a igualdade na direção da família, direito a maternidade
como função social e direito a uma educação não diferenciada nas escolas. Existe hoje
uma delegacia especializada para coibir, combater e prevenir os delitos contra a
integridade física da mulher;
Direitos da criança e do adolescente – A constituição federal dispõe no artigo 227: “é
dever da família, da sociedade e do estado, assegurar à criança e ao adolescente, com
absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência
familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência,
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão”. A exploração sexual da
criança e do adolescente é terminantemente considerada crime. (parágrafo 4º do artigo
227 da Constituição Federal).

3
Direito do idoso – A constituição Federal, artigo 230, assegura aos idosos que a família,
a sociedade e o Estado têm o dever de amparar as pessoas idosas, assegurando sua
participação na comunidade, defendendo sua dignidade e bem-estar e garantindo-lhe o
direito à vida. Garante ainda, no parágrafo 2º, a gratuidade nos transportes coletivos aos
maiores de 65 anos.

Direito do Consumidor – De acordo com o artigo 5º, inciso XXXII, cabe ao Estado
promover a defesa do consumidor. Para cumprir tal função, criou-se a lei 8078, de 1990,
que institui o chamado CDC (código de defesa do consumidor), importante conjunto de
regras que protege o cidadão no ato da compra de produtos e serviços. O código garante
ao consumidor:
1) O direito a ser esclarecido sobre as características e especificações dos produtos e
serviços que esteja comprando, especialmente se houver risco à saúde;

2) O direito de ser informado, nos contratos para pagamento em prestações, sobre o


preço do produto, os acréscimos de juros, o exato valor das prestações e o valor total da
dívida, com ou sem financiamento;

3) O direito de exigir reparos, a troca de um produto com defeito ou seu dinheiro de


volta. Se preferir, pode também solicitar um desconto no valor correspondente ao
defeito encontrado no produto;

4) O direito de o consumidor não ser ameaçado ou constrangido a pagar. O vendedor


deve procurar as vias legais de cobrança. Caso ele venha a cobrar valores não devidos, o
consumidor tem o direito de exigir em dobro o que lhe foi cobrado;

5) O direito de recorrer às instâncias legais toda vez que sentir violados os direitos
previstos pelo código de defesa do consumidor. Ele pode recorrer a órgãos
administrativos como Procon, aos juizados de pequenas causas, ao Fórum Cívil.

Consultar: www.procon.rj.gov.br

4
Direitos Fundamentais:
1) O direito a vida e saúde;

2) O direito a liberdade, respeito e dignidade;

3) O direito a convivência familiar e comunitária;

4) O direito a educação, cultura, esporte e lazer;

5) O direito a profissionalização e proteção no trabalho;

6) O direito a proteção e garantia dos direitos fundamentais

Discriminação, Preconceito e Racismo


A Cor do Homem
Mas como pode um homem escravizar outro homem?
O negro não é melhor nem pior que o branco.
A pele branca não é pior que a vermelha, nem melhor.
A pele negra, branca, vermelha, amarela é apenas a roupa que veste um homem.
Animal nascido do amor, criado para pensar, sonhar e fazer outros homens com amor.
(Milton Nascimento e Fernando Brant)

Igualdade?
A resposta parece óbvia: é a garantia de direitos e oportunidades iguais para todos. Mas,
na realidade, a história não é tão simples assim. Existem grupos sociais (mulheres,
negros, portadores de deficiência) que são mais vulneráveis a discriminação. Eles não
têm condições de competir na escola ou no mercado de trabalho se forem atirados a uma
política do salve-se quem puder. Portanto, é preciso que o governo, as escolas e as
empresas assumam a postura de defesa dos direitos e oportunidades dos grupos sociais
vulneráveis, através de ações e programas que garantam efetivamente a igualdade para
todos.
Art.5º da Constituição Brasileira/ 88 estabelece que:

5
Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (caput) e que a
prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de
reclusão nos termos da lei.
Art.6º da Constituição Brasileira/88 Cap. II (Dos Direitos Sociais)
São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança, a previdência
social, a proteção a maternidade e a infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição.

Igualdade no trabalho
É preciso tomar atitudes no cotidiano e é preciso também que os governos, instituições e
empresas assumam uma postura concreta de defesa da igualdade. A atual tendência de
redução do número de empregos formais da economia em razão da reestruturação das
empresas e as transformações que vêm ocorrendo nas relações trabalhistas neste final de
século produzem um acirramento das práticas discriminatórias no mercado de trabalho.
E isto porque todos estes fatores levam a um aumento de competitividade dentro e fora
das empresas. A corda acaba estourando do lado das mulheres, negros, portadores de
deficiências, que se tornam ainda mais vulneráveis. Por isso, é imprescindível criar
ambientes de trabalho diversificados, que contemplem toda a variedade de pessoas, que
valorizem as diferenças, tratando negros, mulheres, portadores de deficiências como
seres humanos que são dignos de respeito e reconhecimento.

Diversidade Social
A diversidade é uma força na solução de problemas. Valorizar a diversidade é valorizar
as diferenças. É adaptar-se de maneira consistente às múltiplas demandas sociais.
Valorizar a diversidade é crucial para as empresas se tornarem globalmente
competitivas. E para os órgãos governamentais, a diversidade proporciona a criação de
políticas públicas mais adequadas, mais abrangentes e mais próximas dos anseios da
população. Decisões que partem da diversidade possuem legitimidade e alcançam a
todos, pois refletem a grandiosidade e o reconhecimento de uma sociedade formada por
diferentes, que devem ter igualdade de oportunidade. Todos nós perdemos quando
alguma parte da sociedade tem seus direitos violados. A humanidade perde também.
Todos ganham com a diversidade.
O dia de 20 de novembro, morte de Zumbi – o líder guerreiro do Quilombo de Palmares
–, é dia especial, de reverência, para uma boa parcela dos afro-brasileiros, pois há mais
6
de uma década a data vem sendo lembrada e comemorada como o Dia Nacional da
Consciência Negra.
Em vez de festa, alegria e comilança, como era de se esperar numa comemoração, o 20
de novembro é marcado por uma série de atos de protestos, debates e reflexões, que se
produzem em diferentes pontos do Brasil, animados pelas entidades do movimento
negro organizado no país. De acordo com elas, tais manifestações objetivam despertar o
conjunto da sociedade para a situação de exclusão e marginalidade em que vive a
maioria dos brasileiros de raízes africanas – uma realidade que só mudará quando for
conhecida e reconhecida em todas as suas nuanças.

SOLIDARIEDADE

As atividades solidárias fazem parte da cultura brasileira, fato este que vem amenizando
algumas carências da parcela de menor - ou nenhum - poder aquisitivo da população,
porém que reflete, também, uma característica notável no povo brasileiro: a
solidariedade – capacidade de compartilhar dos sofrimentos de outras pessoas e,
literalmente, colocar a mão no bolso para ajudá-las.
Comprovando a solidariedade de nosso povo, instituições criadas exclusivamente para
esse fim existem em grande número, em praticamente todas as cidades brasileiras. Além
de arrecadar e distribuir, entre os carentes, alimentos, agasalhos, etc., essas instituições
normalmente concentram seus trabalhos, promovendo sua educação, amparando-os e
promovendo sua socialização.
Observa-se, então, que a solidariedade ultrapassa o âmbito da ajuda financeira, realizada
através da doação de alimentos, roupas, remédios, e chega no âmbito da educação. Seja
essa educação formal ou não formal, o objetivo é sempre educar, de modo que os
atendidos se tornem cada vez mais independentes e possam, em um curto espaço de
tempo, ajudar ao invés de serem ajudados.
A solidariedade precisa distinguir-se da bondade, que pode ser unilateral. Quando
somos solidários, de certa forma vamos além da bondade, porque participamos de um
movimento social nascente, que pode incluir duas ou mais pessoas. A solidariedade
também difere do envolvimento romântico, porque, ao contrário deste, preserva-se na
solidariedade a individualidade do outro e a nossa própria liberdade e discernimento.

7
A solidariedade é uma arte, a arte da conquista de uma relação social autêntica, que
permite o desenvolvimento do potencial humano e dele depende. É uma abertura de
horizontes no caminho, não é o caminho todo, não é um produto, mas um processo.

8 jeitos de mudar o mundo – ONU (Organização das Nações Unidas)

1. Erradicar a fome e a miséria do mundo;


2. Atingir o ensino básico universal, garantindo educação aos 130 milhões de crianças
que estão fora da escola;
3. Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres;
4. Reduzir a mortalidade infantil, evitando a morte anual de 11 milhões de bebês;
5. Melhorar a saúde materna;
6. Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças;
7. Garantir a sustentabilidade ambiental;
8. Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.
O mundo perfeito? Mais do que isso. Oito grandes objetivos estabelecidos pela
Organização das Nações Unidas (ONU) em setembro de 2000, durante a Cúpula do
Milênio, que foram assumidos por 191 países - inclusive pelo Brasil. O compromisso
deve ser concretizado até 2015.

8
Referência Bibliográfica:
Felix, Jessé; Oliveira, Cristina; Sant’Anna, Mary Jane. Empreendedorismo, Ética e
Cidadania. V1. Rio de Janeiro. Fundação CEICERJ. 2008.
Revisão Final: Selma Corrêa e Érika Gomes.

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Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Fundação de Apoio a Escola Técnica

Empreendedorismo

META
Desenvolver o conhecimento de intraempreendedorismo, empreendedorismo e as razões do
seu crescimento no Brasil.

OBJETIVOS
Esperamos que, ao final desta aula, você seja capaz de:
1. Reconhecer a importância do intraempreendedorismo em sua vida profissional;
2. Definir empreendedorismo e o papel do empreendedor;
3. Identificar características de um processo empreendedor.

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Empreendedorismo é o ato de criar e gerenciar um negócio, assumindo riscos, em busca de
lucro. Envolve algumas ações, como: criar, renovar, modificar, implementar e conduzir
empreendimentos inovadores.
No Brasil, o empreendedorismo¹ cresceu a partir da década de 1990, com a abertura da
economia, devido à grande entrada de produtos importados que ajudaram o governo no
controle de preços. Com a concorrência dos importados, as empresas tiveram que se
modernizar para poder competir e voltar a crescer.
O governo introduziu reformas na economia, controlando a inflação, proporcionando
estabilidade, planejamento e respeito e aumentando a confiança dos investidores, que
voltaram a aplicar seu dinheiro em nosso país.
Saiba mais...
Em 1950, Joseph Schumpeter definiu empreendedor como a pessoa com criatividade e
capaz de fazer sucesso com inovações. Mais tarde, em 1967, com K.Knight e, em 1970,
com Peter Drucker, foi introduzido o conceito de risco. Uma pessoa empreendedora
precisa arriscar em algum negócio.

O empreendedorismo cresceu em nosso país por diversos motivos:

• Alto índice de desemprego


As empresas estão cada vez mais exigentes na seleção dos empregados, pois a procura é
maior que décadas atrás, quando a população também era menor. As principais exigências
costumam ser: o nível de escolaridade, cursos específicos e experiência no ramo em que se
pretende ingressar, idade, conhecimentos de informática, entre outras. Pela falta de empregos,
muitas pessoas decidiram abrir seu próprio negócio.
• Facilidade de crédito nos bancos
Depois do Plano Real, na década de 1990, houve uma reestruturação e fortalecimento do
sistema financeiro, que contribuiu para as mudanças ocorridas no setor bancário. Com isso, o
número de ofertas de crédito ampliou-se. As empresas financeiras facilitaram o crédito para
pessoas que não tinham o nome incluído no SPC (Serviço de Proteção ao Crédito) e, hoje em
dia, a maioria das pessoas pode ter um cartão de crédito ou pegar dinheiro emprestado em
bancos, que cobram juros menores devido à inflação controlada, em troca do financiamento.

1. Empreender – Decidir realizar, tentar, propor, pôr em execução tarefa difícil e trabalhosa.

2
• Incentivos do governo para abertura de microempresas

As pequenas empresas foram privilegiadas nos últimos anos pelo governo Federal com incentivos para
melhora da qualidade das condições de trabalho e criação de novos negócios. Os principais incentivos
são juros menores no empréstimo e isenção de impostos.

• Auxílio de instituições que dão suporte e cursos da área


Algum tempo atrás, quem precisava obter conhecimentos para abrir uma empresa não tinha as
mesmas facilidades que existem hoje. Atualmente, é possível obter informações em
estabelecimentos que apoiam e ajudam o futuro empreendedor e em cursos gratuitos ou de
baixo custo. A internet também se tornou uma forte aliada para quem pretende obter
informações e tirar dúvidas sobre como montar uma empresa.
Empreendedor é aquela pessoa que tomará as decisões que irão nortear o futuro de um
negócio. Ele assume não só riscos pessoais, mas também riscos dos investidores e todos os
envolvidos em seu negócio.
O empreendedor pode ser:
• Microempresário;
• Empresário.
Qualquer pessoa pode ser empreendedora, mesmo que não queira abrir uma empresa. Ser um
empreendedor vai além de abrir seu próprio negócio; é uma questão de postura.
Exemplo:
Funcionários Empreendedores
Publicado em: 06/07/2010 | Leituras: 1.089 | Fonte: Zero Hora
Texto: Joana Marins - ZH
Ser inovador e propor soluções para os mais diversos problemas, e não apenas referentes ao
seu setor, pode transformar a carreira.
A primeira imagem de um empreendedor remete àquele profissional que tem o próprio
negócio e não conta com salário fixo. Essa é a figura que representa a maioria deles, mas é
possível ser empreendedor mesmo como empregado. Não só é possível como também é
recomendado para quem quer crescer no mercado de trabalho tendo salário garantido do final
do mês.
Intraempreendedor é uma definição relativamente nova, que serve para definir um funcionário
que sempre existiu, mas que tem sido cada vez mais almejado e valorizado: o empreendedor

3
que inova em uma organização que não é a dele. O diretor da Faculdade de Administração da
Escola Superior de Propaganda e Marketing e consultor de empresas na área de gestão,
Antônio Ricardo Monteiro Marinho, atesta a preferência por este perfil:
– Toda empresa busca este tipo de profissional. É um executivo que vai além das orientações
e tem a capacidade de solucionar problemas. Normalmente é aquele indivíduo que não se
acomoda e aceita os desafios, mesmo quando não é obrigação dele os aceitar.
Marinho ressalta, ainda, que as empresas deveriam manter ativos programas para estimular as
boas ideias e o costume de dar espaço para iniciativas diferentes. Programas como esse tem se
tornado tendência no mundo empresarial. Além de estimular os talentos e facilitar a
comunicação entre as áreas, também ajuda os gestores a identificarem os empreendedores e
estimulá-los. E um colaborador com esse perfil precisa, até mesmo para não se desestimular,
de portas abertas para executar o seu espírito empreendedor.
– Esse tipo de profissional se sente contente em colaborar e, normalmente, precisa sempre de
novos desafios. A empresa também tem de estar preparada para absorver e estimular
funcionários com esse perfil – afirma Luciane Beretta, vice-presidente de marketing da
Associação Brasileira de Recursos Humanos no Estado (ABRH/RS).

A PARTE DE CADA UM
Para quem quer ser um intraempreendedor
-Busque pensar além da função que você exerce.
-Foque nos resultados. Mesmo tendo boas ideias, sem algo palpável para apresentar, em vez
de ser apontado como um inovador você pode acabar virando modelo de sonhador.
-Busque seu aperfeiçoamento com cursos e leituras. Isso pode ajudá-lo a ter novas ideias e
apresentá-las com mais substância.
-Procure trabalhar em uma organização que estimule seu crescimento.

Para empresas que querem ter funcionários intraempreededores


-Observe mais os seus funcionários. Muitas vezes, o intraempreendedor revela em pequenas
ações o seu perfil.
-Se precisar, peça para o setor de recursos humanos da empresa fazer um mapeamento de
competências.
-Estimule e valorize as boas ideias. Pode ser com prêmios ou reconhecimento. Muitas vezes
esse tipo de funcionário precisa disso para continuar na organização.

4
-Encaixe cada um dos funcionários em cargos nos quais tenham espaço para criar. Isso exige
observação e também ouvir o próprio colaborador.
Fonte: Luciane Beretta, vice-presidente de marketing da ABRH/RS
Fonte: http://www.qualidadebrasil.com.br/noticia/funcionarios_empreendedores
O bom empreendedor deve ter algumas características que irão ajudá-lo a obter sucesso no
negócio em que irá investir:
Ter iniciativa – é preciso saber por onde começar, e não esperar que outros apontem o
caminho;
Ter persistência – quem realmente sabe o que quer, persiste nos objetivos para alcançar
aquilo que deseja;
Ter foco – estabelecer metas é uma característica importante para aquele que deseja ter
sucesso em seu negócio;
Ser organizado – a organização facilita o trabalho e economiza tempo e dinheiro;
Ter liderança – um líder sabe definir objetivos, orientar a realização de tarefas, combinar
métodos e procedimentos práticos e incentivar pessoas no rumo das metas. Além dessas
características, o empreendedor precisa produzir condições de relacionamento equilibrado
com a equipe de trabalho;
Ser proativo – é preciso ter diversas habilidades, entre elas: ser competente, dinâmico, ágil,
conseguindo desempenhar tarefas com eficiência e conseguindo transformar ideias simples
em negócios efetivos;
Ser independente – o empreendedor precisa, sozinho, determinar seus próprios passos, abrir
seus próprios caminhos, decidir o rumo de sua vida. Enfim, ele será o seu próprio patrão;
Ter coragem – é preciso ter coragem para assumir riscos calculados e enfrentar desafios;
Ser decidido – é importante para o empreendedor ser capaz de tomar decisões corretas no
momento preciso, analisar friamente a situação e avaliar as alternativas para poder escolher a
solução mais adequada para seu negócio;
Ter conhecimento – se o empreendedor não tiver experiência, ele deve buscar aprender por
meio de fontes diversas, como revistas, livros especializados, cursos, palestras;
Manter o otimismo – ter otimismo é importante para um empreendedor. Se você tem
projetos sólidos, não desanime quando os obstáculos aparecerem; é preciso ter confiança em
si mesmo.
Dificilmente uma pessoa reunirá todas estas características em perfeito equilíbrio, mas é
importante estar consciente de quais são suas qualidades e suas deficiências.

5
Fonte: www.empreendedordoano.com.br

Saiba mais...

O Brasil é o primeiro país da América Latina a realizar o Prêmio Empreendedor do Ano, que já caminha
para a 14ª edição. Ao longo de sua trajetória, dezenas de homens e mulheres que tiveram a coragem de
transformar seus sonhos em empreendimentos bem-sucedidos, vencendo dificuldades em um ambiente de
incertezas e frustrações, já foram premiadas. Para empreender, a persistência é essencial pelo fato de que o
espirito empreendedor não é um evento. Leva tempo para se manifestar. É um processo de aprendizado, e
parte desse processo consiste na capacidade de fracassar, aprender com o fracasso e , então partir em busca
da próxima oportunidade.

O Processo Empreendedor

Pensar no negócio que se pretende investir e em seguida responder às seguintes perguntas:

1. Qual a minha disponibilidade diária de horário?


2. O que sei fazer? Quais as minhas habilidades?
3. Tenho pessoas que irão me ajudar?
4. Tenho verba para financiar um negócio?
5. Quais meus principais defeitos?
6. Quais as minhas principais qualidades?

As respostas a essas questões servirão como o primeiro passo para iniciar o processo
empreendedor, que consiste em considerar aspectos fundamentais que devem ser postos em
prática para a criação de um negócio próprio, como:

1. O mercado empreendedor;
2. Administração de tempo;
3. Fatores para obter lucro no negócio;
4. Desenvolvimento de ideias;
5. Implantação de um produto ou serviço;
6. Competição do mercado;
7. Marketing e Vendas;
8. Gestão eficaz de negócios no empreendedorismo;
9. Ética e responsabilidade social como aspectos fundamentais na prospecção de uma
empresa.

6
Pode-se observar que o processo empreendedor depende de muitos fatores para alcançar o
sucesso; por isso, é necessário cumprir várias etapas até ter certeza da escolha do negócio que
se pretende investir.

Considerações Finais

. O empreendedorismo envolve diversas ações e riscos é um ato de criar e gerenciar um negócio em


busca de lucros. O planejamento, resumindo criatividade, renovação são característicos no processo
empreendedor;

. O crescimento do empreendedorismo no nosso país se deu pelos principais motivos: alto índice de
desemprego, facilidade de crédito nos bancos, incentivos do governo para abertura de microempresas e
auxílio de instituições que dão suporte e cursos da área;

. Empreendedor é a pessoa que norteia o futuro do negócio; ele deve ter algumas características
desenvolvidas, como foco, organização, iniciativa, persistência, conhecimento, liderança, entre outras;

. Ser um empreendedor é ter atitudes positivas, independente de estar abrindo um negócio ou


valorizando o local ou pessoas com quem convive;

. O conhecimento das habilidades próprias, do perfil individual, dos parceiros de negócio e do ponto de
vendas será de grande ajuda para iniciar o processo empreendedor;

. Os principais pontos do processo empreendedor dependem de várias etapas que devem ser cumpridas
para tomar decisão sobre o negócio que se pretende estabelecer no mercado.

Referência Bibliográfica:

Felix, Jessé; Oliveira, Cristina; Sant’Anna, Mary Jane. Empreendedorismo, Ética e Cidadania.
V1. Rio de Janeiro. Fundação CEICERJ. 2008.
Referência eletrônica:
http://www.portaldoempreendedor.gov.br/modulos/noticias/noticia197.php , - acessado
10/07/2012.

Revisão Final: Selma Corrêa e Érika Gomes

7
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Fundação de Apoio a Escola Técnica

Marketing Pessoal

META DA AULA
Apresentar os diferenciais competitivos que um profissional pode desenvolver na gestão da sua carreira
valorizando seu marketing pessoal.

OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

1. Definir os elementos fundamentais para a obtenção de um bom marketing pessoal.


2. Enumerar as principais razões para gerir a carreira.
3. Identificar os pontos fundamentais para desenvolver uma rede de relacionamentos.

Diretoria de Formação Inicial e Continuada – DIF

Rua Clarimundo de Melo, nº 847 – Quintino – CEP 21311-281


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1
A preocupação com o marketing pessoal já não é nenhuma novidade entre os profissionais. Afinal,
valorizar a imagem (da maneira de vestir até o jeito de falar), associada a uma boa dose de conteúdo, é um
cuidado tão comum que a maioria das pessoas, às vezes, nem se dá conta de que está utilizando ferramentas
de marketing.

A ideia é destacar um indivíduo da multidão, tornar o rosto visível e reconhecível em meio a tantos outros, e
a tarefa principal é diferenciá-lo dos demais. Cada pessoa gerencia a própria imagem, carreira e aspirações
de sucesso de um jeito muito particular.
Marketing Pessoal não é um conjunto de regrinhas fechadas, uma espécie de “manual de boas maneiras‟,
que ensina o que vestir, o que falar e como se comportar de maneira padronizada. Se a ideia é destacar um
indivíduo da multidão, tornar um rosto e um nome visíveis e reconhecíveis em meio a tantos outros, a tarefa
principal é diferenciá-lo dos demais. Se você seguir um manual, só conseguirá se tornar semelhante a todas
as pessoas que perseguem o mesmo objetivo que você.
O ponto-chave por trás da expressão “marketing pessoal” é a criação e a divulgação de uma imagem
autêntica, única, com a qual você se sinta bem. Um exemplo superficial: é difícil ter sucesso tentando ser
engraçado quando não se tem um pingo de humor.

Uma vez escolhida a imagem que melhor se ajusta a você, seu trabalho é gerenciá-la para que pareça
coerente aos olhos do seu cliente. Se o seu cliente espera vê-lo (a) de paletó e gravata, não seja visto de
bermudas e chinelos. E vice-versa. A menos que queira mudar de clientela.

Saiba Mais...
Marketing – Esta palavra tem origem na língua inglesa, na palavra market que, traduzida para o
português, significa ‘mercado’. Não há tradução direta da palavra marketing para o português por causa
do gerúndio (ing), mas a idéia primária de marketing é do mercado em movimento ou sistema de trocas.
Marketing é o conjunto de estratégias que servem para convencer um público a comprar determinado
produto; então, quando falamos em marketing pessoal, estamos falando também da venda de nossa
imagem pessoal.

Os elementos fundamentais, quando se atesta que o caminho do sucesso é a prática do marketing pessoal,
são:
· A qualidade do posicionamento emocional para com os outros
· A comunicação interpessoal
· A montagem de uma rede relacionamentos
· O correto posicionamento da imagem

2
Atenção!
Marketing pessoal, nos dias atuais, é a ferramenta mais eficiente para fazer com que seus pensamentos,
suas atitudes, sua apresentação e sua comunicação trabalhem em seu favor no ambiente profissional.
Posicionamento emocional pode ser definido como sendo a forma com que as pessoas se lembrarão de um
indivíduo. Algumas pessoas se recordam de outras pela maneira cortês, positiva e educada como foram
tratadas, pela sinceridade e zelo com que tiveram o contato, enfim, pelas emoções positivas. Ao contrário,
há pessoas que deixam uma imagem profundamente negativa, mesmo que o contato interpessoal tenha sido
curto. Assim, a prática do marketing pessoal deverá ser responsável por um grande cuidado na maneira
como se dão os contatos interpessoais. São fundamentais para isso atitudes que remetam à atenção, simpatia,
assertividade, ponderação, sinceridade e demonstração de interesse pelo próximo, de uma forma autêntica e
transparente. Reza uma máxima do marketing pessoal: atenção personalizada a quem quer que seja nunca é
investimento sem retorno.
A emoção que expressamos pode mudar completamente o sentido de um contexto.
A comunicação interpessoal pode ser definida como sendo o grande elo que destaca um individuo em meio
à população. Quando ele fala, quando se expressa por escrito ou oralmente, quando cria vínculos de
comunicação continuada, o indivíduo externa o que tem de melhor em seu interior. Assim, usar um
português correto e adequado a cada contexto, escrever bem, vencer a timidez, usar diálogos motivadores e
edificantes e manter um fluxo de comunicação regular com as pessoas é básico para um bom
desenvolvimento do marketing pessoal.
Temos sempre a tendência de ver as pessoas que se comunicam bem como líderes no campo em que atuam.
Rede de relacionamentos pode ser definida como uma teia de contatos, nos mais variados níveis,
fundamentais para o indivíduo se situar socialmente, tanto de forma vertical (com relações em plano mais
elevado que o seu) quanto horizontalmente (com seus pares, em plano semelhante).
Quando se fala em rede de contatos, dois desafios surgem imediatamente: ser capaz de se relacionar em
qualquer nível, tornando-se lembrado por todos de forma positiva; e manter a rede de contatos, enviando
mensagens periodicamente, fazendo-se presente em eventos sociais e tratando aos outros com atenção e
cordialidade.

Saiba Mais...
A Internet nasceu na década de 1969, mas ainda não tinha esse nome, se chamava Arpanet (Advanced
Research Projects Agency – Agência de Projetos de Pesquisa Avançada). Em 1982 o termo Internet foi
usado pela primeira vez e cunhado com base na expressão inglesa “INTERaction or INTERconnection
between computer NETworks”, que é um conjunto de redes de computadores interligadas que tem em
comum um conjunto de protocolos e serviços, de uma forma que os usuários conectados possam usufruir
de serviços de informação e comunicação de alcance mundial. 3
Posicionamento de imagem pode ser definido como uma adequação visual ao contexto social. É fato que a
sociedade hipervaloriza a imagem e, exageros à parte, o princípio do cuidado visual precisa ser analisado de
forma real. Assim, o traje correto e adequado ao momento, a combinação estética de peças, cores e estilo,
bem como os cuidados físicos fundamentais (o corte do cabelo, a higiene, a saúde dentária, etc.) são
importantes para uma composição atraente da própria imagem.
Não é preciso dizer que apoiar, ajudar e incentivar as pessoas deve ser um conjunto de atitudes sinceras,
transparentes e baseadas no que se tem de melhor. Até porque ações meramente aparentes são facilmente
detectadas e minam a essência do marketing pessoal verdadeiro. O segredo, portanto, é sempre se perguntar:
de que maneira posso ajudar? De que forma posso apoiar? Como posso incentivar o crescimento, o
progresso e o bem-estar do próximo?
Quando bem praticado, o marketing pessoal é uma ferramenta extremamente eficaz para o alcance do
sucesso social e profissional. E o melhor é que, além de beneficiar quem o pratica, ele também proporciona
bem estar para os que estão ao redor.
Que tal mudar alguns velhos paradigmas e repensar o nosso próprio marketing pessoal?
‘O grande segredo do Marketing Pessoal bem-sucedido é escolher como e por quem você quer ser
reconhecido’’. (Alexei Gonçalves – Profº de Marketing da UFF)
Segundo Laila Vanetti, mestre em Linguística pela Unicamp e diretora da Scritta – Cursos e Consultoria em
Linguagem Escrita – a habilidade que uma pessoa demonstra com relação à língua determina a eficiência da
comunicação. “Em uma entrevista de seleção ou de promoção, quanto mais o cadidato compreender os
processos de formação do texto, mas ele estruturá seu pensamento para escrever e falar corretamente e, de
maneira concisa e clara, transmitirá um imagem de seriedade e de competência para o entrevistador”, afirma
ela, que já ministrou inúmeros treinamentos em Comunicação Escrita para executivos e empresários por
todo o país.
A afirmação de Laila Vanetti com relação à Língua Portuguesa encontra sua confirmação em qualquer um
que precise ministrar uma apresentação para os seus superiores ou clientes. As palavras não saem , a
informação passada fica incompleta, o assunto não é desenvolvido com a destreza e a clareza que deveria e,
por fim, o nervosismo toma conta da situação. O caso se torna ainda mais grave quando a “plateia” não
conhece as competências do profissional que dirige a apresentação, que é imediatamente tomado por um
embuste, por mais que domine tecnicamente o assunto apresentado. O resultado pode ser desastroso para a
carreira do apresentador e para a própria empresa em que ele trabalha ou que ele representa.
Essa situação é cada dia mais comum no mercado corporativo e por conta disso as empresas querem dos
seus funcionários, em todos os escalões , uma boa comunicação. O número de palestras e apresentações vem
se multiplicando a cada dia, e, para agravar esse quadro, se um executivo antes pedia que sua secretária

4
redigisse uma pauta de reunião ou um memorando para um cliente, agora ele mesmo deve arregaçar as
mangas e encarar a tarefa mais simples de escrever um e-mail, que, não raro, pode se tornar bem complexa e
ter algumas consequências nada desejáveis.
Com foco no problema da comunicação empresarial, várias instituições têm mudado os seus processos de
seleção, contratação e promoção de funcionários. A Língua Portuguesa começa a tomar uma posição de
destaque em entrevistas e reuniões, tornando-se decisiva na contratação.
O que antes era considerado uma exceção em processos de seleção, hoje se torna normal e essencial: a
análise de linha de raciocínio do candidato a partir de uma redação ou de uma simples conversa.

TEXTO COMPLEMENTAR
Você tem Português fluente?
Inglês fluente?
Você, provavelmente, já escutou essa pergunta em inúmeras entrevistas ao concorrer a uma vaga, sempre
disputadíssima, para um emprego. Mas as coisas estão mudando. Em pouco tempo, a pergunta que você
ouvirá será: Português fluente?
Pareceria normal, se a questão estivesse sendo feita em alguma loja de produtos brasileiros em Miami, mas
o que surpreende é que um número cada vez maior de empresas, aqui mesmo no Brasil , tem procurado por
profissionais que se destaquem, não só pelo domínio de uma outra língua, mas sim pela fluência da nossa
própria.
O conceito lógico de que, na sua língua nativa, cada um se expressa como pode e de que todos se entendem
muito bem nos parece perfeitamente razoável, e ,durante muito tempo, as empresas o consideraram como
axiomático. O mercado, porém, sempre atento a qualquer indício de mudança, começa a relacionar quedas
constantes de lucratividade com mensagens truncadas entre funcionários e com e-mails que massacram o
bom português e que circulam livremente pela Internet, “democratizando” de modo homicida a imagem da
empresa e de seu autor.

“A linguagem utilizada por uma pessoa é a expressão de como ela organiza seus pensamentos; se você se
comunica mal é porque não estrutura adequadamente suas ideias. Se a sua comunicação é truncada,
incompleta e ambígua, não espere que o gerente de RH da empresa na qual você almeja trabalhar vá lhe dar
muito crédito”, declara Laila Vanetti. “Já escutei diversos diretores e gerentes de recursos humanos dizerem
que descartavam funcionários que não sabiam falar ou escrever corretamente”, reafirma.

5
Uma só conclusão pode ser tirada – a competência da comunicação está se tornando um fator eliminatório
no mercado de trabalho e uma arma poderosa para quem a domina. Portanto, na sua próxima entrevista,
fique atento ao seu Português, ele pode ser a diferença entre estar ou não empregado.
Agora eu lhe pergunto: você tem um português fluente?
Conrado Adolpho Vaz (www.conrado.com.br)

RAZÕES PARA INICIAR AGORA SEU MARKETING PESSOAL


A maioria dos profissionais com quem temos conversado, sejam professores universitários, executivos ou
empresários, concorda com a importância de se ter um plano de marketing pessoal para gerir suas carreiras.
No entanto, apesar disto, poucos são aqueles que realmente conseguem transformar esta convicção em uma
atitude prática.
A necessidade da gestão de carreira e da implantação de um plano de marketing pessoal está se tornando
uma unanimidade.
Em função da falta de ação de muitos profissionais, resolvemos apresentar uma série de dez razões, todas
importantíssimas, para motivar aqueles que ainda não resolveram desenvolver seu plano de marketing
pessoal a fazê-lo agora. Já foi dada a largada para a corrida pelas melhores oportunidades de mercado, e
quem não se antecipar acabará ficando para trás. Vamos às razões:
Razão 1 - um plano de marketing é como uma “receita de bolo” que pode ser elaborado em poucos dias, e
seu conteúdo, na maioria das vezes, é formado por ideias práticas e de fácil aplicação; portanto, comece
agora!
Razão 2 – o tempo corre contra você; quanto mais rápido implantar seu plano de marketing, mais rápidos
serão os resultados para sua carreira. O que está esperando?
Razão 3 – provavelmente você já tem inúmeros concorrentes promovendo suas respectivas carreiras no
mercado, e você está ficando para trás. Não espere mais!
Razão 4 – marketing pessoal é um hábito, e você precisará de tempo para se habituar com esta nova
maneira de agir em sua vida; portanto, corra!
Razão 5 – marketing pessoal cria novas oportunidades de negócios, e novas oportunidades de negócios,
geralmente, significam mais dinheiro. Então, aja agora!
Razão 6 – um plano de marketing pessoal pressupõe que você conquistará outros ciclos de amizade. Isto
certamente dará uma nova perspectiva de prazer e satisfação a sua vida pessoal e profissional. Mexa-se!
Razão 7 – o plano de marketing pessoal traz reconhecimento social pelos anos de esforços, estudos e
trabalho. O que está esperando? Ande!

6
Razão 8 – maior status social é o que obterá com o sucesso profissional conseguido através de seu plano de
marketing pessoal. Vá em frente!
Razão 9 – a realização de seus sonhos de consumo, de seus sonhos de viagem e de muitos outros sonhos,
poderá ser conquistada através do sucesso obtido com o marketing pessoal. Apresse-se!
Razão 10 – a realização profissional traz uma sensação superior de satisfação. É como conquistar o cume do
Everest, algo inexplicável. Porque você não tenta iniciar agora o seu desafio pessoal? Mas é preciso dar o
primeiro passo. Aja agora!

Esperamos que todas estas boas razões tenham conseguido convencê-lo a tomar uma atitude para iniciar seu
plano de gestão de carreira, por isto vamos mostrar o que significa este plano de marketing pessoal.
Um plano de marketing pessoal é algo fácil de ser implantado. Na verdade, trata-se de um conjunto de ações
e ferramentas que, se utilizados em conjunto, ajudam a promover a carreira de um profissional.
Na primeira parte de um plano de marketing pessoal é preciso desenvolver as competências pessoais do
profissional, aqueles atributos que fazem parte de seu comportamento e que podem ter um impacto positivo
em sua atuação profissional. Qualidades como automotivação, liderança, criatividade, bom humor,
capacidade de produzir conhecimentos, relacionamento interpessoal e sua capacidade de sonhar são os
atributos essenciais que precisam ser desenvolvidos e incorporados a sua carreira profissional.
A outra parte do plano de marketing consiste na aplicação de ferramentas para promoção pessoal.
Construção de uma rede de relacionamentos (networking), criação de um site pessoal, utilização de cartões
de visitas de uma maneira dinâmica, dentre outras ferramentas, que certamente ajudarão a promover sua
carreira e sua imagem no mercado de trabalho.
Estes conceitos e ações precisam estar “amarrados” em um planejamento coerente, ou seja, ao seu “plano de
marketing pessoal e profissional”.
Todos nós precisamos de motivação para realizar alguma tarefa, para enfrentar um desafio e para iniciar
alguma empreitada. Implantar um plano de marketing em nossa vida pessoal e profissional é um desafio.
Não sabemos ao certo o que iremos encontrar, certamente viveremos momentos de “pura adrenalina”,
seremos colocados diante de situações inusitadas, mas tudo isto se justifica pela sensação de vitória e de
sucesso que conseguiremos alcançar ao final desta caminhada. Boa sorte.

7
16 DICAS DE NETWORKING OU REDE DE RELACIONAMENTOS
Por: Ari Lima

A rede de contatos ou networking é uma espécie de parceria onde as pessoas que fazem parte deste círculo
de contatos trocam informações, influência e aprendizado profissional, e se ajudam mutuamente em
ocasiões como: indicação para um novo emprego ou realização de um negócio.
Vejamos algumas dicas práticas para um profissional desenvolver uma boa rede de contatos.
Dica 1 – desenvolva interesse verdadeiro pelas pessoas que pretende incluir em seu networking. Não
procure as pessoas apenas quando estiver precisando de favor.
Dica 2 – esteja sempre disponível para ajudar as pessoas de sua rede na medida de suas possibilidades, e
sempre retribua um favor na mesma “moeda”.
Dica 3 – tornar-se palestrante ou professor ajuda a criar um ciclo de contatos.
Dica 4 – frequentar cursos, palestras e convenções coloca o profissional em contato com pessoas de diversos
setores.
Dica 5 – participar de associações, comitês e entidades gera muitos contatos profissionais.
Dica 6 – procure fazer contatos com pessoas de áreas diversas de seu setor de atividade.
Dica 7 – turbine a utilização de seu cartão de visita, utilize-o de maneira dinâmica.
Dica 8 – faça contatos personalizados, evite mandar e-mails para diversas pessoas ao mesmo tempo.
Dica 9 – quando indicar uma pessoa para outra de seu networking, avise antes, apresente-as.
Dica 10 – faça contatos frequentes; uma boa dica é criar um networking nas redes sociais e, sempre que
possível, esteja presente trocando ideias com este grupo.
Dica 11 – evite falar muito nas conversas, procure ouvir mais e obter informações e conhecimento sobre as
pessoas.
Dica 12 – procure mostrar sempre que você pode ser útil à sua rede de contatos.
Dica 13 – avise sempre o que está fazendo profissionalmente, seja trocando de emprego, realizando um
novo empreendimento, escrevendo artigos, dando entrevistas, etc.
Dica 14 – tenha um blog e convide todos de sua rede de relacionamento para visitá-lo e contribuir com
artigos e notícias.
Dica 15 – esteja sempre disponível para seu networking.
Dica 16 – lembre-se do nome das pessoas e data de aniversário.

8
Estas são algumas dicas de como construir e manter uma networking. Elas devem ser adaptadas a sua
realidade, ao seu estilo profissional e ao seu perfil. Algumas combinarão melhor com você, outras não, mas
é fundamental analisar todas elas e escolher as mais úteis para desenvolver sua rede de contatos.
Portanto, procure priorizar em sua vida profissional este importante meio de promoção pessoal, sempre com
uma visão de médio e longo prazo, pois, como diz a sabedoria popular “o mundo dá muitas voltas”, e numa
destas voltas uma pessoa de seu networking poderá desempenhar um papel fundamental em sua carreira.

Atenção!
Marketing pessoal, nos dias atuais, é a ferramenta mais eficiente para fazer com que seus pensamentos,
suas atitudes, sua apresentação e sua comunicação trabalhem em seu favor no ambiente profissional.

9
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
SANT‟ANNA, Mary Jane F. Apostila Qualidade no Atendimento ao Cliente.
Faetec/ESEC, 2006
http://www.algosobre.com.br/marketing/marketing-pessoal-10-
razoes-para-comecar-agora.html, acesso em 21/10/2009
http://www.algosobre.com.br/marketing/16-dicas-de-networking-ou-redede-„
relacionamentos.html, acesso em 21/10/2009
http://www.skywalker.com.br, acesso em 23/02/2009

Revisão Final: Selma Corrêa e Érica Gomes

10
11
Governo do Estado do Rio de Janeiro
Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia
Fundação de Apoio a Escola Técnica

Responsabilidade Social

META DA AULA
Descrever a importância da Responsabilidade Social como fator de reflexão nas empresas e no indivíduo
tomando posição importante no cenário mundial.

OBJETIVOS
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de:

1. Relacionar a forma como é constituída a Sociedade Civil e Organizações Comunitárias.


2. Diferenciar os programas sociais, seus objetivos e atribuições para o atendimento ao cidadão.

Diretoria de Formação Inicial e Continuada – DIF

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Você já ouviu falar em Responsabilidade civil?
É a forma como um indivíduo ou uma instituição conduz suas atividades, de maneira que se torne um
contribuinte ativo para o desenvolvimento da sociedade.

Sociedade Civil e Organizações Comunitárias

A sociedade civil é constituída por diversos componentes, como as instituições cívicas, sociais e as
organizações que formam os alicerces de uma sociedade em funcionamento. A presença de uma sociedade
civil forte é essencial para garantir a democracia, a paz, a segurança e o desenvolvimento.
Organização comunitária é uma ação conjunta de cidadãos de uma determinada região para obter
melhorias para a comunidade junto ao Estado e outros atores sociais, como empresas. Trata-se, portanto,
de uma forma de ativismo político, com a identificação de necessidades ou carências da comunidade, a
mobilização de recursos e a formulação de estratégias de ação.

Ativismo político
Ativismo político
É uma ação continuada com vistas a uma mudança social ou política.

A organização comunitária é encabeçada por um líder comunitário.


Acompanhe estes exemplos:
- O presidente dos Estados Unidos Barack H. Obama foi um líder comunitário em Chicago, nos anos 70
como advogado na defesa de direitos civis.

- No Rio de Janeiro, o Viva Rio surgiu como uma organização comunitária local. O Viva Rio é uma
organização não governamental, com sede no Rio de Janeiro, engajada no trabalho de campo, na pesquisa
e na formulação de políticas públicas com o objetivo de promover a cultura de paz e o desenvolvimento
social.

Programas Sociais

Criam condições para inclusão social das pessoas e comunidades em situação de risco. O objetivo é
oferecer à comunidade ações nas áreas de assistência social, trabalho, educação, saúde, esportes e lazer,
preparando pessoas cidadãs para enfrentar os desafios de viver, conviver e produzir.
Existem diversos programas sociais atuando em nosso país como:
- Programas comunitários

- Programas esportivos

- Programas culturais

2
Civismo

Refere-se a atitudes e comportamentos que os cidadãos manifestam no dia a dia na defesa de certos
valores e práticas assumidas como fundamentos para a vida coletiva, visando preservar a sua harmonia e
melhorar o bem estar de todos.
Podemos dizer que civismo é sinônimo de patriotismo que é o sentimento de amor e devoção à pátria, aos
seus símbolos (bandeira, hino, brasão). Através de atitudes de devoção e orgulho pode-se identificar um
patriota.
Há diferentes tipos de patriotismo, e muitas maneiras de as pessoas demonstrarem que são patriotas e
devotas ao seu lugar de origem:
Patriotismo nos desportos: grande parte da população tem orgulho de sua pátria quando ela está
representada por atletas em competição;
Patriotismo na Cultura: cantores, compositores e poetas, que são famosos no mundo inteiro, espalham o
encanto do país em que vivem. E não negam suas raízes;
Patriotismo na Guerra: pessoas que se oferecem ou são rigorosamente selecionadas para defenderem seu
país em uma guerra.
Nós, cidadãos, muitas vezes estamos demonstrando nosso espírito patriota ao torcer por representantes da
nossa nação em atividades diversas; esse é o espírito de civismo!

3
Referências Bibliográficas

CHIAVENATO, Idalberto - Gerenciando com as pessoas - 2005 - Ed. Paulíneas - São


Paulo (SP)
FIORANE, Luciano. Módulo Administrando conflitos - Relações no Grupo de
Trabalho. EaD- DIF, 2010. Disponível em
http://www.faetec.rj.gov.br/dif/ead/plataforma/
SANT’ANNA, Mary Jane F.S. Módulo Qualidade no Atendimento ao Cliente – Ética
Profissional. EaD- DIF, 2010. Disponível em
http://www.faetec.rj.gov.br/dif/ead/plataforma/
SITES CONSULTADOS:
http//www.mte.gov.br – temas transversais
http://pt.wikipedia.org
http://www.slideshare.net/eliane_ac/cdigo-de-tica-dos-ndios
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm

Revisão Final: Selma Corrêa e Érica Gomes

4
Bibliografia:

Introdução à Soldagem a Arco Voltaico – Almir M. Quites


Soldagem (ABM)– Emílio Wainer
Soldagem, Processo e Metalurgia – Emílio Wainer / Sérgio
Duarte Brandi / fábio
Décourt Homem de Mello
Soldagem, Fundamentos e Tecnologia – Paulo Villani Marques /
Paulo José
Modenesi / Alexandre Queiroz Bracarense
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